terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Paz de Deus: Antidoto contra as inimizades EBD 2017



LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 1º Trimestre de 2017
Título: As Obras da Carne e o Fruto do Espírito — Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. – Comentarista: Osiel Gomes
Lição 5: Paz de Deus: Antídoto contra as inimizades

TEXTO ÁUREO
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize(Jo 14.27).

 

 João 14.27: Jesus Cristo nos Deixa a Sua Paz

 Leitura: João 14.16-31
Texto: João 14.27

Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo.

A paz é o que o mundo procura para o fim das guerras, dos problemas, das dificuldades na vida. Para o mundo a paz é a ausência de problemas, dificuldades. É um bem estar na vida humana. Onde seus ideais são valorizados sem preconceito e sem violência. Um conceito longe daquilo que a Bíblia ensina. A Bíblia ensina que mesmo estando em tribulações, ainda assim o cristão pode ter paz. Tiago diz: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1.2). Parece loucura o que Tiago está dizendo. Porque para o mundo a paz é não ter problemas, nem tribulações na vida e nem guerras. Mas, Tiago está dizendo o contrário. Ele está dizendo para estarmos felizes quando passarmos por várias provações. Não devemos ficar tristes. Mas devemos regozijar.
Que tipo de paz é essa? Como eu vou ter paz estando cheio de dificuldades e problemas? Como vou descansar em paz? Como meu coração vai sossegar ao colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo cheio de dificuldades e problemas? De onde vem esta idéia de paz, que apesar das dificuldades e sofrimentos devo permanecer em paz? Irmãos, esta paz é o próprio Senhor Jesus Cristo que está ensinando. Ele nos promete essa paz. Hoje nós vamos ver como é grandiosa a promessa de Cristo para nós.
Por isso quero pregar a palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: Jesus Cristo nos Deixa a Sua Paz
1. A Natureza Desta Paz.
2. Quem nos Dar Esta Paz.
3. O Efeito Desta Paz na Vida da Sua Igreja.

1. A Natureza Desta Paz.

Amados irmãos, a Palavra de Deus fala da paz de Cristo de uma maneira maravilhosa. Não é qualquer paz. Não é uma paz que podemos ir a uma loja e comprar um pouco desta paz. Mas esta paz é um dom concedido por Jesus Cristo. Como ele mesmo expressa de uma maneira maravilhosa em sua Palavra: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Não existe coisa tão maravilhosa como receber a paz de Cristo. Esta paz está no crente.
As pessoas não regeneradas não têm paz. Porque ter paz é estar em paz com Deus. Estando fora da comunhão com Deus não há paz. Isto já foi verdade para todos nós. Entramos neste mundo contra Deus, porque somos parte da rebelião que começou com Adão e Eva no paraíso. Romanos 5.10 diz: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. O apóstolo Paulo está dizendo que nós éramos inimigos de Deus. Lutávamos contra Deus. Queríamos destruir seu reino. Nos rebelávamos todos os dias contra Deus. Tudo o que fazíamos militava contra os princípios de Deus. Essa era a nossa realidade longe de Deus. Era um estado de morte. Aprisionamento nos domínios do diabo e do pecado.
Porém, Cristo nos reconciliou com Deus. Cristo nos trouxe para o lado de Deus. Deixamos de ser inimigos de Deus. Houve uma trégua entre nós e Deus. Deus não está mais irado conosco. A hostilidade contra Deus cessou. Porque viemos para o seu lado. Deus não quer mais nos consumir com sua ira, mas nos amar. Porque Jesus Cristo assinou o trado com Deus por nós. O tratado é o seu sangue derramado na cruz do Calvário. Este tratado, esta aliança declara que temos paz com Deus. O apóstolo Paulo sabia muito bem o que traz a paz com Deus. Efésios 6.15 diz: “Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz”. É o evangelho que leva uma pessoa a ter paz com Deus. É o que faz uma pessoa deixar de guerrear contra Deus. Este fato está consumado por Jesus Cristo. Como diz Romanos 5.1: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Nós que confiamos em Cristo estamos redimidos e declarados justificados por meio da fé. Nossos pecados são perdoados, cessou a rebelião, a guerra terminou e nós temos paz com Deus. Esse é o maravilhoso propósito de Deus na salvação. Um indivíduo perverso, pecador e vil não pode estar na presença de Deus. Algo precisa acontecer com esse pecador. Ele precisa ser lavado no sangue de Cristo. Precisa nascer de novo. Precisa experimentar o novo nascimento para assim ter paz com Deus. Deus não salva pessoas para ser rebeldes. Deus não preparou a cidade santa para pessoas perversas morarem nela. Antes é para aqueles que têm paz com ele. E foi exatamente isto que Cristo fez lá na cruz, quando ele resolveu morrer pelos nossos pecados. Quando resolveu sozinho levar sobre si os nossos pecados. Na crucificação o inferno veio até ele e ele desceu ao inferno na cruz. Sofreu as agonias e os tomentos do inferno para nos reconciliar com Deus. Por isso que a Palavra de Deus diz que nós não somos inimigos de Deus. Mas que estamos em paz com Deus.
É como se existisse um abismo entre nós e Deus. Sem podermos chegar ao outro lado sem cairmos no abismo e morrermos. Então Cristo se tornou a nossa ponte para chegarmos do outro lado até Deus. Cristo preencheu o vazio, tomando a mão de Deus e a mão do homem unindo-as num aperto de mão. Jesus Cristo nos aproximou do Pai pelo trabalho que Ele fez na cruz. É isso o que o apóstolo Paulo diz em 2 Coríntios 5.18-19: “Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”. Este é o coração do evangelho para nós. Deus tomou a iniciativa para nos reconciliar consigo mesmo. Ele nos buscou e entrou em paz conosco através de Jesus Cristo.
Esta paz com Deus que foi consumada em Cristo na cruz é o que nós experimentamos agora. Por isso Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Ela é a tranqüilidade da alma, uma paz estabelecida, positiva que afeta as circunstâncias da vida. Ela é uma paz agressiva; em vez de ser vitimada pelos acontecimentos, ela os ataca e os domina avidamente. Essa paz vem do céu. É sobrenatural. E, é exatamente o que Paulo diz em Filipenses 4.7: “A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. A paz de Deus não é baseada em circunstância como a paz do mundo. Ela não desaparece quando surgem problemas, doenças, aflições. Ela excede o entendimento do homem carnal. Para o homem carnal não faz sentido. Quando um cristão enfrenta problemas na vida e permanece em paz, o mundo não entende. Porque essa paz vem de Deus. Não é imaginada por homem algum. Em Filipenses 4.7, Paulo usa a palavra “guardará”. Esta palavra não significa apenas “vigiar”. Ela muitas vezes é usada em um sentido militar, significando “ficar em um posto e guardar contra a agressão de um inimigo”. Quando a paz está em guarda os assaltos do mundo não o atingirá. Ela não permitirá que a preocupação consuma o coração e atinja nossa mente.
Essa é a paz que nos faz ter confiança em Deus. Que nos faz ficar firme. Esta é a paz que acalma o coração após a tempestade do Calvário.

2. Quem nos Dar Esta Paz.

Irmãos, a paz de Deus não pode ser obtida pelo mundo. O mundo não pode dar a paz verdadeira. A paz do mundo é ilusória. É temporária, ou melhor dizendo, é uma paz falsa. Cristo nos dá a sua paz. Ele diz: “A MINHA PAZ VOS DOU”. É a paz pessoal de Jesus Cristo que Ele mesmo está nos dando. É a mesma paz que acalmou seu coração no meio dos zombadores, odiosos, assassinos, traidores e tudo mais que enfrentou em sua vida. Em meio a perseguição e sofrimento permaneceu inabalável em sua paz. Ficou calmo nos momentos mais difíceis de sua vida. Essa paz de Jesus Cristo foi o que deixou Pilatos perturbado e muito furioso. Mas, Jesus permaneceu calmo em sua paz. E, é exatamente essa paz que Jesus Cristo nos dá. Ela é destemor e confiança persistentes. Cristo é a fonte da paz. Assim como Pedro pregou poderosamente: “A palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo” (At 10.36). Como também Paulo ora: “O Senhor da paz, ele mesmo, vos dê continuamente a paz em todas as circunstâncias” (2 Ts 3.16). Jesus nos dá sua própria paz pessoal. Ela nos ajudará nas batalhas espirituais.
Através do Espírito Santo, Ele concede a sua paz. Um dos aspectos do fruto do Espírito é a paz. O Espírito Santo dá aquilo que é de Jesus Cristo. Como João 16.14 diz: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”. Tudo o que Cristo conquistou, o Espírito Santo recebe de Cristo para nos dá. Veja que Cristo diz: “não vo-la dou como a dá o mundo”. Ele dá através do Espírito Santo, o Espírito da verdade que o mundo não pode receber.
A paz no mundo é um mito. Porque não existe paz no mundo. A maior busca das pessoas pela paz é apenas uma tentativa de fugir dos problemas. É por isso que buscam a paz por meio do álcool, drogas ou outras formas de escapismo. Longe de Deus não há paz. Os descrentes buscam paz onde não há paz. Apesar do esforço humano para buscar e encontrar a paz desesperadamente, nunca encontrará a paz. Sabe por que não encontrará a paz verdadeira? Jeremias 17.9 responde dizendo: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. Enganoso é o coração. Enganoso é o coração do homem e desesperadamente corrupto. Isaías 48.22 diz: “Para os perversos... não há paz, diz o SENHOR”. Por isso as pessoas não podem encontrar a paz. Porque os homens são perversos; sem amor a Deus.
Nos dias do profeta Jeremias toda a terra de Judá estava passando por um momento difícil, porque um grande exército estava marchando para Jerusalém, a fim de levar as pessoas para o cativeiro. Este exército estava tirando a paz da terra de Israel. Era uma experiência jamais experimentada pelos judeus. Por isso Jeremias 6.14 diz: “Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz”. Falava-se muito de paz, mas não havia paz genuína. Em Jeremias 8.15 ainda diz: “Espera-se a paz, e nada há de bom; o tempo da cura, e eis o terror”. E Jeremias 14.19 diz: “Acaso, já de todo rejeitaste a Judá? Ou aborrece a tua alma a Sião? Por que nos feriste, e não há cura para nós? Aguardamos a paz, e nada há de bom; o tempo da cura, e eis o terror”. Também Jeremias 16.5 diz: “Porque assim diz o SENHOR: Não entres na casa do luto, não vás a lamentá-los, nem te compadeças deles; porque deste povo retirei a minha paz, diz o SENHOR, a benignidade e a misericórdia”.
O profeta colocou o dedo na ferida do povo. A ferida estava aberta e inflamada. O povo não obedecia ao Senhor. Não queria servir ao Senhor. Por isso, viviam longe de Deus. Afastado da presença de Deus. Por isso, o Senhor retirou a sua paz. O povo não podia sentir a paz de Deus, porque Deus a retirou. O Senhor dá a sua paz somente aqueles que o serve. Aqueles que se compromete a servi-lo. A paz de Jesus que Ele nos dá nos conforta. Não nos deixa perturbado. Mas confiante em suas promessas.

3. O Efeito Desta Paz na Vida da Sua Igreja.

Qual é o efeito da paz de Cristo na sua igreja? Qual deve ser a nossa atitude com respeito à paz de Cristo como sua igreja? Jesus nos ensina a ter uma atitude correta com respeito a sua paz em nossas vidas. Ele diz em João 14.27: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Nós devemos ser capazes de nos apossar dessa paz. Porque ela é nossa. Jesus nos deu. A sua paz ele nos deu. Não é de outra pessoa essa paz. É a paz de Cristo que ele está nos dando. Essa paz deve ser aplicada em nossas vidas.
Quando alguém está com o coração perturbado é porque não crer em sua promessa de paz. Porque quando temos a paz de Cristo à ansiedade e o sofrimento não vão tirar essa confiança em Deus. Pelo contrário, ela nos ajuda a enfrentar as dificuldades. A paz de Cristo é uma fonte de ajuda para nós. Porque ela nos ajuda a fazer a vontade de Deus.
Colossenses 3.15 diz: “Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos”. Paulo estava exortando os colossenses a dependerem inteiramente da paz de Cristo. Assim eles aprenderiam a deixar a paz de Cristo ser o árbitro em suas decisões. Você está com problema? Está querendo tomar uma decisão em sua vida? Deixe a paz de Cristo dirigir a sua vida. Deixe-a mostrar o caminho. Isto se aprende estudando a Palavra de Deus. A palavra de Deus deve ditar sobre as nossas decisões. Qualquer decisão em nossas vidas deve ser conforme a vontade de Deus. Qualquer decisão. Não importa qual seja a decisão. A pergunta a ser feita no momento da decisão é esta: “é à vontade de Deus que eu faça isto?”. Se a palavra de Deus permite, siga em frente. Siga na paz de Cristo. Se a Palavra de Deus diz que é errado, pare imediatamente. Olhe para Deus e obedeça. Deixe a paz de Cristo decidir.
Porque a paz de Cristo nos leva a confiar em Deus e em Cristo. João 14.1 diz: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. Essa paz causa o efeito de confiarmos em Deus apesar de todas as dificuldades. Deus é a nossa rocha. A nossa fortaleza bem presente. Nada nos tornará covarde tendo a paz de Cristo. Quando temos a paz de Cristo, nem a morte nos assusta. Durante a reforma, muitos irmãos morreram. Mas, qual era a atitude daqueles crentes? Quando eram queimados vivos não ficaram desanimados e chorando. Pelo contrário, muitos cantaram salmos ao Senhor. Por que fizeram isto? Porque a paz de Cristo habitava em suas vidas. Essa é a paz que devemos ter até nas piores dificuldades. Quem está nos ensinando a não ficarmos perturbados? É Jesus Cristo. Quando Jesus falou estas palavras para seus discípulos, qual dia era? Era quinta-feira. Quinta-feira feira à noite. E qual era o dia seguinte? Era sexta-feira. Sexta-feira era o dia seguinte. O que iria acontecer na sexta-feira? Ele iria morrer. Iria se entregar por nós na cruz. Mas, como Cristo estava na quinta-feira? Desesperado? Não, não estava desesperado. Como Ele estava quando estava sendo julgado? Estava perturbado? Não, não estava perturbado. Como estava nosso Senhor? Estava em paz com Deus. Estava confiante em Deus. Não se desesperou, mas antes confiou em seu Pai. Foi esta paz que Ele nos deu.
Essa é a paz que Jesus nos prometeu. Não apenas nos prometeu. Ele nos deu essa paz. Essa paz é nossa. Ninguém a tira de nós. É por isso que nós devemos confiar cada dia mais em Deus. Porque longe de Deus não há paz. E Ele todos os domingos nos lembra dessa paz. Tanto no início como no fim dos cultos. Ele nos dar a sua paz ao chegarmos a sua casa de oração. E ao término do culto Ele despede sua amada igreja com a sua paz. Cristo está conosco. Ele nos dá a sua paz para vivermos confiante em Deus. Confiança em Deus é o efeito que essa paz causa em cada um de nós. Por isso, Cristo diz para nós: “Deixo-vos a paz, a minha paz eu vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.
Amém.

VERDADE PRÁTICA
A paz, como fruto do Espírito, não promove inimizades e dissensões.

LEITURA DIÁRIA
Sl 4.8 – A paz de Deus nos faz repousar em segurança
8 Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.

Sl 34.14 – Aparte-se do mal e siga a paz
14 Aparta-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a.

Sl 119.165 – Os que amam a lei de Deus têm paz
165 Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço.

Is 9.6 – Jesus é o Príncipe da Paz
6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.

Jo 16.33 – Em Jesus Cristo encontramos a paz verdadeira
33 Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

Rm 12.18 – Se possível, viva em paz com todos
 18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.11-17.
11 — Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;
12 — que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
13 — Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
14 — Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio,
15 — na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,
16 — e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
17 — E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que estáveis longe e aos que estavam perto;

 Efésios 2

1 E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência; 3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4 Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6 E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7 Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie; 10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
11 Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; 12 Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
13 Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, 15 Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16 E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
17 E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; 18 Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.
19 Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; 20 Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; 21 No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor.
22 No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.

HINOS SUGERIDOS
178, 245 e 474 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Compreender que a verdadeira paz só pode ser encontrada em Jesus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·                     I. Mostrar que depois de receber a paz de Cristo, o crente deve transmiti-la as outras pessoas;
·                     II. Explicar que existem três tipos de inimizade e o seu alvo é destruir a unidade da Igreja de Cristo;
·                     III. Saber que temos a missão de anunciar o evangelho e para isso precisamos ter paz com todos.



INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Professor, nesta lição você terá a oportunidade de tratar com seus alunos a respeito da paz, fruto do Espírito, em oposição à inimizade, como obra da carne. Sabe-se que paz é a ausência de guerra. Vivemos tempos trabalhosos. Em muitos centros urbanos a violência só aumenta e as cidades do interior também têm experimentado este aumento. Na esfera mundial, temos observado muitas guerras (de cunho religioso) no Oriente Médio.
Em Jesus, temos paz. Não estamos falando da paz que o mundo oferece. Estamos falando de uma paz que excede todo entendimento; uma paz com Deus que, mesmo em um mundo cheio de guerras e conflitos, podemos afirmar que vivemos em paz. A verdadeira paz resulta da fé em Deus, porque somente Ele incorpora todas as características da paz. Para encontrar a paz de espírito e a paz com os outros, você precisa encontrar a fé com Deus.







COMENTÁRIO / INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos a paz como fruto do Espírito e a inimizade como fruto da carne. O homem guiado pela velha natureza não pode sentir a paz que Jesus Cristo nos oferece. Essa paz não depende de situações e circunstâncias. Mesmo vivendo em uma sociedade violenta, podemos ter paz, pois a serenidade que temos em nossos corações é fruto do Espírito, e não depende das circunstâncias ou dos recursos financeiros (Gl 5.22).
 22 Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.


PONTO CENTRAL

A paz que Jesus oferece não depende de situações e circunstâncias.






I. A PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO
I. Mostrar que depois de receber a paz de Cristo, o crente deve transmiti-la as outras pessoas;

1. Paz. Podemos definir paz como um estado de tranquilidade e quietude interior que não depende de circunstâncias externas. No grego, o vocábulo paz é eirene e refere-se à unidade e harmonia. Vivemos em uma sociedade onde a violência tem feito muitas vítimas e tirado a tranquilidade das pessoas, fazendo com que as pessoas adoeçam. Ultimamente, temos visto o aumento da chamada Síndrome do Pânico, ou seja, um transtorno da ansiedade que leva a um pavor incontrolável, mesmo que não haja nenhum perigo iminente. A pessoa acometida por essa enfermidade perde a quietude. Quem está sendo acometido por esse mal precisa do acompanhamento de um psiquiatra, terapia e o carinho e a compreensão dos familiares e da igreja.








2. Paz com Deus. Como podemos estar em paz com Deus? Só existe uma maneira para estarmos em paz com o nosso Criador: mediante a nossa justificação. A justificação ocorre quando nós, pela fé, recebemos Jesus como nosso único e suficiente Salvador. Então, somos declarados justos diante de Deus (Rm 5.1: 1 Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; 2 Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.). Quando recebemos Jesus, a inimizade que havia entre nós e Deus é desfeita, somos reconciliados com o Pai e passamos a desfrutar de plena paz e comunhão com Ele (2Co 5.18-20: 18. E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; 19. Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.
De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse.
20. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.). A nossa justificação, e reconciliação e a paz com Deus somente são possíveis por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo (Is 53.5: 5 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.; Ef 2.13-17: 13. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
14. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, 15. Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16. E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.
17. E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;
18. Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Efésios 2:13-18
).
3. Promotor da paz. O crente que já recebeu a paz de Deus, em seu coração precisa partilhar dessa paz com todos os que estão aflitos, tornando-se um embaixador da paz (2Co 5.20: 20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.). A paz concedida pelo Espírito não é somente para o nosso bem-estar, mas também para o bem do próximo. Não podemos nos esquecer que amar ao semelhante é um mandamento do Pai (Mt 22.39: 39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.). Quem já experimentou a justificação e a reconciliação com Deus torna-se um pacificador (Mt 5.9: 9. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 11. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Mateus 5:9-11
). Ele não vive em brigas e contendas, não divide igrejas e não maltrata as pessoas. Isaque era um verdadeiro pacificador, um homem de paz. Mesmo sendo prejudicado por seus vizinhos que entulharam seus poços, não brigou, mas procurou a reconciliação (Gn 26.19-25: 19. Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de águas vivas.
20. E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso chamou aquele poço Eseque, porque contenderam com ele.
21. Então cavaram outro poço, e também porfiaram sobre ele; por isso chamou-o Sitna.
22. E partiu dali, e cavou outro poço, e não porfiaram sobre ele; por isso chamou-o Reobote, e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra.
23. Depois subiu dali a Berseba.
24. E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão meu servo.
25. Então edificou ali um altar, e invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço. Gênesis 26:19-25). Os conflitos, seja na Igreja ou fora dela, são resultado da natureza adâmica, mas os que vivem segundo o Espírito já crucificaram a sua carne e, agora, procuram viver pacificamente com todos (Rm 12.18: 18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.).

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

O crente deve buscar a verdadeira paz mediante a justificação, em Cristo, pela fé.

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 SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Cristo, nossa paz, forma o novo homem
Ao sintetizar tudo o que Deus fez na salvação por intermédio de Cristo, Paulo diz que Cristo é a fonte da nossa paz (2.14-18). No contexto de Efésios, isso não quer dizer que Cristo seja a fonte da paz interior, mas que Ele é o meio de reconciliação entre judeus e gentios e entre os membros da nova comunidade e Deus. O objetivo da salvação não é apenas fazer com que os indivíduos estejam corretos diante de Deus, mas também que estejam corretos uns com os outros. À medida que Deus, por intermédio de Cristo, une judeus e gentios, a reconciliação opera de forma triangular entre os três. Judeus e gentios, quando entram na nova comunidade, não deixam de ser quem eram; todavia, agora, eles podem atuar juntos, lado a lado, como evidência do amor transformador e conciliador de Deus (1Co 7.17-24; Rm 14-15). Essa obra de reconciliação é o fundamento para a nova comunidade que Deus está edificando por intermédio de Cristo. Por isso, ao longo de Efésios 2.11-22, o termo dominante e repetido é o prefixo syn (‘juntos’). Deus formou uma nova unidade, na qual se diz que Ele de dois criou ‘um novo homem’” (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.347).


CONHEÇA MAIS

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“Paz com Deus
Há uma transformação na vida do pecador quando passa a ser um crente verdadeiro, não importando o que tenha sido anteriormente. Sendo justificado pela fé, tem paz com Deus. O Deus santo e justo não pode estar em paz com um pecador enquanto este estiver sob a culpa do pecado. A justificação elimina a culpa, e assim abre caminho para a paz. Esta é concedida por meio de nosso Senhor Jesus; por meio dEle como o grande Pacificador, e Mediador entre Deus e o homem. O feliz estado dos santos é o estado de graça. Somos levados a esta graça. Isto significa que não nascemos neste estado”. Para conhecer mais, leia Comentário Bíblico de Matthew Henry, CPAD, p.929.

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II. INIMIZADES E CONTENDAS, AUSÊNCIA DE PAZ
II. Explicar que existem três tipos de inimizade e o seu alvo é destruir a unidade da Igreja de Cristo;

1. Três tipos de inimizades. No grego, a palavra inimizade é echthra. Esse vocábulo serve para identificar três tipos de inimizade. Vejamos: inimizade para com Deus (Rm 8.7: 7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.), inimizade entre as pessoas (Lc 23.12: 12 E no mesmo dia, Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; pois dantes andavam em inimizade um com o outro.) e hostilidade entre grupos e pessoas (Ef 2.14-16: 14. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, 15. Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, 16. E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades. Efésios 2:14-16). Em Gálatas, Paulo apresenta a inimizade, as contendas e as disputas como obras da carne (Gl 5.20: 19. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, 20. Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, 21. Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Gálatas 5:19-21).






2. Inimizade e soberba. A inimizade, em geral é resultado da soberba. Por isso, o Senhor abomina o coração altivo (Pv 6.16,17: 16. Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: 17. Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, 18. O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal,
19. A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
Provérbios 6:16-19
). Quando o crente começa acreditar que é superior aos outros, ele torna-se um “semeador” de inimizades e contendas. Na Igreja de Cristo, todos são servos, independente de seus dons e talentos. Paulo mostra que em Jesus Cristo todos são iguais: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28: 28 Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.). As inimizades e segregações são um “produto” da carne, de uma natureza pecaminosa. Deus proíbe a acepção de pessoas e toda a sorte de inimizades. Logo, os que promovem tais ações não podem agradar a Deus (At 10.34: 34. E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; 35. Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo. Atos 10:34,35; Tg 2.8,9: 8. Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei como transgressores. Tiago 2:8,9). O crente que assim age é carnal e precisa arrepender-se dos seus pecados (1Co 3.3: 3 Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.).
























3. Inimizade e facção. As inimizades, muitas vezes, acabam gerando na igreja as facções e divisões. Muitos, não se contentam em não se relacionar bem com as pessoas e acabam fazendo com que os outros também não tenham comunhão entre si. Na igreja de Corinto, os irmãos começaram a se dividir e formar partidos em torno de Paulo, Apolo e Cefas. Uns diziam que pertenciam a Paulo, enquanto outros a Apolo (1Co 1.12: 12 Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo.). Paulo dá fim à discussão e às inimizades perguntando aos irmãos: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós?” (1Co 1.13: 13 Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?). O apóstolo exorta-os para o fato de que pertencemos unicamente a Cristo. E se pertencemos a Ele não podemos aceitar as inimizades e as facções. A inimizade é obra da carne e seu alvo é destruir a unidade na Igreja do Senhor, mas o crente que tem o fruto do Espírito busca o bem de todos, procurando manter o vínculo da perfeição, estendendo as mãos para ajudar e tratando a todos com amor e respeito (Cl 3.13,14: 13. Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
14. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. Colossenses 3:13,14
). Que você como Filho de Deus possa se revestir de entranhas de misericórdia e de benignidade como recomenda as Escrituras Sagradas (Cl 3.12: Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; 13. Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. Colossenses 3:12,13).

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SÍNTESE DO TÓPICO (II)

O objetivo da inimizade é destruir a unidade da igreja.

















SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A unidade ao redor da pessoa de Jesus Cristo deve ser mantida
Por que são tão prejudiciais as murmurações e as contendas, as queixas e as discussões? Se tudo o que uma pessoa conhece a respeito de uma igreja é o fato de que os seus membros discutem, reclamam e fazem intrigas constantemente, ela terá uma falsa impressão do Evangelho de Cristo. A crença em Cristo deve unir os que confiam nEle. Se as pessoas na nossa igreja estão sempre reclamando e discutindo, elas não têm o poder unificador de Jesus Cristo. Deixe de discutir com outros cristãos, ou de se queixar sobre as pessoas e as condições na igreja, e permita que o mundo veja Cristo” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2013, p.260).

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III. VIVAMOS EM PAZ
III. Saber que temos a missão de anunciar o evangelho e para isso precisamos ter paz com todos.

1. O favor divino. Paulo exorta os gentios para que sejam sempre gratos a Deus, pois eram zambujeiros e foram enxertados na oliveira (Rm 11.17: E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, 18. Não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Romanos 11:17,18). Aos judeus, ele pede que não se esqueçam de que foram colocados por Deus no mundo para abençoar as outras nações (Gn 12.3: 3 E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.). O apóstolo estava mostrando que, em Cristo, gentios e judeus são iguais, por isso, devem viver em paz e unidade. Vivamos em paz com todos e jamais venhamos a nos esquecer de que fomos alcançados pela graça divina, pois é esse favor divino que nos leva a amar o próximo e a viver em paz e união (Sl 133.1: 1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.).






2. A cruz de Cristo. A cruz é um dos símbolos mais conhecidos do cristianismo, pois, mediante a fé no sacrifício de Jesus, somos reconciliados com Deus. Se Cristo não morresse na cruz pelos nossos pecados estaríamos para sempre separados da presença Deus; não deixaríamos de ser inimigos dEle. Jesus morreu na cruz por amor a nós e mesmo diante de uma morte tão cruel, Ele não abriu a sua boca para reclamar ou dizer palavras ofensivas aos seus algozes (Is 53.7: 7 Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. {Ele não abriu a boca.}; Jo 3.16: 16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.). Jesus permaneceu quieto durante seu julgamento e castigo. Ele demonstrou ter paz e equilíbrio emocional mesmo vivendo uma situação tão terrível. Ele sabia o porquê de sua missão e que o seu sacrifício era necessário para que pudéssemos nos reconciliar com Deus.








3. A nossa missão. Jesus veio ao mundo com uma missão, morrer na cruz pelos nossos pecados. Ao ascender aos céus, Ele também nos deu uma missão (Mt 28.19,20: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
20. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias,
até o fim do mundo. Mateus 28:19,20). Para darmos cumprimento a essa missão, precisamos viver em paz com todos. Anunciemos ao mundo que somente Jesus pode nos dar a verdadeira paz, pois Ele é o Príncipe da Paz (Is 9.6: 5. Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; 6. porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz. Isaías 9:5,6).

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SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Para realizar a missão de anunciar o Reino de Deus aos povos, o crente precisa viver em paz uns com os outros.







SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Salmos 133.1-3
Davi declarou que a união é agradável e preciosa. Infelizmente, a união que deveria ser encontrada na Igreja nem sempre o é. As pessoas discordam e causam divisões por causa de assuntos sem importância. Alguns sentem prazer em causar tensão, depreciando e desacreditando os outros. Mas a união é importante porque:
(1) faz da igreja um exemplo para o mundo e ajuda a aproximar as pessoas do Senhor;
(2) ajuda-nos a cooperar conforme a vontade de Deus, antecipando um pouco do gozo que teremos no céu;
(3) renova e revigora o ministério, porque existe menos tensão para extrair a nossa energia.
Viver em união não significa que concordaremos com tudo; haverá muitas opiniões, da mesma maneira que existem muitas notas em um acorde musical. Mas devemos concordar em nosso propósito na vida: trabalhar juntos para Deus. A união reflete a nossa concordância de propósitos” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.822).

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CONCLUSÃO

A paz de que tratamos nesta lição é fruto do Espírito. Mesmo em meio às adversidades, podemos ter paz, pois é uma quietude interior que vem de Deus. Que você possa ser um pregoeiro da paz de Cristo, seja na Igreja ou fora dela.




















PARA REFLETIR

A respeito da paz de Deus, antídoto contra as inimizades, responda:

Defina paz.
Um estado de tranquilidade e quietude interior que não depende de circunstâncias externas.

Como podemos estar em paz com Deus?
Mediante a nossa justificação.

Quando ocorre a justificação?
Quando nós, pela fé, recebemos Jesus como nosso único e suficiente Salvador.

O que torna a nossa justificação possível?
A morte e ressurreição de Jesus Cristo.

De acordo com a lição, quais são os tipos de inimizades?
Inimizade para com Deus (Rm 8.7), inimizade entre as pessoas (Lc 23.12) e hostilidade entre grupos e pessoas (Ef 2.14-16).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Paz de Deus, antídoto contra as inimizades

O ser humano busca a paz. Todos desejam viver em paz. Sem paz a vida é difícil, angustiosa, frustrada, amargurada, traumática, violenta, impossível. A paz é uma espécie de direito natural. Em tese, todo ser humano nasceu com o direito de viver em paz. Entretanto, a paz é concomitantemente interrompida, obstaculizada e impedida pelos homens. Quem não se lembra do longo conflito entre judeus e mulçumanos?! E entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte?!
Atualmente, o conflito mais aterrador do mundo é a guerra civil na Síria. O Estado Islâmico tem dizimado famílias inteiras, religiões minoritárias e inimigos políticos, que segundo ele, não merecem viver. O conflito é tão intenso que um fenômeno na região tem chamado a atenção: o surgimento da Brigada Babilônia, uma milícia cristã armada de combate ao terror do Estado Islâmico. Aqui não é o fórum adequado para se discutir as implicações éticas desse fenômeno, mas é uma simples descrição de um fato que remonta as consequências da ausência da paz.
Entretanto, por detrás de um conflito bélico de grandes proporções, está um coração humano impaciente, angustiado e revoltado a ponto de explodir. Nosso Senhor disse que é do coração que “procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). Logo, não é só em proporções mundiais que a ausência da paz está presente. Mas principalmente em proporções micros. Aqui, seu efeito é danoso, terrível. A ausência da paz na família é trágica. Na igreja local, desvia a motivação espiritual e nos torna carnais. No relacionamento com o colega, alimenta as rixas e as rivalidades. E uma tragédia humana! Na maioria das vezes, a busca pelo entendimento se torna ineficaz. Assim, acordos são desrespeitados e rompidos.
Todavia, a paz que a Bíblia se refere (do grego eirenè) é a que excede todo entendimento. E a paz que vem de Deus, que naturalmente não se refere a alguma suspensão frágil ou promessa superficial de trégua. Ela não depende dos acordos ou dos acontecimentos impostos pela “legislação ética” do sistema mundano contemporâneo. Essa paz depende única e exclusivamente de Deus, e para vivê-la não dependemos do estado externo das coisas que estão ao nosso redor. Filipenses 4.7 mostra que essa paz guardará o nosso coração e nosso sentimento. E isso que o Espírito Santo quer fazer na vida de nossos alunos. Boa aula!



1º Trimestre de 2005
Título: O Fruto do Espírito — A plenitude de Cristo na vida do crente
Comentarista: Antonio Gilberto
Lição 5: Paz: O fruto da harmonia

TEXTO ÁUREO
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor(Hb 12.14).

VERDADE PRÁTICA
Cristo oferece-nos a paz em vez de angústia, conforto no lugar de tribulação, fruto de paz ao invés de obras de dissensões.

LEITURA DIÁRIA
Rm 8.6 O fruto da paz é o efeito da união com o Espírito
 Rm 14.17 A paz é o fruto do Reino de Deus
 2Co 13.11 A dimensão terrena e celeste da paz
 Ef 2.14-17 Cristo é a paz, pregou a paz, fez a paz
 Ef 4.1-3 A paz e a unidade do Espírito
 Tg 3.18 A justiça semeia-se na paz

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
 Romanos 14.17-19; Efésios 4.1-3.
 Romanos 14
17 — Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
18 — Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.
19 — Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.

Efésios 4
1 — Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, 2 — com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 — procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.

PONTO DE CONTATO
 Professor, como foram suas aulas anteriores? Os alunos participaram da atividade sugerida na primeira lição? Procure incentivar a colaboração de todos. Fique atento aos que se matricularam depois do início do trimestre e aos que visitam vez por outra a classe. Integre-os às atividades realizadas pelos alunos. Sempre que você começar um projeto com estes, conclua-o satisfatoriamente. A participação deles em novas atividades dependerá, em parte, da confiança dos mesmos na sua capacidade para desenvolver adequadamente aquelas que iniciou. Portanto, seja atencioso com os alunos e incentive-os a serem participantes de todos os momentos da aula.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Relacionar a paz a outras virtudes cristãs.
  • Distinguir a paz com Deus da paz de Deus.
  • Exemplificar a paz no Antigo e Novo Testamento.

SÍNTESE TEXTUAL
De acordo com a cultura grega primitiva, a paz ou eirēnē, como chamavam, era a completa ausência de guerra, ou o tempo decorrido entre o fim de uma guerra e o início de outra. Os gregos costumavam também qualificar como paz o estado de serenidade diante da contemplação do Belo. O conceito religioso expresso pelo termo hebraico shālôm e pelo sentido cristão de eirēnē ultrapassa a concepção que a palavra paz possa ter em qualquer língua: “O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6.26); “Porque ele [Cristo] é a nossa paz” (Ef 2.14a). A paz segundo os dois Testamentos é obtida mediante a bênção ou favor divino. Em Números, o “rosto” de Deus é um hebraísmo que significa “seu favor” e “sua presença”, assim sendo, a paz procede do favor e da presença de Deus entre o seu povo. Em Efésios, a paz não se restringe apenas a um resultado da mercê de Deus para com seu povo, mas abrange também sua graça encarnada na pessoa de Cristo. Isto possibilita a reconciliação do homem com Deus (paz com Deus), a fim de que se adquira a paz de Deus por meio desse relacionamento. Jesus, a nossa paz (eirēnē), é o reconciliador celestial que destruiu a inimizade e a barreira que nos separavam das promessas divinas e do próprio Deus (Ef 2.11-22).

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Professor, para ministrar o conteúdo do tópico I usaremos uma ilustração que representa o “Sol da Justiça”. Você vai precisar de duas folhas de cartolina, uma amarela e outra laranja. Com a amarela fará o centro do Sol e escreverá a palavra “Paz”. Com a outra serão feitos os ralos do Sol. Sobre esses se escreverá cada um dos frutos da paz: graça, amor, vida, santidade, justiça, alegria e confiança. Cada um dos sete raios será exposto a partir do núcleo à medida que os subtópicos forem desenvolvidos.

















COMENTÁRIO /  INTRODUÇÃO

Grande parte da história do mundo evidentemente está ligada às guerras. O século XX defrontou-se com duas guerras mundiais e muitas guerras menores. Deus avisou-nos de que nos últimos dias não haveria paz, mas guerras e rumores de guerras (Mt 24), e isso até o fim.
Nesta lição, examinaremos a paz que o Espírito Santo produz na vida do crente regenerado, e que é possível desfrutar de serenidade nas intempéries da vida. O amor de Deus traz paz perfeita aos que põem a confiança nele. Esta paz é uma das nove dimensões do fruto espiritual.


I. OS FRUTOS DA PAZ
1. O fruto da paz produz vida espiritual. As principais atividades do Espírito Santo ao desenvolver o fruto espiritual estão entrelaçadas com a paz. Consideremos estas referências:
a) Graça e paz. “Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir” (Ap 1.4). Graça é a boa vontade de Deus para conosco. Quando, pela fé, nos rendemos à Deus, a graça nos capacita a fazermos a sua vontade. Paz, portanto, é a evidência e a certeza da graça de Deus estendida a nós. Pela operação da graça em nossa vida, as questões que nos separaram de Deus são resolvidas. Em nossa nova relação com ele, efetuada pela mudança de nossa natureza, temos a paz divina.
b) Amor e paz. “Sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (2Co 13.11). O Deus de amor é também de paz, e ama a concordância entre os seus filhos. A Escritura nos instrui e exorta a amá-lo, a estarmos reconciliados com ele, e também a amarmos os nossos irmãos e a viver em paz uns com os outros.
c) Vida e paz. “A inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Rm 8.6). A pessoa que não se submete à lei de Deus não há o que esperar, senão a morte. Não admira que não haja paz em seu coração. Mas, a que se submeteu ao controle do Espírito fica livre de preocupações, pois conhece a paz real e permanente.
2. O fruto da paz produz vida moral.
a) Santidade e paz. É pela paz e unidade em Cristo que o crente obtêm a santidade e se conserva para a vinda do Senhor. “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23; Hb 12.14).
b) Justiça e paz. “O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz” (Tg 3.18). Este versículo indica que a justiça é semeada na paz. O solo no qual o Espírito Santo trabalha para produzir o seu fruto é o da paz. Embora em Mateus 13.1-8, quatro tipos de solos sejam mencionados, apenas um era ideal para produzir fruto. A semente possuía o selo de qualidade do céu como garantia, mas a terra era ruim. Nosso evangelho é de paz, e o cristão que o professa deve ter paz no coração também e promover a paz (Rm 10.15).
c) Justiça, alegria e paz. “O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). Justiça, alegria e paz são as marcas do crente cheio do Espírito. Essas características fazem parte do nosso relacionamento com o Reino de Deus. Quanto a Deus, nossa preocupação é a justiça — estar diante dele justificados pela morte de Cristo e santificados pelo Espírito. Quanto aos crentes, é a paz — viver em harmonia com todos os homens. Quanto a nós mesmos, é a alegria no Espírito Santo.
d) Confiança e paz. “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti” (Is 26.3). Como um bebê dorme pacificamente nos braços de sua mãe, com inteira confiança, assim descansam os que colocam a sua confiança em Deus. Este versículo ensina que é vantajoso manter a mente centrada, em inteira confiança em Deus, pois o resultado de fazê-lo, é uma paz constante que nos conserva firmes em todo o tempo.


II. AS TRÊS DIMENSÕES DA PAZ

1. Paz com Deus. A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé. O pecador impenitente está em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus conforme expresso em sua lei. Quando o pecador entrega a vida a Jesus Cristo pela fé, e o aceita como seu único Senhor e Salvador pessoal, a inimizade entre ele e Deus finda e a paz é feita (Rm 5.1,2b).
Somos chamados não só a ter paz com Deus por Jesus Cristo, mas também para sermos pacificadores, reconciliando outras pessoas com Deus, de forma que elas também possam ter paz com Deus.
2. Paz de Deus. “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações” (Cl 3.15). Esta é a paz interior que Jesus nos deu pelo Espírito Santo (Jo 14.26,27). A paz interior substitui a raiva, a culpa e a preocupação. Sem a paz com Deus não pode haver a paz de Deus. A paz de Deus pode indicar o modo de proceder em determinada situação (Fp 4.7).
3. Paz com os Homens. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18). A paz como fruto do Espírito Santo é, primeiramente, ascendente, para Deus; depois, interior, para nós mesmos; e, finalmente, exterior, para nosso semelhante. Temos de buscar a paz e nos empenhar em alcançá-la (1Pe 3.11).
Este versículo ensina que devemos seguir a paz. É melhor cavar outro poço de água, como Isaque fez, do que fazer uma guerra e ainda ficar sem poço (Gn 26.19-22).


III. A PAZ ILUSTRADA

1. Exemplos do Antigo Testamento.
a) Abraão era um homem que amava a paz. Gênesis 13 narra a disputa que ocorreu entre os pastores de Abraão e os de Ló, porque não havia bastante terra para todos os seus rebanhos e tendas. Para evitar a desarmonia, Abraão pôs de lado seus direitos como padrasto e tio, e permitiu que Ló escolhesse a propriedade que quisesse. Como se verificou, Abraão se beneficiou da escolha de Ló, e este sofreu como resultado da carnal opção que fez. Quem está disposto a abrir mão de seus direitos para ser pacificador, está seguindo o princípio ilustrado por Abraão, e esta atitude resulta em bênção para nós.
b) Isaque é mais um exemplo de alguém que se empenhou pela paz. O capítulo 26 de Gênesis narra que depois da morte de Abraão, Isaque reabriu os poços que seu pai cavara, os quais seus inimigos fecharam enchendo-os de terra. Os servos de Isaque abriram outro poço, mas seus adversários contestaram. Abriram um segundo poço, e os opositores reclamaram novamente. Então Isaque simplesmente saiu dali e cavou um terceiro poço. Desta vez, os inimigos não se opuseram, mas o deixaram em paz. Pouco depois, Deus apareceu a Isaque e renovou suas promessas com ele. Isaque aprendeu que ter paz e viver em paz é mais importante do que fazer as coisas do modo que queremos.
c) Daniel, o profeta, foi lançado na cova dos leões, mas pôde dormir profundamente a noite toda, sem medo, porque confiou em Deus. Daniel aprendera que se ele confiasse em Deus em todas as circunstâncias, ele teria paz. O Salmo 91.15 dá-nos esta garantia, quando estamos em dificuldades: “Estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei”. Se reivindicarmos esta promessa, poderemos ter a paz que Daniel teve mesmo em tempos de intenso sofrimento ou dificuldade.
2. Exemplos do Novo Testamento.
a) Nosso Senhor Jesus é chamado o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) e o “Cordeiro de Deus” (Jo 1.29). O cordeiro ilustra um quadro de paz. Jesus é o Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo (Ap 13.8). A primeira mensagem pregada depois que Jesus nasceu foi de paz (Lc 2.14). Quando Jesus enviou os primeiros pregadores, ele os orientou a pregar a paz (Lc 10.5). O próprio Jesus é a nossa paz, e ele pregou a paz (Ef 2.14,17). Jesus pela cruz fez-se mediador entre Deus e os homens, fazendo a paz (1Tm 2.5). É, pois, inadmissível um crente brigão.
b) A igreja primitiva ilustra que o crescimento é um dos resultados da paz. É verdade que a igreja mais cresce em tempos de aflição; tempos de bonança vigiada oferecem oportunidade de recuperação de forças e expansão.
A igreja primitiva fez bom uso dos tempos de tranquilidade e paz (At 9.31). Reinando a paz no rebanho, ela compõe e reforça a comunhão, criando um laço indissolúvel entre os crentes.
c) As sete igrejas na Ásia foram saudadas com a expressão “Graça e paz” dirigida a todos os fiéis dessas igrejas (Ap 1.4). Graça e paz são qualidades básicas para a igreja: graça é a boa vontade do Pai para conosco e sua boa obra em nós; paz é a prova ou certeza de que esta graça foi dada. Não há verdadeira paz sem a graça de Deus, e onde há graça de Deus, a sua paz se segue.


CONCLUSÃO

Quando falamos de paz como fruto do Espírito, não estamos aludindo ao alívio momentâneo proporcionado em momentos de silêncio ao lado de um lago na montanha, ou à beira-mar, ou em outro lugar tranquilo.
Não estamos falando sobre a distração das diversões, que por pouco tempo tiram nosso pensamento dos problemas. Não temos em mente a paz oferecida no consultório de um psicólogo ou em tranquilizantes e drogas. Estamos nos referindo à paz que se desenvolve em nosso interior quando temos o Espírito Santo habitando em nós.

VOCABULÁRIO
Bonança: Calmaria: tranquilidade; sossego; paz.
Entrelaçado: Enlaçado uni no outro; unido.
Indissolúvel: Que não se pode separar; inseparável.
Intempérie: Mau tempo; dificuldade; adversidade.
Serenidade: Tranquilidade; paz; sossego.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

STANLEY, Charles. Paz: Um maravilhoso presente de Deus para você. CPAD, 2004.
LUCADO, Max. Graça para o momento. CPAD, 2004.



EXERCÍCIOS

1. Quais são os frutos da paz?
R. Vida espiritual e moral.

2. Quais termos estão entrelaçados à paz como vida espiritual?
R. Santidade. Justiça, alegria e confiança.

3. Quais são as três dimensões da paz?
R. Paz com Deus; paz de Deus; paz com os homens,

4. Cite três exemplos de pacificadores no Antigo Testamento.
R. Abraão, Isaque e Daniel.

5. Mencione dois exemplos no Novo Testamento onde podemos observar a paz.
R. O Senhor Jesus e a Igreja Primitiva.











AUXÍLIOS SUPLEMENTARES
Subsídio Devocional

“A Paz de Deus Transcende as Circunstâncias
A paz de Deus não é uma negação da realidade. Ele deseja que enfrentemos a realidade com a nossa fé e com uma paz duradoura em nossos corações. A paz de Deus também não é uma fuga da realidade. A paz é um alicerce em rocha firme e não importam as lágrimas que derramemos ou a dor que sintamos, lá no fundo sabemos com uma segurança permanente que Deus está conosco...
A Paz de Deus Excede todo o Entendimento
...A paz que nos é dada por Deus é algo que você não precisa necessariamente entender. Nem sempre conseguimos entender como ela opera em nossa vida.
...A paz de Deus opera em nós — ela opera em nós e nos está disponível — ela está muito além de nossa capacidade de compreendê-la.
A Paz de Deus Deve Ser um Estado de Espírito Permanente
...Os problemas podem chegar repentinamente e nos pegar desprevenidos. A nossa resposta imediata pode ser o pânico, a ansiedade e o medo. A figura da paz, no entanto, nos dá rapidamente uma força que cresce em nosso interior [...] Essa força é o próprio Espírito Santo, que fala de paz ao coração humano, assegurando ao crente: ‘Estou aqui. Ainda estou no comando. Nada está além do meu poder ou me foge ao conhecimento. Eu estou contigo. Não temas’.
Os servos de Deus não estão imunes às circunstâncias difíceis ou perturbadoras. A promessa que eles têm é a de que o Espírito Santo estará sempre presente para lhes ajudar, de modo que um problema não precise arrancá-los de sua base ou lançá-los em um redemoinho. Um problema poderá ser apenas um ‘pico’ em sua vida. A paz — profunda, genuína, dada por Deus — poderá ser o ‘padrão’ no qual você viverá o seu cotidiano.
Se você sente paz somente em situações ocasionais — por exemplo, somente nos finais de semana, nas férias ou em momentos de pausa em relação aos seus afazeres cotidianos — você está vivendo a sua vida de uma maneira diferente daquela que Deus pretendia. A vontade de Deus é que você sinta uma paz permanente em todo o tempo, uma paz que inclui a alegria e um sentimento de propósito em todas as áreas de sua vida — com os períodos de ansiedade ou de frustração sendo os ‘picos’ que ocasionalmente nos atingem em tempos de crise.
É claro e simples: uma alma perturbada não é o padrão desejado por Deus para a sua vida, mas sim um coração ancorado na paz” (STANLEY, Charles. Paz: um maravilhoso presente de Deus para você. RJ: CPAD, 2004, pp.34,35,37,40,41).