ALBERTO ARAÚJO é presbítero da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Cuiabá -MT, professor de EBD e Teologia, publicitário, blogueiro, varios cursos biblicos por diversos institutos e escolas de teologia e biblica do Brasil, entre elas, Academia de Pregadores, etc. teólogo preliminar pela FATEBOM/SP, teólogo básico e médio pela ETC, curso de gestão acadêmica pela UFMT, pós-graduado em Gestão Ambiental /UFMT, especialista em Gestão Pública /UFMT, Especialista em Politicas Públicas / UFMT.
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
O debate sobre o sabá: a guarda do sábado, o sétimo dia
O debate
sobre o sabá: a guarda do sábado, o sétimo dia
Corretamente entendido e observado, sabá[1] do
sétimo dia (sábado) é uma dádiva preciosa de Deus. Milhões de cristãos na minha
comunidade de fé o experimentam como tal. Na criação, “abençoou Deus o
dia sétimo e o santificou” (Gênesis 2.3); o mandamento do sabá ecoa, “o
SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êxodo 20.11).
O sabá é também o sinal escolhido por Deus
da criação e da redenção: “para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos
santifica” (Êxodo 31.13); assim, corretamente entendido e observado, o sabá
permanece como um antídoto perpétuo tanto para a teoria da evolução
naturalística como para o legalismo. Finalmente, o sabá é odia designado por
Deus para o descanso e o culto, “o sábado do descanso solene, santa
convocação” (Levítico 23.3). A Escritura nunca atribui nenhum desses
pronunciamentos sagrados, tampouco confere qualquer significado, a qualquer
outro dia da semana além do sabá do sétimo dia.
O Novo Testamento confirma os Dez Mandamentos,
incluindo o sabá do sétimo dia, como a vontade de Deus para o seu povo.
Referências e alusões aos Dez Mandamentos abundam no ministério de Jesus e no
restante do Novo Testamento (por exemplo, Mateus 5.17-19; Marcos 2.27-28;
7.9-13; 10.17-22; Lucas 23.56; Romanos 2.21-22; 7.7; 1Coríntios 6.9-11; Efésios
6.1-3; Hebreus 4.4; Tiago 2.10-12). Era o “costume” de Jesus e dos apóstolos
observar o sabá da maneira que seria esperada daqueles que acreditassem em sua
universalidade e permanência (Lucas 4.16; Atos 17.2). Jesus cumpriu a lei atribuindo
um significado mais profundo aos mandamentos, sem destruir a sua aplicação
original (Mateus 5.17-20; 11.28-12.8). O livro de Apocalipse é permeado de
alusões diretas e indiretas a, pelo menos, sete dos Dez Mandamentos, incluindo
o mandamento do sabá. João recebeu a sua visão no “dia do Senhor” (Apocalipse
1.10).
O Dia do Senhor é a designação da Escritura para o
sabá do sétimo dia: “o sábado do SENHOR, teu Deus” (Êxodo 20.10); “meus
sábados” (Levítico 19.3); “meu santo dia […] santo dia do SENHOR” (Isaías
58.13); o dia do qual Jesus se disse “senhor” (Lucas 6.5). Se Deus houvesse
dado essas designações ao domingo ou a qualquer outro dia, isso não seria
citado como evidência para a sua santidade e sua reivindicação exclusiva de ser
o “dia do Senhor”? A alusão, em Apocalipse 11.19, à entrega dos Dez Mandamentos
no Sinai sugere que as referências subsequentes aos “mandamentos de Deus”, os
quais o povo de Deus do último dia obedece em amor por meio da fé em Jesus,
incluem os Dez Mandamentos (12.17; 14.12). O apelo escatológico para que se
adore “aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (14.7)
toma linguagem emprestada diretamente do mandamento do sabá. A evidência
escriturística me parece clara e convincente de que os Dez Mandamentos,
inclusive o sabá do sétimo dia, são permanentes e universais.
O Novo Testamento jamais muda o mandamento do sabá.
As oito referências ao “primeiro dia” nos evangelhos se referem,
exclusivamente, ao próprio dia em que Jesus ressuscitou e apareceu aos crentes
para lhes assegurar que ele estava vivo, ou ao domingo imediatamente
subsequente, quando ele apareceu para convencer o duvidoso Tomé. Os intérpretes
que advogam a sacralidade do domingo baseados na referência de Atos 20.7 ao
partir do pão no primeiro dia precisam ignorar que os crentes primitivos
“partiam o pão” diariamente (2.46; 27.35). Renomados estudiosos de diversas
tradições protestantes (as referências estão citadas em meu ensaio no livro Perspectives on the Sabbath: Four Views [N.T.:
Sem tradução em português]):
·
Consideram que o apelo de 1Coríntios
16.1-2 acerca da “coleta para os santos” no domingo não tem relação com um
culto de adoração corporativa;
·
Apresentam evidências de que a
repreensão de Gálatas 4.8-11 quanto à observância de dias especiais se refere
aos dias sagrados pagãos, não ao sabá do Decálogo;
·
Ensinam que os “dias” sobre cuja
observância cada um deve ter “opinião bem definida em sua própria mente” se
referem aos dias judaicos de jejum (“assuntos controvertidos”, 14.1, NVI), e
não ao sabá do Decálogo;
·
Concluem que a referência a “dias de
sábado” (NVI) ou “sábados” (ARA) em Colossenses 2.16-17 não afasta a existência
de um sabá do Novo Testamento e apresentam forte evidência de que os sábados
sombrios dessa passagem, cuja substância veio em Cristo, são na verdade os
sábados cerimoniais do Antigo Testamento, e não o sabá do sétimo dia do
Decálogo (cf. Hebreus 10.1-4).
Os judaizantes certamente teriam resistido a
qualquer tentativa de mudar o sabá do Decálogo com ainda maior intensidade do
que lutaram contra a revelação do Espírito Santo de que a circuncisão, a qual
não era uma ordenança da criação nem um dos Dez Mandamentos, não mantinha nenhuma
significância espiritual na era do Novo Testamento (Atos 15). Mas nenhum traço
de semelhante controvérsia acerca do sabá existe em Atos ou no restante do Novo
Testamento. Muito pelo contrário: “A circuncisão, em si, não é nada; a
incircuncisão também nada é, mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus”
(1Coríntios 7.19).
Os dispensacionalistas sustentam que o sabá era
exclusivamente para Israel e passou juntamente com a antiga aliança. Se fosse o
caso, o mesmo seria verdade acerca dos outros nove mandamentos do Decálogo.
Mas, embora de fato Deus tenha escolhido o sabá como o sinal do pacto entre Si
mesmo e o “povo de Israel” (Êxodo 31.17), ele também estabeleceu a nova aliança
exclusivamente com “a casa de Israel”, a descendência espiritual de Abraão, todos
aqueles que “são da fé” (Hebreus 8.8, 10; Gálatas 3.7, 29; ver Isaías 56). Uma
vez que tanto a nova aliança quanto o sabá, o sinal da aliança de Deus, foram
dados a Israel, se o sabá se aplicasse exclusivamente a Israel, então o mesmo
ocorreria com a nova aliança. Contudo, assim como a nova aliança
especificamente firmada com a “casa de Israel” se aplica a todos aqueles que
“são da fé” (Gálatas 3.7), também o sabá – o “sinal” escolhido por Deus entre
Si mesmo e Israel – do mesmo modo se aplica, universal e permanentemente, a
todos aqueles que “são da fé”.
Hebreus 4.9 dispõe explicitamente: “Portanto, resta
um repouso [no grego, sabbatismos] para o povo de Deus”. Sabbatismos “denota
a observância ou a celebração do sabá” (A.T. Lincoln, From Sabbath to
the Lord’s Day, p. 213 [N.T.: publicado em português pela Editora Cultura
Cristã sob o título Do Shabbath para o Dia do Senhor]). Nunca na
Escritura a palavra sabbatismos ou o seu verbo cognato sabbatiz?se
referem ao domingo ou a alguma experiência espiritual nebulosa. O “descanso
sabático” que “resta […] para o povo de Deus” em Hebreus 4.9 é o sabá
instituído na criação, tal como explicitamente indicado apenas quatro
versículos antes (Hebreus 4.4, citando Gênesis 2.2): “E descansou Deus, no
sétimo dia, de todas as obras que fizera”.
Com efeito, Efésios 5 e Hebreus 4 tratam de modo
semelhante o casamento e o sabá do sétimo dia, ambos ordenanças da criação, ao:
·
Afirmarem sua origem na criação
(Efésios 5.31; Hebreus 4.4),
·
Atribuírem a cada um deles santidade
e significado mais profundos, com base no ministério expiatório de Jesus e na
sua relação com o crente (Efésios 5.32; Hebreus 4.6), e
·
Afirmarem a aplicação do casamento e
do sabá como ordenanças que permanecem no Novo Testamento (Efésios 5.33;
Hebreus 4.9).
O sabá do sétimo dia está indissoluvelmente ligado
a Jesus. Jesus, o arquiteto da criação (João 1.1-3), descansou no sétimo dia em
celebração à sua obra concluída (Gênesis 2.2) e, como o “Autor e Consumador da
fé” (Hebreus 12.2), descansou no túmulo no sabá entre a Sexta-feira Santa e o
Domingo de Páscoa, na consumação do seu ministério terreno de redenção (Lucas
23.52-24.2). Como a Rocha espiritual que acompanhava Israel em suas jornadas
(1Coríntios 10.4), Jesus anunciou os Dez Mandamentos ao seu povo (Deuteronômio
4.12-13), gravou-os em pedra com o seu dedo (êxodo 31.18) e os escreve no
coração do seu povo pelo seu Espírito, em cumprimento à promessa da sua nova
aliança (Deuteronômio 30.6, 11-14; Salmo 40.8).
Então, Jesus podia corretamente declarar-se o único
legítimo “Senhor até mesmo do sábado” (Marcos 2.28, NVI). Naquela mesma ocasião
ele declarou: “O sábado foi estabelecido [no grego, egeneto] por
causa do homem [anthropos]” (Marcos 2.27). Egeneto (literalmente,
“veio à existência”) ocorre vinte vezes na história da criação em Gênesis 1 e
três vezes em João 1.3, o que revela Jesus como o único por meio de quem todas
as coisas foram “estabelecidas” ou criadas.Anthropos é o termo
genérico grego para a humanidade. Assim, Jesus afirmou a origem criacional e o
caráter universal do próprio sabá do qual ele é Senhor.
Assim como Jesus é o foco da nossa adoração
sabática hoje, assim também ele o será na nova terra. Nos “novos céus e [na]
nova terra […] De uma lua nova a outra [seria melhor traduzir “de um mês a outro”;
para referências acadêmicas, ver Perspectives on the Sabbath:
Four Views] e de um sábado a outro, toda a humanidade
virá e se inclinará diante de mim, diz o Senhor” (Isaías 66.22-23, ênfase
acrescida). A referência aos “novos céus e nova terra” em Isaías 65-66 ecoa
Gênesis 1-2, vislumbrando a restauração por Deus da terra a condições edênicas.
No Éden e na nova terra:
·
Aos homens são dadas oportunidades
recompensadoras de trabalho (Gênesis 1.26, 28; 2.15; Isaías 65.21),
·
Aos animais são dadas plantas por
comida (não uns aos outros) (Gênesis 1.30; Isaías 65.25),
·
O sabá do sétimo dia é o tempo
designado por Deus para descanso e adoração (Gênesis 2.3; Isaías 66.23).
Assim, a observância do sabá do sétimo dia “resta
[…] para o povo de Deus” (Hebreus 4.9), de modo universal e permanente, como o
sinal da aliança e Deus com a sua igreja, demonstrando que ele é o nosso
Criador, o nosso verdadeiro descanso e o nosso Redentor – “para que saibais que
eu sou o SENHOR, que vos santifica” (Êxodo 31.13). Eu convido você a
experimentar o sabá do sétimo dia por si mesmo e ver se a variedade de
significados que Deus lhe atribui, assim como as bênçãos da comunhão com Deus
que ele oferece na sua observância, não enriquecerão a sua vida e aprofundarão
a sua caminhada com Jesus – o seu Criador, Redentor e Senhor.
[1] N.E.: Sabá é a transliteração em
português do termo em hebraico. Alguns textos usam sábado ou sabbath
(transliteração em inglês). Optamos por sabá por ser um termo em português e
distinto do dia da semana. Contudo, não se deve confundir com a rainha de Sabá
de 1 Reis 10:4.
Observação:
Este
artigo é parte da série “Sabá: O Debate Incansável”, na qual serão publicados
artigos defendendo diferentes posições para que nosso leitor tenha uma
compreensão mais abrangente sobre o assunto. Sendo assim, a postagem de uma
posição específica não indica o posicionamento oficial deste ministério. Veja a
lista de artigos sobre o assunto:
4.
O sabá realizado ( 02/fev)
5.
Sabá: um chamado para descansar em
Cristo (05/fev)
Para você leitor.
Caros leitores,
se você desejar fazer alguma pergunta, sobre temas biblicos e saudáveis, poderá faze-la.
Este veiculo de comunicação esta a sua disposição para esse serviço.
ALBERTO ARAÚJO
Editor deste blog cristão
se você desejar fazer alguma pergunta, sobre temas biblicos e saudáveis, poderá faze-la.
Este veiculo de comunicação esta a sua disposição para esse serviço.
ALBERTO ARAÚJO
Editor deste blog cristão
Carta de São Paulo aos Romanos por Rubem Martins Amorese
Carta
de São Paulo aos Romanos
por
Rubem
Martins Amorese
Introdução
A mais importante porção dos escritos apostólicos encontra-se, com toda a certeza, nas cartas do Apóstolo Paulo. As cartas apostólicas, como um todo, constituem-se num importantíssimo segmento do ensinamento neotestamentário, porque são um vasto celeiro de ensinamentos teológicos, doutrinários e morais. Marcam o momento em que a igreja sistematizou o conhecimento de Deus, até então expresso nos livros do Velho Testamento, e desenvolveu, inclusive a partir da nova ótica trazida por Jesus Cristo, uma nova compreensão da forma como deveria relacionar-se com o Pai. Surge, nesse período, de forma mais clara e didática, a doutrina da Trindade, os temas do amor de Deus, do chamado dos gentios, da salvação pela fé em Jesus Cristo, da ressurreição dos mortos, da vida eterna e tantos outros.
As cartas de Paulo, por seu turno,
compreendem mais da metade de todo esse legado da igreja primitiva, e estão
entre os mais importantes documentos que nos têm chegado às mãos.
Na sua grande maioria, tratam-se de
escritos ocasionais, ou seja, nasceram da necessidade sentida pelo Apóstolo de
intervir em alguma situação eclesiástica, onde não poderia fazê-lo
pessoalmente. Ora, apresentava-se o caso de dirimir dúvidas doutrinárias, ora
apaziguavam-se litígios, ora recomendavam-se ações, providências e posturas a
discípulos, ou mesmo apresentava-se a compreensão que o Apóstolo tinha do plano
salvífico de Deus, como forma de apresentação pessoal, anteriormente a uma
visita.
Paulo não escrevia de seu próprio
punho, conforme era costume dos escritores antigos. Antes, ditava-as a um
amanuense de sua confiança. Ao final, apensava o Apóstolo, suas saudações
finais, de punho próprio.
Dentre as cartas de Paulo, certamente,
a Carta aos Romanos ocupa lugar de destaque. Alguém já a chamou de “evangelho
dentro do evangelho”, dado à forma linear, sistemática, profunda e completa
pela qual seu autor expõe sua compreensão do plano da salvação.
Autoria
A autoria de Paulo da carta aos Romanos
é universalmente aceita, não existindo contestação relevante, seja do ponto de
vista documental, seja da alta crítica. Não somente ela vem declarada na sua
costumeira saudação (cf. 1:1) como vem amparada por fatos históricos, tais como
sua pretensão de ir a Roma (1:15, 15:24) em caminho para a Espanha, ou a
referência à coleta feita em favor da igrejas empobrecidas de Jerusalém (15:
26-33), como ainda por referências próprias características, tais como a de ser
apóstolo entre os gentios (cf. 15: 16; Ef 3:7,8; Cl 1:27; Gal 1:16).
Acresce-se, ainda a esses elementos, referências a pessoas de conhecimento
comum, tais como Febe, Priscila e Áquila e Timóteo, que se tornam elo
importante entre o escritor e os destinatários.
Data
Estima-se que este texto tenha sido
escrito no inverno de 57-58 d.C., estando Paulo em Corinto, na casa de seu
amigo Gaio, ao final de sua terceira viagem missionária aos territórios que
margeiam o Mar Egeu e às vésperas de partir para Jerusalém, levando a oferta
para os crentes pobres (15:22-27). O portador é uma senhora chamada Febe, de
Cencréia, subúrbio de Corinto, que estava de saída para Roma (16: 1-2). Como
não havia serviço postal particular no Império Romano da época, as cartas eram
enviadas por viajantes de confiança.
Destinatários
Entendendo que concluíra seu trabalho
evangelístico na região da Galácia, da Macedônia, da Acaia e da Ásia, com a
fundação e estabelecimento de muitas igrejas; e entregues essas a seus pastores
e líderes, Paulo planeja ampliar seu horizonte de evangelização. Queria campos
novos para evangelizar para Cristo. Não querendo “edificar sobre fundamento
alheio” (Rm 15:20), decidiu ir à Espanha, a mais antiga colônia romana do
Ocidente. Mas a ida à Espanha também lhe daria a oportunidade de realizar um
antigo sonho. Como cidadão romano, por direito de nascença (At. 22:28) ele
ainda não conhecia Roma. Seria, então unir o útil ao agradável, passar por
Roma, em seu caminho para a Espanha.
Seu objetivo era preparar os cristãos de
Roma para sua chegada. O núcleo dessa igreja formara-se, provavelmente, dos
romanos que haviam estado em Jerusalém no dia de Pentecostes (At. 2:10). Nesse
período de 28 anos a igreja cresceu, com cristãos provindos de vários lugares,
sendo alguns deles amigos e discípulos de Paulo. A carta serve, portanto, como
uma carta de apresentação, na qual o Apóstolo expõe, de forma sistemática sua
compreensão do evangelho de Cristo, do qual se chamava apóstolo. Ele não
chegará a Roma senão três anos depois de sua famosa carta.
Há boas razões para crer que esta carta
tenha sido enviada a outras igrejas, além de Roma. Uma delas está na forma como
termina o capítulo 15, fazendo crer que havia uma versão onde não constava o
capítulo 16, pelo fato de este referir-se a pessoas conhecidas e tratar de
assuntos bem particulares.
A Mensagem
O texto desta surpreendente epístola
nos apresenta, de forma progressiva, a compreensão que seu autor tem da
expressão de Habacuque 2:4: “O justo viverá pela sua fé”. Apresentando de outra
forma esta expressão-chave, redigi-la-íamos, de forma livre, assim: “aquele que
pela fé é justificado, terá vida eterna”. A Bíblia na Linguagem de Hoje fornece
a seguinte tradução: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”.
A carta de Paulo aos Romanos, como um
todo, pode ser dividida nas duas partes: uma parte doutrinária (capítulos 1 a
11) e outra prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte doutrinária, Paulo
desenvolve de forma soberba seu tema introdutório, deixando para a parte
prática recomendações de santidade. Essa primeira parte, divide-a ele em dois
segmentos. O primeiro, trata da iniciativa de Deus em relação à redenção humana
(“aquele que pela fé é justificado)”, onde desenvolve os temas da justiça de
Deus em condenar o pecador, da indesculpabilidade humana, da justificação do
pecador e da aceitabilidade do homem diante de Deus, através da fé. O segundo
segmento, (“viverá”), fala da vida prometida aos justificados por Deus,
incluindo aí as expectativas de Deus quanto à resposta humana à sua iniciativa
de amor.
Para desenvolver sua primeira parte do
argumento, Paulo mostra que todos os homens precisam de salvação, porque,
judeus ou não-judeus, todos são pecadores diante de Deus. Nesse movimento de
raciocínio, o Apóstolo demonstra que tanto os homens depravados quanto os
moralistas ou mesmo os religiosos são culpados diante de Deus. Uns pecaram sem
conhecer a lei de Deus, e serão julgados de forma condizente; outros pecaram
contra a lei de Deus, e serão julgados mediante a mesma. Dessa forma, Paulo
conclui que “não há justo, nem sequer um” (3:10). Assim, se alguém tiver que
ser justificado diante de Deus, não o será por meio de obras, mas tão somente
pela sua graça, que é capaz de tornar justo o ímpio. Desta forma, Deus é
apresentado como justo e justificador daquele que crê em Jesus.
Segue-se, ainda na parte doutrinária,
uma exposição do poder de Deus em santificar o crente (capítulos 5 a 8) onde
apresenta os temas da paz com Deus, da união com Cristo, da libertação do
domínio da lei, da vida no Espírito e da vitória pelo Deus da graça.
Abre-se, então, um parêntesis no veio
principal da argumentação do autor, onde se apresentam temas difíceis,
relacionados à justiça de Deus na história humana (capítulos 9 a 11). Nesse
parêntesis Paulo trata, com exemplos da história de Israel, da questão da
soberania Divina, em contraposição à liberdade e responsabilidades humanas,
colocando frente-à-frente, sem resolvê-los, temas aparentemente contraditórios
e inconciliáveis como um Deus soberano que, todavia, responsabiliza o homem por
seu mau caminho. Deixa, contudo, uma luz final, dizendo que o propósito final
do Altíssimo é o de “usar de misericórdia para com todos” (11:32).
Segue-se a parte prática da carta que,
iniciando no capítulo 12, segue até ao final, com recomendações à santidade e
obediência na vida diária coletiva e individual. Nesta parte, após uma
introdução na qual apela por consagração integral do cristão (12:1, 2),
desenvolve recomendações de que o cristão se faça servo, seja no uso adequado
dos dons, seja no uso do amor que vence o mal (12:3-21); de que o cristão se
porte adequadamente como cidadão (13:1-14); de que o cristão manifeste sua
salvação junto à igreja, seja no manejo da liberdade, seja no uso do amor
altruísta (14:1-15:21).
Comentário
Capítulo 1
Exegese
1 Servo - Escravo. O
termo tem conotações chocantes para a cultura da época. Dizer-se servo de
alguém, trazia conotações muito fortes do contexto escravocrata em que viviam.
Quer dizer que Paulo está inteiramente à disposição de seu Senhor, para
atendê-lo a qualquer hora, em qualquer circunstância.
Apóstolo - Embora o termo se aplique àqueles que
estiveram pessoalmente com Jesus, Paulo se considerava apóstolo, por ter estado
com ele no caminho de Damasco (cf. At. 9) e ter ouvido diretamente dele muitos
dos ensinamentos que está apresentando (Gal 1:1 e Gal 1:16).
1-7 Esta longa saudação pode ser
resumida, em sua formalidade a: “Paulo, a todos os romanos: graça e paz.” No
entanto, o autor aproveita para desenvolver cada termo usado, no sentido de
apresentar-se como apóstolo, e apresentar aquele de quem se diz servo. Não
bastando sua auto-apresentação, desenvolve, também, a segunda parte da
saudação, falando sobre o chamado à santidade daqueles que recebem a graça do
Pai e a paz do Filho.
8-15 Neste intróito, o autor apresenta
seu anseio em estar com os irmãos de Roma. Manifesta humildade, ao dizer que
pretende trocar experiências e conforto espiritual recíproco.
16-17 A forma negativa “não me
envergonho” pode ser entendida como “tenho orgulho” do evangelho. Porque: (1) é
por onde o poder de Deus se revela para salvação de todo (judeu e grego,
portanto, todos nós) aquele que crê, e (2) revela o modo e o caminho concebido
por Deus (a fé) para tornar ímpios — judeu e grego, portanto, todos nós —
reconciliados com Deus (justos).
17 Justo, aqui, significa, na forma
forense de pensar do judeu, alguém que está quites perante um juiz hipotético.
Alguém cujas relações com Deus estão corretas.
Homilética
O Evangelho não Envergonha - Rm 1:16,17.
1. Porque é poder de Deus
1. Porque é poder de Deus
para salvação do judeu
para salvação do grego
para salvação de todos nós
para salvação do grego
para salvação de todos nós
2. Porque revela o modo concebido por
Deus para nos salvar
não é o nosso modo de nos salvar
não aceita outras modalidades inventadas pelos homens
não aceita outras modalidades inventadas pelos homens
3. Porque revela a justiça de Deus em
relação a nós, judeus e gregos
a justiça de Deus em nos condenar
a justiça de Deus em nos justificar mediante a fé
a justiça de Deus em nos justificar mediante a fé
O evangelho não envergonha porque
revela um Deus justo e justificador.
18 No verso 17, a justiça de Deus se
revela no evangelho. Aqui, a ira de Deus se revela do céu, ou seja, nos fatos
da experiência humana. Schiller dizia que “a história do mundo é o juízo do
mundo”.
19 - 31 A condenação dos homens
rebeldes a Deus fica patente quando, na sua arrogância, rechaçam todas as
oportunidades de conhecê-lo e reconhecê-lo como Deus, oportunidades essas
fornecidas por ele próprio, e preferem suas próprias iniciativas redentivas. A
conseqüência dessa atitude é que perdem o rumo e ficam ao sabor dos caprichos
de seus corações, que os conduzem a um estado de embrutecimento tal que passam
a adorar aves, quadrúpedes e répteis, entregando, inclusive, seus destinos nas
mãos de astros e objetos. Esse descaminho os leva à progressiva degradação
moral, de forma que eles já não têm uma mente capaz de perceber sua própria
corrupção.
21 Nem lhe deram graças. Um dos
sintomas do afastamento de Deus é a incapacidade de reconhecer nele a autoria
das bênçãos. Tornam-se esses arrogantes e autônomos. Seu coração se obscurece.
22 Distante de Deus, o homem tem a
tendência de se achar sábio, sem perceber sua loucura.
23 Da adoração do Deus eterno, passam a
servir a objetos, astros, e até mesmo a répteis, e não se dão conta do ridículo
dessa situação. Acham que isso é sabedoria.
24 Entregou. Afastou-se. Deixou que os
fatos sigam seu curso. C.S.Lewis [1] disse uma vez que “os perdidos gozam para
sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e portanto estão escravizados
por si mesmos”.
Capítulo 2
Exegese
1-16 Paulo utiliza, aqui, o estilo de
diatribe, no qual responde a objeções de um interlocutor imaginario. Esse
interlocutor, que bem poderia ser o moralista Sêneca, estóico, tutor de Nero,
que diria: — eu também desaprovo esse tipo de pessoa que você acaba de
descrever! Você não deve achar que todos os homens são assim. Nesse momento o
autor vai demonstrar que mesmo os homens mais éticos estabelecem regras e
normas que não podem cumprir. Com essa argumentação, derruba a possível
alegação de que Deus teria expectativas exageradas e impossíveis de ser
correspondidas.
Indesculpável. Ao condenar (ou mesmo aprovar) um ato ou atitude
de outra pessoa, criamos, inevitavelmente, um padrão, um referencial. Se não
formos capazes de coerência com esses padrões, condenamo-nos a nós mesmos pelos
padrões que criamos. Por isso, o homem seria indesculpável diante de Deus (e de
si mesmo), mesmo que nunca tivesse lido sequer um verso bíblico.
4 Não há escapatória do justo juízo de
Deus, senão lançando mão de sua bondade e misericórdia, mediante humilde
contrição e arrependimento.
5-11 Dureza de coração. Paulo usa uma
linguagem duríssima contra os soberbos e orgulhosos, porque sabe que são
atitudes de difícil trato. Na verdade, a soberba não tem perdão porque jamais o
pede. Talvez por isso Jesus tenha iniciado seu sermão do monte dizendo que o
Reino dos Céus pertence aos humildes de espírito. Talvez por isso Jesus tenha
condenado o fariseu de Lucas 18: 9-14.
12 O termo “lei”, aqui, refere-se,
certamente, à lei de Moisés. Paulo está dizendo que os homens serão julgados de
acordo com a luz que tiveram, ou seja, Deus que conhece os corações e as
consciências há de julgar os homens pela forma como reagiram às situações
morais, considerando as condições de que dispunham.
13-16 Estabelecido o princípio, o autor
passa a aplicá-lo, demonstrando que Deus julgará a cada um a partir da “lei”
que cumpriram ou transgrediram. Vale lembrar que o argumento central de Paulo é
que, conquanto Deus julgue os homens por critérios diferentes — o que o faz
justo diante do judeu e tambem do gentio —, todos eles terminam
“indesculpáveis” (cf. 2:1), por absoluta incapacidade de cumprir qualquer tipo
de lei, seja a de Moisés, seja a de suas consciências.
17-29 Sobrenome judeu. A
responsabilidade aumenta para aquele que conhece a vontade de Deus, as
Escrituras, e se tem como mestre, porque Deus sonda os corações, e sabe quando
há falsidade.
28, 29 Judeu. O termo pode
muito bem ser traduzido como “cristão”. Circuncisão da carne, no caso, seria
traduzido como obediência exterior à Palavra de Deus.
29 Circuncisão do coração.
Em contraposição à soberba apontada no verso 4, o autor propõe um coração
humilde e contrito, dócil ao Espírito de Deus. Davi demonstra compreender isso
bem, ao dizer: “coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus”. (Sl.
51: 17)
Homilética
A Justiça de Deus (Rm. 1 e 2)
1. Revela-se na condenação do pecador
que não é capaz de reconhecê-lo como Deus (v. 1:
21)
que não lhe dá graças (v. 1: 21)
que prefere adorar ao réptil (v. 1:23)
que não lhe dá graças (v. 1: 21)
que prefere adorar ao réptil (v. 1:23)
2. Revela-se na condenação do moralista
que condena os que erram (v 2: 1)
que estabelece padrões que não pode cumprir (2:3)
que por soberba, rejeita a graça de Deus (v. 2: 5)
que estabelece padrões que não pode cumprir (2:3)
que por soberba, rejeita a graça de Deus (v. 2: 5)
3. Revela-se na condenação do religioso
que tem orgulho da lei mas não a cumpre (v. 2: 13)
4. Revela-se na salvação daquele que se
arrepende (v. 2:4; 3:24)
tornando justo o ímpio (v. 4: 5)
Capítulo 3
Exegese
1-8 Paulo trabalha com a figura de um
interlocutor imaginário, que lhe faz perguntas e objeções, para as quais ele
apresenta suas respostas. Isso torna seu texto mais didático naqueles aspectos
em que a igreja de Roma, composta por um grande contingente de judeus, poderia
ficar confusa em relação á doutrina que e expõe.
5-8 Não é incomum este tipo de
argumentação absurda, mesmo hoje em dia: se eu coopero com Deus, por que sou
condenado? Cada um faz sua parte: eu cuido da parte do pecado; e Deus, da parte
do perdão. Eu peco e Deus perdoa. Somos uma sociedade perfeita. Então, porque
ele vai querer me condenar?
8 Aqui aparece o motivo desse
parênteses na argumentação de Paulo: ele ouvira o boato de que ele estaria
afirmando exatamente o argumento acima: façamos o mal, para que o perdão de
Deus apareça em todo o seu esplendor. Esse cinismo será julgado por Deus,
conclui o Apóstolo.
9 O fato de ser judeu não traz nenhuma
vantagem, do ponto de vista da justiça de Deus, porque estes pecaram, da mesma
forma que os gentios.
19, 20 Poderia haver a tendência de se
imaginar que as citações dos versos 10 a 18 se referissem apenas aos ímpios.
Por isso, o autor esclarece que, como as citações são retiradas das escrituras
judaicas, aplicam-se, com maior razão ao se público original. O que está
escrito na lei, aplica-se ao povo da lei.
20 Ninguém será considerado justo por
Deus, a partir de méritos pessoais. Nada que façamos, a não ser a aceitação da
graça de Deus, pode nos comprar a absolvição de Deus (Gal 2:16)
21 Repare que Paulo está dizendo que a
forma pela qual Deus exerce sua justiça não é uma novidade; já era conhecida
dos antigos (“pela lei e pelos profetas”).
22 Justiça de Deus. A
expressão aparece, aqui, como o mecanismo pelo qual Deus torna o pecador justo:
“pela fé em Jesus Cristo”.
23-26 Este é o clímax da argumentação
que Paulo vem desenvolvendo desde o capítulo primeiro: Deus é justo ao condenar
o pecado, seja de quem for, e é justo, no sentido de justificar o pecador,
através da redenção que há em seu Filho. A justiça de Deus aparece, então, com
dois significados: a qualidade moral de ser justo e o processo por ele
concebido de tornar justo o ímpio.
27-31 Paulo conclui seu argumento com
um fecho forte para os seus patrícios judeus: a lei da fé (27) produz um efeito
igualador entre todos os homens. Todos estão igualados como pedacores e
devedores diante de Deus (v. 20, 23); não há espaço para o orgulho (jactância,
no 27); não há espaço para discriminações raciais, ou de qualquer outra
natureza (29, 30); e isso tudo não anula a lei conhecida pelos judeus; ao
contrário, confirma-a.
Capítulo 4
Exegese
1-5 No verso 21 do capítulo 3, Paulo
afirma que o processo de salvação, concebido por Deus, independentemente da
lei, já era conhecida no Velho Testamento (lei e profetas). Para demonstrar
esse argumento, ele escolhe alguém que, se pudesse ser justificado por obras, o
seria, com toda certeza: Abraão. Ora, diz o Autor, se Abraão foi justificado
por alguma coisa boa que tenha feito, isso deve ser motivo de orgulho para ele,
porque sua justificação seria uma espécie de pagamento a que teria direito. Mas
não é — conclui Paulo — porque a Escritura diz que Abraão foi justificado pela
fé, e não pelas obras.
6-8 Precisamos de mais um exemplo de
que a justificação sempre foi obtida pela fé? Então escolhamos outro que teria
todas as condições de obtê-la por obras: Davi, que foi considerado um homem
“segundo o coração de Deus” Paulo, então, demonstra que Davi também confiava na
graça de Deus para sua justificação.
9-12 Paulo volta a Abraão para
demonstrar que não há ligação entre a circuncisão (sinal da lei) e a
justificação. Faz isto, lembrando que o Patriarca foi justificado pela fé,
muito antes de ter recebido o sinal da circuncisão. Na verdade, aquele rito foi
conseqüência, selo da fé, e não causa (cf. 11).
13 Justiça da fé. Refere-se
ao processo justificador daquele que não confia nas suas próprias capacidades,
mas sim naquele que torna justo ao ímpio (v. 5).
22 Imputado. Pode ser
entendido como a figura de um depósito em conta. Isso lhe foi creditado como
condição justificadora. Quer dizer que essa fé foi levada em conta (v. 25) por
Deus .
25 Por causa...justificação.
Encerra-se, aqui, o argumento contido na primeira parte do tema apresentado em
1:17: “aquele que pela fé é justo...viverá”. Esse argumento visou demonstrar a
justiça de Deus, também como um processo por ele proposto para a justificação
do pecador: Por um lado, sua justiça condena o pecado; por outro, ela se
derrama em graça e torna justo o pecador, mediante a fé em Jesus Cristo.
Homilética
A Justificação pela Fé
A Justificação pela Fé
1. Não há obras que nos tornem quites
de Deus (3: 20)
2. Não há nacionalidade que nos tornem quites de Deus (3:29)
3. Não há rito que nos tornem quites de Deus (4:10)
4. Não há herança espiritual que nos tornem quites de Deus (4:14)
5. Perdão: há uma obra, há uma nacionalidade, há um rito, há uma herança: a que provém da fé (4: 11,12)
2. Não há nacionalidade que nos tornem quites de Deus (3:29)
3. Não há rito que nos tornem quites de Deus (4:10)
4. Não há herança espiritual que nos tornem quites de Deus (4:14)
5. Perdão: há uma obra, há uma nacionalidade, há um rito, há uma herança: a que provém da fé (4: 11,12)
Capítulo 5
Exegese
1 Justificados. Inicia-se, agora, a
segunda parte do tema da justificação: “viverá”. O Apóstolo vai descrever as
implicações da justificação, ou seja, como é a vida prometida aos justificados
pela fé.
Paz com Deus. Essa é a primeira e principal conseqüência da
salvação obtida por intermédio de Jesus.
2 Esperança. Uma segunda
conseqüência da justificação é a esperança. Sem ela, o homem se embrutece e se
perde na escuridão de suas dores e problemas.
Da glória. Refere-se à esperança de recuperarmos, um dia, a
glória perdida com a queda.
3 Gloriemos, ou gloriamos.
Exultamos (“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se
necessário, sejais contristados por várias provações... cf. 1Pe 1:6-8)
3-5 Note que esses versículos falam de
uma capacidade de exultar (gloriar-se) no sofrimento (tribulação), a partir da
compreensão de que este, quando recebido piedosamente, produz resultados
positivos: resistência (perseverança), experiência (um espírito forjado) e, de
novo, esperança, sendo que esta esperança, assim adquirida, não haverá de nos
decepcionar.
5 A esperança não confunde.
Essa expressão é repetida em Rm 9:33 e 10:11, e tem o sentido de não produzir
decepção, ou vergonha, por causa da fidelidade de Deus. Quando a esperança é
infundida nos corações pelo Espírito de Deus, e se manifesta em amor, não
haverá decepção.
8 Seu próprio amor. A
capacidade de se dar por alguém revela um amor que tem a marca da divindade. No
entanto, essa marca do Criador é plena e completa em Cristo, e se tornou
visível e patente quando ele se deu por inimigos (cf. 10 e Col 1: 21s.)
9 Salvos da ira. Paulo
procura transcender a idéia legalista da justificação. Não se trata — afirmaria
ele — apenas de ser considerado quites de Deus; trata-se de tornar-se seu
amigo, seu filho. Trata-se de passar a ver Deus como alguém com quem se pode
desenvolver uma relação afetiva e íntima.
11 Reconciliação. Esta é a
palavra chave de todo esse processo. A expressão muito mais, que aparece
profusa e propositalmente em todo este capítulo, aqui, tem sua função: é muito
mais que perdão, é muito mais que justificação, é muito
mais que salvação: é reconciliação com Deus (V. 2Co
5:18-21).
12-15 Portanto...todavia. O
autor inicia, agora um longo e lindo argumento no qual estabelece duas
solidariedades, valendo-se da expressão que já começara a usar: “muito mais”.
No primeiro lado da comparação, estebelece ele uma solidariedade com o primeiro
Adão; no segundo lado, a solidariedade com o segundo Adão: Jesus. A expressão
“muito mais” é usada para demonstrar a superioridade da segunda solidariedade.
Na primeira, fomos feitos ofensa a Deus (v. 15); na segunda, justificação (16).
16 Repare que neste momento da
comparação, a condenação vem de somente uma ofensa, a de Adão; mas a graça
provém de muitas ofensas, ofensas essas dirigidas ao segundo Adão: Jesus
Cristo. Ao invés de propor a compensação ao pecado de Adão com obediência de
Cristo (v. 19), prefere mostrar que houve expiação, ou seja, toda a ofensa do
primeiro Adão foi jogada de volta sobre o segundo.
20 Avultasse a ofensa. A
lei funciona, aqui, como um revelador do pecado. Quando ela diz: “não faça
isto”, o ato de fazê-lo se torna muito mais visível. No entanto, a visibilidade
do pecado traz consigo a visibilidade da graça (superabundou).
Homilética
Muito Mais em Cristo (Rm 5)
1. Se no primeiro Adão recebemos
condenação
No segundo, temos muito mais - salvação (v. 9)
2. Se no primeiro Adão recebemos
inimizade,
No segundo, temos muito mais - reconciliação (v.
10)
3. Se no primeiro Adão recebemos
ofensa,
No segundo, temos muito mais - graça
4. Se no primeiro Adão recebemos a
morte
No segundo, temos muito mais - vida (v. 17)
Capítulo 6
Exegese
Se o capítulo 5 aceita o título
genérico de “paz com Deus”, o capítulo 6 fala de “união com Cristo”, que pode
dividir-se em dois subtemas: aquele que trata de nossa ressurreição com
Cristo (1-14) e o de nossa escravatura de Deus (15-23).
1 Retoma-se, aqui, o argumento cínico,
já tratado pelo autor, no capítulo 3: 1-8. Ou seja, se um pecado mais grave
produz uma graça maior (abundante), “colaboremos” com Deus, fazendo a nossa
parte: pecando.
2-10 Este texto traz a idéia de uma solidariedade
(cf. cap. 5) e uma identificação tais que a união com Cristo na sua morte, faz
com que se aplique à nossa vida, pela fé, o aconteceu com ele. Temos, então,
uma solidariedade dupla: Cristo se identificando conosco, para receber nosso
castigo; e nós, pela fé, nos identificando com ele, para sofrer sua morte e
receber sua ressurreição.
11 Considerai-vos. Embora
nossa morte com Cristo seja descrita como um fato consumado, mediante a nossa
fé, há a necessidade de que nos apropriemos dessa verdade, a cada dia. O
primeiro segmento da argumentação deste capítulo (v. 1-10) descreve algo;
o segundo (v. 11-14) prescreve uma resposta.
14 Domínio. Note que
domínio é diferente de influência. Somos atingidos e influenciados pelo pecado,
mas não somos mais seus escravos como antigamente (v. 6).
16-23 Escravos. Paulo usa
expressões radicais para dizer que ninguém é absolutamente autônomo, ninguém
vive sem um senhor. A questão é saber escolher aquele a quem servir. Nestes
versos o autor aponta os resultados dessa escolha. Se somos servos do pecado, o
resultado é a morte; se escolhemos servir a Deus (v. 22) o resultado é a vida
eterna.
Homilética
Os Dois Senhores
1. Há dois senhores sobre nossa vida
(16)
1.1. Não podemos servir aos dois
1.2. Não podemos deixar de servir a um deles
1.2. Não podemos deixar de servir a um deles
2. Um, é senhor natural, porque vem
escondido na nossa natureza (16)
3. Outro, é senhor opcional, porque nos oferecemos como servos a ele (16, 19)
4. O primeiro nos faz colher tristezas e vergonhas e finalmente a morte (21)
5. O segundo nos oferece um dom gratuito: a vida eterna (23)
3. Outro, é senhor opcional, porque nos oferecemos como servos a ele (16, 19)
4. O primeiro nos faz colher tristezas e vergonhas e finalmente a morte (21)
5. O segundo nos oferece um dom gratuito: a vida eterna (23)
Capítulo 7
Exegese
O capítulo 7 todo trata do tema da
libertação do domínio da Lei. O argumento principal é que aquele que morreu
para a lei já não precisa servi-la como escravo.
1-6 Paulo trabalha neste segmento com
uma analogia, extraída do casamento. Ele diz que o casal está ligado um ao
outro pelos laços do casamento. No entanto, se um dos dois morre, essa
obrigação desaparece. Ora, a nossa morte, juntamente com Cristo, nos liberta da
servidão à lei da carne e do pecado, para servirmos a outro senhor, a saber, a
Deus.
9 Sem lei eu vivia. Paulo
está falando no sentido figurado, como uma pessoa que tenha vivido antes de
Moisés. Se fôssemos tomar a afirmação ao pé da letra, teríamos que aceitar
também a expressão “e eu morri”. Seu argumento é que não havendo a lei (cf. 5:
13), o pecado não aparece, porque a transgressão não é visível. Mas quando
surgiu o mandamento, então minha condição de pecador se revelou com clareza.
12-13 A lei é santa. O
argumento é que, conquanto tenha a capacidade de me condenar, a lei é boa,
porque revela o pecado que há em nós. Sem ela, nosso pecado permaneceria
oculto.
15-24 Não faço o que prefiro.
O Apóstolo está falando como quem está debaixo do domínio do pecado. Ele mesmo
já nos advertiu, no entanto, de que não devemos permitir que o pecado reine
sobre nós: “não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal” (cf. 6:12).
Mais ainda: ele diz que o pecado já não tem qualquer domínio sobre nós (cf. 6:
14). É muito importante entender este aspecto, pois muitos usam dessa desculpa
para seu pecado: “se o próprio Apóstolo Paulo dizia que não tinha controle
sobre o pecado, quem sou eu para fazer melhor?”: Mas o Apóstolo, nos capítulos
6 e 7 está dizendo coisa diferente. Diz que fomos completamente libertos do
pecado (cf. 6:18). Na verdade, ele está descrevendo o conflito que resta entre
a antiga natureza, que ainda tem algum poder sobre nossa vida, e a nova,
trazida por Cristo. Essa antiga natureza produz rebelião e toda sorte de atos
ofensivos a Deus. Contudo, ela nos envergonha e entristece, porque já não a
reconhecemos como parte de nós (v. 20). A santificação consiste, portanto, em
mortificar aqueles feitos do corpo (v. 8:13).
25 Graças... por Jesus Cristo.
Este é o fecho de todo o argumento. Não fosse pelo pagamento pleno da Cruz, eu
estaria ainda debaixo da lei que me condena. Mas essa lei já não pode me cobrar
a dívida do pecado, porque o resgate foi todo quitado (cf. 8:1).
Capítulo 8
Exegese
O capítulo 8 todo trata do tema da vida
no Espírito. Esse Espírito nos liberta do domínio do pecado , nos dá vida, por
meio da sua habitação em nós, testifica em nossos corações nossa filiação do
Pai, garante nossa herança com Deus e assiste-nos em nossas fraquezas.
1 Nenhuma condenação.
Coerentemente com o tema do capítulo anterior (aqui trazido com o termo pois),
o crente, mesmo que ainda lute contra a carne, que ainda não foi abolida de
todo, já não pode ser condenado, pois está em Cristo.
2-3 A lei tinha a propriedade de
mostrar o pecado, mas não era capaz de nos livrar dele. Já a lei do Espírito,
nos conduz para longe do pecado que no íntimo detestamos.
5-8 Agora, pela graça do Espírito de
Deus, podemos escolher pender para um lado ou para outro, livremente. Se nos
inclinamos para a carne, fazemo-nos inimigos de Deus. Se pendemos para o
Espírito, apagamos as influências da carne.
9 Estar na carne. Aqueles
que se inclinam para a carne, uma vez libertos dela, desprezam o espírito do
próprio Cristo, razão porque não podem ser considerados seus. Agora já não se
trata do efeito da carne sobre nossas vidas, como no capítulo 7, mas de uma
posição minha. Ou eu caminho na direção do Espírito, ou abro mão dele e me
torno inimigo de Deus. Não há meio-termo.
14 Filhos. O Espírito que
em nós habita nos faz filhos de Deus.
16 Esse próprio Espírito, junto com
nosso espírito, nos assegura que somos filhos de Deus. Isso porque percebemos
interiormente uma grande harmonia entre o que desejamos ser e a própria
natureza santa de Deus. No nosso espírito já não há conflito, como antigamente.
São vontades que se harmonizam.
23 Paulo volta ao tema da tarefa
inacabada. Ainda gememos, por vivermos sujeitos à imperfeição. Aguardamos a
glorificação de nosso corpo. Alguém disse que a glorificação é a santificação
consumada, e a santificação é a glorificação incompleta.
26 Enquanto não se consuma nossa
glorificação, o mesmo Espírito de Deus nos assiste, ajudando-nos a superar as
barreiras que encontramos pelo caminho. Isso nos indica que a luta ainda não
terminou em nossa vida. Precisamos, portanto, de ajuda.
29-30 O alvo de todo o processo de
santificação daqueles que se lançaram na vida do Espírito, através de Cristo, é
a própria imagem de Jesus. Nosso padrão de perfeição está, aqui, apresentado:
Jesus. Então, ele será o irmão mais velho.
30 Segue-se um resumo de todo o
argumento, pela ordem que Paulo quer dar aos fatos e processos: a predestinação
para seremos como Jesus, o chamado, a justificação, e a glorificação, que está
no tempo pretérito profético, porque é visto do ponto de vista da eternidade.
36-37 Fomos considerados.
Vale a pena atentar para o fato de que somos tão mais super-vencedores quanto
mais ovelhas de matadouro nos tornarmos. Essa é a imagem de nosso Senhor (cf.
Is. 53:7). É uma questão de ponto de vista. Aqueles que nos julgam pelos
padrões deste mundo, nos vêem como ovelhas. Mas Deus nos vê como
super-campeões.
Capítulo 9
Exegese
Caps 9-11 Os capítulos 9 -11
normalmente parecem dispensáveis na argumentação desta carta. De fato, ao
chegar ao ponto de demonstrar a plenitude de vida por Deus preparada no
Espírito para aqueles que são de Cristo, restariam as considerações práticas
que se iniciam no capítulo 12: “rogo-vos, pois, irmãos...”. No entanto, mesmo
para o Apóstolo dos gentios, o destino de Israel não pode ser desprezado.
Então, Paulo começa a desenvolver um argumento que chega às raias do paradoxo:
por um lado, um Deus soberano, que faz e desfaz como lhe apraz, sem que ninguém
lhe possa opor resistência; por outro, a responsabilidade de Israel, que rejeitou
a promessa do Messias. Esta seção toda pode ser chamada de “a justiça de Deus
na história”.
9:3 Anátema. Maldito. Essa
expressão, paralela àquela de Moisés, quando do episódio do bezerro de ouro
(cf. Ex 32:32), revela o tipo de amor com que o Apóstolo ama seu povo.
4 Glória. Refere-se à
shekiná, a glória de Deus que enchia o templo e o tabernáculo. Alianças.
Provavelmente refere-se à aliança entre Deus e seu povo, como acontecido no
Sinai (Êx 34:8).
6-10 O autor apresenta a idéia de que
não há filiação formal ou institucional a Deus. Nem todos os descendentes de
Abraão são filhos de Deus. Ele usa aqui a figura de Isaque como o verdadeiro
filho da promessa, considerando-o um tipo de Cristo. Chama-nos a atenção de que
a verdadeira filiação provém da fé e não do pertencimento a alguma linhagem
racial ou mesmo eclesiástica.
13 Esta profecia refere-se à
descendência desses dois personagens. De fato, os edomitas foram sujeitos a
Israel por longos períodos (cf. 2Sm 8:14; 1Rs 22:47).
15 Esta é uma citação de Êxodo 33:19,
onde Deus responde ao pedido de Moisés que lhe seja permitido ver sua glória,
depois da intercessão pelos israelitas. Ela quer dizer, basicamente, que a
misericórdia de Deus não depende de nada externo à sua própria vontade. Ele é
absolutamente livre, uma vez que o homem se colocou devedor diante dele. Diante
do pecado do homem, seu perdão e compaixão são manifestações de pura graça, e
jamais poderão ser cobrados.
18 Pode parecer forte ao leitor esta
afirmação, pelo fato de conhecer um Deus que se manifesta em amor dadivoso. No
entanto, no âmbito de uma argumentação filosófica, Paulo demonstra que não
haverá sequer injustiça, se Deus usar de misericórdia para com uns e retiver
seu perdão para com outros. Ele não poderá ser arguído de injustiça, porque seu
perdão não é dívida mas graça, que ele distribui a quem lhe apraz. E graça não
pode ser cobrada, sequer sob o título de isonomia.
19-29 Nesta seção, o autor retorna ao
seu estilo de diatribe, ou seja, de diálogo com um interlocutor
imaginário. A argumentação principal é que a criatura não pode discutir com o
Criador sobre suas decisões. Se em algum momento usou de misericórdia e
paciência (v. 22, 23), isso é decisão exclusiva e soberana de sua parte. O
segmento termina, no entanto com o reconhecimento de que, apesar de não poder
ser obrigado a isso, ainda assim Deus tem usado de misericórdia.
30-33 Ao encerrar este difícil
argumento, o Apóstolo indica um possível propósito e uma possível razão de
haver Deus rejeitado a Israel e recebido os gentios: aqueles buscaram a lei, e
por ela foram condenados, porque se apoiaram apenas em obras; estes, que não
buscavam a justificação, acabaram por alcançá-la, porque creram no Messias.
Esse messias acaba por se tornar na pedra de tropeço para uns e salvação para outros.
Homilética
A Pedra de Tropeço - (Rm 9: 30-33)
1. Para os que buscavam a lei, foi
escândalo (32)
2. Para os que buscavam luz, foi salvação (30)
3. Para os que não tinham obras, foi graça (33)
4. Para os que nelas confiaram, foi confusão (33)
5. A esperança não confunde (Rm 5:5)
porque é calcada em amor.
2. Para os que buscavam luz, foi salvação (30)
3. Para os que não tinham obras, foi graça (33)
4. Para os que nelas confiaram, foi confusão (33)
5. A esperança não confunde (Rm 5:5)
porque é calcada em amor.
Capítulo 10
Exegese
1-15 Neste segmento, Paulo retoma um
dos principais temas de sua epístola: a idéia de que a justiça de Deus
compreende um modo particular pelo qual ele pretende justificar o pecador (v 1:
16,17). Não está aberta ao pecador a escolha de um modo particular de chegar a
Deus. Ao contrário, ele mesmo credenciou seu filho, para ser o salvador. Embora
Paulo reconheça ao zelo dos judeus, lamenta que eles tenham rejeitado a justiça
de Deus e estabelecido sua própria, o que implica desprezo pela cruz,
pela justiça que se realizou em Cristo (v. 4).
4 Fim. Não há alternativa
para a justiça realizada em Cristo, porque ele é a plenitude inclusive da lei.
A palavra, aqui, tem um sentido duplo: pode querer dizer o alvo, no
sentido de que a lei se consumou em Cristo, e pode querer dizer a consumação,
no sentido de que ela foi plenificada e cabalmente cumprida, pelo menos uma
vez, em Cristo. Em qualquer dos sentidos, hão há espaço para uma justiça
decorrente da lei, mas apenas da fé (v. 5-8)
9 Se...confessares. O
critério do coração que confessa e no íntimo aceita o senhorio de Jesus já
aparece em 1 Co 12:3. Porque ninguém pode fazer essa confissão senão movido
pelo Espírito Santo de Deus (cf. Fp. 2:11).
10 Justiça. Mais uma vez o
tema da justiça de Deus é evocado: a justificação pela fé, que se dá no
coração. Paulo está repisando o tema, visto que Israel confiava em suas obras
para se tornar justo diante de Deus.
14,15 Aqui o autor parece se lembrar de
sua missão, bem como de outros santos apóstolos, enviados a pregar a boa-nova,
e se permite um momento de reflexão sobre a importância daqueles que anunciam o
evangelho.
16-21 Lamenta-se o autor, pelo fato de
constatar que o evangelho foi pregado entre seus irmãos judeus. Mais que isso,
foi ouvido por eles, mas eles não creram na pregação. Faz referência,
inclusive, ao fato de que essa rejeição tenha aberto oportunidade aos gentios.
Homilética
Os Quatro Comos do Evangelho (Rm 10:14,15)
1. Como se propaga o evangelho?
• pelo envio de obreiros
• pelo envio de obreiros
2. Como é recebido o evangelho?
• pela pregação dos enviados
• pela pregação dos enviados
3. Como surge a fé no evangelho?
• pela fé no que foi ouvido
• pela fé no que foi ouvido
4. Como o Senhor passa a ser invocado?
• pela fé naquele sobre quem ouviram
• pela fé naquele sobre quem ouviram
Capítulo 11
Exegese
Cap.11 Neste capítulo, o autor completa
seu raciocínio sobre a justiça de Deus na história, iniciada no capítulo 9.
Aqui, ele vai discorrer sobre o propósito de Deus, para Israel e para a
humanidade.
2 Não rejeitou o seu povo.
Essa expressão é uma forma de adaptação que Paulo faz do Salmo 94:14, tendo
também em vista 1 Sm 12:22. Ele aplica aqui seu conceito de predestinação, já
apresentado em 8:29-30, que se introduz com a expressão “de antemão conheceu”.
4,5 Remanescente. Ao
utilizar o fato histórico do remanescente que não dobrou os joelhos a Baal, o
autor apresenta sua convicção de que nem todos os judeus foram
desclassificados, mas que hoje em dia há um remanescente fiel. Esses são
aqueles que foram eleitos pela graça, independentemente das obras da lei (v.
6).
7 Endurecidos. Este verbo,
no grego, tem o sentido de cegar, significando tornar insensível.
8 Paulo está citando Isaías 29:10: “O
Senhor derramou sobre vós espírito de profundo sono, e fechou os vossos
olhos...”, e Deuteronômio 29:4: “O Senhor não vos deu coração para entender,
nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até o dia de hoje”.
11 Pela sua
transgressão...salvação aos gentios. Paulo repete a interpretação que dá ao
cântico de Moisés, em Dt 32:21, já mencionado em 10:19: “A zelos me provocaram
com aquilo que não é Deus; com seus ídolos me provocaram à ira; portanto, eu os
provocarei a zelos com aquele que não é povo; com louca nação os despertarei à
ira.”
21-24 Bondade e severidade. Uma palavra
de alerta àqueles que poderiam se ensoberbecer diante do fato de o Senhor haver
cortado alguns ramos da oliveira. Se Deus foi severo com os que caíram, por
outro lado foi bom para conosco. Mas cuidado, porque Deus agirá do mesmo modo
para conosco, se também não formos fiéis.
25-32 Paulo apresenta, nesta seção o
mistério da redenção de Israel. Houve o endurecimento, a insensibilização de
Israel, até que Deus tenha completado seu trabalho junto aos gentios. Quando
isso estiver pronto, então Deus se voltará novamente para Israel. Se seu
tropeção parcial (v. 25) foi predito profeticamente, também o foi a sua
restauração (Is. 59:20s e Jr 31:33). A nova aliança não se completará enquanto
não abranger o povo da velha aliança. Por enquanto, ela está fora, para
benefício dos gentios, mas Israel é alvo eterno das alianças de Deus, que não
dependem da fidelidade daquele povo, mas das promessas de Deus, feitas aos
patriarcas (v. 28,29).
32 Este é o fecho do argumento todo.
A justiça de Deus se apresenta a partir do momento em que
todos são nivelados na condição de devedores; sem condições, portanto de exigir
ou reivindicar qualquer direito, igualdade ou benefício diante de Deus. Cada
um, de per si, há de compreender que se Deus usar de sua justiça, condená-lo-á
sem apelação. No entanto, o Apóstolo diz que Deus nos conduziu a esta condição
para usar de misericórdia para com todos. Veja que não é para com todos sem
exceção, mas sim sem distinção. Não haverá discriminação, com certeza, mas essa
misericórdia não alcançará os soberbos que insistirem em se manter incrédulos,
como ocorreu com o povo da antiga aliança.
33-36 Esta doxologia arremata todo o
argumento dos capítulos 1 a 11. Olhando para tudo o que disse, o Apóstolo
constata que jamais poderia ter inventado tal plano, de tão excelente
sabedoria. Então, ele exulta diante da revelação ali exposta.
34 Eco de Isaías 40:13: “Quem guiou o
Espírito do Senhor? ou, como seu conselheiro, o ensinou?”
35 Eco de Jó 41:11: “Quem primeiro me
deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe?”
Capítulo 12
Exegese
Caps.12-15 É uma característica do
estilo paulino, dividir suas cartas mais teológicas em uma parte dogmática e em
outra prática, na qual faz as aplicações. Em Romanos, essa divisão se dá no
capítulo 12, onde, concluída a argumentação que expõe a iniciativa redentiva de
Deus, ele agora vai apresentar sua concepção de resposta do homem à graça de
Deus. Dentro da proposta inicial, extraída de Habacuque (cf. comentário de
1:17) “aquele que pela fé e justo, viverá”, o autor agora vai descrever a
segunda parte: “viverá”, ou seja, a vida daquele que foi justificado pela fé.
As exortações éticas dessa seção têm uma correlação muito próximas com o Sermão
da Montanha, dando a entender que aqueles ensinamentos, embora ainda não
escritos, estavam presentes em esboços e ensinos orais nas igrejas.
1 Apresenteis. É a mesma
palavra utilizada em 6: 13 e 19, então traduzidas por “oferecer”. Paulo pede
uma ação razoável (lógica), de quem se oferece de coração. Sacrifício
vivo. Não se trata mais de sacrifício de animais, mas de uma nova e
superior forma de oferta: a oferta da própria vida, em adoração (cf. Heb 13:15s
e 1Pe 2:5), a exemplo da oferta de Cristo, que encerra e consuma a figura
incompleta do cordeiro pascal. A exortação é que o que antes se resumia numa
formalidade ritual, agora se transforme em um ato íntimo de profunda contrição.
2 Este século. Esta palavra
aparece também em 1Co 1:20, 2:6, 3:18; 2Co 4:4 e Gl 1:4, e significa este
mundo, no sentido de sistema de valores e idéias. Devemos viver neste mundo,
mas na verdade não podemos assumir a sua forma (não vos conformeis), naquilo
que é incompatível com o Reino de Deus. Sem vigília e oração (Mt 14:38), o
crente naturalmente absorverá a mentalidade deste século, sem que se aperceba
disso.
5 Um só corpo. Este é um
dos temas prediletos do Apóstolo. Ele entendeu que o mistério que estivera
oculto aos antigos é esse corpo formado no Espírito de Deus, a sua igreja (cf.
1Co 12:27; Ef 3: 5s, 4:15,16). Na verdade o tema é a base para a compreensão do
mistério da igreja, em seu sentido mais profundo e amplo.
Homilética
Sacrifício Vivo (Rm 12:1,2)
1. O sacrifício de si mesmo é superior
ao de outrem (vossos corpos)
2. Apresentar os próprios corpos é resposta de amor à manifestação de amor (diante das misericórdias de Deus)
3. É sacrifício que gera vida e não morte (vivo, santo e agradável)
4. É atividade constante de inconformismo com o pecado (não vos conformeis)
5. É busca perene de transformação na direção da santidade de Deus (mas transformai-vos — metamorphoo)
6. É uma ação de mortificação da carne para vivificação do espírito - É sacrifício vivo.
2. Apresentar os próprios corpos é resposta de amor à manifestação de amor (diante das misericórdias de Deus)
3. É sacrifício que gera vida e não morte (vivo, santo e agradável)
4. É atividade constante de inconformismo com o pecado (não vos conformeis)
5. É busca perene de transformação na direção da santidade de Deus (mas transformai-vos — metamorphoo)
6. É uma ação de mortificação da carne para vivificação do espírito - É sacrifício vivo.
Capítulo 13
Exegese
1 Na geração que se seguiu à morte de
Cristo, o império romano produziu uma espécie de confusão entre o Cristianismo
e o Judaísmo, o que, a princípio, conferiu a àquele uma situação muito boa,
chamada de religio licita (cf. At 18:12, ss). As experiências
do próprio Paulo, em relação às autoridades, num primeiro momento, foram boas.
Quando os judeus o acusaram diante de Gálio, o novo procônsul da Acaia, dizendo
que ele estava pregando uma religião ilegal, Gálio entendeu que era uma querela
interna ao próprio judaísmo, e não deu muita atenção, precedente esse que Paulo
usou mais tarde para proteger seu serviço apostólico (At 28:30 ss). Nesse
contexto, o autor expressa o princípio básico das relações do crente com o
Estado, que é submissão às autoridades, por que são instituídas por Deus. O
governo humano, portanto, é estabelecido por ordenança divina e os cristãos,
acima de todos, devem obedecer às leis, pagar impostos e respeitar as
autoridades. A questão que surge quando essa autoridade se torna injusta ou
contrária à consciência cristã não é tratada aqui.
2 Condenação. É importante notar
que condenação, aqui, significa punição do estado, e não de Deus,
como se pode ser induzido a crer pela primeira parte do verso (cf. 1Pe 2:13, 14
e 4:14,15). O sentido nos permite compreender que a resistência à autoridade
civil não agrada a Deus, mas o termo condenação não está sendo aplicado como
sanção para aquele caso.
3,4 Não se está cogitando de uma
autoridade que exorbita às suas conpetências, mas aquela que pune o mal e
incentiva o bem.
7 O que lhes é devido. Esta
expressão coloca todo o argumento no eixo apropriado. Serve como um paralelo
para: “a César o que é de César” (Mc 12:17). Não se requer imposto a quem
merece honra, nem adoração a quem merece tributo. Há limites apropriados à
sujeição do cristão (At. 5:29; Mc 12: 17).
8-10 Devendo. Não se trata,
aqui, de condenar qualquer tipo de empréstimo, mas, ao contrário de que se
devem saldar os débitos, inclusive por temor a Deus. Aquele que toma emprestado
sem a intenção de devolver peca de má consciência. Aquele que relaxa nesse
dever, por imaginar que o que emprestou não tem necessidade, comete grave falha
ética. Mas há uma dívida positiva, que jamais devemos considerar saldada: o
amor com o qual devemos nos amar. Devemos sempre buscar saldá-la, mas nunca
considerá-la quite.
11-14 Esta admoestação, que aponta para
a segunda vinda como a consumação de todo o plano redentivo de Deus para nossas
vidas, tem seu paralelo em Efésios 4, onde o Apóstolo nos convida a andarmos de
modo digno da revelação obtida. Nesse sentido, este trecho conclui os argumentos
dos capítulos 12 e 13, exortando-nos a prepararmo-nos para a nova vida no
Espírito, para o dia pleno que começa a raiar.
Capítulo 14
Exegese
Caps 14,15 Se dentro da seção “viverá”
(cf comentário a 1:17), ou seja, da nova vida reservada ao justificado pela fé,
o capítulo 12 pode ser resumido sob o título de “o servo cristão”; o 13 de “o
cidadão cristão”, este segmento que vai até ao cap. 15: 13, pode ser intitulado
de “o irmão cristão”, porque se dedica às relações entre os irmãos na igreja.
1-4 Dentro do princípio da liberdade
que todos adquirimos em Cristo, devemos evitar as discussões que não edificam.
Ao contrário, o autor nos recomenda que acolhamos os fracos para comunhão.
5-9 Nas diferenças de opinião entre os
irmãos pode residir um enfraquecimento de nossas convicções pessoais. Paulo nos
recomenda, portanto, quando estiverem esgotados os recursos do bom-senso, que
vivamos com convicção perante o Senhor, porque haveremos de dar contas do nosso
íntimo, e não das opiniões dos irmãos.
10-13 O princípio da liberdade, aqui
nos lembra que haveremos de prestar contas por nós mesmos diante de Deus.
Diante disso, o julgamento do irmão, a comparação, seja para superioridade,
seja para inferioridade, tudo se relativiza quando nos colocamos sós diante do
Pai.
13-18 Toma o propósito. O
princípio da liberdade não pode atuar sozinho. Paulo complementa-o com o
princípio do amor. Quando a nossa liberdade diante de Deus escandaliza e
entristece nosso irmão, já não estamos na alegria do Espírito Santo (v. 17)
19-23 Dentro do princípio do amor,
recomenda-nos o autor que edifiquemos uns aos outros com confiança diante de
Deus. Esse princípio é a chave para a nossa liberdade. Quando nossa liberdade
já não edifica os irmãos, então já a estamos exorbitando, ainda que em nosso
íntimo nos julguemos livres por Jesus Cristo, para fazer o que é julgado
indevido por outrem.
23 Dúvidas. Diante das
diferenças de opinião sobre comportamentos, doutrinas e tantos outros assuntos,
uma chave nos é oferecida pelo Apóstolo: nada pode ser mais pernicioso do que
aquilo que se faz sem a devoção de quem quer agradar a Deus (sem fé). É bem
verdade que essa devoção não é o bastante; mal-instruída, ela pode nos levar
por caminhos inimagináveis. Mas sem ela, o que quer que façamos não será culto,
não será louvor, não será agradável a Deus (cf Heb 11:6).
Capítulo 15
Exegese
1-13 Sabendo que o tipo de
recomendações que vem desenvolvendo no capítulo 14 pode tornar-se difícil de
absorver e cumprir, Paulo dedica mais algumas linhas a uma exemplificação que
tem como padrão o Senhor Jesus.
1 Nós que somos fortes. Não
está importando, aqui, se você realmente é forte. Paulo sabe que quem despreza
os irmãos, paradoxalmente, são aqueles que se acham fortes e maduros. Assim, o
verso se aplica a todos os que se julgam certos em relação a alguma
divergência. É como se o autor estivesse dizendo: “você que se julga com a
razão é quem tem o dever de ser condescendente com o seu irmão mais fraco”.
7 A glória de Deus. O
critério final que arbitrará as relações entre os irmãos, e que resolverá todas
as questões (ainda que racionalmente nem sempre possam ser satisfatoriamente
resolvidas) é a busca incessante, humilde e devota da glória de Deus. Este é o
alvo. Esta é a razão pela qual devo, se preciso me humilhar, a exemplo de
Cristo. Nisto, de resto, consiste a verdadeira guerra espiritual que devo
travar, na minha vida e nas regiões celestiais.
13 Esperança. A ligação
desta passagem com 5:1-5 é evidente. O sacrifício vivo (cf 12:1,2 e
comentários), quando confirmado pelo Espírito de Deus produz em nossa alma uma
confirmação de nossa identidade de filhos, e nos enche de esperança num futuro
prometido. Falando aos Efésios Paulo coloca esse tema assim: “para saberdes
qual é a esperança do seu chamamento, qual é a riqueza da glória do seu
chamamento nos santos” (Ef 1:18).
Homilética
O Irmão Cristão (Rm 14:1-15:23)
1. Vive o princípio da liberdade (14:2)
• Mas acolhe os fracos para comunhão (14:1-4)
• Mas vive com convicção perante o Senhor (14:5-9)
• Mas presta contas de si mesmo a Deus (14:10-13a)
• Mas vive com convicção perante o Senhor (14:5-9)
• Mas presta contas de si mesmo a Deus (14:10-13a)
2. Vive o princípio do amor (14:13b-23)
• Portanto toma o propósito de não pôr tropeço
(14:13b-18)
• Portanto busca sempre a edificação (14:19-23)
• Portanto busca sempre a edificação (14:19-23)
3. Segue o exemplo de doação e serviço
de Cristo (15:1-6)
4. Tudo para a glória de Deus (15:7-13)
4. Tudo para a glória de Deus (15:7-13)
14-33 Esta seção é o epílogo da epístola. Paulo está escrevendo aos cristãos de Roma por alguns motivos básicos. Primeiro, para relembrá-los das doutrinas básicas do evangelho (15); depois, para relatar o grande desenvolvimento da igreja no setor leste do império, em grande parte, devido ao seu ministério (19); também, para preparar o caminho para uma visita, quando de sua ida à Espanha (23s) e finalmente para informar sobre sua passagem por Jerusalém, levando as ofertas da Macedônia e Acaia (25s).
23 Não tendo já campo. Quer dizer que o
Apóstolo já considerava comprida sua missão na região, com a implantação de
inúmeras igrejas, que agora poderiam continuar com a tarefa evangelizadora. Seu
ímpeto maior sempre foi o de desbravador, de levar o evangelho a regiões nunca
antes evangelizadas, razão porque deseja ir para o extremo ocidental do
império: a Espanha.
33 Esta bênção dá a idéia de que a
epístola se encerra aqui. De fato, acredita-se que circularam, pelo seu
interesse e profundo teor teológico, diversas cópias desta carta, omitindo-se c
capítulo 16, de pouco interessa para as demais igrejas, uma vez que se dedica a
menções e saudações pessoais. Alguns acreditam, inclusive, que circularam
exemplares que terminavam em 14:23, acrescentada a doxologia que está em
16:25-27.
Capítulo 16
Exegese
1,2 Terminada a carta, foi ela entregue
a uma senhora chamada Febe, que, estando de partida para Roma, faria com que
ela chegasse ao seu destino. Também serviria para recomendar sua portadora aos
irmãos cristãos daquela cidade (v. 2), abrindo-lhe as portas a alguns confortos
que a igreja lhe poderia oferecer em seus objetivos. Febe era diaconisa da
igreja de Cencréia, um dos dois portos de Corinto.
5 Igreja. Reunia-se, no
princípio nos lares mais espaçosos de irmãos. Priscila, da classe nobre romana,
e Áquila, um judeu do Ponto, tinham uma igreja reunindo-se na sua casa em Roma,
como antes haviam tido em Éfeso (1Co 16:19), e talvez em Corinto (At 18:26).
6 Maria. Uma das seis
marias que aparecem no Novo Testamento. Pouco se sabe a seu respeito.
Provavelmente se ligara à igreja nos tempos de Priscila e Áquila.
7 Andrônico e Júnias. Não
se sabe se o segundo nome é masculino ou feminino. A expressão “meus parentes”
não precisa significar mais que cristãos judeus. Foram companheiros de Paulo em
uma das prisões que sofreu. Provavelmente eram cristãos bem conhecidos, sendo
não somente do relacionamento dos apóstolos, como considerados apóstolos, num
sentido mais amplo, eles mesmos.
8 Amplíato. Amplias,
a forma mais abreviada. Nome comum nas inscrições romanas do período, e é
encontrado repetidamente como nome de membros da casa imperial. Cristãos
pertencentes a este ramo da família estão sepultados em um dos mais antigos
cemitérios cristãos de Roma, o Cemitério de Domitila, iniciado no
final do século primeiro.
9 Urbano. Urbanus,
pertencente à urbs, ou cidade. Nome comum em Roma. Estáquis.
Significa espiga, e não é comum.
10 Apeles. Nome comum entre
os judeus de Roma.
11 Herodião. Paulo o
conhecia pessoalmente. “Meu parente” pode significar simplesmente o fato do
autor sabê-lo judeu e cristão.
12 Trifena e Trifosa.
Provavelmente irmãs gêmeas, pelo fato de terem nomes derivados da mesma raiz,
fato comum naqueles dias. Pérside quer dizer mulher da Pérsia. Nada
mais se pode dizer a respeito.
13 Rufo. Significa vermelho,
ou ruivo, palavra comum na Roma da época. Acredita-se que seja
filho de Simão Cirineu, o lavrador que carregou a cruz de Jesus (Mc 15:21).
14 Hermas. Abreviação
de Hermágoras, Hermógenes ou Hermódoro. Uma geração
mais tarde seria o nome de um cristão de Roma que escreveu O Pastor. Pétrobas.
Abreviação de Patróbio, nome de um rico oficial liberto de Nero.
Acredita-se que seja essa pessoa. Hemes, como nome do deus da boa
sorte, era um nome comum entre os escravos.
15 Filólogo e Júlia. Talvez
marido e mulher (ou, menos provavelmente, irmãos). Nereu. Nome associado pela
tradição cristã a Flávia Domitila, dama cristã da casa imperial banida para a
ilha de Pandetéria, longe da costa da Campânia, por seu tio Domiciano, em 95
a.D, solta depois da morte deste no ano seguinte. Seu nome foi imortalizado no
famoso cemitério de Roma (cf. nota do v 8). Olimpas, abreviatura de Olimpiodoro.
16 Ósculo santo. O “beijo
da paz”, que até hoje desempenha um papel na liturgia da Igreja Oriental. Ver
ICo 16:20; 2Co 13:12; 1Ts 5:26 e 1Pe 5:14.
Homilética
Toda Glória a Deus (Rm 16: 25-27)
1. Porque seu poder nos confirma (25)
2. Porque nos proveu o evangelho da salvação (25)
3. Pela fé que nos conduz à obediência a esse evangelho (26)
4. Pela mediação de Cristo em todo o processo da salvação (27)
2. Porque nos proveu o evangelho da salvação (25)
3. Pela fé que nos conduz à obediência a esse evangelho (26)
4. Pela mediação de Cristo em todo o processo da salvação (27)
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