Autor: Filipenses 1:1
identifica o apóstolo Paulo como o seu autor, provavelmente com a ajuda de
Timóteo.
Quando foi escrito: O livro de Filipenses foi escrito em aproximadamente 61 dC.
Propósito: A Epístola aos Filipenses, uma das epístolas de Paulo na prisão, foi escrita em Roma. Foi em Filipos, onde Paulo visitou em sua segunda viagem missionária (Atos 16:12), que Lídia e o carcereiro e sua família foram convertidos a Cristo. Agora, alguns anos mais tarde, a igreja estava bem estabelecida, como se pode deduzir pelo seu tratamento inicial, o qual diz: "bispos (presbíteros) e diáconos" (Filipenses 1:1).
O motivo para a epístola foi reconhecer uma oferta monetária procedente da igreja em Filipos e levada ao apóstolo por Epafrodito, um dos seus membros (Filipenses 4:10-18). Esta é uma delicada carta para um grupo de cristãos que eram especialmente próximos ao coração de Paulo (2 Coríntios 8:1-6) e, comparativamente, pouco é dito sobre o erro doutrinário.
Versículos-chave: Filipenses 1:21: "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro."
Filipenses 3:7: "Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo."
Filipenses 4:4: "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos."
Filipenses 4:6-7: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus."
Filipenses 4:13: "Tudo posso naquele que me fortalece."
Resumo: Filipenses pode ser chamado de "Recursos através do sofrimento". O livro é sobre Cristo em nossa vida, Cristo em nossa mente, Cristo como nossa meta, Cristo como nossa força e alegria através do sofrimento. Ele foi escrito durante a prisão de Paulo em Roma, cerca de 30 anos após a ascensão de Cristo e cerca de dez anos depois de Paulo ter pregado em Filipos pela primeira vez.
Paulo era um prisioneiro de Nero, mas a Epístola transborda com mensagens de triunfo.
As palavras "alegria",
"gozo" e "regozijo" aparecem com frequência (Filipenses
1:4, 18, 25, 26, 2:2, 28; Filipenses 3:1, 4:1, 4,10). Uma experiência cristã
correta é experimentar, independente de nossas circunstâncias, a vida, a
natureza e a mente de Cristo habitando em nós (Filipenses 1:6, 11; 2:5, 13).
Filipenses atinge o seu auge em 2:5-11 com a declaração gloriosa e profunda
sobre a humilhação e exaltação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Filipenses pode ser dividido da seguinte forma:
Introdução, 1:1-7
I. Cristo, a vida do cristão:
Regozijar-se apesar do sofrimento, 1:8-30
II. Cristo, o modelo do cristão:
Regozijar-se em servir com humildade, 2:1-30
III. Cristo, o objeto da fé, desejo e
perspectiva do cristão, 3:1-21
IV. Cristo, a fortaleza do cristão:
Regozijar-se em meio à angústia, 4:1-9
Conclusão, 4:10-23
Conexões: Assim como em muitas de suas cartas, Paulo advertiu os novos crentes na igreja de Filipos para terem cuidado com a tendência ao legalismo que continuamente aparecia nas igrejas primitivas. Os judeus estavam tão ligados à lei do Antigo Testamento que havia um esforço constante por parte dos judaizantes de retornar ao ensino da salvação pelas obras. Entretanto, Paulo reiterou que a salvação é somente pela fé em Cristo e apelidou os judaizantes de "cães" e "maus obreiros". Em particular, os legalistas estavam insistindo que os novos crentes em Cristo deviam continuar sendo circuncidados de acordo com os requisitos do Antigo Testamento (Gênesis 17:10-12; Levítico 12:3). Desta forma, eles tentaram agradar a Deus por seus próprios esforços e elevar-se a uma posição superior à dos cristãos gentios que não participavam do ritual. Paulo explicou que aqueles que foram lavados pelo sangue do Cordeiro não mais precisavam realizar o ritual que simbolizava a necessidade de um coração puro.
Aplicação Prática: Filipenses é uma das cartas mais pessoais de Paulo e, como tal, tem várias aplicações pessoais aos crentes. Escrita durante a sua prisão em Roma, Paulo exorta os filipenses a seguirem o seu exemplo e anunciar “a palavra com maior determinação e destemor” (Filipenses 1:14) em tempos de perseguição. Todos os cristãos têm experimentado, em um momento ou outro, a animosidade dos incrédulos contra o evangelho de Cristo. Isso é de se esperar. Jesus disse que o mundo o odiava e odiaria os Seus seguidores também (João 5:18). Paulo exorta-nos a perseverar em face de perseguição, a permanecer firmes "num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (Filipenses 1:27).
Uma outra aplicação de Filipenses é a necessidade dos cristãos permanecerem unidos em humildade. Estamos unidos com Cristo e temos que nos esforçar para estar unidos uns aos outros da mesma maneira. Paulo nos encoraja a “ter o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude” e a repudiar a vaidade e egoísmo, mas ”humildemente considerem os outros superiores a si mesmo", prestando atenção aos interesses dos outros e cuidando uns aos outros (Filipenses 2:2-4). Haveria muito menos conflito nas igrejas hoje se todos seguíssemos o conselho de Paulo.
Uma outra aplicação de Filipenses é a do gozo e alegria encontrados ao longo de sua carta. Ele se alegra que Cristo está sendo proclamado (Filipenses 1:8), em sua perseguição (2:18), exorta os outros a se alegrarem no Senhor (3:1), e refere-se aos irmãos de Filipos como a sua “alegria e coroa” (4:1). Ele resume com esta exortação aos crentes: "Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!" (4:4-7). Como crentes, podemos nos alegrar e experimentar da paz de Deus quando lançamos todos os nossos cuidados sobre Ele: "Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus" (4:6). A alegria de Paulo, apesar da perseguição e prisão, brilha através desta carta e temos a promessa da mesma alegria quando focalizamos nossos pensamentos no Senhor (Filipenses 4:8).
Filipenses: a “Epístola da Alegria” escrita na prisão
(FP
4:4) "Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos."
Ao estudarmos a Epístola de Paulo aos Filipenses nos
deparamos com uma realidade que parece incoerente à compreensão humana. Paulo
estava preso na ocasião em que escreveu a carta enviando-a através de Epafrodito
(um companheiro de ministério muito amado pelo povo de Filipos). Como pode um homem preso, escrever uma
carta tão alegre? Pode um homem se alegrar em meio ao perigo? Pode um homem
louvar ao Senhor numa situação triste ou numa prisão?
Nós encontramos nos 4 capítulos da Epístola Aos
Filipenses uma quantidade significativa das palavras “alegria”, “regozijo”,
“gozo”, “regozijai” e “alegrai”, além de muitas citações de demonstração de
felicidade.
Contexto Histórico
Paulo havia estado em Filipos
para a pregação do Evangelho e a conseqüente fundação de uma Igreja, como nos
relata Atos 6. Na ocasião Deus fez
uma grande obra naquela cidade. Após expulsar um espírito de adivinhação numa
uma mulher que dava muito lucro aos seus senhores Paulo foi preso juntamente
com Silas. Foi então o primeiro grande testemunho de fé e confiança que o
apóstolo deixava para a lembrança daquele povo. Mesmo preso naquele cárcere a Palavra não nos relata que Paulo
chorava, reclamava ou murmurava, mas relata que ele louvava e orava ao Senhor. Nesse
momento um terremoto aconteceu, as portas da cadeia se abriram e até o
carcereiro que tomava conta das celas pôde presenciar a manifestação do poder
de Deus e juntamente com sua família abriram seus corações para a salvação em Jesus
Cristo.
Paulo partiu mas deixou uma
Igreja fundada não somente pelo anúncio do Evangelho, mas também pelo
testemunho que ele havia dado naquele lugar, provando pela primeira vez àquele
povo que é possível regozijar mesmo nos momentos mais difíceis.
A Epístola aos Filipenses
Anos mais tarde (acredita-se ter
sido entre 5 e 10 anos após a fundação da Igreja) Paulo estava preso, longe de
Filipos, e havia recebido dádivas daquele povo que não o esquecia, e que com
gratidão, o reconhecia como o grande responsável pelo surgimento da “Igreja de
Cristo” naquela localidade.
"Ora,
muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim...
Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição... Não que procure
dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta." (FP 4:10,14 e
17).
Mas as dádivas e a lembrança do povo não eram os
únicos motivos da alegria que Paulo expressada na Epístola. Nessa oportunidade
ele passou a saber da situação da Igreja em Filipos e estava muito contente
também com a fidelidade daqueles cristãos. Durante a carta ele expõe apenas
alguma preocupação para que aquele povo não viesse a se contaminar com falsos
obreiros ."Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros,
guardai-vos da circuncisão” (FP 3:2).
Mas mesmo com sua satisfação em relação aos
filipenses a realidade do apóstolo era diferente a daquele povo. Os filipenses
estavam livres para viver e continuar pregando o evangelho. Paulo, por sua vez
estava encarcerado (acredita-se que ele estava em Roma pela liberdade que tinha
em receber dádivas na cadeia, e em Roma ele havia ficado preso em sua própria
casa na espreita de um vigia. Mais tarde Paulo sairia daquela prisão para ser
condenado à morte). Que situação triste: impedido de fazer o que mais gostava
que era anunciar o Evangelho, podendo ser condenado, além de solitário, mas
mesmo assim Paulo ainda conseguia escrever uma “Epístola da Alegria”.
Como
louvar e se regozijar enfrente ao perigo? Como se alegrar no meio de um
deserto? Como transmitir felicidade em meio à angustia? Para isso é necessário
uma certeza muito grande de “quem é Deus”, é saber em quem temos crido, é ter
uma fé tão segura a ponto de não esquecer jamais de que “ todas as coisas
contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus”.
Paulo conhecia Jesus. Não havia estado
fisicamente com Ele, como hoje também não estamos, mas a comunhão dele com
Cristo fazia com que independente das circunstâncias, ele não perdesse a fé. (FP
3:14) "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus."
Ao ler a Epístola em busca dessas certezas nos
deparamos com os versículos escritos por Paulo que renovam a nossa fé e nos
ensinam a alcançar a felicidade independente das circunstâncias. Quando atingimos essa profundidade na
comunhão com Deus a felicidade brota em nossas vidas e aprendemos a esperar
felizes o dia da vitória.
(FP
2:13) "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade."
(FP 3:20 e 21) "Mas a nossa
cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo
glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as
coisas."
(FP
1:20 e 21) "Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada
serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como
sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para
mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho."
FILIPENSES: BOAS NOVAS DE ALEGRIA
A primeira igreja na Europa foi fundada em Filipos
(At 16.11-40). Nesta cidade, Paulo estabeleceu uma igreja muito dinâmica.
Chegou a receber ajuda financeira dos filipenses (2 Co 11.9, Fp 1.5, 4.15-16).
Além de agradecer pela ajuda, Paulo escreveu a
eles, estando na prisão (Fp 1.7, 13, 20), exortando aos filipenses á uma vida
cheia de alegria cristã, vivendo corretamente na presença de Deus (Fp 1.10, 27,
2.12-18, 3.1, 4.4).
Leia Fp 2.5-11. Esta é uma das passagens mais
lindas do Novo Testamento.
Mas, na igreja de Filipos, havia adversários (1.28,
3.2, 18-19). Estes eram pessoas mundanas, e Paulo ensina que “nossa pátria está
nos céus”(3.20), e nosso pensamento deve se ocupar com coisas virtuosas
(4.8-9).
Observe quantas vezes a palavra “alegria”, em seus
diversos modos e sinônimos, é apresentada:
1.4
|
2.17-18
|
4.1
|
1.18
|
2.28
|
4.4
|
2.2
|
3.1
|
4.10
|
A carta tem vários conselhos práticos, como, por
exemplo:
“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” – Fp. 1.27
“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” – Fp. 1.27
“Considerando cada um os outros superiores a si
mesmo” – Fp 2.3
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também
em Cristo Jesus”- Fp. 2.5
Leia também 2.14, 3.7, 3.16, 4.1, 4.4 e 4.13.
DICIONÁRIO DE FILIPENSES:
Contendas - brigas, conflitos.
Dinâmica – viva, cheia de entusiasmo, ativa.
Exortando – aconselhando, orientando.
Mundanas – do mundo, da carne, contrário de
espiritual.
Murmurações – resmungos, queixas.
Regozijo – alegria, satisfação.
Virtuosas – que têm virtude, bons hábitos.
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo
o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” – Fp. 4.8.
ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS FILIPENSES
Prof.
Anísio Renato de Andrade
A CIDADE DE FILIPOS
Filipos era a capital
da província romana chamada Macedônia, localizada em território que hoje
pertence à Grécia. Seu nome significa "pertencente a Filipe". A
cidade foi fundada por Filipe, pai de Alexandre Magno, em 358 a.C. Era
importante devido à sua localização junto à principal estrada que cortava a
Macedônia no sentido leste-oeste, servindo de caminho entre a Ásia e Roma. Além
disso, a cidade possuía minas de ouro e prata.
A IGREJA EM FILIPOS
Foi a 1a
igreja cristã na Europa. Foi fundada por Paulo durante a segunda viagem
missionária - At.16.11-40. Ali chegando, o apóstolo foi bem recebido juntamente
com Silas. Os primeiros convertidos foram Lídia, vendedora de púrpura, e uma
jovem que adivinhava, da qual foi expulso um espírito imundo. Sendo liberta,
cessaram os seus prognósticos. Diante disso, cessou também o lucro dos seus
senhores, os quais se enfureceram contra Paulo e Silas, incitando contra eles
as autoridades locais. Como resultado, aqueles irmãos foram espancados e
lançados na prisão (I Ts.2.2). Estando orando e louvando a meia-noite, Deus os
libertou por meio de um terremoto que abriu as cadeias. Diante de tão grande
acontecimento, o carcereiro se converteu e também a sua família.
Algum tempo depois, os
irmãos filipenses enviaram ajuda financeira para Paulo - II Cor.8.2 Fil.
4.10,15.
A SITUAÇÃO DE PAULO
Ao escrever a epístola
aos filipenses, Paulo se encontrava preso, correndo risco de vida, distante de
muitos irmãos e amigos e em dificuldade financeira. Na carta, ele fala da morte
várias vezes: 1.20; 2.8; 2.27; 2.30; 3.10. Entretanto, a mesma epístola
enfatiza a alegria, a gratidão (1.3; 4.6), e ainda admoesta contra a murmuração
(2.14).
Isso é testemunho
(2.15). Alegria e gratidão no meio do sofrimento é tão contrastante quanto a
luz no meio da escuridão, como uma estrela refulgente no meio do negro céu. Não
dá para ignorar. Paulo compara os cristãos aos luzeiros, aos astros, e não a
uma vela ou a um pavio de lamparina (2.15). O luzeiro produz abundante luz, a
qual não se apaga com o vento nem com a tempestade.
Normalmente, se existe
luz, existe fogo. Algo está se consumindo. Algo está queimando. Não seremos luz
gratuitamente. Não seremos luz sem sacrifício, sem dor, sem renúncia, sem
sofrimento ou sem tribulações.
Até a sua própria morte
é vista por Paulo como um meio pelo qual o Senhor Jesus seria glorificado
(1.20). Segundo a visão do apóstolo, sofrer pelo evangelho é um privilégio
(1.29).
A EPÍSTOLA AOS
FILIPENSES
Autor: Paulo (e
Timóteo)
Portador: Epafrodito
Data: 60 ou 61.
Local: prisão em Roma.
Tema: Alegria no
Senhor.
Motivo da carta:
gratidão pelo auxílio enviado pelos filipenses.
Versos chave: 1.21 e
4.4
COMENTÁRIO
OS SANTOS FILIPENSES
Paulo usa a palavra
"santos" para se referir aos filipenses (1.1). Esse termo na bíblia
não se refere a cristãos mortos e que, ainda assim, tenham poder para
interferir no mundo dos vivos e fazer milagres. Nada disso. "Santo"
significa "separado", "consagrado". Todo cristão é santo,
ou pelo menos deveria ser. Todo servo do Senhor é separado do mundo e
separado para Deus. Essa separação não significa alienação. O cristão
não deve viver como um alienígena, indiferente a tudo, longe de todos, isolado
e estranho. Podemos e devemos participar de tudo o que acontece em nossa volta,
exceto daquelas coisas que podem interferir na nossa comunhão com Deus e
contrariar o nosso compromisso com Cristo. Quando a questão ameaça esse ponto,
então nos separamos, pois somos santos.
"Santo" não
significa perfeito ou alguém que esteja livre da possibilidade de pecar.
Somente alcançaremos essa condição quando deixarmos esta terra e formos para o
nosso lar celestial. Antes disso, devemos viver num processo de
aperfeiçoamento. Pelas palavras de Paulo, vemos que os filipenses não eram
perfeitos, mas estavam caminhando nessa direção. Ele disse: "Estou
plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la
até o dia de Cristo Jesus." (1.6). O próprio apóstolo disse a respeito de
si mesmo: "Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição;
mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por
Cristo Jesus..." (3.12-14). Vejo nesse processo de aperfeiçoamento o
desenvolvimento da salvação mencionado em Fil.2.12. Não que sejamos "meio
salvos". A obra está consumada no coração de Deus, mas, na prática, os
efeitos da salvação ainda se estabelecem gradativamente até que o nosso corpo
seja transformado em um corpo incorruptível, em semelhança do corpo ressurreto
do nosso Senhor Jesus Cristo.
PERDAS E GANHOS
O evangelho envolve
perdas e ganhos (3.7-8). Isso não combina com certas pregações de prosperidade.
Paulo estava preso, privado de muitas coisas, mas certo do seu ganho
espiritual. Será que Paulo pensava em um evangelho que lhe proporcionaria
riqueza material, uma grande casa, um lindo carro, o seu próprio negócio, etc?
De modo nenhum. Ele assumia as tribulações e os sofrimentos como fatores
naturais no caminho do cristão e que tudo isso até contribuiria para o avanço
do reino de Deus. "... As coisas que me aconteceram têm antes contribuído
para o progresso do evangelho." (1.12). Ele destacou ainda, de modo
comemorativo, que sua prisão tinha se tornado oportunidade para evangelizar os
soldados romanos (1.13).
Quando, ao fim da
epístola, Paulo diz: "Tudo posso naquele que me fortalece" (4.13), ele
não estava ensinando uma declaração do pensamento positivo, como se quisesse
colocar o cristão numa posição de sucesso absoluto, conforme a visão que o
mundo tem de sucesso. Lendo 4.12, entendemos que Paulo estava dizendo que ele
foi capacitado por Deus para passar por qualquer situação, fosse de abundância
ou escassez, de humilhação ou honra, de fartura ou de fome. Certamente, o
obreiro de Deus precisa estar pronto para tudo isso e não apenas para ser rico.
É verdade que Deus pode
nos dar todo tipo de bens materiais. Entretanto, isso depende do plano dele
para cada pessoa. Não podemos colocar a riqueza material como conseqüência
natural do evangelho. Isso não é bíblico. Na parábola dos talentos, aquele
senhor deu uma quantidade de dinheiro correspondente à capacidade de cada um. É
assim que Deus faz conosco. Ele não vai colocar em nossas mãos algo superior à
nossa capacidade de administrar.
Precisamos focalizar o
ganho espiritual, o galardão celestial e não o galardão terreno. Este, se vier,
será bem-vindo. Porém, não pode ser o nosso objetivo.
OS INIMIGOS DA CRUZ DE
CRISTO
"Pois muitos andam
entre nós, dos quais repetidas vezes eu vos dizia e agora vos digo até
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; O destino deles é a perdição, o
deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia; visto que só se
preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus,
de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual
transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua
glória..." (Fil.3.18-21).
Cruz é renúncia, é
entrega, é perda, é humilhação, é morte. Disse Jesus: "Se alguém quiser
vir após mim, a si mesmo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque
qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que, por amor
de mim, perder a sua vida, a salvará.". (Lc.9.23-24). Se não estivermos
dispostos a perder nada pelo evangelho e ainda quisermos fazer dele uma
ferramenta para o enriquecimento material, estaremos desvirtuando sua essência
e negando a cruz.
Corremos o risco de
colocar o ser humano como o centro do cristianismo, como se este existisse para
atender a todos os nossos desejos terrenos. Desse modo, muitas pessoas estão
nas igrejas com a expectativa de que Deus resolva todos os problemas delas e
vêem nele apenas um solucionador de problemas e não um Senhor.
"Buscai primeiro o
Reino de Deus." (Mt.6.33a). Muitos precisam corrigir a orientação de sua
busca ao Senhor. Precisamos buscá-lo, primeiramente, para sabermos a sua
vontade para nós, e não para fazê-lo conhecer a nossa vontade. Precisamos
perguntá-lo sobre o que devemos fazer para ele antes de apresentar o que
queremos que ele faça para nós. Nós é que somos os servos. Ele é o Senhor.
Além disso, precisamos
colocar os valores espirituais acima dos valores terrenos. Em sua oração pelos
filipenses, Paulo pede que eles tenham amor, conhecimento, discernimento e
fruto de justiça para a glória de Deus (Fil.1.9-11). São valores espirituais,
os quais devem ser enfatizados, acima das nossas ambições materiais.
Colocando cada coisa no
seu devido lugar e nível de importância, entenderemos a disposição de Paulo até
para sofrer e morrer pelo evangelho. Em algum tempo da nossa vida podemos estar
vivendo na abundância. Em outro tempo podemos estar sofrendo privações sem que
isso signifique pecado nem fracasso espiritual. O cristão pode ser rico (II
Tm.6.17-19) e pode ser pobre (II Cor.8.1-2; Fil.4.11). O que não se pode é
vincular o evangelho à riqueza material. Afinal, Jesus disse que os ricos
dificilmente se salvarão. E Paulo acrescentou que os que querem ser ricos caem
em muitas tentações. (Lc.18.24; II Tm.6.9-10).
DEUSES ESTRANHOS
Paulo disse que
"andam entre nós" muitas pessoas "cujo deus é o ventre."
Entre nós significa dentro da igreja. São pessoas que não estão servindo ao
verdadeiro Deus, mas estão procurando apenas seu próprio interesse. Eram como
aquela multidão que acompanhava Jesus apenas por causa dos pães e dos peixes
que ele multiplicava (João 6.26). Isso é até admissível por algum tempo. Muitos
só vão atrás de Jesus motivados por uma necessidade pessoal. Porém, chega um
momento quando todos são desafiados a assumirem uma posição de compromisso com
o Senhor. Seguir a Cristo nos faz passar por momentos de milagres, de pão e peixe
multiplicados, de cura, de libertação, etc, mas nesse caminho também existe uma
cruz.
O "deus"
daquelas pessoas era o ventre. A alimentação estava acima de tudo para elas.
Existem hoje tantos deuses sendo adorados e servidos. Na sociedade atual, o
futebol é um deus ou uma religião. Não é à toa que os grandes jogadores são
considerados "ídolos". Os estádios reúnem pessoas como não acontece
em nenhum templo religioso do mundo. Elas vão ali, pagam para entrar, nada
ganham, e algumas chegam a matar ou morrer pelo seu time. As copas do mundo
reúnem povos de muitas nações num congraçamento jamais realizado por nenhuma
religião.
Outro deus da
atualidade que podemos mencionar é o sexo. A sexualidade extrapola as portas
conjugais e se manifesta nas músicas, nos comerciais, nos filmes, nas novelas,
etc. Deixa de ser um componente do casamento e passa a ser usado como produto
comercial. Aqueles que servem a esse deus tornam-se escravos de suas práticas
extraconjugais.
O dinheiro é também um
deus da humanidade. Cristo mesmo já mencionou algo semelhante quando disse:
"Não podeis servir a Deus e a Mamom" (Mt.6).
Os exemplos que
mencionamos não são coisas intrinsecamente más. O futebol não é algo mau. O
dinheiro também não. O sexo, por sua vez, foi criado por Deus e é correto desde
que praticado dentro do matrimônio. O problema é quando essas coisas são colocadas
acima de Deus, como se fossem mais importantes do que ele. Se trocarmos o
compromisso com Deus por uma outra coisa, então essa coisa é o nosso deus.
Através do jejum, das
ofertas e da abstinência pelo tempo necessário, nós demonstramos, na prática,
que o Senhor Jesus está acima de tudo para nós.
REGOZIJAI-VOS NO SENHOR
Paulo, mesmo preso,
estava se regozijando (1.18). Possuía uma alegria sem motivo aparente
(1.4,18,25). Ele usa não apenas a palavra alegria, mas gozo e regozijo, que são
termos ainda mais fortes, que falam de uma alegria intensa, grande satisfação
ou prazer (2.2; 2.17,18,28,29). A chave do contraste entre a prisão de Paulo e
sua alegria é a expressão: "Regozijai-vos no Senhor (3.1;
4.1,4,10). A alegria do cristão não vem de fora para dentro, mas de dentro para
fora. Alegria no Senhor não depende de circunstâncias mas depende do Senhor, e
ele não muda. Um cristão alegre no meio da tribulação? Isso é loucura para o
mundo. Tal alegria provém de uma paz que excede todo entendimento (4.7).
Em meio a tantas
expressões de alegria, o texto de 2.28 menciona a "tristeza". Isso é
bom para que não falemos do cristianismo como se fosse algo irreal, utópico.
Paulo esteve triste por causa da doença de Epafrodito. Nesse mundo podemos
passar por momentos de tristeza. Porém, ela não pode nos dominar, não pode ser
nossa companheira constante. Observe que, embora a tristeza tenha sido
mencionada, ela não se tornou característica nem tema da epístola. Da mesma
forma como não se tornou característica de Paulo nem será nossa. Podemos ficar
tristes por alguns momentos ou até por alguns dias? Sim. Daniel esteve triste
durante 21 dias (Dn.10.2). Podemos nos entristecer pelo pecado cometido (I
Cor.5.2; II Cor.7.8-10), por uma perda, pelo sofrimento próprio ou alheio.
Entretanto, não seremos pessoas tristes nem viveremos na tristeza. É verdade
que Jesus chorou, conforme nos informa o menor versículo da bíblia (João
11.35). Porém, Jesus não viveu chorando e nem nós podemos viver assim. Paulo
também chorou por causa daqueles que se perdiam (Fil.3.18). Que a tristeza em
nossas vidas seja o menor versículo e que a alegria preencha longos capítulos
da nossa existência.
A expressão
"alegrai-vos no Senhor" nos dá uma idéia de uma alegria que não
depende de outros fatores, mas depende do Senhor. Assim, temos também uma idéia
de condicionamento. Nossa alegria depende da nossa relação com Deus. Se esta
relação estiver interrompida de alguma forma, então estaremos desligados da
nossa fonte de alegria. Ficaremos tristes. Precisamos então eliminar o que se
pôs entre nós e Deus, seja um ídolo ou outro pecado qualquer. Religados à fonte
da alegria, nosso rosto volta a brilhar como uma lâmpada que se acende.
ALEGRIA X ANSIEDADE
Ao escrever aos
filipenses sobre a alegria, Paulo estava consciente de que a ansiedade poderia
ser um empecilho nesse caminho (4.4-7). Talvez deixemos de usufruir em
plenitude da alegria do Senhor (Neemias 8.10), porque estamos ansiosos.
Algumas vezes, a
ansiedade, ou preocupação, ocorre por um motivo legítimo. Estamos nos sentindo
ameaçados, então ficamos ansiosos. Entretanto, em muitos casos a ansiedade se
manifesta sem fundamento real.
Podemos estar ansiosos
porque buscamos algo e ainda não alcançamos. Pode ser algo necessário, mas, em
muitos casos, trata-se de uma busca ambiciosa pelo excesso, por aquilo que é
supérfluo. Não seria melhor fazer calar a nossa alma, como disse o salmista?
(Salmo 131.2). "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus", diz o Senhor.
(Salmo 46.10). Ele está no controle da nossa vida. Ele nos dará o que
precisamos e até o que não precisamos, se isso for bom para nós. "Não
andeis ansiosos", disse Jesus aos seus discípulos (Mat.6.25-34).
Em todas essas
situações, a fé, a oração e a gratidão são os remédios prescritos pelo apóstolo
Paulo. Se cremos em Deus e no seu cuidado para conosco, isso já é um forte
motivo para o nosso descanso. Em segundo lugar vem a oração. Nossa fé se
expressará através das nossas palavras. Estamos nos sentindo ameaçados por
alguma coisa ou oprimidos por alguma necessidade? Vamos levar tudo isso diante
de Deus através da oração. Quando oramos, dividimos a responsabilidade com
Deus. Se você faz tudo na vida sem orar, então a responsabilidade é toda
sua. Se der errado, a culpa é sua. Quando oramos, estamos pedindo que Deus faça
a parte que não está ao nosso alcance. Contudo, continuamos responsáveis por
aquilo que podemos fazer.
Tendo orado, temos mais
um motivo para descansar. Em nossa oração, precisamos também agradecer. A
gratidão, mais do que uma expressão verbal, é um exercício. Precisamos,
freqüentemente, olhar para tudo o que Deus já nos deu e agradecer. É bom que
agradeçamos por cada coisa, cada pessoa, cada conquista, cada realização, e até
mesmo pelo que não conseguimos, pois até isso foi livramento do Senhor, embora
possamos não ter compreendido. Esse exercício é um antídoto contra as ambições
excessivas. Normalmente vivemos olhando para o que falta e nos esquecemos de
agradecer pelo que já temos. Valorizamos demasiadamente o que falta e
desvalorizamos o que já temos. Isso é um erro do ser humano que aumenta a
ansiedade e diminui a alegria.
A ansiedade, seja por
motivo legítimo ou não, é resultado dos nossos pensamentos. Paulo nos aconselha
a selecionar nossos pensamentos. Se podemos agir para resolver determinado
problema, então devemos fazê-lo, mas ficar apenas cultivando a preocupação não
vai nos levar a nada. Precisamos então, pensar em coisas boas, positivas,
agradáveis, e isso será favorável ao nosso bem estar e à nossa alegria. Embora
tais palavras possam parecer apenas a valorização do pensamento positivo, Paulo
coloca a pessoa de Deus como a fonte da nossa paz (4.9).
UNIDADE E HUMILDADE (1.27;
2.2)
Os filipenses haviam
mandado uma ajuda financeira para o apóstolo (4.16-18). Ele se regozijou muito
pela comunhão que os irmãos tiveram com ele naquele momento difícil. É na
dificuldade que a comunhão e a unidade se tornam mais necessárias e
importantes. "Na angústia nasce o irmão" (Pv.17.17). É nessa hora que
se descobre o verdadeiro amigo. Os falsos desaparecem.
O tema da unidade
também se apresenta na epístola quando Paulo fala de um "companheiro de
jugo" (provavelmente Síntique – 4.2-3,14) O jugo, também chamado
"canga", "é uma peça de madeira que une dois bois e os prende ao
carro ou ao arado" (Aurélio). Companheiro de jugo é companheiro de
trabalho. É um tipo de sociedade num momento de dificuldade.
A unidade depende da
humildade (2.3-4). O orgulho e o egoísmo trazem divisão. Para demonstrar o
valor da humildade, Paulo usa a pessoa de Cristo como exemplo (2.5-11). Afinal,
não haveria exemplo melhor. O texto do capítulo 2.5 a 11, nos mostra a
trajetória de Jesus. É um quadro de humilhação progressiva até a morte na cruz.
Em seguida, vem sua exaltação acima de toda a criação.
"Não atente cada
um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos
outros." (2.4). Cuide do problema do seu irmão como se fosse seu, desde
que não esteja havendo abuso nem aconteça de você estar atrapalhando o
crescimento da outra pessoa. Ajude o seu próximo, mas, de preferência, ensine o
seu próximo a ajudar a si mesmo. Existe um momento em que devemos carregar a
carga uns dos outros (Gál.6.2) e outro momento em que cada um deve levar sua
própria carga (Gál.6.5). É preciso sabedoria para discernir essas ocasiões e
agir da maneira correta.
ESBOÇO
- I - Introdução e saudação - 1.1-2.
- II - Conceito que Paulo tem sobre os filipenses e sua oração por eles - 1.3-11.
- III - A prisão de Paulo contribui para o progresso do evangelho. - 1.12-26.
- IV- Exortação à perseverança, unidade, humildade e santidade
- conforme o exemplo de Cristo - 1.27 a 2.18.
- V - Elogio a Timóteo e Epafrodito - 2.19-30.
- VI - Confiança em Cristo e não na carne - 3.1-21.
- VII - Exortação à vida santa - 4.1-9.
- VIII - Gratidão de Paulo pelo auxílio dos filipenses - 4.10-20.
- IX - Saudações finais - 4.21-23.
Filipenses 1
Paulo e Timóteo,
servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em
Filipos, com os bispos e diáconos:
Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.
Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,
Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,
Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.
Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;
Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.
Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.
E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho;
De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares;
E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade;
Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.
Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.
Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.
Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher.
Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.
Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.
E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé,
Para que a vossa glória cresça por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.
Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.
E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus.
Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele,
Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.
Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.
Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,
Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,
Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.
Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;
Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.
Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.
E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho;
De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares;
E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade;
Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.
Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.
Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.
Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher.
Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.
Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.
E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé,
Para que a vossa glória cresça por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.
Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.
E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus.
Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele,
Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.
Filipenses 2
Portanto, se há
algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no
Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz.
Por isso, também
Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome
de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo
da terra,
E toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
Porque Deus é o
que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Fazei todas as
coisas sem murmurações nem contendas;
Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
Retendo a
palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido
nem trabalhado em vão.
E, ainda que
seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me
regozijo com todos vós.
E vós também
regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo.
E espero no
Senhor Jesus que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de
bom ânimo, sabendo dos vossos negócios.
Porque a ninguém
tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado;
Porque todos
buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.
Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.
Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.
De sorte que
espero vo-lo enviar logo que tenha provido a meus negócios.
Mas confio no Senhor, que também eu mesmo em breve irei ter convosco.
Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades.
Mas confio no Senhor, que também eu mesmo em breve irei ter convosco.
Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades.
Porquanto tinha
muitas saudades de vós todos, e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido
que ele estivera doente.
E de fato esteve
doente, e quase à morte; mas Deus se apiedou dele, e não somente dele, mas
também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
Por isso vo-lo
enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha
menos tristeza.
Recebei-o, pois,
no Senhor com todo o gozo, e tende-o em honra;
Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para comigo a falta do vosso serviço.
Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para comigo a falta do vosso serviço.
Filipenses 3
Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de
escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós.
Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão;
Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.
Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu:
Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;
Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,
E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;
Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte;
Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará.
Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo.
Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.
Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo,
Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.
Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão;
Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.
Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu:
Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;
Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,
E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;
Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte;
Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará.
Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo.
Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.
Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo,
Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.
Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo
glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.
Filipenses 4.
Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha
alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
2Rogo a Evódia, e rogo
a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor.
3E peço-te também a ti,
meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no
evangelho, e com Clemente, e com os meus outros cooperadores, cujos nomes estão
no livro da vida.
4Regozijai-vos sempre
no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
5Seja a vossa eqüidade
notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6Não estejais inquietos
por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de
Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
7E a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos
em Cristo Jesus.
8Quanto ao mais,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo
o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de
paz será convosco.
10Ora, muito me
regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já
vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11Não digo isto como por
necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12Sei estar abatido, e
sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou
instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade.
13Posso todas as coisas
em Cristo que me fortalece.
14Todavia fizestes bem
em tomar parte na minha aflição.
15E bem sabeis também, ó
filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da macedônia, nenhuma
igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente;
16Porque também uma e
outra vez me mandastes o necessário a tessalônica.
17Não que procure
dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
18Mas bastante tenho
recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o
que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício
agradável e aprazível a Deus.
19O meu Deus, segundo as
suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo
Jesus.
20Ora, a nosso Deus e
Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém.
21Saudai a todos os
santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam.
22Todos os santos vos
saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
23A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém.
Segunda qualidade do fruto do Espírito Santo: gozo
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei
.” (Gálatas 5:22-23)
Esta semana examinaremos em detalhes a segunda qualidade do fruto do
Espírito Santo: gozo . A palavra grega para gozo é chara e significa:
gozo, regozijo, alegria”. Em muitos sentidos, chara significa “celebrar”.
Qual é a origem do gozo perfeito? Em Lucas 10:17-20 vemos que os
discípulos ficaram alegres porque os demônios se sujeitavam a eles no nome de
Jesus. Mas Jesus disse-lhes que a maior razão para nosso gozo é o fato de
nossos nomes estarem escritos nos céus! Salmo 51:12 fala que a fonte do gozo de
Davi estava na salvação de Deus.
Há uma relação entre graça e gozo. A palavra grega para graça é charis,
para gozo, chara. Elas têm a mesma raiz. Charis significa
“favor não merecido”. A salvação pertence ao Senhor (Apocalipse 7:10) e
Ele a deu gratuitamente a cada um de nós através do sacrificío de seu Filho
Jesus. É essa a grande razão de nosso gozo! Não somos salvos através da nossa
justiça ou esforço próprio, mas sim por causa da justiça e trabalho do Senhor
Jesus Cristo por nós.
Esse gozo sobrenatural é algo que independe das circunstâncias. Em
Filipenses 4:4, escrevendo do fundo de uma prisão lamacenta, fria e suja, Paulo
exorta aos crentes “Regojizai-vos sempre no Senhor. Outra vez digo: regojizai-vos!”.
Como é possível? Porque Paulo tinha os olhos no Seu Senhor e aprendeu que
a presença, o propósito e poder de Deus são melhores descobertos nas
tribulações e dificuldades. Ele não encontrou forças para fugir de suas
circunstâncias e sim para continuar nelas e mesmo assim, ter gozo no
Senhor. Por que? Filipenses 3:8 tem a resposta: porque para Paulo,
“conhecer a Cristo” era maior ganho que qualquer perda que ele pudesse vir a
ter. Ele lidou com dificuldades terrenas confiando na resposta divina.
Steven Curtis Chapman, um cantor americano cristão que no ano passado
perdeu a filhinha de 5 anos atropelada acidentalmente por um de seus filhos,
escreveu em uma de suas músicas: “Que tipo de alegria é essa: contar como
benção o sofrimento?”. Como sabemos, o gozo de que falamos é sobrenatural
e portanto, só pode ser desenvolvido em nós se formos cheios do Espírito Santo.
Humanamente falando, é impossível sentir um gozo assim.
No Salmo 71:20,23 o salmista fala sobre a confiança que ele sente que
apesar de ter visto muitos e amargos sofrimentos, ele sabe que Deus irá encher
seus lábios de alegria novamente. Uma das razões pela qual Deus permite o
sofrimento em nossas vidas é para que provemos Sua alegria através da
restauração que somente Ele pode nos dar.
É parte da maturidade cristã entendermos que bom não é sinônimo de
fácil. Deus dificilmente irá remover de nossas vidas pessoas e circunstâncias
que nos forcem a estarmos de joelhos diante d’Ele. Não temos condições de
conhecer a Cristo realmente até que possamos ter comunhão com Ele nos Seus
sofrimentos. Filipenses 3:10 fala sobre o maior desejo de Paulo: conhecer a
Cristo e o poder da sua ressurreição e comunhão nos seus sofrimentos.
Mesmo após tê-lo recebido, podemos perder o nosso gozo, como Elias o
perdeu em I Reis 17-19. Como? Podemos perder nosso gozo quando:
1.
Nosso “servir” é maior que nosso
“buscar a Deus” – Não adianta servir na igreja 24 horas, 7 dias por semana se
não temos tempo pessoal com Deus para buscá-lo , orar e ler Sua Palavra. Com o
tempo, ficaremos “esgotados” como Elias ficou;
2.
Nosso “falar” excede nosso
“caminhar” com Deus;
3.
Quando só vemos Deus no meio de
“sinais e maravilhas” – assim como Elias se acostumou a ver Deus no meio dos
milagres mas não o viu no meio das coisas comuns, nós também podemos perder
nosso gozo se só acharmos que Deus está presente se houver milagres ou
profecias;
4.
Quando estamos exaustos – O que faria
Elias fugir das circunstâncias, depois de presenciar tão grande milagre pelas
mãos de Deus? O fato de Elias estar exausto. Ele estava faminto e sem descanso.
Por isso Deus primeiro o alimentou e deixou-o repousar antes de falar com Ele.
Não podemos achar que serviremos melhor a Deus negligenciando nosso corpo – que
é o templo do Espírito Santo;
5.
Quando nos sentimos sós – Elias cria
que era o único lutando por Deus, mas havia outros. Deus mandou um companheiro
para ajudá-lo (Eliseu). Não fomos criados para andarmos sós!
Por isso, para termos gozo devemos também nos relacionar com
aqueles que Deus também tem chamado. Em Filipenses 4:1, Paulo chama os irmãos
de sua alegria e sua coroa. Em I Tessalonicenses 3:9, Paulo diz que tem gozo na
presença de Deus por causa dos irmãos. Nosso dons não são para nós e sim para o
corpo de Cristo. Deus não nos quer andando separados e isolados. O gozo
nos torna ganhadores de almas!
Resumindo: gozo é o resultado de:
1.
Sabermos que nossos nomes estão
escritos nos céus;
2.
Descobrirmos a Pessoa, o poder e o
plano de Deus em quaquer circunstância em nossas vidas;
3.
Restauração de Deus;
4.
Permanecer em Cristo;
5.
Relacionar-se da maneira de Deus com
os filhos de Deus.
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