terça-feira, 1 de outubro de 2013

COMENTARIO DA CARTA DE FILIPENSES



Autor: Filipenses 1:1 identifica o apóstolo Paulo como o seu autor, provavelmente com a ajuda de Timóteo.

Quando foi escrito: O livro de Filipenses foi escrito em aproximadamente 61 dC.

Propósito: A Epístola aos Filipenses, uma das epístolas de Paulo na prisão, foi escrita em Roma. Foi em Filipos, onde Paulo visitou em sua segunda viagem missionária (Atos 16:12), que Lídia e o carcereiro e sua família foram convertidos a Cristo. Agora, alguns anos mais tarde, a igreja estava bem estabelecida, como se pode deduzir pelo seu tratamento inicial, o qual diz: "bispos (presbíteros) e diáconos" (Filipenses 1:1).

O motivo para a epístola foi reconhecer uma oferta monetária procedente da igreja em Filipos e levada ao apóstolo por Epafrodito, um dos seus membros (Filipenses 4:10-18). Esta é uma delicada carta para um grupo de cristãos que eram especialmente próximos ao coração de Paulo (2 Coríntios 8:1-6) e, comparativamente, pouco é dito sobre o erro doutrinário.

Versículos-chave: Filipenses 1:21: "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro."

Filipenses 3:7: "Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo."

Filipenses 4:4: "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos."

Filipenses 4:6-7: "Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus."

Filipenses 4:13: "Tudo posso naquele que me fortalece."

Resumo: Filipenses pode ser chamado de "Recursos através do sofrimento". O livro é sobre Cristo em nossa vida, Cristo em nossa mente, Cristo como nossa meta, Cristo como nossa força e alegria através do sofrimento. Ele foi escrito durante a prisão de Paulo em Roma, cerca de 30 anos após a ascensão de Cristo e cerca de dez anos depois de Paulo ter pregado em Filipos pela primeira vez.

Paulo era um prisioneiro de Nero, mas a Epístola transborda com mensagens de triunfo.
As palavras "alegria", "gozo" e "regozijo" aparecem com frequência (Filipenses 1:4, 18, 25, 26, 2:2, 28; Filipenses 3:1, 4:1, 4,10). Uma experiência cristã correta é experimentar, independente de nossas circunstâncias, a vida, a natureza e a mente de Cristo habitando em nós (Filipenses 1:6, 11; 2:5, 13). Filipenses atinge o seu auge em 2:5-11 com a declaração gloriosa e profunda sobre a humilhação e exaltação de nosso Senhor Jesus Cristo.

Filipenses pode ser dividido da seguinte forma:

Introdução, 1:1-7
I. Cristo, a vida do cristão: Regozijar-se apesar do sofrimento, 1:8-30
II. Cristo, o modelo do cristão: Regozijar-se em servir com humildade, 2:1-30
III. Cristo, o objeto da fé, desejo e perspectiva do cristão, 3:1-21
IV. Cristo, a fortaleza do cristão: Regozijar-se em meio à angústia, 4:1-9
Conclusão, 4:10-23

Conexões: Assim como em muitas de suas cartas, Paulo advertiu os novos crentes na igreja de Filipos para terem cuidado com a tendência ao legalismo que continuamente aparecia nas igrejas primitivas. Os judeus estavam tão ligados à lei do Antigo Testamento que havia um esforço constante por parte dos judaizantes de retornar ao ensino da salvação pelas obras. Entretanto, Paulo reiterou que a salvação é somente pela fé em Cristo e apelidou os judaizantes de "cães" e "maus obreiros". Em particular, os legalistas estavam insistindo que os novos crentes em Cristo deviam continuar sendo circuncidados de acordo com os requisitos do Antigo Testamento (Gênesis 17:10-12; Levítico 12:3). Desta forma, eles tentaram agradar a Deus por seus próprios esforços e elevar-se a uma posição superior à dos cristãos gentios que não participavam do ritual. Paulo explicou que aqueles que foram lavados pelo sangue do Cordeiro não mais precisavam realizar o ritual que simbolizava a necessidade de um coração puro.

Aplicação Prática: Filipenses é uma das cartas mais pessoais de Paulo e, como tal, tem várias aplicações pessoais aos crentes. Escrita durante a sua prisão em Roma, Paulo exorta os filipenses a seguirem o seu exemplo e anunciar “a palavra com maior determinação e destemor” (Filipenses 1:14) em tempos de perseguição. Todos os cristãos têm experimentado, em um momento ou outro, a animosidade dos incrédulos contra o evangelho de Cristo. Isso é de se esperar. Jesus disse que o mundo o odiava e odiaria os Seus seguidores também (João 5:18). Paulo exorta-nos a perseverar em face de perseguição, a permanecer firmes "num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (Filipenses 1:27).

Uma outra aplicação de Filipenses é a necessidade dos cristãos permanecerem unidos em humildade. Estamos unidos com Cristo e temos que nos esforçar para estar unidos uns aos outros da mesma maneira. Paulo nos encoraja a “ter o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude” e a repudiar a vaidade e egoísmo, mas ”humildemente considerem os outros superiores a si mesmo", prestando atenção aos interesses dos outros e cuidando uns aos outros (Filipenses 2:2-4). Haveria muito menos conflito nas igrejas hoje se todos seguíssemos o conselho de Paulo.

Uma outra aplicação de Filipenses é a do gozo e alegria encontrados ao longo de sua carta. Ele se alegra que Cristo está sendo proclamado (Filipenses 1:8), em sua perseguição (2:18), exorta os outros a se alegrarem no Senhor (3:1), e refere-se aos irmãos de Filipos como a sua “alegria e coroa” (4:1). Ele resume com esta exortação aos crentes: "Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!" (4:4-7). Como crentes, podemos nos alegrar e experimentar da paz de Deus quando lançamos todos os nossos cuidados sobre Ele: "Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus" (4:6). A alegria de Paulo, apesar da perseguição e prisão, brilha através desta carta e temos a promessa da mesma alegria quando focalizamos nossos pensamentos no Senhor (Filipenses 4:8).



Filipenses: a “Epístola da Alegria” escrita na prisão
 (FP 4:4) "Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos."
 
 Ao estudarmos a  Epístola de Paulo aos Filipenses nos deparamos com uma realidade que parece incoerente à compreensão humana. Paulo estava preso na ocasião em que escreveu a carta enviando-a através de Epafrodito (um companheiro de ministério muito amado pelo povo de Filipos). Como pode um homem preso, escrever uma carta tão alegre? Pode um homem se alegrar em meio ao perigo? Pode um homem louvar ao Senhor numa situação triste ou numa prisão?
Nós encontramos nos 4 capítulos da Epístola Aos Filipenses uma quantidade significativa das palavras “alegria”, “regozijo”, “gozo”, “regozijai” e “alegrai”, além de muitas citações de demonstração de felicidade.
  
Contexto Histórico
 Paulo havia estado em Filipos para a pregação do Evangelho e a conseqüente fundação de uma Igreja, como nos relata Atos 6. Na ocasião Deus fez uma grande obra naquela cidade. Após expulsar um espírito de adivinhação numa uma mulher que dava muito lucro aos seus senhores Paulo foi preso juntamente com Silas. Foi então o primeiro grande testemunho de fé e confiança que o apóstolo deixava para a lembrança daquele povo. Mesmo preso naquele cárcere a Palavra não nos relata que Paulo chorava, reclamava ou murmurava, mas relata que ele louvava e orava ao Senhor. Nesse momento um terremoto aconteceu, as portas da cadeia se abriram e até o carcereiro que tomava conta das celas pôde presenciar a manifestação do poder de Deus e juntamente com sua família abriram seus corações para a salvação em Jesus Cristo.
 Paulo partiu mas deixou uma Igreja fundada não somente pelo anúncio do Evangelho, mas também pelo testemunho que ele havia dado naquele lugar, provando pela primeira vez àquele povo que é possível regozijar mesmo nos momentos mais difíceis.
 A Epístola aos Filipenses
 Anos mais tarde (acredita-se ter sido entre 5 e 10 anos após a fundação da Igreja) Paulo estava preso, longe de Filipos, e havia recebido dádivas daquele povo que não o esquecia, e que com gratidão, o reconhecia como o grande responsável pelo surgimento da “Igreja de Cristo” naquela localidade.
 "Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim... Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição... Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta." (FP 4:10,14 e 17).
Mas as dádivas e a lembrança do povo não eram os únicos motivos da alegria que Paulo expressada na Epístola. Nessa oportunidade ele passou a saber da situação da Igreja em Filipos e estava muito contente também com a fidelidade daqueles cristãos. Durante a carta ele expõe apenas alguma preocupação para que aquele povo não viesse a se contaminar com falsos obreiros ."Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão” (FP 3:2).
 Mas mesmo com sua satisfação em relação aos filipenses a realidade do apóstolo era diferente a daquele povo. Os filipenses estavam livres para viver e continuar pregando o evangelho. Paulo, por sua vez estava encarcerado (acredita-se que ele estava em Roma pela liberdade que tinha em receber dádivas na cadeia, e em Roma ele havia ficado preso em sua própria casa na espreita de um vigia. Mais tarde Paulo sairia daquela prisão para ser condenado à morte). Que situação triste: impedido de fazer o que mais gostava que era anunciar o Evangelho, podendo ser condenado, além de solitário, mas mesmo assim Paulo ainda conseguia escrever uma “Epístola da Alegria”.
 Como louvar e se regozijar enfrente ao perigo? Como se alegrar no meio de um deserto? Como transmitir felicidade em meio à angustia? Para isso é necessário uma certeza muito grande de “quem é Deus”, é saber em quem temos crido, é ter uma fé tão segura a ponto de não esquecer jamais de que “ todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus”.
 Paulo conhecia Jesus. Não havia estado fisicamente com Ele, como hoje também não estamos, mas a comunhão dele com Cristo fazia com que independente das circunstâncias, ele não perdesse a fé. (FP 3:14) "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus."
Ao ler a Epístola em busca dessas certezas nos deparamos com os versículos escritos por Paulo que renovam a nossa fé e nos ensinam a alcançar a felicidade independente das circunstâncias.  Quando atingimos essa profundidade na comunhão com Deus a felicidade brota em nossas vidas e aprendemos a esperar felizes o dia da vitória.
 (FP 2:13) "Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade."
(FP 3:20 e 21) "Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas."
 (FP 1:20 e 21) "Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho."



FILIPENSES: BOAS NOVAS DE ALEGRIA
A primeira igreja na Europa foi fundada em Filipos (At 16.11-40). Nesta cidade, Paulo estabeleceu uma igreja muito dinâmica. Chegou a receber ajuda financeira dos filipenses (2 Co 11.9, Fp 1.5, 4.15-16).
Além de agradecer pela ajuda, Paulo escreveu a eles, estando na prisão (Fp 1.7, 13, 20), exortando aos filipenses á uma vida cheia de alegria cristã, vivendo corretamente na presença de Deus (Fp 1.10, 27, 2.12-18, 3.1, 4.4).
Leia Fp 2.5-11. Esta é uma das passagens mais lindas do Novo Testamento.
Mas, na igreja de Filipos, havia adversários (1.28, 3.2, 18-19). Estes eram pessoas mundanas, e Paulo ensina que “nossa pátria está nos céus”(3.20), e nosso pensamento deve se ocupar com coisas virtuosas (4.8-9).
Observe quantas vezes a palavra “alegria”, em seus diversos modos e sinônimos, é apresentada:
1.4
2.17-18
4.1
1.18
2.28
4.4
2.2
3.1
4.10
A carta tem vários conselhos práticos, como, por exemplo:
“Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” – Fp. 1.27
“Considerando cada um os outros superiores a si mesmo” – Fp 2.3
“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”- Fp. 2.5
Leia também 2.14, 3.7, 3.16, 4.1, 4.4 e 4.13.
DICIONÁRIO DE FILIPENSES:
Contendas - brigas, conflitos.
Dinâmica – viva, cheia de entusiasmo, ativa.
Exortando – aconselhando, orientando.
Mundanas – do mundo, da carne, contrário de espiritual.
Murmurações – resmungos, queixas.
Regozijo – alegria, satisfação.
Virtuosas – que têm virtude, bons hábitos.
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” – Fp. 4.8.

ESTUDO DA CARTA DE PAULO AOS FILIPENSES
Prof. Anísio Renato de Andrade

A CIDADE DE FILIPOS
Filipos era a capital da província romana chamada Macedônia, localizada em território que hoje pertence à Grécia. Seu nome significa "pertencente a Filipe". A cidade foi fundada por Filipe, pai de Alexandre Magno, em 358 a.C. Era importante devido à sua localização junto à principal estrada que cortava a Macedônia no sentido leste-oeste, servindo de caminho entre a Ásia e Roma. Além disso, a cidade possuía minas de ouro e prata.
A IGREJA EM FILIPOS
Foi a 1a igreja cristã na Europa. Foi fundada por Paulo durante a segunda viagem missionária - At.16.11-40. Ali chegando, o apóstolo foi bem recebido juntamente com Silas. Os primeiros convertidos foram Lídia, vendedora de púrpura, e uma jovem que adivinhava, da qual foi expulso um espírito imundo. Sendo liberta, cessaram os seus prognósticos. Diante disso, cessou também o lucro dos seus senhores, os quais se enfureceram contra Paulo e Silas, incitando contra eles as autoridades locais. Como resultado, aqueles irmãos foram espancados e lançados na prisão (I Ts.2.2). Estando orando e louvando a meia-noite, Deus os libertou por meio de um terremoto que abriu as cadeias. Diante de tão grande acontecimento, o carcereiro se converteu e também a sua família.
Algum tempo depois, os irmãos filipenses enviaram ajuda financeira para Paulo - II Cor.8.2 Fil. 4.10,15.
A SITUAÇÃO DE PAULO
Ao escrever a epístola aos filipenses, Paulo se encontrava preso, correndo risco de vida, distante de muitos irmãos e amigos e em dificuldade financeira. Na carta, ele fala da morte várias vezes: 1.20; 2.8; 2.27; 2.30; 3.10. Entretanto, a mesma epístola enfatiza a alegria, a gratidão (1.3; 4.6), e ainda admoesta contra a murmuração (2.14).
Isso é testemunho (2.15). Alegria e gratidão no meio do sofrimento é tão contrastante quanto a luz no meio da escuridão, como uma estrela refulgente no meio do negro céu. Não dá para ignorar. Paulo compara os cristãos aos luzeiros, aos astros, e não a uma vela ou a um pavio de lamparina (2.15). O luzeiro produz abundante luz, a qual não se apaga com o vento nem com a tempestade.
Normalmente, se existe luz, existe fogo. Algo está se consumindo. Algo está queimando. Não seremos luz gratuitamente. Não seremos luz sem sacrifício, sem dor, sem renúncia, sem sofrimento ou sem tribulações.
Até a sua própria morte é vista por Paulo como um meio pelo qual o Senhor Jesus seria glorificado (1.20). Segundo a visão do apóstolo, sofrer pelo evangelho é um privilégio (1.29).
A EPÍSTOLA AOS FILIPENSES
Autor: Paulo (e Timóteo)
Portador: Epafrodito
Data: 60 ou 61.
Local: prisão em Roma.
Tema: Alegria no Senhor.
Motivo da carta: gratidão pelo auxílio enviado pelos filipenses.
Versos chave: 1.21 e 4.4
COMENTÁRIO
OS SANTOS FILIPENSES
Paulo usa a palavra "santos" para se referir aos filipenses (1.1). Esse termo na bíblia não se refere a cristãos mortos e que, ainda assim, tenham poder para interferir no mundo dos vivos e fazer milagres. Nada disso. "Santo" significa "separado", "consagrado". Todo cristão é santo, ou pelo menos deveria ser. Todo servo do Senhor é separado do mundo e separado para Deus. Essa separação não significa alienação. O cristão não deve viver como um alienígena, indiferente a tudo, longe de todos, isolado e estranho. Podemos e devemos participar de tudo o que acontece em nossa volta, exceto daquelas coisas que podem interferir na nossa comunhão com Deus e contrariar o nosso compromisso com Cristo. Quando a questão ameaça esse ponto, então nos separamos, pois somos santos.
"Santo" não significa perfeito ou alguém que esteja livre da possibilidade de pecar. Somente alcançaremos essa condição quando deixarmos esta terra e formos para o nosso lar celestial. Antes disso, devemos viver num processo de aperfeiçoamento. Pelas palavras de Paulo, vemos que os filipenses não eram perfeitos, mas estavam caminhando nessa direção. Ele disse: "Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus." (1.6). O próprio apóstolo disse a respeito de si mesmo: "Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus..." (3.12-14). Vejo nesse processo de aperfeiçoamento o desenvolvimento da salvação mencionado em Fil.2.12. Não que sejamos "meio salvos". A obra está consumada no coração de Deus, mas, na prática, os efeitos da salvação ainda se estabelecem gradativamente até que o nosso corpo seja transformado em um corpo incorruptível, em semelhança do corpo ressurreto do nosso Senhor Jesus Cristo.
PERDAS E GANHOS
O evangelho envolve perdas e ganhos (3.7-8). Isso não combina com certas pregações de prosperidade. Paulo estava preso, privado de muitas coisas, mas certo do seu ganho espiritual. Será que Paulo pensava em um evangelho que lhe proporcionaria riqueza material, uma grande casa, um lindo carro, o seu próprio negócio, etc? De modo nenhum. Ele assumia as tribulações e os sofrimentos como fatores naturais no caminho do cristão e que tudo isso até contribuiria para o avanço do reino de Deus. "... As coisas que me aconteceram têm antes contribuído para o progresso do evangelho." (1.12). Ele destacou ainda, de modo comemorativo, que sua prisão tinha se tornado oportunidade para evangelizar os soldados romanos (1.13).
Quando, ao fim da epístola, Paulo diz: "Tudo posso naquele que me fortalece" (4.13), ele não estava ensinando uma declaração do pensamento positivo, como se quisesse colocar o cristão numa posição de sucesso absoluto, conforme a visão que o mundo tem de sucesso. Lendo 4.12, entendemos que Paulo estava dizendo que ele foi capacitado por Deus para passar por qualquer situação, fosse de abundância ou escassez, de humilhação ou honra, de fartura ou de fome. Certamente, o obreiro de Deus precisa estar pronto para tudo isso e não apenas para ser rico.
É verdade que Deus pode nos dar todo tipo de bens materiais. Entretanto, isso depende do plano dele para cada pessoa. Não podemos colocar a riqueza material como conseqüência natural do evangelho. Isso não é bíblico. Na parábola dos talentos, aquele senhor deu uma quantidade de dinheiro correspondente à capacidade de cada um. É assim que Deus faz conosco. Ele não vai colocar em nossas mãos algo superior à nossa capacidade de administrar.
Precisamos focalizar o ganho espiritual, o galardão celestial e não o galardão terreno. Este, se vier, será bem-vindo. Porém, não pode ser o nosso objetivo.
OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO
"Pois muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu vos dizia e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo; O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia; visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória..." (Fil.3.18-21).
Cruz é renúncia, é entrega, é perda, é humilhação, é morte. Disse Jesus: "Se alguém quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará.". (Lc.9.23-24). Se não estivermos dispostos a perder nada pelo evangelho e ainda quisermos fazer dele uma ferramenta para o enriquecimento material, estaremos desvirtuando sua essência e negando a cruz.
Corremos o risco de colocar o ser humano como o centro do cristianismo, como se este existisse para atender a todos os nossos desejos terrenos. Desse modo, muitas pessoas estão nas igrejas com a expectativa de que Deus resolva todos os problemas delas e vêem nele apenas um solucionador de problemas e não um Senhor.
"Buscai primeiro o Reino de Deus." (Mt.6.33a). Muitos precisam corrigir a orientação de sua busca ao Senhor. Precisamos buscá-lo, primeiramente, para sabermos a sua vontade para nós, e não para fazê-lo conhecer a nossa vontade. Precisamos perguntá-lo sobre o que devemos fazer para ele antes de apresentar o que queremos que ele faça para nós. Nós é que somos os servos. Ele é o Senhor.
Além disso, precisamos colocar os valores espirituais acima dos valores terrenos. Em sua oração pelos filipenses, Paulo pede que eles tenham amor, conhecimento, discernimento e fruto de justiça para a glória de Deus (Fil.1.9-11). São valores espirituais, os quais devem ser enfatizados, acima das nossas ambições materiais.
Colocando cada coisa no seu devido lugar e nível de importância, entenderemos a disposição de Paulo até para sofrer e morrer pelo evangelho. Em algum tempo da nossa vida podemos estar vivendo na abundância. Em outro tempo podemos estar sofrendo privações sem que isso signifique pecado nem fracasso espiritual. O cristão pode ser rico (II Tm.6.17-19) e pode ser pobre (II Cor.8.1-2; Fil.4.11). O que não se pode é vincular o evangelho à riqueza material. Afinal, Jesus disse que os ricos dificilmente se salvarão. E Paulo acrescentou que os que querem ser ricos caem em muitas tentações. (Lc.18.24; II Tm.6.9-10).
DEUSES ESTRANHOS
Paulo disse que "andam entre nós" muitas pessoas "cujo deus é o ventre." Entre nós significa dentro da igreja. São pessoas que não estão servindo ao verdadeiro Deus, mas estão procurando apenas seu próprio interesse. Eram como aquela multidão que acompanhava Jesus apenas por causa dos pães e dos peixes que ele multiplicava (João 6.26). Isso é até admissível por algum tempo. Muitos só vão atrás de Jesus motivados por uma necessidade pessoal. Porém, chega um momento quando todos são desafiados a assumirem uma posição de compromisso com o Senhor. Seguir a Cristo nos faz passar por momentos de milagres, de pão e peixe multiplicados, de cura, de libertação, etc, mas nesse caminho também existe uma cruz.
O "deus" daquelas pessoas era o ventre. A alimentação estava acima de tudo para elas. Existem hoje tantos deuses sendo adorados e servidos. Na sociedade atual, o futebol é um deus ou uma religião. Não é à toa que os grandes jogadores são considerados "ídolos". Os estádios reúnem pessoas como não acontece em nenhum templo religioso do mundo. Elas vão ali, pagam para entrar, nada ganham, e algumas chegam a matar ou morrer pelo seu time. As copas do mundo reúnem povos de muitas nações num congraçamento jamais realizado por nenhuma religião.
Outro deus da atualidade que podemos mencionar é o sexo. A sexualidade extrapola as portas conjugais e se manifesta nas músicas, nos comerciais, nos filmes, nas novelas, etc. Deixa de ser um componente do casamento e passa a ser usado como produto comercial. Aqueles que servem a esse deus tornam-se escravos de suas práticas extraconjugais.
O dinheiro é também um deus da humanidade. Cristo mesmo já mencionou algo semelhante quando disse: "Não podeis servir a Deus e a Mamom" (Mt.6).
Os exemplos que mencionamos não são coisas intrinsecamente más. O futebol não é algo mau. O dinheiro também não. O sexo, por sua vez, foi criado por Deus e é correto desde que praticado dentro do matrimônio. O problema é quando essas coisas são colocadas acima de Deus, como se fossem mais importantes do que ele. Se trocarmos o compromisso com Deus por uma outra coisa, então essa coisa é o nosso deus.
Através do jejum, das ofertas e da abstinência pelo tempo necessário, nós demonstramos, na prática, que o Senhor Jesus está acima de tudo para nós.
REGOZIJAI-VOS NO SENHOR
Paulo, mesmo preso, estava se regozijando (1.18). Possuía uma alegria sem motivo aparente (1.4,18,25). Ele usa não apenas a palavra alegria, mas gozo e regozijo, que são termos ainda mais fortes, que falam de uma alegria intensa, grande satisfação ou prazer (2.2; 2.17,18,28,29). A chave do contraste entre a prisão de Paulo e sua alegria é a expressão: "Regozijai-vos no Senhor (3.1; 4.1,4,10). A alegria do cristão não vem de fora para dentro, mas de dentro para fora. Alegria no Senhor não depende de circunstâncias mas depende do Senhor, e ele não muda. Um cristão alegre no meio da tribulação? Isso é loucura para o mundo. Tal alegria provém de uma paz que excede todo entendimento (4.7).
Em meio a tantas expressões de alegria, o texto de 2.28 menciona a "tristeza". Isso é bom para que não falemos do cristianismo como se fosse algo irreal, utópico. Paulo esteve triste por causa da doença de Epafrodito. Nesse mundo podemos passar por momentos de tristeza. Porém, ela não pode nos dominar, não pode ser nossa companheira constante. Observe que, embora a tristeza tenha sido mencionada, ela não se tornou característica nem tema da epístola. Da mesma forma como não se tornou característica de Paulo nem será nossa. Podemos ficar tristes por alguns momentos ou até por alguns dias? Sim. Daniel esteve triste durante 21 dias (Dn.10.2). Podemos nos entristecer pelo pecado cometido (I Cor.5.2; II Cor.7.8-10), por uma perda, pelo sofrimento próprio ou alheio. Entretanto, não seremos pessoas tristes nem viveremos na tristeza. É verdade que Jesus chorou, conforme nos informa o menor versículo da bíblia (João 11.35). Porém, Jesus não viveu chorando e nem nós podemos viver assim. Paulo também chorou por causa daqueles que se perdiam (Fil.3.18). Que a tristeza em nossas vidas seja o menor versículo e que a alegria preencha longos capítulos da nossa existência.
A expressão "alegrai-vos no Senhor" nos dá uma idéia de uma alegria que não depende de outros fatores, mas depende do Senhor. Assim, temos também uma idéia de condicionamento. Nossa alegria depende da nossa relação com Deus. Se esta relação estiver interrompida de alguma forma, então estaremos desligados da nossa fonte de alegria. Ficaremos tristes. Precisamos então eliminar o que se pôs entre nós e Deus, seja um ídolo ou outro pecado qualquer. Religados à fonte da alegria, nosso rosto volta a brilhar como uma lâmpada que se acende.
ALEGRIA X ANSIEDADE
Ao escrever aos filipenses sobre a alegria, Paulo estava consciente de que a ansiedade poderia ser um empecilho nesse caminho (4.4-7). Talvez deixemos de usufruir em plenitude da alegria do Senhor (Neemias 8.10), porque estamos ansiosos.
Algumas vezes, a ansiedade, ou preocupação, ocorre por um motivo legítimo. Estamos nos sentindo ameaçados, então ficamos ansiosos. Entretanto, em muitos casos a ansiedade se manifesta sem fundamento real.
Podemos estar ansiosos porque buscamos algo e ainda não alcançamos. Pode ser algo necessário, mas, em muitos casos, trata-se de uma busca ambiciosa pelo excesso, por aquilo que é supérfluo. Não seria melhor fazer calar a nossa alma, como disse o salmista? (Salmo 131.2). "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus", diz o Senhor. (Salmo 46.10). Ele está no controle da nossa vida. Ele nos dará o que precisamos e até o que não precisamos, se isso for bom para nós. "Não andeis ansiosos", disse Jesus aos seus discípulos (Mat.6.25-34).
Em todas essas situações, a fé, a oração e a gratidão são os remédios prescritos pelo apóstolo Paulo. Se cremos em Deus e no seu cuidado para conosco, isso já é um forte motivo para o nosso descanso. Em segundo lugar vem a oração. Nossa fé se expressará através das nossas palavras. Estamos nos sentindo ameaçados por alguma coisa ou oprimidos por alguma necessidade? Vamos levar tudo isso diante de Deus através da oração. Quando oramos, dividimos a responsabilidade com Deus. Se você faz tudo na vida sem orar, então a responsabilidade é toda sua. Se der errado, a culpa é sua. Quando oramos, estamos pedindo que Deus faça a parte que não está ao nosso alcance. Contudo, continuamos responsáveis por aquilo que podemos fazer.
Tendo orado, temos mais um motivo para descansar. Em nossa oração, precisamos também agradecer. A gratidão, mais do que uma expressão verbal, é um exercício. Precisamos, freqüentemente, olhar para tudo o que Deus já nos deu e agradecer. É bom que agradeçamos por cada coisa, cada pessoa, cada conquista, cada realização, e até mesmo pelo que não conseguimos, pois até isso foi livramento do Senhor, embora possamos não ter compreendido. Esse exercício é um antídoto contra as ambições excessivas. Normalmente vivemos olhando para o que falta e nos esquecemos de agradecer pelo que já temos. Valorizamos demasiadamente o que falta e desvalorizamos o que já temos. Isso é um erro do ser humano que aumenta a ansiedade e diminui a alegria.
A ansiedade, seja por motivo legítimo ou não, é resultado dos nossos pensamentos. Paulo nos aconselha a selecionar nossos pensamentos. Se podemos agir para resolver determinado problema, então devemos fazê-lo, mas ficar apenas cultivando a preocupação não vai nos levar a nada. Precisamos então, pensar em coisas boas, positivas, agradáveis, e isso será favorável ao nosso bem estar e à nossa alegria. Embora tais palavras possam parecer apenas a valorização do pensamento positivo, Paulo coloca a pessoa de Deus como a fonte da nossa paz (4.9).
UNIDADE E HUMILDADE (1.27; 2.2)
Os filipenses haviam mandado uma ajuda financeira para o apóstolo (4.16-18). Ele se regozijou muito pela comunhão que os irmãos tiveram com ele naquele momento difícil. É na dificuldade que a comunhão e a unidade se tornam mais necessárias e importantes. "Na angústia nasce o irmão" (Pv.17.17). É nessa hora que se descobre o verdadeiro amigo. Os falsos desaparecem.
O tema da unidade também se apresenta na epístola quando Paulo fala de um "companheiro de jugo" (provavelmente Síntique – 4.2-3,14) O jugo, também chamado "canga", "é uma peça de madeira que une dois bois e os prende ao carro ou ao arado" (Aurélio). Companheiro de jugo é companheiro de trabalho. É um tipo de sociedade num momento de dificuldade.
A unidade depende da humildade (2.3-4). O orgulho e o egoísmo trazem divisão. Para demonstrar o valor da humildade, Paulo usa a pessoa de Cristo como exemplo (2.5-11). Afinal, não haveria exemplo melhor. O texto do capítulo 2.5 a 11, nos mostra a trajetória de Jesus. É um quadro de humilhação progressiva até a morte na cruz. Em seguida, vem sua exaltação acima de toda a criação.
"Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros." (2.4). Cuide do problema do seu irmão como se fosse seu, desde que não esteja havendo abuso nem aconteça de você estar atrapalhando o crescimento da outra pessoa. Ajude o seu próximo, mas, de preferência, ensine o seu próximo a ajudar a si mesmo. Existe um momento em que devemos carregar a carga uns dos outros (Gál.6.2) e outro momento em que cada um deve levar sua própria carga (Gál.6.5). É preciso sabedoria para discernir essas ocasiões e agir da maneira correta.
ESBOÇO
  • I - Introdução e saudação - 1.1-2.
  • II - Conceito que Paulo tem sobre os filipenses e sua oração por eles - 1.3-11.
  • III - A prisão de Paulo contribui para o progresso do evangelho. - 1.12-26.
  • IV- Exortação à perseverança, unidade, humildade e santidade
  • conforme o exemplo de Cristo - 1.27 a 2.18.
  • V - Elogio a Timóteo e Epafrodito - 2.19-30.
  • VI - Confiança em Cristo e não na carne - 3.1-21.
  • VII - Exortação à vida santa - 4.1-9.
  • VIII - Gratidão de Paulo pelo auxílio dos filipenses - 4.10-20.
  • IX - Saudações finais - 4.21-23.
Filipenses 1
Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:
Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.
Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós,
Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas súplicas,
Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora.
Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;
Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho.
Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo.
E peço isto: que o vosso amor cresça mais e mais em ciência e em todo o conhecimento,
Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho;
De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares;
E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor.
Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade;
Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.
Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.
Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.
Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.
Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher.
Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor.
Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.
E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para proveito vosso e gozo da fé,
Para que a vossa glória cresça por mim em Cristo Jesus, pela minha nova ida a vós.
Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho.
E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus.
Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele,
Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.

Filipenses 2
Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,
Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.
Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas;
Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo;
Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.
E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós.
E vós também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo.
E espero no Senhor Jesus que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios.
Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado;
Porque todos buscam o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus.
Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.
De sorte que espero vo-lo enviar logo que tenha provido a meus negócios.
Mas confio no Senhor, que também eu mesmo em breve irei ter convosco.
Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades.
Porquanto tinha muitas saudades de vós todos, e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente.
E de fato esteve doente, e quase à morte; mas Deus se apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
Por isso vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza.
Recebei-o, pois, no Senhor com todo o gozo, e tende-o em honra;
Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para comigo a falta do vosso serviço.

Filipenses 3
Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós.
Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão;
Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.
Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu:
Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;
Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo,
E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé;
Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte;
Para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará.
Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo.
Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam.
Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo,
Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.
Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo,
Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.

Filipenses 4.
Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
2Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor.
3E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os meus outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.
4Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
5Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.
6Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
7E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.
8Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco.
10Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
13Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.
14Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente;
16Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a tessalônica.
17Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta.
18Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
20Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém.
21Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam.
22Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
23A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém.




Segunda qualidade do fruto do Espírito Santo: gozo
“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei .” (Gálatas 5:22-23)
Esta semana examinaremos em detalhes a segunda qualidade do fruto do Espírito Santo: gozo . A palavra grega para gozo é chara e significa: gozo, regozijo, alegria”. Em muitos sentidos, chara significa “celebrar”.
Qual é a origem do gozo perfeito? Em Lucas 10:17-20 vemos que os discípulos ficaram alegres porque os demônios se sujeitavam a eles no nome de Jesus. Mas Jesus disse-lhes que a maior razão para nosso gozo é o fato de nossos nomes estarem escritos nos céus! Salmo 51:12 fala que a fonte do gozo de Davi estava na salvação de Deus.
Há uma relação entre graça e gozo. A palavra grega para graça é charis, para gozo, chara. Elas têm a mesma raiz. Charis significa “favor não merecido”.  A salvação pertence ao Senhor (Apocalipse 7:10) e Ele a deu gratuitamente a cada um de nós através do sacrificío de seu Filho Jesus. É essa a grande razão de nosso gozo! Não somos salvos através da nossa justiça ou esforço próprio, mas sim por causa da justiça e trabalho do Senhor Jesus Cristo por nós.
Esse gozo  sobrenatural é algo que independe das circunstâncias. Em Filipenses 4:4, escrevendo do fundo de uma prisão lamacenta, fria e suja, Paulo exorta aos crentes “Regojizai-vos sempre no Senhor. Outra vez digo: regojizai-vos!”.  Como é possível? Porque Paulo tinha os olhos no Seu Senhor e aprendeu que a presença, o propósito e poder de Deus são melhores descobertos nas tribulações e dificuldades. Ele não encontrou forças para fugir de suas circunstâncias e sim para continuar nelas e mesmo assim, ter gozo no Senhor.  Por que? Filipenses 3:8 tem a resposta: porque para Paulo, “conhecer a Cristo” era maior ganho que qualquer perda que ele pudesse vir a ter. Ele lidou com dificuldades terrenas confiando na resposta divina.
Steven Curtis Chapman, um cantor americano cristão que no ano passado perdeu a filhinha de 5 anos atropelada acidentalmente por um de seus filhos,  escreveu em uma de suas músicas: “Que tipo de alegria é essa: contar como benção o sofrimento?”.  Como sabemos, o gozo de que falamos é sobrenatural e portanto, só pode ser desenvolvido em nós se formos cheios do Espírito Santo. Humanamente falando, é impossível sentir um gozo assim.
No Salmo 71:20,23 o salmista fala sobre a confiança que ele sente que apesar de ter visto muitos e amargos sofrimentos, ele sabe que Deus irá encher seus lábios de alegria novamente.  Uma das razões pela qual Deus permite o sofrimento em nossas vidas é para que provemos Sua alegria através da restauração que somente Ele pode nos dar.
É parte da maturidade cristã entendermos que bom não é sinônimo de fácil. Deus dificilmente irá remover de nossas vidas pessoas e circunstâncias que nos forcem a estarmos de joelhos diante d’Ele.  Não temos condições de conhecer a Cristo realmente até que possamos ter comunhão com Ele nos Seus sofrimentos. Filipenses 3:10 fala sobre o maior desejo de Paulo: conhecer a Cristo e o poder da sua ressurreição e comunhão nos seus sofrimentos.
Mesmo após tê-lo recebido, podemos perder o nosso gozo, como Elias o perdeu em I Reis 17-19. Como? Podemos perder nosso gozo quando:  
1.               Nosso “servir” é maior que nosso “buscar a Deus” – Não adianta servir na igreja 24 horas, 7 dias por semana se não temos tempo pessoal com Deus para buscá-lo , orar e ler Sua Palavra. Com o tempo, ficaremos “esgotados” como Elias ficou;
2.               Nosso  “falar” excede nosso “caminhar” com Deus;
3.               Quando só vemos Deus no meio de “sinais e maravilhas” – assim como Elias se acostumou a ver Deus no meio dos milagres mas não o viu no meio das coisas comuns, nós também podemos perder nosso gozo se só acharmos que Deus está presente se houver milagres ou profecias;
4.               Quando estamos exaustos – O que faria Elias fugir das circunstâncias, depois de presenciar tão grande milagre pelas mãos de Deus? O fato de Elias estar exausto. Ele estava faminto e sem descanso. Por isso Deus primeiro o alimentou e deixou-o repousar antes de falar com Ele. Não podemos achar que serviremos melhor a Deus negligenciando nosso corpo – que é o templo do Espírito Santo;
5.               Quando nos sentimos sós – Elias cria que era o único lutando por Deus, mas havia outros. Deus mandou um companheiro para ajudá-lo (Eliseu). Não fomos criados para andarmos sós!
Por isso, para termos gozo devemos  também nos relacionar com aqueles que Deus também tem chamado. Em Filipenses 4:1, Paulo chama os irmãos de sua alegria e sua coroa. Em I Tessalonicenses 3:9, Paulo diz que tem gozo na presença de Deus por causa dos irmãos. Nosso dons não são para nós e sim para o corpo de Cristo.  Deus não nos quer andando separados e isolados. O gozo nos torna ganhadores de almas!
Resumindo: gozo é o resultado de:
1.               Sabermos que nossos nomes estão escritos nos céus;
2.               Descobrirmos a Pessoa, o poder e o plano de Deus em quaquer circunstância em nossas vidas;
3.               Restauração de Deus;
4.               Permanecer em Cristo;
5.               Relacionar-se da maneira de Deus com os filhos de Deus.

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