terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Lição 5: UM INIMIGO QUE PRECISA SER RESISTIDO - EBD 2019


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 1º Trimestre de 2019
Título: Batalha Espiritual — O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal – Comentarista: Esequias Soares

Lição 5: Um inimigo que precisa ser resistido

TEXTO ÁUREO

Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

Deus – assim sereis entre “os humildes”, Tiago 4: 6; também Tiago 4:10; 1Pe 5: 6.

Resistir … diabo – Sob sua bandeira, orgulho e inveja são alistados no mundo; resistir suas tentações para estes. Fé, orações humildes e sabedoria celestial são as armas da resistência. A linguagem é tirada da guerra. “Submeter” como um bom soldado coloca-se em completa sujeição ao seu capitão. “Resista”, fique bravamente contra.

ele fugirá – Traduza: “ele fugirá”. Pois é uma promessa de Deus, não uma mera garantia de homem para homem (Alford). Ele fugirá, como fez de Cristo.
Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Tiago 4.7

Resistir ao diabo.
“Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” Tiago 4.7

Eis aqui uma passagem um tanto quanto mal compreendida; quero falar com vocês nesta postagem sobre este versículo importantíssimo no viver cristão e o meu foco estará colocado sobre o que creio ser o ponto central do versículo. O entendimento do que é resistir ao diabo e de como fazer isso.

Você sabe o que é resistir?
RESISTIR: Lutar contra, Defender-se

No versículo acima a palavra resistir tem o significado de confrontar, assim como nessa outra passagem:

“E chegando Pedro à Antioquia; lhe resisti (confrontei) na cara, porque era repreensível...” Gl 2.11

E também em Tiago 4.6:
"...Deus resiste aos soberbos...."

Nesse contexto vejamos o que o dicionário diz sobre a palavra confrontar:
1: Pôr-se em confronto;
2: Brigar

Na bíblia versão NTLH esse mesmo versículo de Tg 4.7 aparece desta forma; e é minha forma preferida:
“Portanto, Obedeçam a Deus e enfrentem o diabo, que ele fugirá de vocês”.

Pesquisando mais um pouco eu cheguei a uma versão que gostei ainda mais; a versão básica em inglês coloca o versículo assim:
“For this cause be ruled by god; but make war on de Evil One and He Will be put to flight before you”.

Numa tradução livre fica da seguinte forma:
“Por esta causa seja governado por Deus, mas faça guerra contra o maligno e ele será posto em fuga diante de você.”

O que eu mais gostei nessa tradução foi o “Faça guerra contra o maligno”, porque é exatamente o que o versículo quer transmitir, ou seja, a forma de pôr o maligno em retirada é confrontando ele (todos nós sabemos que se confronta o maligno com a Palavra de Deus, como Jesus fez no deserto e em outras muitas vezes).

Portanto de agora em diante lembre-se:
Resistir ao diabo não é ficar sofrendo seus ataques passivamente e tentando fazer força para não ceder a eles; pelo contrário, é enfrentá-lo com toda a força e poder da Palavra Divina, de forma a pô-lo em fuga o mais rápido possível.

Leia os relatos de Lc 4.1-13 e Mt 4.1-11 e veja se Jesus estava apenas sofrendo a tentação ou se ele estava confrontando o inimigo para colocá-lo em fuga.

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus provou na tentação do deserto que o Diabo não é invencível.

LEITURA DIÁRIA

Sl 37.8 Quem resiste ao mal abandona a ira
Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal.

Pv 6.16-19 As sete coisas às quais devemos resistir porque Deus as aborrece
16 Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta: 17 olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, 18 coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, 19 a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos.

Ef 4.27 Resistir ao Diabo é não dar lugar a ele
26 "Quando vocês ficarem irados, não pequem". Apazigúem a sua ira antes que o sol se ponha 27 e não deem lugar ao Diabo.

Ef 6.13 Temos a armadura de Deus para resistir no dia mau
Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.

1Pe 5.9 A resistência ao Diabo e ao pecado deve ser firme na fé em Jesus
8 Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.
9 Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos.

Ap 12.11 Os vencedores são os que resistem ao mal pelo sangue do Cordeiro
Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Tiago 4.1-10.

1 — Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
2 — Cobiçais e nada tendes; sois invejosos e cobiçosos e não podeis alcançar; combateis e guerreais e nada tendes, porque não pedis.
3 — Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.
4 — Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
5 — Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?
6 — Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes.
7 — Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
8 — Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração.
9 — Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza.
10 — Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.




OBJETIVO GERAL

Estabelecer a perspectiva bíblica de resistência ao Diabo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·        Falar a respeito dos destinatários, conteúdo e tema da epístola;
·        Refletir a respeito dos deleites da vida;
·        Conscientizar que devemos resistir o Inimigo.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Para a lição desta semana é imprescindível o estudo sobre a epístola de Tiago. Vamos estudar acerca da resistência que devemos ter contra o Maligno. O texto em análise na presente lição é Tiago 4.1-10,

Tiago 4
Tiago 4: 1-17. Contra as lutas e sua fonte; luxúria mundana; juízos irreligiosos e presunçosos cálculos sobre o futuro.

1 De onde vêm as guerras e brigas entre vós? Acaso não vêm disto, das vossas cobiças que guerreiam nos membros do vosso corpo?

daí – a causa das brigas é frequentemente procurada em circunstâncias externas, enquanto as luxúrias internas são a verdadeira origem.
guerras…etc – em contraste com a “paz” da sabedoria celestial. “Lutas” são o exercício ativo de “guerras”. As melhores autoridades têm um segundo “donde” antes das “lutas”. Tumultos marcaram a era antes da destruição de Jerusalém, quando Tiago escreveu. Ele indiretamente faz alusão a estes. Os membros são o primeiro assento da guerra; daí passa ao conflito entre homem e homem, nação e nação.
não vêm, etc. – um apelo às suas consciências.

cobiças – literalmente, “prazeres”, isto é, as luxúrias que levam você a “desejar” (ver em Tiago 4: 2) prazeres; de onde você procura a si mesmo às custas do seu próximo e, portanto, flui “lutas”.

guerreiam – “campanha, como um exército de soldados acampados dentro” (Alford) a alma; tumultuosa guerra contra os interesses de seus semelhantes, enquanto desejando progredir. Mas enquanto guerreavam contra outros, eles (sem o seu conhecimento) guerreavam contra a alma do próprio homem e contra o Espírito; portanto, eles devem ser “mortificados” pelo cristão.

2 Cobiçais, e nada tendes; matais e sois invejosos, mas não conseguis obter; combateis e guerreais, mas nada tendes, porque não pedis.

Ye luxúria – Uma palavra grega diferente daquela em Tiago 4: 1. “Desejo”; literalmente, “você fixa sua mente (ou coração) em” um objeto.

não – A luxúria do desejo não garante a posse real. Por isso, “vós matais” (não como Margem, sem nenhuma autoridade antiga, “inveja”) para assegurar posse. Não provavelmente no caso de professar cristãos daquele dia em um sentido literal, mas “matar e invejar” (como o grego para “desejo de ter” deveria ser traduzido), isto é, assediar e oprimir pela inveja [Drusius]. Compare Zc 11: 5, “matar”; através da inveja, do ódio e do desejo de sair do seu caminho, e assim são “assassinos” aos olhos de Deus [Estius]. Se o assassinato literal (Alford) foi feito, eu não acho que isso ocorreria tão cedo na série; nem os cristãos, então, haviam chegado a tão aberta criminalidade. Na aplicação da passagem do Espírito para todas as eras, a matança literal está incluída, fluindo do desejo de possuir assim Davi e Acabe. Há um clímax: “desejo”, o desejo individual de um objeto; “Matais e invejais”, o sentimento e a ação de indivíduos contra indivíduos; “Lutai e guerras”, a ação de muitos contra muitos.

mas nada tendes, porque não pedis – Deus promete àqueles que oram, não àqueles que lutam. A petição do lascivo, assassino e contencioso não é reconhecida por Deus como oração. Se orássemos, não haveria “guerras e lutas”. Assim, esta última cláusula é uma resposta à pergunta, Tiago 4: 1: “De onde vêm as guerras e as lutas?”

3 Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes nos vossos prazeres.

Alguns deles devem dizer em objeção, mas nós “pedimos” (rezar); compare com Tiago 4: 2. James responde: Não é suficiente pedir coisas boas, mas devemos pedir com bom espírito e intenção. “Vocês pedem mal, para que possam consumi-lo (seu objeto de oração) sobre (literalmente, ‘in’) suas concupiscências (literalmente, ‘prazeres’)”; não para que possais as coisas de que necessitas para o serviço de Deus. Contraste Tg 1: 5 com Mt 6:31, Mt 6:32. Se orardes corretamente, todas as vossas necessidades serão supridas; os desejos impróprios que produzem “guerras e brigas” cessariam então. Mesmo as orações dos crentes geralmente são melhor respondidas quando seus desejos são mais opostos.

4 Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, quem quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.

Os manuscritos mais antigos omitem “adúlteros e” e liam simplesmente “adúlteras”. Deus é o marido legítimo; os homens do mundo são considerados coletivamente como uma adúltera e individualmente como adúltera.

do mundo – na medida em que os homens dele e seus motivos e atos são estrangeiros para Deus, por exemplo, suas “concupiscências” egoístas (Tiago 4: 3), e cobiças e ambiciosas “guerras e lutas” (Tiago 4: 1 ).

inimizade – não apenas “hostil”; um estado de inimizade e essa inimizade em si. Compare 1Jo 2:15, “amor … o mundo … o amor do Pai”.
quem quer que seja… será – O grego é enfático, “será resolvido a ser”. Seja ele bem sucedido ou não, se seu desejo é ser amigo do mundo, ele se torna, torna-se (então o grego para “é”) pelo próprio fato, “o inimigo de Deus”. Contraste “Abraão, o amigo de Deus”.

5 Ou pensais ser em vão que a Escritura diz: “O Espírito que ele fez habitar em nós ânsia com ciúmes?”

em vão – Nenhuma palavra das Escrituras pode ser assim. A citação aqui, como em Ef 5:14, parece não ser tanto de uma passagem particular como aquela reunida por Tiago sob inspiração do teor geral de tais passagens tanto no Antigo como no Novo Testamento, como Nm 14:29; Pv 21:20; Gl 5:17.

O Espírito que ele fez habitar em nós – Outros manuscritos lêem, “que Deus fez habitar em nós” (a saber, no Pentecostes). Se assim for traduzido, “O (santo) Espírito que Deus colocou em nós deseja (para) invejar” (a saber, como você faz em suas “guerras e lutas”)? Certamente não; Portanto, estais andando na carne, não no Espírito, ao mesmo tempo que desejais, isto é, com inveja uns contra os outros. A amizade do mundo tende a gerar inveja; o Espírito produz frutos muito diferentes. Alford atribui o epíteto “com inveja”, no sentido invejável de inveja, ao Espírito Santo: “O Espírito nos deseja invejamente para o seu próprio”. Na versão em inglês, o sentido é: “o espírito (natural) que tem sua habitação em nós cobiçam (literalmente, ‘para’ ou ‘para’) inveja. ”Vós cobiços, e porque não tendes o que cobiçais (Tiago 4: 1, Tiago 4: 2), invejais o próximo que tem, e Assim, o espírito de inveja leva você a “lutar”. Tiago também se refere a Tiago 3:14, Tiago 3:16.

6 Porém ele concede uma graça maior. Por isso diz: Deus resiste aos soberbos, mas concede graça aos humildes.

Mas – “Não, sim”
ele – deus.
dá mais graça – graça crescente; quanto mais distancias da “inveja” (Bengel).

Diz ele – O mesmo Deus que faz com que Seu espírito habite nos crentes (Tiago 4: 5), pelo Espírito também fala nas Escrituras. A citação aqui é provavelmente de Pv 3:34; Provavelmente Pv 21:10 foi geralmente referido em Tiago 4: 5. Em hebraico, é “despreza os escarnecedores”, ou seja, aqueles que pensam que “a Escritura fala em vão”.

resiste – literalmente, “coloca-se em ordem contra”; assim como eles, como o faraó, se colocam contra ele. Deus paga os pecadores em sua própria moeda. “Orgulho” é a mãe da “inveja” (Tiago 4: 5); é peculiarmente satânico, pois por ele Satanás caiu.
aos soberbos – O grego significa em derivação alguém que se mostra acima de seus companheiros, e assim se levanta contra Deus.
aos humildes – os não-observáveis, não cobiçosos e pouco ambiciosos quanto ao mundo. Contraste Tiago 4: 4.

7 Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.

Deus – assim sereis entre “os humildes”, Tiago 4: 6; também Tiago 4:10; 1Pe 5: 6.

Resistir … diabo – Sob sua bandeira, orgulho e inveja são alistados no mundo; resistir suas tentações para estes. Fé, orações humildes e sabedoria celestial são as armas da resistência. A linguagem é tirada da guerra. “Submeter” como um bom soldado coloca-se em completa sujeição ao seu capitão. “Resista”, fique bravamente contra.

ele fugirá – Traduza: “ele fugirá”. Pois é uma promessa de Deus, não uma mera garantia de homem para homem (Alford). Ele fugirá, como fez de Cristo.

8 Aproximai-vos de Deus, e ele se aproximará de vós. Limpai as vossas mãos, pecadores, e vós de dupla mentalidade, purificai os vossos corações.

Aproximai-vos de Deus – Então, “apegue-se a Ele”, Dt 30:20, ou seja, em oração (Tiago 4: 2, Tiago 4: 3) “resistindo a Satanás”, que se oporia ao nosso acesso a Deus.
ele se aproximará – é propício.

Purifica… as mãos – os instrumentos exteriores de ação. Ninguém, a não ser os de mãos limpas, pode ascender à colina do Senhor (justificado por meio de Cristo, que era o único que era perfeito e, como tal, “ascendeu” para lá).

purifique… corações – literalmente “faça casta” de seu adultério espiritual (Tiago 4: 4, isto é, mundanismo) “seus corações”: a fonte interior de toda impureza.

dupla mentalidade – dividido entre Deus e o mundo. O “pensamento duplo” está em falta no coração; o pecador em suas mãos da mesma forma.

9 Reconhecei vossas misérias, lamentai e chorai. Torne-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em tristeza.

Fique aflito – literalmente, “Sofra miséria”, isto é, lamente sua desgraça pelo pecado. Arrependa-se com profunda tristeza em vez de seu riso atual. Um abençoado luto. Contraste Is 22:12, Is 22:13; Lc 6:25 Tiago não acrescenta aqui, como em Tg 5: 1, “uivo”, onde prediz a condenação do impenitente na iminente destruição de Jerusalém.

peso – literalmente, “caindo do semblante”, abaixando os olhos.

10 Humilhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará.

diante do Senhor – como continuamente na presença dAquele que é o único digno de ser exaltado: reconhecendo Sua presença em todos os seus caminhos, o mais verdadeiro incentivo à humildade. A árvore, para crescer para cima, deve atingir suas raízes profundamente; assim o homem, para ser exaltado, deve ter sua mente profundamente enraizada na humildade. Em 1Pe 5: 6, os humildes estão sob a poderosa mão de Deus, a saber, em Seus procedimentos da Providência: um pensamento distinto daquele aqui.
levante-se – em parte neste mundo, totalmente no mundo por vir.

uma seção bíblica que trata do tema de santidade. Ou seja, você deve estudar o panorama geral da epístola e o assunto doutrinário de santidade. Nesta seção, veremos que resistir ao Diabo é, na verdade, submeter-se à vontade de Deus, resistindo as tentações da carne que tentam nos impor um estilo mundano de vida. Aqui, Tiago nos faz um chamado à santidade!


Sejam santos - estudo bíblico sobre santidade
     
O que é santidade? Será que é ir à igreja todo domingo e ser sempre muito sério? E como podemos ser santos? É possível alcançar a santidade? A Bíblia diz:


15 Ao contrário; assim como aquele que vos chamou é santo, sede vós também santos em todo o vosso comportamento.

Literalmente: “Mas (sim) segundo o padrão daquele que vos chamou (cuja característica é que Ele é) santo, seja (grego, ‘torne-se’) vós também santos”. Deus é nosso grande modelo. O chamado de Deus é um motivo freqüentemente solicitado nas epístolas de Pedro. Cada um que gera, gera um filho parecido com ele [Epiphanius]. “Que os atos da descendência indiquem semelhança com o Pai” [Agostinho].

comportamento – conduta, curso da vida: um modo de agir, distinto da natureza interna de alguém, ao qual deve corresponder exteriormente. Os cristãos já são santos para Deus pela consagração; eles devem ser assim também em sua caminhada exterior e comportamento em todos os aspectos. O exterior deve corresponder ao homem interior.

16 Pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.

A Escritura é a verdadeira fonte de toda autoridade em questões de doutrina e prática.

Sede … porque eu sou – sou eu com quem tenho que fazer. Vós sois meus. Portanto, abster-se de poluições gentias. Nós somos muito propensos a ter respeito pelos homens (Calvino). Como sou a fonte da santidade, sendo santo em Minha essência, sê pois zeloso de ser participante da santidade, para que sejais como eu também sou [Dídimo]. Deus é essencialmente santo: a criatura é santa na medida em que é santificada por Deus. Deus, ao dar o mandamento, está disposto a dar também o poder de obedecê-lo, a saber, através da santificação do Espírito (1Pe 1: 2).

Sim, podemos ser santos! Deus é santo e espera que seus seguidores sejam santos. Mas como? Primeiro precisamos entender o que é santidade...

O significado de santidade

Ser santo significa ser puro, separado do mal. Deus é santo. Nada de ruim existe nele e tudo nele é perfeito. Em tudo que faz, Deus é justo e fiel.
Para nós, aqui na terra, santidade significa dedicação total a Deus, nos separando pecado. Ser santo significa uma vida dedicada às coisas de Deus, amando a verdade, a justiça e o bem. Santidade é viver de maneira agradável a Deus.
Mas será que isso é possível? O pecado faz parte de nossa natureza humana e estamos longe da perfeição. No entanto, existe uma forma de nos tornarmos santos: através de Jesus! Ele morreu e ressuscitou para nos salvar e purificar de nossos pecados. Quando cremos em Jesus e dedicamos nossa vida a ele, Jesus nos torna puros e santos.
Santidade é ser salvo por Jesus.

Santidade é um processo

Quem é salvo por Jesus é santo, porque sua vida agora é dedicada a Deus. Mas o processo não está completo. Ainda temos uma natureza humana pecadora. Precisamos aprender a lutar contra o pecado. Isso se chama santificação.
A Bíblia nos ensina que o primeiro passo é ter um coração voltado para Deus. Quem ama a Deus quer agradá-lo e obedece a ele. Quanto mais nos dedicamos a Deus, menos felizes vamos ficar com o pecado.
O segundo passo é ler a Bíblia. Ela nos ensina o que é bom e agradável para Deus. A Bíblia nos mostra como viver de maneira santa. Através da Bíblia, podemos aprender a identificar o pecado e a resistir à tentação.
O terceiro passo é aplicar o ensino. Podemos saber tudo sobre a vontade de Deus para nossas vidas mas, se não pusermos em prática, tudo isso é inútil. Com a ajuda de Jesus, precisamos mudar a forma como vivemos.


O que santidade não é
Santidade não é ser superior a outras pessoas. Ninguém é melhor que os outros por orar mais horas ou ler a Bíblia mais. Somos santos por causa da graça de Deus, não porque fizemos por merecer. Devemos nos esforçar para viver de maneira santa mas isso não nos dá o direito de desprezar os outros.
Santidade também não é se isolar do mundo. Deus não nos tirou do mundo e precisamos aprender a conviver com a sociedade à nossa volta. Mas é a forma como interagimos com o mundo que vai marcar a diferença. Somos chamados para sermos luz em um mundo de trevas.


E mais, santidade não é ser sem graça. Há muito espaço para a alegria e a diversão na vida com Jesus! Novamente, é a forma como nos alegramos que é importante. A vida de santidade tem alegrias especiais que não podem ser conhecidas por quem está no pecado.
Por fim, santidade não é nunca mais pecar. Enquanto ainda estamos deste lado da eternidade, vamos cometer erros. Mas viver de maneira santa significa reconhecer os pecados e pedir perdão, procurando viver de maneira melhor. Santidade implica humildade e dependência de Deus.

Deus é santo e também nos ajuda a ser santos!


Versículos de Santificação

A santificação é um processo que começa quando alguém aceita Jesus como salvador e só será completado na ressurreição. Santificação é o processo de purificação do pecado.
Quando alguém aceita Jesus como salvador, fica santificado - purificado das consequências do pecado. Todo o crente é santo. Na caminhada com Jesus, a pessoa passa por santificação - aprende a rejeitar o pecado e a sujeitar as diferentes áreas de sua vida a Deus, escolhendo fazer o que é certo. Na ressurreição, cada pessoa será completamente liberta da influência do pecado, sendo completamente santificada.

Na Bíblia santificação também pode significar pôr de lado, separar para Deus. Isso pode acontecer com objetos, comida e até dias da semana. 

Santificação na Bíblia

Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. João 17:17

Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade. João 17:18-19

Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus. 1 Coríntios 6:11

Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Efésios 1:4

Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, Efésios 2:19

à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus e chamados para serem santos, com todos os que, em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: A vocês, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 1 Coríntios 1:2-3

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. Hebreus 12:14

Obedeçam aos meus decretos e pratiquem-nos. Eu sou o Senhor que os santifica. Levítico 20:8

Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância. Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo". 1 Pedro 1:14-16

A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. 1 Tessalonicenses 4:3

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Gálatas 5:19-25

Numa grande casa há vasos não apenas de ouro e prata, mas também de madeira e barro; alguns para fins honrosos, outros para fins desonrosos. Se alguém se purificar dessas coisas, será vaso para honra, santificado, útil para o Senhor e preparado para toda boa obra. 2 Timóteo 2:20-21

Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. Efésios 5:25-27

Que o Senhor faça crescer e transbordar o amor que vocês têm uns para com os outros e para com todos, a exemplo do nosso amor por vocês. Que ele fortaleça o coração de vocês para serem irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos. 1 Tessalonicenses 3:12-13

"Depois irá ao altar que está perante o Senhor e pelo altar fará propiciação. Pegará um pouco do sangue do novilho e do sangue do bode e o porá em todas as pontas do altar. Com o dedo aspergirá o sangue sete vezes sobre o altar para purificá-lo e santificá-lo das impurezas dos israelitas. Levítico 16:18-19

O sumo sacerdote leva sangue de animais até o Lugar Santíssimo como oferta pelo pecado, mas os corpos dos animais são queimados fora do acampamento. Assim, Jesus também sofreu fora das portas da cidade, para santificar o povo por meio do seu próprio sangue. Hebreus 13:11-12

Pelo cumprimento dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas. Hebreus 10:10

porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados. Hebreus 10:14

Ora, tanto o que santifica quanto os que são santificados provêm de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos. Hebreus 2:11

A­bençoou Deus o sétimo dia e o santificou, por­que nele descansou de toda a obra que realizara na criação. Gênesis 2:3

"Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Êxodo 20:8

Josué ordenou ao povo: "Santifiquem-se, pois amanhã o Senhor fará maravilhas entre vocês". Josué 3:5

Vocês, orem assim: "Pai nosso, que estás nos céus!
Santificado seja o teu nome. Mateus 6:9

Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração. 1 Timóteo 4:4-5


Versículos sobre Santidade

Ser santo significa ser separado dos restantes. Então, Deus que é perfeitamente Santo também chama e espera que os Seus filhos vivam com santidade, não se deixando corromper pelos valores deste mundo.

Santidade na Bíblia
Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 1 Pedro 1:15

Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. João 17:17

"Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo. Levítico 19:2

Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.
2 Coríntios 7:1

Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros com qualquer animal que se move rente ao chão. Levítico 11:44

"Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor?
Quem é semelhante a ti?
Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de  maravilhas?  Êxodo 15:11

Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. Hebreus 12:14

Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. 1 Tessalonicenses 4:7

Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça; pois essas coisas não são próprias para os santos. Efésios 5:3

Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:1-2

Cada um deles tinha seis asas e era cheio de olhos, tanto ao redor como por baixo das asas. Dia e noite repetem sem cessar: "Santo, santo, santo
é o Senhor, o Deus todo-poderoso, que era, que é e que há de vir". 
Apocalipse 4:8

Mostrarei a santidade do meu santo nome, que foi profanado entre as nações, o nome que vocês profanaram no meio delas. Então as nações saberão que eu sou o Senhor, palavra do Soberano, o Senhor, quan­do eu me mostrar santo por meio de vocês diante dos olhos delas. Ezequiel 36:23

















COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Essa seção da epístola de Tiago é, em outras palavras, um chamado à santidade. A carta é dirigida aos cristãos do primeiro momento da história sagrada. Tiago mostra que resistir ao Diabo já era um bom começo. A presente lição esclarece por que devemos resistir às paixões e mostra ainda que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus.

Um bom início de preparação para a aula desta semana é estudar a Carta de Tiago. Assim, é possível compreender bem contexto em que se encontra a seção que nos interessa. Logo, será possível perceber em seus estudos que o contexto da seção versa a respeito do “chamado à santidade”. Esse procedimento é importante porque a ausência dele permite ao movimento moderno de “batalha espiritual” distorcer e forçar tanto o texto bíblico.


PONTO CENTRAL

O Diabo não é invencível.







I. A EPÍSTOLA DE TIAGO
 I. Falar a respeito dos destinatários, conteúdo e tema da epístola de tiago

A Epístola de Tiago é o escrito mais antigo do Novo Testamento e tem por objetivo evitar desentendimentos entre os discípulos de Cristo. Segundo a maioria dos expositores bíblicos, a sua composição não vai além do ano 45 d.C.

1. Destinatários. A carta foi dirigida especificamente aos primeiros cristãos dispersos, de origem judaica, pelo vasto império romano
(Tg 1.1 Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações.);

e, de maneira geral, a todos os crentes em Jesus em todos os lugares e em todas as épocas. Trata-se de um livro prático, muito próximo do Sermão do Monte proferido por Jesus em Mateus 5 a 7 e importantíssimo para a conduta do cristão.

2. Conteúdo. O conteúdo da epístola parece confirmar essa antiguidade, isso pelos aspectos cristológicos praticamente ausentes. O nome de Jesus só aparece duas vezes nos seus cinco capítulos
(Tg 1.1 Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações.
Tg 2.1 Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade.).

Há pouco ensino doutrinário, pois a assembleia dos discípulos era ainda tida como sinagoga:
“Porque, se entrar na sinagoga de vocês um homem” (Tg 2.2:
Suponham que, na reunião de vocês, entre um homem com anel de ouro e roupas finas e também entre um pobre com roupas velhas e sujas. — Nova Almeida Atualizada).

O termo “igreja” aparece aqui (Tg 5.14 Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor.), mas o emprego da palavra “sinagoga” como alternativa mostra que Tiago vem de uma época em que os discípulos eram chamados de “o movimento de Jesus”.

3. Tema. Ao separar a fé das obras, a epístola enfatiza o cristianismo prático e nos dá munição para resistir ao Inimigo e ao pecado. Tiago retoma o tema tratado no capítulo anterior sobre a “amarga inveja em sentimento faccioso em vosso coração”
(Tg 3.14 Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso nem neguem a verdade.),
próprio de uma sabedoria “terrena, animal e diabólica”
(Tg 3.15 Esse tipo de "sabedoria" não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é demoníaca.)
e presente na vida daqueles primeiros cristãos. Esses problemas vêm atravessando os séculos e hoje não é diferente, pois o problema da natureza humana permanece o mesmo. O ensino aqui está tratando do caráter cristão que precisa ser afinado com o sentimento de Cristo.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A carta de Tiago foi dirigida aos primeiros cristãos dispersos no império romano e enfatiza um cristianismo eminentemente prático.
















SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Para introduzir a lição dessa semana, sugerimos reproduzir o esquema proposto conforme a sua possibilidade e fazer uma exposição geral a respeito da epístola.





Tiago Estudo: Epístola de Tiago Resumo

Tiago meio-irmão de Jesus Cristo, escreveu a carta com o objetivo de encorajar os crentes judeus que enfrentavam várias provações que punham sua fé à prova, para corrigir crenças errôneas a respeito da natureza da fé salvífica e para exortar e instruir os leitores concernente ao resultado prático da sua fé na vida de retidão e nas boas obras.

Esta epístola trata de uma ampla variedade de temas relacionados à verdadeira vida cristã. Tiago exorta os crentes a suportarem com alegria as suas provações e a tirarem proveito delas, exorta-os a resistirem às tentações, a serem praticantes da Palavra e não apenas ouvintes e a demonstrarem uma fé ativa, e não uma profissão de fé vazia.
Adverte solenemente contra o pecado de uma língua indomável, a sabedoria carnal, a conduta pecaminosa, a vida presunçosa, e a riqueza egocêntrica. Tiago encerra ressaltando a paciência, a oração e a restauração dos desviados.

Capítulos
Esboço de Tiago 1:
Tiago 1.1 – 4: O sofrimento e a perseverança
Tiago 1.5 – 8: A sabedoria e a fé
Tiago 1.9 – 11: O rico, o pobre e a brevidade da vida
Tiago 1.12 – 15: Perseverança e tentação
Tiago 1.16 – 21: Prontos para ouvir e falar, tardios para irar-se
Tiago 1.22 – 25: O dever de praticar a Palavra
Tiago 1.26,27: A verdadeira religião

Esboço de Tiago 2:
Tiago 2.1 – 9: A discriminação e a parcialidade
Tiago 2.10 – 13: Misericórdia e juízo
Tiago 2.14 – 19: A fé sem obras é morta
Tiago 2.20 – 26: A importante relação entre fé e obras

Esboço de Tiago 3:
Tiago 3.1 – 6: A língua é um mundo de iniquidade
Tiago 3.7 – 12: Da boca procede a bênção e a maldição
Tiago 3.13 – 18: Sabedoria terrena e sabedoria do alto

Esboço de Tiago 4:
Tiago 4.1 – 3: O motivo das “guerras”
Tiago 4.4 – 6: Amizade com o mundo é inimizade contra Deus
Tiago 4.7 – 10: Como chegar perto de Deus
Tiago 4.11 – 17: Julgar o próximo e o dia de amanhã

 Esboço de Tiago 5:

Tiago 5.1 – 6: Juízo contra os ricos injustos
Tiago 5.7 – 11: A paciência e a Volta de Jesus
Tiago 5.12 – 16: O juramento, a oração e o louvor
Tiago 5.17 – 20: A oração e o exemplo de Elias

Detalhes da Carta de Tiago
O autor dessa epístola não foi Tiago, filho de Zebedeu; pois ele foi morto por Herodes (Atos 12) antes de o cristianismo ter conquistado tanto terreno entre os judeus da dispersão como está implícito aqui.

Mas foi outro o Tiago, que era primeiro meio-irmão de Cristo, e um dos doze apóstolos (Mateus 10.3). Ele é chamado de coluna (Gálatas 2.9), e essa epístola dele não pode ser disputada, sem se perder uma pedra fundamental.

É chamada de epístola geral, porque (como alguns pensam) não foi dirigida a uma pessoa ou igreja particular, mas uma do tipo que chamamos de carta circular.

Outros pensam que é chamada geral para distingui-la das epístolas de Inácio, Barnabé, Policarpo e outros que eram famosas em épocas primitivas, mas não geralmente recebidas na igreja, e por conta disso não eram canônicas, como esta.

Eusébio nos conta que esta epístola “era geralmente lida nas igrejas com as outras epístolas universais”. Tiago, nosso autor, era chamado de o justo, em virtude de sua grande piedade.

Um Exemplo
Ele era um exemplo eminente daquelas virtudes que ele requer dos outros. Ele foi tão reverenciado por sua justiça, moderação e devoção, que Josefo, o historiador judaico, registra isso como uma das causas da destruição de Jerusalém: “Que Tiago foi martirizado nela”.

Isso é mencionado na esperança de evocar a maior consideração possível por aquilo que é escrito por um homem tão santo e excelente. O tempo em que essa epístola foi escrita é incerto.

O propósito dela foi censurar os cristãos por sua grande degeneração tanto na fé quanto nas suas maneiras, e impedir que se difundissem as doutrinas libertinas que ameaçavam a destruição de toda a piedade prática.

Era também a intenção especial desse autor da epístola despertar a nação judaica para o sentimento de importância e proximidade daqueles julgamentos que estavam vindo sobre eles; e apoiar todos os verdadeiros cristãos no caminho do seu dever, nas calamidades e perseguições que enfrentariam.

As verdades colocadas são muito significativas e devem ser mantidas; e as regras
para a prática, como afirmadas aqui, são tais que devem ser observadas em nossos tempos como em épocas anteriores. (Henry, Matthew, Comentário de Atos a Apocalipse)


Livro de Tiago

Autor: O autor desta epístola (carta) é Tiago, também chamado de Tiago, o Justo, o qual acredita-se ter sido o irmão de Jesus Cristo (Mateus 13:55, Marcos 6:3). Tiago não se converteu (João 7:3-5) até depois da ressurreição (Atos 1:14, 1 Coríntios 15:7, Gálatas 1:19). Ele se tornou o chefe da Igreja de Jerusalém e é mencionado em primeiro lugar como um dos pilares da igreja (Gálatas 2:9).

Quando foi escrito: O livro de Tiago é provavelmente o mais antigo livro do Novo Testamento, escrito talvez em 45 dC, antes do primeiro concílio de Jerusalém em 50 dC. Tiago foi martirizado em aproximadamente 62 dC, segundo o historiador Flávio Josefo.

Propósito: Alguns acham que esta carta foi escrita em resposta a uma interpretação excessivamente zelosa do ensino de Paulo sobre a fé. Essa visão extrema, chamada de antinomismo, sustentava que através da fé em Cristo é possível estar completamente livre de todas as leis do Antigo Testamento, todo o legalismo, toda a lei secular e toda a moralidade de uma sociedade. O livro de Tiago se dirige aos cristãos judeus dispersos entre todas as nações (Tiago 1:1). Martinho Lutero, o qual detestava esta carta e a chamava de "epístola de palha", não conseguiu reconhecer que o ensino de Tiago sobre as obras complementava – e não contradizia – o ensino de Paulo sobre a fé. Embora os ensinamentos paulinos se concentrem em nossa justificação com Deus, os ensinamentos de Tiago concentram-se nas obras que exemplificam essa justificação. Tiago escreveu aos judeus para incentivá-los a continuar crescendo nesta nova fé cristã. Tiago destaca que as boas ações fluirão naturalmente daqueles que estão cheios do Espírito e questiona se alguém pode ou não ter uma fé salvadora se os frutos do espírito não puderem ser observados, assim como Paulo descreve em Gálatas 5:22-23.

Versículos-chave: Tiago 1:2-3: "Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança."

Tiago 1:19: "Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se."

Tiago 2:17-18: "Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: "Você tem fé; eu tenho obras". Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras.”

Tiago 3:5: "Semelhantemente, a língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha."

Tiago 5:16b: "A oração de um justo é poderosa e eficaz.”

Resumo: O livro de Tiago busca caminhar na fé através da religião verdadeira (1:1-27), da fé genuína (2:1 - 3:12) e da sabedoria genuína (3:13-5:20). Este livro contém um notável paralelismo com o Sermão da Montanha de Jesus em Mateus 5-7. Tiago começa no primeiro capítulo descrevendo os traços gerais do caminhar na fé. No capítulo dois e no início do capítulo três, ele discute a justiça social e faz um discurso sobre a fé em ação. Ele então compara e contrasta a diferença entre a sabedoria terrena e a que provém do alto e nos encoraja a afastar-nos do mal e a nos aproximarmos de Deus. Tiago faz uma repreensão particularmente severa aos ricos que acumulam e aqueles que são auto-suficientes. Finalmente, ele termina encorajando os crentes a serem pacientes no sofrimento, orando e cuidando uns dos outros e reforçando a nossa fé através da comunhão.

Conexões: O livro de Tiago é a descrição principal da relação entre fé e obras. Os judeus cristãos (os recipientes da carta de Tiago) estavam tão arraigados na Lei Mosaica e no seu sistema de obras que Tiago dedicou muito tempo para explicar a difícil verdade de que ninguém é justificado pelas obras da lei (Gálatas 2:16). Ele declara-lhes que, mesmo se muito se esforçarem para manter todas as diferentes leis e rituais, cumprir essa tarefa é impossível e transgredir a menor parte da lei os tornava culpados de toda ela (Tiago 2:10) porque a lei é uma entidade e quebrar uma parte dela é o mesmo que quebrá-la por completo.

Aplicação Prática: Vemos no livro de Tiago um desafio aos seguidores fiéis de Jesus Cristo para não apenas "falar a fala", mas "andar a fala". Embora a nossa caminhada de fé, com certeza, exija um crescimento do conhecimento sobre a Palavra, Tiago nos exorta a não parar por aí. Muitos cristãos acharão que esta epístola seja bem desafiante porque Tiago apresenta 60 obrigações em apenas 108 versículos. Ele se concentra nas verdades das palavras de Jesus no Sermão da Montanha e motiva-nos a agir de acordo com o que Ele ensinou.

A epístola também descarta a ideia de que alguém pode se tornar um cristão e ainda continuar vivendo no pecado, não exibindo nenhum fruto da justiça. Tal "fé", declara Tiago, é compartilhada pelos demônios que "creem e tremem" (Tiago 2:19). Entretanto, tal "fé" não pode salvar porque não é autenticada pelas obras que sempre acompanham a verdadeira fé salvadora (Efésios 2:10). As boas obras não são a causa de salvação, mas são o seu resultado.






































II. OS DELEITES DA VIDA
II. Refletir a respeito dos deleites da vida.

Tiago emprega aqui uma metáfora que ainda hoje usamos em nossos debates, discussões e conversas sobre dificuldades nas mais diversas áreas da vida.

1. Guerras e pelejas (v.1 Tg4.1 De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?). Há quem afirme que essas guerras e pelejas sejam uma referência às disputas internas que havia entre os judeus de Jerusalém nos levantes contra Roma. A população da Judeia estava dividida nessa época sobre a luta pela libertação do poder romano. Mas não é disso que Tiago está falando aqui. Essas palavras metafóricas são pesadas e mostram o nível das disputas entre os crentes por causas dos deleites, ou seja, os maus desejos interiores
(Tg 4.2 Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem.).

Não se trata aqui de debates teológicos entre os mestres. A expressão “guerras e pelejas” refere-se às discussões acirradas sobre “o meu e o teu”, e isso é muito grave.

2. Os deleites. Ou maus desejos que eram a motivação dessas pelejas: “dos vossos deleites” (Tg 4.1 De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?).

O termo “deleites” (Tg4.3 Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.) é hedoné que aparece cinco vezes no Novo Testamento para descrever deleites ou prazeres ilícitos
(Lc 8.14 As que caíram entre espinhos são os que ouvem, mas, ao seguirem seu caminho, são sufocados pelas preocupações, pelas riquezas e pelos prazeres desta vida, e não amadurecem.
Tt 3.3 Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando uns aos outros.
Tg 4.1,3 1 De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?
2 Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem.
3 Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres.
2Pe 2.13 Eles receberão retribuição pela injustiça que causaram. Consideram prazer entregar-se à devassidão em plena luz do dia. São nódoas e manchas, regalando-se em seus prazeres, quando participam das festas de vocês.).

Originalmente significava o prazer experimentado pelo sentido do paladar, posteriormente por meio dos outros sentidos e da mente; no período helenista, o conceito se restringiu ao significado de “gozo sensual, deleite sexual”. É a procura indiscriminada do prazer. O hedonismo permeia o pensamento pós-moderno. Hoje, qualquer esforço disciplinado ou o mínimo de sacrifício para se atingir um objetivo são tratados com profundo desgosto.

3. Cobiçosos e invejosos (v.2 Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem.). A versão bíblica ARC (Almeida Revista e Corrigida) omite aqui o verbo “matar” que consta do texto grego: “Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja” (Nova Almeida Atualizada). Esse homicídio não é literal; diz respeito ao ódio, que é como homicídio aos olhos de Deus
(Mt 5.21,22 21 "Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: 'Não matarás', e 'quem matar estará sujeito a julgamento'.
22 Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá', será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de ir para o fogo do inferno.
1Jo 3.15 Quem odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo.).

A cobiça é o desejo excessivo de possuir o que pertence ao outro, e a inveja é um sentimento de tristeza e pesar pela alegria, felicidade e sucesso de outra pessoa. O cristão deve se contentar com o que tem
(Lc 3.14 Então alguns soldados lhe perguntaram: "E nós, o que devemos fazer?"
Ele respondeu: "Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário".
Fp 4.12 Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.
Hb 13.5 Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês têm, porque Deus mesmo disse: "Nunca o deixarei, nunca o abandonarei".).

Cabe aqui ressaltar que esse ensino não é uma apologia à pobreza e à miséria, pois não é pecado desejar e buscar, de maneira lícita, tudo o que é útil à vida, desde que os nossos desejos sejam afinados com os de Deus.

4. Adúlteros e adúlteras (v.4 Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus.). Tiago continua a linguagem metafórica usada desde o Antigo Testamento para descrever a apostasia de Israel e sua infidelidade a Javé, seu Deus. A infidelidade a Deus é em si mesma um adultério espiritual. Tiago especifica que se trata de um assunto que envolve homens e mulheres. Assim como a intimidade, o amor, a beleza, o gozo e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja
(2Co 11.2 O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura.
Ef 5.31-33 31 "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne."
32 Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja.
33 Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a você mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.
Ap 19.7 Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.).

A antítese segue nessa mesma linha de pensamento, pois de igual modo a infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão é chamada na Bíblia de adultério espiritual, ou prostituição e fornicação espiritual
(Jr 3.8 Viu também que dei à infiel Israel uma certidão de divórcio e a mandei embora, por causa de todos os seus adultérios. Entretanto, a sua irmã Judá, a traidora, também se prostitu­iu, sem temor algum.
Ez 16.32 "Você, mulher adúltera! Prefere estranhos ao seu próprio marido!
Ap 2.20 20 "No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos.
21 Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade sexual, mas ela não quer se arrepender.
22 Por isso, vou fazê-la adoecer e trarei grande sofrimento aos que cometem adultério com ela, a não ser que se arrependam das obras que ela pratica.
23 Matarei os filhos dessa mulher. Então, todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda mentes e corações, e retribuirei a cada um de vocês de acordo com as suas obras.).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

As guerras e as pelejas, conforme semanticamente expostas, são consequências dos desejos por deleites da vida. A cobiça, a inveja e o adultério são frutos disso.























SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO

Para contrapor a ideia de vida egoísta e de pecado, leve em conta este belíssimo texto doutrinário sobre o ensino de John Wesley: “[…] Wesley incita os cristãos no caminho da perfeição completa para empreender obras de misericórdia e de piedade. Ele observa: ‘É por meio da paciente continuação em fazer o bem, em usar toda a graça que já lhe foi concedida, que você deve buscar o dom completo de Deus, a completa renovação de sua alma, a completa libertação do pecado’. Em termos de obras de misericórdia em particular, os crentes devem servir os pobres com vigor e sacrifício diligente, ministrando acerca de suas necessidades materiais e espirituais. Na verdade, em 1748, Wesley escreve que as pessoas engajadas em ministrar aos oprimidos ‘fazem o bem o máximo que podem, até mesmo para o corpo dos homens’. Mas, a seguir, indicando sua preferência por um ministério global, ele acrescenta: ‘Muito mais ele se regozijará se puder fazer algum bem para a alma de algum homem’. E dois anos depois, Wesley continua esse tema em seu sermão […] (Sobre o Sermão do Monte de nosso Senhor, Décimo Terceiro Discurso) em que escreve: ‘Além de tudo isso, você é zeloso com as boas obras? Você, quando tem tempo, faz o bem a todos os homens? Você alimenta o faminto, e veste o nu, e visita o órfão e viúva em sua aflição? Você visita os que estão doentes? Ajuda o que está preso? Você acolhe o estrangeiro? Amigo, suba mais alto. […] Ele capacita-o a trazer os pecadores das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus’” (COLLINS, Kenneth. Teologia de John Wesley: O Amor Santo e a Forma da Graça. RJ: CPAD, 2010, pp.372-73).






CONHEÇA MAIS


Hedoné — Hedonismo
“[Do gr. hedoné; do lat. hedonismus ] Doutrina filosófica da época pós-socrática, segundo a qual o prazer individual e imediato é o supremo bem da vida humana”. Leia mais em Dicionário Teológico, CPAD, p.173.



















III. RESISTINDO AO INIMIGO
III. Conscientizar que devemos resistir o Inimigo.

A ideia de Tiago, ao concluir essa seção da epístola, é a mesma exortação que fez o apóstolo Pedro, inspirado por
Levítico 11.44 Pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo. Não se tornem impuros com qualquer animal que se move rente ao chão.
Levitico 19.2 "Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo.
Levitico 20.7: "Consagrem-se, porém, e sejam santos, porque eu sou o Senhor, o Deus de vocês.

“mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1.15,16 15  Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, 16 pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo".).

1. Tiago apresenta a receita para resistir ao Inimigo. Ele mostra que o Espírito Santo está em nós
(Tg 4.5 Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes?),
o que é confirmado em outras partes do Novo Testamento
(1Co 3.16 Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?
1 Co 6.19 Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de vocês mesmos?
Ef 2.22 Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito.).

Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo
(Jo 14.16,17 16 E eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, 17 o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.).

Assim, o Espírito Santo em nós não quer um coração dividido: “É com ciúme que por nós anseia o espírito, que ele fez habitar em nós?” (v.5, Nova Almeida Atualizada ). Essa vantagem nos permite viver uma vida santa e resistir ao Inimigo. Nisso temos a ajuda de Deus, que “resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (v.6
Mas ele nos concede graça maior. Por isso diz a Escritura: "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes".).

2. A submissão a Deus. Essa submissão e humildade a Deus é descrita de várias maneiras, como “resistir ao diabo”
(v.7 Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.)
e se aproximar de Deus; limpar as mãos, “vós de duplo ânimo”
(v.8 Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração.).

O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo
(Tg 1.8 Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração.).

Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores
(Mt 6.24 "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.).

As mãos são instrumentos das ações e o símbolo de toda a conduta. Para que elas sejam limpas, é necessário primeiro um coração purificado
(Sl 24.4 Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem jura por deuses falsos.
1Pe 1.22 Agora que vocês purificaram a sua vida pela obediência à verdade, visando ao amor fraternal e sincero, amem sinceramente uns aos outros e de todo o coração.).

3. Os lamentos e os resultados. Tiago continua com as suas exortações: sentir as nossas misérias, lamentar, chorar, substituir o riso pelos lamentos, sentir angústia e nos humilhar diante de Deus
(v.9 Entristeçam-se, lamentem-se e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza.).

Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas, a de que o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos “exaltará”
(v.10 Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará.).

Trata-se de uma vitória completa em Cristo.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Para resistirmos o Inimigo, precisamos submeter-nos a Deus.















SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

Para concluir a lição desta semana, sugerimos uma reflexão com os alunos acerca do “ser cristão”. Ora, ser cristão é submeter-se inteiramente a Cristo. Mas o que isso significa na prática? Faça essa reflexão a partir deste texto da espiritualidade clássica pentecostal: “O segredo do Cristianismo está em ser. Está em ser possuidor da natureza de Jesus Cristo. Em outras palavras está em ser: Cristo em caráter; Cristo em demonstração; Cristo em poder de transmissão. Quando o indivíduo se entrega ao Senhor e se torna filho de Deus, ele passa a ser como um cristo-homem — um cristão. Tudo o que a pessoa faz e diz dali em diante deve ser a vontade, as palavras e as obras de Jesus, da mesma maneira como Jesus falou e fez absoluta e completamente a vontade do Pai” (LAKE, John G. Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.43-44).






















CONCLUSÃO

Tiago relaciona uma série de exortações que, se praticadas em conjunto, resultarão na completa resistência ao Inimigo de nossa alma. O que Deus espera de nós é que sejamos santos como Ele é santo. Resistir ao Inimigo, no contexto de Tiago, resume-se em que cada um de nós sujeitemos-nos à vontade de Deus e cheguemos-nos a Ele; e devemos ainda purificar as mãos e limpar o coração. É essa dependência de Deus que nos leva à vitória em Cristo.




















PARA REFLETIR

A respeito de “Um inimigo que precisa ser resistido” responda:

O que mostra a palavra “sinagoga” em Tiago 2.2?
O emprego da palavra “sinagoga” como alternativa mostra que Tiago vem de uma época em que os discípulos eram chamados de “o movimento de Jesus”.

A que se refere a expressão “guerras e pelejas”?
A expressão “guerras e pelejas” se refere às discussões acirradas sobre “o meu e o teu”.

O que só o cristianismo tem e que fez dele a única religião do planeta com tal característica?
Na verdade, o cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17).

O que significa a expressão “duplo ânimo” (Tg 4.8)?
O duplo ânimo diz respeito aos crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8).

Quais as bênçãos resultantes das exortações de Tiago?
Essas exortações resultam em bênçãos, entre elas a de que o Diabo fugirá de nós, e o Senhor nos “exaltará” (v.10).






SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Um inimigo que precisa ser resistido

Prezado professor, prezada professora, um bom início de preparação para a aula desta semana é estudar a carta de Tiago. Assim, é possível compreender bem o contexto em que se encontra a seção que nos interessa na lição. Logo, será possível perceber em seus estudos que o contexto da seção exposta na lição versa a respeito do “chamado à santidade”. Esse procedimento é importante porque a ausência dele é que permite o movimento moderno de “batalha espiritual” distorcer ou forçar tanto o texto bíblico.

Sobre a epístola de Tiago
No primeiro tópico da lição, o comentarista faz uma breve introdução sobre a carta. Ele passa pelos destinatários, destaca os principais conteúdos da epístola e se concentra no tema da carta. O comentarista mostra como se trata um tema atual com seriedade bíblica. Ora, não se pode versar sobre uma seção bíblica, ou um assunto bíblico, sem dar-lhe atenção de acordo com o devido contexto. Quando buscamos o que o texto bíblico quis dizer exatamente aos nossos primeiros irmãos, os leitores originais de Tiago, nós temos maior garantia de não cometer injustiças com o texto da Bíblia.

Sobre os “deleites da vida”
O segundo tópico trabalha o tema dos deleites da vida, passando pelos quatro primeiros versículos do capítulo 4. Os temas que Tiago emprega nos versículos 1 a 4 são “guerras e pelejas”, “os deleites da vida”, “cobiça e inveja”, “adultérios”. Aqui, nestes primeiros versículos, o escritor da epístola prepara a plataforma para o convite de resistência do crente.

Sobre resistir o inimigo
O terceiro tópico trata da resistência do crente. Este só pode resistir ao Diabo porque o Espírito Santo lhe habita. Fica claro na epístola que quando resistimos os instintos mais primitivos de nossa natureza humana, tal como a disposição para a contenda, para os prazeres, para a cobiça e inveja, para os adultérios, com o auxílio do Espírito Santo, então, resistimos o Diabo. Com uma vida de santidade perseverante no Senhor, as tentações impostas pelo Diabo fugirão de nós. A vida cristã precisa ser vivida em santidade, com o auxílio do Espírito Santo. O Diabo, nosso adversário, tentará nos desestabilizar. Mas se lhe resistirmos em Cristo, na força do Espírito Santo, ele fugirá. Quem perseverar, em Cristo, resistirá o Diabo. Quem resistir, em Cristo, vencerá o Diabo.












Livro da EBD – 6: Um inimigo que precisa ser resistido

Nós, crentes em Jesus, vivemos uma luta contínua contra o pecado, em vigilância constante, pois existe um inimigo externo ao qual precisamos resistir, que é o próprio diabo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.7). O outro inimigo é interno, ou seja, a carne: "Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis" (Gl 5.16, 17). O ensino do Senhor Jesus e dos seus apóstolos enfoca o tema com frequência. E, Tiago, o primeiro pastor da Igreja de Jerusalém, já via desde muito cedo a necessidade de os crentes resistirem aos inimigos externo e interno.

RESISTINDO O INIMIGO

O capítulo 4 deste livro apresenta um estudo sobre a origem, a natureza e as ações de Satanás e seus correligionários, os demônios, de modo que não há necessidade de descrevê-los aqui. O objetivo deste capítulo é mostrar e explicar como resistir o diabo para que ele se afaste cada vez mais de nós. O Senhor Jesus provou na tentação do deserto que o diabo não é invencível, desde que se resista a ele com a Palavra de Deus. Veja que Jesus resistiu às três últimas investidas do diabo no deserto com um "está escrito" que não deu chance alguma ao Maligno, de modo que "o diabo o deixou" (Mt 4.11). O relato de Lucas afirma que o diabo se ausentou de Jesus temporariamente: "E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo" (Lc 4.13). Quando os crentes se revestem do Senhor Jesus e da força do seu poder contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6.10, 11), devem depois de tudo isso "ficar firmes" (v. 13). Isso porque o diabo volta a atacar. Mesmo depois de derrotado no deserto, o diabo continuou insistindo; o Novo Testamento conta que Jesus foi tentado não somente nos quarenta dias imediatamente após o batismo no rio Jordão, mas durante todos os dias do seu ministério (Lc 22.28; Hb 4.15). Isso mostra que Satanás é persistente no ataque, e na vida cristã não é diferente. O fato de ele fugir de nós pela nossa resistência não significa que a vitória seja definitiva, por essa razão devemos estar atentos em todo o tempo.

A primeira parte do capítulo 4 de Tiago apresenta uma lista de comportamentos que devem estar longe da vida cristã. São as paixões resumidas em quatro categorias: 1) contenda entre irmãos, 2) mundanismo, 3) insubmissão a Deus e 4) maledicência.

CONTRA A CONTENDA

Tiago revela haver um clima de contenda no seio da Igreja nos primeiros anos de sua história. Da lista das seis coisas com as quais Deus se aborrece, há o acréscimo de uma sétima que Deus abomina: é o que semeia contenda entre os irmãos (Pv 6.17-19). Se a epístola de Tiago foi dirigida especificamente aos primeiros cristãos de origem judaica dispersos pelo vasto império romano, como parece indicar a introdução da carta (Tg 1.1), esses irmãos judeus deviam conhecer essa passagem do livro de Provérbios. Além do mais, os dois maiores mandamentos - amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40; Mc 12.29-31) - eram conhecidos das igrejas. Jesus disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus" (Mt 5.9).

O pecado da contenda consiste em intriga, confusão, e em jogar um contra o outro criando um ambiente ruim. Tiago emprega metaforicamente a expressão guerras e pelejas: "Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?" (Tg 4.1). É uma linguagem tão pesada que há até quem afirme, como Adam Clarke, que essas guerras e pelejas sejam uma referência às disputas internas que havia entre os judeus de Jerusalém nos levantes contra Roma. A população da Judeia estava dividida nessa época sobre a luta pela libertação do poder romano. A expressão "entre vós" não diz respeito à população em geral da Judeia, mas especificamente aos crentes.

Qual a fonte dessas contendas? Tiago responde: os maus desejos, "os vossos deleites" (v. lb), ou seja, o hedonismo, a cultura do prazer que se originou na filosofia epicurista, fundada por Epicuro, de onde vem o nome (321 -270 a.C.). Os epicuristas estavam muito em voga entre os romanos na era apostólica, o apóstolo Paulo discursou para eles juntamente com os estoicos no areópago, em Atenas (At 17.18). O termo "hedonismo", he- doné, em grego, aparece cinco vezes no Novo Testamento, para descrever deleites ou prazeres ilícitos (Lc 8.14; Tt 3.3; Tg 4.1,3; 2 Pe 2.13). Era essa a fonte das contendas e cujos resultados eram cobiças, invejas, disputas e fracassos, pois o pedido deles não era atendido, uma vez que o problema estava na motivação: "para o gastardes em vossos deleites" [hedonais] (Tg 4.3).

CONTRA o MUNDANISMO

Tiago chama esses crentes de "adúlteros e adúlteras", seguindo a linguagem metafórica muito comum no Antigo Testamento para indicar a infidelidade dos israelitas ao seu Deus e descrever a apostasia de Israel (Ez 16.20-22; 23.3-5; Os 2.2-8). O mundanismo envolve a infidelidade de Israel, da Igreja ou de um cristão; é chamado na Bíblia de adultério, prostituição e fornicação espiritual (Jr 3.8; Ez 16.32; Ap 2.20). Ao exortar contra o adultério espiritual, Tiago associa esse desvio ao mundanismo.

As palavras gregas para "mundo”, no Novo Testamento, são kosmos e aion. Ambas significam o mundo físico: "Vós sois a luz do mundo [/cosmos]" (Mt 5.13). "Pela fé entendemos que os mundos [aion] pela Palavra de Deus foram criados" (Hb 1.3), e também o pecado: "a amizade do mundo [kosmos] é inimizade contra Deus" (Tg 4.4). O substantivo grego aion tem o sentido de "sistema de cousa, século". Aparece para "deus deste século" (2 Co 4.4). A palavra "mundo" (Rm 12.2) é aion e refere-se ao pecado. A expressão "não vos conformeis com este mundo" significa que não devemos nos amoldar ao pecado. A transformação de nossa mente e de nosso interior é pelo Espírito Santo (2 Co 3.18), e isso repele o modelo mundano pecaminoso.

Nenhum crente contesta o fato de a Bíblia condenar o mundanismo. Isso é ponto inquestionável. Embora a palavra "mundanismo" não seja encontrada na Bíblia, seu conceito o é. Refere-se a tudo aquilo que desagrada a Deus (Tg 4.4; 1 Jo 2.15, 16). O conceito de mundanismo, nos dias dos apóstolos, consistia nos teatros, nos jogos e na devassidão (ELWELL, vol. II, 1988, p. 597).

Entre as várias modalidades de teatro, havia entre os romanos o nudatio mimarum, "desnudamento das mimas", com gesto mímico da expressão corporal e da dança. Como o nome já diz, as bailarinas se apresentavam desnudas. Os jogos romanos eram demais violentos para a piedade cristã. Não somente as lutas de gladiadores, mas também as corridas de cavalos, sempre terminavam com mortes. As olimpíadas daqueles dias eram uma festa pagã, em homenagem a Zeus, principal divindade grega, que, segundo a mitologia grega, habitava no Olimpo. Além disso, seus atletas participavam desses jogos completamente desnudos, por isso os rabinos protestavam veementemente contra a participação dos judeus nesses eventos.

A devassidão fazia parte da cultura greco-latina. Devassidão é libertinagem, licenciosidade, depravação de costumes. A ARC traduz o substantivo grego pornoi, plural de pómos, "prostituto, fornicador", por "devassos". O apóstolo Paulo combateu a devassidão: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus" (1 Co 6.10).

O conceito de mundanismo é o mesmo ainda hoje; não mudou. A diferença é estar mais ampliado. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, Satanás apresenta uma ideia mundana de moralidade, "das filosofias, psicologia, desejos, governos, cultura, educação, ciência, arte, medicina, música, sistemas econômicos, diversões, comunicação de massa, esporte, agricultura etc., para opor-se a Deus e ao seu povo, à sua Palavra e aos seus padrões de retidão". Tudo isso deve ser analisado à luz de seu contexto. Não é pecado ser médico, nem é pecado o crente estudar medicina. O diabo, porém, pode usar, como tem feito, a medicina para destruir os valores cristãos: prática do aborto e da eutanásia, por exemplo; a ciência, para o ateísmo; a música, para o sensualismo. O mesmo pode acontecer na política, nos sistemas econômicos e outros, mas nem por isso a Bíblia condena alguém por ser músico, cientista, político ou empresário. Tudo depende do contexto e da finalidade.

CONTRA A INSUBMISSÃO A DEUS

Tiago denuncia um clima de insubmissão a Deus e exorta os crentes dizendo que "Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4.6, 7). O soberbo é o arrogante, orgulhoso (Lc 1.51; 2 Tm 3.2). O termo grego é hyperéphanos, literalmente, "estar acima dos demais". O soberbo é aquele que se considera acima dos outros, e Deus resiste a esse tipo de pessoa. Essa passagem é uma citação da Septuaginta (Pv 3.34). O apóstolo Pedro exorta também os seus leitores nesse sentido (1 Pe 5.5). O verbo grego para "submissão" em "sujeitai-vos a Deus" é hy- potasso, "sujeitar, estar em sujeição", que vem da preposição, hypó, "sob", e do verbo tasso, "ordenar". O substantivo, hypotage, de hypotasso, significa "submissão, subordinação, obediência" (2 Co 9.13). Hypotasso é usado para traduzir cerca de dez verbos hebraicos na Septuaginta. Trata-se de um termo originalmente militar e aparece com frequência em referência à subordinação política (Sl 47.4). Mas, às vezes, essa sujeição pode ser voluntária (1 Cr 29.24), e no Novo Testamento aparece também como submissão voluntária e recíproca (Lc 2.51; Cl 3.18). Submissão significa obediência.

Quem se humilha diante de Deus reconhece as suas debilidades e fraquezas e passa depender cada vez mais de Deus. Desse modo, o crente se achega a Deus e Deus se achega ao crente, que, sob os domínios do Espírito, passa a ter uma vida transformada; mãos limpas fala de purificação e santificação (Sl 24.4; 1 Pe 1.22). Os de "duplo ânimo", os crentes indecisos e divididos em suas decisões entre Deus e o mundo (Tg 1.8), reconhecem que não é possível servir a dois senhores (Mt 6.24). Lamentar as misérias e chorar, converter riso em pranto e gozo em tristeza, é reconhecer seus próprios pecados. E, nessa submissão e humildade, Deus exalta os fiéis (Tg 4.8-10). Obediência, portanto, pode ser definida como prova suprema da nossa fé em Deus e do nosso amor a ele.

CONTRA A MALEDICÊNCIA

O outro problema que precisa ser eliminado é a maledicência.- "Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal dum irmão, ou julga a seu irmão, fala contra a Lei, e julga a Lei; mas se julgas a Lei, não és mais observador da Lei, mas juiz" (Tg 4.11). Essa exortação refere-se ao cuidado do crente com o uso da língua. Tiago reconhece a fragilidade humana e afirma que todos nós tropeçamos na palavra (Tg 3.1-12). A Bíblia diz que não há ser humano que não peque (1 Rs 8.46; Ec 7.20); esse pensamento é ensinado no Novo Testamento (1 Jo 1.8-2.2). Mas o termo grego para "falar mal" é katalaleo, "falar mal de, falar contra, injuriar, caluniar"; não se trata de mera fofoca ou fuxico, mas de difamação. Esse verbo só aparece três vezes no Novo Testamento, e as outras duas vezes se referem às calúnias dos incrédulos contra a os crentes (1 Pe 2.2; 3.16). Trata-se de uma prática que em nada combina com a vida cristã.

Note que se fala com muita frequência entre as pessoas não evangélicas sobre os sete pecados capitais. O que isso significa? Foi um monge místico de vida austera, chamado Evágrio Pôntico (345-399), que criou um catálogo de oito pensamentos ruins, ou dos demônios: gula, luxúria, amor ao dinheiro, cólera, melancolia, acédia, vangloria e orgulho. Essa lista foi adaptada posteriormente pelo papa Gregório Margo (540-604), que substituiu acédia por preguiça, melancolia por inveja e vangloria por orgulho. Essa lista dos hoje conhecidos como sete pecados capitais é mais conhecida pelo público secular e pelos católicos. Não é uma lista bíblica, mas todos nós sabemos que cada vício ou pecado nela constante é de fato condenado nas Escrituras Sagradas. Evágrio e muitos outros antigos se dedicaram longamente à tática do combate contra a tentação: "O objetivo dessa lista é, não servir para o exame de consciência antes da confissão, como é o caso em geral na tradição ocidental, mas dar meios de combater espiritualmente cada um desses vícios" (WILLIAMS, 2004, p. 1369).

São informações adicionais para os irmãos que, com certeza, já ouviram falar dos "sete pecados capitais" e talvez não saibam o significado ou a origem disso. Nós temos o Espírito Santo que nos guia em todas as coisas 0o 14.16,17) e não necessitamos de tabelinhas para nos manter em comunhão com o Senhor Jesus.

O TRATO COM AS OUTRAS PESSOAS E A BATALHA ESPIRITUAL

A batalha espiritual é uma realidade. A luta de todo aquele que serve ao Senhor Deus é contra o pecado, que pode ser uma tentação do diabo ou da própria carne. Muitas vezes, o desafio surge no modo como tratamos os irmãos e as irmãs, daí a necessidade de prestar atenção para apresentar diante de Deus todas as coisas, inclusive nosso comportamento. A contenda entre irmãos, o mundanismo, a insubmissão a Deus e a maledicência são alguns aspectos que devem estar sob vigilância na batalha. Devemos, portanto, nos colocar na presença de Deus a fim de resistir a esses inimigos.