quarta-feira, 28 de novembro de 2012

OS DRAMAS DO PROFETA HACUQUE - CARVALHO JR. - CONTINUAÇÃO



OS DRAMAS DO PROFETA HABACUQUE - CARVALHO JR.



OS DRAMAS DO PROFETA HABACUQUE

O PROFETA HABACUQUE E A SOBERANIA DE DEUS

Lição 09
O PROFETA HABACUQUE E A SOBERANIA DIVINA
SOBRE AS NAÇÕES

02 de dezembro de 2012
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO


Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar, por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? (Hc 1.13).


VERDADE PRÁTICA


A fim de cumprir os seus planos Deus age soberanamente na vida de todas as nações da terra.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar, por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? (Hc 1.13).

O contexto do nosso texto áureo está em Habacuque capítulo 1º. Neste capítulo o profeta fala sobre a iniquidade de Judá e seu castigo pelas mãos dos caldeus e no final está a intercessão do profeta.
O nosso texto áureo especificamente declara: “...não pode ver o mal” – essa expressão não significa que Deus seja incapaz de perceber o mal, pois Ele a tudo observa, Ele é onisciente, portanto, nada está oculto diante Dele.
O texto áureo aponta para a natureza justa de Deus, Ele jamais contempla o mal para tolerá-lo ou apoiá-lo.
O que deixou o profeta Habacuque perplexo foi o uso que Deus fez dos ímpios babilônicos. Tinha-se a impressão que Ele tolerava o pecado dos caldeus, enquanto castigava Judá que, a despeito de todos os seus pecados, não deixara de ser uma nação mais justa que os povos da Mesopotâmia.
A invasão caldaica levou o profeta Habacuque a uma profunda indagação sobre o problema do mal. Como Deus podia permitir tal coisa? E clamava pela justiça divina diante de tanta iniqüidade.
Mas o profeta sabia que o SENHOR não permitiria que os babilônicos aniquilassem a nação judaica, pois, mediante tal destruição, estaria cancelando seu propósito redentor à humanidade.
Porta de Isthar da cidade de Babilônia - Pergamuseu - Berlim

RESUMO DA LIÇÃO 09


O PROFETA HABACUQUE E A
SOBERANIA DIVINA SOBRE AS NAÇÕES
 
I. O LIVRO DE HABUCUQUE
1. Contexto histórico.
2. Vida pessoal.
3. Estrutura e mensagem.
 
II. HABACUQUE E A SITUAÇÃO DO PAÍS
1. O clamor de Habacuque.
2. A descrição do pecado.
3. O colapso da justiça social.
 
III. RESPOSTA DIVINA
1. O juízo divino e anunciado.
2. Os caldeus e a questão ética.
 
IV. DEUS RESPONDE PELA SEGUNDA VEZ
1. A esperança de Habacuque.
2. A visão.
3. O justo viverá da fé.
 
LEITURA DIÁRIA

2 Rs 17.23 – Deus usou a Assíria contra Israel
Sf 2.13 – O castigo contra a Assíria
Jr 25.9 – Deus usou a Babilônia contra Judá
Jr 25.12 – O castigo contra a Babilônia
Jr 27.5-7 – As nações sob a autoridade divina
Hc 2.20 – Perante o Senhor a Terra se cala

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Habacuque 1.1-6; 2.1-4.
Habacuque 1
1 - O peso que viu o profeta Habacuque.
2 - Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás?
3 - Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio.
4 - Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido.
5 - Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vós não crereis, quando vos for contada.
6 - Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e apressada, que marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas não suas.

Habacuque 2
1 - Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei, para ver o que fala comigo e o que eu responderei, quando eu for arguido.
2 - Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.
3 - Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.
4 - Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá.

 

INTERAÇÃO


“O justo viverá pela fé”.
Esta sentença tornou-se uma das mais importantes temáticas do Novo Testamento.
No judaísmo existem 613 mandamentos.
Segundo a tradição da época de Jesus:
- 248 mandamentos eram proibitivos (não farás) e cada um se referia a cada órgão do corpo humano (de acordo com a medicina da época);
- 365 mandamentos eram positivos (farás) e cada um se referia a cada dia do ano lunar judaico.
Os 613 mandamentos foram resumidos em 11 preceitos no Salmo, e foram resumidos em 6 preceitos pelo profeta Isaías, e foram resumidos em 3 preceitos pelo profeta Miquéias, e foram resumidos em 2 preceitos pelo profeta Amós, finalmente em 1 preceito pelo profeta Habacuque 2.4.
Os 613 mandamentos foram resumidos em 11 preceitos no Salmo 15:

SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo?
Quem morará no teu santo monte?
1º preceito: Aquele que anda sinceramente,
2º: e pratica a justiça,
3º: e fala a verdade no seu coração.
4º: Aquele que não difama com a sua língua,
5º: nem faz mal ao seu próximo,
6º: nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo;
7º: A cujos olhos o réprobo é desprezado;
8º: mas honra os que temem ao SENHOR;
9º: aquele que jura com dano seu, e contudo não muda.
10º: Aquele que não dá o seu dinheiro com usura,
11º: nem recebe peitas contra o inocente.
 Quem faz isto nunca será abalado. 
(Salmos 15.1-5)

Os 11 preceitos no Salmo 15, foram resumidos em 6 preceitos pelo profeta Isaías:

1ª preceito: O que anda em justiça,
2º: e o que fala com retidão;
3º: o que rejeita o ganho da opressão,
4º: o que sacode das suas mãos todo o presente;
5º:o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue
6º: e fecha os seus olhos para não ver o mal. 
Isaías 33.15

Os 6 preceitos pelo profeta Isaías, foram resumidos em 3 preceitos pelo profeta Miquéias:

Ele te declarou, ó homem, o que é bom;
e que é o que o SENHOR pede de ti,
 1º preceito: senão que pratiques a justiça,
2º: e ames a misericórdia
3º: e andes humildemente com o teu Deus? 
Miquéias 6:8
Os 3 preceitos pelo profeta Miquéias, foram resumidos em 2 preceitos pelo profeta Amós:

1º preceito: Buscai ao SENHOR,
2º: e vivei,
para que ele não irrompa na casa de José como um fogo, e a consuma, e não haja em Betel quem o apague. (Amós 5.6-7).


Os 2 preceitos pelo profeta Amós, foram resumidos em 1 preceito pelo profeta Habacuque:

“Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele;
1 preceito: mas o justo pela sua fé viverá”.  (Habacuque 2.4).

E isto foi a base do evangelho ensinado por Paulo em suas epístolas (Rm 1.27):
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”. (Romanos 1.17)

Foi um dos lemas da Reforma Protestante.
O apóstolo Paulo é um dos que descrevem a graça de Deus de maneira mais intensa e bela: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
Tal perspectiva da graça de Deus foi precedida pelo profeta Habacuque, quando ele declarou: “O justo, pela sua fé, viverá” (2.4).

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Habacuque.
·   Compreender a situação do país na época de Habacuque.
·   Mencionar a resposta de Deus ministrada ao profeta.


ESBOÇO DO LIVRO DO PROFETA HABACUQUE


O Interrogatório de Habacuque a Deus (1.2 — 2.20)
Questão:    Como Deus permite que a ímpia Judá fique sem castigo (1.2-4).
Resposta:    Mas Deus usará a Babilônia para castigar Judá (1.5-11).

Questão:    Como Deus pode usar uma nação mais ímpia que Judá como instrumento de juízo (1.12 — 2.1).
Resposta:    Deus também julgará Babilônia (2.2-20).

O Cântico de Habacuque (3.1-19)
Oração de Habacuque por misericórdia divina (3.1,2).
O poder do Senhor (3.1,2).
Os atos salvíficos do Senhor (3.3-7).
A fé inabalável de Habacuque (3.16-19).



COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave
SOBERANIA: 
Qualidade ou condição de um soberano; autoridade; domínio; poder.

No diálogo entre Habacuque e o Senhor, presenciamos uma singular beleza teológica e literária.
Ao longo do livro de Habacuque, deparamo-nos com uma das mais notáveis declarações doutrinárias: “O justo, pela sua fé, viverá” (2.4).
Este oráculo fez-se tão notório, que se tornou uma das mais importantes temáticas, em o Novo Testamento (Rm 1.17 cf. Gl 3.8).
Séculos mais tarde, inspirou Martinho Lutero a deflagrar a Reforma Protestante.

I. O LIVRO DE HABACUQUE

1.      Contexto histórico.
Habacuque é o nome do profeta autor do livro, seu nome significa “abraço”.
Habacuque exerceu o seu ministério quando os caldeus marchavam vitoriosamente pelo Oriente Médio (1.6).
Tal marcha iniciou-se em 627 a.C. e foi concluída com a vitória sobre Faraó Neco, do Egito, na Batalha de Carquêmis, em 605 a.C. (Jr 46.2).
Tempo em que, de fato, os caldeus tornaram-se um império pujante.
Isso mostra que o profeta era contemporâneo de Jeremias e Sofonias (Jr 1.1; Sf 1.1).
Ele menciona ainda a opressão dos ímpios sobre os pobres e o colapso da justiça nacional (1.2-4) e descreve também o cenário do reinado tirânico de Jeoaquim, rei de Judá, entre 605 e 598 a.C. (Jr 22.3,13-18).

2. Vida pessoal.
Não há informações, dentro ou fora do livro, sobre a vida pessoal de Habacuque.
Apenas temos a declaração de que ele é profeta (1.1), detalhe este também encontrado em Ageu e Zacarias (Ag 1.1; Zc 1.1).
A partir dessas poucas informações e pela finalização de seu livro (3.19), muitos estudiosos entendem que Habacuque era um profeta bem aceito pela sociedade e — há quem afirme — oriundo de família sacerdotal. A literatura rabínica apoia essa ideia.

3. Estrutura e mensagem.
No estudo passado, aprendemos que o termo “peso” indica uma “sentença pesada e profecia”.
A exemplo do livro de Naum, esse oráculo foi revelado à Habacuque na forma de visão (1.1).
A profecia divide-se em três capítulos:
- O primeiro denuncia a corrupção generalizada da nação e a consequente resposta divina (1.2-17);
- o segundo, outra resposta do Eterno (2.1-20);
- e a terceira, a oração de Habacuque (3.1-19).
O oráculo divino, que possui a mesma estrutura dos Salmos, tem como principal ênfase a fé.
O livro do profeta Habacuque é citado em três passagens do Novo Testamento: Romanos 1.17; Gálatas 3.11 e Hebreus 10.38:
“Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”. (Romanos 1.17)

“E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”.  (Gálatas 3.11)

“Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele”. (Hebreus 10.38).

Os mais expressivos textos que contrastam a salvação pela graça e a salvação pela lei.
Curiosamente, é a única citação da palavra fé em todo o Antigo Testamento.
Habacuque discute o problema do mal, talvez um dos pontos mais difíceis com o qual a teologia tem de lidar.
Ao ver a crueldade com que a Babilônia tratou Judá, o profeta se revoltou, fazendo o seguinte questionamento: “por que um Deus tão bom, não interferia ou demorava a intervir?”


SINOPSE DO TÓPICO (I)

O livro de Habacuque denuncia a corrupção generalizada da nação, descreve as respostas divinas e apresenta a oração de Habacuque.

II. HABACUQUE E A SITUAÇÃO DO PAÍS

1. O clamor de Habacuque
O que ocorria em Judá ia de encontro ao conhecimento que Habacuque possuía a respeito do Deus de Israel.
Mas como é possível Aquele que é justo e santo tolerar tamanha maldade?
O profeta expressa sua perplexidade na forma de lamentos:
“Até quando, SENHOR[...]?” (1.2; Sl 13.1,2);
“Porque[...]?” (1.3; Sl 22.1).
Essas perguntas indicam que, há tempos, Habacuque orava a Deus em busca de solução.

2. A descrição do pecado.
Assim, o profeta resume o quadro desolador do seu povo: iniquidade e vexação; destruição e violência; contenda e litígio (1.3).
A Bíblia ARA (Almeida Revista e Atualizada) emprega o termo “opressão”.
A Bíblia TB (Tradução Brasileira) usa “perversidade” no lugar de “vexação”.
A estrutura poética nessa descrição revela a falência da justiça e o abuso opressor das autoridades em relação aos pobres.

3. O colapso da justiça nacional.
A frouxidão da lei era consequência da corrupção generalizada.
Na esfera judiciária, a sentença não era pronunciada, ou quando dado o veredicto, este sempre beneficiava os poderosos (1.4).
A sociedade sequer lembrava-se da lei.
Esta era o poder coercitivo para manter a ordem pública, garantir a segurança e os direitos do cidadão (Dt 4.8; 17.18,19; 33.4; Js 1.8).
Mas a influência das autoridades piedosas não foi suficiente para mudar o estado das coisas.
Somente o Senhor onipotente de Israel é quem pode fazer plena justiça. 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O caos estabelecido em Judá era decorrente da corrupção generalizada e denunciada pelo profeta Habacuque.


III. A RESPOSTA DIVINA

1. O juízo divino é anunciado. 
Antes de Habacuque perceber a gravidade da situação, Deus, que está no controle de todas as coisas, apenas aguardava o tempo oportuno para agir e mostrar a razão de sua intervenção.
Tudo estava nos planos do Senhor.
O profeta e todo o povo de Judá precisavam prestar mais atenção aos acontecimentos mundiais, pois o Eterno realizaria, naqueles dias, uma obra que eles não creriam, quando lhes fosse contada (1.5).
Essa obra era um novo império que Deus estava levantando no mundo.
Não obstante, esse oráculo também diz respeito à vinda do Messias (At 13.40,41).

2. Os caldeus e a questão ética (1.6).
O império dos caldeus crescia e agigantava-se sob a liderança do rei Nabucodonosor.
Ele estava a caminho de Jerusalém para invadir a província de Judá.
No entanto, Habacuque ficou desapontado com essa resposta.
Como um povo idólatra, sem ética e respeito aos direitos humanos, poderia castigar o povo de Deus?
Ele pergunta: “por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (1.13).
Trataria o Senhor os filhos de Judá como os animais? (1.14).
Permitiria à Babilônia fazer o que desejasse com o povo? (1.15-17).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A primeira resposta divina era o agigantamento dos caldeus a caminho de Jerusalém para invadir a província de Judá.


IV. DEUS RESPONDE PELA SEGUNDA VEZ

1. A espera de Habacuque.
Sabedor de que Deus lhe responderá, o profeta prepara-se para ser arguido por Deus.
Ele se posiciona como uma sentinela — figura comumente empregada para descrever os profetas bíblicos.
Sua função era ficar alerta para escutar a palavra de Deus e transmiti-la ao povo (Is 21.8; Jr 6.17; Ez 3.17).

2. A visão.
A resposta divina veio ao profeta através de uma visão transmitida com agilidade e nitidez, dispensando a necessidade de que alguém lesse e a interpretasse (2.2), pois se tratava de uma mensagem que, apesar de futurística, era claríssima:
- A Babilônia desaparecerá da terra para sempre!

Ruínas de Babilônia – atual Iraque.

‘E babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou.
Nunca mais será habitada, nem nela morará alguém de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos.
Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali.
E os animais selvagens das ilhas uivarão em suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus dias não se prolongarão.’ 
(Isaías 13.19-22)

- No entanto, Judá, apesar do castigo, sobreviverá (Jr 30.11).
O desafio era crer na mensagem! Ainda que seu cumprimento tardasse, Deus é fiel para cumprir a sua palavra (2.3; Jr 1.12).
Assim como naquele tempo, o mundo permanece no pecado por causa da incredulidade e por isso não crê na pregação do Evangelho (Jo 9.41; 15.22; 16.9; 2 Co 4.4).

2. O justo viverá da fé.
A expressão “alma que se incha” (2.4) refere-se ao orgulho dos caldeus (1.10; Is 13.19).
O justo é aquele que crê no julgamento de Deus sobre a Babilônia (2.8).
Ele sobreviverá à devastação de Judá pelo exército de Nabucodonosor: “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4b).
Mas ao mesmo tempo é uma mensagem de profundo significado para a fé cristã (Rm 1.17; Gl 3.8; Hb 10.38).
Em o Novo Testamento, o “justo” é quem, proveniente de todas as nações, acolhe a mensagem do Evangelho e é justificado pela fé em Jesus.


SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A segunda resposta de Deus era que a Babilônia desapareceria para sempre. Mas Judá, apesar de passar por um castigo doloroso, sobreviveria.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Palavra de Deus é suficiente para corrigir o caminho tortuoso de qualquer pessoa.
Apesar de a resposta divina nem sempre ser o que esperamos, ela é sempre a melhor.
Quem não se lembra do fato ocorrido na vida de Naamã? (2 Rs 5.10-14).
Isso acontece porque os caminhos e os pensamentos de Deus são infinitamente mais elevados que os nossos (Is 55.8,9).
Vivamos, pois, pela fé!




EXERCÍCIOS
1. Qual a principal ênfase do livro de Habacuque?
R. A fé.

2. O que revela a estrutura poética da descrição dos pecados em Habacuque 1.3?
R. Revela a falência da justiça e o abuso opressor das autoridades em relação aos pobres.

3. Que obra, prometida por Deus, ninguém acreditará quando for contada (1.5)?
R. Essa obra era um novo império que Deus estava levantando no mundo.

4. Quem são, respectivamente, “a alma que se incha” e o “justo” em Habacuque 2.4?
R. Os caldeus e aquele que crê no julgamento de Deus sobre a Babilônia.

5. O justo deve viver pelo quê?
R. Pela fé em Jesus Cristo.





AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I



Subsídio Teológico

“O significado da fé em Habacuque
Além de estar dizendo claramente que os justos de Judá, apesar do sofrimento pelo qual passarão no ataque caldeu, serão poupados (como aconteceu com Jeremias, Daniel e tanto outros), o Senhor mostra ao profeta que sua compreensão concernente à vida espiritual ainda era superficial. Ainda faltava a Habacuque considerar alguns aspectos essenciais da vida com Deus. Sua Teologia ainda ignorava nuanças vitais, e que agora são sintetizadas para o profeta em uma única frase: ‘O justo viverá pela sua fé’.
O justo não vive pelo que vê, sente, percebe, imagina ou pensa, mas pela fé. ‘Porque andamos por fé e não por vista’ (2 Co 5.7). Não que essas coisas não sirvam, vez por outra, para alimentar a nossa fé, mas não podem ser considerados fundamentos para ela. Nossa fé está fundamentada no próprio Deus, em sua Palavra. O justo está baseado nela” (DANIEL, S. Habacuque: A vitória da fé em meio ao caos. 1 ed. RJ: CPAD, 2005, p.90).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO


Habacuque: A soberania divina sobre as nações

Habacuque exerceu seu ministério nos dias de Josias, rei de Judá. Nos dias de Manassés, avô de Josias, a corrupção moral e espiritual atingiu níveis jamais vistos. Josias, anos depois de Manassés, trouxe reformas substanciais à vida dos hebreus, mas seus esforços não tiveram êxito completo no sentido de destituir as coisas ruins com que a nação se acostumou. Os juízes, que deveriam julgar de acordo com os preceitos da lei de Deus, eram corruptos, e julgavam conforme os subornos que recebiam. Os homens perversos eram bem-sucedidos em seus intentos, tornando a prática da justiça algo risível. Como viver em um estado onde a impiedade era a regra?
O profeta defronta-se com duas questões: porque Deus não pune os pecados de Judá? Para essa primeira questão, Deus mostra a Hacacuque que os babilônios iriam punir Judá. Aqui entra a segunda questão: porque Ele permitiria que um povo ímpio fosse responsável por julgar a Israel? Para a segunda questão, Deus mostra que os assírios, mesmo ímpios, trariam o julgamento de Deus, mas depois eles mesmos seriam julgados por seus pecados. “Habacuque, ao rogar a Deus por uma explicação do porquê Ele permitira que o iníquo pecasse e o inocente sofresse, recebe a resposta. Na época, Deus estava preparando os babilônios para ingressarem no rol das potências mundiais. O Senhor usaria as forças armadas desses pagãos para que o seu próprio povo fosse punido. Habacuque entendeu o plano de Deus, pois o uso de nações inimigas para disciplinar Israel e Judá era um precedente bem arquitetado” (Guia do Leitor da Bíblia. CPAD, pg.560).
Mas vemos em Habacuque outra situação que nos leva a pensar. Se os babilônios eram um povo que não conhecia a Deus, eles, como um povo “injusto”, julgariam a Israel e Judá, nações que conheciam a Deus e poderiam ser consideradas justas? O profeta então percebe que a questão não se refere a um povo mau julgando o povo do Senhor, e sim que ninguém pode evitar a disciplina do Senhor, quer seja um povo bom, quer seja um povo mau. Deus sabe como tratar com todos.
Deus não permite a injustiça entre seu próprio povo. Ele é juiz e julga até mesmo os seus, para que o seu nome não seja blasfemado. E castiga os pagãos também, quando eles pecam. E mesmo aqueles que temem a Deus devem confiar nEle quando Ele julgar os que são chamados pelo seu nome. O povo de Deus deve ser o primeiro a se arrepender de seus pecados, para não atrair a ira divina.



















 





Livro de Habacuque
Livro das Escrituras Hebraicas, situado no oitavo lugar entre os chamados profetas menores nos textos hebraico e da Septuaginta, bem como nas Bíblias comuns em português. Consiste em duas partes: (1) Um diálogo entre o escritor e Deus (caps. 1, 2); (2) uma oração em endechas.  Cap. 3.

Escritor. O escritor é identificado no próprio livro. A composição de ambas as partes é atribuída a “Habacuque, o profeta”.  1:1; 3:1.

Canonicidade. A canonicidade do livro de Habacuque é confirmada por antigos catálogos das Escrituras Hebraicas. Embora não o mencionem por nome, o livro evidentemente era abrangido pelas referências deles aos ‘doze Profetas Menores’, pois, de outro modo, o número 12 ficaria incompleto. A canonicidade do livro inquestionavelmente é apoiada por citações dele nas Escrituras Gregas Cristãs. Embora Paulo não se referisse a Habacuque por nome, ele citou Habacuque 1:5 (LXX) quando falou a judeus sem fé. (At 13:40, 41) Citou Habacuque 2:4 (“Mas, quanto ao justo, continuará a viver pela sua fidelidade”) ao incentivar os cristãos a demonstrarem fé.  Ro 1:16, 17; Gál 3:11; He 10:38, 39.
Entre os Rolos do Mar Morto encontra-se um manuscrito de Habacuque (caps. 1, 2) num texto hebraico pré-massorético, com um comentário acompanhante. É digno de nota que neste texto se escreveu o nome de Deus com caracteres do hebraico antigo, ao passo que, no comentário, o nome divino é evitado, e, em lugar dele, se usa a palavra hebraica ´El (que significa “Deus”).
Os peritos acreditam que este rolo foi escrito perto do fim do primeiro século aC. Isto o torna o manuscrito hebraico mais antigo existente do livro de Habacuque. Este manuscrito, em Habacuque 1:6, reza “caldeus”, confirmando assim a exatidão do texto massorético em mostrar que Deus suscitaria os caldeus (babilônios) como seus agentes.

Data e Cenário. A declaração: “Deus está no seu santo templo” (Hab 2:20) e a nota que segue Habacuque 3:19 (“Ao regente, nos meus instrumentos de cordas”) indicam que Habacuque profetizou antes de o templo construído por Salomão em Jerusalém ser destruído em 607 aC. Também, a declaração de Deus: “Eis que suscito os caldeus” (1:6), e o teor geral da profecia, mostram que os caldeus, ou babilônios, ainda não haviam desolado Jerusalém. Mas, Habacuque 1:17 talvez sugira que já haviam começado a derrubar algumas nações. Durante o reinado do bom Rei Josias, de Judá (659-629 aC), os caldeus e os medos tomaram Nínive (em 632 aC), e Babilônia estava então em vias de se tornar potência mundial.  Na 3:7.
Há alguns que, concordando com a tradição rabínica, sustentam que Habacuque profetizou mais cedo, durante o reinado do Rei Manassés, de Judá. Acreditam ter ele sido um dos profetas mencionados ou aludidos em 2 Reis 21:10 e 2 Crônicas 33:10. Sustentam que os babilônios não constituíam ainda ameaça, fato que tornava a profecia de Habacuque menos crível para os de Judá.  Veja Hab 1:5, 6.
Por outro lado, na parte inicial do reinado de Jeoiaquim, Judá estava sob a esfera de influência do Egito (2Rs 23:34, 35), e esta também podia ter sido uma época em que suscitar Deus os caldeus para punir os habitantes refratários de Judá seria para eles ‘uma atividade que não acreditariam, embora fosse relatada’. (Hab 1:5, 6) O rei babilônio Nabucodonosor derrotou Faraó Neco em Carquemis, em 625 aC, no quarto ano do governo do Rei Jeoiaquim. (Jer 46:2) De modo que Habacuque talvez profetizasse e registrasse a profecia antes daquele evento, possivelmente completando a escrita por volta de 628 aC, em Judá. O uso do tempo futuro a respeito da ameaça caldéia evidentemente indica uma data anterior à vassalagem de Jeoiaquim a Babilônia (620-618 aC).  2Rs 24:1.
Estilo. O estilo de escrita é tanto vigoroso como comovente. Usam-se ilustrações e comparações vívidas. (Hab 1:8, 11, 14, 15; 2:5, 11, 14, 16, 17; 3:6, 8-11) Comentando o estilo de Habacuque, S. R. Driver disse: “A capacidade literária de Habacuque é considerável. Embora seu livro seja breve, é repleto de vigor; suas descrições são vívidas e vigorosas; tanto suas idéias como sua expressão são igualmente poéticas.” Essas qualidades, naturalmente, se devem em primeiro lugar à inspiração divina.
O livro de Habacuque enfatiza a supremacia de Deus sobre todas as nações (Hab 2:20; 3:6, 12), salientando a Sua soberania universal. Enfatiza também o fato de que os justos vivem pela fé. (2:4) Gera confiança em Deus, mostrando que Ele não morre (1:12), que trilha as nações justificadamente, e que sai para a salvação do seu povo. (3:12, 13) Mostra-se que Senhor é o Deus de Salvação e a Fonte de energia vital para aqueles que exultam nele.  3:18, 19.

DESTAQUES DE HABACUQUE
Resposta à pergunta: Executará Deus os iníquos?
Evidentemente, escrito por volta de 628 aC, quando os caldeus passaram a ter destaque, mas antes de Jeoiaquim se tornar seu vassalo.
Habacuque clama por ajuda, perguntando até quando Deus permitirá que os iníquos continuem. (1:12:1)
Quando Deus responde que Ele suscitará os caldeus como Seu instrumento de punição, Habacuque não consegue entender como o Santo podia pensar em um agente tão traiçoeiro, um que transforma sua máquina de guerra num deus, cuja rede de arrasto apanha homens quais peixes, e que impiedosamente mata povos.
O profeta aguarda a resposta de Deus, reconhecendo que ele merece uma repreensão.
Deus responde que ele tem um tempo designado, profere ai sobre o instrumento caldeu. (2:2-20)
Deus garante que, embora possa haver uma aparente demora, a visão profética é “para o tempo designado e prossegue arfando até o fim”, avidamente avançando para o seu cumprimento.
Pronúncias de ais indicam que o instrumento caldeu não ficaria sem punição por saquear outras nações, decepar muitos povos, construir cidades mediante derramamento de sangue, fazer outros beber o copo de vergonhosa derrota e por empenhar-se em idolatria.
O profeta apela para Deus agir e ainda assim mostrar misericórdia durante o vindouro dia de aflição. (3:1-19)
Relembrando manifestações passadas do poder de Deus, o profeta é tomado de temor e tremor, mas está decidido a esperar tranqüilamente o dia da aflição, rejubilando com o Deus da sua salvação.
Mesmo que os próprios meios de sustentar a vida fracassem, Habacuque decide rejubilar com o Senhor qual Deus de salvação, Aquele que o fortalece.

 

Habacuque 1

 O peso que viu o profeta Habacuque.
Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?
Por que razão me mostras a iniqüidade, e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio.
Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.
Vede entre os gentios e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis, quando for contada.
Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas.
Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo e a sua dignidade.
E os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, e mais espertos do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; os seus cavaleiros virão de longe; voarão como águias que se apressam a devorar.
Eles todos virão para fazer violência; os seus rostos buscarão o vento oriental, e reunirão os cativos como areia.
E escarnecerão dos reis, e dos príncipes farão zombaria; eles se rirão de todas as fortalezas, porque amontoarão terra, e as tomarão.
Então muda a sua mente, e seguirá, e se fará culpado, atribuindo este seu poder ao seu deus.
Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. O SENHOR, para juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar.
Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?
E por que farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm quem os governe?
Ele a todos levantará com o anzol, apanhá-los-á com a sua rede, e os ajuntará na sua rede varredoura; por isso ele se alegrará e se regozijará.
Por isso sacrificará à sua rede, e queimará incenso à sua varredoura; porque com elas engordou a sua porção, e engrossou a sua comida.
Porventura por isso esvaziará a sua rede e não terá piedade de matar as nações continuamente?

Habacuque 2

Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que falará a mim, e o que eu responderei quando eu for argüido.
Então o SENHOR me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.
Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.
Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.
Tanto mais que, por ser dado ao vinho é desleal; homem soberbo que não permanecerá; que alarga como o inferno a sua alma; e é como a morte que não se farta, e ajunta a si todas as nações, e congrega a si todos os povos.
Não levantarão, pois, todos estes contra ele uma parábola e um provérbio sarcástico contra ele? E se dirá: Ai daquele que multiplica o que não é seu! (até quando?) e daquele que carrega sobre si dívidas!
Porventura não se levantarão de repente os teus extorquiadores, e não despertarão os que te farão tremer, e não lhes servirás tu de despojo?
Porquanto despojaste a muitas nações, todos os demais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens, e da violência feita à terra, à cidade, e a todos os que nela habitam.
Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!
Vergonha maquinaste para a tua casa; destruindo tu a muitos povos, pecaste contra a tua alma.
Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.
Ai daquele que edifica a cidade com sangue, e que funda a cidade com iniqüidade!
Porventura não vem do SENHOR dos Exércitos que os povos trabalhem pelo fogo e os homens se cansem em vão?
Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.
Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti, que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez!
Serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também, e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do SENHOR voltará a ti, e ignomínia cairá sobre a tua glória.
Porque a violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e a destruição das feras te amedrontará, por causa do sangue dos homens, e da violência feita à terra, à cidade, e a todos os que nela habitam.
Que aproveita a imagem de escultura, depois que a esculpiu o seu artífice? Ela é máscara e ensina mentira, para que quem a formou confie na sua obra, fazendo ídolos mudos?
Ai daquele que diz ao pau: Acorda! e à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e de prata, mas dentro dela não há espírito algum.
Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra

Habacuque 3

Oração do profeta Habacuque sobre Sigionote.
Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.
Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo (Selá). A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
E o resplendor se fez como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
Adiante dele ia a peste, e brasas ardentes saíam dos seus passos.
Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados; ou outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem.
Vi as tendas de Cusã em aflição; tremiam as cortinas da terra de Midiã.
Acaso é contra os rios, SENHOR, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira, ou contra o mar o teu furor, visto que andas montado sobre os teus cavalos, e nos teus carros de salvação?
Descoberto se movimentou o teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura. (Selá.) Tu fendeste a terra com rios.
Os montes te viram, e tremeram; a inundação das águas passou; o abismo deu a sua voz, levantou ao alto as suas mãos.
O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança.
Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste os gentios.
Tu saíste para salvação do teu povo, para salvação do teu ungido; tu feriste a cabeça da casa do ímpio, descobrindo o alicerce até ao pescoço. (Selá.)
Tu traspassaste com as suas próprias lanças a cabeça das suas vilas; eles me acometeram tempestuosos para me espalharem; alegravam-se, como se estivessem para devorar o pobre em segredo.
Tu com os teus cavalos marchaste pelo mar, pela massa de grandes águas.
Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; no dia da angústia descansarei, quando subir contra o povo que invadirá com suas tropas.
Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.
O SENHOR Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda).

COMENTARIO DO LIVRO DE HABACUQUE

Deus algum dia destruirá os iníquos? Neste caso, quanto tempo temos de esperar ainda? Perguntas como essas são feitas por pessoas em toda a Terra. Onde podemos encontrar as respostas? Podemos encontrá-las nas divinamente inspiradas palavras proféticas sobre o tempo designado de Deus. Estas nos asseguram que Deus executará em breve o julgamento contra todos os iníquos. Só então a Terra “se encherá [completamente] do conhecimento da glória de Yehowah assim como as próprias águas cobrem o mar”. Esta é a promessa profética encontrada na Palavra Sagrada de Deus, em Habacuque 2:14.

O livro de Habacuque, escrito por volta de 628 AEC, consiste em uma série de três sentenças condenatórias proferidas por Yehowah. Duas destas sentenças já foram executadas. A primeira foi a que Deus executou contra a nação desobediente do antigo Judá. Que dizer da segunda? Foi a que Ele executou contra a opressiva Babilônia. Por isso, temos certamente todos os motivos para confiar que a terceira destas sentenças divinas também será executada. Na realidade, podemos esperar que o cumprimento disso se dê muito em breve. Nestes últimos dias, pela causa dos justos, Deus causará a destruição de todos os humanos iníquos. O último deles deixará de respirar na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, que se aproxima rapidamente. — Apocalipse 16:14, 16.

A guerra do grande dia de Deus está cada vez mais perto. E a execução do julgamento divino nos iníquos em nosso tempo é tão certa como foi o cumprimento dos julgamentos de Yehowah contra Judá e Babilônia. Que tal, porém, imaginarmos agora mesmo estar em Judá nos dias de Habacuque? O que está acontecendo naquela terra?

Uma terra em tumulto: Imagine Habacuque, o profeta de Yehowah, sentado no terraço, usufruindo a fresca brisa da noitinha. Tem ao seu lado um instrumento musical. (Habacuque 1:1; 3:19) Mas Habacuque ouve uma notícia chocante. O Rei Jeoiaquim acaba de matar Urijá e mandar que o cadáver seja lançado no cemitério do povo comum. (Jeremias 26:23) É verdade que Urijá não continuara confiando em Deus, tendo ficado com medo e fugido para o Egito. No entanto, Habacuque sabe que a violência de Jeoiaquim não foi motivada pelo desejo de defender a honra de Yehowah. O que torna isto evidente é a total desconsideração que o rei demonstra pela lei divina e o seu ódio ao profeta Jeremias e a outros que servem a Deus.

Habacuque vê a fumaça de incenso subindo dos terraços de casas vizinhas. As pessoas não queimam este incenso como adoradores de Yehowah. Empenham-se em atos da religião falsa patrocinados pelo iníquo Rei Jeoiaquim, de Judá. Que situação vergonhosa! Os olhos de Habacuque enchem-se de lágrimas, e ele roga: “Até quando, ó Yehowah, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás? Até quando clamarei a ti por ajuda contra a violência e tu não salvarás? Por que me fazes ver o que é prejudicial e continuas a olhar para a mera desgraça? E por que há assolação e violência diante de mim, e por que vem a haver altercação, e por que se sustenta contenda? Portanto, a lei fica entorpecida e a justiça nunca sai. Visto que o iníquo está em torno do justo, por isso a justiça sai pervertida.” — Habacuque 1:2-4.

Deveras, prevalecem saques e violência. Para onde quer que Habacuque olhe, ele vê dificuldades, brigas e lutas. ‘A lei ficou entorpecida’, paralisada. E a justiça? Ora, ela “nunca sai” vitoriosa! Nunca prevalece. Em vez disso, “o iníquo está em torno do justo”, forjando as medidas legais feitas para proteger os inocentes. Deveras, “a justiça sai pervertida”. Ela é desvirtuada. Que situação lamentável se encontrava esse povo que dizia amar a Deus!

Habacuque pára e pensa na situação. Vai desistir? De forma alguma! Depois de refletir em toda a perseguição movida aos servos fiéis de Deus, este homem leal renova sua determinação de continuar firme e resoluto como profeta de Yehowah. Habacuque continuará a proclamar a mensagem de Deus — mesmo que isso lhe custe a vida.

Deus realiza uma “atividade” impressionante: Habacuque vê em visão os religiosos falsos que desonram a Deus. Escute o que Deus lhes diz: “Vede entre as nações e olhai, e olhai pasmados um para o outro.” É provável que Habacuque se pergunte por que Deus se dirige a esses iníquos desta forma. Depois ouve Yehowah dizer-lhes: “Ficai pasmados; pois nos vossos dias se realiza uma atividade que não acreditareis, embora seja relatada.” (Habacuque 1:5) Na realidade, o próprio Deus está realizando esta atividade que eles acham impressionante. Mas, de que se trata?

Habacuque escuta atentamente as próximas palavras de Deus, registradas em Habacuque 1:6-11. Esta é a mensagem de Deus — e nenhum deus falso ou ídolo sem vida pode impedir seu cumprimento: “Eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que vai aos lugares espaçosos da terra para tomar posse de residências que não lhe pertencem. Aterradora e atemorizante é ela. Sua própria justiça e sua própria dignidade procedem dela mesma. E seus cavalos mostraram-se mais velozes do que os leopardos e mostraram-se mais ferozes do que os lobos da noitinha. E seus corcéis escarvaram o chão e seus próprios corcéis vêm de longe. Voam como a águia que se apressa a comer algo. Vem na sua totalidade para a mera violência. A reunião das suas faces é como o vento oriental, e ajunta cativos como areia. E ela, da sua parte, faz troça dos próprios reis, e os dignitários são algo risível para ela. Da sua parte, ri-se até mesmo de cada praça forte, e amontoa pó e a captura. Naquele tempo certamente avançará como o vento e passará, e tornar-se-á realmente culpada. Este seu poder se deve ao seu deus.”

Que aviso profético da parte do Altíssimo! Yehowah suscita os caldeus, a nação selvagem de Babilônia. Na sua marcha através dos “lugares espaçosos da terra”, ela conquistará muitíssimas residências. Como isso é aterrorizante! A hoste caldéia é “aterradora e atemorizante”, terrível e medonha. Faz as suas próprias leis inflexíveis. ‘Sua própria justiça procede dela mesma.’

Os cavalos de Babilônia são mais velozes do que os rápidos leopardos. Sua cavalaria é mais feroz do que os lobos famintos que caçam à noite. Ansiosos de avançar, ‘seus corcéis escarvam o chão’ com impaciência. Desde a distante Babilônia, vão para Judá. Voando como a águia que se apressa para comer algo apetitoso, os caldeus logo se lançarão sobre a sua presa. Mas, será isso apenas uma investida, somente um ataque de surpresa de poucos soldados? De forma alguma! “Vem na sua totalidade para a mera violência”, como uma hoste enorme que avança para causar devastação. Com as faces coradas pela animação, cavalgam para o oeste em direção a Judá e Jerusalém, avançando tão rapidamente como o vento oriental. As forças babilônicas apanham tantos prisioneiros, que estão ‘ajuntando cativos como areia’.

O exército caldeu faz troça de reis e ridiculariza dignitários, os quais não têm nenhum poder para impedir seu inexorável avanço. ‘Ri-se de cada praça forte’, porque a fortaleza cai quando os babilônios ‘amontoam pó’, construindo um aterro para atacá-la. No tempo designado de Deus, o terrível inimigo “certamente avançará como o vento”. Por atacar Judá e Jerusalém, ‘tornar-se-á realmente culpado’ de causar dano ao povo de Deus. Depois da vitória relâmpago, o comandante caldeu se gabará: ‘Este poder se deve ao nosso deus.’ Como ele está mal-informado!

Com crescente compreensão do propósito de Deus, aumenta a esperança no coração de Habacuque. Com plena confiança, ele fala sobre a adoração a Deus. Conforme se nota em Habacuque 1:12, o profeta diz: “Não és tu desde outrora, ó Yehowah? Ó meu Deus, meu Santo, tu não morres.” Deveras, Yehowah é Deus “de tempo indefinido a tempo indefinido” — para sempre. — Salmo 90:1, 2.

Refletindo na sua visão dada por Deus e regozijando-se com o entendimento que lhe deu, o profeta continua: “Ó Yehowah, fixaste-a para o julgamento; e tu, ó Rocha, fundaste-a para a repreensão.” Deus julgou adversamente os apóstatas de Judá, e eles estão destinados a receber de Deus repreensão e severo castigo. Deviam tê-lo encarado como sua Rocha, a única verdadeira fortaleza, refúgio e Fonte de salvação. (Salmo 62:7; 94:22; 95:1) No entanto, os líderes apóstatas de Judá não se achegam a Deus, e continuam a oprimir os inofensivos adoradores de Yehowah.

Esta situação aflige muito o profeta de Deus. De modo que ele diz: “És de olhos puros demais para ver o que é mau; e não podes olhar para a desgraça.” (Habacuque 1:13) Sim, Yehowah é “de olhos puros demais para ver o que é mau”, quer dizer, para tolerar a transgressão.

Por isso, Habacuque faz algumas perguntas intrigantes: “Por que olhas para os que agem traiçoeiramente, calando-te quando o iníquo engole aquele que é mais justo do que ele? E por que fazes o homem terreno igual aos peixes do mar, igual às coisas rastejantes sobre as quais ninguém domina? Todos estes ele trouxe para cima com o mero anzol; arrasta-os com a sua rede de arrasto e ajunta-os na sua rede de pesca. Por isso ele se alegra e jubila. Por isso oferece sacrifício à sua rede de arrasto e faz fumaça sacrificial para a sua rede de pesca; pois, por meio delas é bem azeitado seu quinhão e seu alimento é saudável. É por isso que esvaziará a sua rede de arrasto e terá de matar continuamente nações, não tendo nenhuma compaixão?” — Habacuque 1:13-17.

Ao atacarem Judá e sua capital, Jerusalém, os babilônios agirão segundo os seus próprios desejos. Não saberão que servem como instrumento de Deus para executar o julgamento justo dele contra um povo infiel. É fácil de ver por que Habacuque acha difícil de entender que Deus usaria os iníquos babilônios para executar Seu julgamento. Aqueles impiedosos caldeus não adoram a Yehowah. Eles encaram os humanos como meros ‘peixes e coisas rastejantes’ a serem capturados e subjugados. Mas a perplexidade de Habacuque não duraria muito. Jeová revelaria logo ao seu profeta que os babilônios não ficariam sem punição por seu ganancioso saque e pelo derramamento gratuito de sangue. — Habacuque 2:8.

Pronto para as palavras adicionais de Yehowah: No momento, porém, Habacuque espera ouvir as palavras adicionais de Deus. O profeta declara resolutamente: “Vou ficar de pé no meu posto de vigilância e vou ficar postado sobre o baluarte e estarei vigiando para ver o que ele há de falar por mim e o que hei de replicar à minha repreensão.” (Habacuque 2:1) Habacuque está muitíssimo interessado no que Deus ainda dirá por meio dele como Seu profeta. Sua fé em Yehowah, como Deus que não tolera o mal, o faz perguntar-se por que a iniquidade prevalece, mas está disposto a deixar que seu modo de pensar seja reajustado. Então, o que dizer de nós? Quando nos perguntamos por que se toleram certas coisas iníquas, nossa confiança na justiça de Deus devia ajudar-nos a manter o equilíbrio e a esperar por ele. — Salmo 42:5, 11.

Fiel à sua palavra a Habacuque, Deus executou o julgamento na desobediente nação judaica por permitir que os babilônios invadissem Judá. Em 607 AEC, eles destruíram Jerusalém e o templo, mataram tanto idosos como jovens e levaram muitos cativos. (2 Crônicas 36:17-20) Depois dum longo exílio em Babilônia, um restante de judeus fiéis voltou à sua pátria e por fim reconstruiu o templo. No entanto, depois os judeus mostraram-se novamente infiéis a Yehowah — especialmente quando rejeitaram a Jesus como o Messias.

Segundo Atos 13:38-41, o apóstolo Paulo mostrou aos judeus em Antioquia o que significaria rejeitar a Jesus e assim desprezar seu sacrifício de resgate. Citando Habacuque 1:5, conforme a versão Septuaginta grega, Paulo advertiu: “Cuidai de que aquilo que se disse nos Profetas não venha sobre vós: ‘Observai-o, desdenhadores, e admirai-vos disso, e desaparecei, porque estou fazendo uma obra nos vossos dias, uma obra que de modo algum acreditareis, mesmo que alguém a relatasse a vós em pormenores.’ ” Em harmonia com a citação de Paulo, houve um segundo cumprimento de Habacuque 1:5 quando os exércitos romanos destruíram Jerusalém e seu templo em 70 EC.

Para os judeus dos dias de Habacuque, era inimaginável a “obra” de Deus, de fazer os babilônios destruir Jerusalém, porque esta cidade era a sede da adoração de Yehowah e o lugar onde o rei ungido dele estava entronizado. (Salmo 132:11-18) Como tal, Jerusalém nunca antes fora destruída. Seu templo nunca fora queimado. A casa real de Davi nunca fora derrubada. Era inacreditável que Deus permitisse tais coisas. Mas Deus, por meio de Habacuque, avisou amplamente que esses acontecimentos chocantes iam ocorrer. E a História prova que ocorreram como preditos.

Fará Yehowah uma “obra” impressionante em nossos dias? Pode ter certeza de que sim, embora isso pareça inacreditável para os cépticos. Desta vez, a obra impressionante de Deus será a destruição da cristandade apóstata. Esta, assim como o antigo Judá, afirma adorar a Deus, mas ficou totalmente corrupta. Yehowah cuidará de que todo vestígio do sistema religioso da cristandade em breve seja eliminado, assim como se dará com toda a “Babilônia, a Grande”, o sistema mundial da toda forma de religião falsa. — Apocalipse 18:1-24.

Yehowah tinha mais trabalho para Habacuque, antes da destruição de Jerusalém em 607 AEC. O que iria Deus ainda dizer ao seu profeta? Ora, Habacuque iria ouvir coisas que o induziriam a tomar seu instrumento musical e a cantar a Yehowah endechas de oração. Primeiro, porém, o espírito de Deus impeliria o profeta a proclamar ais dramáticos. Nós certamente gostaríamos de entender o sentido mais profundo dessas palavras proféticas referentes ao tempo designado de Deus. Portanto, demos ainda mais atenção à profecia de Habacuque.

“Vou ficar de pé no meu posto de vigilância.” Esta foi a determinação de Habacuque, profeta de Deus. (Habacuque 2:1) O povo de Deus, do século 21, tem mostrado a mesma determinação. Assim como Habacuque, os que tomam a liderança do povo de Deus podem declarar: “Vou ficar postado sobre o baluarte e estarei vigiando para ver o que ele há de falar por mim.” As palavras hebraicas para “vigiar” e “posto de vigilância” são repetidas em muitas profecias.

“Não tardará” Ao passo que o povo de Deus proclama hoje o Seu aviso, eles precisam estar sempre atentos ao acatar as palavras concludentes da grande profecia de Jesus: “Mantende-vos vigilantes, pois não sabeis quando vem o senhor da casa, quer tarde no dia, quer à meia-noite, quer ao canto do galo, quer cedo de manhã; a fim de que, ao chegar ele repentinamente, não vos ache dormindo. Mas, o que eu vos digo, digo a todos: Mantende-vos vigilantes.” (Marcos 13:35-37) Assim como Habacuque, e em harmonia com as palavras de Jesus, temos de manter-nos vigilantes!

Habacuque talvez completasse a escrita do livro por volta de 628 AEC, antes mesmo de Babilônia se tornar a potência mundial dominante. Os julgamentos de Yehowah contra a Jerusalém apóstata haviam sido proclamados por muitos anos. No entanto, não havia nenhum indício claro referente à quando este julgamento seria executado. Quem acreditaria que faltavam apenas uns 21 anos, e que Babilônia seria o executor da parte de Deus? Hoje, de modo similar, não sabemos ‘o dia e a hora’ do fim deste mundo, mas Jesus nos avisou de antemão: “Mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem numa hora em que não pensais.” —Mateus 24:36, 44.

Yehowah, por bons motivos, deu a Habacuque esta emocionante comissão: “Escreve a visão e assenta-a de modo claro em tábuas, para que aquele que a lê alto possa fazê-lo fluentemente. Porque a visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore, continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará.” (Habacuque 2:2, 3) Atualmente, prevalecem iniquidade e violência em toda a Terra, o que indica que estamos bem próximos do “grande e atemorizante dia de Yehowah”. (Joel 2:31) As palavras de garantia do próprio Deus são deveras animadoras: “Não tardará”!

Então, como podemos sobreviver ao vindouro dia da execução do julgamento? Yehowah responde por fazer este contraste entre os justos e os injustos: “Eis que a sua alma ficou inchada; não tem sido reta no seu íntimo. Mas, quanto ao justo, continuará a viver pela sua fidelidade.” (Habacuque 2:4) Governantes e povos orgulhosos e gananciosos mancharam as páginas da História moderna com o sangue de milhões de vítimas inocentes, notavelmente nas duas guerras mundiais e nos banhos de sangue étnicos. Em contraste, os servos de Deus, que amam a paz, têm perseverado em fidelidade. Eles são “a nação justa que mantém uma conduta fiel”. Esta nação acata a admoestação: “Confiai em Yehowah para todo o sempre, pois em Yah [Jah] Yehowah está a Rocha dos tempos indefinidos.” — Isaías 26:2-4; João 10:16.

O apóstolo Paulo, escrevendo a cristãos hebreus, citou Habacuque 2:4, dizendo ao povo de Deus: “Tendes necessidade de perseverança, a fim de que, depois de terdes feito a vontade de Deus, recebais o cumprimento da promessa. Pois, ainda ‘por um pouquinho’, e ‘aquele que vem chegará e não demorará’. ‘Mas o meu justo viverá em razão da fé’, e, ‘se ele retroceder, minha alma não terá prazer nele’.” (Hebreus 10:36-38) Agora não é a época para afrouxarmos as mãos ou para sermos enlaçados pelos modos materialistas e hedonistas do mundo de Satanás. O que temos de fazer até que se esgote o “pouquinho” de tempo? Assim como Paulo, nós, os que somos da nação santa de Yehowah, cristãos verdadeiros, escravos de nosso Senhor Jesus Cristo, temos de ‘esticar-nos para alcançar as coisas à frente, empenhando-nos para alcançar o alvo’ da vida eterna. (Filipenses 3:13, 14) E assim como Jesus, temos de perseverar ‘pela alegria que se nos apresenta’. — Hebreus 12:2.

Habacuque 2:5 descreve um “varão vigoroso” que, em contraste com os servos de Yehowah, deixa de atingir seu alvo, embora ‘ampliasse a sua alma como o Seol’. Quem é este homem que “não pode ser saciado”? Com uma voracidade igual à de Babilônia dos tempos de Habacuque, este “varão”, composto de poderes políticos — fascistas, nazistas, comunistas ou mesmo os chamados democráticos — trava guerras para expandir suas terras. Ele enche também o Seol, a sepultura, com almas inocentes. Mas, este traiçoeiro “varão” composto do mundo de Satanás, embriagado pelo convencimento da sua própria importância, não terá êxito em ‘ajuntar a si todas as nações e reunir a si todos os povos’. Somente Yehowah pode unir toda a humanidade, e ele fará isso por meio do Reino Messiânico. — Mateus 6:9, 10.

O primeiro de cinco ais dramáticos: Deus, por meio do seu profeta Habacuque, passa a anunciar uma série de cinco ais, sentenças a serem executadas em preparação da Terra como habitação dos adoradores fiéis Dele. Estes, de coração justo, ‘encetam uma expressão proverbial’ apresentada por Yehowah. Lemos em Habacuque 2:6: “Ai daquele que multiplica o que não é seu — oh! até quando! — e que se endivida pesadamente!”

Aqui se dá ênfase ao lucro injusto. No mundo ao redor de nós, os ricos ficam mais ricos e os pobres, mais pobres. Traficantes de drogas e vigaristas acumulam enormes fortunas, enquanto muitos do povo passam fome. Diz-se que um quarto da população do mundo vive abaixo da linha de pobreza. As condições de vida, em muitos países, são chocantes. Os que anseiam que haja justiça na Terra clamam: ‘Oh! Por quanto tempo essas iniquidades têm-se multiplicado!’ Todavia, o fim está próximo! Deveras, a visão “não tardará”.

O profeta diz ao iníquo: “Porque tu mesmo assolaste muitas nações, todos os remanescentes dos povos te assolarão, por causa do derramamento de sangue do gênero humano e da violência feita à terra, à vila e a todos os que moram nela.” (Habacuque 2:8) Quanta culpa de sangue notamos haver hoje na Terra! Jesus declarou explicitamente: “Todos os que tomarem a espada perecerão pela espada.” (Mateus 26:52) No entanto, somente no século 20, nações e grupos étnicos culpados de derramar sangue foram responsáveis pela matança de mais de cem milhões de humanos.

O segundo ai: O segundo ai, registrado em Habacuque 2:9-11, sobrevém àquele “que obtém lucro vil para a sua casa, a fim de colocar seu ninho no alto, para estar fora do alcance do que é calamitoso”! Lucro desonesto de nada adiantará, conforme esclarece o salmista: “Não tenhas medo porque algum homem enriquece, por aumentar a glória da sua casa, pois na sua morte não pode levar nada consigo; sua glória não descerá junto com ele.” (Salmo 49:16, 17) Portanto, digno de nota é o conselho sábio de Paulo: “Dá ordens aos que são ricos no atual sistema de coisas, que não sejam soberbos e que não baseiem a sua esperança nas riquezas incertas, mas em Deus, que nos fornece ricamente todas as coisas para o nosso usufruto.” — 1 Timóteo 6:17.

Como é hoje importante que se proclamem as mensagens de julgamento de Deus! Quando os fariseus objetaram que as multidões aclamavam Jesus como “Aquele que vem como Rei em nome de Yehowah”, ele disse: “Eu vos digo: Se estes permanecessem calados, as pedras clamariam.” (Lucas 19:38-40) Do mesmo modo, se os do povo de Deus não expusessem a iniquidade existente neste mundo, ‘de dentro da parede uma pedra clamaria em queixume’. (Habacuque 2:11) Portanto, continuemos corajosamente a proclamar o aviso de Deus!



Mais de uma década antes da queda de Babilônia, em 539 AEC, o idoso profeta Daniel teve uma emocionante visão. Ela predisse acontecimentos mundiais que levariam diretamente à guerra culminante entre os inimigos de Yehowah e o Rei designado Dele, Jesus Cristo. Qual foi a reação de Daniel? Ele disse: “Senti-me exausto e . . . estupefato por causa da coisa vista.” — Daniel 8:27.

Que dizer de nós? Vivemos muito mais próximos do fim dos que os profetas. Como reagimos quando nos damos conta de que o conflito observado por Daniel em visão — a guerra do Armagedom, de Deus — está muito próximo? Qual é a nossa reação quando discernimos que a iniquidade exposta na profecia de Habacuque é tão prevalecente, que a destruição dos inimigos de Deus é inevitável? É provável que nossos sentimentos sejam como os do próprio Habacuque, conforme descritos no terceiro capítulo do seu livro profético.

O capítulo 3 de Habacuque é uma oração. Segundo o versículo 1, é expressa em endechas, em cânticos de pesar ou de lamentação. A oração do profeta é feita como se fosse a favor dele mesmo. Na realidade, porém, Habacuque está falando a favor da nação escolhida de Deus. Hoje em dia, sua oração tem muito significado para o povo de Deus que se empenha na evangelização do Reino. Quando lemos o capítulo 3 de Habacuque com isso em mente, suas palavras nos deixam apreensivos, mas ao mesmo tempo alegres. A oração, ou endecha, de Habacuque nos dá fortes motivos para nos alegrar com Yehowah, o Deus de nossa salvação.

Conforme notamos nos dois artigos precedentes, as condições eram muito más na terra de Judá nos dias de Habacuque. Mas Yehowah não ia permitir que esta situação continuasse. Ele agiria, assim como fizera no passado. Não é de admirar que o profeta clamasse: “Ó Yehowah, ouvi as notícias a teu respeito. Fiquei com medo da tua atuação, ó Yehowah”! O que queria dizer com isso? ‘As notícias a respeito de Yehowah’ eram a história registrada dos poderosos atos Dele, tais como os junto ao mar Vermelho, no ermo e em Jericó. Esses atos eram bem conhecidos por Habacuque, e deixaram-no com medo, porque ele sabia que Yehowah usaria de novo seu grande poder contra os seus inimigos. Ao observarmos hoje a iniquidade da humanidade, nós também sabemos que Deus agirá assim como fez na antiguidade. Ficamos por isso apreensivos? Claro que sim! Não obstante, oramos assim como Habacuque: “Aviva-a no meio dos anos! Torna-a conhecida no meio dos anos. Durante a agitação, que tu te lembres de ter misericórdia.” (Habacuque 3:2) No tempo devido de Deus, “no meio dos anos”, que ele use seu poder milagroso. E naquela ocasião, que se lembre de ser misericordioso com os que o amam!


Yehowah em marcha: O que acontecerá quando Deus ouvir nossa oração pedindo misericórdia? Encontramos a resposta em Habacuque 3:3, 4. Primeiro, o profeta diz: “O próprio Deus passou a chegar de Temã, sim, um Santo desde o monte Parã.” Lá nos dias do profeta Moisés, Temã e Parã estavam no caminho de Israel através do ermo em direção a Canaã. Ao passo que a grande nação de Israel avançava no seu caminho, o próprio Yehowah parecia estar avançando, e nada podia impedi-lo. Pouco antes de Moisés morrer, ele disse: “Yehowah — de Sinai ele veio, e raiou sobre eles desde Seir. Reluziu desde a região montanhosa de Parã, e com ele havia santas miríades [de anjos].” (Deuteronômio 33:2) Quando Deus avançar contra seus inimigos no Armagedom, haverá uma demonstração similar do seu irresistível poder.

Habacuque declara também: ‘A dignidade de Yehowah cobriu os céus; e do seu louvor encheu-se a Terra. Quanto à sua claridade, chegou a ser igual à luz.’ Que espetáculo magnífico! É verdade que os humanos não podem olhar para Deus e continuar vivos. (Êxodo 33:20) No entanto, no que se refere aos servos fiéis de Deus, os olhos do seu coração ficam deslumbrados ao contemplarem a magnificência dele. (Efésios 1:18) E os cristãos com discernimento notam algo além da glória de Deus. Habacuque 3:4 conclui: “Havia dois raios saindo da sua mão e ali se escondia a sua força.” Deveras, notamos que Deus está pronto para agir, usando sua mão direita de força e de poder.

A marcha triunfal de Deus significa calamidade para os que se rebelam contra ele. Habacuque 3:5 diz: “Diante dele andava a peste e junto aos seus pés saía a febre ardente.” Quando os israelitas estavam perto da fronteira da Terra Prometida, em 1473 AEC, muitos deles rebelaram-se, envolvendo-se em imoralidade e em idolatria. Em resultado disso, bem mais de 20.000 morreram duma pestilência enviada por Deus. (Números 25:1-9) No futuro próximo, quando Deus marchar para “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, os que se rebelarem contra ele sofrerão similarmente pelos seus pecados. Alguns talvez morram até mesmo de pestilência literal. — Apocalipse 16:14, 16.

Note agora a descrição vívida de Yehowah dos exércitos em ação. Lemos em Habacuque 3:6: “Ele [Yehowah] ficou parado para sacudir a terra. Ele viu, e então fez nações pular. E as montanhas eternas foram despedaçadas; os morros de duração indefinida se encurvaram. Suas são as caminhadas de há muito tempo.” Primeiro, Yehowah ‘fica parado’, como um general que examina o campo de batalha. Seus inimigos tremem de medo. Vêem quem é seu oponente e ficam chocados, pulando de agitação. Jesus predisse o tempo em que “todas as tribos da terra se baterão então em lamento”. (Mateus 24:30) Tarde demais se darão conta de que ninguém pode resistir a Yehowah.

Organizações humanas — mesmo as que parecem ser permanentes como “montanhas eternas” e “os morros de duração indefinida” — desmoronarão. Será então assim como “as caminhadas [de Deus] de há muito tempo”, assim como agiu na antiguidade.‘Acendeu-se a ira’ de Yehowah contra os seus adversários. Mas, que armas usará ele na sua grande guerra? Veja como o profeta as descreve, dizendo: “Teu arco vem a ser descoberto na sua nudez. A coisa dita são os juramentos das tribos. Com rios passaste a fender a terra. Os montes te viram; chegaram a estar em severas dores. Passou um temporal de águas. A água de profundeza emitiu o seu som. Levantou alto a sua mão. O sol — a lua — ficou parado na sua morada excelsa. Tuas próprias flechas iam como a luz. O relâmpago da tua lança serviu de claridade.” — Habacuque 3:7-11.

Nos dias de Josué, Yehowah fez o Sol e a Lua parar numa espantosa demonstração de poder. (Josué 10:12-14) A profecia de Habacuque nos lembra que este mesmo poder será usado por Deus no Armagedom. Em 1513 AEC, Yehowah mostrou seu domínio sobre as profundezas aquosas da Terra quando usou o mar Vermelho para destruir os exércitos de Faraó. Quarenta anos depois, o rio Jordão, na cheia, não foi obstáculo à marcha triunfante de Israel para entrar na Terra Prometida. (Josué 3:15-17) Nos dias de Débora, a profetisa, chuvas torrenciais levaram embora os carros de guerra de Sísera, inimigo de Israel. (Juízes 5:21) Essas mesmas forças de inundações, chuvas torrenciais e profundezas aquosas estarão à disposição de Deus no Armagedom. Ele também tem na mão trovões e relâmpagos, como lança ou como uma aljava cheia de flechas.

Deveras, será espantoso quando Yehowah manifestar o seu grande poder. As palavras de Habacuque sugerem que a noite se tornará dia e o dia será mais claro do que o Sol poderia torná-lo. Quer esta inspirada descrição profética seja literal, quer simbólica, uma coisa é certa — Yehowah prevalecerá, não deixando nenhum inimigo escapar.

O profeta continua a descrever as ações de Yehowah ao destruir Seus inimigos. Lemos em Habacuque 3:12: “Marchaste com verberação através da terra. Em ira trilhaste as nações.” Ainda assim, Yehowah não destruirá indiscriminadamente. Alguns humanos serão salvos. “Saíste para a salvação do teu povo, para salvar o teu ungido”, diz Habacuque 3:13. Deveras, Yehowah salvará os seus fiéis servos ungidos. A destruição de Babilônia, a Grande, o sistema mundial de religiões falsas, será então completa.

No entanto, atualmente, as nações procuram eliminar a adoração pura. Dentro em breve, os servos de Deus serão atacados pelas forças de Gogue de Magogue. (Ezequiel 38:1–39:13; Apocalipse 17:1-5, 16-18) Será que este ataque satânico terá êxito? Não! Deus irá então esmagar com furor os seus inimigos, pisando-os como grãos numa eira. Mas ele salvará os que o adoram com espírito e verdade. — João 4:24.

O aniquilamento total dos iníquos é predito nas seguintes palavras: “[Yehowah,] despedaçaste o cabeça da casa do iníquo. Houve a exposição do alicerce até o pescoço.” (Habacuque 3:13) Esta “casa” é o sistema iníquo desenvolvido sob a influência de Satanás, o Diabo. Será despedaçada. O “cabeça”, ou os líderes em oposição a Deus, serão esmigalhados. A estrutura inteira será demolida, até o alicerce. Não existirá mais. Que maravilhoso alívio isso dará!

No Armagedom, os que procurarem destruir o “ungido” de Deus serão lançados em confusão. Segundo Habacuque 3:14, 15, o profeta fala a Deus, dizendo: “Com os seus próprios bastões furaste a cabeça dos seus guerreiros quando avançaram tempestuosamente para espalhar-me. Sua rejubilação era a dos decididos a devorar o atribulado num esconderijo. Avançaste através do mar com os teus cavalos, através da massa das vastas águas.”

Quando Habacuque diz “guerreiros . . . avançaram tempestuosamente para espalhar-me”, o profeta fala pelos servos ungidos de Deus. Assim como salteadores de estrada de tocaia, as nações saltarão sobre os servos de Deus para destruí-los. Estes inimigos de Deus e do seu povo ‘rejubilarão’ confiantes no seu êxito. Os cristãos fiéis parecerão fracos, como um “atribulado”. Mas, quando as forças em oposição a Deus lançarem seu ataque, Yehowah fará com que voltem as suas armas contra si mesmos. Usarão as suas armas, ou “bastões”, contra os seus próprios guerreiros.

No entanto, há mais no futuro. Yehowah usará forças espirituais sobre-humanas para completar a destruição dos seus adversários. Com os “cavalos” dos seus exércitos celestiais sob Jesus Cristo, ele avançará vitorioso pelo “mar” e pela “massa das vastas águas”, quer dizer, as massas empoladas da humanidade inimiga. (Apocalipse 19:11-21) Os iníquos serão então removidos da Terra. Que demonstração vigorosa de divino poder e justiça!

O dia de Yehowah está chegando: Podemos ter certeza de que as palavras de Habacuque se cumprirão em breve. Não demorarão. Como reage você a este conhecimento antecipado? Lembre-se de que Habacuque escreveu sob inspiração divina. Yehowah agirá, e, quando isso acontecer, haverá devastação na Terra. Não é de admirar que o profeta escrevesse: “Ouvi, e meu ventre começou a ficar agitado; meus lábios tremeram diante do som; a podridão começou a penetrar-me nos ossos; e eu estava agitado na minha situação, de aguardar tranquilamente o dia da aflição, a sua vinda sobre o povo, para que ele os acometesse.” (Habacuque 3:16) Habacuque estava muito agitado — o que é compreensível. Mas, ficou sua fé abalada? De forma alguma! Ele estava disposto a esperar com calma o grande dia de Deus. (2 Pedro 3:11, 12) Não é esta também a nossa atitude? Claro que é! Temos plena fé em que a profecia de Habacuque se cumprirá. No entanto, até que isso aconteça, esperaremos com paciência.

Uma guerra sempre causa dificuldades, mesmo para o lado vencedor. Pode haver escassez de alimentos. Podem-se perder propriedades. Os padrões de vida podem baixar. Como reagiremos se isso acontecer conosco? Habacuque tinha uma atitude exemplar, pois ele disse: “Ainda que a própria figueira não floresça e não haja produção nas videiras, o trabalho da oliveira realmente resulte em fracasso e os próprios socalcos realmente não produzam alimento, o rebanho seja separado do redil e não haja manada nos currais; ainda assim, no que se refere a mim, vou rejubilar com o próprio Yehowah; vou jubilar com o Deus da minha salvação.” (Habacuque 3:17, 18) Habacuque realisticamente esperava dificuldades, talvez fome. Ainda assim, nunca perdeu a sua alegria em Deus, que lhe dava a salvação.

Atualmente, mesmo antes da guerra de Yehowah contra os iníquos, muitos sofrem severa aflição. Nosso Senhor Jesus Cristo predisse que guerras, fomes, terremotos e pestilências seriam partes do ‘sinal da sua presença’ no poder régio. (Mateus 24:3-14; Lucas 21:10, 11) Muitos de nossos concrentes moram em terras severamente afligidas pelo cumprimento das palavras de Jesus e em resultado disso sofrem grandes dificuldades. Outros cristãos podem ficar similarmente afetados no futuro. Para muitos mais de nós, é bem possível que a “figueira não floresça” antes de vir o fim.

No entanto, sabemos por que isso acontece, e isso nos dá força. Além disso, temos apoio. Jesus prometeu: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33) Isto não garante uma vida confortável, mas garante-nos que, se dermos a Deus o primeiro lugar na nossa vida, ele cuidará de nós. — Salmo 37:25.

Não importa que dificuldades temporárias tenhamos de enfrentar, não perderemos a fé no poder salvador de Deus. Muitos de nossos irmãos e irmãs na África, na Europa Oriental e em outros lugares vêem-se confrontados com extremas dificuldades, mas continuam a rejubilar com Deus. Que nós, assim como eles, nunca deixemos de fazer o mesmo. Lembre-se de que o Soberano Senhor Yehowah é nossa Fonte de “energia vital”. (Habacuque 3:19) Ele nunca nos abandonará. O Armagedom virá com certeza, e haverá um novo céu e uma nova terra. (2 Pedro 3:13) Então “a terra se encherá do conhecimento da glória de Yehowah assim como as próprias águas cobrem o mar”. (Habacuque 2:14) Até que venha este tempo maravilhoso, sigamos o bom exemplo de Habacuque. Que sempre ‘rejubilemos com o próprio Yehowah e jubilemos com o Deus de nossa salvação’.