ALBERTO ARAÚJO é presbítero da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Cuiabá -MT, professor de EBD e Teologia, publicitário, blogueiro, varios cursos biblicos por diversos institutos e escolas de teologia e biblica do Brasil, entre elas, Academia de Pregadores, etc. teólogo preliminar pela FATEBOM/SP, teólogo básico e médio pela ETC, curso de gestão acadêmica pela UFMT, pós-graduado em Gestão Ambiental /UFMT, especialista em Gestão Pública /UFMT, Especialista em Politicas Públicas / UFMT.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Lição 11: Melquisedeque abençoa Abrão - EDB 2015/4
Lições
Bíblicas CPAD – Adultos – 4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o
livro de Gênesis - Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 11: Melquisedeque abençoa Abrão
TEXTO ÁUREO
“E abençoou-o e disse: Bendito
seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra” (Gn
14.19).
VERDADE PRÁTICA
A bênção de Melquisedeque não se
limitou a Abraão, mas alcança todos os que recebem Jesus Cristo como sacerdote
eterno.
LEITURA DIÁRIA
Hb 7.1 Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote de Deus
Hb 7.2 Melquisedeque, rei de Salém e rei de justiça
Hb 7.3 Melquisedeque, um sacerdócio eterno
Gn 14.20 Melquisedeque recebe os dízimos de Abraão
Gn 14.18 Melquisedeque traz pão e vinho a Abraão
Sl 110.4 Jesus, Sacerdote da ordem de Melquisedeque
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 14.12-20.
12 — Também tomaram a Ló, que habitava em
Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se.
13 — Então, veio um que escapara e o contou a
Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão
de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.
14 — Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão
estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito,
e os perseguiu até Dã.
15 — E dividiu-se contra eles de noite, ele e
os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de
Damasco.
16 — E tornou a trazer toda a fazenda e tornou
a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o
povo.
17 — E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro
(depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) no
vale de Savé, que é o vale do Rei.
18 — E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão
e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.
19 — E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão
do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
20 — e bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deulhe o dízimo de tudo.
HINOS SUGERIDOS
82, 126 e 198 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Saber que a bênção de Melquesideque
não se limitou a Abraão, mas alcança a todos que pela fé receberam a Jesus como
Salvador.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
· I. Saber a
respeito de Melquisedeque como rei de Salém;
· II. Analisar a
vida de Abraão como gentio;
· III. Mostrar que
Melquisedeque ao trazer pão e vinho a Abraão abençoa o patriarca.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, animado para o
estudo e o preparo de mais uma lição? Esperamos que sim, pois um professor
entusiasmado e bem preparado é importante, fundamental no processo de
ensino-aprendizagem. Na lição de hoje, estudaremos a respeito de dois
personagens: Melquisedeque e Abraão. Segundo o pastor Claudionor de Andrade, a
história de Melquisedeque é pequena, mas a teologia e a sua importância são
grandes. Melquisedeque era rei de Salém, que mais tarde veio a se tornar
Jerusalém. Ele é um tipo de Cristo. Melquisedeque não era apenas rei, mas também
um sacerdote. Seu nome significa “rei da justiça”. Ao aceitar a bênção de
Melquisedeque, Abraão demonstra reconhecer a sua autoridade sacerdotal. Abraão
não somente aceitou sua bênção, mas lhe deu o dízimo de tudo (v.20).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A história de Melquisedeque é tão
breve que o autor sagrado pôde narrá-la em apenas três versículos (Gn
14.18-20). Aliás, nem biografia possui o misterioso homem. Sabemos apenas que
ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo.
Se a história é pequena, a teologia é
grande. A importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de Cristo
que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai.
O rei de Salém entra em cena, quando
sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para libertar a Ló,
seu sobrinho. E ali na antiga Jerusalém, abençoa no patriarca toda a nação
israelita. Nesta bênção, você também foi incluído.
PONTO CENTRAL
O Senhor Jesus como sacerdote pertencia à ordem de
Melquisedeque.
I. MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
Uma história sem biografia. Assim
podemos definir a aparição de Melquisedeque no relato do Gênesis.
1. Rei de Jerusalém. A antiga Salém, cujo nome em hebraico
significa paz, é identificada com a Jerusalém atual. O objetivo deste reino era
promover a paz através da justiça divina, já que o nome de Melquisedeque traz
este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Portanto, sua função era difundir o
conhecimento divino em toda aquela região, pois Israel ainda não existia como o
povo sacerdotal e profético do Senhor.
2. Sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque foi o primeiro personagem da
História Sagrada a receber o título de sacerdote. É claro que, desde o
princípio, houve ações sacerdotais. Haja vista o oferecimento que Abel fez ao
Senhor (Gn 4.4).
No texto bíblico, ele é identificado
como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do ofício de Arão,
cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno.
Com um único sacrifício, o seu ministério plenificou-se. Sim, com a morte de
Cristo foi-nos garantida eterna redenção perante Deus (Hb 7.23-28).
3. Figura de Jesus. Filho do homem, Jesus tem uma genealogia que,
em Mateus, remonta a Abraão (Mt 1.1,2), e, em Lucas, vai até ao próprio Deus
(Lc 3.38). Mas, como Filho de Deus, Ele é eterno: não possui genealogia (Jo 1.1-3).
Nesse sentido, Melquisedeque é uma figura perfeita de Cristo (Hb 7.1-6).
Isso não significa que Melquisedeque
fosse eterno, ou uma pré-encarnação de Jesus Cristo. O que o autor sagrado diz
é que este personagem, apesar de sua importância, não possui uma biografia
escrita. Moisés foi inspirado a não registrar-lhe o nome dos pais, a idade, a
procedência, nem o dia de sua morte.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Melquisedeque era sacerdote e rei de
Salém.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
“Em hebraico malkisedeq ou ‘rei da justiça’, é
mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20;
7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salém
(Jerusalém) que abençoou Abraão quando este retornou depois de salvar Ló, e a
quem Abraão pagou o dízimo do espólio da batalha. Devido ao mistério que cerca
seu repentino aparecimento no cenário da história, e seu igualmente repentino
desaparecimento, ele tem sido identificado com um anjo, com o Espírito Santo,
com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque. Quanto à religião, ele era ‘sacerdote do
Deus Altíssimo’” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2006, p.1247).
II. ABRAÃO, O GENTIO
Abraão era tão gentio quanto eu e
você, quando Deus o chamou a formar o povo escolhido (Dt 26.5). No entanto,
pela fé, tornou-se pai da nação hebreia e de todos os que creem.
1. O pai da nação hebraica. Deus precisava de uma nação, através da qual
pudesse redimir a humanidade, segundo anunciara a Adão e Eva (Gn 3.15). Esta
nação teria de vir da linhagem de Sem, o filho mais velho de Noé (Gn 9.26,27).
E, como todos sabemos, Abraão era semita. Sua escolha evidenciou-se por uma fé
inabalável em Deus (Rm 4.3).
Nele seriam abençoadas todas as
nações da terra, com a proclamação do Evangelho de Cristo (Gn 12.3). Afinal,
Jesus, segundo a carne, veio da descendência de Abraão (Mt 1.1). A missão da
família hebreia, portanto, era testemunhar ao mundo acerca do amor, da justiça
e da Palavra de Deus (Rm 9.4,5). Apesar da aparente falha de Israel, sua missão
foi plenamente cumprida, pois a salvação chegou-nos por intermédio dos judeus
(Jo 4.22).
2. O pai dos crentes. Quando chamado por Deus, o gentio Abraão creu
e, sem demora, aceitou-lhe a ordem. Imediatamente foi justificado (Gn 15.6). A
partir daquele momento, passou a ser visto pelo Senhor como se jamais tivesse
cometido qualquer falha: um homem justo e perfeito. Enfim, um amigo de Deus (Is
41.8).
Por esse motivo, todos os que creem
em Deus, à semelhança de Abraão, são tidos como seus filhos na fé (Gl 3.7).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Abraão, o pai da nação hebreia, era um
gentio.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Melquisedeque e seu sacerdócio são
exemplo de Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não estava
limitado a raça humana ou a tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não
foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um
descendente; e assim ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de
Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1247).
III. A OCASIÃO DA BÊNÇÃO
Por causa da captura de Ló por
Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se obrigado a formar um exército
para libertar o sobrinho (Gn 14.14). Na volta, já vitorioso, é recebido por
Melquisedeque.
1. Objetivo da visita. Depois de uma vitória tão decisiva, Abraão,
já nas imediações de Salém, agradece a Deus ao ser recepcionado por
Melquisedeque. O maior recebe o menor (Hb 7.7). O patriarca sabia muito bem que
estava diante do sacerdote do Deus Altíssimo. Por isso, reverencia-o com os
dízimos de seus bens pessoais e não dos despojos de guerra, já que se recusou a
recebê-los (Gn 14.20). Verdadeira adoração e serviço a Deus. Que exemplo para
nós.
2. A autoridade de Melquisedeque. Por intermédio de Abraão, toda a nação
hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da tribo de Levi,
que sequer haviam nascido (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio levítico era
temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela morte, pois é
eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser exercido por Cristo (Sl
110.4).
3. A simbologia da visita. Melquisedeque, ao trazer pão e vinho a
Abraão, abençoa-o: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus
e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas
tuas mãos” (Gn 14.19,20). O que poderia redundar numa derrota ao patriarca
transforma-se num momento de triunfo. Seu pequenino exército dispersou as
poderosas forças de Quedorlaomer.
No pão e vinho que Melquisedeque
trouxera a Abraão estava a simbologia da morte de Jesus Cristo, o Cordeiro
Imaculado. Mais tarde, o Filho de Deus servirá uma refeição semelhante aos seus
discípulos (Mt 26.26-30). Com a morte do Filho de Deus cumpria-se o sacerdócio
de Melquisedeque.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Melquisedeque abençoa Abraão e este lhe
entrega os dízimos.
CONCLUSÃO
Em Abraão, todos os que cremos em
Cristo fomos alcançados com a bênção de Melquisedeque. Hoje, temos o Senhor
Jesus que, junto ao Pai, intercede por nós, conforme escreve o apóstolo João:
“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a
propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos
de todo o mundo” (1Jo 2.1,2).
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
Quem foi Melquisedeque?
Melquisedeque era rei de Salém e
sacerdote do Senhor. É um tipo de Cristo.
Qual o significado de seu nome?
Melquisedeque traz este glorioso
significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Descreva o sacerdócio de Melquisedeque.
Melquisedeque foi o primeiro personagem
da História Sagrada a receber o título de sacerdote. No texto bíblico, ele é
identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do
ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de
Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu ministério
plenificou-se.
Faça um breve resumo da biografia de
Abraão.
Abraão era gentio, quando Deus o chamou
a formar o povo escolhido (Dt 26.5). No entanto, pela fé, tornou-se pai da
nação hebreia e de todos os que creem. Abraão era semita. Sua escolha
evidenciou-se por uma fé inabalável em Deus (Rm 4.3). Nele, seriam abençoadas
todas as nações da terra, com a proclamação do Evangelho de Cristo (Gn 12.3).
Por que Jesus é sacerdote, de acordo
com a ordem de Melquisedeque?
Porque Jesus é anterior a Abraão, a Levi
e aos sacerdotes levíticos e maior que todos eles. Melquisedeque serve como
tipo de Cristo, cujo sacerdócio e jamais terá fim.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Melquisedeque abençoa Abraão
As narrativas sobre como Deus tratou Abraão,
Isaque, Jacó e José, os patriarcas ancestrais do povo de Israel estão registras
nos capítulos de 12 a 50 de Gênesis. Conhecer as raízes históricas e a formação
do povo judeu é simples, a partir da leitura atenta desses capítulos que formam
o Gênesis.
A história de Abraão inicia com a narrativa da
família do patriarca, a caminho de Canaã (Gn 11.27-32), acrescentada de uma
citação especial sobre a esterilidade de Sara, a esposa do pai da fé (Gn
11.30). Mas os momentos principais nas narrativas sobre a vida de Abraão estão
em Gênesis 12.1-9, em que Deus chama Abraão para sair da terra de Harã, após a
morte do seu pai Terá, e ser enviado a uma terra estranha (v.1), prometendo fazer
dele “uma grande nação”, e abençoando, assim, por intermédio dele, “todas as
famílias da terra” (vv.2,3).
Após viajar para a terra que o Senhor lhe falou,
Abraão percorreu obedientemente a terra inteira. Em seguida, recebeu a promessa
de Deus: “E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra”
(Gn 12.7). Qual foi a reação de Abraão? Ora, edificar um altar ao Senhor e
invocar o seu nome (vv.8,9). Ao longo da narrativa sobre o patriarca Abraão,
expressões como “terra prometida”, “descendência prometida”, “uma grande
nação”, “bênçãos para as nações” vão ganhando corpo e materialidade. E verbos
como “adorar” e “confiar” em Deus, como único e verdadeiro, vão se constituindo
como símbolo para uma adoração e uma fé adequadas ao único Deus do povo de
Israel. Abaixo, veja o resumo das grandes promessas de Deus para Abraão:
Lição 11 – Melquisedeque Abençoa Abraão
Nesta lição estudaremos sobre dois
personagens: Abraão e Melquisedeque. Enquanto a respeito de Abraão temos uma
profundidade grande de detalhes, sobre Melquisedeque quase nada é dito, porém
seu papel se mostra importantíssimo no decorrer das Escrituras. Melquisedeque
Abençoa Abraão é o tema da Lição 11 das Lições Bíblicas do 4º trimestre de 2015
para a Escola Bíblica Dominical.
Lição
11: Melquisedeque Abençoa Abraão
Texto
Áureo:
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o
Possuidor dos céus e da terra.
(Gênesis 14:19)
(Gênesis 14:19)
Verdade
Prática:
A bênção
de Melquisedeque não se limitou a Abraão, mas alcança todos os que recebem
Jesus Cristo como sacerdote eterno.
Leitura
Bíblica em Classe:
Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e
os seus bens, e foram-se.
Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.
Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã.
E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo.
E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
(Gênesis 14:12-20)
Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão.
Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã.
E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco.
E tornou a trazer todos os seus bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os seus bens, e também as mulheres, e o povo.
E o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) até ao Vale de Savé, que é o vale do rei.
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
(Gênesis 14:12-20)
Introdução
– Lição 11: Melquisedeque Abençoa Abraão
A maioria de nós conhece bem a
história de Abraão, principalmente devido ao seu papel fundamental na Bíblia, e
a também pela grande quantidade de informações sobre ele que os textos bíblicos
nos fornecem.
Em Gênesis capítulo 14, na narrativa
de um episódio na vida de Abraão (ainda Abrão naquela ocasião), encontramos o
relato do encontro entre ele e um homem chamado Melquisedeque. Ao contrário de
Abraão, sobre Melquisedeque não sabemos praticamente nada. São apenas três
versículos sobre ele em Gênesis, depois novamente ele é citado em Salmos e, por
último, no livro de Hebreus, onde o escritor da Epístola em uma exposição muito
profunda sobre a comparação entre o sacerdócio de Jesus e o sacerdócio
levítico, nos ajuda a entender o significado desse misterioso personagem do
livro de Gênesis.
I-
Melquisedeque, Rei de Salém – Lição 11: Melquisedeque Abençoa Abraão
Nas breves
referências sobre Melquisedeque, sabemos que ele foi um líder civil (rei) e
religioso (sacerdote). Melquisedeque (hebraico malki-tsedeq)
significa “rei de justiça”.
1. Rei
de Jerusalém: É amplamente aceito entre os
estudiosos que a cidade de Salém possivelmente era a Jerusalém primitiva. A
palavra “Salém” vem da raiz “shalom” e significa
“paz”, logo, Jerusalém é interpretada como “fundamento de paz” ou “fundamento
de segurança”, e que Salém se torna uma abreviação. Em Salmos 76:2-4, Salém se
emprega como sinônimo de Jerusalém. O escritor de Hebreus explora esse
significado para declarar que Melquisedeque é “rei de paz” (Hb 7:2).
2. Sacerdote
do Deus Altíssimo: Embora desde o tempo de Adão,
com Caim e Abel, passando por Noé e finalmente em Abraão, podemos ver que
existia a prática de culto e oferta a Deus através de sacrifícios. Porém
Melquisedeque é o primeiro personagem descrito na Bíblia a exercer o sacerdócio.
Sendo assim, Melquisedeque foi sacerdote antes da instituição do sacerdócio na
casa de Levi. Esse fato é utilizado com grande importância pelo escritor de
Hebreus.
3. Figura
de Jesus: O surgimento e o
desaparecimento misterioso de Melquisedeque deu origem a muitas especulações
sobre sua identidade. Para saber mais sobre isso leia nosso artigo “Quem foi Melquisedeque“. O que é importante ressaltarmos aqui, é que Melquisedeque é uma figura
de Jesus na exposição que o escritor de Hebreus faz no capítulo 7 de sua
Epístola. Utilizando o texto de Gênesis 14, e o salmo messiânico de Davi em
Salmos 110, o escritor entendeu o significado e a importância do aparecimento
de Melquisedeque. Ele compara sacerdócio de Melquisedeque com o sacerdócio
levítico, e afirma que o sacerdócio de Melquisedeque era superior ao sacerdócio
dos descendentes de Levi, pois Abraão, de quem a tribo de Levi se originou, foi
abençoado por Melquisedeque, reconheceu seu sacerdócio e pagou dízimos a ele.
Portanto, a ordem sacerdotal de Melquisedeque é anterior ao de Levi com Arão.
Quando ele se utiliza da declaração do salmista de que o sacerdócio do Messias
é “segundo a ordem de Melquisedeque”, ele estava dizendo que o sacerdócio de
Cristo é legítimo e superior ao sacerdócio iniciado com a Lei, e assim como
Melquisedeque de quem não sabemos nada sobre sua linhagem e sua morte, o
sacerdócio de Cristo é eterno permanece para sempre, ou seja, não precisa ser
substituído por novas gerações como acontecia no sacerdócio levítico.
Basicamente, o que o escritor queria transmitir era principalmente a ideia de
que o sacerdócio que os judeus conheciam era temporário, mas o de Cristo é o
definitivo, e já existia antes mesmo da lei. Para saber mais sobre esse assunto
leia o artigo recomendado acima.
II-
Abraão – Lição 11: Melquisedeque Abençoa Abraão
1. O
pai da nação hebraica: Sabemos que Abraão é o
patriarca da nação de Israel. Ele era descendente de Sem (Gn 11:26). No
capítulo 12 de Gênesis, Abraão é convocado por Deus para que saísse do meio de
sua parentela, e partisse rumo a uma terra prometida. No capítulo 15 do mesmo
livro, Deus promete a Abraão que ele seria pai. Quando Abraão tinha noventa e
nove anos, ele teve seu nome mudado de “Abrão”, para “Abraão”. No capítulo 17
Deus reafirma Sua promessa de que Abraão seria pai de muitas nações. Abraão é
um exemplo de tamanha fé em Deus. Para saber mais, leia nosso artigo “A História de Abraão“.
2. O
pai dos crentes: O Apóstolo Paulo explica que
Abraão é o pai espiritual de todos aqueles que compartilham a fé em Cristo.
E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé quando estava na
incircuncisão, para que fosse pai de todos os que creem, estando eles também na
incircuncisão; a fim de que também a justiça lhes seja imputada;
E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.
(Romanos 4:11,12)
E fosse pai da circuncisão, daqueles que não somente são da circuncisão, mas que também andam nas pisadas daquela fé que teve nosso pai Abraão, que tivera na incircuncisão.
(Romanos 4:11,12)
E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros
conforme a promessa.
(Gálatas 3:29)
(Gálatas 3:29)
III-
A Ocasião da Benção – Lição 11: Melquisedeque Abençoa Abraão
Após a matança dos reis descrita no
capítulo 14 de Gênesis, a qual Abraão foi resgatar seu sobrinho Ló, Abraão
encontra Melquisedeque.
1. Objetivo
da visita: Ao encontrar Melquisedeque após
um momento tão decisivo e especial em sua vida, Abraão reconhece a autoridade
sacerdotal de Melquisedeque e lhe paga dízimos de tudo. O comentarista da
revista afirma que Abraão “reverencia-o com os dízimos de seus bens pessoais e
não dos despojos de guerra”, porém nesse ponto não concordo. Abraão se recusou
a ficar com os bens recuperados do rei de Sodoma, e que era seu por direito por
ter conquistado a batalha, porém isso não significa que Abraão não pagou o
dízimo dos despojos, até porque Abraão saiu para uma batalha e seria ilógico
que ele levasse seus bens pessoais (rebanho, ouro, etc.), para na volta pagar
de tais bens o dízimo. Por fim, o escritor de Hebreus esclarece perfeitamente
esse ponto ao afirmar que Abraão “deu os dízimos dos despojos”, ou como na
versão Almeida Revisada (AR) “deu o dízimo dentre os melhores despojos” (Hb 7:4).
2. A
autoridade de Melquisedeque: O
escritor de Hebreus deixa claro a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque,
ao afirmar que através de Abraão, até o sacerdócio de Levi reconheceu a
autoridade de Melquisedeque pagando-lhe dízimos.
E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos,
pagou dízimos,
(Hebreus 7:9)
(Hebreus 7:9)
3.
Simbologia da visita: Como já ressaltamos nos tópicos acima, o encontro entre Abraão e Melquisedeque
teria grande significado na relação entre seu sacerdócio com o sacerdócio de
Cristo. O escritor de Hebreus não aborda o fato de Melquisedeque trazer pão e
vinho a Abraão (Gn 14:19), mas claro, podemos sem problema algum enxergar a
semelhança de tal ato com o símbolo do corpo e do sangue de Cristo (Mt
26:26-10).
Conclusão
– Lição 11: Melquisedeque Abençoa Abraão
O sacerdote tinha a função de servir
como intermediário entre Deus e os homens. Através de apenas três versículos no
livro de Gênesis, podemos compreender o significado do sacerdócio de Cristo.
Diferente do sacerdócio instituído pela Lei, o sacerdócio de Cristo dura para
sempre, Ele é o nosso único intermediário e intercessor, não há outro. Os
sacerdotes levíticos um dia morriam, e eram substituídos pelas novas gerações,
porém o sacerdócio de Cristo sempre foi, sempre será, e nunca será substituído.
Em Melquisedeque podemos entender que Cristo, antes da Lei, já era nosso Sumo
Sacerdote.
Apoio
Teológico:
É indispensável a leitura dos seguintes
textos para melhor compreensão do assunto desta lição:
A História de Abraão
A história de Abraão é uma das mais
importantes descritas na Bíblia, e é fundamental para entendermos a origem do
povo hebreu, porém a história de Abraão não se resume apenas ao povo hebreu,
mas também, devido à sua fé, está diretamente ligada à Igreja de Cristo. Vamos
conhecer agora um pouco mais sobre quem foi Abraão.
O
início da vida de Abraão:
O pai de Abraão se chamava Terá, e sua família era natural da cidade de
Ur dos Caldeus, localizada na Mesopotâmia. Após a morte do irmão de Abraão, a
família saiu de Ur em direção à terra de Canaã, e foram até Harã, e habitaram
ali (Gn 11:31). Tanto Ur quanto Harã, eram cidades pagãs e centros de adoração
ao deus da lua.
É muito difícil de afirmar com
exatidão o período do nascimento Abraão, mas a maioria dos estudiosos
estabelece o início do segundo milênio antes de Cristo como data aproximada
para seu nascimento, o que estaria de acordo com um a possível cronologia
utilizando os personagens bíblicos, além das descobertas arqueológicas que
atestam um paralelo impressionante com o relato bíblico.
Em Gênesis 12, a Bíblia nos mostra Deus convocando a
Abraão para que ele saia do meio daquele cenário de paganismo, deixando sua
parentela e partindo para uma terra prometida pelo próprio Deus. Com setenta e
cinco anos, ele partiu em direção a terra de Canaã levando consigo sua
esposa Sarai, seu sobrinho Ló, todos os seus servos e bens que havia adquirido.
Após chagar à Palestina, Abraão ficou
nas proximidades de Betel, Hebrom e Berseba, porém devido à fome que castigava
a terra, Abraão desceu até o Egito. Temendo por sua vida, ele não apresentou
Sarai como sua esposa, o que gerou alguns problemas para ele no Egito (Gn
12:13).
Saindo do Egito, Abraão subiu para o
lado do sul, e retornou para as proximidades de Betel. Tanto Abraão quanto Ló
eram muito ricos, gerando até mesmo contenda entre seus servos, e a terra ali
não comportava os dois habitando juntos. Ló e Abraão então se separam,
preferindo Ló residir nas planícies verdes do Jordão, onde as cidades de Sodoma
e Gomorra estavam situadas. Já Abraão viajou para uma planície nas montanhas
chamada Manre (Hebrom) ao sul.
A
mudança de nome, a promessa de Deus e o significado do nome Abraão?
Inicialmente
Abraão se chamava Abrão, que significa “pai exaltado” ou “grande pai”. Em Gênesis 17, o nome do então Abrão, é mudado para
Abraão, dando maior ênfase à ideia de exaltação, significando “pai de muitos”
ou “pai de uma multidão”. Abraão tinha noventa e nove anos quando teve seu nome
mudado por Deus.
Não foi apenas o nome de Abraão que
foi mudado naquela ocasião, mas o nome de sua esposa também, que de Sarai
passou a se chamar Sara, porque também seria mãe de uma grande nação.
Tais mudanças nos nomes tem haver com
a promessa feita por Deus a Abrão, começando ainda no capítulo 15 de Gênesis,
quando Deus promete a Abraão ele ainda seria pai, e que seu servo Eliézer não
seria o herdeiro de sua casa, mas que sua descendência seria incontável como as
estrelas do céu.
Novamente no capítulo 17 de Gênesis,
mesmo após o nascimento de Ismael, Deus reafirma sua promessa a Abraão, de que
ele seria pai de muitas nações e que de Sara (na ocasião com noventa anos)
ainda seria mãe. Deus então fez um pacto com Abraão, selado pelo sinal da
circuncisão e, por fim, com o nascimento de Isaque, o filho da promessa.
Abraão
paga o dízimo a Melquisedeque:
Ló, sua família e seus bens, foram
tomados após uma guerra na região em que ele morava. Uma pessoa que escapou
conseguiu avisar Abrão do que havia acontecido, e Abrão, juntamente com
trezentos e dezoito criados, recuperou Ló e sua família das mãos dos
mesopotâmios.
Após esse episódio, Abraão foi
abençoado por Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote de El Elyon, o Deus
Altíssimo, possuidor dos céus e da terra, e Abraão lhe deu o dízimo de tudo.
Abraão
e Abimeleque:
Da mesma forma como aconteceu no
Egito, Abraão, ao peregrinar em Gerar, escondeu que Sara era sua esposa temendo
por sua vida. Então Abimeleque, rei de Gerar veio e tomou a Sara, porém Deus
impediu que Abimeleque tocasse em Sara e, em sonhos, o Senhor o advertiu que
Sara tinha marido. Vale lembrar que tanto no Egito, quando em Gerar, Abraão não
mentiu em relação a Sara, mas falou uma meia verdade, pois Sara era sua irmã
por parte de Pai (Gn 20:12). Abimeleque devolveu Sara para Abraão, e Abraão
orou sobre a casa de Abimeleque, e sua mulher e suas servas foram curadas, pois
Deus havia fechado totalmente as madres da casa de Abimeleque.
Mais tarde Abraão e Abimeleque também
fizeram uma aliança, e colocou o nome do lugar de Berseba (poço do juramento),
pois Abraão havia cavado um poço e os servos de Abimeleque haviam tomado à
força (Gn 21:25).
Abraão
e Ismael:
Deus anunciou que Abraão teria uma
grande descendência ainda no capítulo 15 de Gênesis, porém Sara vendo que não
era capaz de conceber um filho de Abraão ofereceu sua serva Agar, e Abraão a
tomou nascendo Ismael. Esse costume de uma serva conceber um filho do seu
senhor era uma prática comum da época. Abraão tinha oitenta e seis anos quando
Ismael nasceu.
Mais
tarde, após o nascimento de Isaque, Agar e seu filho Ismael foram despedidos
por Abraão e saíram pelo deserto de Berseba. Em Gênesis 21:13, Deus avisa que também faria de Ismael
uma grande nação, porque também era descendente de Abraão. É através de Ismael
que os árabes traçam sua origem até Abraão.
Abraão,
Isaque e o sacrifício:
Isaque foi o filho da promessa, e
nasceu quando Abraão já tinha cem anos. O nome Isaque significa “rir” ou
“riso”. Isaque se tornou o centro de toda esperança de Abraão em relação às
promessas que Deus havia feito, porém Deus pediu Isaque em sacrifício para
Abraão. O maior dilema que Abraão poderia ter enfrentado é, além do amor que
sentia por seu filho, o fato de que a promessa de Deus poderia não se cumprir,
porém não foi isso que aconteceu, ao contrário, a Bíblia diz que Abrão confiou
totalmente na fidelidade de Deus, e considerou que Deus poderia fazer com que
Isaque ressuscitasse dos mortos para que a promessa fosse cumprida. Por fim, a
fidelidade de Abraão foi demonstrada, e Deus preparou um cordeiro para
substituir Isaque naquele sacrifício.
Os
outros filhos de Abraão e sua morte:
Após a morte de Sara, Abraão tomou
outra mulher para si chamada Quetura. Os estudiosos discutem se Quetura
realmente foi uma segunda esposa ou apenas uma segunda concubina. O que podemos
afirmar é que com Quetura ele teve mais seis filhos: Zinrã, Jocsã, Medã,
Midiã, Jisbaque e Suá (Gn 25:2). Através dos filhos que teve com Quetura,
Abraão se tornou também o pai de outros povos, como os midianitas.
A Bíblia diz que Abraão viveu 175
anos, e foi sepultado por Isaque e Ismael no campo de Efrom. A Bíblia também afirma
que tudo o que ele tinha deu a Isaque. Para os demais filhos, a Bíblia diz
que Abraão deu presentes.
Abraão
no Novo Testamento:
Existem 74 referências a Abraão no Novo Testamento, ficando apenas atrás
de Moisés que possuí 79.
No Novo Testamento Deus é chamado de o “Deus de Abraão” (Mt 22:32; At
7:32), na genealogia de Jesus em Mateus 1:1 ele aparece como antecessor do
Messias e, além de pai dos israelitas segundo a carne (Mt 3:9; Jo 8:33; At
13:26), também é o pai espiritual de todos aqueles que compartilham a fé em
Cristo (Rm 4:11; Gl 3:29).
A fé de Abraão é o modelo de fé que devemos ter (Rm 4:3-11) e por
tamanha fé ele esta presente na galeria dos Heróis da Fé no livro de Hebreus
(Hb 11:8-19).
A
historicidade da vida de Abraão:
Embora não exista nenhum relato
extrabíblico sobre a história de Abraão (apenas algumas prováveis evidencias em
escritos babilônicos), tudo o que a arqueologia já descobriu sobre a
civilização da época de Abraão faz com que muitos estudiosos classifiquem os
relatos bíblicos como uma descrição perfeita do período que é apresentado.
A guerra entre os quatro reis do
Egito contra os reis locais no capítulo 14 de Gênesis, por exemplo, é
considerado por arqueólogos um dos relatos mais detalhados sobre o assunto, com
uma precisão geográfica impressionante.
Características
de Abraão:
·
Abraão é o pai do povo Hebreu;
·
Abraão é considerado o pai da fé
porque o Novo Testamento ensina que todos que têm fé em Jesus são descendentes
espirituais de Abraão;
·
A Bíblia não esclarece praticamente
nada da vida de Abraão antes dos 75 anos de idade;
·
Abraão foi pai de Isaque com 100 anos
de idade;
·
Abraão era quase um nômade, porém era
um homem muito poderoso e rico;
·
Ele era um homem de paz, mas
utilizava seus servos como um exército em conflitos ocasionais (Gn 14);
·
Abraão teve encontros pessoais com
Deus (Teofanias), e em um deles Deus em forma humana visitou Abraão acompanhado
por dois anjos (Gn 12:7-9; 18:1-33);
·
Abraão também recebeu a palavra de
Deus em sonhos (Gn 15:12-17);
·
Foi chamado pelo próprio Deus de
profeta (Gn 20:7);
·
Por duas vezes escondeu que Sara era
sua esposa (Gn 12:11-13; 20:5);
·
Abraão é chamado de “amigo de Deus”
(2Cr 20:7; Tg 2:23);
·
Depois de Moisés, é o personagem do
Antigo Testamento mais citado no Novo Testamento.
·
Quem foi Melquisedeque?
Quem foi Melquisedeque é uma pergunta
que já circulou na mente de muitos cristãos, afinal trata-se de um personagem
dos mais misteriosos presentes nos relatos bíblicos. Todo esse mistério se dá
principalmente pelo fato de que a Bíblia não nos fornece detalhes sobre sua
origem e nem sobre sua morte. Vejamos então o que a Bíblia realmente nos fala
sobre quem foi Melquisedeque, e qual sua importância nos textos bíblicos.
Quem
foi Melquisedeque?
Melquisedeque
foi um rei de uma cidade chamada Salém (Gn 14:18; Hb 7:1), que provavelmente
foi a Jerusalém primitiva, e sacerdote do Deus Altíssimo (El Elyon).
O
significado do nome “Melquisedeque” (hebraico malki-tsedeq) é “rei
de justiça”, enquanto que o nome de sua cidade, Salém, significa “paz”,
“segurança” ou “pacífico”. Logo, Melquisedeque também é “rei de paz” (Hb 7:2).
Pelo fato de seu aparecimento e desaparecimento
misterioso e, considerando a referência em Hebreus 7:3, muitas especulações se
formaram sobre a identidade de Melquisedeque.
Alguns estudiosos consideram que
Melquisedeque teria sido Enoque (Calmet), um anjo (Orígenes), Sem (Targuns,
Jerônimo, Lutero), o Espírito Santo (Epifânio) ou até mesmo uma aparição de
Cristo pré-encarnado (Ambrósio).
Todas essas sugestões não passam de
especulações. Particularmente, acredito que o que podemos dizer com certeza é
que Melquisedeque foi um gentio (não descendente de Abraão), descendente de
Noé, conhecedor e praticante do culto ao verdadeiro Deus, mesmo em meio a todo
paganismo da época de Abraão, onde praticamente todas as religiões eram
politeístas. Melquisedeque era um líder civil (rei) e religioso (sacerdote).
A
religião de Melquisedeque:
A Bíblia claramente afirma que
Melquisedeque era “sacerdote do Deus Altíssimo”, porém alguns estudiosos
propõem algumas objeções sobre essa afirmação.
Apoiados em algumas evidências
arqueológicas de que as cidades cananéias já possuíam sumo sacerdotes naquela
época e, em alguns casos, estes eram os próprios reis, alguns entendem que
Melquisedeque na verdade adorava a Baal, o qual era chamado de “deus supremo”
no panteão cananeu.
Outros acreditam que Melquisedeque
não tinha uma concepção do Deus único e, sim, de um Deus dos deuses, ou seja,
ainda que ele reconhecesse Deus como Altíssimo e criador dos céus e da terra,
ainda não era uma ideia puramente monoteísta.
Tais interpretações não podem ser
sustentadas à luz das Escrituras, além de contradizerem até mesmo os dados
históricos já levantados, onde a adoração a Baal naquela região foi
estabelecida em um período posterior ao que viveram Abraão e Melquisedeque.
Quanto a isso, a Bíblia facilmente
esclarece que Melquisedeque era um verdadeiro adorador do único Deus,
principalmente considerando as referências dos livros de Salmos e Hebreus. Além
do historiador judeu Flávio Josefo, os pais da igreja e os reformadores, nunca
duvidaram da verdadeira religião de Melquisedeque.
Melquisedeque
no Antigo Testamento:
Melquisedeque é citado apenas duas
vezes no Antigo Testamento, a primeira em Gênesis, onde narra de fato seu
aparecimento, e a segunda em Salmos.
Em Gênesis, Abraão (ainda Abrão),
havia acabado de voltar de uma batalha onde salvou seu sobrinho Ló, e
Melquisedeque trouxe-lhe pão e vinho e o abençoou. O relato termina com Abraão
pagando o dízimo do que tinha conseguido na guerra a Melquisedeque.
E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote
do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
(Gênesis 14:18-20)
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
(Gênesis 14:18-20)
Em Salmos, Davi (Mt 22:43) em um
salmo messiânico, estabelece uma relação entre o sacerdócio de Cristo e o de
Melquisedeque. Um possível pano de fundo para esse salmo é a tomada de
Jerusalém por volta de 1.000 a.C., o que faz com que muitos intérpretes,
expliquem tal salmo, considerando o fato da casa de Davi ter se tornado
herdeira da dinastia de reis-sacerdotes de Melquisedeque.
Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo
a ordem de Melquisedeque.
(Salmos 110:4)
(Salmos 110:4)
Melquisedeque
no Novo Testamento:
A relação presente em Salmos 110, é
melhor compreendida na Epístola aos Hebreus (Hb 5:6,10; 6:20; 7:1,10,11,15,17),
sendo que no capítulo 7, além do autor recontar a história de Gênesis 14, ele
também realiza uma comparação detalhada entre Cristo e Melquisedeque.
Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus
Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança
dos reis, e o abençoou;
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
(Hebreus 7:1-3)
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
(Hebreus 7:1-3)
Melquisedeque
e Jesus: O que significa “sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque”?
Como vimos, tanto Davi (em uma profecia messiânica), como o escritor de
Hebreus, fazem uma comparação direta entre Cristo e Melquisedeque. Para
entendermos melhor a relação estabelecida entre Cristo e Melquisedeque, basta
fazermos uma exposição simples do capítulo 7 de Hebreus.
Como o próprio nome da Epístola deixa claro, o escritor estava
escrevendo para os judeus, e, basicamente, no capítulo 7, utilizando a própria
Bíblia judaica (Antigo Testamento), ele mostra a superioridade do sacerdócio de
Cristo em relação ao sacerdócio da casa de Levi, construindo sua argumentação
sob o relato de Gênesis 14, onde Melquisedeque e seu sacerdócio são um exemplo
do sacerdócio de Cristo.
O escritor em sua exposição, conclui que Melquisedeque é superior a
Abraão e, consequentemente, seu sacerdócio também é superior ao de Arão. Abraão
pagou dízimo a Melquisedeque, e Melquisedeque o abençoou, fato que determina
tal superioridade. Abraão é o ancestral de Levi, cuja linhagem pertencia todos
os sacerdotes, e o sacerdócio de Melquisedeque foi anterior ao sacerdócio da
tribo de Levi. Apenas os filhos de Levi que receberam o sacerdócio é que podiam
tomar o dízimo, mas Melquisedeque que não pertenceu àquela genealogia tomou
dízimo de Abraão e o abençoou (Hb 7:6).
Um detalhe muito importante explorado pelo autor de Hebreus, é que a
linhagem de Melquisedeque não é revelada -“Sem pai, sem mãe, sem genealogia,
não tendo princípio de dias nem fim de vida”- e isso é muito significativo,
pois todo sacerdote posteriormente deveria ter descendência comprovada na tribo
de Levi, e todos eles (os sacerdotes) tiveram suas mortes atestadas e
comprovadas, sendo substituídos. Porém nada é dito sobre a morte de Melquisedeque,
e muito menos sobre sua origem, ele apareceu e desapareceu.
Isso não implica em algo sobrenatural em relação à vida de
Melquisedeque, mas o objetivo da exposição do capítulo 7 é evidenciar que,
assim como ele, que foi rei e sacerdote antes da Lei, o sacerdócio de Cristo
também era legitimo e muito superior ao sacerdócio iniciado em Israel com Arão,
além do que, o sacerdócio de Cristo permanece para sempre.
Jesus não descendia da tribo de Levi, portanto pela Lei, não poderia ser
sacerdote (Hb 7:14; 8:4), mas o sacerdócio de Cristo não foi feito pela Lei,
mas segundo a virtude da vida incorruptível (Hb 7:16) e perfeito para sempre
(Hb 7:28). Para que houvesse um sacerdote que não fosse da tribo de Levi, a Lei
precisaria ser mudada (Hb 7:12), porém em Jesus, o escritor explica que todo o
sacerdócio pela Lei era temporário, pois Cristo é que é o último e supremo sumo
sacerdote.
Os sacerdotes tinham a função de serem intermediários entre o do povo e
Deus, porém Jesus agora é o único e suficiente intermediário. Não há mais
necessidade de sacrifícios, pois Ele ofereceu-se a si mesmo, uma única vez como
sacrifício (Hb 7:27).
Basicamente o escritor de Hebreus estava dizendo que se um judeu
(pessoas para qual ele estava escrevendo a Epístola) convertido ao cristianismo
voltasse ao judaísmo, ele estava necessariamente andando para trás, pois estava
voltando a um sistema ultrapassado, e recorrendo a um tipo de sacerdócio
inferior ao de Cristo.
Ao utilizar a figura de Melquisedeque, bem como a expressão “segundo a
ordem de Melquisedeque” que foi sacerdote antes da Lei, o escritor não estava
fazendo referência a uma “ordem” ou “linhagem secreta” de sacerdócio, mas
estava mostrando que antes de Deus ter instituído pela Lei o sacerdócio na casa
de Levi, Cristo já era mediador e sumo sacerdote. Outro ponto interessante
nessa comparação é a questão dos significados dos nomes “Melquisedeque” e
“Salém”, que o escritor traduz como “rei de justiça” e “rei de paz” (Hb 7:2),
tipificando o reinado de justiça e de paz do Messias, confirmando com as
referências de Isaías 9:6,7.
Pergunta: "Quem era Melquisedeque?"
Resposta: Melquisedeque, cujo nome significa
“rei de justiça”, foi um rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote do Deus Altíssimo
(Gênesis 14:18-20: 18. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe
pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
19. E
abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos
céus e da terra; 20. E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. Gênesis 14:18-20
Salmo 110:4: 4 Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um
sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.
Hebreus 5:6-11: 6. Como também diz, noutro lugar: Tu és
sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
7. O qual, nos
dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas
ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8. Ainda que
era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem; 10. Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
9. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem; 10. Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11. Do qual
muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes
negligentes para ouvir. Hebreus 5:6-11
6:20-7:28: 20 Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós,
feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
Porque este
Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao
encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
A quem também
Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de
justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Sem pai, sem mãe, sem
genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito
semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai,
pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos
despojos.
E os que
dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de
tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos
lombos de Abraão.
Mas aquele,
cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o
que tinha as promessas.
Ora, sem
contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
E aqui
certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se
testifica que vive.
E, por assim
dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
Porque ainda
ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
De sorte que,
se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a
lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo
a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
Porque,
mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
Porque aquele
de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao
altar,
Visto ser
manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca
Moisés falou de sacerdócio.
E muito mais
manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro
sacerdote,
Que não foi
feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida
incorruptível.
Porque ele assim
testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
Porque o
precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois
a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor
esperança, pela qual chegamos a Deus.
E visto como
não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram
feitos sacerdotes, Mas este com juramento por aquele que lhe disse: Jurou o
Senhor, e não se arrependerá; Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de
Melquisedeque,
De tanto
melhor aliança Jesus foi feito fiador.
E, na verdade,
aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram
impedidos de permanecer, Mas este, porque permanece eternamente, tem um
sacerdócio perpétuo.
Portanto, pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles.
Porque nos
convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
Que não necessitasse,
como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por
seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez,
oferecendo-se a si mesmo.
Porque a lei
constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que
veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. Hebreus 7:1-28
O aparecimento e desaparecimento repentinos
de Melquisedeque no livro de Gênesis são misteriosos. Melquisedeque e Abraão se
conheceram pela primeira vez depois da vitória de Abrão contra Quedorlaomer e
seus três aliados. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e aos seus
homens que estavam muito cansados, demonstrando amizade. Ele abençoou Abraão no
nome de El Elyon ("Deus Altíssimo") e louvou a Deus por ter dado a
Abraão vitória na batalha
(Gênesis 14:18-20: E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote
do Deus Altíssimo.
E abençoou-o,
e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da
terra;
E bendito seja
o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe
o dízimo de tudo. Gênesis 14:18-20).
Abraão ofereceu a Melquisedeque um dízimo de
tudo que tinha conquistado. Ao fazer isso Abraão indicou que ele reconhecia que
Melquisedeque acreditava no Deus verdadeiro e era Seu seguidor, assim como um
sacerdote de posição mais elevada que o próprio Abraão. A existência de
Melquisedeque mostra que outras pessoas além de Abraão e sua família também
serviam ao Deus verdadeiro.
Em Salmo 110, um salmo messiânico escrito por
Davi
Disse o SENHOR
ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos
por escabelo dos teus pés.
O Senhor
enviará o cetro da tua fortaleza desde Sião, dizendo: Domina no meio dos teus
inimigos.
O teu povo
será mui voluntário no dia do teu poder; nos ornamentos de santidade, desde a
madre da alva, tu tens o orvalho da tua mocidade.
Jurou o
Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de
Melquisedeque.
O Senhor, à
tua direita, ferirá os reis no dia da sua ira.
Julgará entre
os gentios; tudo encherá de corpos mortos; ferirá os cabeças de muitos países.
Beberá do
ribeiro no caminho, por isso exaltará a cabeça. Sl 110:1-7
(Mateus 22:43: Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama
Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita,Até
que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? Mateus 22:43,44),
Melquisedeque é visto como um tipo de Cristo
(modelo ou figura de Cristo). O tema é repetido no livro de Hebreus, onde
Melquisedeque e Cristo são considerados reis da justiça e da paz. Ao citar
Melquisedeque e seu sacerdócio especial como um tipo, o autor mostra que o novo
sacerdócio de Cristo é superior à ordem levítica e ao sacerdócio de Arão
(Hebreus 7:1-10: Porque este
Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao
encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; A
quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação,
rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz; Sem pai, sem
mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo
feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois,
quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos
despojos.
E os que
dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de
tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos
lombos de Abraão.
Mas aquele,
cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o
que tinha as promessas.
Ora, sem
contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
E aqui
certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se
testifica que vive.
E, por assim
dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
Porque ainda
ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
De sorte que,
se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a
lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo
a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
Porque,
mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.
Porque aquele
de quem estas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao
altar, Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a
essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
E muito mais
manifesto é ainda, se à semelhança de Melquisedeque se levantar outro
sacerdote,
Que não foi
feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida
incorruptível.
Porque ele
assim testifica: Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque.
Porque o
precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (Pois
a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor
esperança, pela qual chegamos a Deus.
E visto como
não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram
feitos sacerdotes,
Mas este com
juramento por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor, e não se arrependerá; Tu és
sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque,
De tanto
melhor aliança Jesus foi feito fiador.
E, na verdade,
aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram
impedidos de permanecer,
Mas este,
porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
Portanto, pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles.
Porque nos
convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime do que os céus;
Que não
necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios,
primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto
fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.
Porque a lei
constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que
veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre. Hebreus 7:1-28).
Alguns acreditam que Melquisedeque era uma
aparição do Cristo pré-encarnado. Isso é possível mas pouco provável.
Melquisedeque era o rei de Salém. Será que Cristo teria vindo à terra e reinado
em uma cidade? Melquisedeque é semelhante a Cristo porque os dois são
sacerdotes e reis; por isso Melquisedeque pode ser chamado de um “tipo” de
Cristo, mas os dois não são as mesmas pessoas.
O
que significa “segundo a ordem de Melquisedeque”?
Davi
profetizou, mil anos antes do nascimento de Jesus, que o Messias seria “sacerdote para sempre segundo a
ordem de Melquisedeque” (Salmo
110:4). O autor de Hebreus cita esta profecia várias vezes, e
explica o seu significado em relação à superioridade total de Jesus.
A “ordem de Melquisedeque” não se refere a algum tipo de
sociedade secreta ou mística como a Rosa Cruz, os Maçons ou os Templários. Não
é alguma organização preservada desde a antigüidade, nem uma classe de
sacerdotes na igreja do Senhor. A expressão“segundo a ordem de
Melquisedeque” significa
que o sacerdócio de Jesus é do mesmo tipo, ou parecido com, o sacerdócio de
Melquisedeque.
Melquisedeque
aparece na história bíblica, e some logo em seguida. Ele era rei de Salém e sacerdote
de Deus (Gênesis 14:18). Abençoou Abraão e recebeu o dízimo dele depois da
vitória do patriarca contra Quedorlaomer.
As
Escrituras não relatam nada sobre antepassados nem descendentes de
Melquisedeque (o ponto de Hebreus 7:3). Ele servia como sacerdote antes do
nascimento de Isaque, então não era descendente da tribo de Levi (um dos netos
de Isaque). Era sacerdote aprovado por Deus, independente de linhagem.
Deus
fez algumas coisas no Velho Testamento pensando na vinda de Jesus, e assim
ajudando o povo a entender a missão de Cristo. Os comentários em Gênesis e
Salmos sobre Melquisedeque mostraram a possibilidade de ter um sacerdote que
não era sujeito à Lei dada aos israelitas no Monte Sinai. É exatamente isso que
o autor de Hebreus nos mostra, usando Melquisedeque como tipo de Cristo.
Jesus
não podia ser sacerdote no sistema dado no Monte Sinai (Hebreus 8:4). O fato de
Deus ter declarado Jesus sacerdote eterno serve de prova de mudança de lei: “Pois, quando se muda o
sacerdócio, necessaria-mente há também mudança de lei” (Hebreus 7:14). “Agora, com
efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também
Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hebreus 8:6).
Salmo
110, como o autor de Hebreus bem explica, aponta para o
perfeito Rei e eterno Sacerdote, Jesus Cristo. Qualquer ensinamento que procura
preservar algum sacerdócio humano segundo a ordem de Melquisedeque (como fazem,
por exemplo, os mórmons), age por autoridade humana, e não divina (cf. Gálatas
1:10; 2 João 9), e diminui a importância de Jesus Cristo como o eterno e
suficiente Sumo Sacerdote.
– por Dennis Allan
Estudo
Textual: Hebreus 7:1-28
Jesus:
Um Sumo Sacerdote Superior
O
autor de Hebreus identificou Jesus como sumo sacerdote de acordo com a ordem de
Melquisedeque, tanto no capítulo 5 como no 6. Mas quem é Melquisedeque? Por que
Jesus é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez da ordem
levítica?
No
capítulo 7, o autor responde a ambas as questões. Melquisedeque aparece na história
bíblica durante apenas um curto período (veja Gênesis 14:18-20). Porque a
Bíblia não registra seu nascimento, morte nem mesmo sua genealogia,
Melquisedeque parece ser de natureza eterna, como o Filho
de Deus. Ele é identificado como sendo tanto o rei de Salém como sacerdote do
Deus Altíssimo.
O
autor deseja demonstrar a superioridade do sacerdócio de Jesus sobre o de Arão
e, assim, ele afirma a superioridade de Melquisedeque sobre Levi. Ele o faz, em
parte, observando que Melquisedeque abençoou Abraão (o menor é abençoado pelo
maior) e que Abraão, que tinha as promessas, pagou dízimo a Melquisedeque. Num
sentido figurado, Levi, descendente de Abraão, também pagou dízimo a
Melquisedeque, através de Abraão.
Mas
por que uma outra ordem de sacerdócio, segundo Melquisedeque era necessária? A
resposta é que o sacerdócio levítico não era adequado (7:11,27). Nem a Jesus
era permitido ser sacerdote segundo a ordem de Levi. Os sacerdotes vinham da
tribo de Levi, mas Jesus era da tribo de Judá (7:13-14). A lei de Moisés nada
dizia sobre homens de Judá se tornarem sacerdotes e, assim, isso era proibido.
O homem não deve ir além do que Deus autorizou.
Para
que Jesus fosse um sacerdote, o sacerdócio tinha que ser mudado. Desde que o
sacerdócio e a lei de Moisés estavam intimamente ligados, se o sacerdócio for
mudado, então a lei também precisa ser mudada (7:12,18-19). Aqueles que querem
viver sob a lei de Moisés, hoje em dia, desligam-se do sacerdócio de Jesus
porque ele não pode ser sacerdote sob essa lei! O sacerdócio de Jesus é, então,
uma garantia de que uma lei (ou aliança) melhor foi estabelecida (7:20-22).
Por
que alguém haveria de querer voltar à Velha Lei e ao sacerdócio levítico? Jesus
é um Sumo Sacerdote superior. Ele foi feito sacerdote pelo poder de uma vida
infindável, e não através de um mandamento carnal (a Lei de Moisés). Diferente
dos sacerdotes levíticos, que eram incapazes de continuar a servir por causa da
morte, Jesus vive sempre para fazer intercessão por nós. Jesus foi feito
sacerdote através do imutável juramento de Deus.
Os
sacerdotes levíticos eram fracos porque pecavam assim como os homens pelos
quais eles faziam intercessão. Jesus, contudo, é santo, imaculado e separado
dos pecadores. Ele não tem que fazer oferenda por si mesmo, como os sacerdotes
levíticos tinham que fazer. De muitas maneiras, Jesus é verdadeiramente o sumo
sacerdote superior!
Perguntas
para estudar:
1.
Como Melquisedeque é semelhante a Jesus?
2.
Por que Jesus é incapaz de ser um sacerdote sob a lei de Moisés?
3. O
silêncio de Deus autoriza alguma coisa?
4. O
sacerdócio de Jesus é garantia do quê?
Jesus:
Perfeito Sumo Sacerdote
Jesus
é descrito de vários modos nas Escrituras. Ele é o bom pastor, o Pastor Supremo
(João 10:11; 1 Pedro 5:4), Rei (Apocalipse 19:16; Atos 2:29-36), profeta
(Deuteronômio 18:17-19; Atos 3:22-23; Lucas 13:33), Mediador (Hebreus 8:6) e
salvador (Efésios 5:23). Cada uma destas descrições salienta alguma função que
Jesus desempenha no plano da salvação. Talvez a mais completa descrição de
Jesus com respeito a sua obra redentora seja a de sumo sacerdote.
O Velho Testamento nos ajuda a entender a obra de um sumo sacerdote. O sumo sacerdote levita agia como representante dos homens, entrando na presença do Senhor para oferecer sangue em benefício dos homens pecadores. Em nenhum outro lugar esta função é ilustrada mais vividamente do que nos eventos do Dia da Expiação. Neste dia, o décimo dia do sétimo mês de cada ano, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos do tabernáculo para fazer expiação pelos seus próprios pecados e pelos do povo.
O Velho Testamento nos ajuda a entender a obra de um sumo sacerdote. O sumo sacerdote levita agia como representante dos homens, entrando na presença do Senhor para oferecer sangue em benefício dos homens pecadores. Em nenhum outro lugar esta função é ilustrada mais vividamente do que nos eventos do Dia da Expiação. Neste dia, o décimo dia do sétimo mês de cada ano, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos do tabernáculo para fazer expiação pelos seus próprios pecados e pelos do povo.
Levítico
16 descreve o que era feito neste dia. O sumo sacerdote, depois de lavar seu
corpo e vestir as vestes santas, punha um incensário cheio de incenso no Santo
dos Santos para formar uma nuvem sobre o propiciatório. O Santo dos Santos era
a menor das duas salas dentro do tabernáculo. A arca da aliança ficava
localizada nesta sala e era ali que Deus se encontrava com o homem. A cobertura
da arca da aliança era chamada de propiciatório. Dois bodes eram escolhidos
como oferenda pelo pecado e sortes eram lançadas sobre eles. Um bode teria que
ser morto e oferecido ao Senhor em benefício do povo; o outro seria um bode
emissário. Um novilho era selecionado também como uma oferenda pelo sumo
sacerdote e sua família.
O
sumo sacerdote matava o novilho fora do santuário propriamente e levava um
pouco de sangue do novilho para dentro do Santo dos Santos, onde aspergia-o
sobre o propiciatório. Em frente do propiciatório ele aspergia sangue, com o
dedo, sete vezes, para fazer expiação por seus próprios pecados e os de sua
família. A nuvem de incenso na sala protegia-o de ver o Senhor e morrer como
conseqüência. Ele, então, matava o bode selecionado por sorte para ser a
oferenda e levava um pouco de sangue para dentro do Santo dos Santos, mais uma
vez espalhando o sangue em cima e na frente do propiciatório, para fazer
expiação pelos pecados do povo. Depois, o bode vivo era levado para o deserto e
solto, levando embora consigo os pecados do povo. Os corpos do novilho, do bode
e de um carneiro oferecido como holocausto eram totalmente queimados.
O livro de Hebreus declara que Jesus também é um sumo sacerdote (Hebreus 2:17; 3:1; 4:14). O profeta Zacarias predisse que Jesus seria um sacerdote em seu trono, isto é, Jesus seria tanto sacerdote quanto rei ao mesmo tempo (Zacarias 6:12-13). Jesus nasceu judeu, descendente de Davi e, assim, da linhagem da tribo de Judá. Contudo, Deus escolheu os descendentes de Levi para serem sacerdotes. Assim Jesus, vivendo sob a Lei de Moisés, poderia ser rei porque era da tribo real (Judá) e ainda mais da de Davi (veja 2 Samuel 7:12-16; Atos 2:29-31). Mas Jesus não poderia ser um sacerdote segundo a Lei de Moisés porque não era da tribo certa. O escritor de Hebreus afirma que Jesus era sumo sacerdote segundo uma ordem diferente, não segundo a ordem de Arão (ou da tribo de Levi), mas segundo a ordem de Melquisedeque (5:6,10; 6:20). Ele explica:
O livro de Hebreus declara que Jesus também é um sumo sacerdote (Hebreus 2:17; 3:1; 4:14). O profeta Zacarias predisse que Jesus seria um sacerdote em seu trono, isto é, Jesus seria tanto sacerdote quanto rei ao mesmo tempo (Zacarias 6:12-13). Jesus nasceu judeu, descendente de Davi e, assim, da linhagem da tribo de Judá. Contudo, Deus escolheu os descendentes de Levi para serem sacerdotes. Assim Jesus, vivendo sob a Lei de Moisés, poderia ser rei porque era da tribo real (Judá) e ainda mais da de Davi (veja 2 Samuel 7:12-16; Atos 2:29-31). Mas Jesus não poderia ser um sacerdote segundo a Lei de Moisés porque não era da tribo certa. O escritor de Hebreus afirma que Jesus era sumo sacerdote segundo uma ordem diferente, não segundo a ordem de Arão (ou da tribo de Levi), mas segundo a ordem de Melquisedeque (5:6,10; 6:20). Ele explica:
"Se,
portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele
baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se
levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse
contado segundo a ordem de Arão? ...Porque aquele de quem são ditas estas
cousas pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar; pois é
evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu
sacerdotes" (Hebreus 7:11,13-14).
Mas
porque Melquisedeque? Quem foi Melquisedeque? O escritor de Hebreus nota que
ele foi tanto sacerdote como rei de Salém (outro nome de Jerusalém; veja
Gênesis 14:18-20; Hebreus 7:1). Ele também observa que as escrituras do Velho
Testamento dão a Melquisedeque a aparência de ser eterno, não sendo registrado
seu nascimento, linhagem ou morte (7:1-3). Assim, existem algumas semelhanças entre
Melquisedeque e Jesus. Melquisedeque parece continuar para sempre como
sacerdote, porque as Escrituras nunca registram sua morte. Jesus, sendo divino,
vive e serve para sempre como sacerdote (Hebreus 7:23-25). Melquisedeque era
tanto rei quanto sacerdote ao mesmo tempo (que era impossível sob a Lei de
Moisés). Jesus é tanto rei como sacerdote ao mesmo tempo, em cumprimento da
profecia de Zacarias.
O
autor de Hebreus também observa a conseqüência inevitável do sacerdócio de
Jesus Cristo. Se o sacerdócio for mudado da ordem de Arão para a de
Melquisedeque, necessariamente a lei associada com o sacerdócio levítico tem
que ser mudada. "Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há
também mudança de lei" (7:12). A Lei de Moisés, associada com o sacerdócio
levítico, foi anulada quando o sacerdócio foi mudado (7:18-19).
A
obra sacerdotal de Jesus é explicada pelo escritor de Hebreus em termos de atos
do sumo sacerdote levita no Dia da Expiação. Exatamente como o sumo sacerdote
levita entrava no Santo dos Santos do tabernáculo, isto é, na presença de Deus,
com sangue para fazer a expiação pelos pecados, assim Jesus entrou no Santo dos
Santos com sangue (9:11-12). Mais ainda, Jesus não ofereceu seu sangue num
tabernáculo físico, feito por mãos humanas. Ele ofereceu seu sangue na presença
de Deus, no céu.
No
Dia da Expiação, o derramamento de sangue realmente acontecia fora do Santo dos
Santos. Os animais eram mortos e o sangue deles recolhido no pátio do
tabernáculo. O sumo sacerdote então oferecia o sangue a Deus quando o aspergia
em frente do propiciatório. De modo semelhante, o sangue de Jesus foi derramado
na cruz, fora do Santo dos Santos celestial. Ele foi sepultado e no terceiro
dia ressurgiu. Depois de 40 dias ele ascendeu ao céu, em sentido figurado, e
apresentou seu sangue diante de Deus. É fácil observar a importância da
ressurreição a este respeito. Ainda que o sangue seja derramado em sua morte,
Jesus realmente ofereceu seu sangue ao Pai quando ascendeu ao céu depois de sua
ressurreição (João 20:17; Atos 1:9-10).
De
conformidade com o propósito do escritor de Hebreus, Jesus é apresentado como
um sumo sacerdote superior aos sacerdotes levitas. Os sumos sacerdotes do Velho
Testamento, oferecendo sangue pelos pecados do povo, eram, eles mesmos, realmente
pecadores (Hebreus 5:1-3; 7:26-27). Antes que o sumo sacerdote pudesse fazer
intercessão pelo povo no Dia da Expiação, ele tinha que oferecer um novilho
pelos seus próprios pecados. Jesus, contudo, ainda que tentado, era sem pecado
(Hebreus 2:18;4:15;7:26). Ainda mais, Jesus não fica impedido pela morte em seu
serviço como sumo sacerdote. Os sacerdotes do Velho Testamento, sendo homens,
morriam e o serviço de sumo sacerdote era passado ao próximo homem apontado
pelo mandamento da Lei de Moisés. Jesus vive para sempre e é assim capaz de
continuar com seu serviço sacerdotal tanto tempo quanto for necessário (Hebreus
7:23-25). Até mesmo o local do seu serviço é superior, sendo um tabernáculo
celestial em vez de um físico. Jesus pode entrar na presença de Deus sem uma
nuvemde incenso para protegê-lo porque ele não tem pecado.
Obviamente,
o serviço sacerdotal de Jesus é superior em outro ponto importantíssimo. Jesus
não ofereceu diante de Deus o sangue de um animal, um sacrifício inadequado
para o perdão (Hebreus 10:4). Em vez disso, ele ofereceu seu próprio sangue,
assim tornando-se tanto o sacerdote como o sacrifício (Hebreus 9:11-12, 28)!
Pelo fato de seu sacrifício ter sido adequado para o perdão dos pecados,
precisou ser feito somente uma vez, em contraste com os sacrifícios dos
sacerdotes do Velho Testamento, que eram oferecidos ano após ano (Hebreus
9:12,24-28;10:10-14).
No
tabernáculo e no templo do Velho Testamento, somente o sumo sacerdote podia
entrar no Santo dos Santos, uma vez por ano, sempre com sangue como oferenda
pelo pecado. Agora, contudo, o caminho para o Santo dos Santos celestial está
aberto por causa da obra sacrifical de Jesus. Deus mostrou o significado da
morte de Jesus rasgando o véu que separava o Santo dos Santos do Santo Lugar
quando Jesus morreu (Mateus 27:51). O privilégio de entrar e habitar na
presença de Deus no céu está disponível a todos através do sangue de Jesus
Cristo (Hebreus 10:19-22). Assim como Jesus em sua pureza entrou na presença de
Deus, também podemos entrar na presença de Deus purificados pelo sangue de
Jesus Cristo. Deus seja louvado por esta maravilhosa esperança!
Tragam Seus
Dízimos e Recebam as Bênçãos de Deus:
É Esta, Hoje em Dia, a Vontade de Deus?
As pessoas religiosas, hoje em dia,
ouvem muita coisa a respeito do dízimo. Os pregadores, freqüentemente, citam
Malaquias 3:10 para encher os cofres de suas igrejas. Nesta passagem, o profeta
de Deus disse:
"Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do
céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida."
Que texto de
pregação poderoso! Mandamento de Deus. Obrigação clara. Teste de fidelidade.
Garantia de bênção. Não é surpresa que esta seja uma passagem favorita de
muitos pregadores modernos.
Mas estariam
estes pregadores tratando corretamente a palavra de Deus (veja 2 Timóteo 2:15)?
Deus exige nossos dízimos hoje em dia? Ele está prometendo bênçãos materiais
abundantes em retribuição? Examinemos estas questões de acordo com a Bíblia
para determinar o que Deus realmente quer (veja Atos 17:11).
Deus exige nossos dízimos, hoje em dia?
Não há
dúvida que Deus exigiu o dízimo na Bíblia. Mas, para entender sua vontade para
os dias de hoje, precisamos examinar as passagens que discutem o dízimo.
Pesquisemos brevemente o ensinamento bíblico sobre este assunto.
O dízimo
antes da lei de Moisés
Antes que
Deus revelasse uma lei escrita a Moisés, para governar os descendentes de
Israel, encontramos duas ocasiões quando homens deram ou prometeram dízimos a
Deus. Depois do resgate de pessoas e de bens que tinham sido tomados de Sodoma
numa guerra, Abraão deu um dízimo a Melquisedeque, o sacerdote de Deus (Gênesis
14:18-20). Mais tarde, Jacó (o neto de Abraão) prometeu devolver a Deus 10% de
sua prosperidade (Gênesis 28:22). Estes dízimos parecem ter sido voluntários.
Não há registro de qualquer mandamento de Deus a respeito do dízimo antes do
tempo de Moisés. Certamente, o dízimo de Abraão não é mais um padrão para hoje
na mesma forma que o exemplo de Noé não exige que nós construirmos uma arca
hoje em dia. Pela mesma razão que pregadores hoje em dia não têm o direito de
exigir que você construa um grande barco, eles não têm base para usar os
exemplos de doações de dízimo do livro de Gênesis para exigir que você dê 10%
de sua renda a uma igreja.
O dízimo na
lei de Moisés
É
indiscutivelmente claro que Deus ordenou o dízimo na lei que ele deu através de
Moisés. Muitas passagens mostram essa exigência (por exemplo, Levítico
27:30-33; Números 18:21-32; Deuteronômio 12:1-19; 26:12-15). O dízimo era uma
característica da relação especial entre Deus e o povo escolhido de Israel
(Deuteronômio 14:22-29). Nenhum estudante da Bíblia pode negar a necessidade do
dízimo, sob a lei de Moisés.
Sempre que
as pessoas se referem à lei de Moisés, é importante lembrar que Deus deu essa
lei aos israelitas, descendentes de Abraão especialmente escolhidos. A
manutenção dessa lei era necessária para mostrar que eles eram um povo
separado, escolhido (Êxodo 19:1-6; Deuteronômio 26:16- 19). Estes mandamentos a
respeito do dízimo foram parte "da lei de Moisés, que o Senhor tinha
prescrito a Israel" (Neemias 8:1).
Malaquias
viveu no mesmo tempo que Neemias. Ele era um judeu que pregava aos judeus (Malaquias
1:1). Ele viveu sob a lei de Moisés e encorajou outros israelitas a serem
obedientes a essa lei (Malaquias 2:4-8, 10; 4:4). Ele usou pensamentos dessa
lei para prever as responsabilidades e bênçãos espirituais, ainda por vir,
através de um descendente de Abraão, mas não impôs sobre todas as pessoas de
todos os tempos a obrigação de dar o dízimo. Qualquer esforço para voltar à lei
de Moisés, hoje em dia, é um esforço para reconstruir o muro de separação que
Jesus morreu para destruir (Efésios 2:11-16). Certamente, os verdadeiros
seguidores de Jesus não quererão anular seu sacrifício só para acumular
dinheiro no tesouro de uma igreja!
O dízimo no
Novo Testamento
Todas as pessoas agora vivem sob a
autoridade de Cristo, como foi revelada no Novo Testamento (Mateus 28:18-20;
João 12:48; Atos 17:30- 31). Sua vontade entrou em vigor depois de sua morte
(Hebreus 9:16-28). Estes fatos nos ajudarão a entender as passagens do Novo
Testamento, a respeito do dízimo.
Durante sua
vida, Jesus reconheceu a autoridade da lei de Moisés. Ele era um judeu, nascido
sob a lei (Gálatas 4:4) e com a missão de cumprir essa lei (Mateus 5:17-18).
Jesus criticou os judeus hipócritas, que negligenciavam outros mandamentos
divinos, enquanto zelosamente aplicavam a lei do dízimo (Mateus 23:23; Lucas
11:42; 18:9-14). Jesus não ensinou que a lei do dízimo seria uma parte de sua
nova aliança, que entraria em vigor após sua morte.
O livro de
Hebreus fala do dízimo, para mostrar a superioridade do sacerdócio de Jesus,
quando comparado com o sacerdócio levítico da Velha Lei (Hebreus 7:1-10). Esta
passagem não está ordenando o dízimo para hoje em dia. De fato, o mesmo
capítulo afirma claramente que Jesus mudou ou revogou a lei de Moisés (Hebreus
7:11-19). O dízimo não é ordenado na lei de Cristo, que é o Novo Testamento.
Que lei se aplica hoje?
Não vivemos
sob a lei de Moisés, hoje em dia. Jesus aboliu essa lei por sua morte (Efésios
2:14-15). Estamos mortos para essa lei para que possamos estar vivos para
Cristo (Romanos 7:4-7). A lei gravada nas pedras, no Monte Sinai, extinguiu-se
e a nova aliança permanece (2 Coríntios 3:6-11). A lei funcionou como um tutor
para trazer o povo a Cristo, mas não estamos mais sob esse tutor (Gálatas
3:22-25). Aqueles que desejam estar sob a lei estão abandonando a liberdade em
Cristo e retornando à escravidão (Gálatas 4:21-31). As pessoas que voltam a
essa lei estão decaindo da graça e se separando de Cristo (Gálatas 5:1-6). Não
temos o direito de retornar a essa lei, para obrigar que guardem o sábado, a circuncisão,
os sacrifícios de animais, as regras especiais sobre roupas, a pena de morte
para os filhos rebeldes, o dízimo e qualquer outro mandamento da lei de Moisés.
Vivemos sob
a autoridade de Cristo e temos que encontrar a autoridade religiosa na nova aliança
que ele nos deu através de sua morte. Ele é o mediador desta nova aliança
(Hebreus 9:15). Seremos julgados por suas palavras (João 12:48-50). Desde que
Jesus tem toda a autoridade, temos a responsabilidade de obedecer tudo o que
ele ordena (Mateus 28:18-20).
O que o Novo Testamento diz a respeito
das dádivas?
Jesus,
através de Paulo, ensina que as igrejas devem fazer coletas nas quais os
cristãos darão de acordo com sua prosperidade (1 Coríntios 16:1- 2). Temos que
dar com amor, generosidade e alegria, conforme tencionamos em nossos corações
(2 Coríntios 8:1-12; 9:1-9). Portanto, podemos dar mais do que 10% ou menos do
que 10%. Temos que usar nossos recursos financeiros, e todos os outros
recursos, no serviço de Deus. Não somos mandados por Deus para darmos uma
porcentagem especial.
E a respeito das bênçãos?
Malaquias
pregou a uma nação carnal que estava sofrendo as conseqüências carnais do
pecado. Ele prometeu bênçãos materiais de Deus para aqueles que se
arrependessem de sua desobediência. Não encontramos esta importância material
no Novo Testamento. Deus garante aos fiéis que eles não precisam se preocupar
com as necessidades da vida (Mateus 6:25-33).
Mas o Novo
Testamento não promete luxo, conforto e riquezas. Jesus sofreu nesta vida, e
assim seus seguidores sofrerão (Marcos 10:29-30; Lucas 9:57-62). A preocupação
com a prosperidade material nos distrai da meta celestial e nos arrasta à
idolatria da cobiça (Colossenses 3:1-5). Tais motivos não têm nenhum lugar
entre os cidadãos do reino de Deus.
Destorcendo Malaquias 3:10
Aqueles que
citam Malaquias 3:10 para exigir o dízimo, e prometem prosperidade material,
estão destorcendo a palavra de Deus. Eles estão enchendo os tesouros das
igrejas ao desviarem a atenção de seus seguidores das coisas espirituais para
darem atenção às posses materiais. Pedro advertiu sobre tais mestres: "Também,
movidos pela avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles
o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme" (2
Pedro 2:3).
Mirando a meta celestial
Deus oferece
uma coisa muito melhor aos seus seguidores: um prêmio eterno no céu. Paulo nos
desafia a mirar essa meta: "Portanto, se fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as cousas lá do alto, onde Cristo vive, assentado
à direita de Deus. Pensai nas cousas lá do alto, mas não nas que são da
terra" (Colossenses 3:1-2).
"Deus
ama quem dá com alegria"
Muitos
pregadores em inúmeras igrejas pervertem o ensina-mento bíblico sobre ofertas e
responsabilidades financeiras dos fiéis. Alguns o fazem por ignorância, e
outros por simples ganância. Vamos examinar, neste artigo, o ensinamento das
Escrituras sobre as nossas ofertas. Depois, consideraremos diversas maneiras
que os servos de Deus podem errar o alvo em relação às ofertas e o uso do
dinheiro no reino do Senhor.
Um
resumo do ensinamento bíblico sobre a oferta
Na
época dos patriarcas: Não
temos relato de alguma regra sobre ofertas antes da lei de Moisés. Sabemos que
a oferta de Abel agradou a Deus, e a de Caim, não lhe agradou. É interessante
observar que Deus não achou necessário nos revelar o motivo de seu desprezo.
Sabemos que Abrão pagou a Melquisedeque o dízimo (10%) dos despojos de uma
vitória militar (Gênesis 14:18-24). Neste caso, também, Deus não nos revelou o
motivo e não falou se era ou não o costume de Abrão dar o dízimo de tudo que
recebia. Se houve alguma lei atrás disso, exigindo que Abrão desse o dízimo, as
Escrituras não a relatam. As pessoas que alegam algum tipo de lei geral do
dízimo de tal exemplo estão ultrapassando a palavra do Senhor. Jacó jurou que,
se Deus fosse com ele na sua jornada, daria o dízimo depois de voltar (Gênesis
28:20-22). Aqui, o texto se trata de um voto, ou uma obrigação que a própria
pessoa assumiu, e nada diz de lei ou dever imposto por Deus (veja a natureza
voluntária de votos em Números 30:1-16; Deuteronômio 23:21-23; Provérbios
20:25).
Na
Lei de Moisés: Na
Lei de Deus dada pela mão de Moisés, o dízimo se tornou obrigação dos
israelitas. Eles fizeram, também, várias outras ofertas, diversos sacrifícios,
etc. Os dízimos são mencionados em mais de 20 versículos, de Levítico a
Malaquias. Todas essas citações se referem ao povo de Israel. No trecho de
Malaquias 3:6-12, freqüentemente citado em algumas igrejas, hoje em dia, para
obrigar as pessoas a dar o dízimo, podemos ver que um povo material (os israelitas, 1:1) habitava numa
terra material (Israel) onde produzia frutos do campo
e tinha obrigação de dar os dízimos. Assim fazendo, este povo seria abençoado materialmentepor Deus. Quando o
povo não deu a devida importância aos dízimos, foi repreendido pelo Senhor por
meio do profeta Malaquias. Quem utiliza as palavras de Malaquias para fazer
regras sobre dízimos, hoje, está distorcendo as Escrituras. A igreja de Jesus é
um povo espiritual que habita no Espírito e recebe bênçãos espirituais. Há, sim, um
aspecto material ao nosso trabalho, que será abordado ainda neste artigo, mas
temos que reconhecer a diferença entre a igreja do Novo Testamento e o povo de
Israel do Velho Testamento. Deus, por intermédio de Moisés e diversos profetas
(Hebreus 1:1), revelou a sua vontade ao povo de Israel. Aquela lei (observe que
Jesus ensinou que a lei não fosse limitada aos livros de Moisés, veja João
10:34-35) governou o povo de Israel durante 1.500 anos. Hoje, ele tem falado
pelo Filho e seus apóstolos, e a sua Nova Aliança é o que governa os cristãos
(Hebreus 1:2; 2:1-4; 7:12; 8:6-13; 9:15). Aprendemos muitas coisas importantes
das promessas e dos exemplos do Velho Testamento (Romanos 15:4; 1 Coríntios 10:6).
Mas, as doutrinas que a igreja ensina e as regras que ela segue vêm da Nova
Aliança, e não da Antiga. Quem volta à Antiga para se justificar perde a sua
comunhão com Cristo (Gálatas 5:4).
Na
Igreja do Novo Testamento: A
Nova Aliança coloca a oferta no contexto de um reino espiritual com uma grande
e urgente missão. As contribuições feitas na igreja não são impostos pagos num
sistema teocrático. No ensinamento dado aos discípulos de Cristo, não
encontramos tributação obrigatória. Em contraste com as leis específicas do
Velho Testamento, o Novo nos ensina sobre a importância das nossas ofertas para
cumprir a missão que Deus deu à igreja. Cada pessoa verdadeiramente convertida
a Cristo dará conforme as suas condições por querer participar do trabalho importantíssimo
da igreja. No que segue neste artigo, vamos examinar esses ensinamentos sobre
as ofertas dos cristãos.
O
que Deus pede aos cristãos
Ofertas
conforme a nossa prosperidade (1
Coríntios 16:1-2). Embora este trecho trata de uma necessidade específica (os
santos necessitados em Jerusalém), ele ensina um princípio importante que ajuda
em outras circunstâncias. As necessidades podem ser diferentes, mas a regra de
ofertas continua a mesma. Devemos dar conforme nossa prosperidade. Quem não
possui nada e não ganha nada não terá condições de ofertar (veja 2 Coríntios
8:12). Mas, qualquer servo do Senhor que goza de alguma prosperidade deve
ofertar.
Ofertas
feitas com amor e sinceridade (2
Coríntios 8:8-15). Paulo comenta sobre as contribuições dos coríntios: “Não vos falo na forma de
mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso
amor; pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se
fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (versículos 8 e 9). Algumas pessoas,
querendo fugir da responsabilidade de ofertar, distorcem o sentido deste
trecho: “Está vendo? Não é mandamento Então, eu posso ofertar ou não; não faz
diferença” Tal interpretação está totalmente errada por, pelo menos, dois
motivos:
1. Distorce o sentido do versículo. A construção gramatical “Não isso, mas aquilo” é usada várias vezes no Novo Testamento para enfatizar uma coisa, sem negar a outra. É uma comparação de duas coisas, dizendo que uma é mais importante. Assim, a missão de Jesus enfatizava a salvação, sem negar o aspecto de julgamento (João 3:17; 5:22). O homem deve trabalhar para a vida espiritual, sem deixar de sustentar a sua família (João 6:27; 2 Tessalonicenses 3:10; 1 Timóteo 5:8). Paulo pregou o evangelho, mas nunca negou a importância do batismo (1 Coríntios 1:17; Gálatas 3:27). Ele não condenou o uso de vestimentas ou jóias, mas enfatizou o homem interior (1 Timóteo 2:9-10; veja 1 Pedro 3:3-4). Voltando ao texto de 2 Coríntios 8:8, Paulo está dizendo que o motivo maior é o amor, sem negar a responsabilidade já dada por mandamento. 2. O cristão que recusa dar, dizendo que não é mandamento, não mostra o amor que Deus pede. A pessoa que tem prosperidade tem obrigação de ofertar? Sim. Deve fazê-lo principalmente por obrigação? Não. O amor sincero é motivo muito maior. O amor é citado inúmeras vezes nas Escrituras como motivo para nosso serviço. Isso inclui as ofertas.
1. Distorce o sentido do versículo. A construção gramatical “Não isso, mas aquilo” é usada várias vezes no Novo Testamento para enfatizar uma coisa, sem negar a outra. É uma comparação de duas coisas, dizendo que uma é mais importante. Assim, a missão de Jesus enfatizava a salvação, sem negar o aspecto de julgamento (João 3:17; 5:22). O homem deve trabalhar para a vida espiritual, sem deixar de sustentar a sua família (João 6:27; 2 Tessalonicenses 3:10; 1 Timóteo 5:8). Paulo pregou o evangelho, mas nunca negou a importância do batismo (1 Coríntios 1:17; Gálatas 3:27). Ele não condenou o uso de vestimentas ou jóias, mas enfatizou o homem interior (1 Timóteo 2:9-10; veja 1 Pedro 3:3-4). Voltando ao texto de 2 Coríntios 8:8, Paulo está dizendo que o motivo maior é o amor, sem negar a responsabilidade já dada por mandamento. 2. O cristão que recusa dar, dizendo que não é mandamento, não mostra o amor que Deus pede. A pessoa que tem prosperidade tem obrigação de ofertar? Sim. Deve fazê-lo principalmente por obrigação? Não. O amor sincero é motivo muito maior. O amor é citado inúmeras vezes nas Escrituras como motivo para nosso serviço. Isso inclui as ofertas.
Ofertas
segundo tiver proposto no coração (2
Coríntios 9:7). O amor, a generosidade e a prontidão para a obra do Senhor são
características do servo de Deus. Antes de ofertar o nosso dinheiro, devemos
nos entregar ao Senhor (2 Coríntios 8:5).
Ofertas
feitas para participar da graça de Deus (2
Coríntios 8:1-7). Tendemos a pensar em graças concedidas como bênçãos para
nosso próprio consumo. Mas, biblicamente, graças concedidas são oportunidades
para servir e glorificar ao nosso Senhor. O privilégio de participar do
trabalho do reino de Deus é uma enorme bênção.
Ofertas
feitas como sacrifícios agradáveis a Deus (Filipenses
4:17-18). As ofertas do cristão não são apenas o que sobra depois de satisfazer
os nossos próprios desejos. Pessoas que sempre querem receber, ao invés de
procurar dar liberalmente, não servem a Cristo (veja a repreensão forte de
Tiago 4:1-4). Paulo disse que as ofertas são sacrifícios. Dinheiro que
poderíamos empregar em outras coisas, até coisas egoístas, será doado para
fazer a obra do Senhor.
Ofertas
feitas para completar a obra começada (2
Coríntios 8:11). É uma coisa querer fazer uma boa obra. Podemos pensar,
planejar, conversar, etc. Mas, uma vez que assumimos compromisso para fazer uma
obra, devemos fazer tudo possível para cumprir a nossa palavra. Uma igreja que
segue o ensinamento do Novo Testamento naturalmente assumirá compromissos. Além
de cuidar dos santos necessitados (veja, além destes trechos nas cartas aos
coríntios, os exemplos de Atos 4:32-37; 6:1-7; etc.), uma igreja que entende a
importância de sua missão espiritual se dedicará à divulgação do evangelho e à
edificação dos santos. Naturalmente, procurará oportunidades para sustentar
evangelistas e presbíteros fiéis que se dedicam ao trabalho do Senhor (1
Coríntios 9:4-14; 2 Coríntios 11:8; Filipenses 4:10,15-18; 1 Timóteo 5:17-18).
Uma vez que a congregação aceita a responsabilidade de sustentar um desses
homens, ela deve se esforçar para completar a obra. Não seria justo pedir para
um homem se dedicar ao evangelho, deixando seu emprego ou profissão, só para
passar fome meses ou anos depois. Quando o povo na época de Neemias não cumpriu
seus compromissos e deixou os servos de Deus desamparados, Neemias o repreendeu
fortemente (veja Neemias 13:10-11).
Perguntas
práticas
Quando? Em
termos de ofertas na igreja, a única passagem que fala sobre quando fazê-las é
1 Coríntios 16:1-2. Cada discípulo viria de casa já preparado para ofertar no
primeiro dia da semana, o mesmo dia que reunimos para participar da Ceia do
Senhor (veja Atos 20:7).
Quanto? Já observamos que a lei
do dízimo fazia parte da Antiga Aliança. Mas, antes de concluir que qualquer
ofertinha serve, mesmo sendo uma parte muito pequena de sua renda, considere
alguns fatos sobre o nosso serviço a Cristo no Novo Testamento:
·
A missão da igreja na Nova Aliança é
maior.
·
As bênçãos em Cristo são muito
superiores às bênçãos do Velho Testamento.
·
As coisas de Deus devem ser primeiras
nas nossas prioridades.
·
É mais abençoado dar do que receber.
·
Deus ama quem dá com alegria.
Nenhum
homem hoje tem direito de estipular para os outros a quantia ou porcentagem da
renda que o cristão deve ofertar. Mas, cada discípulo deve pensar bem sobre o
privilégio e a responsabilidade de contribuir ao trabalho do Senhor. Uma vez
que tudo é melhor na nova aliança, será que Deus quer que demos ofertas
menores?
Como
aplicado? Dinheiro
dado para o trabalho da igreja deve ser aplicado exclusivamente nas coisas que
Deus autorizou que a igreja fizesse. Os homens que desviam o dinheiro da oferta
para criar ou manter instituições humanas ou outras obras não ordenadas pelo
Senhor estão ultrapassando a doutrina dele (veja 1 Coríntios 4:6; 2 João 9).
Administrado
por quem? No
Novo Testamento, o dinheiro da igreja sempre foi administrado por homens fiéis
e responsáveis. No início, os apóstolos recebiam as ofertas (Atos 4:37; 5:2).
Mais tarde, os presbíteros recebiam o dinheiro dado (Atos 11:30). Sabemos que o
trabalho de administrar, supervisionar e guiar a igreja local cabe aos
presbíteros (veja 1 Timóteo 3:5; 5:17). Em Atos 6:1-7, homens sábios,
espirituais e de boa reputação foram escolhidos para administrar um aspecto do
trabalho da congregação. Quando dinheiro foi levado de uma cidade para outra,
mensageiros fiéis foram eleitos nas igrejas, assim evitando qualquer tipo de
escândalo (2 Coríntios 8:19-23).
Conclusão
Os
seguidores de Cristo gozam do grande privilégio de participar do trabalho do
reino do Senhor. Sejamos fiéis em cumprir este compromisso com Deus.
Melquisedeque
[Rei
da Justiça].
Rei da antiga Salém e “sacerdote do Deus Altíssimo”, Jeová. (Gên 14:18, 22) Ele é o primeiro sacerdote mencionado nas
Escrituras; ocupava esta posição algum tempo antes de 1933 AEC. Sendo o
rei de Salém, que significa “Paz”, Melquisedeque é identificado pelo apóstolo
Paulo como “Rei da Paz”, e, à base do seu nome, como “Rei da Justiça”. (He 7:1, 2) Entende-se que a antiga Salém tenha
sido o núcleo da posterior cidade de Jerusalém, e seu nome foi incorporado no
de Jerusalém, que às vezes é chamada de “Salém”. — Sal 76:2.
Depois de Abrão (Abraão) derrotar Quedorlaomer e seus reis
confederados, o patriarca veio à Baixada de Savé, ou “à Baixada do rei”. Ali,
Melquisedeque “trouxe para fora pão e vinho”, e abençoou Abraão, dizendo:
“Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, Produtor do céu e da terra; e bendito
seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus opressores na tua mão!” Abraão
entregou então ao rei-sacerdote “um décimo de tudo”, isto é, “dos principais
despojos” que conseguira na sua guerra bem-sucedida contra os reis aliados.
— Gên 14:17-20; He 7:4.
Tipificado o Sacerdócio de Cristo. Numa notável profecia messiânica, o juramento afiançado de Jeová
ao “Senhor” de Davi é: “Tu és sacerdote por tempo indefinido à maneira de
Melquisedeque!” (Sal 110:1, 4) Este salmo inspirado deu aos hebreus motivos
para considerar o prometido Messias como aquele em quem se conjugariam os
cargos de sacerdote e de rei. O apóstolo Paulo, na carta aos hebreus, eliminou
qualquer dúvida a respeito da identidade de quem fora predito, falando de
“Jesus, que se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque”.
— He 6:20; 5:10; veja PACTO.
Designação direta. Evidentemente, foi Jeová quem designou Melquisedeque para ser
sacerdote. Ao considerar a condição de Jesus como o grande Sumo Sacerdote,
Paulo mostrou que nenhum homem assume esta honra “por si mesmo, mas apenas
quando é chamado por Deus, assim como também
Arão foi”. Ele explicou também que “o Cristo não se glorificou a si mesmo por
se tornar sumo sacerdote, mas foi glorificado por aquele que falou com
referência a ele: ‘Tu és meu filho; hoje eu me tornei teu pai’”, e o apóstolo,
a seguir, aplica as palavras proféticas do Salmo 110:4 a
Jesus Cristo. — He 5:1, 4-6.
‘Recebeu dízimos de Levi.’ A condição sacerdotal de Melquisedeque não estava vinculada com
o sacerdócio de Israel, e, conforme as Escrituras salientam, era superior ao
sacerdócio arônico. Um fator que indica isso é a deferência demonstrada a
Melquisedeque por Abraão, antepassado de toda a nação de Israel, inclusive da
tribo sacerdotal de Levi. Abraão, “amigo de Jeová”, que se tornou “pai de todos
os que têm fé” (Tg 2:23; Ro 4:11), deu um
décimo, ou “dízimo”, a este sacerdote do Deus Altíssimo. Paulo mostra que os
levitas coletavam dízimos de seus irmãos, que também procediam dos lombos de
Abraão. Todavia, ele salienta que Melquisedeque “que não derivou deles a sua
genealogia tomou dízimos de Abraão”, e, “por intermédio de Abraão, até mesmo
Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos, porque ele estava ainda nos lombos de
seu antepassado quando Melquisedeque foi ao encontro dele”. Assim, embora os
sacerdotes levíticos recebessem dízimos do povo de Israel, eles, conforme
representados pelo seu antepassado, Abraão, pagaram dízimos a Melquisedeque.
Além disso, a superioridade do sacerdócio de Melquisedeque é mostrada por ele
abençoar Abraão, Paulo indicando que “o menor é abençoado pelo maior”. Esses
fatores estão entre os que tornam Melquisedeque um tipo apropriado do grande
Sumo Sacerdote Jesus Cristo. — He 7:4-10.
Sem predecessores nem sucessores. Paulo indica claramente que a perfeição era inalcançável por
intermédio do sacerdócio levítico, tornando assim necessário o aparecimento dum
sacerdote “à maneira de Melquisedeque”. Ele indica que Cristo veio de Judá, tribo
não-sacerdotal, mas, citando a similaridade de Jesus com Melquisedeque, mostra
que ele tornou-se sacerdote, “não segundo a lei dum mandamento dependente da
carne, mas segundo o poder duma vida indestrutível”. Arão e seus filhos
tornaram-se sacerdotes sem juramento, mas o sacerdócio conferido a Cristo foi
ordenado por um juramento de Jeová. Também, ao passo que os sacerdotes
levíticos morriam e precisavam de sucessores, o ressuscitado Jesus Cristo, “por
continuar vivo para sempre, tem o seu sacerdócio sem quaisquer sucessores”, e,
portanto, é capaz de “salvar completamente os que se aproximam de Deus por
intermédio dele, porque está sempre vivo para interceder por eles”. — He 7:11-25.
Em que sentido é que Melquisedeque não tinha “nem princípio de
dias nem fim de vida”?
Paulo destacou um fato notável a respeito de Melquisedeque, ao
dizer sobre ele: “Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo nem princípio de
dias nem fim de vida, mas tendo sido feito semelhante ao Filho de Deus,
permanece sacerdote perpetuamente.” (He 7:3) Igual a outros humanos, Melquisedeque nasceu e
morreu. Todavia, não se fornecem os nomes de seu pai e de sua mãe, nem se
revelam seus ancestrais e sua posteridade, e as Escrituras não contêm
informações sobre o início dos seus dias ou o fim da sua vida. De modo que
Melquisedeque, apropriadamente, podia prefigurar Jesus Cristo, que tem um
sacerdócio infindável. Assim como Melquisedeque não tem predecessor ou sucessor
registrados no seu sacerdócio, assim tampouco Cristo foi precedido por um sumo
sacerdote semelhante a ele, e a Bíblia mostra que nenhum jamais o sucederá.
Além disso, embora Jesus nascesse na tribo de Judá e na linhagem real de Davi,
sua linhagem carnal não tinha nenhuma influência sobre o seu sacerdócio, nem
foi em virtude da genealogia humana que os cargos de sacerdote e de rei se
conjugaram nele. Estas coisas foram resultado do juramento do próprio Jeová
feito a ele.
Um conceito que aparece nos targuns de Jerusalém e de Jonatã, e
que obteve ampla aceitação entre os judeus e outros, é que Melquisedeque era
Sem, filho de Noé. Sem vivia naquele tempo e até mesmo sobreviveu a Sara, a
esposa de Abraão. Também, Noé especificamente abençoou Sem. (Gên 9:26, 27) Mas esta identificação não foi
confirmada. Resta o fato de que a nacionalidade, a genealogia e a descendência
de Melquisedeque não são reveladas nas Escrituras, e isto por um bom motivo,
porque assim ele podia tipificar a Jesus Cristo, o qual, pelo juramento
afiançado de Jeová, “se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de
Melquisedeque”. — He 6:20.
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