sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O LIVRO DO PROFETA JONAS

O LIVRO DE JONAS

O livro de Jonas destaca as duas principais chamadas de Deus na vida do profeta.
Na primeira, ele desobedece e sofre as consequências.
Na segunda, ele ouve ao Senhor e lhe obedece.

 A CHAMADA DO PROFETA JONAS

Primeira chamada (1.1 — 2.10)
1.1,2 .............. Chamada de Jonas: “vai à Nínive”;
v.3 .............. Desobediência de Jonas;
vv.4-17 .............. Consequências da desobediência de Jonas: para os outros (4-11); para si mesmo (12-17);
2.1-9 .............. A oração de Jonas no meio da calamidade;
v.10 .............. O livramento de Jonas.

Segunda chamada (3.1 — 4.11)
3.1,2 .............. A chamada de Jonas: “vai à Nínive”;
vv.3,4 .............. A missão obediente de Jonas;
vv.5-10 .............. Resultados da obediência de Jonas: os ninivitas se arrependem (vv.5-9); os ninivitas poupados do juízo divino (v.10);
4.1-3 .............. A queixa de Jonas;
vv.4-11 .............. A repreensão e a lição de Jonas.

 

O PROFETA JONAS E CINCO PERGUNTAS QUE MUDARAM SUA VIDA

“ E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. E Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis; e, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis...” ( Livro do Profeta Jonas 1.1-3)
O profeta Jonas foi chamado por Deus para levar uma mensagem de arrependimento ao povo da cidade de Nínive – capital do império assírio – inimigos declarados do povo de Israel. Jonas, talvez, tomado por um nacionalismo exacerbado e rejeitando a idéia de ver seus inimigos aceitos diante de Deus ou, quem sabe, com medo das conseqüências de se ver frente a frente com seus inimigos, resolveu fugir e, resoluto, tomou uma direção totalmente oposta a que o Senhor lhe ordenara – entrou em um navio para Társis – longe da presença de Deus e da missão que lhe fora divinamente entregue.
Muitos cristãos, atualmente, fazem o mesmo – dizem que desejam servir a Deus, mas na hora de obedecerem ao seu chamado inventam as mais diversas desculpas e fogem de sua presença.
Fugir de Deus traz conseqüências terríveis
“Mas o Senhor mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, e o navio estava para quebrar-se. Então, temeram os marinheiros, e clamava cada um ao seu deus, e lançavam no mar as fazendas que estavam no navio, para o aliviarem do seu peso; Jonas, porém, desceu aos lugares do porão, e se deitou , e dormia um profundo sono”(cap 1.4,5)
Jonas entrou no navio e, no porão, dormia profundamente. O navio, então, começou a sofrer os efeitos de uma grande tempestade e, por isso, quase estava a naufragar-se. Todos os tripulantes faziam de tudo, com todos os esforços, para controlar o navio e evitar que ele afundasse. E Jonas, o profeta de Deus, o que fazia naquele momento de terrível dificuldade? Diz a Bíblia que ele dormia profundamente. Isso mesmo, o nosso profeta, o representante de Deus naquele navio, dormia alheio a tudo o que estava acontecendo, ameaçando a vida de todos e a sua também.
Muitos cristãos, como nosso irmão Jonas, estão dormindo espiritualmente, enquanto suas famílias, suas empresas, suas cidades, enfim, todo o contexto em que vivem está ruindo, naufragando e sendo invadido por hostes malignas. Por isso, o Apóstolo Paulo nos adverte solenemente: “ Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Efésios 5.14).
O capitão do barco e os marinheiros, incomodados pela omissão e desinteresse de Jonas, fizeram a ele um questionamento sério, detalhado e decisivo. As perguntas foram tão agudas e certeiras que o profeta não pode se esconder mais e teve que, a partir daquele momento, assumir sua responsabilidade e, então, não deixar os outros sofressem e perdessem sua vida por sua causa.
O capitão do barco perguntou ao profeta dorminhoco: “Que tens, dormente? Levanta-te, invoca o teu Deus; talvez assim Deus se lembre de nós para que não pereçamos. E dizia cada um ao seu companheiro: Vinde, e lancemos sortes , para que saibamos por que causa nos sobreveio este mal. E lançaram sortes caiu sobre Jonas. Então lhe disseram: Declara-nos tu, agora, por que razão nos sobreveio este mal. Que ocupação é a tua? E donde vens? Qual é a tua terra? E de que povo és tu? (Cap 1.6-8).
Vejamos as cinco perguntas que fizeram a Jonas e que, depois disso, o profeta retomou a sua caminhada de obediência ao Senhor:
1) Que tens, dormente? Invoca o teu Deus. O capitão questionou o profeta Jonas a respeito de sua passividade depressiva, que lhe davam um maléfico sono, enquanto todos corriam um sério perigo. As emoções de Jonas o enganaram e o puseram em risco. Precisamos sempre saber como estamos, em que nível nossas emoções e sentimentos podem estar manietando nossas vidas e aprisionando nossa vontade.
2) Qual é a tua ocupação? Jonas foi indagado a respeito de sua ocupação, ou seja, o que ele fazia, como ocupava o seu tempo, qual a sua profissão. Esta é também uma pergunta decisiva, pois a maneira como ocupamos o nosso tempo determinará o nosso destino. Jonas ocupou-se em fugir de Deus e foi parar em um navio que estava naufragando. E você, como ocupa o seu tempo? O que faz na maioria do dia? Estuda, trabalha, serve a Deus? Ou gasta muito tempo em jogos, filmes, vícios e outras distrações que podem roubar um bem tão precioso que você recebeu de Deus: - o tempo!
3) Qual é o teu povo? Há um provérbio que diz: “ diga-me com quem andas e eu direi quem tu és” . Com quem você tem andado? Quem são os teus amigos, com quem você compartilha sua vida, suas intimidades e particularidades? Somos povo de Deus e devemos andar com gente que serve a Deus. Podemos ter outros amigos, mas devemos influenciá-los com nossa fé e esperança em Deus. Muitas vezes, acontece o contrário – crentes desviam-se ao andar com pessoas viciadas e sem nenhuma piedade. Lembre-se do primeiro Salmo da Bíblia, no seu verso primeiro, que diz: “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e nem se assenta na roda dos escarnecedores”.
4) De onde você vem? Qual é a tua terra? Nossas origens não podem ser desprezadas. Elas expressam nossa cultura, nosso aprendizado em família e, sobretudo nossas raízes. Assim, jamais podemos nos esquecer de onde começamos, para não perdermos nossa humildade e nossas referências. No livro de Provérbios 16.18 está escrito: “o orgulho precede a queda, e diante da honra vai a humildade”.
5) Qual é o teu Deus? O homem é um ser religioso. Há aqueles que adoram o Deus verdadeiro, criador de todas as coisas, e outros há que adoram criaturas, seres inanimados, objetos e até demônios. Por isso, é importante saber que deus é o nosso, a quem adoramos, a quem tributamos louvor e honra. Se é para o verdadeiro Deus, que o façamos de todo o coração, com todas as nossas forças e com todo o nosso entendimento.
Depois de ouvir aquelas perguntas, Jonas respondeu: “Eu sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e criou a terra seca”. Jonas assumiu sua condição, confessou sua situação de apostasia e de afastamento do Senhor. O resto da História nos dá conta que Jonas foi jogado ao mar, a tempestade cessou, um grande peixe o tomou e o deixou nas praias de Nínive, onde Jonas pregou e todo o povo se arrependeu e se converteu ao Senhor.
E você, está cumprindo a missão que o Senhor Deus te confiou ou é um fugitivo, como Jonas? Seja qual for a tua situação, Deus é misericordioso para te restaurar e poderoso para te usar para uma grande obra.
A decisão é tua. Decida-se logo, antes que o navio afunde e muitos pereçam por sua causa.

Título: JONAS: O PROFETA FUJÃO
O período histórico do ministério de Jonas é narrado com detalhes em II Reis 14 e 15. Ele viveu durante o reinado de Jeroboão II e, nesses tempos, a Assíria exercia seu poderio no Oriente Médio. Era uma nação cruel e era detestada por suas práticas desumanas.

     Jonas era o típico judeu que nunca entenderia como seria possível que Deus viesse a amar os assírios. Ao contrário, ele esperava que o Deus Javé se voltasse contra eles e os destruísse.

     A cidade de Nínive era a capital da Assíria, e quando Deus mandou Jonas pregar àquela cidade, ele recusou-se a ir, por causa do ódio que sentia pelos assírios. Jonas é um indivíduo preconceituoso e seu livro mostra a resistência desse profeta ao propósito divino de evangelizar a raça mais cruel do mundo. E o que vamos verificar é que o inexplicável amor de Deus para com Nínive não encontra eco no coração de Jonas.

     Foram os preconceitos de Jonas que o levaram a fugir da Missão que Deus lhe havia ordenado. Preconceitos políticos: pois os ninivitas eram velhos inimigos de seu povo. Preconceitos raciais: os ninivitas eram gentios e não pertenciam ao povo escolhido. Preconceitos religiosos: um povo tão perverso, tão mau, tão grosseiro, não podia nem devia ser perdoado.

Quantos hoje não são como Jonas. Quantas vezes os nossos preconceitos nos impedem de sermos úteis a Deus. Quantas vezes os nossos preconceitos sufocam o amor às pessoas; aniquila nossa compaixão; obscurece nossa visão; seca as fontes da nossa espiritualidade e empobrece nossa mensagem.

     Nós nos parecemos muito com Jonas. Podemos ver nele nossos preconceitos contra aqueles que não confessam a mesma doutrina, ou que pensam diferente de nós. Jonas é uma figura intrigante. Ele assiste a uma cidade inteira se converter e ao invés de se alegrar, ele se irrita. E mais do que irritado, ficou deprimido a ponto de desejar morrer. Jonas é uma figura desconcertante, mas veremos que muitos de nós agimos exatamente como ele.


     CAPÍTULO PRIMEIRO: FUGA INÚTIL
"... veio a palavra do Senhor a Jonas." É assim que tudo começou: um dia estava Jonas em sua casa, lá peno ano 750 AC, quando Deus lhe disse: "Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela ... ". E aqui as coisas começam a se complicar, pois Jonas não tem a mínima vontade de ir àquela cidade.

     Por quê? Porque Jonas conhecia muito bem Nínive e a odiava, e também conhecia muito bem a Deus, e sabia que Ele é misericordioso e grande em benignidade (4:2) e com certeza iria dar uma oportunidade a Nínive de se converter. E como nosso profeta não quer a conversão desta cidade, e para evitar que tal acontecesse, "Levantou-se, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis." (v. 3).

     Se corrermos os olhos pelo Mapa Bíblico, vamos observar que Nínive ficava diametralmente oposta a Társis, Nínive está no leste, Társis no oeste. Társis era o lugar mais longínquo de todo o planeta naqueles dias. A viagem para lá durava, pelo menos, um ano.

     Lá se vai Jonas para a sua viagem rumo a Társis. Seus planos foram bem arquitetados, no entanto, vai se meter em uma tremenda enrascada. Aquela enrascada em que se envolvem todos os desobedientes.

     "Mas o Senhor lançou sobre o mar um forte vento, e fez no mar uma grande tempestade" (v.4). Deus, valendo-se da natureza, levanta uma tempestade para corrigir o profeta fujão. "Então os marinheiros cheios de medo clamavam cada um ao seu deus..." (v.5).

     Os marinheiros conhecedores e experimentados no mar, sabem que a situação é perigosa. A sensação de medo os domina. A morte está às portas e por isso eles "clamavam cada um ao seu deus". Estes homens são pagãos e apegados a várias divindades. Contudo, enquanto eles dirigem suas preces aos seus deuses, Jonas dormia profundamente.

     Aqui temos uma lição: no processo de fuga de Deus, corremos o risco de nos tornarmos menos cristãos do que os pagãos. Que ironia! O único homem no navio que podia fazer uma oração de verdade ao Deus verdadeiro, não quer orar." Ao mesmo tempo que é triste, é deveras impressionante notar que não poucas as vezes, os incrédulos que não conhecem a Deus, manifestam mais respeito e fé em Deus do que os próprios cristãos.

     Nos versos 6 a 10 percebemos que os marinheiros pagãos têm noção da gravidade dos atos de Jonas. "Que fizeste? Pois sabiam os homens que Jonas estava fugindo da presença do Senhor, porque lhe havia declarado". (v.10).

Os marinheiros sabiam que havia algo naquela tempestade, além de um fenômeno natural. Havia algo maior ali e por isso eles resolveram "Lançar sortes, para saberem por causa de que lhes sobreveio aquele mal" (v.7).

     A sorte é lançada, "e a sorte caiu sobre Jonas" (v.7). Descobriram que o homem de Deus era a causa da desgraça. A desobediência de Jonas estava atraindo maldição sobre todo o grupo.

     Precisamos aprender esta lição: As pessoas que desobedecem a Deus, não criam problemas apenas para si. Infelizmente acabam colocando os outros em suas enrascadas também. Homem de Deus em fuga leva problemas onde quer que vai.

     Agora algo precisa ser feito, e daí a pergunta: "Que te faremos, Jonas, para que o mar se acalme? (v.11). E a resposta foi: "Tomai-me e lançai-me ao mar e o mar se aquietará..." (v.12). Assim, Jonas assume o fato de que ele era o causa da tragédia.

     Antes de jogar Jonas no mar, os marinheiros pagãos se entregaram novamente à oração. Agora, oram não às divindades pagãs, mas ao Deus de Israel. Enquanto eles oram, os lábios de Jonas ainda permaneciam fechados (v.14). "E levantam a Jonas, e o lançaram ao mar, e cessou o mar da fúria" (v.15). Jonas é lançado ao mar, mas Deus não desiste do profeta fujão e ordenou que "um grande peixe engolisse a Jonas" (v.17).

     Poucas situações devem ter sido tão angustiosas quanto esta. Jonas está consciente. Sua esperança de continuar vivendo eram mínimas. Que lugar para encerrar a vida, logo na barriga de um peixe, lugar escuro, mal cheiroso e onde provavelmente nunca encontrariam seu corpo. Mas, embora confuso e teimoso, Jonas é um homem que conhece a Deus. E Jonas faz a única coisa que se pode fazer em um momento de angústia. Ele se entregou à oração.


     CAPÍTULO SEGUNDO: A ORAÇÃO NO VENTRE DO PEIXE
     "Então Jonas no ventre do peixe orou ao seu Deus" (v.1).

     É no ventre do grande peixe que Jonas começa a recuperar a saúde espiritual. "Na minha angústia clamei ao Senhor." (v.2).

     Jonas começa a entender que a angústia pode ser uma expressão do amor de Deus. A própria tragédia de ter sido "Lançado no coração dos mares" (v.3) e ter sido engolido pelo peixe, não era obra dos marinheiros, mas de Deus. Por trás de tudo aquilo estava a mão divina. "Quando dentro em mim desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor ..." (v.7).

     Quando estava para morrer, Jonas voltava seus olhos para o Senhor. Que coisa tremenda! A oração ainda é a única e suficiente resposta de que a espiritualidade continua viva. E nesse aspecto nós nos parecemos muito com Jonas. Pois quase sempre deixamos para orar em momentos de extrema dificuldades (Conferir: 1:3, 4,5,10,11,13,14).

     A oração de Jonas foi ouvida. Ele podia ser um crente fraco e remitente, mas sua confiança está em Javé e não em ídolos (v.8). É bom saber que Deus nos ouve, apesar de nossas fraquezas.

"Falou, pois, o Senhor ao peixe, e este vomitou Jonas na terra." (v.10).

     O capítulo dois termina com mais uma ação soberana de Deus. Ele ordena e o grande peixe, obediente, joga Jonas na praia.



     CAPÍTULO TERCEIRO: PREGAÇÃO SEM COMPAIXÃO
"Veio a palavra do Senhor segunda vez a Jonas... " (v.1).

     Pela segunda vez, Deus comissionou o profeta à sua missão de pregar aos ninivitas. Uma nova oportunidade é dada a Jonas.

     "Dispõe-te e vai à grande cidade de Nínive ..." (v.2) A ordem é a mesma da primeira vez. E nisso aprendemos que Deus não muda sua vontade só pelo fato de não gostarmos dela.

     Temos a impressão de que Jonas só pregou aos ninivitas, quando enviado pela segunda vez, porque não teve outra opção. Isso porque o v.3 diz que Nínive levava "três dias para percorrê-la". E no v.4 somos informados que Jonas a percorrer só "caminho de um dia". Isto significa que o nosso profeta não completou a caminhada da cidade, demonstrando assim má vontade em sua proclamação. Tipo coisa: "Já falei o suficiente, chega".

     "Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida." (v.4).

     "Quarenta dias" é uma expressão que nos lembra o dilúvio (Gn 7:17). É uma expressão muitas vezes usada nas Escrituras para falar de juízo divino.

     Jonas com seus preconceitos, odiava os ninivitas. Portanto sua mensagem não é para salvar, mas para condenar. Estava obedecendo uma ordem divina, mas sem a mínima paixão. Pregava o juízo mas sem lágrimas nos olhos.

     Que mensagem precária a de Jonas: "Ainda quarenta dias e Nínive será subvertida". Não havia unção. Não havia vibração. Não havia o óleo da graça que cura e liberta. Havia apenas o tom de condenação, e era o que ele queria.

     Mas algo extraordinário acontece. Mesmo sendo uma pregação sem unção e sem poder, causou um impacto tremendo naquela cidade. E assim, surpreendentemente, Nínive "cidade mui importante para Deus" (v.3) é convertida. Deus é inquestionavelmente soberano. Mesmo que os nossos planos e projetos limitadíssimos falhem, os Dele são infalíveis. O que Deus quer fazer, Ele faz e "ninguém pode lhe deter a mão".



     CAPÍTULO QUATRO: AMANDO OS SECUNDÁRIOS DA VIDA
"Com isso desgostou-se Jonas extremamente, e ficou irado" (v.1).

     Jonas, ao invés de se alegrar, teve um extremo desgosto, por ver a cidade se converter e saber que a sentença da condenação por ele pronunciada, não seria mais aplicada a Nínive. Sua pregação foi um sucesso, mas ele não queria a graça de Deus para aquele povo. Que mentalidade exclusivista!

     Os preconceitos de Jonas estavam tão impregnados em seu coração, que a alegria deu lugar a ira, a ponto de entrar num processo depressivo: "Melhor me é morrer do que viver" (v.3).

     Jonas fez uma barraca e ali ficou para "ver o que iria acontecer àquela cidade" (v.5).

     Tão duro era o coração de Jonas, que ele ainda esperava que Deus mudasse de pensamento e destruísse Nínive.

     Para dar uma lição no profeta, Deus fez nascer uma aboboreira para fazer sombra para ele. E esta planta se torna de um momento para outro o tesouro do coração de Jonas. No dia seguinte, Deus manda um verme para ferir e matar a planta (v.7). E aquela planta que dava conforto a Jonas murchou deixando-o exposto ao sol. O que o deixou irado novamente (v.9).

"Tens compaixão da planta ..." (v.10).

     Que insensatez! Jonas amava mais as coisas do que as pessoas. Conseguia chorar e se sensibilizar por causa de uma planta, por outro lado, nutria ódio pelas pessoas.

     Jonas é um retrato de muitos hoje em dia. Hoje nossa aboboreira pode ser um carro, a casa, móveis, nosso conforto, etc.

Devemos nos lembrar que se pusermos o coração nas coisas secundárias da vida, não devemos esperar que a nossa alegria seja mais duradoura do que a de Jonas.

     "Melhor me é morrer do que viver". Nisso devemos concordar com o profeta. Para quem coloca a vida num nível tão mesquinho, é melhor morrer do que viver.

     Jesus disse: "Ajuntai tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não consomem".

     Se o nosso coração estiver nas coisas secundárias da vida, as angústias se sucederão uma após outra, pois estes tesouros são falíveis e efêmeros. Ponhamos o nosso coração nas coisas imperecíveis e eternas.

"... Não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive?" (v.11).

     Finalmente Jonas aprendeu. Deus tem compaixão de pecadores. Por isso, foi que o comissionou para pregar em Nínive. O recado final é no sentido de que ele volte a amar as pessoas. Não coloque os preconceitos acima da salvação. Volte a amar, mesmo aquelas pessoas estranhas a sua volta.



EM JONAS APRENDEMOS
1 - Deus é soberano e sempre realiza sua vontade

2 - É impossível qualquer tentativa para fugir de Deus

3 - Os preconceitos nos tornam sem amor pelos incrédulos

4 - Quando estamos em desobediência nos tornamos maldição onde quer que vamos

5 - Quando amamos os secundários, nossa vida se torna mesquinha e sem alegria.

6 - O caminho da desobediência sempre nos coloca em enrascadas

7 - Quão apaixonadamente Deus ama os pecadores
Livro de Jonas
Único livro das Escrituras Hebraicas que trata exclusivamente da comissão dum profeta de Deus para proclamar numa cidade não-israelita, e para ela, uma mensagem de destruição, proclamação que resultou no arrependimento desta cidade. As experiências relatadas neste livro eram exclusivas do seu escritor, Jonas, filho de Amitai. Evidentemente, sendo a mesma pessoa que o Jonas de 2 Reis 14:25, ele deve ter profetizado durante o reinado do Rei Jeroboão II, de Israel (c. 844-804 aC). Por conseguinte, é razoável situar os eventos registrados no livro de Jonas no nono século aC. 

Autenticidade. Devido ao caráter sobrenatural de muitos eventos mencionados no livro de Jonas, ele tem sido muitas vezes atacado pelos críticos da Bíblia. O aparecimento dum vento tempestuoso e sua rápida cessação, o peixe que tragou Jonas e três dias depois vomitou o profeta ileso, e o crescimento e a morte súbitos dum cabaceiro, têm todos sido rotulados de não-históricos, porque tais coisas não ocorrem hoje em dia. Tal alegação poderia ter base se o livro de Jonas afirmasse tratar-se de ocorrências comuns lá naquele tempo. Mas não o faz. Relata eventos ocorridos na vida de alguém especialmente comissionado por Deus. Por conseguinte, os que sustentam que tais coisas simplesmente não podiam ter acontecido devem negar, quer a existência de Deus, quer a Sua capacidade de influir nas forças naturais e na vida vegetal, animal e humana de modo especial, a bem de seu propósito.  Veja Mt 19:26.

Que espécie de criatura marítima era capaz de engolir Jonas?
No passado, uma alegação favorita era que nenhuma criatura marítima era capaz de engolir um homem. Mas este argumento não é válido. O cachalote, com enorme cabeça quadrada, que constitui cerca de um terço do seu comprimento, é plenamente capaz de engolir um homem inteiro. (Mammals of the World [Mamíferos do Mundo], de Walker, revisado por R. Nowak e J. Paradiso, 1983, Vol. II, p. 901) É interessante saber que a evidência indica que o porto marítimo de Jope antigamente era sede de baleeiros. Por outro lado, é possível que o peixe que engoliu Jonas tenha sido o grande tubarão-branco. Um destes foi apanhado em 1939, tendo no estômago dois tubarões inteiros de 2 m de comprimento  cada um do tamanho aproximado de um homem. E os grandes tubarões-brancos têm percorrido todos os mares, inclusive o Mediterrâneo. (Australian Zoological Handbook [Manual de Zoologia da Austrália], Os Peixes da Austrália, de G. P. Whitley, Sídnei, 1940, Parte 1  Os Tubarões, p. 125; The Natural History of Sharks [A História Natural dos Tubarões], de R. H. Backus e T. H. Lineaweaver III, 1970, pp. 111, 113) Deve-se notar, porém, que a Bíblia simplesmente declara: “Deus providenciou um grande peixe para engolir Jonas”, sem especificar que peixe era. (Jon 1:17) De modo que não se pode determinar exatamente de que “peixe” se tratava. De fato, o conhecimento que o homem tem das criaturas que habitam os mares e oceanos é bastante incompleto. A revista Scientific American (setembro de 1969, p. 162) comentou: “Como se deu no passado, maior exploração do domínio abissal sem dúvida revelará criaturas ainda não descritas, inclusive membros de grupos que há muito se considerava extintos.”

Alguns acham que a autenticidade do livro de Jonas está em dúvida porque não há nenhuma confirmação da atividade deste profeta nos registros assírios. Na realidade, porém, a ausência de tal informação não deve surpreender. Era costume de nações da antiguidade proclamar seus êxitos, não seus fracassos e suas humilhações, e também apagar tudo o que lhes fosse desfavorável. Além disso, visto que não se preservaram nem se encontraram todos os registros antigos, ninguém pode dizer com certeza que nunca tenha existido um relato dos acontecimentos do tempo de Jonas.

A falta de certos pormenores (tais como o nome do rei assírio, e o lugar exato em que Jonas foi vomitado em terra seca) tem sido citada como ainda outra prova de o livro de Jonas não ser história verídica. Esta objeção, porém, desconsidera que todas as narrativas históricas são relatos condensados, o historiador registrando apenas as informações que considera importantes ou necessárias para seu objetivo. Como o comentarista C. F. Keil observa apropriadamente: “Não existe sequer um dos historiadores antigos cujas obras possam ser consideradas tão completas assim: e os historiadores bíblicos visam ainda menos comunicar coisas que não tenham íntima relação com o principal objeto de sua narrativa, ou com o significado religioso dos próprios fatos.”  Commentary on the Old Testament (Comentário Sobre o Velho Testamento), 1973, Vol. X, Introdução a Jonas, p. 381.

Visto que a evidência arqueológica tem sido interpretada como indicando que os muros que cercavam a antiga Nínive tinham apenas cerca de 13 km de circunferência, afirma-se que o livro de Jonas exagera o tamanho da cidade, ao descrevê-la como requerendo uma caminhada de três dias para atravessá-la. (Jon 3:3) Esta, porém, não é uma razão válida para se questionar a referência bíblica. Tanto no uso bíblico como no moderno, o nome duma cidade pode incluir seus subúrbios. De fato, Gênesis 10:11, 12, mostra que Nínive, Reobote-Ir, Calá e Resem constituíam “a grande cidade”.

Não ter Jonas escrito na primeira pessoa tem sido usado para desacreditar o livro. Mas este argumento não leva em conta que era comum que os escritores bíblicos se referissem a si mesmos na terceira pessoa. (Êx 24:1-18; Is 7:3; 20:2; 37:2, 5, 6, 21; Je 20:1, 2; 26:7, 8, 12; 37:2-6, 12-21; Da 1:6-13; Am 7:12-14; Ag 1:1, 3, 12, 13; 2:1, 10-14, 20; Jo 21:20) Até mesmo antigos historiadores seculares, inclusive Xenofonte e Tucídides, fizeram isso. Todavia, é digno de nota que jamais foi questionada a genuinidade de seus relatos por tal motivo.

Com a sua declaração inicial, “começou a vir a haver a palavra de Deus”, o livro de Jonas afirma proceder de Deus. (Jon 1:1) Os judeus, desde os tempos mais antigos, têm aceito como genuíno este e outros livros proféticos com introdução similar. (Je 1:1, 2; Os 1:1; Miq 1:1; Sof 1:1; Ag 1:1; Za 1:1; Mal 1:1) Isto, em si, fornece um bom argumento em favor da sua autenticidade. Como tem sido observado: “É, com efeito, inconcebível . . . que as autoridades judaicas tivessem recebido tal livro no cânon da Escritura sem a evidência mais conclusiva de sua genuinidade e autenticidade.”  The Imperial Bible-Dictionary (O Dicionário Bíblico Imperial), editado por P. Fairbairn, Londres, 1874, Vol. 1, p. 945.
Ademais, este livro está em completa harmonia com o restante das Escrituras. Atribui a salvação a Deus (Jon 2:9; compare isso com Sal 3:8; Is 12:2; Re 7:10), e a narrativa ilustra a misericórdia, a longanimidade, a paciência e a benignidade imerecida de Deus ao lidar com humanos pecaminosos.  Jon 3:10; 4:2, 11; compare isso com De 4:29-31; Je 18:6-10; Ro 9:21-23; Ef 2:4-7; 2Pe 3:9.

Outra evidência que testifica a autenticidade deste livro da Bíblia é sua candura. Não encobre a atitude imprópria de Jonas para com sua comissão e para com a medida tomada por Deus, de poupar os ninivitas.

A evidência mais conclusiva, porém, é suprida pelo próprio Filho de Deus. Disse ele: “Nenhum sinal . . . será dado [a esta geração], exceto o sinal de Jonas, o profeta. Porque, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do enorme peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no coração da terra. Homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão; porque eles se arrependeram com o que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que Jonas está aqui.” (Mt 12:39-41; 16:4) A ressurreição de Cristo Jesus devia ser tão real quanto a libertação de Jonas do ventre do peixe. E a geração que ouvira a pregação de Jonas deve ter sido tão literal quanto a geração que ouviu o que Cristo Jesus disse. Homens míticos de Nínive jamais poderiam ressurgir no julgamento e condenar uma geração empedernida de judeus.

DESTAQUES DE JONAS
 As experiências de Jonas, quando foi designado para profetizar a um povo pagão, os habitantes de Nínive.
Foi escrito por volta de 844 aC, uns 100 anos antes de a Assíria levar Israel ao exílio.

A fuga de Jonas. (1:12:10)
Jonas é comissionado para avisar os ninivitas da ira de Deus, mas toma um navio que vai a Társis.
Levanta-se uma grande borrasca e suscita o temor dum naufrágio.
Os marujos temerosos clamam aos seus deuses, procuram aliviar o navio e então lançam sortes para saber por causa de quem enfrentam a calamidade.
A sorte recai em Jonas; ele manda que os marujos o lancem no mar, visto que a borrasca ocorre por causa dele.
Os marujos, não querendo fazer isso, procuram levar o navio de volta a terra; quando isto fracassa, lançam Jonas no mar; a borrasca cessa imediatamente.
Na água, Jonas é engolido por um grande peixe.
De dentro das entranhas do peixe, ele ora a Deus e promete pagar o que votou.
Finalmente, Jonas é vomitado em terra seca.

Jonas vai a Nínive. (3:14:11)
Deus manda novamente que Jonas vá a Nínive para proclamar o Seu aviso.
Jonas vai a Nínive e anuncia que a cidade será subvertida dentro de 40 dias.
Os ninivitas arrependem-se; conforme mandados pelo rei, cobrem seus animais e a si mesmos de serapilheira e clamam a Deus por misericórdia; Deus ‘deplora’ a predita calamidade.

Jonas fica furioso porque Nínive há de ser poupada; erige uma barraca fora da cidade, senta-se na sombra dela e espera os acontecimentos.
Deus faz surgir um cabaceiro e provê a Jonas uma bem-vinda sombra; no dia seguinte, um verme ataca a planta e ela seca; aproveitando a reação de Jonas a isso, Deus explica a Jonas por que Ele mostrou misericórdia para com os mais de 120.000 habitantes de Nínive.

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