Lição 03
DONS DE REVELAÇÃO
RUBER ALBERTO TADEU DE ARAÚJO
Supervisor
da Koinonia Comunidade Cristã
TEXTO ÁUREO
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo
para edificação” (1 Co 14.26).
VERDADE PRÁTICA
Os dons de revelação divina são indispensáveis a igreja da
atualidade, pois vivemos em um tempo marcado pelo engano.
COMENTÁRIO DO
TEXTO ÁUREO
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo
para edificação” (1 Co 14.26).
Nosso texto áureo está
inserido no capítulo 14 nos versículos 26 à 40 da Primeira Epístola do Apóstolo
Paulo aos Coríntios, quando ele exorta sobre a necessidade de ordem no culto.
Especificamente o versículo
26 é apontado pelos teólogos e estudiosos da Bíblia para duas situações ou
possibilidades:
-
Primeira possibilidade:
os cristãos da Igreja em Corinto procuravam exercer grande variedade de dons
espirituais, de ensinamentos, de falar em línguas, de cânticos, de cântico em
línguas, etc., e que cada qual agia de tal modo a abafar e ultrapassar aos
demais, isso transformava a liturgia da igreja bastante confusa, onde cada
irmão que exercitava seu dom espiritual, infelizmente procurava ser o centro
das atenções;
-
Segunda possibilidade:
Paulo estaria ensinando apenas como as coisas deveriam ser feitas, e, portanto,
que cada irmão deveria ser compreendido como uma pessoa diferente, no caso do
exercício de cada dom espiritual, ou seja, cada irmão que um entoe o seu hino,
outro ensine, outro faça uma revelação, outro fale em línguas, e que ainda
outro dê a interpretação, a fim de que o culto inteiro, assim organizado, vise
sempre o propósito primordial da edificação;
Segundo
o comentário da Bíblia de Ensino
Pentecostal parece que a segunda possibilidade seja a mais plausível:
O propósito principal de todos os dons
espirituais é edificar a igreja e o indivíduo (vv. 3,4,12,17,26). “Edificar”
(gr. Oikodomeo) significa fortalecer
e promover a vida espiritual, a maturidade e o caráter santos dos crentes. Essa
edificação é uma obra do Espírito Santo através dos dons espirituais, pelos
quais os crentes são espiritualmente transformados mais e mais para que não se
conformem com este mundo (Rm 12.2-8), mas edificados na santificação, no amor
de Deus, no bem-estar do próximo, na pureza de coração, numa boa consciência e
num fé sincera (ver. Cap. 13; Rm 8.13; 14.1-4, 26; Gl 5.16-26; Ef 2.19-22;
4.11-16; Cl 3.16; 1 Ts 5.11; Jd 20; ver 1 Tm 1.5 nota). (BÍBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL, 1995 , p. 1762).
No
nosso texto áureo (1 Co 14.26) está uma demonstração do que tinha na liturgia
da igreja primitiva: “Quando vos
ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação”.
“....cada um de vós
tem salmo,...” - os salmos são
cânticos, hinos, uma espécie de “Harpa Cristã” do Antigo Testamento. Assim como
na Sinagoga judaica, os salmos do Antigo Testamento eram entoados, na Igreja
Primitiva também se louvava a Deus com salmos, embora houvesse outras
composições musicais sacras, criadas pelos discípulos, podemos observar as
evidências de cânticos cristãos no Novo Testamento, como exemplo temos o
primeiro e segundo capítulo do Evangelho de Lucas, o prólogo do Evangelho de
João (Jo 1.1-14), ou partes dessa secção, além dos vários hinos existentes no
livro do Apocalipse, como certas passagens em Efésios 5.14 e 1 Timóteo 3.16,
que é bem provável que são porções de hinos cristãos citados.
Os cânticos congregacionais
são inspirados e no decorrer desses quase um século de movimento pentecostal no
Brasil, têm tocado profundamente nos corações do povo brasileiro, muitos se
converteram ao ouvir o hino 15, 151, 150 e outros. Os hinos da Harpa Cristã tem
sido instrumento poderoso de evangelização e missão. Outros cânticos cristãos
tem também contribuído para a expansão do reino de Deus. Porém, temos que
estarmos sempre vigilantes para que músicas e letras mundanas e nocivas venham
dessacralizar o patrimônio musical e espiritual da igreja do Senhor.
Cuidado com os “hinos e
louvores”, que não levam a direção da adoração a Deus, mas impulsionam os
sentimentos carnais e humanos. Cuidado com as “músicas” que despertam a carne
ao invés do espírito. Cuidado com as letras que enaltecem mais o homem e suas
obras, que o Criador dos céus e da terra.
Graças a Deus que os corais
das Assembleias de Deus continuam como a igreja primitiva cantando os salmos e
toda congregação continua na simplicidade da adoração em espírito e em verdade.
Nossos cultos devem ter por objetivo glorificar a Deus (Mc 12.28-29) e não
serem shows para atraírem pessoas.
Culto a Deus é serviço
sagrado e não show, o show pode até ser uma estratégia de evangelização, mas
jamais será um serviço plenamente sagrado. Um dos mais horrendos fenômenos da
igreja contemporânea é o emprego de música própria de clubes noturnos e
danceterias para efeito de diversão.
A música pode provocar
atitude de adoração, de reflexão intelectual, mas também pode despertar as mais
baixas paixões carnais, sendo assim, existem variações impróprias de músicas
para a igreja do Senhor. Portanto, a música deve servir de edificação e não de
entretenimento ou excitação carnal e mundana. Não se esqueça que na Babilônia a
música era usada para promover a idolatria (Dn 3.5).
“...tem
doutrina...”- em
algumas traduções se usa o termo “ensino”. A doutrina deve ocupar uma parte
muito importante na reunião dos crentes em Jesus. Hoje em dia homens sem temor
de Deus, utilizam os púlpitos para um festival de anedotas, piadas,
brincadeiras, suposições proféticas e outras esquisitices, a ausência da sólida
doutrina gera uma igreja raquítica, com muita aparência, mas pouco conteúdo. O
ministro do Senhor tem que ter sólido conhecimento doutrinário, conhecer as
Sagradas Escrituras, ministrar a divina palavra com temor e tremor.
Lamentavelmente, diversas igrejas possuem
ministros cujo conhecimento das Escrituras (e de outras disciplinas paralelas e
úteis) é extremamente superficial, parcial e fragmentário. O resultado da falta
de ensino na igreja gera atividades substitutivas, como programas, shows e
entretenimentos, as festas são desejadas pelas pessoas, porque elas participam
naquele momento, se emocionam e vão embora, esperando até o próximo ano a
exortação ministrada. Já o ensino, a exposição da doutrina, exige mudança de
caráter, de vida, de atitude, isso as pessoas carnais não estão dispostas a
fazer. Daí a necessidade e urgência do ensino (doutrina) nas igrejas.
Analisando a expresão “tem doutrina” a luz de 1 Co 14.26 encontramos:
1.-As explanações paulinas sobre os dons espirituais
demonstram a urgência da edificação, portanto do ensino, que é um dos
principais meios para esse serviço;
2.- Ensinar é parte da Grande Comissão, e
isso, por si mesmo, demonstra a importância do ensino (Mt 28.19-20);
3.- Ensino é alimento, a igreja que não
ensina, sofre de fanatismo, heresias, confusões, mal testemunho, imoralidade,
trata-se de uma igreja com atrofia espiritual.
A exposição da “doutrina” ou “ensino” é
vital e fundamental para a igreja cristã, no livro do profeta Oséias lemos: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento;
porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não
sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus,
também eu me esquecerei de teus filhos” (Oséias 4:6).
“...tem
revelação”
- Deus usa seus servos para
revelar, com o objetivo explícito da edificação, o fato de Deus revelar algo a
alguém não lhe dá a autorização de humilhar uma outra pessoa na frente da
congregação. Por exemplo: se Deus revelar a alguém que um irmão caiu em
adultério, cabe a pessoa, que recebeu a revelação a aconselhar diretamente a
pessoa caída, (inclusive se possível, antes compartilhar a revelação junto ao
seu pastor local e buscar orientação), já que o objetivo é para a edificação da
pessoa que infelizmente caiu, e não expô-la diante da congregação, humilhando-a
e toda a sua família, tal atitude não edifica a ninguém, mas apenas produz
traumas e mágoas.
Se Deus revelou algo a alguém é para
edificação e não para confusão, desconfiança, mágoas e tristezas. Quando isso
ocorre, percebemos que tal revelação não é proveniente do Senhor, mas pela
própria mente fecunda do “profeta” que foi egoísta e precipitado, não
considerando a família, a esposa ou esposo que é efetivamente a maior vítima e
nem a congregação, a Bíblia declara: “Tratando-se de
profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. Se, porém,
vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro. Porque todos
podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados.
O espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não
é confusão, sim de paz. Como em todas as
igrejas dos santos,” (1 Co 14.29-34 – grifo nosso).
Infelizmente o que encontramos atualmente
são pessoas que não querem que suas “profecias” sejam julgadas pelos demais
irmãos, mas querem ter o domínio da Igreja de Deus.
Outro aspecto importante para analisar é
o fato das irmãs serem mais sensíveis a espiritualidade, com isso muitas delas
com o tempo passam a manipular os demais com suas “profecias”, lamentavelmente
há casos de mulheres que querem presidir a igreja de Deus através de suas
“profecias”. Interessante é que o assunto relacionado as mulheres estarem
caladas na igreja de Corinto está dentro desse contexto, senão vejamos: “Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não
lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina.
Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio
marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. Porventura, a
palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio ela exclusivamente para vós
outros? Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento
do Senhor o que vos escrevo. E, se alguém o ignorar, será ignorado. Portanto,
meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em
outras línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”(1 Co 14.34) .
Este versículo de 1 Coríntios 14.34 pelo fato
de estar contextualizado entre o assunto dos dons espirituais ou seja entre os
versículos: 33 e 39 de 1 Co 14, aponta
para um sério problema na igreja de Corinto, alguma irmã, certamente usada por
Deus, deve ter se entusiasmado demais, e desejado presidir o serviço sagrado,
no entanto, para o contexto histórico da época, uma igreja de maioria judaica,
patriarcal, certamente causou problemas de autoridade, o que leva Paulo a
utilizar seu conhecimento rabínico, sua tradição judaica aplicada nas reuniões,
para controlar a situação: “...mas estejam
submissas como também determina a lei...”. Infelizmente,
muitas irmãs através de “profecias” e “revelações”, almejavam dirigir o serviço
sagrado, e isto gerou estranhamentos na igreja, obviamente, o contexto exige
que exista a figura do pastor na presidência do serviço sagrado na Igreja, além
do contexto histórico, onde a mulher não era ainda plenamente reconhecida como
um ser humano pleno.
De qualquer maneira, quem tem
esse dom deve utilizá-lo com muito temor e humildade, especificamente para
edificação espiritual.
“...tem línguas....” – essa era a vida e o culto da igreja primitiva, os crentes
eram batizados com o Espírito Santo e falavam outras línguas e se edificavam
com isso, como diz a palavra do Senhor “O que fala em outra
língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Co
14.4).
Essa passagem bíblica derruba
o argumento de que o dom de línguas teria sido um fenômeno passageiro e
específico para que a palavra de Deus fosse pregada para pessoas de outras
línguas como no dia do pentecostes em Atos 2.
Ao lermos a respeito do
ensino do apóstolo Paulo sobre o dom de língua estranha, fica patente que se
trata de um dom espiritual presente na igreja na era apostólica e que fazia
parte do cotidiano dos primeiros cristãos, isso é o que nos mostra
explicitamente o texto bíblico, daí a necessidade da ordem no culto, atualmente
denominações que tem dificuldade para ensinar sobre o capítulo 14 de 1
Coríntios, porque essas bênçãos não fazem parte de seus cultos, mas graças a
Deus, com muita humildade e temor podemos louvar ao Senhor por ter enriquecido a igreja com seus dons espirituais.
Interessando o comentário de Russel N. Champlin sobre esse assunto:
“...tem línguas...” - A despeito de seu
longo discurso sobre como a profecia é preferível ao dom de línguas, Paulo não deixa
de lado esse dom, daquilo que seria desejável nos cultos cristãos. As línguas
têm seu valor, e a igreja cristã necessita de todos os dons espirituais, tal
como um corpo precisa da função de todos os seus diversos membros. O dom
profético deve ser preferido, e o dom de línguas não deve ser exagerado e usado
como meio de vangloria; apesar disso, as línguas se revestem de valor, tanto em
público como, principalmente, privadamente. (CHAMPLIN, 1995, p. 227).
“...interpretação.” - embora o apóstolo
Paulo nos orienta a não proibir que os irmãos falassem em línguas estranhas: “...e não proibais o falar em outras línguas.”(1 Co 14.39 b),
ele nos ensina que durante o culto os irmãos devem ser sensíveis
ao Espírito Santo, Senhor e Guia da Igreja, por isso, assim declara a palavra
do Senhor: “No caso de alguém falar em outra língua, que
não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja
quem interprete. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando
consigo mesmo e com Deus”(1 Co 14.28 – grifo nosso).
Que ensino glorioso, o apóstolo Paulo não
está proibindo os irmãos de falarem em outras línguas, mas não havendo
intérprete que a pessoa que está falando em língua fique calada, de que
maneira? orando consigo mesmo e com Deus, em outras palavras orando
silenciosamente, orando em línguas e se edificando diante de Deus, mas
silenciosamente ou seja calada. O calado aqui não é parado, quieto, sem
comunhão, mas sim, silenciosamente em profunda comunhão com o Senhor: “...falando consigo mesmo e com Deus”(1 Co 14.28 b).
“...este traz revelação...” - Isso se refere particularmente ao exercício
do dom da profecia, porquanto uma revelação fala de algo dito por inspiração, e
não apenas da exposição de algum conhecimento previamente adquirido, conforme
se dá com o «ensino». O dom da «sabedoria» também pode estar aqui envolvido,
porquanto um discernimento profundo, nos mistérios e verdades de Deus, também
pode estar envolvido. Alguns estudiosos pensam que a «interpretação de línguas»
também deve ser incluída aqui, porquanto esse dom também é um tipo de revelação.
(Todos esses dons espirituais são descritos na introdução ao décimo segundo
capítulo). (CHAMPLIN, 1995, p. 227).
“Seja tudo feito para
edificação” – esse é o objetivo principal desse texto
áureo a palavra “edificação”, ou “decência e ordem”: “Tudo,
porém, seja feito com decência e ordem”(1 Co 14.40). O Culto a
Deus deve ter esse alvo, adoração ao Senhor, edificação do corpo, que é igreja,
e tudo deve ser feito com decência e ordem, pois isso glorifica a Deus. Um
culto exageradamente longo pode resultar em dano, pois não seremos ouvidos por
muito falar, aqui fica um alerta a todos os pregadores da Palavra.
O Serviço Sagrado para a edificação dos
crentes deve ser equilibrado, deve ter oração, louvor, testemunho, oferta e
Palavra, mas todos os crentes sabem que a Palavra de Deus deve ter seu tempo
privilegiado, portanto, todos os servos de Deus, que presidem o serviço
sagrado, devem estar em contínua oração, consagrado e santidade, para ser
sensível ao Espírito Santo, e saber presidir o santo culto, não para agradar
aos homens, mas a Deus.
Nada pode substituir a operação do
Espírito Santo na igreja, se o “profissionalismo” e as “diversões” chegarem a
substituir o ministério do Espírito, então o resultado será a ausência de
espiritualidade e a promoção da carnalidade.
Os dons espirituais são dados pelo
Espírito Santo, quando os dons espirituais estão ausentes, não existe qualquer
crescimento espiritual, pois o crescimento espiritual provém do Espírito Santo,
ministrador dos dons conforme lemos em Efésios 4.8.
Finalmente precisamos compreender que o
apóstolo Paulo nos ensina que a grande finalidade do culto Cristão, além
obviamente de adorar a Deus é a edificação. A igreja necessita ser edificada,
corrigida, consolada e instruída, a fim de que todos os seus membros s e
confirmem mais intimamente à imagem de Cristo. Esse é o propósito de todos os
dons espirituais; e isso Paulo enfatizou grandemente, por todo este capítulo,
basta observar atentamente os versículos 3-5; 7-9; 11, 12, 14, e quase todos os
outros versículos desde capítulo tem algo a ver com isso. Interessante também é
observarmos o comentário de Lawrence Richards em sua obra Comentário Bíblico do Professor:
Paulo transmitiu um ensinamento vital e claro a
respeito de uma questão que divide os crentes ainda hoje, da mesma forma que
incomodava a igreja primitiva. Nessa passagem, não encontramos nenhuma
autoridade para rejeitar o dom de línguas como uma manifestação válida do
Espírito Santo. Ao mesmo tempo, encontramos um corretivo acerca do destaque
excessivo dado a esse dom, que era visto como a evidência da presença do
Espírito Santo e o teste de espiritualidade. Mas uma vez Paulo, com muito tato,
leva os Coríntios – e a nós também – a aceitarmos os irmãos que diferem de nós,
destacando o papel essencial do amor. (RICHARDS, 2004, o, 995).
A respeito de como era a liturgia da
igreja nos primeiros séculos é importante apresentarmos aqui a descrição de Justino,
o mártir, do século II (ano 150), sobre a liturgia cristã dos primeiros tempos
a qual compartilhamos abaixo:
“...No
dia denominado dia do sol há uma reunião de todos aqueles que vivem tanto nas
cidades como no campo. Ali se dá a leitura das Memórias dos apóstolos, ou das
Escrituras dos Profetas até onde o tempo permite. Terminada a leitura o
presidente faz uso da palavra para nos admoestar e nos exortar à imitação e
prática dessas coisas admiráveis. Logo nos levantamos e oramos juntos.
Terminada a oração, no modo como já foi dito, traz-se pão e vinho com água. O
presidente dirige a Deus orações e ações de graça, o povo aquiesce com a
aclamação: Amém. E procede-se à distribuição dos elementos eucarísticos entre
todos, enviando-se também, mediante os diáconos, aos que estão ausentes. Os
irmãos que estão na abundância e querem dar, dão cada qual conforme lhe
aprouver. O dinheiro recolhido é entregue ao presidente, que o reparte entre
órfãos, viúvas, doentes, indigentes, presos e transeuntes; de todos aqueles que
necessitam de ajuda ele é um protetor. Reunimo-nos no dia do sol por ser o
primeiro dia da semana, dia em que Deus, afugentando as trevas e o caos, criou
o mundo, neste dia também nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou dentre os
mortos, pois crucificaram-no na véspera do dia de Saturno, e no dia posterior
ao dia de Saturno, ou seja, no dia do sol, Cristo apareceu aos apóstolos e
discípulos, ensinando-lhes estas coisas que, para vossa consideração, vos temos
transmitido” . Justino, c. 150, Apologia, I. LXV-LVII (BETTENSON, 1998, 31).
LEITURA DIÁRIA
1Rs 4.29-31 – Sabedoria concedida por Deus
2Rs 6.8-12 – Deus revela o oculto
1Co 12.8 – Sabedoria e ciência
Mt 2.12 – Proteção por divina revelação
Ef 1.17 – Espírito de sabedoria e revelação
Ap 1.1 – A revelação de Jesus Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios 12.8,10; Atos 6.8-10; Daniel 2.19-22.
1 Coríntios 12
8 - Porque
a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência;
10 - e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a
outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a
outro, a interpretação das línguas.
Atos 6
8 - E
Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 - E
levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus,
e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com
Estêvão.
10 - E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.
Daniel 2
19 - Então foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e
Daniel louvou o Deus do céu.
20 - Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o
sempre, porque dele é a sabedoria e a força;
21 - ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece
os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes.
22 - Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em
trevas; e com ele mora a luz.
INTERAÇÃO
Professor; nesta lição estudaremos a respeito dos dons de revelação.
Estes dons são concedidos à Igreja a fim de que ela seja edificada.
Estamos vivendo “tempos trabalhosos", necessitamos da sabedoria
que vem do alto, do poder de Deus.
Durante o preparo da lição, ore, peça que o Senhor conceda aos seus
alunos os dons de revelação.
Siga o exemplo de Paulo, pois sua oração em favor dos crentes de Éfeso
era: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação"
(Ef 1.17).
Deus deseja nos outorgar os dons de revelação, a fim de que sejamos
edificados e jamais venhamos a cair nas astutas ciladas do Maligno.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Analisar o dom da palavra da sabedoria.
· Compreender o dom da palavra da ciência.
· Saber a respeito do dom de discernimento dos espíritos.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para introduzir a lição, pois a
partir desta lição estudaremos, detalhadamente os dons, então é importante que
os alunos conheçam a classificação geral dos nove dons descritos no capítulo 12
de 1 Coríntios. Ao explicar o quadro, ressalte a semelhança que existe entre os
respectivos dons. Conclua explicando que todos os dons, independentemente da sua
classificação, são importantes e necessários para a edificação do Corpo de
Cristo.
RESUMO DA LIÇÃO
03
OS DONS DE REVELAÇÃO
I. PALAVRA
DA SABEDORIA
1.
Conceito.
2.
A Bíblia e a palavra de sabedoria.
3.-
Uma liderança sábia.
II. PALAVRA
DA CIÊNCIA
1.
O que é?
2.
Sua função.
3.-
Exemplos bíblicos da palavra da ciência.
III.
DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O
dom de discernir os espíritos.
2. As
fontes das manifestações espirituais.
3. Discernindo
as manifestações espirituais.
PALAVRA-CHAVE
REVELAÇÃO:
Ato pelo qual Deus revela aos homens os seus
mistérios, sua vontade.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O teólogo pentecostal Stanley Horton afirma que “a maioria dos estudiosos classifica os dons de 1 Coríntios 12.8-10 em
três categorias: revelação, poder e expressão, [tendo] três dons em cada
categoria".
Na lição desta semana estudaremos a respeito dos dons da “primeira
categoria”: os de revelação.
Estes são concedidos aos servos de Deus para o aconselhamento e
orientação da Igreja do Senhor.
CLASSIFICAÇÃO
GERAL DOS DONS - 1 Co 12
DONS DE REVELAÇÃO
DONS DE PODER DONS DE ELOCUÇÃO
Palavra da sabedoria Fé Profecia
Palavra do conhecimento Curar Variedade de línguas
Discernimento
de espíritos Operação de milagres Interpretação de línguas
I - PALAVRA DA SABEDORIA
1. Conceito.
O termo palavra exprime uma manifestação verbal ou escrita.
Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, sabedoria significa
“discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas”.
A sabedoria abordada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.8a
refere-se a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias
e em circunstâncias extremas e difíceis.
De acordo com Estevam Ângelo de Souza, “a palavra da sabedoria é a sabedoria de Deus, ou, mais
especificamente, um fragmento da sabedoria divina, que nos é dada por meios
sobrenaturais”.
2. A Bíblia e a palavra de sabedoria.
Embora na Antiga Aliança os dons espirituais não fossem plena e
claramente evidenciados como na Nova, alguns episódios do Antigo Testamento
vislumbram o quanto Deus conferia aos homens sabedoria do alto para executar tarefas
ou tomar decisões.
Um exemplo disso é a revelação e a interpretação dos sonhos de Faraó
através de José, o filho de Jacó (Gn 41.14-41).
Ele não apenas interpretou os sonhos de Faraó, mas trouxe orientações
sábias para que o Egito se preparasse para o período de fome que estava para
vir.
A habilidade do rei Salomão em resolver causas complexas, igualmente,
é um admirável exemplo de dom da sabedoria no Antigo Testamento (1 Rs 3.16-28;
4.29-34).
Em o Novo Testamento podemos tomar como exemplo de palavra da
sabedoria a exposição da Escritura realizada pelo diácono e primeiro mártir
cristão, Estevão.
O livro de Atos conta-nos que os sábios da sinagoga, chamada dos
Libertos, “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” (At
6.9,1 0).
3. Uma liderança sábia.
A palavra de sabedoria é de grande valor na tarefa do aconselhamento
pessoal e em situações que demandam uma orientação no exercício do ministério
pastoral
Entretanto, tenhamos cuidado para não confundir a manifestação desse dom
com o nosso desejo pessoal.
Lembremo-nos de que Deus manifesta os dons em nossas vidas segundo o
conselho da sua sabedoria, não da nossa.
Tenhamos maturidade e cuidado no uso dos dons!
SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria a que se refere 1 Coríntios 1 2.8 não é a
humana, adquirida mediante os livros ou nas universidades, mas sim uma
capacidade sobrenatural, divina, para tomar decisões sábias em circunstâncias
extremante difíceis.
II - PALAVRA DA CIÊNCIA
1- O que é?
Este dom muito se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de Deus,
fruto do resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos
mistérios de Deus conforme aborda Stanley Norton, em sua Teologia Sistemática
(CPAD).
Este dom também se relaciona à capacidade sobrenatural concedida pelo
Espírito Santo ao crente para este conhecer fatos e circunstâncias ocultas.
2. Sua função.
O dom da palavra da ciência não visa servir a propósitos triviais,
como o de descobrir o significado dos tecidos do Tabernáculo ou a identidade da
mulher de Caim, etc. isto é mera curiosidade humana, e o dom de Deus não foi
dado para satisfazê-la.
A manifestação sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a
vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do maligno.
3. Exemplos bíblicos da palavra da ciência.
Ao profeta Eliseu foram revelados os planos de guerra do rei da Síria.
Quando o rei sírio pensou em atacar o exército de Israel,
surpreendendo-o em determinado lugar, o profeta alertou o rei de Israel sobre
os planos inimigos (2 Rs 6.8-12).
Outro exemplo foi a revelação de Daniel acerca do sonho de
Nabucodonosor, quando Deus descortinou a história dos grandes impérios mundiais
ao profeta (Dn 2.2,3; 17- 19).
Em o Novo Testamento, esse dom foi manifesto quando o apóstolo Pedro
desmascarou a mentira de Ananias e Safira (At 5.1-11).
O dom da palavra da ciência não é adivinhação, mas conhecimento,
concedido sobrenaturalmente, da parte de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O dom da palavra da ciência não é para servir a propósitos
triviais. A manifestação sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a
vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do maligno.
III - DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O dom de discernir os espíritos.
É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a
origem e a natureza das manifestações espirituais.
De acordo com o termo grego diakrisis, a palavra discernir significa “julgar através de”; “distinguir”.
Ela denota o sentido de “se
penetrar da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos
motivos”.
Stanley Horton afirma que este dom “envolve
uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação á proteger-nos
dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos” (cf. 1 Jo4.1).
2. As fontes das manifestações espirituais.
Ao longo das Escrituras podemos destacar três origens das
manifestações espirituais no mundo: Deus, o homem e o Diabo.
Uma profecia, por exemplo, pode ser fruto da ordem divina ou da mente
humana ou ainda de origem maligna. Como saber?
Aqui, o dom de discernir os espíritos tem o papel essencial de
preservar a saúde espiritual da congregação.
Segundo nos ensina o pastor Estevam Ângelo, o “discernimento de espíritos não é habilidade para descobriras faltas
alheias”.
O dom não é uma permissão para julgar a vida dos outros.
3. Discernindo as manifestações espirituais.
A Palavra de Deus nos ensina que os espíritos devem ser provados (1 Jo
4,1).
Toda palavra que ouvimos em nome de Deus deve passar peio crivo das
Sagradas Escrituras, pois o Senhor Jesus nos advertiu sobre os falsos profetas.
Ele ensinou-nos que os falsos profetas são conhecidos pelos “frutos que produzem”, isto é, pelo
caráter (Mt 7.15-20).
Jesus conhece o segredo do coração humano, mas nós não, e por isso
precisamos do Espírito Santo para revelar-nos a verdadeira motivação daqueles
que falam em nome do Senhor.
O apóstolo João nos advertiu acerca do “espírito do anticristo” que já
opera neste mundo (1 Jo 4.3).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O dom de discernimento dos espíritos é uma capacidade
sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das
manifestações espirituais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Igreja de Jesus necessita dos dons de revelação para discernir entre
o certo e o errado, entre o legítimo e o falso.
Os falaciosos ensinos e as manifestações malignas podem ser
desmascarados pelo dom do discernimento dos espíritos.
Que Deus conceda à sua igreja dons de revelação para não cairmos nas
astutas ciladas do Maligno.
EXERCÍCIOS
1. De
acordo com a lição, defina sabedoria.
R. Discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas.
2. Cite
dois exemplos de sabedoria vinda de Deus no Antigo Testamento.
R. José e Salomão.
3. O
que é o dom da palavra da ciência?
R. Este dom se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de Deus, fruto
do resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos mistérios de
Deus.
4. Qual
é a função do dom da palavra da ciência?
R. Preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha
do Maligno.
5. Segundo
a lição, defina o dom de discernimento dos espíritos.
R. É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a
origem e a natureza das manifestações espirituais.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Uma Palavra
de Sabedoria
Trata-se de uma palavra (uma proclamação, uma declaração) de sabedoria
dada para satisfazer a necessidade de alguma ocasião [...]. Não depende da
capacidade humana nem da sabedoria natural, pois é uma revelação do conselho
divino. Mediante esse dom, a percepção sobrenatural, tanto da necessidade como
da Palavra de Deus, traz a aplicação prática daquela Palavra [...] ao problema
do momento.
Porque é uma palavra de sabedoria, fica claro que é concedida apenas o
suficiente para aquela necessidade. Este dom não nos enaltece para um novo
nível de sabedoria, nem nos torna impossibilitados de cometer enganos. [...].
Às vezes, este dom transmite uma palavra de sabedoria para orientar a Igreja,
assim como em Atos 6*2- 4; 15.13-21. É possível, também, que cumpra a promessa
dada por Jesus, que daria ‘boca de sabedoria a quem não poderão resistir nem
contradizer todos quantos se vos opuserem’ (Lc 21.15). A prova de que Jesus
falava em um dom sobrenatural (a palavra de sabedoria) é comprovada, quando
proibiu a premeditação do que diriam nas sinagogas ou diante dos tribunais (Lc
21.13,14). Isso certamente foi cumprido pelos apóstolos e por Estêvão (At
8.4-14,19-21, 6,9,10)” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no
Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.294).
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
‘Discernimento de espíritos
A expressão inteira, no grego, apresenta-se no plural. Este fato
indica uma variedade de maneiras na manifestação desse dom. Por ser mencionado
imediatamente após a profecia, muitos estudiosos o entendem como um dom
paralelo responsável por ‘julgar’ as profecias (1 Co 14.29). Envolve uma
percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação é proteger-nos dos
ataques de Satanás e dos espíritos malignos (cf. 1 Jo 4.1). O discernimento nos
permite pregar a Palavra de Deus e todos os demais dons para liberar o campo à
proclamação plena do Evangelho" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:
Uma perspectiva pentecostal. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.475).
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO
Os dons são capacidades inatas, adquiridas, ou é algo que vem direto
de Deus? Segundo Stanley Horton, "os dons são encarnacionais. Isto é, Deus
opera através dos seres humanos". Logo, são capacidades sobrenaturais
vinda d'Ele por intermédio do Espírito Santo. Deus colocou à disposição da
igreja muitos dons e todos são extremamente úteis para a edificação e exortação
dos crentes.
Para melhor estudar o assunto, os dons foram divididos em três
categorias: dons de revelação, de elocução e de poder. Nesta lição estudaremos
os dons de revelação: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento
de espíritos.
Palavra de Sabedoria
O que seria este dom? "Sabedoria" no grego é shophia e
segundo o Dicionário Bíblico Beacon quer dizer "julgamento de Deus diante
das demandas feitas pelo homem, especificamente pela vida cristã". Esta
sabedoria não é o resultado da capacidade cognitiva humana.
A sabedoria aqui é uma capacidade divina de julgar as questões
práticas do nosso dia a dia de maneira que o nome do Senhor seja exaltado. Todo
crente é exortado a buscarem Deus a sabedoria (Tg 1.5). Neste texto, segundo a
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Tiago está falando a respeito da
"habilidade de tomar decisões em circunstâncias difíceis". Logo,
também não diz respeito ao conhecimento adquirido pelo homem. Muitos homens são
dotados de grande capacidade intelectual, mas infelizmente desconhecem a Deus.
Sabedoria divina x sabedoria humana
Em 1 Coríntios 2.6, Paulo faz uma comparação, mostrando à igreja em
Corinto a diferença entre a sabedoria humana e a espiritual. Paulo mostra que a
razão humana não pode levar o homem à redenção dos seus pecados. Somos
redimidos pela fé em Cristo. A fé salvifica é um dom divino. O homem que não
aceita Cristo como Salvador não pode compreender a sabedoria de Deus revelada
em Jesus.
Dom da Palavra de Sabedoria
De acordo com Estevam Ângelo de Souza, "a palavra de sabedoria é
a sabedoria de Deus ou, mais especificamente, um fragmento da sabedoria divina,
que é dada por meios sobrenaturais". É uma capacidade vinda diretamente de
Deus, mediante a ação direta do Espírito Santo em nossas vidas. A liderança,
bem como todos aqueles que querem servir à Igreja de Cristo, deve buscar este
dom a fim de administrar e servir com excelência. A Bíblia nos mostra que os
diáconos eram homens cheios do Espírito Santo e que Estêvão, dispunha de tanta
sabedoria, que ninguém conseguia se sobrepor a ele durante a sua pregação (At 6.10).
REVISTA
ENSINADOR CRISTÃO CPAD, N° 58, P.37.
Os dons do Espírio Santo
É a manifestação do Espírito Santo no crente, capacitando-o com poder
para realizar uma tarefa segundo a vontade de Deus. A palavra “dons” vem do
grego “charismata”, derivada da palavra “charis” que significa “graça.” São,
portanto, dons pela graça de Deus e não algo que conseguimos ou merecemos.
Os dons espirituais são de grande
valor e merecem um cuidadoso estudo bíblico para se evitar desordens na igreja que afete sua unidade. Efésios
4.12-15 lemos sobre os propósitos dos dons os quais são:
·
Capacitar ou aperfeiçoar os santos
·
Promover a obra do ministério
·
Edificar o Corpo de Cristo. (A igreja).
Os dons espirituais também
proporcionam um conhecimento mais profundo de Cristo, e de toda a riqueza
espiritual disponível para desempenho da missão que ele tem em nossa vida.
Segundo a Palavra de Deus, conforme 1 Co 12.8-10 os dons do Espírito Santo são 9 e podem ser
assim classificados:
1. DONS DE
REVELAÇÃO (saber) – palavra de sabedoria, palavra
de ciência e discernimento de espíritos.
2. DONS DE PODER
(fazer): fé, cura e operação de milagres.
3. DONS DE
INSPIRAÇÃO (falar): profecia, variedades de
línguas.
1.
DONS DE REVELAÇÃO
1.1 Palavra de
sabedoria – É saber o que falar em determinada ocasião
(solucionar um problema específico) é um fragmento da sabedoria divina dada ao
crente. Não se trata de conhecimento humano ou inteligência. Exemplo: José Gn
41.38,39; Salomão e as duas mães. 1Rs 3.16-28, Josué Dt 34.9
1.2 Palavra de
ciência (conhecimento) – É uma revelação do que está
acontecendo no momento. Não se trata de adivinhação, fenômeno psíquico ou
telepatia e nem resultado de um profundo estudo teológico. Através desse dom a
igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades
bíblicas. É a penetração na ciência de Deus. Ef 3.3. Exemplo: Eliseu 2 Rs 6.12;
Aias 1 Rs 14.1-6; Em Atos 20.23 O Espírito Santo revelava a Paulo o que ia
acontecer.
1.3 Discernimento
de espíritos – É uma percepção sobrenatural
para conhecer a natureza de uma atividade espiritual. Serve para combater as
imitações, enganos e falsificações. (Ap 2.2; 1 Tm 4.1-4). Exemplos: o caso de
Ananias e Safira (At 5.1-11), Elimas, o mágico (At 13.6-12) e da jovem possessa
(At 16.17,18) Esse dom serve como um antídoto contra as heresias dos falsos
mestres.
2
DONS DE PODER
2.1 O dom da fé – E a confiança em Deus de um modo sobrenatural. Manifesta-se somente
em ocasiõesespeciais. Este dom movimenta os dons de cura e operação de
milagres. (Mt 17.20) Ele(a) sabe que Deus vai fazer o impossível, inclusive
quando outros crentes ao seu redor não crêem. Esta fé dá autoridade diante de
problemas como ocorreu com Josué. (Js 10.12) Elias (1Rs 18.33-35) Estêvão (At
6.8)
2.2 Cura – É uma solução divina para amenizar o sofrimento humano. Todas as
enfermidades estão sujeitas a cura divina. (Mt 10.8; Lc 4.18 19); O sacrifício de
Cristo trouxe-nos perdão, libertação e cura ( Is
53.4,5; Mt 8.16,17) . Ele delegou aos seus discípulos poder para curar enfermos
em seu nome. (Lc 10.9,17; At 3.6,16; 9.34; At 19.11,12)
2.3 Operação de
milagres (maravilhas) – É uma operação de poder que
ultrapassa as leis naturais. Exemplo:Ex 15.21,22 – a travessia do Mar Vermelho;
Mt 8.26 - Jesus acalma a tempestade; Jo 11.43 - A ressurreição de Lázaro. A
operação deste dom gera confiança e autoridade especial. (Mt 8.27)
3.
DONS DE INSPIRAÇÃO
3.1 Profecia – O objetivo deste dom é falar aos homens em nome de Deus. Não pode
ser confundida com pregação embora a pessoa possa profetizar enquanto prega.
Seu objetivo é a edificação da igreja e está sujeito ao julgamento da mesma.
Não é adivinhar a sorte, prever o futuro ou tornar realidade o desejo de
alguém. (Ez 13.3). Todos podem profetizar, porém no culto apenas dois ou três
devem profetizar. Nunca devem profetizar ao mesmo tempo para não afetar a ordem
do culto. (1 Co 14.26-33) Toda profecia que contraria o ensino das Escrituras
deve ser classificada como falsa, razão pela qual as profecias devem ser
julgadas. (1 Co 14.1-40)
3.2 Variedade de
línguas – As línguas estranhas como sinal são dirigidas
a Deus são ilimitadas. O dom de variedades de línguas é dirigido à igreja e não
é dado a todos que são batizados no Espírito Santo. Tudo depende da soberania,
do propósito e da vontade do Espírito Santo. (1Co 12.11) Tem que ser
acompanhado de interpretação e é equivalente a uma profecia. O dom de
interpretação não existe sozinho. Serve para explicar o que foi dito em
línguas. Não é uma tradução lingüística, pois a linguagem não é lógica. Veja 1
Coríntios 14.
Observações: 1. Dons espirituais e fruto do Espírito Santo Dons
e Fruto ambos denotam a habitação do Espírito, mas os dois não são a mesma
coisa, os propósitos diferentes. Os dons são serviços para serem prestados aos
outros, enquanto que o fruto do Espírito Santosão traços característicos da pessoa de Cristo implantado no crente
mediante a obediência à Palavra.
2. Dons espirituais
e Talentos Que diferença há entre um dom espiritual e um
talento? Todos nós nascemos com certos talentos, ou seja, habilidades naturais
para realizar muitas tarefas na igreja. Um professor secular ao se
converter pode se tornar “espiritual” e assim ganha a capacidade para ministrar
para a igreja com o mesmo talento, mas os dons do Espírito Santo são sobrenaturais.
Através dos dons espirituais o mundo há de reconhecer que Deus está no meio
dela. Primeiramente Deus opera em nós o novo nascimento espiritual (que são
evidenciados pelo fruto do Espírito que é a conversão) e através do batismo no
Espírito Santo podemos receber os dons espirituais.
3. Manifestações Conforme 1 Coríntios 12:7 o dom espiritual é uma “manifestação do
Espírito.” Então eles são manifestados e não que tenhamos controle sobre eles,
pois afinal o Espírito Santo é soberano. Para concluir, o exercício dos dons
espirituais demonstra em suma, como o Espírito Santo é visto. Uma das maiores
bênçãos que podemos desfrutar é quando os membros de uma igreja exercitam os
dons uns para com os outros. Um dom espiritual não é apenas uma habilidade para
servir, ele é um canal pelo qual o Espírito Santo ministra ao corpo. E fazendo
parte da como igreja, como o corpo de Cristo, torna-se um grande privilégio
Deus escolher ministrar ao Seu povo através de nós. É simplesmente
incomparável.
_______________________________________________________________
“Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em
ti pela imposição das minhas mãos.” (2 Timóteo 1.6)
Dons Espirituais
Quando Paulo iniciou o décimo segundo
capítulo da carta aos Coríntios, tinha uma preocupação quanto à ignorância dos
cristãos daquela cidade sobre os dons espirituais. ?Não quero, irmãos, que
sejais ignorantes a respeito dos dons espirituais?. (I Co. 12:1). Ainda hoje a
Igreja do Senhor continua em dificuldades a respeito deste assunto tão
polêmico. Em algumas igrejas o assunto é esquecido e proibido falar, enquanto
em outras , o excesso ultrapassa até o ensino bíblico. Como a carta não foi
direcionada a uma pessoa em particular, mas para a igreja de Corinto na sua
totalidade, o conhecimento dos dons espirituais faz parte do crescimento
espiritual do Corpo de Cristo. Assim como os cincos sentidos do homem ? Olfato,
paladar, visão, audição e tato ? o fazem entrar em contato com o mundo ao seu
redor, os noves dons espirituais faz o cristão entrar em contado com o mundo
espiritual. Uma pessoa sem um dos sentidos é conhecida como ?deficiente
físico?, uma igreja sem os dons é conhecida como ?deficiente espiritual?. Paulo
faz uma lista de nove dons colocados em três grupos, mas inseparáveis:
1º) Dons de Revelação ou Conhecimento - São três que revelam algo:
a)
Dom
da Palavra de Sabedoria;
b)
Dom
da Palavra do Conhecimento;
c)
Dom
de discernimento de Espíritos.
2º) Dons de Expressão Vocal ou Falar
- São três que dizem algo:
a) Dom de Profecia;
b) Dom de variedades de línguas;
c) Dom de interpretações de
línguas.
3º) Dons de Realizar ou Poder - São três que fazem algo;
a) Dom da fé;
b) Dom de operações de milagres;
c) Dons de curar. (Não existe o dom da
cura). Este dom está no plural.
DOM DA PALAVRA DE SABEDORIA
Definição: O Espírito Santo revela de modo sobrenatural o
plano e qual o propósito de Deus ao individuo para o futuro, através de uma
Palavra de sabedoria. É uma palavra somente, e não toda a sabedoria de Deus,
pois é impossível para o ser humano ter toda a sabedoria. Devemos entender que
não se trata da sabedoria natural que o homem utiliza para o dia a dia, pois
essa Tiago 1:5 diz que podemos pedir que Deus dá a todos liberalmente. A Bíblia
fala de três tipos de sabedoria : l) Aquela que chamamos de Sabedoria humana
para as questões da nossa vida; 2) A sabedoria Satânica usada para o mau e 3) A
Sabedoria de Deus que usamos para engrandecer o Criador. De acordo com a
Palavra de Deus esse dom atua em conjunto com o dom do conhecimento. (Atos:
9:10-16, 11:28-30;). Sabemos que nos últimos dias o dom da palavra de Sabedoria
estará atuando grandemente no seio da Igreja do Senhor.
DOM DA PALAVRA DO CONHECIMENTO
Definição: É uma revelação sobrenatural do Espírito
Santo ao ser humano de fatos e informações que seriam impossíveis de serem
conhecidos se não fossem liberados da mente de Deus e pode envolver pessoas, lugares
e objetos.É uma palavra de conhecimento do presente ou de alguma coisa do
passado que Deus quer revelar, para que seu nome seja engrandecido e
glorificado. Observe que é ?palavra?, não todo conhecimento. Deus só quer
revelar uma pequena porção, por isso é chamado de ?palavra do conhecimento?. Só
Deus possue todo conhecimento e através desse dom traz a luz aos seus filhos
aquilo que Ele deseja que saibamos. (Atos 10:9-20; João 4).
Não pode ser confundido com o
conhecimento que obtemos através de habilidades naturais, estudos ou
experiências, pois é unicamente ?manifestação do Espírito?. (I Co. 12:7).
DOM DO DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
Definição: Habilidade conferida pelo Espírito Santo para
reconhecer a identidade dos espíritos que estão envolvidos nas atividades
terrenas, bons ou maus É um dom que traz clareza a igreja do Senhor, traz a luz
as confusões e orienta. Tem como propósito proteger, guardar, guiar e alimentar
os Filhos de Deus. (Atos 16:16-18). Hoje estamos passando por manifestações
sobrenaturais e muitas vezes o povo de Deus não sabe de onde vem, se de Deus ou
do diabo. Nem todo milagre está vindo de Deus pois Satanás também é um espírito
sobrenatural. Este dom não é liberado para julgamento do próximo,(Mt. 7:1), nem
para achar falhas de caráter nas pessoas, mas unicamente para discernir os
espíritos. Não se engane, quem possue esse dom não fica a tentar conhecer as
pessoas interiormente. É uma farsa! Este dom é acompanhado pela habilidade
divina para resistir aos espíritos e sair vencedor.
O DOM DA FÉ.
Definição: É a liberação dada pelo Espírito Santo de Deus para
que aquele que crê possa receber os milagres em sua vida cristã. Crer em Deus
para aquelas causas impossíveis sabendo de antemão que esta é a vontade divina
e que a resposta é certa. Para você entender com clareza, precisa saber que a
Bíblia fala de quatro tipos de fé.
1) Fé Salvadora ( João 1:12; Ef. 2:8).
A fé que nos faz entrar no Reino de Deus.
2) Fé Geral. (Rm. 12:3). Fé que cada
servo de Deus possue e pode ser aumentada conforme se alimenta da Palavra de
Deus e pratica, receber o Batismo com o Espírito Santo, resposta de oração,
cura. Etc.;
3) O fruto da fé (Gl. 5:22,23). A
fidelidade é como um fruto que cresce na vida do cristão para colocá-lo num
patamar espiritual esperado por Deus para nossas vidas.
4) O Dom da fé (I Co. 12:9). Observe
que este dom não é para todos, mas somente para aqueles que o Espírito Santo
quer. Podemos dizer que se trata de uma fé especial que Deus concede aos seus
para que possam receber milagres. (Gl. 3:5).
O DOM DA OPERAÇÃO DE MILAGRES.
Definição: É uma intervenção sobrenatural às leis da
natureza mediante o Espírito Santo. Sendo o Cristianismo fundamentado
unicamente no sobrenatural, podemos acompanhar na Bíblia as manifestações
miraculosas através de pessoas que cooperaram com Deus. Sem os milagres a
igreja não anuncia um evangelho completo (Hb. 2:4). Os milagres acontecem
quando o homem é dirigido pelo Espírito Santo e obediente a vontade divina. Os
propósitos dos milagres são para a edificação e fortalecimento da fé, atua na
libertação e cuidado do povo de Deus na terra. Assim como Jesus atraia
multidões através dos milagres operados, a Igreja do Senhor deve prosseguir da
mesma maneira. Os milagres acompanharão aos que crêem. (Mc. 16-15-20).
OS DONS DE CURAS
Definição: É o único dom que está no plural, pois opera
em vários níveis de curas, pois existem vários tipos de doenças e enfermidades.
Sempre acompanhado por uma medida do dom da fé e também pelo dom da palavra do
conhecimento, os dons de curar é uma habilidade dada pelo Espírito Santo para
que o corpo humano seja liberto das enfermidades. Faz parte do evangelho pleno,
completo, onde as pessoas são salvas, curadas, libertas, transformadas e passam
a desfrutar da vida eterna. A cura pode ser instantânea (Mt. 8:3), pode ocorrer
também através da comunhão (I Co. 11:27 a 34). Quanto mais a igreja estiver
unida num só corpo espiritual, menos probabilidade de doenças haverá no seu
seio. Se você possui grande compaixão por aqueles que estão doentes e sofrendo
qualquer tipo enfermidades, é possível possuir os dons de curas. O propósito
deste dom é para que o povo do Senhor tenha saúde total: corpo, alma e
espírito. É importante que você fique sabendo que a enfermidade não provém de
Deus e sim de Satanás. (Atos 10:38) Leia Ex. 15:25,26; SL 103:2,3; 105:37; Is.
53:4 e 5; III João 2.
O DOM DA PROFECIA
Definição: O dom da profecia é o mais importante dos três dons
da fala, pois é necessário o dom de variedades de línguas e o dom de
interpretação de línguas para igualar-se ao dom da profecia. (I Co.14:5). A
profecia é transmitida numa língua conhecida e conforme a Palavra de Deus em I
Co. 14:3, tem como propósito edificar, exortar e consolar. Edificar significa
construir, erguer com pedras no lugar pré-estabelecido. Exortar significa
encorajar, aconselhar e prevenir. Consolar significa confortar com meiguice.
Quem profetiza fala em nome de Deus. Paulo aconselha a Igreja de Cristo a
buscar o dom da profecia, pois quem profetiza fala o recado de Deus aos homens.
Biblicamente sabemos que existe o dom da profecia e o ministério do profeta.
Observe que no simples dom da profecia não existe revelação. Aquele que possue
o ministério profético vemos com freqüência a revelação ser utilizada, porque
existem mais dons envolvidos, como Palavra de sabedoria e Palavra de
conhecimento. Conforme vimos acima, esses dons fazem parte dos dons de
revelação. Atos 21:8-11 relata um exemplo claro do dom comum da profecia e do
ministério profético. As sete filhas de Filipe possuíam o dom da profecia,
portanto edificavam, exortavam e consolavam. Nenhuma delas entregou uma
mensagem para Paulo do que iria ocorrer em Jerusalém. Para isso Deus enviou
Ágabo, homem com ministério profético, possuidor dos dons de revelação para
avisar Paulo o que iria acontecer alguns dias futuro. Pegou o cinto de Paulo e
amarrou suas próprias mãos e pés, entregando a profecia em seguida: ? Assim os
judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o entregarão nas mãos dos
gentios? At.21:11. Pregar não é profetizar, embora quem prega também pode ser
usado pelo Espírito Santo para profetizar. Precisamos ter cuidado para não
abusar deste dom tão importante.
O DOM DE VARIEDADES DE LINGUAS
Definição: É a expressão vocal ou habilidade dada pelo
Espírito Santo para que haja comunicação numa língua desconhecida. É o mais
polêmico de todos os nove dons, pois a maioria dos cristãos desconhece que a
Bíblia apresenta três categorias de línguas. Em primeiro lugar a Bíblia fala
das línguas que todo crente fala quando recebe o Espírito Santo. (At.2:4-6;
10:45 a 47 e 19:6). Depois fala das línguas usadas freqüentemente para a
comunhão pessoal com o Criador. (I Co. 14:1 -4 ; Romanos 8:26; Efésios 6:18 e
Judas 20). E por último as línguas faladas quando a igreja está reunida para
comunicar ao Corpo alguma mensagem por meio da interpretação de línguas, o que
chamamos de dom de variedades de línguas. (I Co. 12:10; 14:5; 21-22). Foi
exatamente isso que o Senhor revelou a Paulo para corrigir a Igreja de Corinto.
Em Marcos 16:17 o próprio Senhor deixou claro que os salvos falariam novas
línguas. O dom de variedade de línguas é para a edificação do Corpo de Cristo,
desde que seja interpretada, senão não há mensagem alguma a não ser para quem
está falando. Ninguém saberá o que Deus está querendo dizer. Agora, o
enchimento do Espírito Santo, que é a primeira língua que Paulo disse que todos
deveriam falar, é para edificação individual e não do Corpo de Cristo. O dom de
variedades de línguas tem também como propósito ser um sinal ao incrédulo. (I
Cor. 14:21-22). Variedades de línguas com interpretação equivalem a profecia. O
dom de variedades de línguas não é para todos na igreja, mas o enchimento do
Espírito Santo é para todos. (I Co. 14:27,28 ? 14:5).
O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LINGUAS
Definição: É uma revelação sobrenatural do Espírito Santo
dando um significado daquilo que está sendo falado em variedades de línguas.
Jamais pode ser uma tradução, pois vemos servos de Deus falando em variedades
de línguas alguns minutos e quando a interpretação é feita, somente algumas
palavras são ditas, ou vice-e-versa. Veja o exemplo em Daniel 5:25. A mão
escreveu na parede: MENE,MENE,TEQUEL E PARSIM. A interpretação foi nove vezes
maior. A interpretação de variedades de línguas na nossa vida particular de
oração e simplesmente extraordinária. Imagine voce saber o que está orando em
línguas, sendo o falar em línguas um mistério com Deus? Não há nenhuma
interrupção, não há ninguém entendendo (muito menos os demônios). Tenho certeza
que Deus, algumas vezes, quer que saibamos o que estamos orando, pois isso já
aconteceu comigo. Você ora em línguas e o Espírito Santo usa você mesmo para
interpretar. Esta é a intimidade que Deus quer ter conosco, mas infelizmente o
diabo tem mantido muito crente prisioneiro referente a este importante assunto
bíblico. Veja o quanto você já perdeu em não falar em línguas. Além do aspecto
particular, o Espírito Santo pode levantar você com o dom de interpretação de línguas
na igreja, perante o Corpo de Cristo. O Espírito Santo deixou bem claro que
tudo seria com decência e ordem. (1 Co. 14:40). Jamais podemos sair da reunião
confusos, pois Deus não é Deus de confusão, mas de paz. (I Co. 14:33). Tudo que
fazemos para o Senhor é feito para a edificação (I Co. 14:26) e não para a
destruição. Quem destrói é o diabo, pois ele veio para matar, roubar e destruir
, mas Jesus veio para nos dar vida e vida em abundancia. Procure uma igreja
verdadeira onde a Palavra de Deus é ensinada e que o Espírito Santo esteja
presente, senão teremos mais uma igreja? deficiente espiritual?.
Subsídio
da Lição: Dons de Revelação.
A verdade prática afirma que os dons de revelação são indispensáveis à
igreja da atualidade. Os dons de revelação são divididos em três: palavra
da sabedoria, palavra da ciência e discernimento de espíritos. Os dons de revelação manifestam o saber de
Deus. Estes dons são outorgados para
que haja aconselhamento e orientação à igreja do Senhor.
Logo, os dons de revelação
demonstram o agir provedor de Deus para com a sua igreja. Os decretos de Deus
se resumem em um número de quatro; criação, providência, remissão e consumação.
A providência de Deus no uso dos
dons se concretiza por Deus conduzir sua igreja segundo o seu querer.
I – PALAVRA
DA SABEDORIA.
1- Conceito.
2- A Bíblia
e a palavra de sabedoria.
3- Uma
liderança sábia.
Comentário:
O dom da palavra da sabedoria
corresponde “a uma
capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias
extremas e difíceis”.
No contexto bíblico três
personagens do Velho Testamento são considerados os mais sábios homens que já
existiram na terra. E estes homens foram José, Salomão e Daniel.
José foi o escape para o Egito,
pois era homem sábio em quem o Espírito Santo habitava (Gn 41.38,39).
Salomão teve a oportunidade de
escolher o que bem quisesse, porém pediu a Deus sabedoria para governar o povo
de Israel.
Já Daniel foi um dos
administradores do império persa, e isto, tornou se possível pelo dom da
Sabedoria.
Deus em sua infinita bondade
outorga dons espirituais aos homens para que outros tantos sejam abençoados.
Não é ao contrário com o dom da Palavra da Sabedoria. Deus outorga para que pelo dom de um até mesmo uma
nação seja abençoada. O exemplo bem claro está em José.
Bons
conselhos vêm de pessoas que possui conformidade com Deus. A boa liderança é
refletora dos conselhos divinos. E os bons conselhos vêm de Deus e são
transmitidos por pessoas especiais.
II – PALAVRA
DA CIÊNCIA.
1- O que é?
2- Sua
função.
3- Exemplos
bíblicos da palavra da ciência.
Comentário:
O dom da Palavra da Ciência
corresponde com o resultado da iluminação do Espírito Santo proporcionando ao
cristão o conhecimento a respeito das profundezas da Escritura Sagrada e também
o conhecimento de fatos e circunstâncias atuais que estão ocultos.
A finalidade deste dom é outorgar
escape à igreja do Senhor, e não tornar do detentor do dom, um status pessoal
para culto.
Jesus em seu ministério público
demonstrou que possuía o dom da Ciência quando conversava com a mulher
samaritana, e isto quando disse a ela “tivesse cinco maridos”.
Outros exemplos são:
Eliseu ao notificar ao rei de
Israel os planos do governador sírio (2 Rs 6.8-12).
Samuel ao informar ao jovem Saul
a respeito da localização das jumentas (1 Sm 9.15-20).
Outro exemplo e no Novo
Testamento é de Pedro que pela ciência de Deus desmentiu a ação de Ananias e
Safira (At 5.3-10).
III – DISCERNIMENTO DOS
ESPÍRITOS.
1- O dom
de discernir os espíritos.
2- As
fontes das manifestações.
3-
Discernimento as manifestações espirituais.
Comentário:
As manifestações espirituais possuem
com origem três meios específicos: humana ou carnal, diabólica e divina.
A manifestação humana ocorre por
meninice. Há pessoas que por buscarem admiração da parte da igreja se
apresentam como detentores de dons espirituais. Estes querem a atenção para si,
e não querem servir a Deus e nem tão pouco querem servir ao próximo.
Já a manifestação diabólica ocorre
com o objetivo de enganar o cristão. Satanás como ladrão tem missão tríplice:
roubar, matar e destruir.
Já a manifestação de Deus não produz
confusão, pois esta liberta, edifica, uni os membros entre si, e fortalece a
noiva de Cristo.
Por fim, o dom da Palavra da
Sabedoria é a capacitação do crente para a tomada de decisões. Já o dom da
Palavra da Ciência é a revelação de fatos já ocorridos ou de fatos ocultos. E o
dom de discernimento de espíritos permite que a igreja de Deus não seja
enganada.