LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD JOVENS 1º Trimestre de 2019
Título: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do
povo de Deus no deserto no livro de Números – Comentarista: Reynaldo
Odilo
Lição
2: Os
preparativos para a conquista
TEXTO DO DIA
“Os filhos de Israel assentarão as
suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as insígnias da casa de
seus pais; ao redor, defronte da tenda da congregação, assentarão as suas
tendas” (Nm 2.2).
SÍNTESE
O povo de Deus deve viver em unidade,
santidade, e também deve conhecer sua força e preparar-se para os embates da
vida; sabendo, especialmente, que a vitória vem do Senhor.
AGENDA DE LEITURA
Pv 21.31 - O cristão deve se preparar para a batalha
At 17.30 – Deus não leva em conta os tempos da ignorância
1Co 14.40 – O cristão deve fazer tudo com decência e ordem
Hb 11.24 – O cristão precisar reconhecer a quem pertence
At 20.24 – O cristão deve ter uma vida de serviço
1Pe 1.16 – O cristão deve ter uma vida de santidade
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· APRESENTAR o
modelo social criado por Deus para os hebreus;
· EXPLICAR como
se deu o processo da formação da identidade nacional;
· MOSTRAR o
cuidado de Deus para com a vida espiritual dos hebreus ainda no deserto.
INTERAÇÃO
Professor(a), é imprescindível que
haja um bom relacionamento entre os docentes de uma mesma classe, pois isso
influencia diretamente no trabalho a ser realizado, como veremos nesta lição.
Assim, a interação com seu(s) colega(s) docentes, logo no início do trimestre,
será importantíssimo, a fim de ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema da
revista, desenvolver estratégias e atividades para a classe. Invista tempo na
construção de laços de amizades “em volta da Arca da Aliança”, pois trará um
senso de propósito, unidade e pertencimento ainda mais forte. Com isso, será
possível realizarem muito mais pela classe, uma vez que, ao planejar as
atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos, ninguém ficará
sobrecarregado e o trabalho será bem mais produtivo e dinâmico.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Caro(a) professor(a), é importante
que você utilize recursos didáticos em suas aulas, pois eles facilitam a
aprendizagem. Por isso, procure apresentar gravuras a respeito dos costumes
daquele tempo, tanto em Israel como no Egito, local da formação cultural daqueles
mais de dois milhões de ex-escravos. Também é interessante a exibição de
pequenos vídeos extraídos da internet, tudo isso para contextualizar, ainda
mais, os alunos. Certamente será muito estimulante, para eles, compreenderem as
circunstâncias históricas da lição. Faça, com criatividade que Deus lhes
concedeu, com que seus alunos passem entre as tendas do acampamento hebreu.
Ore, peça a Deus estratégias para que cada lição alcance a mente e o coração
dos seus alunos.
TEXTO BÍBLICO
Números 1.1-4,18,19,52,53.
1 — Falou
mais o SENHOR a Moisés, no deserto do Sinai, na tenda da congregação, no
primeiro dia do segundo mês, no segundo ano da sua saída da terra do Egito,
dizendo:
2 — Tomai
a soma de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas gerações,
segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes de todo varão, cabeça
por cabeça;
3 — da
idade de vinte anos para cima, todos os que saem à guerra em Israel, a estes
contareis segundo os seus exércitos, tu e Arão.
4 — Estará
convosco de cada tribo um homem que seja cabeça da casa de seus pais.
18 — e
ajuntaram toda a congregação no primeiro dia do segundo mês, e declararam a sua
descendência segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número
dos nomes dos de vinte anos para cima, cabeça por cabeça;
19 — como
o SENHOR ordenara a Moisés, assim os contou no deserto do Sinai.
52 — E
os filhos de Israel assentarão as suas tendas, cada um no seu esquadrão e cada
um junto à sua bandeira, segundo os seus exércitos.
53 — Mas
os levitas assentarão as suas tendas ao redor do tabernáculo do Testemunho,
para que não haja indignação sobre a congregação dos filhos de Israel; pelo que
os levitas terão o cuidado da guarda do tabernáculo do Testemunho.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Os
israelitas permaneceram no deserto do Sinai (após a história narrada em Êxodo),
mas o lugar da manifestação de Deus tinha migrado do monte para a planície do
deserto (Nm 3.14), onde estava o tabernáculo (erguido um mês antes — Êx 40.17;
Nm 1.1). Nesse cenário, Deus levantou líderes para guiar o seu povo: Moisés,
Arão (Nm 1.1,3) e um líder de cada tribo de Israel (Nm 1.4). O Senhor
mencionou-os nominalmente (Nm 1.5-15), declarando, que eles seriam “príncipes
das tribos de seus pais” (Nm 1.16).
Os
hebreus tinham potencial para conquistar o território de Canaã, mas lhes faltou
humildade, obediência e fé, para seguirem até o fim. Todos aqueles líderes,
nomeados por Deus, e seus companheiros, morreram no deserto. Começaram bem, mas
terminaram mal. Por isso, os fatos narrados em Números devem ser cuidadosamente
observados, pois trazem graves advertências para todos.
I. CRIANDO A ORDEM SOCIAL
1.
Censo para a guerra. O
livro de Números começa com o Senhor determinando a contagem dos israelitas
aptos para a guerra, expressão repetida várias vezes em Números 1.
O
Senhor estava revelando, assim, que haveria guerras, pois os inimigos
continuariam colocando obstáculos ao projeto de Deus, aliás, os israelitas já
tinham lutado e vencido uma batalha contra os amalequitas
(Êx
17.8-16).
Interessante
que, mesmo com a promessa de Deus “[…] a tua semente possuirá a porta dos seus
inimigos” (Gn 22.17),
Israel
precisava conhecer sua força militar e preparar-se para os embates futuros;
crendo que o Senhor daria força, estratégia, e desenvoltura belicosa para
guerrear e vencer os inimigos. Eles só não poderiam ficar inertes, pois a Terra
Prometida seria conquistada com muito esforço. Definitivamente, a vida dos
servos de Deus nunca foi, nem nunca será fácil.
2.
Censo sem discriminação. Observa-se
que a iniciativa do censo foi de Deus e não de Moisés
(Nm
1.1,2).
O
Senhor anelava que eles se credenciassem, que assumissem a posição de
guerreiros, afinal não eram mais escravos. Os que se sentissem aptos para o
alistamento seriam agregados ao exército de Israel. Deus usaria a todos que se
dispusessem a lutar.
O
censo não seria feito levando em consideração a posição econômica, a
intelectualidade, a força física ou outros requisitos; o objetivo era conhecer
o número de jovens, “da idade de vinte anos para cima, capazes de sair à guerra
em Israel”
(Nm
1.2,3).
Ninguém
apto seria desprezado, demonstrando o princípio segundo o qual toda pessoa
“nascida de novo” é um instrumento de Deus, pois certamente recebeu algum
talento do Senhor
(Mt
25.14-30).
3.
Senso organizacional. Depois
de fazer o censo, o Senhor ordenou como as tribos deveriam ser distribuídas no
acampamento: a Norte, Sul, Leste e Oeste do tabernáculo, quer quando estivessem
acampados, quer quando estivessem em marcha
(Nm
2.1-32).
É
impressionante como, ao longo das Escrituras Sagradas, Deus demonstrou ser
extremamente detalhista e organizado. O improviso não faz parte do Reino de
Deus. A descendência e o nome das famílias era importante para Deus, por isso
foram contados nominalmente
(Nm
1.18).
A
posição geográfica das tribos também foi determinada por Deus, certamente
observando o número de pessoas em cada família. Isso nos mostra que o Senhor
tem cuidado pelo seu povo e por sua obra, nada acontecendo por acaso ou
coincidência. Deus sempre tem o controle de tudo e nenhum dos seus propósitos
pode ser impedido
(Jó
42.2).
Pense!
Se Deus não é afeito a improvisos,
por que, às vezes, Ele age surpreendentemente, quebrando a ordem e frustrando
expectativas?
Ponto Importante
Deus sempre tem um plano, e Ele nunca
erra. As surpresas são apenas para os homens que não conhecem a mente do
Senhor. Ele, porém, já conhece o fim desde o começo.
II. CONSTRUINDO A IDENTIDADE NACIONAL
1.
Senso de pertencimento. Ao
analisar as determinações divinas, nos primeiros capítulos de Números,
observa-se que Deus mostrou interesse com o senso de pertencimento social dos
hebreus. Devido ao longo período em que viveram no Egito, esse censo foi
eventualmente fragmentado. Assim, Deus determinou que as pessoas acampassem
“junto ao seu estandarte, segundo as insígnias da casa de seus pais” (Nm 2.2).
O
senso de pertencimento deveria nortear todos.
A
vida no acampamento deveria ser notoriamente comunitária, sem espaço para
egocentrismos ou egoísmo, pois o Senhor já havia ordenado: “[…] amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”
(Lv
19.18).
Cada
clã deveria funcionar no afã de fazer o bem aos seus integrantes, mas também
aos vizinhos, tudo em santidade e constante adoração a Deus, tendo o
tabernáculo ao centro. Nas festas, nos descansos, nas viagens, nas guerras, as
tribos sempre deveriam estar juntas. Afinal, onde existe amor, existe milagre!
Quando Deus preside um ajuntamento, essa regra é imutável.
2.
Senso de serviço. O
livro de Gênesis mostra o homem perdendo a comunhão com Deus; no livro do
Êxodo, a humanidade reencontra o caminho da comunhão; em Levítico, o homem é
ensinado a respeito da verdadeira adoração e em Números, é ensinado a servir.
Um novo comportamento começava a surgir, representado na expressão: “Assim
fizeram os filhos de Israel; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés,
assim o fizeram”
(Nm
1.54).
Os
filhos de Israel estavam acostumados a servir por obrigação, debaixo do jugo
egípcio, mas agora eles deveriam aprender a servir uns aos outros em amor.
Especialmente os levitas, que não trabalhavam secularmente e deveriam ser
mantidos pelas demais tribos, bem como, e sobretudo, em relação ao santuário do
Senhor. Isso seria uma bênção, já que, por intermédio do serviço ao próximo, e
a Deus, as pessoas são aperfeiçoadas, pois, à proporção que elas se doam, em
amor, vão morrendo um pouco mais para seus egoísmos e vaidades, e são
vivificadas para com Deus. Os hebreus precisavam aprender a servir a Deus e ao
próximo.
3.
Senso de reverência sacerdotal. Deus
escolheu a tribo de Levi como a sua propriedade particular, fazendo com que
seus membros não trabalhassem, nem fossem à guerra, mas que cuidassem
exclusivamente da manutenção e das celebrações do santuário. Isso,
possivelmente, foi um choque cultural para aquela nação de ex-escravos.
Entretanto, em nenhum momento do Pentateuco, registra-se qualquer tipo de
incômodo contra esse “privilégio” levítico. A distinção estabelecida por Deus
foi plenamente admitida, conforme está escrito: “[…] conforme tudo o que o
SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim os filhos de Israel lhes
fizeram”
(Nm
8.20).
Dessa
forma, em regra, as demais tribos reverenciavam a função sacerdotal da tribo
levítica, não obstante tenham se rebelado especificamente contra Moisés e Arão
em algumas oportunidades.
Pense!
A construção da identidade nacional
dos filhos de Israel aconteceu por contingências sociais ou por intervenção
divina?
Ponto Importante
Todos os detalhes que levaram à
construção da identidade dos filhos de Israel como nação foram estabelecidos
diretamente por Deus; concluindo, assim, que foi um grande milagre.
1.
A importância dos levitas. Antes
de conquistar a Terra Prometida, Deus determinou um levantamento numérico dos
guerreiros, organizou o acampamento e mostrou como seriam os deslocamentos. Ele
incutiu na mente do povo o senso de pertencimento social e a necessidade do
serviço no tabernáculo e ao próximo, além de criar um serviço de assistência
aos levitas. Assim, em linhas gerais, a vida social e político-administrativa
dos filhos de Israel estava bem encaminhada formalmente, mas ainda precisavam
ser estabelecidos alguns princípios religiosos. Para o ensino e a função
sacerdotal, o Senhor escolheu a tribo de Levi
(Nm
3.11,12).
Isso
era de vital importância, pois os hebreus precisavam ser ensinados a respeito
da Lei do Senhor, recentemente dada no Sinai, para que vivessem em serviço e santidade,
pois só assim teriam uma jornada vitoriosa.
2.
Vida espiritual no centro. Em
Números 2.2 Deus determinou que a “tenda da congregação” ficasse localizada no
meio do acampamento, quer o arraial estivesse em deslocamento, quer não,
obviamente por ser aquele o lugar mais protegido e importante. O Senhor estava
mostrando ao povo que a vida espiritual (representada pelo santuário móvel)
constituía-se no bem mais precioso daquela jornada, por isso deveria estar no
centro.
Eles
deveriam ter levado aquela verdade a sério, pois nela residia toda a esperança
de sucesso, enquanto nação, daqueles ex-escravos. Deus estava ensinando que a
vitória acha-se em permitir que o Senhor ocupe o lugar mais nobre — o centro de
tudo. Estratégia, planejamento operacional, coragem, força e capacidade
intelectual são importantes, mas o segredo da prosperidade — para o crente —
está em entregar a Deus o primeiro lugar na vida
(Mt
6.33).
3.
Vivendo para servir. Quando
os filhos de Israel saíram do Egito não tinham regras a seguir, mas agora o
Senhor ensinava um novo padrão doutrinário e cultural que eles deveriam adotar.
Era o início, o nascedouro da cosmovisão judaico-cristã.
O
Senhor estabeleceu muitas (e detalhadas) regras para que, por elas, o povo
desenvolvesse uma vida plena de santidade e serviço. Não é por acaso que entre
os capítulos 3 e 9 de Números,
o
Espírito Santo ensinou inúmeras condutas que envolviam tanto a celebração
cultual como o dia a dia do povo, — Deus estava deixando muito claro sobre a
necessidade de os hebreus viverem no centro da sua vontade.
Pense!
Os israelitas estavam preparados para
seguir um novo padrão de comportamento como o ditado no Monte Sinai?
Ponto Importante
As leis dadas por Deus, no Sinai, não
eram duras, mas justas e visavam evitar que os hebreus morressem no deserto.
CONCLUSÃO
Como
visto, os preparativos da viagem no deserto incluíam organização, estratégia,
sentimento de unidade entre as tribos, mas, principalmente, o desenvolvimento
de um profundo senso de compromisso do povo com Deus e a sua Palavra. O Senhor
tinha chamado o seu filho do Egito e, por isso, estava ensinando-o a andar e
dando-lhe mantimento, mas quanto mais o atraía, mas se ia de sua face
(Os
11.1-4).
ESTANTE DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
HORA DA REVISÃO
1. Os
fatos estudados nesta lição aconteceram em qual lugar?
No deserto do Sinai.
2. O
censo mencionado em Números 1.1 foi determinado por Deus quanto tempo após o
término da construção do tabernáculo?
Um mês.
3. Segundo
a lição, a concordância do povo em relação ao sacerdócio levítico ficou
demonstrada em qual texto bíblico?
Números 8.20.
4. Segundo
a lição, qual a importância dos levitas?
Os hebreus precisavam ser ensinados sobre a Lei do Senhor, por meio dos
sacerdotes e levitas, para que o povo não morresse no deserto e pudesse entrar
em Canaã.
5. Por
que razão há leis ao longo do livro de Números?
O Senhor estabeleceu muitas (e detalhadas) regras para que, por elas, o
povo desenvolvesse uma vida plena de santidade e serviço.
SUBSÍDIO
“Você já percebeu que tudo depende da
visão? O saudoso reverendo Myles Munroe ensinava que ‘o maior dom que Deus deu
ao homem não foi o dom da vista, mas o dom da visão. A vista é uma função dos
olhos, mas a visão é uma função do coração. Com a vista vemos o que é, mas com
a visão vemos o que poderia ser. Com a vista enxergamos apenas o que está
diante dos nossos olhos. Com a visão enxergamos além do que nossos olhos
físicos podem ver’. O apóstolo Paulo nos orienta a não viver por vista, mas sim
por fé, ou seja, pela visão que nos é dada por Deus.
Um líder sem visão é fadado ao fracasso.
Onde não há visão o povo perece. É fantástico aprender do próprio Cristo a
importância de se tornar um líder com visão. O primeiro passo de um líder
cristão que deseja ser um visionário, é uma entrega total ao Senhor. Somente
uma vida de intimidade e total dependência de Deus podem consolidar os
direcionamentos certos para uma liderança eficaz. Se o líder busca em Deus a
sabedoria para construir seus projetos não há como as coisas saírem erradas”
(LINS, Luaran. Chamados para Liderar: Um Guia Prático para
Líderes de Adolescentes e Jovens. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017, p.17).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.