O Que Significa Getsêmani? O Que Era o Jardim do Getsêmani?
Getsêmani significa “lagar de azeite”
ou “prensa de azeite”. Essa palavra é derivada do termo aramaico gat shemen. O Getsêmani desperta a curiosidade dos
cristãos principalmente devido aos relatos sobre os momentos que precedem a
prisão de Cristo e sua crucificação. Na noite em que foi traído, Jesus foi orar
no Jardim do Getsêmani.
O que
é o Getsêmani?
O
Getsêmani é um lugar citado na Bíblia localizado a leste de Jerusalém, além do
ribeiro de Cedrom, na região do Monte das Oliveiras. No Evangelho de João o
Getsêmani é citado como “um jardim” ou “horto”, do grego kepos (João
18:1).
Os
Evangelhos de Mateus e Marcos, originalmente
mencionam esse lugar como um “pedaço de terra fechado”,
onde Jesus retornou com seus discípulos (Mateus 26:36; Marcos 14:32). Isso
parece indicar que o Jardim do Getsêmani era uma área razoavelmente grande,
pois os discípulos descansaram ali enquanto Cristo, acompanhado de Pedro, Tiago e João, subiram a montanha.
O Evangelho de Mateus
O Evangelho de Mateus é o primeiro livro do
Novo Testamento. Ele era o principal Evangelho utilizado pela Igreja
Primitiva. Através do evangelho de Mateus, todo cristão verdadeiro é instruído
a cumprir com gratidão o serviço de anunciar o Reino de Deus.
Neste texto faremos um panorama completo sobre
o Evangelho de Mateus. Saberemos quem foi seu autor, a data provável em que foi
escrito, o propósito, características e o esboço dessa obra tão importante para
todos nós.
Quem foi o autor do Evangelho de Mateus?
Como acontece também com os outros
Evangelhos, no livro de Mateus não consta o nome do seu autor. Porém, a
tradição cristã o atribuiu a Mateus (também chamado de Levi), um dos doze apóstolo de Jesus.
Após o século 18, alguns críticos começaram a
contestar a autoria do primeiro Evangelho. Eles passaram a sugerir que o
verdadeiro autor foi um cristão anonimo do século 1, e que talvez este tenha
utilizado alguns manuscritos originalmente escritos pelo apóstolo Mateus para
compor essa obra canônica.
Um dos pontos mais discutidos entre tais críticos é
a dificuldade que existe com relação ao idioma em que o Evangelho de Mateus foi
escrito. Existe a possibilidade de que Mateus tenha escrito sua obra em
hebraico e grego.
Seja como for, a verdade é que não existem
argumentos realmente convincentes para que de fato a autoria do Evangelho de
Mateus, pelo próprio Mateus, seja contestada.
Assim, o apóstolo Mateus continua sendo o autor
mais aceito entre os estudiosos, desde os mais antigos até os mais modernos.
Mesmo que haja alguma dificuldade em se determinar com exatidão sua autoria,
nada esconde a verdade que o próprio Espírito de Deus é o principal autor
desse Evangelho.
Quais os destinatários
originais do Evangelho de Mateus?
Provavelmente o Evangelho de Mateus teve como
destinatário a igreja de Antioquia. Essa era uma congregação formada por judeus
e gentios (cf. Atos 15).
Alguns detalhes do próprio Evangelho de Mateus
demonstram que havia muitos judeus entre seus destinatários originais:
·
O Evangelho de Mateus enfatiza as
promessas feitas no Antigo Testamento sobre a vinda do Messias.
·
A expressão “Jesus Filho de Davi”
aparece repetidamente.
·
A utilização do termo “Reino dos
Céus” ao invés de “Reino de Deus”.
A data em que foi escrito o
Evangelho de Mateus
A data que o Evangelho de Mateus foi escrito é
incerta, mas é muito provável que seja entre 60 d.C. e 70 d.C. É amplamente
aceito que o autor do Evangelho de Mateus utilizou o Evangelho de Marcos como
uma fonte para seu material. Isso parece claro quando analisamos ambos os
Evangelhos. Dos 661 versículos do Evangelho de Marcos, 606 possuem paralelo no
Evangelho de Mateus.
É possível que Marcos tenha escrito
seu livro em Roma, quando estava associado ao apóstolo
Pedro. Considerando que a obra de Marcos foi
utilizada como fonte para Mateus, então uma data provável para esse Evangelho
ter sido escrito é por volta 64 d.C. Conheça também a
história de Marcos.
Características, resumo e propósito
do Evangelho de Mateus
O propósito e tema do Evangelho de Mateus é
apresentar Jesus como o Messias, o Filho de Deus. Ele é descrito no primeiro
Evangelho como sendo o cumprimento das profecias anunciadas pelos profetas no
Antigo Testamento.
Logo na genealogia do capítulo 1, o Evangelho de
Mateus mostra que Jesus é o tão esperado rei prometido. O reino que Ele trouxe
é o cumprimento do plano de redenção de Deus.
O Evangelho de Mateus nos informa que Jesus:
cumpriu as Escrituras; inaugurou o Reino de Deus; comissionou seus seguidores a
espalhar esse reino a todos os povos, tribos e línguas; advertiu que a tarefa
de evangelizar seria acompanhada de aflições e perseguições, mas também avisou
que sempre estaria com aqueles que são seus. Por fim, Ele prometeu que um dia
retornará e o Reino de Deus alcançará sua plena realização.
Com um arranjo sistemático muito
bem feito, o autor do primeiro Evangelho traz uma categorização e organização
dos temas de forma impecável. Assim Mateus nos proporciona a experiência maravilhosa
de lermos os relatos do ministério de Jesus descritos por uma testemunha
ocular: o próprio apóstolo
Mateus.
Esboço do Evangelho de Mateus
1. Prólogo (1:1-2:23): Contém a genealogia, o nascimento de Jesus e dados
de sua infância e juventude.
2. A vinda do Reino dos Céus (3:1-7:29): João Batista anunciou que
Jesus é o Messias que traz o Reino dos Céus. Também lemos sobre a tentação
de Jesus e o grande Sermão da Montanha.
3. As obras do Reino dos Céus (8:1-10:42): Essa seção relata muitos milagres
de Jesus, e também mostra a missão do Reino.
4. A natureza do Reino dos Céus (11:1-13:58): Jesus explicou a verdadeira
natureza de seu reino. Ele mostrou que não se tratava de um reino conforme as
expectativas populares. As parábolas
de Jesus registradas no capítulo 13 mostram claramente
essa verdade.
5. A Autoridade do Reino dos Céus (14:1-18:35): Mais uma vez os milagres
realizados por Jesus apontam para sua autoridade como Messias.
6. As mudanças do Reino dos Céus (19:1-25:46): Nessa seção Jesus denunciou
a hipocrisia dos religiosos judeus. Ele também ensinou sobre as grandes
mudanças que o seu reino promove. Nessa seção também está registrado o sermão
profético de Jesus.
7. A paixão e a ressurreição de Cristo (26:1-28:20): Essa seção relata com
detalhes as aflições as quais Jesus foi submetido. Assim, Ele é apresentado
como o Rei vitorioso que ressuscitou. Antes da ascensão ao céu, Jesus também
comissionou os seus discípulos a pregarem o Evangelho por todo o mundo.
Curiosidades sobre o Evangelho de
Mateus
·
Dentre os Evangelhos, o Evangelho de
Mateus é o que possui mais estilo judaico.
·
Era o Evangelho mais utilizado pela
Igreja Primitiva, principalmente para discipulados.
·
É o Evangelho que mais cita a frase “para que se cumprisse o que fora dito“.
·
A palavra “reino” é encontrada
cinquenta e seis vezes no Evangelho de Mateus. A expressão “Reino dos Céus” só
é encontrada nesse Evangelho.
·
É o Evangelho que mais apresentou
Jesus como Rei dos Judeus.
·
Os cinco sermões principais
encontrados no Evangelho de Mateus (Sermão do Monte, Instruções aos Doze, As
Parábolas do Reino, A Comunidade Cristã, que trata do caráter dos verdadeiros
seguidores do Senhor, e o Sermão Escatológico de Jesus) contém os textos mais completos entre os Evangelhos sobre o ensino de
Jesus.
·
Embora tenha sido originalmente
escrito para a igreja em Antioquia, constituída de judeus e gentios, claramente
o objetivo do Evangelho de Mateus não era apenas ficar restrito aquela
congregação, mas que fosse propagado também entre todos os seguidores de Cristo
ao longo dos tempos.
A História do Apóstolo Pedro
O apóstolo Pedro foi um dos primeiros discípulos
escolhidos por Jesus. Pedro
também é chamado na Bíblia de Cefas, Simeão e Simão. Neste estudo bíblico conheceremos mais sobre a história de Pedro,
apóstolo do Senhor Jesus.
A
História de Pedro
O
apóstolo Pedro era natural de Betsaida, na época uma aldeia de pescadores não muito distante de Cafarnaum e
que ficava na região costeira do mar da Galiléia (Jo 1:44). Pedro também tinha
casa em Cafarnaum, na Galiléia (Mc 1:21s). Alguns sugerem que sua residência
realmente fosse em Cafarnaum, e Betsaida apenas sua aldeia de origem.
O
apóstolo Pedro era irmão do apóstolo André, um pescador de profissão assim como
ele. É bem provável que seu pai,
Jonas, também fosse um pescador (Jo 1:42). O apóstolo Pedro era casado,
tendo sido sua sogra curada por Jesus (Mc 1:30). Além disso, é possível que sua
esposa frequentemente o acompanhasse em viagens ministeriais na Igreja
Primitiva (1Co 9:5).
Pedro
possuía uma educação considerada limitada e falava o aramaico com forte sotaque
da região da Galiléia(Mt
26:73; Mc 14:70), idioma que também utilizava para ler e escrever. No entanto,
Pedro também falava um pouco de grego, muito provavelmente por conta de sua
profissão que exigia constante contato com gentios, além de ser muito utilizado
na época, sobretudo nas cidades de Decápolis.
Pedro,
Cefas, Simão e Simeão
Como
já foi dito, o apóstolo Pedro é chamado por outros nomes na
narrativa bíblica. Possivelmente seu nome original era o
hebraico Simeão, utilizado originalmente em alguns textos de
Atos 15:14 e 2 Pedro 1:1, e talvez ele tenha adotado o grego “Simão” com pronuncia semelhante.
Quando
ele se encontrou com Jesus, o Senhor o chamou de Cefas,
do aramaico Kefa’, que significa “rocha” ou
“pedra”, que em sua forma grega é Petros, ou seja,
Pedro (Jo 1:42). O significado desse título se refere ao fato de que Pedro se
tornaria firme como uma rocha, ao invés de uma pessoa com temperamento
inconstante.
Assim,
a narrativa do Novo Testamento designa o apóstolo Pedro por essa variedade de
nomes. O apóstolo Paulo o chamava de Cefas (1Co 1:12; 15:5; Gl 2:9), o apóstolo João
geralmente o chamava de Simão Pedro, e
Marcos o chamou de Simão até o capítulo 3 de seu livro e depois passou a
designá-lo como Pedro.
A
personalidade do apóstolo Pedro
Considerando
todas as referências sobre o apóstolo Pedro disponíveis não apenas nos quatro
Evangelhos, mas em todo Novo Testamento, os estudiosos entendem que ele foi um típico homem do campo, uma pessoa simples, direta
e também impulsiva.
Parece
que ele também possuía uma aptidão natural para exercer liderança, talvez por
ser caloroso, vigoroso e normalmente comunicativo. Em algumas ocasiões,
sobretudo no episódio que envolveu a traição de Jesus no Getsêmani, Pedro se mostrou emotivo, sanguíneo e autoconfiante.
A
escolha do apóstolo Pedro como discípulo de Jesus
O
Evangelho de João relata um primeiro contato entre Jesus e Pedro, por intermédio
de seu irmão, o apóstolo André(Jo 1:41), antes do início do ministério público do Senhor na Galiléia.
Depois disto, Pedro e André continuaram com a pescaria
durante um período de tempo, até que receberam um convite
consequente de Jesus enquanto estavam pescando no mar da Galiléia (Mc 1:16s).
Mais
tarde Jesus escolheu doze homens entre aqueles que o seguiam para serem seus
discípulos mais próximos. Assim, o apóstolo Pedro foi um dos
primeiros discípulos a ser chamado, e também era um dos três que
sempre estavam mais próximos do Senhor (Mc 5:37; 9:2; 14:33). Nas listas que
trazem a relação dos doze discípulos de Jesus, o nome do apóstolo Pedro sempre aparece primeiro
(Mc 3:16-19; Lc 6:14-16; Mt 10:2-4; At 1:13,14).
O
apóstolo Pedro durante o ministério de Jesus
O
apóstolo Pedro teve uma participação muito ativa e significante durante o
ministério de Jesus. Como
já foi dito, ele foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, estava entre os
três mais próximos de Jesus, e em muitas ocasiões agiu como porta-voz dos Doze
(Mt 15:15; 18:21; Mc 1:36s; 8:29; 9:5; 10:28; 11:21; 14:29; Lc 12:41).
Pedro
foi o discípulo que pediu para encontrar Jesus andando sobre as águas (Mt 14:28). Foi ele também, juntamente com
Tiago e João, que estiveram com Jesus no episódio da transfiguração (Mt
17:1-8).
O
apóstolo Pedro também
foi o discípulo que, precipitadamente, tentou repreender Jesus diante do
anúncio de sua morte iminente no Calvário (Mt 16:22).
Quando
Jesus perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era, o apóstolo Pedro foi o primeiro a responder confessando que Ele
era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16:16). O próprio Jesus
atribui a resposta de Pedro como uma revelação de Deus que foi dada a ele.
Nessa
mesma ocasião Jesus pronunciou a famosa frase “tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela” (Mt 16:18). Essa frase é alvo de intensos debates, deste
muito tempo.
Pelo
jogo de palavras que envolve o significado do nome “Pedro”,
surgiram muitas interpretações, sendo que duas são as mais antigas e
conhecidas: alguns sugerem que a “pedra” seria o próprio Pedro, enquanto outros
defendem que a “pedra” seria diretamente a verdade que foi declarada por Pedro,
isto é, o Cristo, o Filho do Deus vivo.
O apóstolo
Pedro ouviu diretamente de Jesus a ordem “apascenta minhas ovelhas” (Jo
21:17). Numa determinada ocasião, Pedro questionou Jesus sobre a situação dele
e dos demais que haviam deixado tudo o que tinham para segui-lo, e ouviu do
Senhor a promessa das bênçãos do reino de Deus (Mc 10:28; Lc 18:28).
O
apóstolo Pedro também aparece de forma bastante ativa durante a narrativa dos
últimos momentos do Senhor Jesus antes da crucificação. Juntamente com o apóstolo João, Pedro recebeu
a incumbência de organizar a última ceia em Jerusalém (Lc 12:8).
Inicialmente
ele também se recusou a deixar que Jesus lhe lavasse os pés, mas quando foi
advertido sobre a importância e a necessidade daquele ato do Senhor, ele pediu
até mesmo um banho (Jo 13).
O
apóstolo Pedro também foi o discípulo que, conforme Jesus havia dito, o negou
três vezes antes que o galo cantasse duas vezes, na ocasião que envolve a prisão e crucificação do
Senhor. Na verdade essa sua negação contrasta diretamente com o comportamento
valente e violento que ele demonstrou ao cortar a orelha de Malco, servo do
sumo sacerdote, durante a prisão do Senhor. Diante do olhar de Jesus, ao
lembrar-se das palavras do Mestre, Pedro se arrependeu
profundamente (Mt 26:34-75; Mc 14:30-72; Lc 22:34-62; Jo
18:27).
É
possível que o apóstolo Pedro tenha testemunhado a crucificação, apesar dos
Evangelhos não o mencionarem (cf. 1 Pe 5:1). Cristo ressurreto apareceu
pessoalmente ao apóstolo Pedro (Lc 24:33,34; 1Co 15:5).
O
ministério do apóstolo Pedro na Igreja Primitiva
O apóstolo
Pedro foi o primeiro a pregar o Evangelho no dia de Pentecostes, e cerca de 3 mil pessoas se converteram na
ocasião (At 2:14). Até o capítulo 13 do livro de Atos dos Apóstolos, Pedro
aparece com bastante destaque. Durante os primeiros anos ele foi o líder da
igreja em Jerusalém, mas vale lembrar que o apóstolo Tiago, por sua vez, foi
quem liderou o Concílio de Jerusalém onde importantes decisões foram tomadas
concernentes à participação dos gentios na Igreja (At 15:1-21).
Pedro
foi quem fez a exposição da necessidade da escolha de outro homem para o lugar
deixado por Judas,
onde na ocasião Matias foi o escolhido (At 1). Durante o ministério do
apóstolo Pedro ocorreram grandes milagres, sendo que até mesmo os
doentes eram colocados de uma forma com que, ao passar, sua sombra os cobrissem
(At 3:1-10; 5:12-16).
Foi
o apóstolo Pedro quem disse as conhecidas palavras: “Não tenho prata nem ouro; mas
o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e
anda” (At 3:6). Dentre esses milagres também se destaca a
ressurreição de Dorcas (At 9:36-41).
O
apóstolo Pedro também foi quem disciplinou os perversos e mentirosos Ananias e
Safira (At 5:1-11). Por conta do pecado que praticaram, ambos foram mortos de
forma sobrenatural.
Na
época da forte perseguição em Jerusalém após a morte de Estêvão, o apóstolo Pedro também estendeu sua atuação ministerial a outros
lugares, como em Samaria em decorrência da grande evangelização
de Filipe ali, nas cidades costeiras de Lidia, Jope e
Sarona. É possível que nesse período Tiago então tenha assumido a liderança em
Jerusalém.
O
apóstolo Pedro também
foi o responsável por anunciar as boas novas à família de Cornélio em Cesaréia
(At 10:1-45). Na Carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo nos informa que Pedro
também esteve em Antioquia (Gl 2:11). Na verdade é nesse relato onde
encontramos a referência sobre o conflito entre os apóstolos
Paulo e Pedro, quando Pedro agiu dissimuladamente se associando aos
cristãos gentios e depois se afastando deles ao temer a pressão do “grupo da
circuncisão” que aceitava os gentios na Igreja desde que estes se submetessem
ao cerimonial da Lei de Moisés.
O
comportamento do apóstolo Pedro acabou influenciando até mesmo Barnabé. Então Paulo o repreendeu publicamente pelo comportamento, considerado
por ele, como hipocrisia. No entanto, essa situação foi completamente
resolvida, e o próprio apóstolo Pedro mais tarde se referiu a Paulo como “nosso amado irmão” (2Pe 3:15).
Na
Epístola aos Coríntios, também somos informados da divisão que havia em tal
igreja, sendo que um dos grupos divididos alegava seguir o apóstolo Pedro, enquanto outros diziam ser de
Paulo, Apolo e Cristo. Isso indica que provavelmente em algum momento ele
esteve pessoalmente ali visitando aquela igreja.
A
morte do apóstolo Pedro e o final de seu ministério
Após
50 d.C. não temos tantas informações detalhadas sobre o
apóstolo Pedro. Considerando suas duas epístolas, sabemos que ele
permaneceu ativo na pregação da Palavra de Deus e no pastoreio do rebanho do
Senhor (1Pe 5:1,2) até a hora de sua morte.
Existe
um grande debate se o apóstolo Pedro chegou a fixar residência em Roma ou não. O que é certo é que a igreja em Roma não foi
fundada por ele, até porque seria muito improvável que Paulo escrevesse uma
epístola àqueles irmãos sem mencioná-lo.
Na
verdade não há qualquer base bíblica de que ele tenha sido o primeiro bispo de
Roma, nem mesmo que tenha sido líder da igreja na cidade por um período de
tempo considerável, e a tradição que afirma tal coisa é bastante questionável.
Apesar
disto, é muito provável que ele tenha estado em Roma em algum momento próximo
ao final de sua vida, e que tenha escrito suas duas epístolas desta cidade. Em
1 Pedro 5:13 o apóstolo escreve dizendo estar na “Babilônia”, e essa informação
têm sido entendida pela maioria dos estudiosos como uma referência a cidade de
Roma. A presença de Marcos na ocasião também favorece essa interpretação.
Existe
uma tradição muito antiga e uniforme dentro do cristianismo de que o apóstolo Pedro tenha sido martirizado em Roma por volta de 68
d.C., tal como foi Paulo. Tertualiano (200 d.C.) defendeu tal
informação, e Orígenes afirmou que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo,
uma informação também presente em alguns livros apócrifos.
Quem Foi o Apóstolo Tiago?
Dois dos doze apóstolos de Jesus tinham o nome de Tiago. Um era o
apóstolo Tiago, filho de Alfeu, e o outro era chamado de Tiago, filho de
Zebedeu. Do primeiro não se sabe praticamente nada sobre sua história e
biografia, enquanto que do último se tem mais informações.
Quem foi o apóstolo Tiago, filho de
Alfeu?
Tudo o que se sabe de concreto sobre esse apóstolo
Tiago é que seu pai se chamava Alfeu (Mateus 10:3; Atos 1:13). O pai do
apóstolo Mateus também é identificado pelo nome de Alfeu, mas não é possível
provar que se trata da mesma pessoa, o que resultaria no fato de ambos os
apóstolos serem irmãos.
Sem dúvida ele é a pessoa identificada
pelo evangelista Marcos como “Tiago, o menor” (Marcos 15:40). A expressão “o
menor” traduz o grego ho mikros, que
literalmente significa “o pequeno”. Essa descrição pode ser em referência a sua
estatura ou um indicativo de que ele era mais jovem que o outro apóstolo Tiago.
É possível também que ele seja o discípulo
mencionado em Mateus 27:56; Marcos 16:1; e Lucas 24:10. Caso isso realmente
esteja correto, então o nome de sua mãe era Maria, uma das mulheres que seguiam
o Senhor Jesus e estavam presentes na ocasião da crucificação.
Quem foi o apóstolo Tiago, filho de
Zebedeu?
O apóstolo Tiago, filho de Zebedeu,
era um pescador de profissão antes de seguir o Senhor Jesus (Mateus 4:18-22;
Marcos 1:16-20; Lucas 5:10). Ele era irmão de outro apóstolo, João, e
provavelmente sua mãe se chamava Salomé (cf. Mateus 20:20; Marcos 15:40; 16:1).
Como o apóstolo Tiago é mencionado quase sempre
antes de João, acredita-se que ele tenha sido o mais velho. Zebedeu, seu pai,
tinha condições para contratar empregados, e seu irmão, João, era conhecido do
sumo sacerdote, o que provavelmente indica que eles faziam parte de uma família
próspera e respeitada socialmente (cf. Marcos 1:20; João 18:16).
Tiago sempre aparece em companhia de
Pedro e João, formando o grupo de discípulos mais próximo do Senhor Jesus.
Talvez estes três discípulos tinham compreendido de uma forma um pouco mais
profunda, quando comparado aos demais, a verdade acerca do Messias. De qualquer
forma, ele estava presente em ocasiões muito significativas durante o
ministério de Jesus, como na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração
e na oração no Getsêmani (Marcos 5:33; 9:2; 14:33).
Em certa ocasião Jesus apelidou Tiago e João de
“Boanerges”, que significa “filhos do trovão”, provavelmente porque que os dois
irmãos tinham um comportamento intempestivo. Isto parece ficar claro quando
eles se ofereceram para orar pedindo que Deus destruísse uma vila samaritana
(Lucas 9:54).
Os dois irmãos também solicitaram a Jesus uma
posição privilegiada no reino do Messias, e tal atitude foi de certa forma
repreendida por Jesus e ainda causou indignação entre os demais discípulos
(Marcos 10:35-41). Na mesma ocasião, Jesus lhes disse que eles deveriam tomar
do cálice Ele também estava prestes a tomar. Grande parte dos estudiosos
entende que essa foi uma referência ao sofrimento que os apóstolos teriam de
enfrentar, e no caso específico de Tiago, uma indicação do tipo de morte
violenta que ele experimentaria.
O apóstolo Tiago foi o primeiro dos
apóstolos a sofrer martírio. Ele foi executado à espada por ordem de Herodes
Agripa I, em aproximadamente 44 d.C. (Atos 12:1,2). Por isto o apóstolo Tiago
não deve ser confundido com o outro Tiago que aparece nos capítulos seguintes
do livro de Atos liderando a Igreja em Jerusalém.
Quem Foi Tiago na Bíblia?
Quando falamos sobre quem foi Tiago na Bíblia, precisamos saber que
pelos quatro personagens bíblicos são mencionados no Novo Testamento com este
nome. O nome Tiago é a forma grega (Iakobos) do nome
hebraico Jacó (Ya’aqob), que significa “segurador
de calcanhar” ou “suplantador”.
Quantos Tiago têm na Bíblia?
Já dissemos que existem quatro Tiago no Novo Testamento. Dois deles pertenciam ao
grupo dos doze apóstolos de Jesus. Outro era meio irmão de Jesus. Já o último, e o mais desconhecido
deles, era pai do apóstolo Judas, também chamado Tadeu (Lucas 6:16; Atos
1:13)..
Existe muita discussão com relação aos três
principais personagens citados na Bíblia com este nome. Os estudiosos debatem
especialmente sobre o Tiago que exerceu liderança na Igreja de Jerusalém e
sobre o escritor da Epístola de Tiago.
A posição mais favorável é a de que o Tiago líder
da Igreja, e Tiago, o autor da Epístola, tenham sido a mesma pessoa, que, por
sua vez, provavelmente também era o irmão do Senhor Jesus. A seguir, vamos
conhecer um pouco mais sobre a história dos três principais homens chamados de
Tiago na Bíblia.
Tiago, filho de Zebedeu
Tiago filho de Zebedeu era um dos
apóstolos de Jesus e irmão do apóstolo João. Provavelmente sua mãe era Salomé,
uma seguidora do Senhor (Mateus 4:21; Marcos 1:19; Lucas 5:10; cf. Mateus
20:20; Marcos 15:40; 16:1). Segundo a tradição, talvez Salomé tenha sido irmã
de Maria, mãe de Jesus, o que faz com Tiago fosse também primo de Jesus. Saiba quem
foi o apóstolo João.
Tiago era pescador de profissão, e é citado na
Bíblia como sendo um dos discípulos mais próximos de Jesus durante seu
ministério terreno. Ele foi o primeiro dentre os discípulos a sofrer o martírio
em aproximadamente 44 d.C., sendo executado por ordem de Herodes Agripa I.
Tiago, filho de Alfeu
Também era um dos apóstolos de Jesus (Mateus 10:3;
Marcos 3:18), mas não se sabe praticamente nada sobre sua história.
Provavelmente ele é a pessoa que o evangelista Marcos chama de “Tiago, o Menor”
(Marcos 15:40). Essa expressão pode tanto significar que ele era pequeno em
estatura ou o mais jovem em idade.
Talvez ele tenha sido irmão do apóstolo
Mateus, visto que Mateus, também chamado de Levi, é mencionado como filho de
Alfeu (Marcos 2:14). Porém não há nada que realmente comprove essa suposição.
Tiago, líder da Igreja em Jerusalém
Esse Tiago é mencionado como um dos líderes mais
influentes na Igreja em Jerusalém. Ele aparece em destaque na ocasião do
concílio registrado em Atos 15:13. Muito provavelmente ele foi o autor da
Epístola que recebe este nome no Novo Testamento.
Também é amplamente aceito que ele
era o meio irmão de Jesus, apesar de em sua carta ele simplesmente se denominar
como servo do Senhor Jesus. Os Evangelhos falam sobre os irmãos de Jesus, e o
nome de um deles era Tiago (Mateus 13:55; Marcos 6:3). Entenda se Jesus
teve irmãos.
Além disso, o apóstolo
Paulo refere-se a um Tiago, irmão do Senhor, o qual
ele encontrou enquanto esteve em Jerusalém para ver o apóstolo
Pedro (Gálatas 1:19). O mesmo apóstolo também nos
informa que esse Tiago recebeu pessoalmente a visita do Cristo ressurreto (1
Coríntios 15:5,7).
Paulo também confirma que esse Tiago era uma das
colunas da Igreja em Jerusalém, ao lado de Pedro e João (Gálatas 2:9). O fato
de também os crentes judeus que chegaram a Antioquia dizerem que foram enviados
por Tiago, confirma ainda mais sua liderança em Jerusalém. Escritos dos
primeiros séculos afirmam que Tiago morreu apedrejado e espancado por ser fiel
ao Senhor Jesus.
Biografia e História do
Apóstolo João: Quem foi João?
O apóstolo João foi um dos discípulos mais próximos de Jesus e escritor
de alguns dos livros do Novo Testamento. João é geralmente conhecido dentro da
tradição cristã como “o discípulo amado”. A seguir conheceremos a história e
biografia do apóstolo João.
A biografia do apóstolo João
João era filho de Zebedeu e
provavelmente de Salomé (Marcos 1:19; 16:1,2; Mateus 27:56). Seu irmão, Tiago,
também pertenceu ao grupo dos doze discípulos de Jesus. Possivelmente Tiago era mais velho do que João, visto que ele sempre é
citado primeiro (Mateus 10:2-4). O apóstolo João era pescador de profissão. Seu
pai foi um homem próspero no ramo da pesca, pois tinha alguns empregados
(Marcos 1:20).
A tradição cristã associa Salomé como
sendo irmã de Maria, mãe de Jesus (cf. Mateus 27:56; João 19:25). Se essa afirmação estiver correta,
então o apóstolo João era primo do Senhor Jesus.
Antes de se tornar um dos discípulos
de Jesus, o apóstolo João era um seguidor de João
Batista (João 1:35-37). João teve um primeiro
encontro com Jesus, e depois de um pequeno intervalo de tempo, se tornou um de
seus discípulos regular (Marcos 1:16ss; Lucas 5:10).
A personalidade e caráter do apóstolo
João
Alguns acontecimentos registrados nos
Evangelhos nos ajudam a entender um pouco sobre como era a personalidade e
caráter do apóstolo João. Em certa ocasião Jesus chamou João e Tiago de “filhos do trovão” (Marcos 3:17).
Muito provavelmente essa designação apontava para a
natureza explosiva dos dois irmãos. Isso indica que normalmente eles eram
homens de emoções controladas, mas em determinadas situações a ira logo os
ascendia.
Um exemplo disto pode ser visto
quando os habitantes de uma vila samaritana se recusaram a hospedar Jesus.
Naquela ocasião os dois irmãos logo disseram: “Senhor, queres que mandemos
descer fogo do céu para os consumir?”(Lucas 9:54).
Ao mesmo tempo em que tal declaração aponta para um
temperamento forte, ela também indica o profundo amor e a grande fidelidade que
o apóstolo João e seu irmão nutriam pelo Senhor Jesus. Em dada ocasião, talvez
devido à influência de sua mãe, João e Tiago deixaram transparecer certo
egoísmo ao pedirem que Jesus lhes concedessem lugares privilegiados em seu
reino (Marcos 10:37; cf. Mateus 20:20).
João, o discípulo a quem Jesus amava
No Evangelho de João existem referências acerca de
um discípulo a quem Jesus amava (João 13:23; 19:26; 20:2; 21:7,20). É
amplamente aceito que tais referências designam o próprio apóstolo João.
Isso significa que ninguém conhecia
Jesus mais do que João. Ele caminhou com Jesus diariamente, e na grande noite
da instituição Ceia do Senhor, na celebração
da última Páscoa, foi ele quem se reclinou sobre o
peito de Jesus e lhe perguntou pessoalmente sobre a identidade do traidor (João
13:23).
O apóstolo João também esteve presente em três
importantes ocasiões do ministério de Jesus. Nessas ocasiões ele estava
acompanhado de Simão Pedro e Tiago:
·
Quando Jesus ressuscitou a filha de
Jairo (Marcos 5:37).
·
Na ocasião da transfiguração (Marcos
9:2).
·
Durante o período em que Jesus esteve
no Getsêmani (Marcos 14:33).
Além disso, o evangelista Lucas também nos informa
que João e Pedro foram as duas pessoas encarregadas por Jesus de cuidar dos
preparativos para a refeição da Páscoa (Lucas 22:8).
No momento da crucificação, o apóstolo João é o
discípulo que aparece mais próximo de Jesus no Calvário. Ele também recebeu de
Jesus a incumbência de cuidar de Maria (João 19:26,27). Depois, foi ele quem
correu juntamente com Pedro ao túmulo de Jesus na manhã da ressurreição (João
20:8).
O ministério apostólico de João
Depois da ascensão de Jesus ao céu, o
apóstolo João é mencionado com destaque na Igreja Primitiva. No livro de Atos,
ele frequentemente é citado na companhia de Pedro (Atos 3:1; 4:19; 8:14).
Conheça a
história do apóstolo Pedro.
O apóstolo João foi um dos principais líderes da
igreja em Jerusalém (Atos 15:6; Gálatas 2:9). A tradição cristã atribui ao
apóstolo João a autoria de cinco livros do Novo Testamento. São eles: o Quarto
Evangelho (Evangelho de João), três Epístolas (1,2 e 3 João) e o livro do
Apocalipse.
É verdade que existem algumas criticas que tentam
contestar a autoria por parte de João de algumas destas obras. O quarto
Evangelho e o livro do Apocalipse são os principais alvos dessas
críticas. Todavia, as evidências apontam de forma muito mais contundente
para a verdade de que realmente foi o apóstolo João quem escreveu todos os
cinco livros.
A morte do apóstolo João
Não é possível afirmar com certeza por quanto tempo
o apóstolo João permaneceu em Jerusalém. Mas provavelmente o apóstolo deixou a
Palestina no início da Guerra Judaica, antes de 69 d.C.. Nesse tempo ele se
mudou para a Ásia Menor.
A tradição cristã desde muito cedo afirma que João
viveu por muitos anos na cidade de Éfeso. Foi em Éfeso que ele teria escrito
suas obras literárias, com exceção do livro do Apocalipse.
Em algum momento durante o reinado do
imperador romano Domiciano (81-96 d.C.), o apóstolo João foi banido
para a Ilha de Patmos. Foi em Patmos que ele recebeu as
divinas revelações registradas no livro do Apocalipse. Saiba mais
sobre quem escreveu o Apocalipse.
Com a ascensão do imperador
Marco Nerva em Roma (96-98 d.C.), o
apóstolo João foi liberado para retornar a Éfeso. Nessa época provavelmente ela
já tinha cerca de 90 anos de idade. A tradição afirma que o apóstolo João
morreu durante o começo do governo de Trajano, isto é, depois de 98 d.C., com
idade bastante avançada.
Algumas antigas críticas também já tentaram afirmar
que o apóstolo João não é o mesmo João influente em Éfeso. Isso indicaria que
então ele não foi o autor dos livros do Novo Testamento. Tais críticas alegam
que o apóstolo João morreu à espada juntamente com seu irmão Tiago por ordem de
Herodes Agripa I, ainda nos primeiros anos da Igreja Primitiva, em
aproximadamente 44 d.C.
No entanto, tais críticas não se sustentam quando
contrapostas às abundantes evidências apresentadas pelas antigas tradições
cristãs registradas nos escritos patrísticos. Na verdade a maioria dos
estudiosos aceita que a residência e influência do apóstolo João em Éfeso é uma
das histórias mais claras e sólidas documentadas nos primeiros anos da Igreja.
Portanto, existem provas suficientes para se
acreditar que o apóstolo João realmente morreu em Éfeso. Antes disso, mesmo com
a idade avançada, ele continuou exercendo ativamente seu ministério. Ele foi o
bispo-chefe das igrejas localizadas na região de Éfeso, e combateu as perigosas
heresias (especialmente o gnosticismo) que ameaçavam a pregação do Evangelho.
Alguns escritos afirmam que o apóstolo João morreu
com idade tão avançada, que em seus últimos dias ele tinha de ser carregado
para as reuniões cristãs. Curiosamente seu irmão Tiago foi o primeiro
apóstolo a sofrer martírio (Atos 12:2), enquanto que João foi o último dos
apóstolos a deixar a terra e chegar ao céu.
O
texto bíblico diz que os três discípulos que acompanhavam Jesus esperaram num
determinado lugar, pois Jesus adentrou ainda mais no bosque das oliveiras para
orar sozinho. No Evangelho de Lucas o Jardim do Getsêmani é mencionado apenas
como “àquele lugar” (Lucas 22:39-41).
Os
relatos dos Evangelhos sugerem que o Getsêmani servia como um tipo de retiro
escolhido e frequentado costumeiramente por Jesus juntamente com os discípulos
(cf. Lucas 22:39). É certo que esse local se tornou marcante na cena da agonia
de Cristo. Ali Judas Iscariotes o traiu e Ele foi preso (Marcos
14:32-52).
Quem Foi Judas Iscariotes?
Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus. Ele pertenceu ao grupo
dos doze discípulos que Jesus chamou para acompanhá-lo, e seu nome sempre
aparece em último lugar nas listas que trazem os nomes dos apóstolos.
Ele também é frequentemente mencionado na narrativa bíblica dos
Evangelhos, às vezes apenas como “Judas”, mas geralmente seu nome é acompanhado
com alguma descrição que o distingue dos demais. Por exemplo: ele é chamado de
“Judas, que o traiu”, “Judas Iscariotes, filho de Simão”, Judas filho de Simão
Iscariotes, ou apenas “o traidor” (Mateus 26:14,25,47; 27:3; Marcos 14:10,43;
Lucas 22:3,47,48; João 6:71; 12:4; 13:2,26-29; 18:2-5).
A história de Judas Iscariotes
Judas Iscariotes era filho de um homem chamado
Simão (João 6:71; 13:2,26). Seu local de origem passa pela discussão acerca do
significado da palavra “Iscariotes”. Provavelmente essa palavra seja derivada
do termo hebraico ‘ish Queriyot, que significa “homem
de Quiriote”, visto que em certos manuscritos do Evangelho de João aparecem as
palavras apo Karyotou.
Se o significado de Iscariotes for realmente este, o que é muito
possível, então encontramos a informação sobre o local de origem de Judas. O
Antigo Testamento menciona dois locais com o nome de Quiriote. O primeiro era
localizado em Moabe (Jeremias 48:24,41; Amós 2:2). Já o segundo,
Quriote-Hezrom, ficava localizado aproximadamente ao sul de Hebrom (Josué
15:25).
Há também quem defenda que Iscariotes não seja uma indicação de seu
lugar de origem, mas um tipo de designação infame para identificá-lo. Para
isso, alguns estudiosos sugerem que essa palavra tenha origem num termo que
significa “um assassino”, e, portanto, a interpretam no sentido de “o homem da
adaga”.
Contudo, essa última interpretação é bem pouco provável. Normalmente é
aceito que a designação “Judas Iscariotes” signifique simplesmente “Judas, o
homem de Quiriote”.
Judas Iscariotes era um dos doze apóstolos
Judas Iscariotes servia como tesoureiro no grupo apostólico (João
13:29). Mas no exercício dessa atividade, ele é chamado de “ladrão” no
Evangelho de João. O texto bíblico diz que Judas Iscariotes furtava a
arrecadação que ficava guardada na bolsa que ele era o responsável por guardar
(João 12:6).
Durante o ato de profunda adoração
de Maria de Betânia, a irmã de Lázaro, a qual ungiu o
Senhor Jesus quebrando
um vaso de alabastro que continha um precioso
unguento, Judas fez duras críticas a tal atitude. Inclusive, ele conseguiu
influenciar os demais discípulos em sua crítica (Mateus 26:6-13; Marcos 14:3-9;
João 12:1-8).
Apesar de Judas Iscariotes inicialmente argumentar que aquele unguento
poderia ser vendido e o valor arrecado ser distribuído aos pobres, na verdade
ele não estava preocupado com isto. Na verdade, além de ele não reconhecer a
significativa ação daquela mulher que, inclusive, foi elogiada por Jesus, Judas
Iscariotes ficou frustrado por não ter conseguido enriquecer seu próprio bolso
com a venda do nardo puro (João 12:5,6).
Curiosamente os evangelistas posicionaram, logo
após esse episódio em Betânia, a narrativa sobre quando Judas Iscariotes se
dirigiu aos principais
sacerdotes para acertar um acordo com
relação à traição de Jesus (Mateus 26:14-16; Lucas 22:3-6; cf. Marcos 14:10).
Judas Iscariotes traiu Jesus
O apóstolo
Mateus, escritor do Primeiro Evangelho, foi
quem mais forneceu detalhes acerca do acordo entre Judas Iscariotes e os
principais sacerdotes a fim de trair Jesus (Mateus 26:14-16).
Judas Iscariotes recebeu como pagamento para trair seu Mestre a soma de
trinta moedas de prata. É interessante saber que esse valor recebido por Judas
com as tinta moedas de prata talvez tenha sido dez vezes menor do que o valor
de avaliação que ele próprio fez do unguento que Maria de Betânia utilizou para
ungir Jesus.
A narrativa bíblica também nos informa que Judas Iscariotes
esperou o momento mais oportuno para poder trair o Senhor (Lucas 22:6). Isto
acabou acontecendo na noite em que Jesus
celebrou a Páscoa com seus discípulos no
cenáculo, e institui o sacramento da Ceia do Senhor. Aqui nos recordamos das conhecidas palavras
do apóstolo Paulo: “Na noite em que foi traído” (1
Coríntios 11:23).
Judas estava na mesa juntamente com Jesus e os
outros discípulos. Depois de Jesus ter dado a ele o bocado molhado, a Bíblia
diz que “entrou nele Satanás”, e Jesus lhe disse: “O que fazes, faze-o depressa” (João 13:27).
Saindo dali, Judas Iscariotes pôs em prática o
plano da traição. Já no jardim
do Getsêmani, enquanto o Senhor Jesus orava,
Judas Iscariotes consumou seu ato beijando Jesus, e assim os soldados o
prenderam (Marcos 14:43-46). Profecias do Antigo Testamento apontavam
justamente para esse momento (Salmos 41:9; 55:12-14; Zacarias 11:12).
A morte de Judas Iscariotes
A morte de Judas Iscariotes é registrada apenas em Mateus 27:3-5 e Atos
1:18. Antes de morrer, Judas ainda esboçou um tipo de arrependimento e remorso
patético. Ele procurou os principais dos sacerdotes e os anciãos a fim de
devolver as trinta moedas de prata.
Judas Iscariotes escutou dos sacerdotes que ele era
o responsável pelo que havia feito. Diante disto, ele acabou atirando as moedas
no Templo antes de retirar-se para ir se enforcar (Mateus 27:4,5). Os
sacerdotes não colocaram as moedas no cofre das ofertas, visto que eram pelo
preço de sangue. Porém, eles acabaram comprando o campo de um oleiro, para
servir de sepultura dos estrangeiros. Esse campo foi chamado “Campo de Sangue”,
assim como havia sido profetizado
pelo profeta Jeremias. Na verdade, indiretamente, foi o
próprio Judas quem comprou aquele campo ao devolver as moedas aos sacerdotes e
anciãos.
Mateus apenas relata que Judas saiu para se
enforcar. Já o evangelista Lucas, no
livro de Atos, fornece alguns detalhes sobre esse momento de acordo com a descrição
dada pelo apóstolo Pedro. Ele diz que Judas Iscariotes, “precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas suas entranhas se
derramaram” (Atos 1:18). Matias foi escolhido para ocupar o
lugar deixado por Judas Iscariotes.
Pior do que a sua trágica e assombrosa morte, é a
sentença que lemos sobre o seu fim: “[…] Judas se desviou, para ir
para o seu próprio lugar” (Atos 1:25). Esse “lugar” é
claramente indicado nas palavras de Jesus orando ao Pai: “Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles pereceu,
exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (João
17:12).
O caráter de Judas Iscariotes
Considerando todas as referências bíblicas em que
Judas Iscariotes é mencionado, podemos perceber que ele reunia em si a
hipocrisia, o egoísmo, a soberba, a avareza, a inveja e a cobiça. Seu caráter
duvidoso pode ser muito bem resumido na designação clara e objetiva dada a ele
pelo apóstolo João: “Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas
porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava” (João
12:6).
João o identificou, em poucas palavras, como sendo
uma pessoa mentirosa, enganadora, gananciosa e capaz de roubar. Além disso,
Judas Iscariotes era uma pessoa dissimulada. Diante do anúncio de Jesus de que
havia entre eles um traidor, Judas Iscariotes foi tão frio a ponto de
dizer: “Porventura sou eu, Rabi?” (Mateus 26:25).
A história de Judas Iscariotes é um retrato vívido
de como o homem, em sua própria natureza, é completamente depravado e perverso,
apto a ser instrumento nas mãos do diabo (João 6:70,71). É impossível separar a
pergunta sobre quem foi Judas Iscariotes das conhecidas palavras de Jesus sobre
ele: “Mas ai daquele por intermédio de quem o Filho do Homem está sendo
traído” (Mateus 26:24).
Alguns
intérpretes atribuem à cena de Jesus orando no Jardim do Getsêmani como sendo o
fato que deu origem ao costume cristão de ajoelhar-se para orar. O evangelista Lucas escreve: “E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de
joelhos, orava” (Lucas 22:41).
Fazendo
um paralelo com o significado da palavra Getsêmani, é possível dizer que num
certo sentido Jesus foi “prensado” ali. A agonia de Jesus no Jardim do
Getsêmani foi tão grande, que seu suor se tornou como sangue.
Jesus Suou Sangue? Alguém Pode Suar Gotas de
Sangue?
A Bíblia diz que Jesus suou sangue quando estava orando no Getsêmani na
noite em que foi traído. Depois de celebrar a última Páscoa com seus discípulos
e instituir a Ceia, Ele partiu para o Monte das Oliveiras com o objetivo de
orar (Lucas 22:39).
Quando chegaram ao lugar escolhido do monte, Jesus deu instruções para
que seus discípulos permanecessem em oração, algo que eles não conseguiram
atender. Então Jesus se afastou um pouco, e, de joelhos, orava ao Pai (Lucas
22:41).
É interessante saber que naquela época era costume
das pessoas orarem em pé. Mas naquele momento Jesus ajoelhou-se. Mateus escreve
que Ele “caiu com o rosto em terra” (Mateus 26:39). O peso
da angustia o estava esmagando. Por isto ele suplicava ao Pai que, se fosse possível,
fizesse passar aquele cálice, isto é, aquela terrível experiência iminente.
Enquanto orava intensamente no Getsêmani, o texto bíblico revela que o suor de Jesus se tornou como gotas de
sangue caindo sobre a terra. O evangelista
Lucas foi o único que registrou o detalhe de Jesus
ter suado gotas de sangue (Lucas 22:44). Os outros Evangelhos
Sinóticos não revelam este detalhe. Aqui vale lembrar
que Lucas era um médico. Talvez isto possa explicar por que suas obras costumam
fornecer maiores detalhes nesse sentido.
É possível suar sangue?
Sim, é possível suar sangue, apesar de ser algo extremamente raro. A
literatura médica chama essa condição de hematidrose. Apesar de ainda haver
alguns mistérios envolvendo episódios de hematidrose, normalmente sua
ocorrência está relacionada a uma condição de extremo estresse físico e
psicológico.
Então em alguns casos a tensão é tão violenta, que pode provocar a
dilatação dos vasos subcutâneos, especialmente daqueles próximos das mucosas e
glândulas sudoríparas. Esses vasos acabam se rompendo, e sangue e suor se
misturam na transpiração. Neste caso, os pequenos coágulos de sangue tingem de
vermelho as gotas de suor.
Por que Jesus suou gotas de sangue?
Conforme o contexto indica, no momento em que o suor de Jesus se tornou
como sangue, Ele estava experimentando um estado de angústia devastador. Seu
estado psicológico estava dilacerado, combinando profunda angústia,
sensibilidade aguda e suplica intensa (Lucas 22:44). Lucas também informa que
até mesmo um anjo do céu apareceu para confortá-lo.
O escritor de Hebreus diz algo que lança luz sobre o sofrimento de Jesus
Cristo em sua intercessão. Ele escreve que Jesus
ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas (Hebreus 5:7). Algumas
pessoas pensam que foi um milagre Jesus ter suado sangue, quando na verdade é
exatamente o contrário disto. O fato de Jesus suar sangue é um claro indicativo
bíblico acerca de sua plena humanidade. Saiba mais sobre a humanidade
de Jesus.
Contudo, nós fomos a causa principal de Jesus ter suado sangue. Nosso
pecado foi a causa de seu castigo. Por causa da nossa rebelião Ele estava
prestes a experimentar o abandono do Pai e sofrer todo peso da justiça de Deus.
O ápice de sua angústia pode ser percebido quando
na cruz ele exclamou: “Eloí, Elói, lamá sabactâni“ (Mateus 27:46). O fato de Jesus ter derramado gotas de sangue
misturado ao seu suor, sem dúvida também revela seu profundo amor pelos
perdidos que resgatou.
Onde
fica o Jardim do Getsêmani?
Existe
um debate acerca do local autêntico onde ficaria atualmente o Jardim do
Getsêmani. Apesar das dificuldades, algumas possibilidades são levantadas.
O tradicional local latino para o Getsêmani fica próximo da estrada para
Jericó. Esse local foi cercado pelos franciscanos em 1848 e mede cerca de 50
por 47 metros.
Nesse
local encontra-se a Basílica da Agonia, que abriga a tradicional Rocha da
Agonia. Ali também contém oliveiras que acredita-se que datam de antes do
século 7 d.C. Eusébio e Jerônimo identificam esse como o lugar original do
Getsêmani.
Outros
lugares também são sugeridos. Os ortodoxos gregos, por exemplo, cercaram outro
local adjacente. Há também uma grande área a nordeste da Igreja de Maria
Madalena que é considerada por muitos como sendo o local genuíno do Getsêmani.
Essa área fica no alto da montanha e ali ficavam grandes jardins. Seja como
for, é certo que nenhuma das árvores que estavam plantadas no Getsêmani existem
ainda hoje. Flávio Josefo relata que as árvores originais dos tempos de Jesus
foram todas derrubadas por Tito.
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