LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD ADULTOS 3º Trimestre de 2018
Título: Adoração, Santidade e Serviço — Os princípios de Deus para a sua
Igreja em Levítico – Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 2: A beleza e a glória do culto levítico
TEXTO ÁUREO
“Então,
entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o
povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo” (Lv 9.23).
VERDADE PRÁTICA
O
verdadeiro culto divino não se impõe pelo ritualismo nem por sua pompa, mas
pelo quebrantamento de coração e pela integridade de espírito. A glória de Deus
não pode faltar.
LEITURA DIÁRIA
Gn 4.4 – Abel inicia o culto divino
4 Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do
seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, 5mas não aceitou Caim e sua
oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou.
Gn 12.1-3 – Abraão é
chamado a cultuar
A chamada de Abrão – 1Então
o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da
casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.
2"Farei
de você um grande povo, e o abençoarei.
Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.
3Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os
que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados".
Êx 4.31 – A fé conduz ao culto
29Assim Moisés e Arão foram e
reuniram todas as autoridades dos israelitas,
30e Arão lhes contou tudo o que o Senhor dissera a Moisés. Em
seguida, Moisés também realizou os sinais diante do povo,
31e eles creram. Quando o povo soube que o Senhor decidira vir em
seu auxílio, tendo visto a sua opressão, curvou-se em adoração.
Êx 12.27 – A explicação
do culto
26Quando os seus filhos perguntarem:
'O que significa esta cerimônia?', 27respondam-lhes: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou
sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando matou os
egípcios". Então o povo curvou-se em adoração.
Êx 10.9 – A
reivindicação do culto
9Moisés respondeu: "Temos
que levar todos: os jovens e os velhos, os nossos filhos e as nossas filhas, as
nossas ovelhas e os nossos bois, porque vamos celebrar uma festa ao
Senhor".
Rm 12.1-3 – Um culto
perfeito
Entrega
da vida para servir - 1Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus
que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto
racional de vocês.
2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas
transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de
experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos
vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas,
ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que
Deus lhe concedeu.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 9.15-24.
15
— Depois, fez chegar a oferta
do povo, e tomou o bode da expiação do pecado, que era pelo povo, e o degolou,
e o preparou por expiação do pecado, como o primeiro.
16
— Fez também chegar o
holocausto e o preparou segundo o rito.
17
— E fez chegar a oferta de
manjares, e a sua mão encheu dela, e a queimou sobre o altar, além do
holocausto da manhã.
18
— Depois, degolou o boi e o
carneiro em sacrifício pacífico, que era pelo povo; e os filhos de Arão
entregaram-lhe o sangue, que espargiu sobre o altar, em redor,
19
— como também a gordura do boi
e do carneiro, e a cauda, e o que cobre a fressura, e os rins, e o redenho do
fígado.
20
— E puseram a gordura sobre o
peito, e ele queimou a gordura sobre o altar;
21
— mas o peito e a espádua
direita Arão moveu por oferta de movimento perante o SENHOR, como Moisés tinha
ordenado.
22
— Depois, Arão levantou as
mãos ao povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a expiação do pecado, e o
holocausto, e a oferta pacífica.
23
— Então, entraram Moisés e
Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do
SENHOR apareceu a todo o povo.
24
— Porque o fogo saiu de diante
do SENHOR e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o
povo, jubilou e caiu sobre as suas faces.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar
de que o verdadeiro culto divino não se impõe pelo ritualismo, mas pelo
quebrantamento de coração e pela integridade de espírito.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·
I.
Mostrar como era o
culto no Antigo Testamento;
·
II.
Elencar os elementos
do culto levítico;
·
III.
Explicar as
finalidades do culto levítico.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na
lição de hoje repetiremos a respeito do culto divino. O que é mais importante
em um culto? A liturgia? Aqueles que estão prestando um serviço a Deus? O que
realmente agrada ao Senhor? Essas são indagações importantes, que precisamos
fazer se queremos adorar a Deus da forma que Ele merece e que lhe agrada.
Contudo, você professor, precisa estar atento para que não venha fazer de suas
aulas um espaço de debates teológicos inúteis. Precisamos de reflexão, de
debates que promovam a interação da classe. Também precisamos ouvir mais nossos
alunos, no entanto que o nosso alvo seja sempre o crescimento espiritual deles.
No
decorrer da aula, ressalte o cuidado que devemos ter para não cairmos no
formalismo, pois Deus não está preocupado com a forma, mas com o coração
daqueles que se achegam a Ele, é necessário que aqueles que desejam cultuar ao
Senhor o faça em espírito e em verdade (Jo 4.24 24 Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o
adorem em espírito e em verdade".).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O que é o culto divino?
Não
é fácil responder a essa pergunta, pois, no ato da adoração ao Deus Único e
Verdadeiro, temos de evitar dois extremos: a
informalidade profana e indecente, e o
ritualismo que mata o genuíno culto bíblico.
Por
esse motivo, o Senhor deixou à congregação israelita, nos livros de Êxodo e de
Levítico, ordenanças e instruções quanto à essência de seu culto.
Tendo
como exemplo a consagração do Santo Templo, em Jerusalém, mostraremos, nesta
lição, a beleza e a glória do culto levítico. Que a nossa adoração a Deus
conte, igualmente, com a presença do Espírito Santo em todos os atos. Sem a
glória de Deus, nenhum culto tem validade.
PONTO CENTRAL
Deus
não se agrada de um culto que se impõe pelo ritualismo.
I.
O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
I.
Mostrar como era o culto
no Antigo
Testamento
Vejamos
o que é o culto divino e o seu desenvolvimento na era patriarcal, no período de
Moisés, no tempo de Davi e de Salomão, e após o cativeiro babilônico.
1.
Definição. O culto
divino é o serviço amoroso, voluntário e exclusivo que Deus requer de cada uma
de suas criaturas morais (anjos e homens), mui particularmente de Israel, no
Antigo Testamento, e, agora, da Igreja, para que todos, em todos os lugares e
tempos, glorifiquem-no como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas (Sl 100.1 1Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra!
Ap 14.7
7Ele disse em alta voz: "Temam a Deus e
glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem aquele que fez os céus,
a terra, o mar e as fontes das águas".).
2.
Na era patriarcal. O
primeiro grande patriarca a prestar culto a Deus foi Noé (Gn 8.20 20Depois
Noé construiu um altar dedicado ao Senhor e, tomando alguns animais e aves
puros, ofereceu-os como holocausto, queimando-os sobre o altar.).
Abraão,
Isaque e Jacó também construíram altares para adorar ao Senhor, que os chamara
a constituir a nação profética, sacerdotal e real por excelência (Gn
12.7 7 O Senhor apareceu a Abrão e
disse: "À sua descendência darei esta terra". Abrão construiu ali um
altar dedicado ao Senhor, que lhe havia aparecido.
Gn 26.25 25Isaque
construiu nesse lugar um altar e invocou o nome do Senhor. Ali armou acampamento,
e os seus servos cavaram outro poço.
Gn 35.1-7 Jacob volta a Betel - 1Deus
disse a Jacó: "Suba a Betel e estabeleça-se lá, e faça um altar ao Deus
que lhe apareceu quando você fugia do seu irmão, Esaú".
2Disse,
pois, Jacó aos de sua casa e a todos os que estavam com ele: "Livrem-se
dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de
roupa.
3Venham!
Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha
angústia e que tem estado comigo por onde tenho andado".
4Então
entregaram a Jacó todos os deuses estrangeiros que possuíam e os brincos que
usavam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da grande árvore, próximo a
Siquém.
5Quando
eles partiram, o terror de Deus caiu de tal maneira sobre as cidades ao redor
que ninguém ousou perseguir os filhos de Jacó.
6Jacó
e todos os que com ele estavam chegaram a Luz, que é Betel, na terra de Canaã.
7Nesse
lugar construiu um altar e lhe deu o nome de El-Betel, porque ali Deus havia
se revelado a ele, quando fugia do seu irmão.).
3.
No período de Moisés. Deus,
através de Moisés, entregou ao seu povo leis e instruções para que o seu culto
passasse da informalidade a uma etapa mais teológica, litúrgica e
congregacional (Êx 12.21-26 21Então
Moisés convocou todas as autoridades de Israel e lhes disse: "Escolham um
cordeiro ou um cabrito para cada família. Sacrifiquem-no para celebrar a
Páscoa!
22Molhem
um feixe de hissopo no sangue que estiver na bacia e passem o sangue na viga
superior e nas laterais das portas. Nenhum de vocês poderá sair de casa até o
amanhecer.
23Quando o Senhor passar pela terra para matar os
egípcios, verá o sangue na viga superior e nas laterais da porta e passará
sobre aquela porta, e não permitirá que o destruidor entre na casa de vocês
para matá-los.
24"Obedeçam
a essas instruções como decreto perpétuo para vocês e para os seus descendentes.
25Quando entrarem na terra que o Senhor prometeu dar
a vocês, celebrem essa cerimônia.
26Quando os seus filhos perguntarem: 'O que
significa esta cerimônia?',
27respondam-lhes: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor,
que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando
matou os egípcios". Então o povo curvou-se em adoração.).
A
partir daí, estabeleceram-se as festividades sagradas como a Páscoa e o Dia da
Expiação (Êx 12.14,20 14"Este dia será um memorial que vocês e
todos os seus descendentes celebrarão como festa ao Senhor. Celebrem-no como
decreto perpétuo.
20Não comam nada fermentado. Onde quer que
morarem, comam apenas pão sem fermento".
Lv 23.27,28 26Disse
o Senhor a Moisés: 27"O
décimo dia deste sétimo mês é o Dia da Expiação. Façam uma reunião sagrada e
humilhem-se, e apresentem ao Senhor uma oferta preparada no fogo.
28Não
realizem trabalho algum nesse dia, porque é o Dia da Expiação, quando se faz
propiciação por vocês perante o Senhor, o Deus de vocês.).
Agora,
não somente as famílias, mas todo o povo é intimado a cultuar ao Senhor.
4.
No tempo de Davi e Salomão.
Até
a ascensão de Davi, como rei de Israel, a música não era utilizada no culto
divino.
O
cântico de Miriã e o de Débora constituíam manifestações espontâneas que
precederam a inserção da música na liturgia do Santo Templo (Êx
15.20,21 20Então
Miriã, a profetisa, irmã de Arão, pegou um tamborim e todas as mulheres a
seguiram, tocando tamborins e dançando.
21E Miriã lhes respondia, cantando: “Cantem ao
Senhor, pois triunfou "Cantem ao Senhor, pois triunfou gloriosamente.
Lançou
ao mar o cavalo e o seu cavaleiro".
Jz
5 O cântico de Débora - 1Naquele
dia, Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico: 2"Consagrem-se
para a guerra os chefes de Israel.
Voluntariamente
o povo se apresenta.
Louvem
o Senhor!
3"Ouçam, ó reis!
Governantes, escutem!
Cantarei ao Senhor, cantarei; comporei músicas ao
Senhor, o Deus de Israel. 4"Ó
Senhor, quando saíste de Seir, quando marchaste desde os campos de Edom, a
terra estremeceu, os céus gotejaram, as nuvens despejaram água!
5Os
montes tremeram perante o Senhor, o Deus do Sinai, perante o Senhor, o Deus de
Israel.
6"Nos
dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam desertas; os que viajavam seguiam caminhos
tortuosos.
7Já
tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora,
me levantei; levantou-se uma mãe em Israel.
8Quando
escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo
ou lança entre quarenta mil de Israel.
9Meu
coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo.
Louvem o Senhor!
10"Vocês,
que cavalgam em brancos jumentos, que se assentam em ricos tapetes,
que caminham pela estrada, considerem!
que caminham pela estrada, considerem!
11Mais
alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os
justos feitos do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel. "Então
o povo do Senhor desceu às portas.
12'Desperte,
Débora! Desperte!
Desperte, desperte, irrompa em cânticos!
Levante-se, Baraque!
Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de
Abinoão!'
13"Então
desceram os restantes e foram aos nobres; o povo do Senhor
veio a mim contra os poderosos.
veio a mim contra os poderosos.
14Alguns
vieram de Efraim, das raízes de Amaleque; Benjamim estava com o povo que seguiu
você.
De Maquir desceram comandantes; de Zebulom, os que
levam a vara de oficial.
15Os
líderes de Issacar estavam com Débora; sim, Issacar também estava com Baraque, apressando-se
após ele até o vale.
Nas divisões de Rúben houve muita inquietação.
16Por
que vocês permaneceram entre as fogueiras a ouvir o balido dos rebanhos?
Nas divisões de Rúben houve muita indecisão.
17Gileade
permaneceu do outro lado do Jordão.
E Dã, por que se deteve junto aos navios?
Aser permaneceu no litoral e em suas enseadas
ficou.
18O
povo de Zebulom arriscou a vida, como o fez Naftali nas altas regiões do campo.
19"Vieram
reis e lutaram.
Os reis de Canaã lutaram em Taanaque, junto às
águas de Megido, mas não levaram prata alguma, despojo algum.
20Desde
o céu lutaram as estrelas, desde as suas órbitas lutaram contra Sísera.
21O
rio Quisom os levou, o antigo rio, o rio Quisom.
Avante, minh'alma! Seja forte!
22Os
cascos dos cavalos faziam tremer o chão; galopavam, galopavam os seus poderosos
cavalos.
23'Amaldiçoem
Meroz', disse o anjo do Senhor.
'Amaldiçoem o seu povo, pois não vieram ajudar o
Senhor, ajudar o Senhor contra os poderosos.'
24"Que
Jael seja a mais bendita das mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu!
Seja ela bendita entre as mulheres que habitam em
tendas!
25Ele
pediu água, e ela lhe deu leite; numa tigela digna de príncipes trouxe-lhe
coalhada.
26Ela
estendeu a mão e apanhou a estaca da tenda; e com a mão direita o martelo do
trabalhador.
Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça, esmagou e
traspassou suas têmporas. 27Aos
seus pés ele se curvou, caiu e ali ficou prostrado.
Aos seus pés ele se curvou e caiu; onde caiu, ali
ficou. Morto!
28"Pela
janela olhava a mãe de Sísera; atrás da grade ela exclamava: 'Por que o seu
carro se demora tanto?
Por que custa a chegar o ruído de seus carros?'
29As
mais sábias de suas damas respondiam, e ela continuava falando consigo mesma: 30'Estarão
achando e repartindo os despojos?
Uma ou duas moças para cada homem, roupas coloridas
como despojo para Sísera, roupas coloridas e bordadas, tecidos bordados para o
meu pescoço, tudo isso como despojo?'
31"Assim
pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor!
Mas os que te amam sejam como o sol quando se
levanta na sua força".
E a terra teve paz durante quarenta anos.
32E a
terra teve sossego por quarenta anos.).
Mas,
com o rei Davi, que também era profeta, salmista e músico, a celebração oficial
ao Senhor foi enriquecida com a formação de coros e instrumentos musicais (1Cr 15.16 16 Davi também ordenou aos líderes dos levitas que
encarregassem os músicos que havia entre eles de cantar músicas alegres,
acompanhados por instrumentos musicais: liras, harpas e címbalos sonoros.).
Buscando
sempre a excelência do culto divino, o rei Davi inventou e fabricou diversos
instrumentos musicais (1Cr 23.5 5quatro mil para serem guardas
das portas e quatro mil para louvarem o Senhor com os instrumentos musicais que
Davi tinha preparado com esse propósito.
2Cr
7.6 6 Os sacerdotes tomaram seus lugares, bem como os
levitas, com os instrumentos musicais do Senhor feitos pelo rei Davi para
louvar o Senhor, cantando: "O seu amor dura para sempre". No outro
lado, de frente para os levitas, os sacerdotes tocavam suas cornetas. Todo o
povo estava em pé.).
Salomão
dedicou-se igualmente ao enriquecimento litúrgico e musical na adoração divina
(2Cr 5.1-14 1Terminada
toda a obra que Salomão havia realizado para o templo do Senhor, ele trouxe as
coisas que seu pai, Davi, tinha consagrado e as colocou junto com os tesouros
do templo de Deus: a prata, o ouro e todos os utensílios.
A arca é levada para o templo - 2Então
Salomão reuniu em Jerusalém as autoridades de Israel e todos os líderes das
tribos e os chefes das famílias israelitas, para levarem de Sião, a Cidade de
Davi, a arca da aliança do Senhor.
3E todos os homens de Israel uniram-se ao rei por
ocasião da festa, no sétimo mês.
4Quando todas as autoridades de Israel chegaram, os
levitas pegaram a arca 5e a levaram com a Tenda do Encontro e com todos os
seus utensílios sagrados. Foram os sacerdotes levitas que levaram tudo.
6O rei Salomão e toda a comunidade de Israel que se
havia reunido a ele diante da arca sacrificaram tantas ovelhas e bois que nem
era possível contar.
7Os sacerdotes levaram a arca da aliança do Senhor
para o seu lugar no santuário interno do templo, no Lugar Santíssimo, e a
colocaram debaixo das asas dos querubins.
8Os querubins tinham suas asas estendidas sobre o
lugar da arca e cobriam a arca e as varas utilizadas para o transporte.
9Essas varas eram tão compridas que as suas pontas
se estendiam para fora da arca e podiam ser vistas da parte da frente do
santuário interno, mas não de fora dele; e elas estão lá até hoje.
10Na arca havia só as duas tábuas que Moisés tinha
colocado quando estava em Horebe, onde o Senhor fez uma aliança com os
israelitas depois que saíram do Egito.
11Os sacerdotes saíram do Lugar Santo. Todos eles
haviam se consagrado, não importando a divisão a que pertenciam.
12E todos os levitas que eram músicos - Asafe, Hemã,
Jedutum e os filhos e parentes deles - ficaram a leste do altar, vestidos de
linho fino, tocando címbalos, harpas e liras, e os acompanhavam cento e vinte
sacerdotes tocando cornetas.
13Os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono,
louvaram e agradeceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos,
levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: "Ele é bom; o seu
amor dura para sempre".
Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, 14de
forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do
Senhor encheu o templo de Deus.).
No auge do Santo Templo, a liturgia
hebreia impressionava por sua beleza e arte (2Cr 5.13 13 Os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono,
louvaram e agradeceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros
instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: "Ele é
bom; o seu amor dura para sempre".
Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, 14de
forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do
Senhor encheu o templo de Deus.).
Ezequias também destaca-se pelo zelo
ao culto do Senhor (2Cr 29.26-28 26 Assim
os levitas ficaram em pé, preparados com os instrumentos de Davi, e os
sacerdotes com as cornetas.
27Então
Ezequias ordenou que sacrificassem o holocausto sobre o altar. Iniciado o
sacrifício, começou também o canto em louvor ao Senhor, ao som das cornetas e
dos instrumentos de Davi, rei de Israel.
28Toda
a assembleia prostrou-se em adoração, enquanto os músicos cantavam e os
corneteiros tocavam, até que terminou o holocausto.).
5.
Após o cativeiro babilônico. Em
586 a.C., os judeus foram levados em cativeiro à Babilônia, onde permaneceram
70 anos (Jr 25.11,12 11Amazias encheu-se de coragem e conduziu
o seu exército até o vale do Sal, onde matou dez mil homens de Seir.
12Também capturou outros dez mil, que
levou para o alto de um penhasco e atirou de lá, e todos eles se espatifaram.).
Nesse
período, pelo que inferimos do Salmo 137:
1 Junto
aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião.
2Ali, nos salgueiros, penduramos as nossas harpas; 3ali
os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções
alegres, dizendo: "Cantem para nós uma das canções de Sião!"
4Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa
terra estrangeira?
5Que
a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti!
6Que me grude a língua ao céu da boca, se eu não me
lembrar de ti e não considerar Jerusalém a minha maior alegria!
7Lembra-te,
Senhor, dos edomitas e do que fizeram quando Jerusalém foi destruída, pois
gritavam: "Arrasem-na! Arrasem-na até aos alicerces!"
8Ó cidade de Babilônia, destinada à destruição, feliz
aquele que lhe retribuir o mal que você nos fez!
9Feliz
aquele que pegar os seus filhos e os despedaçar contra a rocha! ,
a adoração divina foi praticamente
esquecida.
Mas, com o retorno a Jerusalém, os
repatriados, incentivados por Esdras e Neemias, reavivaram o culto levítico (Ne
12.22-30 22 Nos dias de Eliasibe, os chefes das
famílias dos levitas e dos sacerdotes, Joiada, Joanã e Jadua, foram registrados
durante o reinado de Dario, o persa.
23 Os chefes das famílias dos descendentes
de Levi até a época de Joanã, filho de Eliasibe, foram registrados no livro das
crônicas.
24 Os líderes dos levitas foram Hasabias,
Serebias, Jesua, filho de Cadmiel, e seus colegas, que ficavam em frente deles
quando entoavam louvores e ações de graças; um grupo respondia ao outro,
conforme prescrito por Davi, homem de Deus.
25 Matanias, Baquebuquias, Obadias,
Mesulão, Talmom e Acube eram porteiros; vigiavam os depósitos localizados junto
às portas.
26 Eles serviram nos dias de Joiaquim,
filho de Jesua, neto de Jozadaque, e nos dias do governador Neemias e de
Esdras, sacerdote e escriba.
A consagração da muralha - 27Por
ocasião da dedicação dos muros de Jerusalém, os levitas foram procurados e
trazidos de onde moravam para Jerusalém para celebrarem a dedicação
alegremente, com cânticos e ações de graças, ao som de címbalos, harpas e
liras.
28 Os cantores foram trazidos dos arredores
de Jerusalém, dos povoados dos netofatitas, 29 de Bete-Gilgal, e das regiões de Geba e
de Azmavete, pois esses cantores haviam construído povoados para si ao redor de
Jerusalém.
30Os sacerdotes e os levitas se
purificaram cerimonialmente e depois purificaram também o povo, as portas e os
muros.).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Levítico era o manual do culto no Antigo
Testamento.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Culto
“1.
Definição etimológica e antropológica. A palavra culto é originária do
vocábulo latino ‘culto’,
e
significa adoração ou homenagem que se presta ao Supremo Ser.
No
grego, temos duas palavras para culto: ‘latréia ’, significando adoração;
e
‘proskuneo ’, reverenciar, prestar obediência,
render homenagem.
2.
Definição teológica. O
culto é o momento da adoração que tributamos a Deus; marca o encontro do
Supremo Ser com os seus adoradores. Eis porque, durante o seu transcurso, cada
membro da congregação deve sentir-se e agir com o integrante dessa comunidade
de adoração — a Igreja de Cristo.
Se
o culto aos ídolos induz o ser humano às mais abjetas práticas, a adoração
cristã enleva-nos ao coração do Criador. O teólogo Karl Barth via o culto
cristão como ‘o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do
homem’” (ANDRADE, Claudionor. As Disciplinas da Vida Cristã: Como
alcançar a verdadeira espiritualidade. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008,
pp.58,59).
II.
OS ELEMENTOS DO CULTO LEVÍTICO
II. Elencar os elementos do
culto levítico
A
fim de mostrarmos a beleza e a glória do culto divino no Antigo Testamento,
tomemos como exemplo a consagração do Santo Templo, pelo rei Salomão, em
Jerusalém.
Sacrifícios. Cânticos. Exposição
da Palavra. Oração. Leitura da Leitura da Palavra. Bênção. (Bênção
Araônica)
1.
Sacrifícios. O
culto inaugural do Santo Templo, que teve início com a chegada da Arca Sagrada,
foi marcado por uma grande quantidade de sacrifícios de animais (1Rs 8.5 5O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, que se havia reunido
a ele diante da arca, sacrificaram tantas ovelhas e bois que nem era possível
contar.)
— cf. Levítico 1 - 1Da
Tenda do Encontro o Senhor chamou Moisés e lhe ordenou: 2"Diga
o seguinte aos israelitas: Quando alguém trouxer um animal como oferta ao
Senhor, que seja do gado ou do rebanho de ovelhas.
3"Se o holocausto for de gado, oferecerá um
macho sem defeito. Ele o apresentará à entrada da Tenda do Encontro, para que
seja aceito pelo Senhor, 4e porá a mão sobre a cabeça do animal do
holocausto para que seja aceito como propiciação em seu lugar.
5Então o novilho será morto perante o Senhor, e os
sacerdotes, descendentes de Arão, trarão o sangue e o derramarão em todos os
lados do altar, que está à entrada da Tenda do Encontro.
6Depois se tirará a pele do animal, que será cortado
em pedaços.
7Então os descendentes do sacerdote Arão acenderão
o fogo do altar e arrumarão a lenha sobre o fogo.
8Em seguida, arrumarão os pedaços, inclusive a
cabeça e a gordura, sobre a lenha que está no fogo do altar.
9As vísceras e as pernas serão lavadas com água. E o
sacerdote queimará tudo isso no altar. É um holocausto; oferta preparada no
fogo, de aroma agradável ao Senhor.
10"Se a oferta for um holocausto do rebanho -
quer de cordeiros quer de cabritos -, oferecerá um macho sem defeito.
11O animal será morto no lado norte do altar, perante
o Senhor; os sacerdotes, descendentes de Arão, derramarão o sangue nos lados
do altar.
12Então o animal será cortado em pedaços. O
sacerdote arrumará os pedaços, inclusive a cabeça e a gordura, sobre a lenha
que está no fogo do altar.
13As vísceras e as pernas serão lavadas com água. O
sacerdote trará tudo isso como oferta e o queimará no altar. É um holocausto;
oferta preparada no fogo, de aroma agradável ao Senhor.
14"Se a sua oferta ao Senhor for um holocausto
de aves, traga uma rolinha ou um pombinho.
15O sacerdote trará a ave ao altar, destroncará o
pescoço dela e a queimará, e deixará escorrer o sangue da ave na parede do altar.
16Ele retirará o papo com o seu conteúdo e o jogará
no lado leste do altar, onde ficam as cinzas.
17Rasgará a ave pelas asas, sem dividi-la
totalmente, e então o sacerdote a queimará sobre a lenha acesa no altar. É um
holocausto; oferta preparada no fogo, de aroma agradável ao Senhor.
De
forma sem igual, o rei Salomão e todo o Israel demonstraram sua ação de graças
ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
2.
Cânticos. Em seguida,
os cantores e músicos puseram-se a louvar ao Senhor, entoando provavelmente os
cânticos que Davi e outros salmistas haviam composto (2Cr 5.12,13 12E todos os levitas que eram músicos -
Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e parentes deles - ficaram a leste do altar,
vestidos de linho fino, tocando címbalos, harpas e liras, e os acompanhavam
cento e vinte sacerdotes tocando cornetas.
13Os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono,
louvaram e agradeceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros
instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: "Ele é
bom; o seu amor dura para sempre".
Então
uma nuvem encheu o templo do Senhor, 14de forma que os sacerdotes não podiam
desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus.).
3.
Exposição da Palavra. Logo
após. Salomão dirigiu-se ao povo, fazendo uma síntese da História Sagrada até aquele
instante. Ele mostra a clara intervenção de Deus em cada etapa da existência de
Israel (2Cr 6.1-13
1E
Salomão exclamou: "O Senhor disse que habitaria numa nuvem escura!
2Na realidade construí para ti um templo magnífico,
um lugar para nele habitares para sempre!"
3Depois o rei virou-se e abençoou toda a assembleia
de Israel, que estava ali em pé.
4E disse: "Bendito seja o Senhor, o Deus de
Israel, que por suas mãos cumpriu o que prometeu com sua própria boca a meu pai
Davi, quando lhe disse: 5'Desde o dia em que tirei meu povo do Egito, não
escolhi nenhuma cidade das tribos de Israel para nela construir um templo em
honra ao meu nome, nem escolhi ninguém para ser o líder de Israel, o meu povo.
6Mas, agora, escolhi Jerusalém para o meu nome ali
estar e escolhi Davi para governar Israel, o meu povo'.
7"Meu pai, Davi, tinha no coração o propósito
de construir um templo em honra ao nome do Senhor, o Deus de Israel.
8Mas o Senhor lhe disse: 'Você fez bem em ter no
coração o plano de construir um templo em honra ao meu nome; 9no
entanto, não será você que o construirá, mas o seu filho, que procederá de
você; ele construirá o templo em honra ao meu nome'.
10"E o Senhor cumpriu a sua promessa. Sou o
sucessor de meu pai, Davi, e agora ocupo o trono de Israel, como o Senhor
tinha prometido, e construí o templo em honra ao nome do Senhor, o Deus de
Israel.
11Coloquei nele a arca, na qual estão as tábuas da
aliança do Senhor, aliança que ele fez com os israelitas".
A
oração de dedicação - 12Depois Salomão colocou-se diante do altar do
Senhor, e de toda a assembleia de Israel, e levantou as mãos para orar.
13Ele havia mandado fazer uma plataforma de bronze
com dois metros e vinte e cinco centímetros de comprimento e de largura, e um
metro e trinta e cinco centímetros de altura no centro do pátio externo. O rei
ficou em pé na plataforma e depois ajoelhou-se diante de toda a assembleia de
Israel, levantou as mãos para o céu, 14e orou: "Senhor, Deus de Israel, não há Deus
como tu nos céus e na terra! Tu que guardas a tua aliança de amor com os teus
servos que, de todo o coração,
andam
segundo a tua vontade.
15Cumpriste a tua promessa a teu servo Davi, meu
pai; com tua boca a fizeste e com tua mão a cumpriste, conforme hoje se vê.
16"Agora, Senhor, Deus de Israel, cumpre a
outra promessa que fizeste a teu servo Davi, meu pai, quando disseste: 'Você
nunca deixará de ter, diante de mim, um descendente que se assente no trono de
Israel, se tão somente os seus descendentes tiverem o cuidado de, em tudo,
andar segundo a minha lei, como você tem feito'.
17Agora, ó Senhor, Deus de Israel, que se confirme a
palavra que falaste a teu servo Davi.
18"Mas será possível que Deus habite na terra
com os homens? Os céus, mesmo os mais altos céus, não podem conter-te. Muito menos
este templo que construí!
19Ainda assim, atende à oração do teu servo e ao seu
pedido de misericórdia, ó Senhor, meu Deus. Ouve o clamor e a oração que teu
servo faz hoje na tua presença.
20Estejam os teus olhos voltados dia e noite para
este templo, lugar do qual disseste que nele porias o teu nome, para que ouças
a oração que o teu servo fizer voltado para este lugar.
21Ouve as súplicas do teu servo e de Israel, o teu
povo, quando orarem voltados para este lugar. Ouve desde os céus, lugar da tua
habitação, e, quando ouvires, dá-lhes o teu perdão.
22"Quando um homem pecar contra seu próximo e
tiver que fazer um juramento e vier jurar diante do teu altar neste templo, 23ouve
dos céus e age. Julga os teus servos; retribui ao culpado, fazendo recair sobre
a sua própria cabeça o resultado da sua conduta, e declara sem culpa o
inocente, dando-lhe o que a sua inocência merece.
24"Quando Israel, o teu povo, for derrotado por
um inimigo por ter pecado contra ti e voltar-se para ti e invocar o teu nome,
orando e suplicando a ti neste templo, 25ouve dos céus e perdoa o pecado de Israel, o teu
povo, e traze-o de volta à terra que deste a ele e aos seus antepassados.
26"Quando se fechar o céu e não houver chuva por
haver o teu povo pecado contra ti e o teu povo, voltado para este lugar,
invocar o teu nome e afastar-se do seu pecado por o haveres castigado, 27ouve
dos céus e perdoa o pecado dos teus servos, de Israel, o teu povo. Ensina-lhes
o caminho certo e envia chuva sobre a tua terra, que deste por herança ao teu
povo.
28"Quando houver fome ou praga no país, ferrugem
e mofo, gafanhotos peregrinos e gafanhotos devastadores, ou quando inimigos
sitiarem suas cidades, quando, em meio a qualquer praga ou epidemia, 29uma
oração ou uma súplica por misericórdia for feita por um israelita ou por todo o
Israel, teu povo, cada um sentindo as suas próprias aflições e dores,
estendendo as mãos na direção deste templo, 30ouve dos céus, o lugar da tua habitação. Perdoa e
trata cada um de acordo com o que merece, visto que conheces o seu coração.
Sim, só tu conheces o coração do homem.
31Assim eles te temerão e andarão segundo a tua vontade
durante todo o tempo em que viverem na terra que deste aos nossos antepassados.
32"Quanto ao estrangeiro, que não pertence a
Israel, o teu povo, e que veio de uma terra distante por causa do teu grande
nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte; quando ele vier e orar voltado
para este templo, 33ouve dos céus, lugar da tua habitação, e atende o
pedido do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu
nome e te temam, como faz Israel, o teu povo, e saibam que este templo que
construí traz o teu nome.
34"Quando o teu povo for à guerra contra os
seus inimigos, por onde quer que tu o enviares, e orar a ti, voltado para a
cidade que escolheste e para o templo que construí em honra ao teu nome, 35ouve
dos céus a sua oração e a sua súplica e defende a sua causa.
36"Quando pecarem contra ti, pois não há ninguém
que não peque, e ficares irado com eles e os entregares ao inimigo, e este os
levar prisioneiros para uma terra distante ou próxima; 37se
eles caírem em si, na terra para a qual foram deportados, e se arrependerem e
lá orarem: 'Pecamos, praticamos o mal e fomos rebeldes'; 38e se
lá eles se voltarem para ti de todo o coração e de toda a sua alma, na terra de
seu cativeiro para onde foram levados, e orarem voltados para a terra que deste
aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e para o templo que
construí em honra ao teu nome, 39então, dos céus, lugar da tua habitação, ouve a
sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa. Perdoa o teu povo, que pecou
contra ti.
40"Assim, meu Deus, que os teus olhos estejam
abertos e os teus ouvidos atentos às orações feitas neste lugar.
41"Agora, levanta-te, ó Senhor, ó Deus, e vem
para o teu lugar de descanso, tu e a arca do teu poder.
Estejam
os teus sacerdotes vestidos de salvação, ó Senhor, ó Deus; que os teus santos
se regozijem em tua bondade.
42Ó Senhor, ó Deus, não rejeites o teu ungido.
Lembra-te
da fidelidade prometida a teu servo Davi".).
4.
Oração. O rei
dirige-se, agora, a Deus em oração, agradecendo-o por aquele momento, e
intercede não só por Israel, mas pelos gentios que, ouvindo acerca da
intervenção divina na vida de seu povo, para ali acorreriam (2Cr 6.32,33 32"Quanto ao estrangeiro, que não pertence a
Israel, o teu povo, e que veio de uma terra distante por causa do teu grande
nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte; quando ele vier e orar voltado
para este templo, 33ouve dos céus, lugar da tua habitação,
e atende o pedido do estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra
conheçam o teu nome e te temam, como faz Israel, o teu povo, e saibam que este
templo que construí traz o teu nome.).
5.
Leitura da Palavra. Após
o cativeiro babilônico, já no tempo de Esdras e Neemias, a Palavra de Deus
começou a ser lida publicamente como parte da liturgia do culto (Ne 8.1-8 Esdras lê a lei - 1Quando chegou o sétimo mês e os
israelitas tinham se instalado em suas cidades, todo o povo juntou-se como se
fosse um só homem na praça, em frente da porta das Águas. Pediram ao escriba
Esdras que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel.
2Assim, no primeiro dia do sétimo mês, o
sacerdote Esdras trouxe a Lei diante da assembleia, que era constituída de
homens e mulheres e de todos os que podiam entender. 3Ele a leu em alta voz desde o raiar da manhã até o
meio-dia, de frente para a praça, em frente da porta das Águas, na presença dos
homens, mulheres e de outros que podiam entender. E todo o povo ouvia com
atenção a leitura do Livro da Lei.
4O escriba Esdras estava numa plataforma
elevada, de madeira, construída para a ocasião. Ao seu lado, à direita, estavam
Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaseias; e à esquerda estavam
Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
5Esdras abriu o Livro diante de todo o
povo, e este podia vê-lo, pois ele estava num lugar mais alto. E, quando abriu
o Livro, o povo todo se levantou.
6Esdras louvou o Senhor, o grande Deus,
e todo o povo ergueu as mãos e respondeu: "Amém! Amém!" Então eles
adoraram o Senhor, prostrados com o rosto em terra.
7Os levitas Jesua, Bani, Serebias,
Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaseias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã e
Pelaías, instruíram o povo na Lei, e todos permaneciam ali.
8Leram o Livro da Lei de Deus,
interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava
sendo lido.).
Nesse
período, os sacerdotes puseram-se também a explicar a Lei ao povo de Deus.
Antes disso, a leitura das Escrituras limitava-se aos montes Gerizim e Ebal (Dt
29 A renovação da aliança - 1São estes os termos da aliança que o Senhor ordenou
que Moisés fizesse com os israelitas em Moabe, além da aliança que tinha feito
com eles em Horebe.
2Moisés convocou todos os israelitas e lhes disse:
"Os seus olhos viram tudo o que o Senhor fez no Egito ao faraó, a todos os
seus oficiais e a toda a sua terra.
3Com os seus próprios olhos vocês viram aquelas
grandes provas, aqueles sinais e grandes maravilhas.
4Mas até hoje o Senhor não deu a vocês mente que
entenda, olhos que vejam, e ouvidos que ouçam.
5'Durante os quarenta anos em que os conduzi pelo
deserto', disse ele, 'nem as suas roupas, nem as sandálias dos seus pés se
gastaram.
6Vocês não comeram pão, nem beberam vinho, nem
qualquer outra bebida fermentada. Fiz isso para que vocês soubessem que eu sou
o Senhor, o seu Deus.'
7"Quando vocês chegaram a este lugar, Seom, rei
de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, atacaram-nos, mas nós os derrotamos.
8Conquistamos a terra deles e a demos por herança às
tribos de Rúben e de Gade e à metade da tribo de Manassés.
9"Sigam fielmente os termos desta aliança, para
que vocês prosperem em tudo o que fizerem.
10Hoje todos vocês estão na presença do Senhor, o seu
Deus: os seus chefes e homens destacados, os seus líderes e oficiais e todos os
demais homens de Israel, 11juntamente com os seus filhos e as suas mulheres e
os estrangeiros que vivem nos seus acampamentos cortando lenha e carregando
água para vocês.
12Vocês estão aqui presentes para entrar em aliança
com o Senhor, o seu Deus, aliança que ele está fazendo com vocês hoje,
selando-a sob juramento, 13para hoje confirmá-los como seu povo, para que ele
seja o seu Deus, conforme prometeu a vocês e jurou aos seus antepassados,
Abraão, Isaque e Jacó.
14Não faço esta aliança, sob juramento, somente com
vocês 15que
estão aqui conosco na presença do Senhor, o nosso Deus, mas também com aqueles
que não estão aqui hoje.
16"Vocês mesmos sabem como vivemos no Egito e
como passamos por várias nações até chegarmos aqui.
17Vocês viram nelas as suas imagens e os seus ídolos
detestáveis, feitos de madeira, de pedra, de prata e de ouro.
18Cuidem que não haja entre vocês nenhum homem ou
mulher, clã ou tribo cujo coração se afaste do Senhor, o nosso Deus, para
adorar os deuses daquelas nações e para que não haja no meio de vocês nenhuma
raiz que produza esse veneno amargo.
19"Se alguém, cujo coração se afastou do Senhor
para adorar outros deuses, ouvir as palavras deste juramento, invocar uma
bênção sobre si mesmo e pensar: 'Estarei em segurança, muito embora persista em
seguir o meu próprio caminho', trará desgraça tanto à terra irrigada quanto à
terra seca.
20O Senhor jamais se disporá a perdoá-lo; a sua ira e
o seu zelo se acenderão contra tal pessoa. Todas as maldições escritas neste
livro cairão sobre ela, e o Senhor apagará o seu nome de debaixo do céu.
21O Senhor a separará de todas as tribos de Israel
para que sofra desgraça, de acordo com todas as maldições da aliança escrita
neste Livro da Lei.
22"Os seus filhos, os seus descendentes e os
estrangeiros que vierem de terras distantes verão as desgraças que terão caído
sobre a terra e as doenças com que o Senhor a terá afligido.
23A terra inteira será um deserto abrasador de sal e
enxofre, no qual nada que for plantado brotará, onde nenhuma vegetação
crescerá. Será como a destruição de Sodoma e Gomorra, de Admá e Zeboim, que o
Senhor destruiu com ira e furor.
24Todas as nações perguntarão: 'Por que o Senhor fez
isto a esta terra? Por que tanta ira e tanto furor?'
25"E a resposta será: 'Foi porque este povo
abandonou a aliança do Senhor, o Deus dos seus antepassados, aliança feita com
eles quando os tirou do Egito.
26Eles foram adorar outros deuses e se prostraram
diante deles, deuses que eles não conheciam antes, deuses que o Senhor não lhes
tinha dado.
27Por isso a ira do Senhor acendeu-se contra esta
terra, e ele trouxe sobre ela todas as maldições escritas neste livro.
28Cheio de ira, indignação e grande furor, o Senhor
os desarraigou da sua terra e os lançou numa outra terra, como hoje se vê'.
29"As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o
nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre,
para que sigamos todas as palavras desta lei.).
6.
Bênção. O culto
levítico era encerrado com a bênção araônica (Nm 6.22-26 A bênção sacerdotal - 22O Senhor disse a Moisés: 23"Diga a Arão e aos seus filhos: Assim vocês
abençoarão os israelitas: 24"O Senhor te abençoe e te guarde; 25o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e
te conceda graça; 26o Senhor volte para ti o seu rosto e te
dê paz.
27"Assim eles invocarão o meu nome
sobre os israelitas, e eu os abençoarei".).
Ao
serem assim abençoados, os filhos de Israel conscientizavam-se de que eram
propriedade particular do Senhor (Êx 19.5
5Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a
minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal entre todas as nações. Embora
toda a terra seja minha, 6vocês serão para mim um reino de
sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas".).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Os sacrifícios, os cânticos, a exposição
da Palavra e a bênção eram elementos centrais do culto Levítico.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“O capítulo 9 de Levítico é um
referencial da adoração no Antigo Testamento. Registra os primeiros sacrifícios
públicos de Israel sob o regime do sacerdócio levítico. No capítulo 8, os
sacrifícios foram oferecidos na ordenação de Arão e seus filhos, mas o povo
ficou só observando; não participou. Agora, os sacerdotes começam de fato o
ministério de mediação. Este era um dia importante para Israel. O Senhor
apareceria para coroar a ocasião.
Para preparar o aparecimento de Deus,
Arão ofereceu por si e seus filhos uma expiação de pecado e um holocausto
(7,8). A oferta peto pecado de Arão era um bezerro, e seu holocausto, um
carneiro. Esta é a única ocasião na qual a legislação sacrificial exigia um
bezerro. Rashi comenta a respeito do bezerro: ‘Este animal foi escolhido como
oferta pelo pecado para anunciar ao sacerdote [Arão] que o Santo, bendito seja
Ele, lhe concedeu expiação por meio deste bezerro por causa do incidente do
bezerro de ouro anteriormente feito’.
[...] A conclusão adequada para este
culto é a presença do Deus vivo manifesto em sua glória ao povo. A palavra
glória é termo particularmente bíblico. A ideia do radical hebraico (kabed ) é ‘ser pesado, ter peso, pesado’. A
forma substantivada é empregada no mundo antigo para aludir à aparência do esplendor
que acompanha um grande personagem. Brockington explica que, na Bíblia, glória
se refere ‘àquilo que os homens podem perceber, originalmente pela visão, da
presença de Deus na terra’. Note o uso do termo em Ezequiel 1. A palavra fala
das seguintes experiências em tempos e situações diversas: Israel no Sinai;
Salomão e o povo quando a Shequiná encheu a cada de Deus; Isaías no Templo; os
pastores nos arredores de Belém; e os discípulos no monte da Transfiguração” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.275,276).
III.
FINALIDADES DO CULTO LEVÍTICO
III.
Explicar as finalidades
do culto levítico.
O
culto levítico, no Antigo Testamento, tinha quatro finalidades básicas: Adorar
a Deus, Reafirmar as alianças divinas, Professar o credo mosaico e Aguardar o
Messias.
Era
uma celebração Teológica e Messiânica.
1.
Adorar ao Único e Verdadeiro Deus. Ao
reunir-se para adorar a Deus, a comunidade de Israel demonstrava duas coisas: a
aceitação do Único e Verdadeiro Deus e a rejeição dos deuses pagãos (Lv 19.4 4"Não se
voltem para os ídolos nem façam para vocês deuses de metal. Eu sou o Senhor, o
Deus de vocês.
Sl
86.10 10Pois tu és grande e realizas feitos maravilhosos; só tu és Deus!
Sl
97.9 9Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra!
És exaltado muito acima de todos os deuses!).
Enfim,
o culto afastava os israelitas da idolatria e aprofundava sua comunhão com o
Senhor (Sl 96.5
5Todos os
deuses das nações não passam de ídolos, mas o Senhor fez os céus.).
Esse
era o teor dos cânticos congregacionais do Santo Templo.
2.
Reafirmar as alianças antigas. No
culto levítico, os filhos de Israel professavam as alianças que o Senhor
firmara com Abraão, Isaque, Jacó e Davi (Lv 26.9,45 9"Eu me voltarei para vocês e os farei prolíferos; e os
multiplicarei e guardarei a minha aliança com vocês.
45Mas por amor
deles eu me lembrarei da aliança com os seus antepassados que tirei da terra do
Egito à vista das nações, para ser o Deus deles. Eu sou o Senhor".).
Já
em seus cânticos, reafirmavam a fé na presença de Deus em sua vida familiar e
comunal (Sl 47.9
9Os soberanos
das nações se juntam ao povo do Deus de Abraão, pois os governantes da terra
pertencem a Deus; ele é soberanamente exaltado.),
como mostra o Salmo 105: 1Deem graças ao Senhor, proclamem o seu nome;
divulguem os seus feitos entre as nações.
2Cantem para ele e louvem-no; relatem todas as suas
maravilhas.
3Gloriem-se
no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor.
4Recorram ao Senhor e ao seu poder; busquem sempre a
sua presença.
5Lembrem-se
das maravilhas que ele fez, dos seus prodígios e das sentenças de juízo que
pronunciou, 6ó descendentes de Abraão, seu servo, ó filhos de
Jacó, seus escolhidos.
7Ele
é o Senhor, o nosso Deus; seus decretos são para toda a terra.
8Ele se lembra para sempre da sua aliança, por mil
gerações, da palavra que ordenou, 9da aliança que fez com Abraão, do juramento que fez
a Isaque.
10Ele o confirmou como decreto a Jacó, a Israel como
aliança eterna, quando disse: 11"Darei a você a terra de Canaã, a herança que
lhe pertence".
12Quando ainda eram poucos, um punhado de peregrinos
na terra, 13e
vagueavam de nação em nação, de um reino a outro, 14ele
não permitiu que ninguém os oprimisse, mas a favor deles repreendeu reis, dizendo:
15"Não
toquem nos meus ungidos; não maltratem os meus profetas".
16Ele mandou vir fome sobre a terra e destruiu todo o
seu sustento; 17mas enviou um homem adiante deles, José, que foi
vendido como escravo.
18Machucaram-lhe os pés com correntes e com ferros
prenderam-lhe o pescoço, 19até cumprir-se a sua predição e a palavra do Senhor
confirmar o que dissera.
20O rei mandou soltá-lo, o governante dos povos o
libertou.
21Ele
o constituiu senhor de seu palácio e administrador de todos os seus bens, 22para
instruir os seus oficiais como desejasse e ensinar a sabedoria às autoridades
do rei.
23Então
Israel foi para o Egito, Jacó viveu como estrangeiro na terra de Cam.
24Deus fez proliferar o seu povo, tornou-o mais
poderoso do que os seus adversários 25e mudou o coração deles para que odiassem o seu
povo, para que tramassem contra os seus servos.
26Então enviou seu servo Moisés, e Arão, a quem tinha
escolhido, 27por
meio dos quais realizou os seus sinais milagrosos e as suas maravilhas na terra
de Cam.
28Ele enviou trevas, e houve trevas, e eles não se
rebelaram contra as suas palavras.
29Ele
transformou as águas deles em sangue, causando a morte dos seus peixes.
30A terra deles ficou infestada de rãs, até mesmo os
aposentos reais.
31Ele
ordenou, e enxames de moscas e piolhos invadiram o território deles.
32Deu-lhes granizo, em vez de chuva, e raios
flamejantes por toda a sua terra;
33arrasou
as suas videiras e figueiras e destruiu as árvores do seu território.
34Ordenou, e vieram enxames de gafanhotos, gafanhotos
inumeráveis,
35e
devoraram toda a vegetação daquela terra, e consumiram tudo o que a lavoura
produziu.
36Depois matou todos os primogênitos da terra deles,
todas as primícias da sua virilidade.
37Ele
tirou de lá Israel, que saiu cheio de prata e ouro.
Não havia em suas tribos quem fraquejasse.
38Os egípcios alegraram-se quando eles saíram, pois
estavam com verdadeiro pavor dos israelitas.
39Ele
estendeu uma nuvem para lhes dar sombra, e fogo para iluminar a noite.
40Pediram, e ele enviou codornizes e saciou-os com
pão do céu.
41Ele
fendeu a rocha, e jorrou água, que escorreu como um rio pelo deserto.
42Pois ele se lembrou da santa promessa que fizera ao
seu servo Abraão.
43Fez
o seu povo sair cheio de júbilo e os seus escolhidos com cânticos alegres.
44Deu-lhes as terras das nações, e eles tomaram posse
do fruto do trabalho de outros povos, 45para que obedecessem aos seus decretos e guardassem
as suas leis.
Aleluia!
Aleluia!
3.
Professar o credo divino. Em
seus cultos, os israelitas, guiados pelo ministério levítico, professavam o seu
credo: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4 4"Ouça,
ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor.).
Nesta
sentença resume-se toda a teologia do Antigo Testamento. Que a Igreja de Cristo
recite a doutrina divina.
4.
Aguardar o Messias. No
livro de Salmos, há uma elevada cristologia, que descreve a paixão, a morte, a
ressurreição e a glorificação do Senhor Jesus Cristo como Rei dos reis (Sl
22.1-19 1Meu
Deus! Meu Deus!
Por
que me abandonaste?
Por
que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?
2Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de
noite, e não recebo alívio! 3Tu,
porém, és o Santo, és rei, és o louvor de Israel.
4Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança;
confiaram, e os livraste.
5Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e
não se decepcionaram.
6Mas eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e
objeto de desprezo do povo.
7Caçoam de mim todos os que me veem; balançando a
cabeça, lançam insultos contra mim, dizendo: 8"Recorra ao Senhor!
Que
o Senhor o liberte!
Que
ele o livre, já que lhe quer bem!"
9Contudo, tu mesmo me tiraste do ventre; deste-me
segurança junto ao seio de minha mãe.
10Desde que nasci fui entregue a ti; desde o ventre materno
és o meu Deus.
11Não fiques distante de mim, pois a angústia está
perto e não há ninguém que me socorra.
12Muitos touros me cercam, sim, rodeiam-me os
poderosos de Basã.
13Como leão voraz rugindo, escancaram a boca contra
mim.
14Como água me derramei, e todos os meus ossos estão
desconjuntados.
Meu
coração se tornou como cera; derreteu-se no meu íntimo.
15Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha
língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte.
16Cães me rodearam!
Um
bando de homens maus me cercou!
Perfuraram
minhas mãos e meus pés.
17Posso contar todos os meus ossos, mas eles me
encaram com desprezo.
18Dividiram as minhas roupas entre si, e lançaram
sortes pelas minhas vestes.
19Tu, porém, Senhor, não fiques distante!
Ó
minha força, vem logo em meu socorro!
Sl
16.10 9Por
isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará
tranquilo, 10porque
tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição.
11Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença,
eterno prazer à tua direita.
eterno prazer à tua direita.
Sl
110.1-4 1O
Senhor disse ao meu Senhor: "Senta-te à minha direita
até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés".
até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés".
2O Senhor estenderá o cetro de teu poder desde Sião, e dominarás sobre os teus inimigos!
3Quando convocares as tuas tropas, o teu povo se apresentará
voluntariamente.
Trajando vestes santas, desde o romper da alvorada os teus jovens virão como o orvalho.
Trajando vestes santas, desde o romper da alvorada os teus jovens virão como o orvalho.
4O Senhor jurou e não se arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque".
Sl
2.1-8 1Por que se amotinam as nações e os povos tramam em
vão?
2Os reis da terra tomam posição e os governantes
conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido, e dizem: 3"Façamos
em pedaços as suas correntes,
lancemos de nós as suas algemas!"
lancemos de nós as suas algemas!"
4Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa
deles.
5Em sua ira os repreende e em seu furor os
aterroriza, dizendo: 6"Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu
santo monte".
7Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse:
"Tu és meu filho; eu hoje te gerei.
8Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins
da terra como tua propriedade.).
Um
israelita crente, e predisposto a servir a Deus, jamais seria surpreendido com
a chegada do Messias, pois o culto levítico era essencial e tipologicamente
cristológico (Lc 2.25-35
25Havia
em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a
consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26Fora-lhe
revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do
Senhor.
27Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os
pais trouxeram o menino Jesus para lhe fazerem o que requeria o costume da Lei,
28Simeão
o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29"Ó Soberano, como prometeste, agora podes
despedir em paz o teu servo.
30Pois os meus olhos já viram a tua salvação, 31que
preparaste à vista de todos os povos: 32luz para revelação aos gentios e para a glória de
Israel, teu povo".
33O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que
fora dito a respeito dele.
34E Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus:
"Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em
Israel, e a ser um sinal de contradição, 35de modo que o pensamento de muitos corações será
revelado. Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma".).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
As finalidades do culto levítico eram:
adorar a Deus, reafirmar as alianças divinas, professar o credo mosaico e
aguardar o Messias.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Há muito tempo que os estudiosos se
empenham em achar a ideia controladora por trás dos sacrifícios religiosos.
Alguns sugerem que seja comunhão, ato simbolizado pela refeição comum. Outros
enfatizam a propiciação, a substituição ou a gratidão festiva. É óbvio que o
sacrifício é algo multifacetado da mesma maneira que é a relação do homem com
Deus. Envolve comunhão, mas comunhão com Deus que implica em proposição,
gratidão e petição. Assim, nossa atenção é remetida novamente à ideia de
proximidade e intimidade com Deus. Tudo que diz respeito a aproximar-se de Deus
está implícito no sacrifício. Este conceito explica as cinco variedades de
ofertas: holocausto, oferta de manjares, oferta de paz, oferta pelo pecado e
oferta pela culpa. Cada oferta fala de uma faceta diferente da proximidade com
Deus.
Levítico toma por certo que quando os
homens se achegam a Deus, eles não devem ir de mãos vazias. Há algo sobre a
relação que torna correto e apropriado os homens levarem uma oferta. Desde os
tempos do Novo Testamento é fácil esquecer esta verdade. Mas sempre temos de
nos lembrar de que, embora os crentes possam se aproximar de Deus com ousadia,
eles não devem ir de mãos vazias. Sob o antigo concerto, os adoradores iam com
dádivas próprias. Hoje, os crentes vão com a própria Dádiva de Deus, seu Filho
Jesus, como base de aproximação e intimidade dos adoradores com Deus” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.259).
CONCLUSÃO
Os
filhos de Israel não souberam cultuar a Deus como Ele o requer de cada um de nós.
Por isso, deixaram-se contaminar pelo formalismo. Apesar de sua rica e
significativa liturgia, adoravam a Deus apenas com os lábios, pois o seu
coração achava-se distante do Deus de Abraão (Is 29.13 13O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me
honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por
homens.).
Então,
adoremos a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.24 24Deus é espírito, e é necessário que os seus
adoradores o adorem em espírito e em verdade".).
Apresentemos
ao Senhor o nosso culto racional (Rm 12.1-3
Entrega da vida para servir - 1Portanto,
irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas
transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de
experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos
vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas,
ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que
Deus lhe concedeu.).
Quando
cultuamos verdadeiramente a Deus, sua glória jamais nos faltará (Lv 9.23,24 23Assim
Moisés e Arão entraram na Tenda do Encontro. Quando saíram, abençoaram o povo;
e a glória do Senhor apareceu a todos eles.
24Saiu fogo da presença do Senhor e consumiu o
holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu
isso, gritou de alegria e prostrou-se com o rosto em terra.).
PARA REFLETIR
A respeito de “A Beleza e a Glória do
Culto Levítico”, responda:
O que é o culto divino?
O culto divino é o serviço amoroso,
voluntário e exclusivo que Deus requer de cada uma de suas criaturas morais
(anjos e homens), mui particularmente de Israel, no Antigo Testamento, e,
agora, da Igreja, para que todos, em todos os lugares e tempos, glorifiquem-no
como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas.
Como era o culto no período de Moisés?
Deus, através de Moisés, entregou ao seu
povo leis e instruções para que o seu culto passasse da informalidade a uma
etapa mais teológica, litúrgica e congregacional. A partir daí,
estabeleceram-se as festividades sagradas como a Páscoa e o Dia da Expiação.
Agora, não somente as famílias, mas todo o povo é intimado a cultuar o Senhor.
Qual a contribuição de Davi ao culto
divino?
Até a ascensão de Davi, como rei de
Israel, a música não era utilizada no culto divino. O cântico de Miriã e o de
Débora constituíam manifestações espontâneas que precederam a inserção da
música na liturgia do Santo Templo. Mas, com o rei Davi, que também era
profeta, salmista e músico, a celebração oficial ao Senhor foi enriquecida com a
formação de coros e instrumentos musicais. Buscando sempre a excelência do
culto divino, o rei Davi inventou e fabricou diversos instrumentos musicais.
Cite os elementos do culto levítico.
Os elementos são: sacrifícios, os
cânticos, a exposição da Palavra e a bênção.
Quais os objetivos do culto levítico?
Adorar a Deus, reafirmar as alianças
divinas, professar o credo mosaico e aguardar o Messias.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A
beleza e a glória do culto levítico
Há uma teologia do culto nas Escrituras
O comentarista do trimestre, pastor
Claudionor de Andrade, mostra que havia uma teologia do culto levítico que
perpassou toda a história monárquica da nação de Israel. Assim, ao inaugurar-se
o Santo Templo, houve um trabalho precedente que desenvolveu a ordem litúrgica,
o artesanato de instrumentos de louvores e a composição da música: tudo isso na
esteira da teologia levítica do culto. Neste sentido, há ensinamentos para nós
hoje a partir de Levítico.
O que Deus espera de nossa Adoração?
Há um “ditado” muito corrente na
igreja hispânica, aqui na América Latina, em que se diz: “a Adoração tem de
sê-la e parecê-la”.
Vivemos um tempo em que há dois
perigosos extremos. O primeiro, o perigo do formalismo frio, engessado e
meramente simbólico. O segundo, o oposto disso, em que a adoração pública seja
realizada sem as devidas atenções para a rica e preciosa teologia do culto
presente no Antigo e em o Novo Testamento.
Quando se fala que a Adoração tem de
“sê-la” quer dizer que, em primeiro lugar, ela tem de partir do que há de mais
forte, acumulativo e essencial no interior do ser humano: “Amarás, pois, ao
Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças” (Mc 12.30). Esse primeiro mandamento
está conectado com a seguinte verdade evangélica: “os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.23).
Quando se diz que a Adoração deve
“parecê-la”, leva-se em conta que toda a adoração a Deus tem uma manifestação intelectual
e corporal. O apóstolo Paulo sinalizou isso em 1 Coríntios 14.26: “Quando vos
ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua,
tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Nesse aspecto, estão
contempladas as virtudes da reverência, do temor e da santidade quando
prestamos um culto a Deus.
Por isso, é inadmissível num culto
verdadeiro a Deus haver qualquer atividade paralela. Isso era inconcebível no
Antigo e em o Novo Testamento. Por exemplo, seria inconcebível a um sacerdote,
enquanto este apresentasse o sacrifício no altar, o outro estivesse resolvendo
questões administrativas. Seria completamente fora de lógica, e uma blasfêmia
para os apóstolos, concomitante ao ato da Santa Ceia, ocorrer outros afazeres
de caracteres comerciais.
O culto no Antigo Testamento
Texto Básico: Salmo 96.7-9
Texto Devocional: Salmo 115.1
Versículo-chave: Romanos 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que
apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é
vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus.”
Alvo da Lição: O aluno conhecerá os princípios do
culto no Antigo Testamento.
Leia a Bíblia diariamente
Sl 84.1-12
Sl 149.1-9
Sl 67.1-7
Sl 19.1-14
Sl 66.1-20
Sl 96.1-13
Sl 100.1-5
O mundo vive numa constante
renovação. O indivíduo busca novos padrões e entendimento para o que acontece ao
seu redor; busca novas formas de realizar obras e sonhos; obtém outros pontos
de vista a respeito de assuntos e temas já conhecidos. O nosso foco recai sobre
a renovação teológica e litúrgica.
Questionamos quanto das mudanças na
teologia e na liturgia do culto vêm das Escrituras e quanto vêm do desejo das
pessoas. Há diversidade quanto à compreensão de como deve ser o culto prestado
a Deus.
A Bíblia, ao descrever o que
denominamos de culto, não usou termos similares aos que se referiam ao culto em
outras religiões. Quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento,
essencialmente, o culto é descrito como serviço. Em qualquer língua,
etimologicamente, liturgia significa “o trabalho que pessoas realizam”, não
pessoas se divertindo, alegrando-se, fazendo o que acham ser bom. No Antigo
Testamento, a adoração era prescrita e controlada, era litúrgica.
Como posso adorar a Deus segundo os
princípios do Antigo Testamento? Será que o Antigo Testamento oferece direção
para uma adoração no culto contemporâneo?
Vamos estudar cinco épocas nas quais
o culto era prestado a Deus, no Antigo Testamento.
I. Da criação ao êxodo
A recusa do homem em obedecer a Deus
incondicionalmente foi a recusa a uma adoração ao Senhor com base em Sua
verdade revelada (Gn 3.1-6).
Podemos entender, pelos textos
bíblicos, que o culto ao Senhor era familiar, centralizado no altar. Ali, Deus
e a família se encontravam e havia:
1.
sacrifícios
de gratidão (Gn 4.1-6; 8.20);
2.
sacrifícios
de expiação de pecados ( Jó 1.5).
A fé possibilitou a Abel ter sua
oferta aceita pelo Senhor (Hb 11.4). Caim não obedeceu as instruções que estão
subentendidas em Gênesis 4.7, daí ter tido sua oferta rejeitada por Deus.
Examinar as intenções e avaliar as
ações devem ser exercícios constantes na vida dos que cultuam a Deus
(Sl 66.18
Sl 131.1-3).
Deus só aprova o culto sincero.
II. Do êxodo à monarquia
Este foi o período do tabernáculo, a
habitação simbólica de Deus. Embora portátil, era um palácio.
Todo o tabernáculo e seus utensílios
expressavam a pessoa de Deus, Seus atributos, Sua presença, Seu relacionamento
com o povo, e como o povo respondia a Deus. As prescrições para aproximação e
purificação eram rigorosas e foram dadas pelo próprio Deus a Moisés. Podemos
associar alguns utensílios do tabernáculo com alguns elementos imprescindíveis
do culto.
1.
A
arca e a mesa dos pães –
retratam Deus como Rei, Senhor e Provedor do Seu povo – a leitura bíblica
(especialmente os Salmos), os hinos e cânticos de louvor.
2.
As
lâmpadas – a
direção de Deus – a pregação da Palavra.
3.
O
incenso – o
local das intercessões pelo povo – as orações.
4.
O
altar – o
lugar do derramamento de sangue – a confissão de pecados.
Notemos ainda a posição do
tabernáculo no centro do acampamento (Nm 1.52,53
Nm 2.1-2)
como referência à centralidade do culto
para a nação. Notemos que cerca de 40 capítulos foram dedicados à descrição,
construção, dedicação e uso. Deus não somente quer nosso culto, mas Ele diz
como quer ser cultuado.
Nem toda adoração agrada a Deus. Há o
perigo de trazermos “fogo estranho” diante do altar e do trono do Senhor
(Lv 10.1-2).
Esse “fogo estranho” consistia em
contrariar os mandamentos divinos quanto à adoração. Não apenas a adoração a
falsos deuses é proibida nas Escrituras, mas também a adoração ao verdadeiro
Deus de maneira errada
(Ml 1.7-10;
Os 6.4-6;
Am 5.21).
III. Da monarquia ao exílio
Foi o período de maiores mudanças e
de centralidade do culto. O povo ia reunido para a adoração ao Senhor. A
orientação para o serviço sacerdotal permanecia válida. As prescrições foram
dadas por Deus, por meio de Davi, a respeito de grupos corais e grupos
instrumentais.
O culto em Israel era participativo.
Os dias de festa, as procissões e os sacrifícios exigiam envolvimento do
adorador. No AT era um duplo serviço divino: um dirigido ao Seu povo e outro
dirigido às outras nações
(Sl 67).
Deus quer ser adorado pelos Seus no
serviço que estes prestam ao próximo.
Este foi o motivo pelo qual os
profetas criticaram o culto da antiga aliança
(Is 1.11-15):
o povo desejava comparecer diante de
Deus, receber Dele todos os benefícios do culto, mas não O servia fazendo o bem
ao próximo.
Culto não é ato ritual, mas ato de
vida. O ato de culto deve expressar-se em gestos eficientes, concretos e claros
em nossa relação com o próximo. Este é o serviço do povo a Deus, que em nada
precisa de nossos serviços, mas que por misericordiosa graça nos chama para que
sejamos participantes de Sua obra neste mundo.
IV. No exílio
Desse período em diante as
informações são mais escassas. Todavia, sabemos que não havia templo, não havia
sacrifício, não havia sacerdócio. Em meio ao caos, à desesperança e ao temor,
Deus enviou profetas como Ezequiel para encorajar Seu povo a se voltar para Ele
e cultuá-Lo, pois era o Deus fiel à aliança.
O grupo de israelitas que se reunia
no exílio começou o que depois ficou conhecido como “sinagoga”.
V. A era pós-exílica
É o período de Esdras e Neemias. O
povo de Israel voltou do exílio babilônico. Houve um retorno à Lei de Deus
(Torah), que começou a ser lida perante o povo. O templo foi restaurado, os
sacerdotes voltaram à atividade, os sacrifícios e as ofertas tornaram a ser
feitos.
Conforme o prof. Marcos Alexandre
Faria (Faculdade Teológica Batista de Brasília), estas são algumas influências
do exílio babilônico:
1.
a
figura do rei desaparece;
2.
o
cativeiro se torna um meio de purificação e ressurgimento da religião dos
judeus;
3.
as
profecias de Jeremias tiveram grande influência;
4.
finda
a idolatria (estavam no meio de uma nação extremamente idólatra);
5.
acaba
a monarquia (fica na esperança do Messias – o descendente de Davi virá!);
6.
o
sumo sacerdote, auxiliado pelos escribas, assume a liderança do povo;
7.
Esdras,
o sacerdote, convida o povo a voltar para a Palavra (Ed 7.10);
8.
o
povo gira em torno da Lei: viver de acordo com a Lei passa a ser um estilo de
vida;
9.
começa
o que seria mais tarde a sinagoga – o que se tornou modelo para as igrejas no
NT.
É o início do chamado “Judaísmo”, ou
seja, o ambiente social, cultural, político e religioso do povo hebreu, formado
a partir da volta do exílio babilônico (538 a.C.), e no qual se formou o
cristianismo (Dic. Aurélio). Nesse período, três ênfases básicas são: o sábado,
a circuncisão e as leis alimentares.
VI. Resumo do culto do AT
Encontramos três princípios nessas
cinco épocas.
1.
Adoração
(Gn
8.20;
Gn
35.11, 14;
Êx
3.18;
Ex
5.1;
2Cr
7.3;
Ne
8.6)
O culto era centralizado em Deus, que
reivindica e espera isso de Seu povo. Honramos ao Senhor quando O adoramos pelo
que Ele é. Deus não está limitado a experiências humanas, as quais não podem
determinar ou governar o tipo de liturgia do culto prestado ao Senhor. O Salmo
93 diz que Ele está revestido de majestade. Deus é glorioso, é sublime, é belo
na Sua santidade. Devemos adorá-Lo no Seu esplendor e na Sua beleza. É com essa
concepção que devemos adorar ao Senhor. O culto no AT é a resposta da criatura:
·
à
glória do Criador revelada (Sl 19).
Deus é o Altíssimo (Sl 83.12),
o Deus que vê (Gn 16.13),
escudo (Sl 84.11);
·
aos
atos salvíficos de Deus (Êx 15; Sl 105);
·
à
ação bondosa de seu Criador (Mq 6.8; Is 1.13-17; Lv 10.1,2).
2. Oração e confissão
(Jó 1.5;
Lv 16.15,16;
1Cr 16.39,40;
2Cr 6.21-31;
Ed 9.1-3)
O pecado tinha que ser coberto, a
expiação, a propiciação foi feita por Cristo, em nosso favor. Os sacrifícios do
Antigo Testamento apontavam para aquilo que Cristo iria fazer. No Antigo
Testamento não havia culto nem adoração sem sacrifícios; não havia culto sem
altar. Para nós, não há culto sem o significado da cruz, não há culto sem Jesus
Cristo, o que foi imolado e que agora reina. Além disso, a adoração devia
também incluir ofertas, e os sacrifícios deviam expressar gratidão, devoção,
desejo de comunhão e meditação, prontidão, e voluntariedade para compartilhar
coisas materiais com os sacerdotes, os levitas, os pobres e as viúvas. Não
havia lugar para a mesquinhez no culto.
3.
Instrução
(Gn 4.7
Dt 31.9-13
2Cr 34.30
Ne 8.8)
Este é o meio pelo qual Deus revela
Sua vontade. A pregação não pode ser relegada aos momentos finais do culto. Ela
não é matéria para ser apenas descrita ou comentada, mas deve ser explicada
(Ne 8.3, 7- 8, 12).
Deus fala, o homem se cala, medita e
responde. Com a pregação fiel e revestida de autoridade da Palavra, Deus é
honrado e glorificado, os descrentes são desafiados, os crentes são edificados
e a igreja é fortalecida. A adoração genuína também deve ser fruto de um
correto entendimento da lei, justiça e misericórdia de Deus, reconhecendo-O
assim como Ele Se revela nas Escrituras. Sem a Palavra não há adoração e não
importa quão emocionantes sejam os demais atos do culto.
Conclusão
John H. Armstrong acusa grande parte
da adoração moderna de ser McAdoração, ou seja,
ele a compara a um “lanche popular”, algo produzido em escala industrial para
satisfazer alguns consumidores.
A perspectiva do AT não vê o culto
público como focalizado na esperteza ou criatividade humana, mas na santidade
de Deus.
Aplicação
Somos uma geração centralizada no
homem, mas a igreja não pode tornar-se antropocêntrica. A distração e o
entretenimento da nossa era tecnológica não podem tornar-se o centro. Nosso
desejo por santidade deve ser maior que o nosso desejo por felicidade. O culto
pode e deve, sim, ser agradável às pessoas, mas com base na instrução bíblica
apresentada e não no grau de satisfação pessoal alcançado. Que possamos
dizer: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome da glória” (Sl
115.1).
O Livro de Levítico é dedicado à
adoração e a sua mensagem central é a santidade de Deus.
Do capítulo 1 ao 17, temos um manual
de adoração ao Deus Santo:
1. Instruções para as ofertas
2. Instruções para os sacerdotes
3. Instruções para o povo
4. Instruções para o altar
Do capítulo 18 ao 27, o livro de
Levítico ensina o povo a viver em santidade:
1. Normas para o povo
2. Leis para os sacerdotes
3. As Festas e as estações
4. Recebendo a bênção de Deus
Vamos agora ver o significado dos
sacrifícios e como eles apontavam para o nosso Salvador, Jesus Cristo:
Sacrifício/Holocausto
Explicação: Cinco tipos de sacrifício
atendiam a dois propósitos principais: demonstrar adoração, gratidão e devoção;
e expiar a culpa e o pecado. As ofertas de animais indicavam que a pessoas
estava a entregar a sua vida a Deus por meio da vida do animal sacrificado.
Importância: Os sacrifícios (ofertas)
serviam para adoração e perdão dos pecados. Através deles, aprendemos sobre o
custo do pecado, pois percebemos que não nos podemos perdoar a nós mesmos. O
sistema de Deus diz que uma vida precisa ser dada em lugar de outra. No Antigo
Testamento, o animal oferecido em lugar da pessoa era uma medida provisória, à
espera do sacrifício definitivo de Jesus, que removeria o pecado de todos
aqueles que O recebessem como Senhor e Salvador.
Adoração
Explicação: Havia sete festas
que assinalavam os feriados nacionais e religiosos, e que costumavam ser
celebradas em família. Essas ocasiões ensinam-nos muito sobre a adoração a
Deus, tanto em celebração como em dedicação silenciosa.
Importância: As regras de Deus quanto
à adoração estabelecem um padrão regular de comunhão com Ele. Elas incluem
momentos de celebração e agradecimento, bem como de reverência e consagração. A
nossa adoração deveria ser um momento de devoção profunda.
Saúde
Explicação: Regras civis acerca de
alimentação, doenças e sexo eram ensinadas. Nestes princípios físicos, muitos
princípos espirituais eram sugeridos. Israel tinha de ser diferente das nações
vizinhas. Deus estava a preservar os seu povo de males e problemas de saúde na
comunidade.
Importância: Precisamos ser
diferentes moral e espiritualmente dos ímpios que nos cercam. Os princípios
para uma vida saudável são tão importantes hoje quanto nos dias de Moisés. Um
ambiente e um corpo saudáveis tornam o nosso culto a Deus mais eficiente.
Santidade
Explicação: Santo significa
"separado" ou "consagrado". Deus retirou o seu povo do
Egipto e agora retirava o Egipto do seu povo. Eles estava a mostrar-lhes como
trocar o modo de viver e de pensar egípcio pelos Seus caminhos.
Importância: Cada área da nossa vida
precisa ser declarada a Deus. Ele requer absoluta obediência nas motivações e
na prática. Embora não observemos todas as práticas de adoração de Israel,
precisamos ter o mesmo espírito de preparo e devoção.
Levitas
Explicação: Os levitas e sacerdotes
instruíam o povo acerca da adoração. Eles eram os ministros dos seus dias.
Também regulavam as leis morais, civis e cerimoniais, e supervisionavam a
saúde, a justiça e o bem-estar da nação.
Importância: Os levitas eram servos
que mostraram a Israel o caminho até Deus. Eles proveram a base histórica para
Cristo, que é o nosso Sumo Sacerdote e também nosso Servo. Os verdadeiros
servos de Deus cuidam de todas as necessidades do seu povo.
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