terça-feira, 10 de julho de 2018

A BELEZA E A GLORIA DO CULTO LEVITICO CPAD


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 3º Trimestre de 2018
Título: Adoração, Santidade e Serviço — Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico – Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 2: A beleza e a glória do culto levítico

TEXTO ÁUREO

Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo” (Lv 9.23).

VERDADE PRÁTICA

O verdadeiro culto divino não se impõe pelo ritualismo nem por sua pompa, mas pelo quebrantamento de coração e pela integridade de espírito. A glória de Deus não pode faltar.

LEITURA DIÁRIA

Gn 4.4 – Abel inicia o culto divino
4 Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primei­ras crias do seu reba­nho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, 5mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou.

Gn 12.1-3 – Abraão é chamado a cultuar
A chamada de Abrão – 1Então o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mos­trarei.
2"Farei de você um grande povo, e o abençoarei.
Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.
3Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão aben­çoados".

Êx 4.31 – A fé conduz ao culto
29Assim Moisés e Arão foram e reuni­ram todas as autoridades dos israelitas, 30e Arão lhes contou tudo o que o Senhor dissera a Moi­sés. Em seguida, Moisés tam­bém realizou os sinais diante do povo, 31e eles creram. Quando o povo soube que o ­Senhor decidira vir em seu auxílio, tendo visto a sua opressão, curvou-se em adoração.

Êx 12.27 – A explicação do culto
26Quando os seus filhos pergunta­rem: 'O que significa esta cerimônia?', 27respondam-lhes: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando ma­tou os egípcios". Então o povo curvou-se em adoração.

Êx 10.9 – A reivindicação do culto
9Moisés respondeu: "Temos que levar todos: os jovens e os velhos, os nossos filhos e as nossas filhas, as nossas ovelhas e os nossos bois, porque vamos celebrar uma festa ao Senhor".

Rm 12.1-3 – Um culto perfeito
Entrega da vida para servir - 1Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.




LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Levítico 9.15-24.

15 — Depois, fez chegar a oferta do povo, e tomou o bode da expiação do pecado, que era pelo povo, e o degolou, e o preparou por expiação do pecado, como o primeiro.
16 — Fez também chegar o holocausto e o preparou segundo o rito.
17 — E fez chegar a oferta de manjares, e a sua mão encheu dela, e a queimou sobre o altar, além do holocausto da manhã.
18 — Depois, degolou o boi e o carneiro em sacrifício pacífico, que era pelo povo; e os filhos de Arão entregaram-lhe o sangue, que espargiu sobre o altar, em redor,
19 — como também a gordura do boi e do carneiro, e a cauda, e o que cobre a fressura, e os rins, e o redenho do fígado.
20 — E puseram a gordura sobre o peito, e ele queimou a gordura sobre o altar;
21 — mas o peito e a espádua direita Arão moveu por oferta de movimento perante o SENHOR, como Moisés tinha ordenado.
22 — Depois, Arão levantou as mãos ao povo e o abençoou; e desceu, havendo feito a expiação do pecado, e o holocausto, e a oferta pacífica.
23 — Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o povo.
24 — Porque o fogo saiu de diante do SENHOR e consumiu o holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilou e caiu sobre as suas faces.




OBJETIVO GERAL

Conscientizar de que o verdadeiro culto divino não se impõe pelo ritualismo, mas pelo quebrantamento de coração e pela integridade de espírito.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·         I. Mostrar como era o culto no Antigo Testamento;
·         II. Elencar os elementos do culto levítico;
·         III. Explicar as finalidades do culto levítico.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição de hoje repetiremos a respeito do culto divino. O que é mais importante em um culto? A liturgia? Aqueles que estão prestando um serviço a Deus? O que realmente agrada ao Senhor? Essas são indagações importantes, que precisamos fazer se queremos adorar a Deus da forma que Ele merece e que lhe agrada. Contudo, você professor, precisa estar atento para que não venha fazer de suas aulas um espaço de debates teológicos inúteis. Precisamos de reflexão, de debates que promovam a interação da classe. Também precisamos ouvir mais nossos alunos, no entanto que o nosso alvo seja sempre o crescimento espiritual deles.
No decorrer da aula, ressalte o cuidado que devemos ter para não cairmos no formalismo, pois Deus não está preocupado com a forma, mas com o coração daqueles que se achegam a Ele, é necessário que aqueles que desejam cultuar ao Senhor o faça em espírito e em verdade (Jo 4.24 24 Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade".).
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O que é o culto divino?
Não é fácil responder a essa pergunta, pois, no ato da adoração ao Deus Único e Verdadeiro, temos de evitar dois extremos: a informalidade profana e indecente, e o ritualismo que mata o genuíno culto bíblico.
Por esse motivo, o Senhor deixou à congregação israelita, nos livros de Êxodo e de Levítico, ordenanças e instruções quanto à essência de seu culto.
Tendo como exemplo a consagração do Santo Templo, em Jerusalém, mostraremos, nesta lição, a beleza e a glória do culto levítico. Que a nossa adoração a Deus conte, igualmente, com a presença do Espírito Santo em todos os atos. Sem a glória de Deus, nenhum culto tem validade.

PONTO CENTRAL

Deus não se agrada de um culto que se impõe pelo ritualismo.


I. O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
I. Mostrar como era o culto
no Antigo Testamento

Vejamos o que é o culto divino e o seu desenvolvimento na era patriarcal, no período de Moisés, no tempo de Davi e de Salomão, e após o cativeiro babilônico.

1. Definição. O culto divino é o serviço amoroso, voluntário e exclusivo que Deus requer de cada uma de suas criaturas morais (anjos e homens), mui particularmente de Israel, no Antigo Testamento, e, agora, da Igreja, para que todos, em todos os lugares e tempos, glorifiquem-no como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas (Sl 100.1 1Aclamem o Senhor todos os habitantes da terra!
Ap 14.7 7Ele disse em alta voz: "Temam a Deus e glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem aquele que fez os céus, a terra, o mar e as fontes das águas".).

2. Na era patriarcal. O primeiro grande patriarca a prestar culto a Deus foi Noé (Gn 8.20 20Depois Noé construiu um altar dedicado ao Senhor e, tomando alguns animais e aves puros, ofereceu-os como holocausto, queimando-os sobre o altar.).
Abraão, Isaque e Jacó também construíram altares para adorar ao Senhor, que os chamara a constituir a nação profética, sacerdotal e real por excelência (Gn 12.7  7 O Senhor apa­receu a Abrão e disse: "À sua descendência darei esta terra". Abrão cons­truiu ali um altar dedicado ao Senhor, que lhe havia aparecido.
Gn 26.25 25Isaque construiu nesse lugar um altar e invocou o nome do Senhor. Ali armou acampa­mento, e os seus servos cavaram outro poço.
Gn 35.1-7 Jacob volta a Betel - 1Deus disse a Jacó: "Suba a Betel e estabe­leça-se lá, e faça um altar ao Deus que lhe apareceu quando você fugia do seu irmão, Esaú".
2Disse, pois, Jacó aos de sua casa e a to­dos os que estavam com ele: "Li­vrem-se dos deuses estrangeiros que estão entre vocês, purifiquem-se e troquem de roupa.
3Venham! Vamos subir a Betel, onde farei um altar ao Deus que me ouviu no dia da minha angústia e que tem estado comigo por onde tenho andado".
4En­tão entregaram a Jacó todos os deuses es­trangeiros que possuíam e os brincos que usa­vam nas orelhas, e Jacó os enterrou ao pé da gran­de árvore, próximo a Siquém.
5Quando eles partiram, o terror de Deus caiu de tal maneira sobre as cidades ao redor que ninguém ousou perseguir os filhos de Jacó.
6Jacó e todos os que com ele estavam che­garam a Luz, que é Betel, na terra de Canaã.
7Nesse lugar construiu um altar e lhe deu o no­me de El-Betel, porque ali Deus havia se reve­lado a ele, quando fugia do seu irmão.).

3. No período de Moisés. Deus, através de Moisés, entregou ao seu povo leis e instruções para que o seu culto passasse da informalidade a uma etapa mais teológica, litúrgica e congregacional (Êx 12.21-26 21Então Moisés convocou todas as auto­ridades de Israel e lhes disse: "Escolham um cordeiro ou um cabrito para cada família. Sacrifiquem-no para celebrar a Páscoa!
22Mo­lhem um feixe de hissopo no sangue que estiver na bacia e passem o sangue na viga superior e nas laterais das portas. Nenhum de vocês pode­rá sair de casa até o amanhecer.
23Quando o Senhor passar pela terra para matar os egípcios, verá o sangue na viga superior e nas laterais da porta e passará sobre aquela porta, e não permitirá que o destruidor entre na casa de vocês para matá-los.
24"Obedeçam a essas instruções como decreto perpétuo para vocês e para os seus des­cendentes.
25Quando entrarem na terra que o Senhor prometeu dar a vocês, celebrem essa ceri­mônia.
26Quando os seus filhos pergunta­rem: 'O que significa esta cerimônia?',
27respondam-lhes: É o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou sobre as casas dos israelitas no Egito e poupou nossas casas quando ma­tou os egípcios". Então o povo curvou-se em adoração.).

A partir daí, estabeleceram-se as festividades sagradas como a Páscoa e o Dia da Expiação  (Êx 12.14,20 14"Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes celebrarão como festa ao Senhor. Celebrem-no como decreto perpétuo.
20Não comam nada fermentado. Onde quer que morarem, co­mam apenas pão sem fermento".

Lv 23.27,28 26Disse o Senhor a Moisés: 27"O déci­mo dia deste sétimo mês é o Dia da Expiação. Façam uma reunião sagrada e humilhem-se, e apre­sentem ao Senhor uma oferta preparada no fogo.
28Não realizem trabalho algum nesse dia, porque é o Dia da Expiação, quando se faz propiciação por vocês perante o Senhor, o Deus de vocês.).

Agora, não somente as famílias, mas todo o povo é intimado a cultuar ao Senhor.

4. No tempo de Davi e Salomão. 
Até a ascensão de Davi, como rei de Israel, a música não era utilizada no culto divino.
O cântico de Miriã e o de Débora constituíam manifestações espontâneas que precederam a inserção da música na liturgia do Santo Templo  (Êx 15.20,21 20Então Miriã, a profeti­sa, irmã de Arão, pegou um tamborim e todas as mulheres a seguiram, tocando tamborins e dançando.
21E Miriã lhes respondia, cantando: “Cantem ao Senhor, pois triunfou "Cantem ao Senhor, pois triunfou gloriosamente.
Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro".
Jz 5 O cântico de Débora - 1Naquele dia, Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram este cântico: 2"Consagrem-se para a guerra os chefes de Israel.
Voluntariamente o povo se apresenta.
Louvem o Senhor!
3"Ouçam, ó reis!
Governantes, escutem!
Cantarei ao Senhor, cantarei; comporei músicas ao Senhor, o Deus de Israel. 4"Ó Senhor, quando saíste de Seir, quando marchaste desde os campos de Edom, a terra estremeceu, os céus gotejaram, as nuvens despejaram água!
5Os montes tremeram perante o Senhor, o Deus do Sinai, perante o Senhor, o Deus de Israel.
6"Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas estavam  desertas; os que viajavam seguiam caminhos tortuosos.
7Já tinham desistido os camponeses de Israel, já tinham desistido, até que eu, Débora, me levantei; levantou-se uma mãe em Israel.
8Quando escolheram novos deuses, a guerra chegou às portas, e não se via um só escudo ou lança entre quarenta mil de Israel.
9Meu coração está com os comandantes de Israel, com os voluntários dentre o povo.
Louvem o Senhor!
10"Vocês, que cavalgam em brancos jumentos, que se assentam em ricos tapetes,
que caminham pela estrada, considerem!
11Mais alto que a voz dos que distribuem água junto aos bebedouros, recitem-se os justos feitos do Senhor, os justos feitos em favor dos camponeses de Israel. "Então o povo do Senhor desceu às portas.
12'Desperte, Débora! Desperte!
Desperte, desperte, irrompa em cânticos!
Levante-se, Baraque!
Leve presos os seus prisioneiros, ó filho de Abinoão!'
13"Então desceram os restantes e foram aos nobres; o povo do Senhor
veio a mim contra os poderosos.
14Alguns vieram de Efraim, das raízes de Amaleque; Benjamim estava com o povo que seguiu você.
De Maquir desceram comandantes; de Zebulom, os que levam a vara de oficial.
15Os líderes de Issacar estavam com Débora; sim, Issacar também estava com Baraque, apressando-se após ele até o vale.
Nas divisões de Rúben houve muita inquietação.
16Por que vocês permaneceram entre as fogueiras a ouvir o balido dos rebanhos?
Nas divisões de Rúben houve muita indecisão.
17Gileade permaneceu do outro lado do Jordão.
E Dã, por que se deteve junto aos navios?
Aser permaneceu no litoral e em suas enseadas ficou.
18O povo de Zebulom arriscou a vida, como o fez Naftali nas altas regiões do campo.
19"Vieram reis e lutaram.
Os reis de Canaã lutaram em Taanaque, junto às águas de Megido, mas não levaram prata alguma, despojo algum.
20Desde o céu lutaram as estrelas, desde as suas órbitas lutaram contra Sísera.
21O rio Quisom os levou, o antigo rio, o rio Quisom.
Avante, minh'alma! Seja forte!
22Os cascos dos cavalos faziam tremer o chão; galopavam, galopavam os seus poderosos cavalos.
23'Amaldiçoem Meroz', disse o anjo do Senhor.
'Amaldiçoem o seu povo, pois não vieram ajudar o Senhor, ajudar o Senhor contra os poderosos.'
24"Que Jael seja a mais bendita das mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu!
Seja ela bendita entre as mulheres que habitam em tendas!
25Ele pediu água, e ela lhe deu leite; numa tigela digna de príncipes trouxe-lhe coalhada.
26Ela estendeu a mão e apanhou a estaca da tenda; e com a mão direita o martelo do trabalhador.
Golpeou Sísera, esmigalhou sua cabeça, esmagou e traspassou suas têmporas. 27Aos seus pés ele se curvou, caiu e ali ficou prostrado.
Aos seus pés ele se curvou e caiu; onde caiu, ali ficou. Morto!
28"Pela janela olhava a mãe de Sísera; atrás da grade ela exclamava: 'Por que o seu carro se demora tanto?
Por que custa a chegar o ruído de seus carros?'
29As mais sábias de suas damas respondiam, e ela continuava falando consigo mesma: 30'Estarão achando e repartindo os despojos?
Uma ou duas moças para cada homem, roupas coloridas como despojo para Sísera, roupas coloridas e bordadas, tecidos bordados para o meu pescoço, tudo isso como despojo?'
31"Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor!
Mas os que te amam sejam como o sol quando se levanta na sua força".
E a terra teve paz durante quarenta anos.
32E a terra teve sossego por quarenta anos.).

Mas, com o rei Davi, que também era profeta, salmista e músico, a celebração oficial ao Senhor foi enriquecida com a formação de coros e instrumentos musicais (1Cr 15.16 16 Davi também ordenou aos líderes dos levitas que encarregassem os músicos que havia entre eles de cantar músicas alegres, acompanhados por instrumentos musicais: liras, harpas e címbalos sonoros.).

Buscando sempre a excelência do culto divino, o rei Davi inventou e fabricou diversos instrumentos musicais (1Cr 23.5 5quatro mil para serem guardas das portas e quatro mil para louvarem o Senhor com os instrumentos musicais que Davi tinha preparado com esse propósito.
2Cr 7.6 6 Os sacerdotes tomaram seus lugares, bem como os levitas, com os instrumentos musicais do Senhor feitos pelo rei Davi para louvar o Senhor, cantando: "O seu amor dura para sempre". No outro lado, de frente para os levitas, os sacerdotes tocavam suas cornetas. Todo o povo estava em pé.).

Salomão dedicou-se igualmente ao enriquecimento litúrgico e musical na adoração divina (2Cr 5.1-14 1Terminada toda a obra que Salomão havia realizado para o templo do Senhor, ele trouxe as coisas que seu pai, Davi, tinha consagrado e as colocou junto com os tesouros do tem­plo de Deus: a prata, o ouro e todos os utensílios.
A arca é levada para o templo - 2Então Salomão reuniu em Jerusalém as autoridades de Israel e todos os líderes das tribos e os chefes das famílias israelitas, para levarem de Sião, a Cidade de Davi, a arca da aliança do Senhor.
3E todos os homens de Israel uniram-se ao rei por ocasião da festa, no sétimo mês.
4Quando todas as autoridades de Israel chegaram, os levitas pegaram a arca 5e a levaram com a Tenda do Encontro e com todos os seus utensílios sagrados. Foram os sacerdotes levitas que levaram tudo.
6O rei Salomão e toda a comunidade de Israel que se havia reunido a ele diante da arca sacrificaram tantas ­ovelhas e bois que nem era possível con­tar.
7Os sacerdotes levaram a arca da aliança do Senhor para o seu lugar no santuário interno do templo, no Lugar Santíssimo, e a colocaram debaixo das asas dos querubins.
8Os querubins tinham suas asas estendidas sobre o lugar da arca e cobriam a arca e as varas utilizadas para o trans­porte.
9Es­sas varas eram tão compridas que as suas pontas se estendiam para fora da arca e podiam ser vistas da parte da fren­te do santuário interno, mas não de fora dele; e elas estão lá até hoje.
10Na arca havia só as duas tábuas que Moisés tinha colocado quando estava em Horebe, onde o Senhor fez uma aliança com os israelitas depois que saíram do Egito.
11Os sacerdotes saíram do Lugar Santo. Todos eles haviam se consagrado, não importando a divisão a que pertenciam.
12E todos os levitas que eram músicos - Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e parentes deles - ficaram a leste do altar, vestidos de linho fino, tocando címbalos, harpas e liras, e os acompanhavam cento e vinte sacerdotes tocando cornetas.
13Os que tocavam cornetas e os cantores, em unís­sono, louvaram e agra­deceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: "Ele é bom; o seu amor dura para sempre".
Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, 14de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus.).

No auge do Santo Templo, a liturgia hebreia impressionava por sua beleza e arte (2Cr 5.13 13 Os que tocavam cornetas e os cantores, em unís­sono, louvaram e agra­deceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: "Ele é bom; o seu amor dura para sempre".
Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, 14de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus.).

Ezequias também destaca-se pelo zelo ao culto do Senhor  (2Cr 29.26-28 26 Assim os levitas ficaram em pé, preparados com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as cornetas.
27Então Ezequias ordenou que sacrificassem o holocausto sobre o altar. Iniciado o sacrifício, começou também o canto em louvor ao Senhor, ao som das cornetas e dos instrumentos de Davi, rei de Israel.
28Toda a assembleia prostrou-se em ado­ração, enquanto os músicos cantavam e os corneteiros ­tocavam, até que terminou o ­holocausto.).

5. Após o cativeiro babilônico. Em 586 a.C., os judeus foram levados em cativeiro à Babilônia, onde permaneceram 70 anos (Jr 25.11,12 11Amazias encheu-se de coragem e con­duziu o seu exército até o vale do Sal, onde matou dez mil ho­mens de Seir.
12Também capturou outros dez mil, que levou para o alto de um penhasco e atirou de lá, e todos eles se espatifaram.).

Nesse período, pelo que inferimos do Salmo 137: 1 Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião.
2Ali, nos salgueiros, penduramos as nossas harpas; 3ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções alegres, dizendo: "Cantem para nós uma das canções de Sião!"
4Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira?
5Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti!
6Que me grude a língua ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti e não considerar Jerusalém a minha maior alegria!
7Lembra-te, Senhor, dos edomitas e do que fizeram quando Jerusalém foi destruída, pois gritavam: "Arrasem-na! Arrasem-na até aos alicerces!"
8Ó cidade de Babilônia, destinada à destruição, feliz aquele que lhe retribuir o mal que você nos fez!
9Feliz aquele que pegar os seus filhos e os despedaçar contra a rocha! ,
a adoração divina foi praticamente esquecida.

Mas, com o retorno a Jerusalém, os repatriados, incentivados por Esdras e Neemias, reavivaram o culto levítico (Ne 12.22-30 22 Nos dias de Eliasibe, os chefes das famílias dos levitas e dos sacerdotes, Joiada, Joanã e Jadua, foram registrados durante o reinado de Dario, o persa.
23 Os chefes das famílias dos descendentes de Levi até a época de Joanã, filho de Eliasibe, foram registrados no livro das crônicas.
24 Os líderes dos levitas foram Hasa­bias, Serebias, Jesua, filho de Cadmiel, e seus colegas, que ficavam em frente deles quando entoavam louvores e ações de graças; um grupo respondia ao outro, conforme prescrito por Davi, homem de Deus.
25 Matanias, Baquebuquias, Obadias, Mesulão, Talmom e Acube eram porteiros; vigiavam os depósitos localizados junto às portas.
26 Eles serviram nos dias de Joiaquim, filho de Jesua, neto de Jozadaque, e nos dias do governador Neemias e de Esdras, sacerdote e escriba.
A consagração da muralha - 27Por ocasião da dedicação dos muros de Jerusalém, os levitas foram procurados e trazidos de onde moravam para Jerusalém para celebrarem a dedicação alegremente, com cânticos e ações de graças, ao som de címba­los, harpas e liras. 
28 Os cantores foram trazi­dos dos arredores de Jerusalém, dos povoados dos netofatitas, 29 de Bete-Gilgal, e das regiões de Geba e de Azmavete, pois esses cantores haviam construído povoados para si ao redor de Jerusalém.
30Os sacerdotes e os levitas se purificaram cerimonialmente e depois purifi­caram também o povo, as portas e os muros.).

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Levítico era o manual do culto no Antigo Testamento.



SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Culto

1. Definição etimológica e antropológica. A palavra culto é originária do vocábulo latino ‘culto’,
e significa adoração ou homenagem que se presta ao Supremo Ser.
No grego, temos duas palavras para culto: ‘latréia ’, significando adoração;
e ‘proskuneo ’, reverenciar, prestar obediência, render homenagem.

2. Definição teológica. O culto é o momento da adoração que tributamos a Deus; marca o encontro do Supremo Ser com os seus adoradores. Eis porque, durante o seu transcurso, cada membro da congregação deve sentir-se e agir com o integrante dessa comunidade de adoração — a Igreja de Cristo.

Se o culto aos ídolos induz o ser humano às mais abjetas práticas, a adoração cristã enleva-nos ao coração do Criador. O teólogo Karl Barth via o culto cristão como ‘o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do homem’” (ANDRADE, Claudionor. As Disciplinas da Vida Cristã: Como alcançar a verdadeira espiritualidade. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.58,59).


II. OS ELEMENTOS DO CULTO LEVÍTICO
II. Elencar os elementos do
culto levítico

A fim de mostrarmos a beleza e a glória do culto divino no Antigo Testamento, tomemos como exemplo a consagração do Santo Templo, pelo rei Salomão, em Jerusalém.
Sacrifícios. Cânticos. Exposição da Palavra. Oração. Leitura da Leitura da Palavra. Bênção. (Bênção Araônica)
1. Sacrifícios. O culto inaugural do Santo Templo, que teve início com a chegada da Arca Sagrada, foi marcado por uma grande quantidade de sacrifícios de animais (1Rs 8.5 5O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, que se havia reunido a ele diante da arca, sacrificaram tantas ovelhas e bois que nem era possível contar.) — cf. Levítico 1 - 1Da Tenda do Encontro o Senhor chamou Moisés e lhe ordenou: 2"Diga o seguin­te aos israelitas: Quando alguém trouxer um animal como oferta ao Senhor, que seja do gado ou do rebanho de ovelhas.
3"Se o holocausto for de gado, oferecerá um macho sem defeito. Ele o apresentará à entrada da Tenda do Encontro, para que seja aceito pelo Senhor, 4e porá a mão sobre a ca­beça do animal do holocausto para que seja aceito como propiciação em seu lugar.
5Então o novilho será morto perante o Senhor, e os sa­cerdotes, descendentes de Arão, trarão o sangue e o derramarão em todos os lados do altar, que está à entrada da Tenda do Encontro.
6Depois se tirará a pele do animal, que será cortado em pedaços.
7Então os descendentes do sacerdote Arão acen­derão o fogo do altar e arrumarão a lenha sobre o fogo.
8Em seguida, arrumarão os pedaços, in­clusive a cabeça e a gordura, sobre a lenha que está no fogo do altar.
9As vísceras e as pernas serão lavadas com água. E o sacerdote queima­rá tudo isso no altar. É um holocausto; oferta preparada no fogo, de aroma agradável ao ­Senhor.
10"Se a oferta for um holocausto do re­banho - quer de cordeiros quer de cabritos -, ofe­recerá um macho sem defeito.
11O animal será morto no lado norte do altar, perante o Senhor; os sacerdotes, descendentes de Arão, derrama­rão o sangue nos lados do altar.
12Então o ani­mal será cortado em pedaços. O sacerdote arru­mará os pedaços, inclusive a cabeça e a gordu­ra, sobre a lenha que está no fogo do altar.
13As vísceras e as pernas serão lavadas com água. O sacerdote trará tudo isso como oferta e o quei­mará no altar. É um holocausto; oferta preparada no fogo, de aroma agradável ao Senhor.
14"Se a sua oferta ao Senhor for um holocausto de aves, traga uma rolinha ou um pombinho.
15O sacerdote trará a ave ao altar, destroncará o pescoço dela e a queimará, e dei­xará escorrer o sangue da ave na parede do al­tar.
16Ele retirará o papo com o seu conteúdo e o jogará no lado leste do altar, onde ficam as cinzas.
17Rasga­rá a ave pelas asas, sem dividi-la totalmente, e então o sacerdote a queimará so­bre a lenha acesa no altar. É um holocausto; oferta preparada no fogo, de aroma agradável ao Senhor.
De forma sem igual, o rei Salomão e todo o Israel demonstraram sua ação de graças ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

2. Cânticos. Em seguida, os cantores e músicos puseram-se a louvar ao Senhor, entoando provavelmente os cânticos que Davi e outros salmistas haviam composto (2Cr 5.12,13 12E todos os levitas que eram músicos - Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e parentes deles - ficaram a leste do altar, vestidos de linho fino, tocando címbalos, harpas e liras, e os acompanhavam cento e vinte sacerdotes tocando cornetas.
13Os que tocavam cornetas e os cantores, em unís­sono, louvaram e agra­deceram ao Senhor. Ao som de cornetas, címbalos e outros instrumentos, levantaram suas vozes em louvor ao Senhor e cantaram: "Ele é bom; o seu amor dura para sempre".
Então uma nuvem encheu o templo do Senhor, 14de forma que os sacerdotes não podiam desempenhar o seu serviço, pois a glória do Senhor encheu o templo de Deus.).
3. Exposição da Palavra. Logo após. Salomão dirigiu-se ao povo, fazendo uma síntese da História Sagrada até aquele instante. Ele mostra a clara intervenção de Deus em cada etapa da existência de Israel (2Cr 6.1-13 1E Salomão exclamou: "O Senhor disse que habitaria numa nuvem escura!
2Na realidade construí para ti um templo magnífico, um lugar para nele habitares para sempre!"
3Depois o rei virou-se e abençoou toda a assembleia de Israel, que estava ali em pé.
4E disse: "Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel, que por suas mãos cumpriu o que prometeu com sua própria boca a meu pai Davi, quando lhe disse: 5'Desde o dia em que tirei meu povo do Egito, não escolhi nenhuma cidade das tribos de Israel para nela construir um templo em honra ao meu nome, nem escolhi ninguém para ser o líder de Israel, o meu povo.
6Mas, agora, escolhi Jerusalém para o meu nome ali estar e escolhi Davi para governar Israel, o meu povo'.
7"Meu pai, Davi, tinha no coração o propósito de construir um templo em honra ao nome do Senhor, o Deus de Israel.
8Mas o Senhor lhe disse: 'Você fez bem em ter no coração o plano de cons­truir um templo em honra ao meu nome; 9no entanto, não será você que o cons­truirá, mas o seu filho, que procederá de você; ele construirá o tem­plo em honra ao meu nome'.
10"E o Senhor cumpriu a sua promessa. Sou o sucessor de meu pai, Davi, e agora ocupo o trono de Israel, como o ­Senhor tinha prometido, e construí o templo em honra ao nome do Senhor, o Deus de Israel.
11Coloquei nele a arca, na qual estão as tábuas da aliança do Senhor, aliança que ele fez com os israelitas".
A oração de dedicação - 12Depois Salomão colocou-se diante do altar do Senhor, e de toda a assembleia de Israel, e levantou as mãos para orar.
13Ele havia mandado fazer uma plataforma de bronze com dois metros e vinte e cinco centímetros de com­primento e de largura, e um metro e trinta e cinco centímetros de altura no centro do pátio externo. O rei ficou em pé na plataforma e depois ajoelhou-se diante de toda a assembleia de Israel, levantou as mãos para o céu, 14e orou: "Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu nos céus e na terra! Tu que guardas a tua aliança de amor com os teus servos que, de todo o coração,
andam segundo a tua vontade.
15Cum­priste a tua promessa a teu servo Davi, meu pai; com tua boca a fizeste e com tua mão a cumpriste, conforme hoje se vê.
16"Agora, Senhor, Deus de Israel, cum­pre a outra promessa que fizeste a teu servo Davi, meu pai, quando disseste: 'Você nunca deixará de ter, diante de mim, um descendente que se assente no trono de Israel, se tão somente os seus descendentes tiverem o cuidado de, em tudo, andar segundo a minha lei, como você tem feito'.
17Ago­ra, ó Senhor, Deus de Israel, que se confirme a palavra que falaste a teu servo Davi­.
18"Mas será possível que Deus habite na terra com os homens? Os céus, mesmo os mais altos céus, não podem conter-te. Muito menos este templo que construí!
19Ainda assim, atende à oração do teu servo e ao seu pedido de misericórdia, ó Senhor, meu Deus. Ouve o clamor e a oração que teu servo faz hoje na tua presença.
20Estejam os teus olhos voltados dia e noite para este templo, lugar do qual disseste que nele porias o teu nome, para que ouças a oração que o teu servo fizer voltado para este lugar.
21Ou­ve as súplicas do teu servo e de Israel, o teu povo, quando orarem voltados para este lugar. Ouve desde os céus, lugar da tua habitação, e, quando ouvires, dá-lhes o teu perdão.
22"Quando um homem pecar contra seu próximo e tiver que fazer um juramento e vier jurar diante do teu altar neste templo, 23ou­ve dos céus e age. Julga os teus servos; retribui ao culpado, fazendo recair sobre a sua própria cabeça o resultado da sua conduta, e declara sem culpa o inocente, dando-lhe o que a sua inocência merece.
24"Quando Israel, o teu povo, for derrotado por um inimigo por ter pecado contra ti e voltar-se para ti e invocar o teu nome, oran­do e suplicando a ti neste templo, 25ou­ve dos céus e perdoa o pecado de Israel, o teu povo, e traze-o de volta à terra que deste a ele e aos seus antepassados.
26"Quando se fechar o céu e não houver chuva por haver o teu povo pecado contra ti e o teu povo, voltado para este lugar, invocar o teu nome e afastar-se do seu pecado por o haveres castigado, 27ouve dos céus e per­doa o pecado dos teus servos, de Israel, o teu povo. Ensina-lhes o caminho certo e envia chuva sobre a tua terra, que deste por herança ao teu povo.
28"Quando houver fome ou praga no país, ferrugem e mofo, gafanhotos peregrinos e gafanhotos devastadores, ou quan­do inimigos sitiarem ­suas cidades, quando, em meio a qual­quer praga ­ou epidemia, 29uma oração ou uma súplica por misericórdia for feita por um israelita ou por todo o Israel, teu povo, cada um sentindo as suas próprias aflições e dores, estendendo as mãos na direção deste templo, 30ouve dos céus, o lugar da tua habitação. Per­doa e trata cada um de acordo com o que merece, visto que conheces o seu coração. Sim, só tu conheces o coração do homem.
31Assim­ eles te temerão e andarão segundo a tua von­tade durante todo o tempo em que viverem na terra que deste aos nossos antepassados.
32"Quanto ao estrangeiro, que não pertence a Israel, o teu povo, e que veio de uma terra distante por causa do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte; quan­do ele vier e orar voltado para este templo, 33ouve dos céus, lugar da tua habitação, e atende o pedido do ­estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te te­mam, como faz Israel, o teu povo, e saibam que este tem­plo que construí traz o teu nome.
34"Quando o teu povo for à guerra con­tra os seus inimigos, por onde quer que tu o enviares, e orar a ti, voltado para a cidade que escolheste e para o templo que construí em honra ao teu nome, 35ouve dos céus a sua oração e a sua súplica e defende a sua causa.
36"Quando pecarem contra ti, pois não há ninguém que não peque, e ficares irado com eles e os entregares ao inimigo, e este os levar prisioneiros para uma terra distante ou próxima; 37se eles caírem em si, na terra para a qual foram deportados, e se arrependerem e lá orarem: 'Pecamos, praticamos o mal e fomos rebeldes'; 38e se lá eles se voltarem para ti de todo o coração e de toda a sua alma, na terra de seu cativeiro para onde foram levados, e orarem voltados para a terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e para o tem­plo que construí em honra ao teu nome, 39en­tão, dos céus, lugar da tua habitação, ouve a sua oração e a sua súplica, e defende a sua causa. Perdoa o teu povo, que pecou con­tra ti.
40"Assim, meu Deus, que os teus olhos estejam abertos e os teus ouvidos atentos às orações feitas neste lugar.
41"Agora, levanta-te, ó Senhor, ó Deus, e vem para o teu lugar de descanso, tu e a arca do teu poder.
Estejam os teus sacerdotes vestidos de salvação, ó Senhor, ó Deus; que os teus santos se regozijem em tua bondade.
42Ó Senhor, ó Deus, não rejeites o teu ungido.
Lembra-te da fidelidade prometida a teu servo Davi".).
4. Oração. O rei dirige-se, agora, a Deus em oração, agradecendo-o por aquele momento, e intercede não só por Israel, mas pelos gentios que, ouvindo acerca da intervenção divina na vida de seu povo, para ali acorreriam (2Cr 6.32,33 32"Quanto ao estrangeiro, que não pertence a Israel, o teu povo, e que veio de uma terra distante por causa do teu grande nome, da tua mão poderosa e do teu braço forte; quan­do ele vier e orar voltado para este templo, 33ouve dos céus, lugar da tua habitação, e atende o pedido do ­estrangeiro, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome e te te­mam, como faz Israel, o teu povo, e saibam que este tem­plo que construí traz o teu nome.).
5. Leitura da Palavra. Após o cativeiro babilônico, já no tempo de Esdras e Neemias, a Palavra de Deus começou a ser lida publicamente como parte da liturgia do culto (Ne 8.1-8 Esdras lê a lei - 1Quando chegou o sétimo mês e os israelitas tinham se instalado em suas cidades, todo o povo juntou-se como se fosse um só homem na praça, em frente da porta das Águas. Pediram ao escriba Esdras que trou­xesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel.
2Assim, no primeiro dia do sétimo mês, o sacerdote Esdras trouxe a Lei diante da assembleia, que era constituída de homens e mulheres e de todos os que podiam entender. 3Ele a leu em alta voz desde o raiar da manhã até o meio-dia, de frente para a praça, em frente da porta das Águas, na presença dos homens, mulheres e de outros que podiam entender. E todo o povo ouvia com atenção a leitura do Livro da Lei.
4O escriba Esdras estava numa plata­forma elevada, de madeira, construída para a ocasião. Ao seu lado, à direita, estavam Mati­tias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaseias; e à esquerda estavam Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
5Esdras abriu o Livro diante de todo o povo, e este podia vê-lo, pois ele estava num lugar mais alto. E, quando abriu o Livro, o povo todo se levantou.
6Esdras louvou o Senhor, o grande Deus, e todo o povo ergueu as mãos e respondeu: "Amém! Amém!" Então eles adoraram o Senhor, prostrados com o rosto em terra.
7Os levitas Jesua, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaseias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã e Pelaías, instruíram o povo na Lei, e todos permaneci­am ali.
8Leram o Livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido.).

Nesse período, os sacerdotes puseram-se também a explicar a Lei ao povo de Deus. Antes disso, a leitura das Escrituras limitava-se aos montes Gerizim e Ebal (Dt 29 A renovação da aliança - 1São estes os termos da aliança que o Senhor ordenou que Moisés fizesse com os israelitas em Moabe, além da aliança que tinha feito com eles em Horebe.
2Moisés convocou todos os israelitas e lhes disse: "Os seus olhos viram tudo o que o Senhor fez no Egito ao faraó, a todos os seus oficiais e a toda a sua terra.
3Com os seus próprios olhos vocês viram aquelas grandes provas, aqueles sinais e grandes maravilhas.
4Mas até hoje o Senhor não deu a vocês mente que entenda, olhos que vejam, e ouvidos que ouçam.
5'Durante os quarenta anos em que os conduzi pelo deserto', disse ele, 'nem as suas roupas, nem as sandálias dos seus pés se gastaram.
6Vocês não comeram pão, nem beberam vinho, nem qualquer outra bebida fermentada. Fiz isso para que vocês soubessem que eu sou o Senhor, o seu Deus.'
7"Quando vocês chegaram a este lugar, Seom, rei de Hesbom, e Ogue, rei de Basã, atacaram-nos, mas nós os derrotamos.
8Conquistamos a terra deles e a demos por herança às tribos de Rúben e de Gade e à metade da tribo de Manassés.
9"Sigam fielmente os termos desta aliança, para que vocês prosperem em tudo o que fizerem.
10Hoje todos vocês estão na presença do Senhor, o seu Deus: os seus chefes e homens destacados, os seus líderes e oficiais e todos os demais homens de Israel, 11juntamente com os seus filhos e as suas mulheres e os estrangeiros que vivem nos seus acampamentos cortando lenha e carregando água para vocês.
12Vocês estão aqui presentes para entrar em aliança com o Senhor, o seu Deus, aliança que ele está fazendo com vocês hoje, selando-a sob juramento, 13para hoje confirmá-los como seu povo, para que ele seja o seu Deus, conforme prometeu a vocês e jurou aos seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó.
14Não faço esta aliança, sob juramento, somente com vocês 15que estão aqui conosco na presença do Senhor, o nosso Deus, mas também com aqueles que não estão aqui hoje.
16"Vocês mesmos sabem como vivemos no Egito e como passamos por várias nações até chegarmos aqui.
17Vocês viram nelas as suas imagens e os seus ídolos detestáveis, feitos de madeira, de pedra, de prata e de ouro.
18Cuidem que não haja entre vocês nenhum homem ou mulher, clã ou tribo cujo coração se afaste do Senhor, o nosso Deus, para adorar os deuses daquelas nações e para que não haja no meio de vocês nenhuma raiz que produza esse veneno amargo.
19"Se alguém, cujo coração se afastou do Senhor para adorar outros deuses, ouvir as palavras deste juramento, invocar uma bênção sobre si mesmo e pensar: 'Estarei em segurança, muito embora persista em seguir o meu próprio caminho', trará desgraça tanto à terra irrigada quanto à terra seca.
20O Senhor jamais se disporá a perdoá-lo; a sua ira e o seu zelo se acenderão contra tal pessoa. Todas as maldições escritas neste livro cairão sobre ela, e o Senhor apagará o seu nome de debaixo do céu.
21O Senhor a separará de todas as tribos de Israel para que sofra desgraça, de acordo com todas as maldições da aliança escrita neste Livro da Lei.
22"Os seus filhos, os seus descendentes e os estrangeiros que vierem de terras distantes verão as desgraças que terão caído sobre a terra e as doenças com que o Senhor a terá afligido.
23A terra inteira será um deserto abrasador de sal e enxofre, no qual nada que for plantado brotará, onde nenhuma vegetação crescerá. Será como a destruição de Sodoma e Gomorra, de Admá e Zeboim, que o Senhor destruiu com ira e furor.
24Todas as nações perguntarão: 'Por que o Senhor fez isto a esta terra? Por que tanta ira e tanto furor?'
25"E a resposta será: 'Foi porque este povo abandonou a aliança do Senhor, o Deus dos seus antepassados, aliança feita com eles quando os tirou do Egito.
26Eles foram adorar outros deuses e se prostraram diante deles, deuses que eles não conheciam antes, deuses que o Senhor não lhes tinha dado.
27Por isso a ira do Senhor acendeu-se contra esta terra, e ele trouxe sobre ela todas as maldições escritas neste livro.
28Cheio de ira, indignação e grande furor, o Senhor os desarraigou da sua terra e os lançou numa outra terra, como hoje se vê'.
29"As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei.).
6. Bênção. O culto levítico era encerrado com a bênção araônica (Nm 6.22-26 A bênção sacerdotal - 22O Senhor disse a Moisés: 23"Diga a Arão e aos seus filhos: Assim vocês abençoarão os israelitas: 24"O Senhor te abençoe e te guarde; 25o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; 26o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz.
27"Assim eles invocarão o meu nome sobre os israelitas, e eu os abençoarei".).
Ao serem assim abençoados, os filhos de Israel conscientizavam-se de que eram propriedade particular do Senhor (Êx 19.5 5Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal entre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, 6vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas".).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Os sacrifícios, os cânticos, a exposição da Palavra e a bênção eram elementos centrais do culto Levítico.
  
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“O capítulo 9 de Levítico é um referencial da adoração no Antigo Testamento. Registra os primeiros sacrifícios públicos de Israel sob o regime do sacerdócio levítico. No capítulo 8, os sacrifícios foram oferecidos na ordenação de Arão e seus filhos, mas o povo ficou só observando; não participou. Agora, os sacerdotes começam de fato o ministério de mediação. Este era um dia importante para Israel. O Senhor apareceria para coroar a ocasião.
Para preparar o aparecimento de Deus, Arão ofereceu por si e seus filhos uma expiação de pecado e um holocausto (7,8). A oferta peto pecado de Arão era um bezerro, e seu holocausto, um carneiro. Esta é a única ocasião na qual a legislação sacrificial exigia um bezerro. Rashi comenta a respeito do bezerro: ‘Este animal foi escolhido como oferta pelo pecado para anunciar ao sacerdote [Arão] que o Santo, bendito seja Ele, lhe concedeu expiação por meio deste bezerro por causa do incidente do bezerro de ouro anteriormente feito’.
[...] A conclusão adequada para este culto é a presença do Deus vivo manifesto em sua glória ao povo. A palavra glória é termo particularmente bíblico. A ideia do radical hebraico (kabed ) é ‘ser pesado, ter peso, pesado’. A forma substantivada é empregada no mundo antigo para aludir à aparência do esplendor que acompanha um grande personagem. Brockington explica que, na Bíblia, glória se refere ‘àquilo que os homens podem perceber, originalmente pela visão, da presença de Deus na terra’. Note o uso do termo em Ezequiel 1. A palavra fala das seguintes experiências em tempos e situações diversas: Israel no Sinai; Salomão e o povo quando a Shequiná encheu a cada de Deus; Isaías no Templo; os pastores nos arredores de Belém; e os discípulos no monte da Transfiguração” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, pp.275,276).


III. FINALIDADES DO CULTO LEVÍTICO
III. Explicar as finalidades
do culto levítico.

O culto levítico, no Antigo Testamento, tinha quatro finalidades básicas: Adorar a Deus, Reafirmar as alianças divinas, Professar o credo mosaico e Aguardar o Messias.
Era uma celebração Teológica e Messiânica.
1. Adorar ao Único e Verdadeiro Deus. Ao reunir-se para adorar a Deus, a comunidade de Israel demonstrava duas coisas: a aceitação do Único e Verdadeiro Deus e a rejeição dos deuses pagãos (Lv 19.4 4"Não se voltem para os ídolos nem façam para vocês deuses de metal. Eu sou o ­Senhor, o Deus de vocês.
Sl 86.10 10Pois tu és grande e realizas feitos maravilhosos; só tu és Deus!
Sl 97.9 9Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra!
És exaltado muito acima de todos os deuses!).
Enfim, o culto afastava os israelitas da idolatria e aprofundava sua comunhão com o Senhor (Sl 96.5 5Todos os deuses das nações não passam de ídolos, mas o Senhor fez os céus.).
Esse era o teor dos cânticos congregacionais do Santo Templo.

2. Reafirmar as alianças antigas. No culto levítico, os filhos de Israel professavam as alianças que o Senhor firmara com Abraão, Isaque, Jacó e Davi (Lv 26.9,45 9"Eu me voltarei para vocês e os farei prolíferos; e os multiplicarei e guardarei a mi­nha ali­ança com vocês.
45Mas por amor deles eu me lembrarei da aliança com os seus antepassados que tirei da terra do Egito à vista das nações, para ser o Deus deles. Eu sou o Senhor".).
Já em seus cânticos, reafirmavam a fé na presença de Deus em sua vida familiar e comunal (Sl 47.9 9Os soberanos das nações se juntam ao povo do Deus de Abraão, pois os governantes da terra pertencem a Deus; ele é soberanamente exaltado.), como mostra o Salmo 105: 1Deem graças ao Senhor, proclamem o seu nome; divulguem os seus feitos entre as nações.
2Cantem para ele e louvem-no; relatem todas as suas maravilhas.
3Gloriem-se no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor.
4Recorram ao Senhor e ao seu poder; busquem sempre a sua presença.
5Lembrem-se das maravilhas que ele fez, dos seus prodígios e das sentenças de juízo que pronunciou, 6ó descendentes de Abraão, seu servo, ó filhos de Jacó, seus escolhidos.
7Ele é o Senhor, o nosso Deus; seus decretos são para toda a terra.
8Ele se lembra para sempre da sua aliança, por mil gerações, da palavra que ordenou, 9da aliança que fez com Abraão, do juramento que fez a Isaque.
10Ele o confirmou como decreto a Jacó, a Israel como aliança eterna, quando disse: 11"Darei a você a terra de Canaã, a herança que lhe pertence".
12Quando ainda eram poucos, um punhado de peregrinos na terra, 13e vagueavam de nação em nação, de um reino a outro, 14ele não permitiu que ninguém os oprimisse, mas a favor deles repreendeu reis, dizendo: 15"Não toquem nos meus ungidos; não maltratem os meus profetas".
16Ele mandou vir fome sobre a terra e destruiu todo o seu sustento; 17mas enviou um homem adiante deles, José, que foi vendido como escravo.
18Machucaram-lhe os pés com correntes e com ferros prenderam-lhe o pescoço, 19até cumprir-se a sua predição e a palavra do Senhor confirmar o que dissera.
20O rei mandou soltá-lo, o governante dos povos o libertou.
21Ele o constituiu senhor de seu palácio e administrador de todos os seus bens, 22para instruir os seus oficiais como desejasse e ensinar a sabedoria às autoridades do rei.
23Então Israel foi para o Egito, Jacó viveu como estrangeiro na terra de Cam.
24Deus fez proliferar o seu povo, tornou-o mais poderoso do que os seus adversários 25e mudou o coração deles para que odiassem o seu povo, para que tramassem contra os seus servos.
26Então enviou seu servo Moisés, e Arão, a quem tinha escolhido, 27por meio dos quais realizou os seus sinais milagrosos e as suas maravilhas na terra de Cam.
28Ele enviou trevas, e houve trevas, e eles não se rebelaram contra as suas palavras.
29Ele transformou as águas deles em sangue, causando a morte dos seus peixes.
30A terra deles ficou infestada de rãs, até mesmo os aposentos reais.
31Ele ordenou, e enxames de moscas e piolhos invadiram o território deles.
32Deu-lhes granizo, em vez de chuva, e raios flamejantes por toda a sua terra;
33arrasou as suas videiras e figueiras e destruiu as árvores do seu território.
34Ordenou, e vieram enxames de gafanhotos, gafanhotos inumeráveis,
35e devoraram toda a vegetação daquela terra, e consumiram tudo o que a lavoura produziu.
36Depois matou todos os primogênitos da terra deles, todas as primícias da sua virilidade.
37Ele tirou de lá Israel, que saiu cheio de prata e ouro.
Não havia em suas tribos quem fraquejasse.
38Os egípcios alegraram-se quando eles saíram, pois estavam com verdadeiro pavor dos israelitas.
39Ele estendeu uma nuvem para lhes dar sombra, e fogo para iluminar a noite.
40Pediram, e ele enviou codornizes e saciou-os com pão do céu.
41Ele fendeu a rocha, e jorrou água, que escorreu como um rio pelo deserto.
42Pois ele se lembrou da santa promessa que fizera ao seu servo Abraão.
43Fez o seu povo sair cheio de júbilo e os seus escolhidos com cânticos alegres.
44Deu-lhes as terras das nações, e eles tomaram posse do fruto do trabalho de outros povos, 45para que obedecessem aos seus decretos e guardassem as suas leis.
Aleluia!

3. Professar o credo divino. Em seus cultos, os israelitas, guiados pelo ministério levítico, professavam o seu credo: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4 4"Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor.).
 Nesta sentença resume-se toda a teologia do Antigo Testamento. Que a Igreja de Cristo recite a doutrina divina.

4. Aguardar o Messias. No livro de Salmos, há uma elevada cristologia, que descreve a paixão, a morte, a ressurreição e a glorificação do Senhor Jesus Cristo como Rei dos reis (Sl 22.1-19 1Meu Deus! Meu Deus!
Por que me abandonaste?
Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?
2Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio! 3Tu, porém, és o Santo, és rei, és o louvor de Israel.
4Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança; confiaram, e os livraste.
5Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e não se decepcionaram.
6Mas eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo.
7Caçoam de mim todos os que me veem; balançando a cabeça, lançam insultos contra mim, dizendo: 8"Recorra ao Senhor!
Que o Senhor o liberte!
Que ele o livre, já que lhe quer bem!"
9Contudo, tu mesmo me tiraste do ventre; deste-me segurança junto ao seio de minha mãe.
10Desde que nasci fui entregue a ti; desde o ventre materno és o meu Deus.
11Não fiques distante de mim, pois a angústia está perto e não há ninguém que me socorra.
12Muitos touros me cercam, sim, rodeiam-me os poderosos de Basã.
13Como leão voraz rugindo, escancaram a boca contra mim.
14Como água me derramei, e todos os meus ossos estão desconjuntados.
Meu coração se tornou como cera; derreteu-se no meu íntimo.
15Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte.
16Cães me rodearam!
Um bando de homens maus me cercou!
Perfuraram minhas mãos e meus pés.
17Posso contar todos os meus ossos, mas eles me encaram com desprezo.
18Dividiram as minhas roupas entre si, e lançaram sortes pelas minhas vestes.
19Tu, porém, Senhor, não fiques distante!
Ó minha força, vem logo em meu socorro!
Sl 16.10 9Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo, 10porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição.
11Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença,
eterno prazer à tua direita.
Sl 110.1-4 1O Senhor disse ao meu Senhor: "Senta-te à minha direita
até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés".
2O Senhor estenderá o cetro de teu poder desde Sião, e dominarás sobre os teus inimigos!
3Quando convocares as tuas tropas, o teu povo se apresentará voluntariamente.
Trajando vestes santas,
desde o romper da alvorada os teus jovens virão como o orvalho.
4O Senhor jurou e não se arrependerá: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque".
Sl 2.1-8 1Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão?
2Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido, e dizem: 3"Façamos em pedaços as suas correntes,
lancemos de nós as suas algemas!"
4Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles.
5Em sua ira os repreende e em seu furor os aterroriza, dizendo: 6"Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte".
7Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: "Tu és meu filho; eu hoje te gerei.
8Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade.).
Um israelita crente, e predisposto a servir a Deus, jamais seria surpreendido com a chegada do Messias, pois o culto levítico era essencial e tipologicamente cristológico (Lc 2.25-35 25Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. 26Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.
27Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para lhe fazerem o que requeria o costume da Lei, 28Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: 29"Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo.
30Pois os meus olhos já viram a tua salvação, 31que preparaste à vista de todos os povos: 32luz para revelação aos gentios e para a glória de Israel, teu povo".
33O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que fora dito a respeito dele.
34E Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus: "Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de contradição, 35de modo que o pensamento de muitos corações será revelado. Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma".).




SÍNTESE DO TÓPICO (III)

As finalidades do culto levítico eram: adorar a Deus, reafirmar as alianças divinas, professar o credo mosaico e aguardar o Messias.



SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Há muito tempo que os estudiosos se empenham em achar a ideia controladora por trás dos sacrifícios religiosos. Alguns sugerem que seja comunhão, ato simbolizado pela refeição comum. Outros enfatizam a propiciação, a substituição ou a gratidão festiva. É óbvio que o sacrifício é algo multifacetado da mesma maneira que é a relação do homem com Deus. Envolve comunhão, mas comunhão com Deus que implica em proposição, gratidão e petição. Assim, nossa atenção é remetida novamente à ideia de proximidade e intimidade com Deus. Tudo que diz respeito a aproximar-se de Deus está implícito no sacrifício. Este conceito explica as cinco variedades de ofertas: holocausto, oferta de manjares, oferta de paz, oferta pelo pecado e oferta pela culpa. Cada oferta fala de uma faceta diferente da proximidade com Deus.
Levítico toma por certo que quando os homens se achegam a Deus, eles não devem ir de mãos vazias. Há algo sobre a relação que torna correto e apropriado os homens levarem uma oferta. Desde os tempos do Novo Testamento é fácil esquecer esta verdade. Mas sempre temos de nos lembrar de que, embora os crentes possam se aproximar de Deus com ousadia, eles não devem ir de mãos vazias. Sob o antigo concerto, os adoradores iam com dádivas próprias. Hoje, os crentes vão com a própria Dádiva de Deus, seu Filho Jesus, como base de aproximação e intimidade dos adoradores com Deus” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.259).




CONCLUSÃO

Os filhos de Israel não souberam cultuar a Deus como Ele o requer de cada um de nós. Por isso, deixaram-se contaminar pelo formalismo. Apesar de sua rica e significativa liturgia, adoravam a Deus apenas com os lábios, pois o seu coração achava-se distante do Deus de Abraão (Is 29.13 13O Senhor diz: "Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens.).
Então, adoremos a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.24 24Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade".).
Apresentemos ao Senhor o nosso culto racional (Rm 12.1-3 Entrega da vida para servir - 1Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.
2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.).
Quando cultuamos verdadeiramente a Deus, sua glória jamais nos faltará (Lv 9.23,24 23Assim Moisés e Arão entraram na Ten­da do Encontro. Quando saíram, abençoaram o povo; e a glória do Senhor apareceu a todos eles.
24Saiu fogo da presença do Senhor e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se com o rosto em terra.).




















PARA REFLETIR

A respeito de “A Beleza e a Glória do Culto Levítico”, responda:

O que é o culto divino?
O culto divino é o serviço amoroso, voluntário e exclusivo que Deus requer de cada uma de suas criaturas morais (anjos e homens), mui particularmente de Israel, no Antigo Testamento, e, agora, da Igreja, para que todos, em todos os lugares e tempos, glorifiquem-no como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas.

Como era o culto no período de Moisés?
Deus, através de Moisés, entregou ao seu povo leis e instruções para que o seu culto passasse da informalidade a uma etapa mais teológica, litúrgica e congregacional. A partir daí, estabeleceram-se as festividades sagradas como a Páscoa e o Dia da Expiação. Agora, não somente as famílias, mas todo o povo é intimado a cultuar o Senhor.

Qual a contribuição de Davi ao culto divino?
Até a ascensão de Davi, como rei de Israel, a música não era utilizada no culto divino. O cântico de Miriã e o de Débora constituíam manifestações espontâneas que precederam a inserção da música na liturgia do Santo Templo. Mas, com o rei Davi, que também era profeta, salmista e músico, a celebração oficial ao Senhor foi enriquecida com a formação de coros e instrumentos musicais. Buscando sempre a excelência do culto divino, o rei Davi inventou e fabricou diversos instrumentos musicais.

Cite os elementos do culto levítico.
Os elementos são: sacrifícios, os cânticos, a exposição da Palavra e a bênção.

Quais os objetivos do culto levítico?
Adorar a Deus, reafirmar as alianças divinas, professar o credo mosaico e aguardar o Messias.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A beleza e a glória do culto levítico

Há uma teologia do culto nas Escrituras
O comentarista do trimestre, pastor Claudionor de Andrade, mostra que havia uma teologia do culto levítico que perpassou toda a história monárquica da nação de Israel. Assim, ao inaugurar-se o Santo Templo, houve um trabalho precedente que desenvolveu a ordem litúrgica, o artesanato de instrumentos de louvores e a composição da música: tudo isso na esteira da teologia levítica do culto. Neste sentido, há ensinamentos para nós hoje a partir de Levítico.

O que Deus espera de nossa Adoração?
Há um “ditado” muito corrente na igreja hispânica, aqui na América Latina, em que se diz: “a Adoração tem de sê-la e parecê-la”.
Vivemos um tempo em que há dois perigosos extremos. O primeiro, o perigo do formalismo frio, engessado e meramente simbólico. O segundo, o oposto disso, em que a adoração pública seja realizada sem as devidas atenções para a rica e preciosa teologia do culto presente no Antigo e em o Novo Testamento.
Quando se fala que a Adoração tem de “sê-la” quer dizer que, em primeiro lugar, ela tem de partir do que há de mais forte, acumulativo e essencial no interior do ser humano: “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças” (Mc 12.30). Esse primeiro mandamento está conectado com a seguinte verdade evangélica: “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.23).
Quando se diz que a Adoração deve “parecê-la”, leva-se em conta que toda a adoração a Deus tem uma manifestação intelectual e corporal. O apóstolo Paulo sinalizou isso em 1 Coríntios 14.26: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação”. Nesse aspecto, estão contempladas as virtudes da reverência, do temor e da santidade quando prestamos um culto a Deus.
Por isso, é inadmissível num culto verdadeiro a Deus haver qualquer atividade paralela. Isso era inconcebível no Antigo e em o Novo Testamento. Por exemplo, seria inconcebível a um sacerdote, enquanto este apresentasse o sacrifício no altar, o outro estivesse resolvendo questões administrativas. Seria completamente fora de lógica, e uma blasfêmia para os apóstolos, concomitante ao ato da Santa Ceia, ocorrer outros afazeres de caracteres comerciais.








O culto no Antigo Testamento
Texto Básico: Salmo 96.7-9
Texto Devocional: Salmo 115.1
Versículo-chave: Romanos 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Alvo da Lição: O aluno conhecerá os princípios do culto no Antigo Testamento.

Leia a Bíblia diariamente
Sl 84.1-12
Sl 149.1-9
Sl 67.1-7
Sl 19.1-14
Sl 66.1-20
Sl 96.1-13
Sl 100.1-5

O mundo vive numa constante renovação. O indivíduo busca novos padrões e entendimento para o que acontece ao seu redor; busca novas formas de realizar obras e sonhos; obtém outros pontos de vista a respeito de assuntos e temas já conhecidos. O nosso foco recai sobre a renovação teológica e litúrgica.
Questionamos quanto das mudanças na teologia e na liturgia do culto vêm das Escrituras e quanto vêm do desejo das pessoas. Há diversidade quanto à compreensão de como deve ser o culto prestado a Deus.
A Bíblia, ao descrever o que denominamos de culto, não usou termos similares aos que se referiam ao culto em outras religiões. Quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento, essencialmente, o culto é descrito como serviço. Em qualquer língua, etimologicamente, liturgia significa “o trabalho que pessoas realizam”, não pessoas se divertindo, alegrando-se, fazendo o que acham ser bom. No Antigo Testamento, a adoração era prescrita e controlada, era litúrgica.
Como posso adorar a Deus segundo os princípios do Antigo Testamento? Será que o Antigo Testamento oferece direção para uma adoração no culto contemporâneo?
Vamos estudar cinco épocas nas quais o culto era prestado a Deus, no Antigo Testamento.

I. Da criação ao êxodo
A recusa do homem em obedecer a Deus incondicionalmente foi a recusa a uma adoração ao Senhor com base em Sua verdade revelada (Gn 3.1-6).
Podemos entender, pelos textos bíblicos, que o culto ao Senhor era familiar, centralizado no altar. Ali, Deus e a família se encontravam e havia:
1.                  sacrifícios de gratidão (Gn 4.1-6; 8.20);
2.                sacrifícios de expiação de pecados ( Jó 1.5).
A fé possibilitou a Abel ter sua oferta aceita pelo Senhor (Hb 11.4). Caim não obedeceu as instruções que estão subentendidas em Gênesis 4.7, daí ter tido sua oferta rejeitada por Deus.
Examinar as intenções e avaliar as ações devem ser exercícios constantes na vida dos que cultuam a Deus
(Sl 66.18
Sl 131.1-3).
Deus só aprova o culto sincero.

II. Do êxodo à monarquia
Este foi o período do tabernáculo, a habitação simbólica de Deus. Embora portátil, era um palácio.
Todo o tabernáculo e seus utensílios expressavam a pessoa de Deus, Seus atributos, Sua presença, Seu relacionamento com o povo, e como o povo respondia a Deus. As prescrições para aproximação e purificação eram rigorosas e foram dadas pelo próprio Deus a Moisés. Podemos associar alguns utensílios do tabernáculo com alguns elementos imprescindíveis do culto.

1.                  A arca e a mesa dos pães – retratam Deus como Rei, Senhor e Provedor do Seu povo – a leitura bíblica (especialmente os Salmos), os hinos e cânticos de louvor.

2.                As lâmpadas – a direção de Deus – a pregação da Palavra.

3.                O incenso – o local das intercessões pelo povo – as orações.

4.                O altar – o lugar do derramamento de sangue – a confissão de pecados.

Notemos ainda a posição do tabernáculo no centro do acampamento (Nm 1.52,53
Nm 2.1-2)
como referência à centralidade do culto para a nação. Notemos que cerca de 40 capítulos foram dedicados à descrição, construção, dedicação e uso. Deus não somente quer nosso culto, mas Ele diz como quer ser cultuado.
Nem toda adoração agrada a Deus. Há o perigo de trazermos “fogo estranho” diante do altar e do trono do Senhor
(Lv 10.1-2).

Esse “fogo estranho” consistia em contrariar os mandamentos divinos quanto à adoração. Não apenas a adoração a falsos deuses é proibida nas Escrituras, mas também a adoração ao verdadeiro Deus de maneira errada
(Ml 1.7-10;
Os 6.4-6;
Am 5.21).

III. Da monarquia ao exílio
Foi o período de maiores mudanças e de centralidade do culto. O povo ia reunido para a adoração ao Senhor. A orientação para o serviço sacerdotal permanecia válida. As prescrições foram dadas por Deus, por meio de Davi, a respeito de grupos corais e grupos instrumentais.
O culto em Israel era participativo. Os dias de festa, as procissões e os sacrifícios exigiam envolvimento do adorador. No AT era um duplo serviço divino: um dirigido ao Seu povo e outro dirigido às outras nações
(Sl 67).
Deus quer ser adorado pelos Seus no serviço que estes prestam ao próximo.
Este foi o motivo pelo qual os profetas criticaram o culto da antiga aliança
(Is 1.11-15):
o povo desejava comparecer diante de Deus, receber Dele todos os benefícios do culto, mas não O servia fazendo o bem ao próximo.
Culto não é ato ritual, mas ato de vida. O ato de culto deve expressar-se em gestos eficientes, concretos e claros em nossa relação com o próximo. Este é o serviço do povo a Deus, que em nada precisa de nossos serviços, mas que por misericordiosa graça nos chama para que sejamos participantes de Sua obra neste mundo.

IV. No exílio
Desse período em diante as informações são mais escassas. Todavia, sabemos que não havia templo, não havia sacrifício, não havia sacerdócio. Em meio ao caos, à desesperança e ao temor, Deus enviou profetas como Ezequiel para encorajar Seu povo a se voltar para Ele e cultuá-Lo, pois era o Deus fiel à aliança.
O grupo de israelitas que se reunia no exílio começou o que depois ficou conhecido como “sinagoga”.

V. A era pós-exílica
É o período de Esdras e Neemias. O povo de Israel voltou do exílio babilônico. Houve um retorno à Lei de Deus (Torah), que começou a ser lida perante o povo. O templo foi restaurado, os sacerdotes voltaram à atividade, os sacrifícios e as ofertas tornaram a ser feitos.
Conforme o prof. Marcos Alexandre Faria (Faculdade Teológica Batista de Brasília), estas são algumas influências do exílio babilônico:

1.                  a figura do rei desaparece;
2.                o cativeiro se torna um meio de purificação e ressurgimento da religião dos judeus;
3.                as profecias de Jeremias tiveram grande influência;
4.                finda a idolatria (estavam no meio de uma nação extremamente idólatra);
5.                 acaba a monarquia (fica na esperança do Messias – o descendente de Davi virá!);
6.                o sumo sacerdote, auxiliado pelos escribas, assume a liderança do povo;
7.                 Esdras, o sacerdote, convida o povo a voltar para a Palavra (Ed 7.10);
8.                o povo gira em torno da Lei: viver de acordo com a Lei passa a ser um estilo de vida;
9.                começa o que seria mais tarde a sinagoga – o que se tornou modelo para as igrejas no NT.
É o início do chamado “Judaísmo”, ou seja, o ambiente social, cultural, político e religioso do povo hebreu, formado a partir da volta do exílio babilônico (538 a.C.), e no qual se formou o cristianismo (Dic. Aurélio). Nesse período, três ênfases básicas são: o sábado, a circuncisão e as leis alimentares.

VI. Resumo do culto do AT
Encontramos três princípios nessas cinco épocas.

1.                  Adoração 
(Gn 8.20;
Gn 35.11, 14;
Êx 3.18;
Ex 5.1;
2Cr 7.3;
Ne 8.6)
O culto era centralizado em Deus, que reivindica e espera isso de Seu povo. Honramos ao Senhor quando O adoramos pelo que Ele é. Deus não está limitado a experiências humanas, as quais não podem determinar ou governar o tipo de liturgia do culto prestado ao Senhor. O Salmo 93 diz que Ele está revestido de majestade. Deus é glorioso, é sublime, é belo na Sua santidade. Devemos adorá-Lo no Seu esplendor e na Sua beleza. É com essa concepção que devemos adorar ao Senhor. O culto no AT é a resposta da criatura:
·                     à glória do Criador revelada (Sl 19).
Deus é o Altíssimo (Sl 83.12),
o Deus que vê (Gn 16.13),
escudo (Sl 84.11);
·                     aos atos salvíficos de Deus (Êx 15; Sl 105);
·                     à ação bondosa de seu Criador (Mq 6.8; Is 1.13-17; Lv 10.1,2).

2. Oração e confissão 
(Jó 1.5;
Lv 16.15,16;
1Cr 16.39,40;
2Cr 6.21-31;
Ed 9.1-3)

O pecado tinha que ser coberto, a expiação, a propiciação foi feita por Cristo, em nosso favor. Os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para aquilo que Cristo iria fazer. No Antigo Testamento não havia culto nem adoração sem sacrifícios; não havia culto sem altar. Para nós, não há culto sem o significado da cruz, não há culto sem Jesus Cristo, o que foi imolado e que agora reina. Além disso, a adoração devia também incluir ofertas, e os sacrifícios deviam expressar gratidão, devoção, desejo de comunhão e meditação, prontidão, e voluntariedade para compartilhar coisas materiais com os sacerdotes, os levitas, os pobres e as viúvas. Não havia lugar para a mesquinhez no culto.

3.                Instrução 
(Gn 4.7
Dt 31.9-13
2Cr 34.30
Ne 8.8)
 Este é o meio pelo qual Deus revela Sua vontade. A pregação não pode ser relegada aos momentos finais do culto. Ela não é matéria para ser apenas descrita ou comentada, mas deve ser explicada
(Ne 8.3, 7- 8, 12).
Deus fala, o homem se cala, medita e responde. Com a pregação fiel e revestida de autoridade da Palavra, Deus é honrado e glorificado, os descrentes são desafiados, os crentes são edificados e a igreja é fortalecida. A adoração genuína também deve ser fruto de um correto entendimento da lei, justiça e misericórdia de Deus, reconhecendo-O assim como Ele Se revela nas Escrituras. Sem a Palavra não há adoração e não importa quão emocionantes sejam os demais atos do culto.



Conclusão
John H. Armstrong acusa grande parte da adoração moderna de ser McAdoração, ou seja, ele a compara a um “lanche popular”, algo produzido em escala industrial para satisfazer alguns consumidores.
A perspectiva do AT não vê o culto público como focalizado na esperteza ou criatividade humana, mas na santidade de Deus.

Aplicação
Somos uma geração centralizada no homem, mas a igreja não pode tornar-se antropocêntrica. A distração e o entretenimento da nossa era tecnológica não podem tornar-se o centro. Nosso desejo por santidade deve ser maior que o nosso desejo por felicidade. O culto pode e deve, sim, ser agradável às pessoas, mas com base na instrução bíblica apresentada e não no grau de satisfação pessoal alcançado. Que possamos dizer: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome da glória” (Sl 115.1).








O Livro de Levítico é dedicado à adoração e a sua mensagem central é a santidade de Deus.

Do capítulo 1 ao 17, temos um manual de adoração ao Deus Santo:
1. Instruções para as ofertas
2. Instruções para os sacerdotes
3. Instruções para o povo
4. Instruções para o altar

Do capítulo 18 ao 27, o livro de Levítico ensina o povo a viver em santidade:
1. Normas para o povo
2. Leis para os sacerdotes
3. As Festas e as estações
4. Recebendo a bênção de Deus

Vamos agora ver o significado dos sacrifícios e como eles apontavam para o nosso Salvador, Jesus Cristo:

Sacrifício/Holocausto
Explicação: Cinco tipos de sacrifício atendiam a dois propósitos principais: demonstrar adoração, gratidão e devoção; e expiar a culpa e o pecado. As ofertas de animais indicavam que a pessoas estava a entregar a sua vida a Deus por meio da vida do animal sacrificado.

Importância: Os sacrifícios (ofertas) serviam para adoração e perdão dos pecados. Através deles, aprendemos sobre o custo do pecado, pois percebemos que não nos podemos perdoar a nós mesmos. O sistema de Deus diz que uma vida precisa ser dada em lugar de outra. No Antigo Testamento, o animal oferecido em lugar da pessoa era uma medida provisória, à espera do sacrifício definitivo de Jesus, que removeria o pecado de todos aqueles que O recebessem como Senhor e Salvador.

Adoração
Explicação: Havia sete festas que assinalavam os feriados nacionais e religiosos, e que costumavam ser celebradas em família. Essas ocasiões ensinam-nos muito sobre a adoração a Deus, tanto em celebração como em dedicação silenciosa.

Importância: As regras de Deus quanto à adoração estabelecem um padrão regular de comunhão com Ele. Elas incluem momentos de celebração e agradecimento, bem como de reverência e consagração. A nossa adoração deveria ser um momento de devoção profunda.

Saúde
Explicação: Regras civis acerca de alimentação, doenças e sexo eram ensinadas. Nestes princípios físicos, muitos princípos espirituais eram sugeridos. Israel tinha de ser diferente das nações vizinhas. Deus estava a preservar os seu povo de males e problemas de saúde na comunidade.

Importância: Precisamos ser diferentes moral e espiritualmente dos ímpios que nos cercam. Os princípios para uma vida saudável são tão importantes hoje quanto nos dias de Moisés. Um ambiente e um corpo saudáveis tornam o nosso culto a Deus mais eficiente.

Santidade
Explicação: Santo significa "separado" ou "consagrado". Deus retirou o seu povo do Egipto e agora retirava o Egipto do seu povo. Eles estava a mostrar-lhes como trocar o modo de viver e de pensar egípcio pelos Seus caminhos.

Importância: Cada área da nossa vida precisa ser declarada a Deus. Ele requer absoluta obediência nas motivações e na prática. Embora não observemos todas as práticas de adoração de Israel, precisamos ter o mesmo espírito de preparo e devoção.

Levitas
Explicação: Os levitas e sacerdotes instruíam o povo acerca da adoração. Eles eram os ministros dos seus dias. Também regulavam as leis morais, civis e cerimoniais, e supervisionavam a saúde, a justiça e o bem-estar da nação.

Importância: Os levitas eram servos que mostraram a Israel o caminho até Deus. Eles proveram a base histórica para Cristo, que é o nosso Sumo Sacerdote e também nosso Servo. Os verdadeiros servos de Deus cuidam de todas as necessidades do seu povo.






























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