Salmo
1 – Bem-aventurança
Se o homem tem Cristo, o tal é conhecido de Deus, uma vez que é
de novo criado na condição de filho de Deus. Não é o comportamento do homem que
concede a filiação divina, mas sim o nascer da água e do Espírito.
Salmo 1
1- Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos
ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores.
2 – Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita
de dia e de noite.
3 – Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a
qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto
fizer prosperará.
4 – Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento
espalha.
5 – Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
5 – Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.
6 – Porque o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho
dos ímpios perecerá.
As
profecias
Este
salmo é a primeira profecia que compõe os salmos.
Antes de se lançar a recitar este cântico hebraico é bom
considerar que os salmos são composições proféticas. Para analisa-lo e
compreende-lo, se faz necessário considerar também que, quando o rei e profeta
Davi separou alguns homens para o ministério dos cânticos, os designou para
profetizarem ao som de instrumentos musicais (1Cr 25:1 -3).
O rei Davi era profeta (At 2:30), e grande parte das suas
previsões tinha por tema o Cristo (At 2:31). As previsões de Davi e dos seus
ministros abordaram vários aspectos da vida de Cristo. Os salmos apresentam
Cristo em seus vários aspectos:
o filho do homem,
o filho de Davi,
o Senhor que criou os céus e a terra,
o servo do Senhor,
o Grande Rei, etc.
A leitura dos salmos, se feita meticulosamente comparando coisas
espirituais com as espirituais, nos leva a uma interpretação segura como a que
os apóstolos apresentam em suas exposições em todo o Novo Testamento.
Salmo Primeiro
O Salmo primeiro é o salmo da bem-aventurança, da alegria,
do regozijo, da felicidade, porém, chama-nos a atenção o fato de o rei
Davi apresentar a bem-aventurança apontando para um único homem: “Bem-aventurado o homem…” (v. 1).
Por que o salmista não disse ‘bem-aventurados os homens’? Ora,
nas escrituras temos várias passagens que enfatizam a bem-aventurança de todos
quantos confiam em Deus. Ex:
“Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho,
quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele
confiam” ( Sl 2:12 );
“Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, e que o
buscam com todo o coração” (
Sl 119:2 ).
O que distingue o homem do Salmo primeiro, verso 1, dos homens
do verso 12, do Salmo segundo? A distinção está no fato de o homem ditoso
(bem-aventurado) não andar segundo o conselho dos ímpios.
Qual é o conselho dos ímpios? Ora, o conselho dos ímpios tem por
base o engano, a mentira, a falsidade, e não a palavra de
Deus, que é a verdade “Os
pensamentos dos justos são retos, mas os conselhos dos ímpios, engano” (Pv 12:5).
O conselho dos ímpios é formado pelos religiosos em Israel,
que utilizavam a lei por pretexto, porém, seguiam os desvarios dos seus
corações enganosos. Diz dos homens que honram a Deus com os lábios, mas
que o coração está longe ( Is 29:13 ).
O salmo 12 apresenta a essência do conselho dos ímpios:
“Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios
lisonjeiros e coração dobrado. O SENHOR cortará todos os lábios lisonjeiros e a
língua que fala soberbamente. Pois dizem: Com a nossa língua prevaleceremos;
são nossos os lábios; quem é SENHOR sobre nós?” (Sl 12:2 -4).
Com coração enganoso, os fariseus falavam entre si e, diante do
Cristo, o enviado de Deus, declaravam: Quem é o Senhor sobre nós? Ninguém entre
os religiosos judeus falava a verdade, antes com a lingua destilavam veneno
semelhante ao da serpente (Sl 58:1 4).
Cristo não trilhou pelo conselho dos ímpios porque obedeceu
a palavra de Deus em verdade, e nunca houve engano em sua boca.
“Quanto ao trato dos homens, pela palavra dos teus lábios me
guardei das veredas do destruidor” ( Sl 17:4 ).
A impiedade é condição que decorre de nascimento, e não de
comportamento. Os homens alienam-se de Deus desde o ventre, e no ventre se
tornam ímpios em função da condenação ocorrida no Éden (Sl 58:3).
O Salmo 1 apresenta um conselho formado por ímpios, homens
oriundos e um geração má e que nunca se lavaram da imundície herdade de Adão
(Pv 30:11 -12). Os ímpios falam mentiras desde que nascem, porém, há o conselho
dos ímpios: homens que se organizam entorno de uma doutrina, um pensamento, uma
religiosidade, e impõe-na aos outros.
A mentira do conselho dos ímpios procede do coração enganoso que
receberam quando do nascimento natural (Jr 17:9). É em função deste coração
enganoso que Jesus alertou os escribas e fariseus, dizendo:
“Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas,
sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso
fala a boca“ (Mt 12:34).
É por causa desta ‘mentira’ que o apóstolo Paulo diz:
“De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem
mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E
venças quando fores julgado” (
Rm 3:4 ).
De todos os homens que vieram ao mundo, Cristo é o
bem-aventurado de Deus, pois nunca se achou engano na sua boca, pois somente
Ele não foi gerado segundo o sangue, a vontade da carne e a vontade do
varão
(Jo 1:12 -13
1Pe 2:22 ).
Dele, em espírito, disse Davi:
“JULGA-ME, SENHOR, pois tenho andado em minha sinceridade (…) Mas
eu ando na minha sinceridade” (
Sl 26:1 e 11).
Ora, todos os outros homens quando nascem, alienam-se desde o
ventre da mãe, andam errados e proferindo mentiras.
“Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são
verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua
língua”
(Sl 5:9
Sl 51:5
Sl 58:3
Sl 53:3
Is 48:8).
Com Cristo não ocorreu o que ocorre com a humanidade, pois
Ele foi lançado na madre por Deus, e não por um homem vendido ao pecado como
escravo
(Sl 22:10).
No salmo 38, o salmista descreve a ação do conselho dos ímpios:
“Também os que buscam a minha vida me armam laços e os que
procuram o meu mal falam coisas que danificam, e imaginam astúcias todo o dia.
Mas eu, como surdo, não ouvia, e era como mudo, que não abre a boca. Assim eu
sou como homem que não ouve, e em cuja boca não há reprovação” (Sl 38:12 – 14).
Quando entrou no mundo, Cristo não seguiu o ‘conselho’ vão dos
ímpios “Não me tenho assentado com
homens vãos, nem converso com os homens dissimulados. Tenho odiado a
congregação de malfeitores; nem me ajunto com os ímpios” (Sl 26: 4- 5).
Jesus não se assentou com os escribas e fariseus para
compartilhar da doutrina (pão) que se alimentavam “Então compreenderam que não
dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus” (Mt 16:12).
Cristo é o rebento do tronco de Jessé, o renovo justo prometido
a Davi, a verdade que brotou: “PORQUE brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes
um renovo frutificará” (Is
11:1);
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um
Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a
justiça na terra” (
Jr 23:5 );
“A verdade brotará da terra, e a justiça olhará desde os céus” (Sl 85:11).
O caminho dos pecadores é pertinente a todos os
homens gerados da carne de Adão, porém, dentre os pecadores há os ímpios e os
escarnecedores. Os ímpios são aqueles que tropeçam na pedra eleita e preciosa,
que é Cristo “O
caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam” (Pv 4:19). Os
escarnecedores, por sua vez, são aqueles que, apesar do alerta das Escrituras,
nem mesmo investigam a possibilidade o Cristo ser o servo do Senhor.
O caminho dos pecadores decorre da porta larga por onde todos os
homens entram ao ‘abrir’ a madre. É na madre que todos os homens juntamente se
desviam e alienam-se de Deus
(Sl 58:3 ;
Sl 53:3).
É na madre que todos os homens juntamente se desviam, aliena-se
e tornam-se imundos!
Os ímpios que compõe o conselho do verso 1 são os loucos, os
néscios, os filhos de Jacó, homens a que a palavra de Deus lhes foi confiado,
que honram a Deus com a boca, porém, o coração está longe de Deus. Tudo o que
dizem reflete impiedade e o desvairo de seus corações impenitentes. Os ímpios
são aqueles que tomam o nome de Deus em vão, que o invocam, mas não em justiça
e nem em verdade
( Rm 3:2 ;
Rm 2:20 ;
Is 48:1 ;
Sl 139:19 -20).
Os ímpios são homens de violência, ou seja, que não confiam em
Deus, antes confiam na força dos seus braços, confiam na carne, pois se
declaram filhos de Deus por serem descendentes da carne de Abraão.
Os salmos geralmente vaticinam que os ímpios são homens maus,
violentos, e o conselho deles continuamente são de guerra, pois haveriam de
espreitar o Ungido de Deus com suas línguas afiadas e, continuamente,
espreitariam o Cristo para verem se o pegavam nalguma contradição.
“Aguçaram as línguas como a serpente; o veneno das víboras está
debaixo dos seus lábios. (Selá.) Guarda-me, ó SENHOR, das mãos do ímpio;
guarda-me do homem violento; os quais se propuseram transtornar os meus passos.
Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam a rede ao lado do caminho;
armaram-me laços corrediços” (Sl
140:2- 5).
Deleite
O bem-aventurado tem o seu prazer na lei do Senhor! O único
homem que assim se portou foi Cristo, pois Ele mesmo disse:
“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou” (
Jo 6:38 ).
O deleite, a comida, a satisfação de Cristo estava em fazer a
vontade do Pai.
“Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou, e realizar a sua obra” (
Jo 4:34 ).
Enquanto os homens se deleitam (fartam) com o engano proveniente
dos seus corações enganosos (fruto dos seus ventres) , o prazer de Cristo
estava em cumprir a lei do Senhor.
“Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos
dos seus lábios ficará satisfeito” ( Pv 18:20 )
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim
ab-rogar, mas cumprir” (
Mt 5:17 ).
Sobre meditar de dia e de noite na lei do Senhor, o salmista
Davi predisse:
“Louvarei ao SENHOR que me aconselhou; até os meus rins me ensinam
de noite. Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por isso que ele
está à minha mão direita, nunca vacilarei. Portanto está alegre o meu coração e
se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. Pois não
deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja
corrupção” ( Sl 16:7
-10).
O profeta Isaias vaticinou que o Messias teria língua erudita e
que teria os ouvidos despertos para ser instruído pelo Senhor ( Is 50:4 ). Ao
realizar a vontade do Pai, Jesus voltou a sua atenção para as palavras das
profecias e nela meditava de dia e de noite.
Como resultado, Cristo é comparável a uma árvore plantada junto
a ribeiros e águas, pois deu o seu fruto ao seu tempo. Cristo é a videira
verdadeira ( Jo 15:1 ),
e os que creem são as varas ( Jo 15:5 ).
As palavras de Cristo são fruto de vida, palavras de vida eterna
(Jo 6:68);
“O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio” (Pv 11:30).
Tudo quanto Cristo fez prosperou, pois Deus mesmo disse: “Assim será a minha palavra,
que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz,
e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55:11).
Cristo é o Verbo encarnado que fez o que era aprazível a Deus.
Tudo quanto fez prosperou, pois conduziu muitos filhos à glória de Deus.
“Eu, eu o tenho falado; também já o chamei, e o trarei, e farei
próspero o seu caminho” (Is
48:15).
O homem ditoso do Salmo primeiro é Cristo, o Servo do Senhor, o
Justo.
“Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito;
com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as
iniquidades deles levará sobre si” ( Is 53:11 ).
Para entender plenamente os conceitos que este Salmo apresenta, necessário
é analisar outros capítulos que compõe os livros dos Salmos, complementando a
análise com o conhecimento que há no Evangelho de Cristo.
O evangelho demonstra que homem algum será salvo por intermédio
de suas realizações e condutas pessoais, ou seja, a salvação de Deus é
alcançada somente através de Cristo, a fé que se manifestou (Gl 3:23).
O conhecimento prévio da verdade do evangelho e a analise de
outras passagens dos salmos faz com que a leitura do Salmo Primeiro seja
esclarecedora. Observe:
·
“Bem-aventurado
aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (Sl 32:1);
·
“Bem-aventurado
o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano” (Sl 32:2);
·
“…bem-aventurado
o homem que nele confia” (Sl
34:8);
·
“Bem-aventurado
o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem
os que se desviam para a mentira” (Sl 40:4);
·
“Bem-aventurado
aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios” (Sl 65:4);
·
“Bem-aventurado
o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados” (Sl 84:5).
Há um padrão de ideia específico nos versículos acima que torna
o Salmo Primeiro diferente dos outros salmos. Enquanto o Salmo Primeiro
demonstra que o bem-aventurado é aquele que não anda segundo o conselho dos
ímpios, os outros salmos demonstram que só os que confiam em Deus são acolhidos
por bem-aventurados.
É contra senso entender que o Salmo Primeiro destaca que a
bem-aventurança decorre de questões comportamentais como:
a) não andar em uma mesma estrada com pessoas que não comungam
de uma mesma religião;
b) não se assentar em uma mesa com homens que não possuem os
mesmos costumes, e;
c) não parar em uma roda de pessoas que não pertencem a um mesmo
povo.
Os judeus tinha um cuidado extremo com relação às questões da
contaminação, pois se mantinham separados dos outros povos em tudo, pensando
que através desta prática estavam cumprindo o estipulado no Salmo primeiro.
Mas, sobre este aspecto, o apóstolo Paulo assevera:
“Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou
com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos
seria necessário sair do mundo” (
1Co 5:10 ).
Conforme Paulo demonstra, se a bem-aventurança é alcançada
através de questões comportamentais, necessariamente o bem-aventurado não mais
estaria no mundo. Porém, Jesus mesmo disse: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” ( Jo 17:15 ).
A bem-aventurança não é proveniente de questões comportamentais
tais como não entrar na casa de pecadores; não andar com eles em um mesmo
caminho ou, assentar-se com eles para comer. Os escribas e fariseus seguiram
esta linha de interpretação comportamental e tropeçaram na pedra de esquina,
pois não analisaram o Messias segundo as Escrituras, e sim com base em uma
carnal compreensão.
Quem é bem-aventurado? A resposta sobre quem é bem-aventurado
encontra-se no último versículo do Salmo Primeiro, a saber: somente é
bem-aventurado aquele que tem o seu caminho conhecido pelo Senhor! (v. 6a).
“Pois o Senhor conhece o caminho dos justos” (Sl 1:6).
O que realmente torna o caminho do homem conhecido de Deus?
Quando é que os homens tornam-se bem-aventurados? Quando:
·
A
transgressão é perdoada por Deus;
·
O
pecado é encoberto por Deus;
·
Não
é imputada a maldade;
·
Confia-se
em Deus, etc.
Para ter o caminho ‘conhecido por Deus’, o homem não pode estar
firmado em argumentos pobres e fracos tais como: “Não toques, não proves, não
manuseies?” ( Cl 2:21
-23). Isto porque os princípios ou argumentos que decorrem de questões
comportamentais são fracos e pobres diante de Deus “Mas agora, conhecendo a Deus,
ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos
fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” ( Gl 4:9 ).
Aquele que tem o caminho conhecido pelo Senhor, este é justo
diante d’Ele, pois o caminho conhecido pelo Senhor é Cristo. Somente é justo
perante Deus quem entra pela porta estreita. Quem entra pela porta estreita tem
o seu caminho aplainado por Deus. Para alcançar tal bênção é preciso confiar em
Deus. Só é justo quem obteve o perdão das transgressões. Somente aqueles que
preenchem os quesitos anteriores são verdadeiramente ‘conhecidos’ do Senhor, ou
seja, possuem comunhão plena.
As poesias hebraicas trabalham ideias, o que substitui o ritmo e
a rima, características essenciais as poesias da nossa cultura. É por causa
dessa construção do texto poético (paralelismo) que a última frase da poesia
complementa a ideia da introdução do salmo.
A ideia que o salmo primeiro enfatiza é: o homem somente é
bem-aventurado quando trilha o caminho conhecido pelo Senhor. Ora, para que o
homem seja bem-aventurado é necessário nascer de novo, entrando por Cristo, que
é o caminho pelo qual os justo entram ( Sl 118:20 ). Todos os que entram por
Cristo passam a trilhar o caminho que o conduz a Deus. A semelhança de Cristo
tal homem é feito santo e justo, portanto, bem-aventurado! Aleluia!
Já o caminho dos ímpios perecerá como consequência de Deus não
‘conhecer’ o caminho deles. Não há comunhão entre a luz e as trevas.
A ideia que a palavra ‘conhecer’ transmite neste verso é a ideia
de união plena, de comunhão intima, é o mesmo que se tornar um só corpo.
Transmite a ideia de que Deus uniu-se ao homem e o homem uniu-se a Deus ( IJo
4:15 -16). Somente aqueles que foram gerados de Deus por intermédio do
evangelho, trilham o caminho conhecido pelo Senhor.
Os ímpios perecerão, mas não em consequência de terem se
assentado em rodas de beberrões para contar anedotas. Não é porque frequentam lugares
reprováveis pela moral humana que os ímpios estão perdidos. Eles perecerão
porque Deus não conhece o caminho deles! Perecerão porque Deus não está neles,
e vice-versa. Perecerão porque trilham um caminho errôneo desde que nascem.
Perecerão porque entram pela porta larga, que é Adão e seguem por um caminho
que os conduz à perdição.
Embora os fariseus e os escribas mantivessem uma vida regrada,
frequentando as sinagogas e o templo, eram ímpios. Eles formavam o conselho dos
ímpios, e juntamente estavam em um caminho que os conduziam à perdição.
Observe que o salmo faz referência a um caminho, e não a vários
caminhos: “Porque
o SENHOR conhece o caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá” (v 6). Ora, sabemos que
só há dois caminhos, o largo e o estreito (Mt 7:13).
Os homens sem Cristo não subsistirão no juízo em decorrência do
caminho que estão, e não por questões comportamentais e morais. Isto porque,
antes mesmo de comparecerem perante o Tribunal do Grande Trono Branco, todos
eles já estão condenados e as suas obras não lhes aproveitarão (Jo 3:18).
O que levou a humanidade à condenação foi a queda de Adão (Rm
5:19).
Lá no Éden os homens juntamente se desviaram e tomaram um
caminho ‘desconhecido’ por Deus (Sl 53:3).
Haverá um dia em que os ímpios estarão excluídos do ajuntamento
solene, visto que, os justos terão um lugar separado dos ímpios. Este trecho
não se refere aos nossos dias! Acaso, hoje, não existem ímpios em nossas
reuniões solenes?
Quando o homem crê em Cristo é criado de novo e passa a condição
de filho de Deus, e tudo quanto se refere a Cristo torna-se válido aos que
creem.
1º ) “Pois
será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no
seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará!” (v. 3) – Aquele que crê
em Cristo passa a ser conhecido do Senhor, e é COMO uma árvore plantada junto a
ribeiros de águas. É planta plantada pelo Pai ( Mt 15:13 ), árvore de justiça.
Os que creem produzem seu fruto na estação certa porque está ligado à videira
verdadeira, e é dela que vem o fruto. A união entre o homem e Cristo faz com
que produzamos bons frutos à seu tempo ( Jo 15:2 ), pois tudo o que produzirmos
será segundo a natureza de Cristo. Não há como uma árvore boa produzir frutos
maus, assim como é impossível uma árvore má produzir bons frutos.
2º ) “Não
são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha” (v. 4). – Enquanto o
justo está edificado sobre a pedra de esquina, os ímpios são comparados à
moinha levada pelo vento. Não tem um local fixo.
Por fim, compare:
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos
ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos
escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de
dia e de noite” (Sl
1:1 -2).
“Porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos
ímpios perecerá” (v.
6).
Observe os dois versículos acima e perceba que existem vários
ímpios, mas só um ‘conselho’. Existem vários pecadores, mas só um ‘caminho’.
Existem inúmeros escarnecedores, mas uma só ‘roda’.
Semelhantemente, existem vários justos, mas só um caminho é
conhecido pelo Senhor. Muitos ímpios perecerão, mas o caminho deles é único, o
caminho espaçoso que leva à perdição.
A diferença entre justos e ímpios está no caminho em que estão
trilhando, e não em questões comportamentais. É por isso que Jesus disse que há
dois caminhos: o caminho estreito e o caminho largo “Entrai pela porta estreita;
porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos
são os que entram por ela” (Mt
7:13).
Alguém pode questionar: Por que não é o comportamento que faz
diferença entre quem é justo ou ímpio?
Analise: há pessoas não crentes (pessoas que não conhecem a
Cristo) que são sinceras, regradas e fiéis no trato, mas que não alcançam
salvação. O comportamento destas pessoas interessa a elas e a sociedade em que
convivem, mas para a salvação, o comportamento social delas não é de valor
algum.
O apóstolo João evidencia esta verdade: “Quem tem o Filho tem a vida,
mas quem não tem o Filho de Deus não tem vida” (1Jo 4:12). Para ser salvo é preciso ter a Cristo, pois
boas ações não salva o homem. Como ter o Filho? Basta recebê-lo, ou seja,
crendo n’Ele ( Jo 1:12 ). Quem tem bom comportamento e goza de uma boa moral na
sociedade necessita de Cristo, visto que ainda não tem vida em si mesmo ( Ef
2:1 ).
Se o homem tem Cristo, o tal é conhecido de Deus, uma vez que é
de novo criado na condição de filho de Deus. Não é o comportamento do homem que
concede a filiação divina, mas sim o nascer da água e do Espírito.
“Não é aquilo que o homem faz, ou que deixa de fazer (ação ou
omissão) que lhe dará direito à vida eterna, mas sim, ter o caminho conhecido
pelo Senhor. Para ter o caminho conhecido pelo Senhor é necessário entrar pela
porta estreita, que é Cristo. Este verdadeiramente é bem-aventurado, pois
aprendeu com aquele que é humilde e manso de coração”
Os bem-aventurados são aqueles que têm o caminho ‘conhecido’
pelo Senhor, ou seja, que contemplam o Senhor na beleza da sua santidade. Os
benditos do Senhor, além de serem agradáveis a Deus por Jesus Cristo, portam-se
de modo a não dar escândalo aos judeus, aos gregos e à igreja de Deus, pois
transformam o seu entendimento e gozam da liberdade concedida por Deus de modo
diferenciado dos homens devassos deste mundo.
Porém, vale destacar que não é o comportamento diferenciado
daqueles que alcançaram a bem-aventurança que lhes deu o direito à condição de
alegria verdadeira e permanente em Deus. O que lhes garantiu tal condição é a
fé (Cristo) que opera pelo amor (obediência).
A
parábola dos dois caminhos
O nascimento natural é a porta larga que dá acesso ao caminho
largo de perdição, e o novo nascimento a porta de entrada que dá acesso ao
caminho estreito que conduz a salvação. É através do nascimento que o homem
entra pelas portas, tanto para a porta larga, quanto para a porta estreita.
A parábola
dos dois caminhos
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o
caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque
estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a
encontrem” (Mt
7:13 -14).
Jesus apresentou aos ouvintes do Sermão do Monte uma
necessidade: a necessidade de entrarem pela “porta estreita”. Em seguida Ele
apresentou o motivo pelo qual é necessário entrar pela porta estreita: “Pois larga é a porta, e
espaçoso o caminho que conduz à perdição…” ( Mt 7:14 ).
Diante da necessidade que Jesus apresentou, surgem as perguntas:
O que é a porta estreita? Como entrar por ela? Por que entrar pela porta
estreita é a única saída para o homem livrar-se da perdição?
O ‘Sermão do Monte’ não pode ser visto como um aglomerado de
idéias desconexas, ou um apanhado geral de conduta e normas sociais. A proposta
do Sermão do Monte trata de questões eternas. Através das ‘Bem-aventuranças’
anunciadas Jesus conquistou a atenção dos seus ouvintes ( Mt 5:1 -12), e, em
seguida, ele apresentou a nova condição dos seus discípulos: “Bem-aventurados” ( Mt 5:13 -16).
A
multidão que reuniu-se para ouvir a mensagem de Cristo não sabia qual a missão
de Jesus, e Ele aproveita para destacar alguns aspectos importantes da sua
missão:
a)
Jesus não veio destruir e nem descumprir a lei e os profetas (v. 17);
b)
Jesus demonstrou aos seus ouvintes que é impossível entrar no reino dos céus
seguindo a doutrina dos escribas e fariseus, uma vez que, eles não haviam
alçando a justiça de Deus (v. 20);
c)
Jesus apresentou exemplos práticos de como é impossível entrar no reino dos
céus através do cumprimento da lei, ao apresentar aos seus ouvintes o
inatingível espírito da lei “Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a
cobiçar, já em seu coração cometeu adultério…” (Mt 5:21 à Mt 7:11);
d)
Jesus demonstrou que a lei e os profetas resume-se em um mandamento: ‘amar o
próximo como a si mesmo’ (Mt 7:12).
Após
demonstrar a impossibilidade dos homens entrarem no reino dos céus através da
doutrina dos escribas e fariseus (Mt 5:20) Jesus, apresenta a parábola dos
‘Dois Caminhos’ para ilustrar o único meio de salvação (Mt 7:13).
Somente
após entrar pela ‘Porta Estreita’ o homem alcança a ‘justiça superior’ à
justiça dos escribas e fariseus.
A
mensagem que o Senhor Jesus trouxe no Sermão do Monte é una, concisa e precisa
no que propõe. Na essência, a ideia apresentada no Sermão do Monte é a mesma
apresentada no diálogo entre Jesus e Nicodemos. O que difere é a abordagem: no
‘Sermão do Monte’ o público alvo era misto e composto principalmente por
leigos, já o ensinamento de Jesus a Nicodemos, um mestre erudito, é a altura de
um conhecedor da lei.
Tudo
que foi demonstrado no Sermão do Monte, Jesus também revelou a Nicodemos:
a)
Era impossível a Nicodemos entrar no reino dos céus, embora representasse o
melhor da religião, do conhecimento, do comportamento e da moral humana;
b)
Jesus demonstra que a doutrina que Nicodemos seguia não o conduziria à
salvação, antes, era necessário nascer de novo;
c)
Da mesma forma que, para o mestre em Israel era necessário nascer de novo, para
o povo ‘leigo’ era necessário entrar pela porta estreita.
O novo
nascimento equivale à figura da porta
estreita. A equivalência entre porta
estreita e novo nascimento decorre
da necessidade, pois necessário é entrar pela porta estreita, o que só é possível
através do novo nascimento.
Não há outro meio de acesso à porta estreita, a não ser através do novo
nascimento, que se dá por intermédio do evangelho ( Jo 3:16 ).
Por
que é necessário nascer de novo? Por que é necessário entrar
pela porta estreita? Porque somente após nascer de novo o homem entra pela
porta estreita, deixando de trilhar o caminho espaçoso que todos se põem a
trilhar quando nascem segundo Adão, e que conduz à perdição ( Jo 3:16 ; Mt 7:13
).
Quando
disse que era necessário Nicodemos nascer de novo, Jesus estava demonstrando
que era impossível alcançar a vida eterna seguindo a doutrina dos fariseus. O
maior problema de Nicodemos não estava na prática da Lei, antes, ter entrado
por uma porta larga que dá acesso a um caminho que conduz à perdição.
Por
que era necessário Nicodemos nascer de novo, ou seja, entrar pela porta
estreita? Quando foi que ele entrou pela porta larga? Quem é a porta larga?
Sabemos
que Jesus é a ‘Porta Estreita’, e que Ele é o ‘Caminho Apertado’ que conduz o
homem à salvação, porém, o que é a porta larga? A resposta é deduzida do
versículo seguinte: “Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão,
foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito
vivificante”(
1Co 15:45 ).
Observando
o que Paulo escreveu aos Coríntios, percebe-se que Adão é a porta larga, e
Cristo, o último Adão, a “Porta Estreita”. O maior problema de Nicodemos estava
na porta que ele havia entrado quando veio ao mundo: Adão.
Ou
seja, o nascimento natural é a porta larga que dá acesso ao caminho largo de
perdição, e o novo nascimento a porta de entrada que dá acesso ao caminho
estreito que conduz a salvação. É através do nascimento que o homem entra pelas
portas, tanto para a porta larga, quanto para a porta estreita.
O
homem entra pela porta larga através do nascimento natural por nascer de uma
semente corruptível, a semente de Adão. Somente é possível entrar pela porta
estreita quando o homem nasce da Palavra de Deus, a semente incorruptível.
Ou
seja, tanto a porta larga quanto a porta estreita são ‘acessadas’ por meio do
nascimento. A porta larga é acessada quando os homens vêem ao mundo, ao nascer
da semente de Adão (a semente corruptível). Da mesma forma, a porta estreita só
é acessada através do novo nascimento, quando o homem nasce da Palavra de Deus
(a semente incorruptível) ( 1Pe 1:23 ).
Nicodemos
precisava nascer de novo, uma vez que era nascido segundo Adão. Ele era filho
da ira e da desobediência, a desobediência de Adão. Por mais que ele procurasse
seguir os quesitos da lei, o seu caminho era de perdição, pois a porta que
Nicodemos havia entrado era larga e seguia para a perdição.
A
humanidade sem Cristo entra pela porta larga, pois são gerados segundo Adão, e
seguem por um caminho largo de perdição. São muitos os que seguem o caminho
largo, visto que, poucos são os que entram por Cristo.
Nicodemos
foi informado que, para entrar pela porta estreita, que é Cristo, era
necessário nascer novamente. Era necessário crer em Cristo, o enviado de Deus,
para que ele pudesse nascer de novo.
Por
meio da fé na mensagem do evangelho o homem nasce da semente incorruptível (que
é a palavra de Deus), e tem acesso ao caminho apertado. São ‘poucos’ os que
encontram a porta estreita, se comparado aos que entram pela porta larga.
Verifica-se
então que a parábola dos ‘Dois Caminhos’ refere-se à necessidade do novo
nascimento, pois se apegar a quesitos da lei não produz
salvação, como muitos à época de Cristo pensavam.
Se
a lei fosse para a salvação, não seria preciso Moisés clamar ao povo, logo após
a entrega da lei, a seguinte ordem: “Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais
endureçais a vossa cerviz” (Dt
10:16).
Observe
que o cumprimento da lei real (amor) somente tem valor após a obediência ao
mandamento divino, que é crer em Cristo: “Ora, o seu mandamento é este, que creiamos no nome de seu Filho
Jesus Cristo…” ( 1Jo
3:23 ), ou seja, amar o próximo, somente é válido diante de Deus após o novo
nascimento, ou seja ‘…segundo o mandamento que nos ordenou’ (v. 23) “Todavia, se cumprirdes,
conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem
fazeis” ( Tg 2:8 ).
Quando
entendemos o que Jesus propôs na parábola dos ‘Dois Caminhos’ compreendemos que
em momento algum os ensinamentos de Jesus e Paulo destoam, visto que, ‘entrar
pela porta estreita’ é o mesmo que ‘viver em Espírito’, ou seja, ambos decorrem
do ‘novo nascimento’. Andar no caminho apertado que conduz à vida é o mesmo que
‘andar em Espírito’, ou seja, andar como filhos da Luz (Gl 5:25 e Ef 5:8).
Perguntas e Respostas:
1) Quem é a porta estreita? ( Jo 10:9 )
R. Jesus identificou-se como a porta estreita.
2) Quem é a porta larga? (1Co 15:45)
R. Assim como Jesus, a porta estreita, é o último Adão, a porta
larga é Adão.
3) Como entrar pela porta larga? (Jo 1:13)
R. É simples! Todos os homens ao nascerem neste mundo entraram
pela porta larga, e seguem pelo caminho largo que conduz a perdição.
4) Como entrar pela porta estreita? (1Jo 3:23)
R. É preciso nascer de novo, da água (palavra de Deus) e do
Espírito (de Deus).
5) É possível entrar pela porta estreita antes de entrar pela
porta larga? (1Co 15:46)
R. Não! Primeiro vem a existência o homem carnal, para depois
vir o homem espiritual.
6) Com base no que o texto ‘Os dois Caminhos’ expõe, que é a
árvore que o Pai não plantou? (Mt 15:13)
R. Todos os homens que entraram pelo caminho largo que é nascer
de Adão são as plantas que o Pai não plantou.
7) No Novo testamento é preciso nascer de novo. E o que era
preciso no Velho testamento? (Dt 10:16)
No Antigo Testamento a recomendação era a circuncisão do
coração, ou seja, era preciso fazer uma incisão no coração que levaria a morte
da velha natureza, algo só possível pela fé em Deus.
8) No Novo Testamento o Novo Nascimento é através da Fé e a
circuncisão do coração é pela _Fé___ e alcança tanto homens quanto __as
mulheres___.
9) ‘Viver em Espírito’ decorre do __Novo Nascimento____, e
‘andar em Espírito’ equivale a __andar como Filhos da Luz_____ .
10) Basta amar o próximo para ser salvo? (1Jo 3:23)
R. Não! É preciso nascer de novo pela fé em Cristo, o último
Adão.
11) O que é preciso para ser salvo? Qual é a obra que o homem
deve fazer? (1Jo 3:23)
R. É preciso abandonar os antigos conceitos de como ser salvo
(arrepender-se), e crer em Cristo Jesus como diz as Escrituras. Não há obra
alguma a ser realizada para ser salvo, pois a obra é de Deus, que cria o novo
homem em verdadeira justiça e santidade.
12) Qual o caminho estreito?
R. O caminho estreito é Cristo.
13) Como se dá o acesso ao caminho estreito?
R. Todos que nascem de novo estão trilhando o caminho estreito
que conduz a salvação.
14) Qual o caminho largo?
R. É o caminho que a humanidade gerada em Adão trilha.
15) Qual o acesso ao caminho largo?
R. Adão é o acesso ao caminho largo.
16) É correto alegar que uma igreja de costumes liberais é uma
porta larga?
R. Não. Ao adotar este posicionamento estaria distorcendo o verdadeiro significado da parábola dos dois caminhos.
R. Não. Ao adotar este posicionamento estaria distorcendo o verdadeiro significado da parábola dos dois caminhos.
Duas
portas, dois caminhos
‘Estreito’ e ‘largo’
referem-se, somente, à quantidade de pessoas que entram pelas portas e estão
nos caminhos: poucos e muitos. Se Jesus declarou que o seu jugo é suave e o seu
fardo leve, como é possível o ‘caminho estreito’ ser um estilo de vida de dificuldades?
(Mt 11:30) Que vida difícil há em entrar por Cristo, a porta que concede
salvação e excelentes pastagens? (Jo 10:9)
Duas portas, dois caminhos
“Entrai pela porta estreita; porque larga
é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram
por ela; E porque estreita é a porta e apertado o caminho que
leva à vida, poucos há que a encontram” (Mt 7:13-14).
O Pr. Silas Malafaia fez um comentário à parábola dos Dois
Caminhos em um livreto intitulado ‘Dois caminhos e uma escolha’ e,
diante da explicação apresentada, não pude me furtar de tecer este comentário.
O Pr. Malafaia afirma, no seu livreto, que os ‘Dois Caminhos’
que Jesus apresentou aos seus ouvintes, no final do Sermão da Montanha,
referem-se a dois estilos[1] de
vida, rotulando o caminho largo de uma vida de facilidades e o caminho
estreito, por sua vez, de uma vida de dificuldades. Ele, também, afirma que
cada ser humano entrará por uma dessas duas portas e encontrará seu
destino: perdição ou, salvação, como resultado de uma escolha que todos
os homens fazem.
“O Senhor Jesus Cristo lançou mão de uma linguagem simbólica para
nos falar sobre dois estilos de vida que marcam a trajetória de todo o ser
humano: o da porta larga e o da porta estreita. Cada um de nós entrará por uma
dessas portas e encontrará seu destino: ou a perdição, ou a salvação (…) Além
de mostrar essas duas opções, Jesus também revelou o resultado final para quem
preferiu seguir uma vida de facilidades, no mundo, e para quem escolheu trilhar
uma vida difícil, de piedade, pelo caminho estreito que leva à vida eterna” – Malafaia, Silas, Dois
caminhos e uma escolha, Editora Central Gospel, Rio de Janeiro, 2009.
A abordagem do Pr. Silas Malafaia, no livreto ‘Dois Caminhos e
uma escolha’, possui traços de vários segmentos filosóficos, como ‘orfismo’[2][3],
‘estoicismo’[4][5],
etc., pois segue o ideário de um movimento filosófico sincrético, o
neoestoicismo, que amalgamou o estoicismo a uma doutrina pseudocristã,
semelhante ao ensinamento que há na Didaqué dos Doze Apóstolos[6] e
no escrito apócrifo Epístola de Barnabé. Ao abordar a parábola dos Dois
Caminhos, como propositura de dois estilos de vida, o Pr. Malafaia anuncia um
‘evangelho’ essencialmente moralizante e se afasta da verdade proposta por
Cristo.
“Didaqué c. 1-6, red in Die apostolischen Väter, ed. Karl
Bihlmeyer (Tubinga, 1924). O mesmo tratamento extensivo dos ‘dois caminhos’
encontra-se na Epístola de Barnabé c. 18, ibid. Dado que certas diferenças na
disposição do material em ambos os documentos tornam impossível derivar
qualquer deles do outro, parece evidente que ambos provêm de uma fonte comum.
Esta fonte parece ter sido um tracto judeu moralizador e, com efeito, a própria
doutrina dos dois caminhos pouco ou nada tem a que se possa chamar
especificamente cristão. O neopitagórico Pinax de Cebes (cf. a nota 19), que
contém a mesma doutrina moral, prova sem qualquer dúvida que emana em última
análise de uma fonte helenística, que não era nem judaica nem cristã” Jaeger, Werner, Cristianismo
Primitivo e Paideia Grega, Edições 70, Lisboa/Portugual. (Nota de Rodapé), pág.
22.
Aqui fica um alerta! Antes de anunciar o que se depreende de uma
passagem bíblica, principalmente, quando se trata de parábolas, primeiro se faz
necessário compreender a essência da exposição, para não incorrer no mesmo erro
das pessoas que testemunharam falsamente contra Jesus, alegando que ouviram Ele
dizer que destruiria o templo de Herodes e o reergueria em três dias.
“E, levantando-se alguns, testificaram falsamente contra ele,
dizendo: Nós ouvimos-lhe dizer: Eu derrubarei este templo, construído por mãos
de homens e, em três dias, edificarei outro, não feito por mãos de homens” (Mc 14:57-58);
“Jesus respondeu e disse-lhes: Derrubai este templo e, em três
dias, o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi
edificado este templo e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo
do seu corpo” (Jo
2:19-21).
Se não fosse o adendo explicativo inserido pelo evangelista
João: “Mas ele falava do templo do seu corpo”, talvez,
em nossos dias, muitos acreditassem que Jesus intentava destruir o templo de
Herodes para reconstruí-lo em tempo recorde.
Um enunciado que contém enigmas, não será decifrado, facilmente,
pela mente do homem natural. Isso se observa, quando Jesus alertou aos seus
discípulos para terem cuidado com o ‘fermento’ dos fariseus e eles entenderam
que Jesus estava censurando o fato de terem se esquecido de se provisionar de
pão (Mt 16:7).
A má interpretação, acerca da parábola dos Dois Caminhos,
contida no livreto, fica patente, se a ideia do Pr. Silas for confrontada com
as Escrituras. A concepção de que cada indivíduo entrará por uma das portas
(larga ou estreita) e, ao final, encontrará o seu destino: a perdição ou, a salvação,
não se sustém, ante a verdade contida nas Escrituras.
Os qualificativos ‘estreito’ e ‘largo’, que acompanham a figura
da porta e do caminho, não tem relação alguma com ‘conforto’ ou ‘desconforto’,
‘facilidade’ ou ‘dificuldade’, até porque o apóstolo João esclarece que os
mandamentos de Cristo não são penosos (1 Jo 5:3), ao passo que os mandamentos
dos homens são descritos como fardos pesados e difíceis de suportar (Mt 23:4).
‘Estreito’ e ‘largo’ referem-se, somente, à quantidade de
pessoas que entram pelas portas e estão nos caminhos: poucos e muitos. Se Jesus
declarou que o seu jugo é suave e o seu fardo leve, como é possível o ‘caminho
estreito’ ser um estilo de vida de dificuldades? (Mt 11:30) Que vida difícil há
em entrar por Cristo, a porta que concede salvação e excelentes pastagens? (Jo
10:9)
A exposição do Pr. Silas contraria o anunciado por Jesus, que
disse:
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já
está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3:18).
Quando Jesus diz que, quem n ‘Ele crê, não é condenado,
significa que, ao crer em Jesus, o homem crente livrou-se da condenação. Mas,
qualquer que não crê, já está condenado, o que significa que, antes de crer em
Cristo, todos os homens entraram pela porta larga e estão em um caminho, cujo
destino é a perdição.
O evangelho de Cristo apresenta uma realidade que difere da do
pensamento do homem natural, que pensa ser necessário aos homens tomarem boas
decisões hoje, para livrarem-se de uma condenação futura. Com base na verdade
do evangelho, fica patente que o homem já está condenado por causa de uma
ofensa no passado da humanidade, de modo que precisa de salvação hoje.
“Pois, assim como, por uma só ofensa veio o juízo sobre
todos os homens para condenação, assim, também, por um só ato de justiça, veio
a graça sobre todos os homens, para justificação de vida” (Rm 5:18).
Observe a argumentação paulina, de que o juízo já foi
estabelecido para condenação, condenação esta que alcançou todos os homens. A
verdade do evangelho é coerente, quando oferece salvação a quem já está
condenado, diferentemente do pensamento do homem natural que,
inconsistentemente, recomenda um estilo de vida, hoje, para o homem se livrar
de uma condenação que ainda poderá ocorrer.
A abordagem do Pr. Silas dá a ideia de que cada pessoa, em um
momento crucial da sua vida, terá que se decidir entre a porta larga e a porta
estreita. Essa concepção é comum ao homem natural, que presume de si mesmo, que
o que, faz em vida, ecoa na eternidade.
“Se pecares, que efetuarás contra ele? Se as tuas transgressões se
multiplicarem, que lhe farás? Se fores justo, que lhe darás ou, que receberá
ele da tua mão? A tua impiedade faria mal a outro tal como tu; e a tua justiça
aproveitaria ao filho do homem” (Jó 35:6-8).
Jesus anunciou que, antes dos dois caminhos, há duas portas. As
escolhas que os homens fazem, enquanto estão no caminho, não altera o destino
dos caminhos, pois o destino não está atrelado ao homem, mas, ao caminho.
A Bíblia ensina que todos os homens entram pela porta larga,
quando vem ao mundo, e estão em um caminho largo, que os conduzirá à perdição.
Não está franqueado a nenhum homem escolher entre caminho largo e estreito,
pois, ao entrar no mundo, entrou pela porta larga. Nenhum descendente de Adão teve
a oportunidade de escolher entrar pela porta larga, visto que a porta larga é
figura do nascimento natural.
Do mesmo modo que nenhum ser humano escolhe nascer, não é dada a
oportunidade de escolher a porta larga. Enquanto a exposição de Jesus demonstra
que a humanidade está sob a égide do pecado, pelo fato de ter entrado no mundo,
através de Adão, e que precisa decidir pela oferta de redenção em Cristo, a
concepção humana é e que há a possibilidade de escolha entre dois caminhos.
A porta larga está para Adão, assim como a porta estreita está
para Cristo, por isso mesmo Cristo é o último Adão.
“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão,
foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito
vivificante” (1
Co 15:45).
Certo é que Jesus lançou mão de uma linguagem simbólica, ao
contar a parábola dos Dois Caminhos, mas, não para falar acerca de estilos de
vida e, sim, apresentar, através de duas figuras: a porta larga e a porta
estreita, respectivamente, o nascimento natural e o novo nascimento, e consequentemente
o destino do caminho largo e do caminho estreito, figuras que remetem às
pessoas de Adão e Cristo.
O Pr. Silas assinala que, escolher um estilo de vida de prazer,
é atitude que marca quem preferiu entrar pela porta larga. Que matar, roubar,
prostituir, idolatria, feitiçaria, iras, brigas, etc., são práticas de um
estilo de vida de facilidades. Entretanto, a Bíblia denuncia religiosos que
tinham um estilo de vida isenta dessas práticas e, mesmo assim, não foram
aceitos por Deus.
“Esta linguagem metafórica e este simbolismo, usado pelo Mestre,
assinalam o estilo de vida de quem escolheu uma vida de prazeres mundanos.
Entre tantas outras, são estas as atitudes que marcam a vida de quem preferiu
entrar pela porta larga: viver no pecado, amar o mundo, considerar Deus apenas
um detalhe e estabelecer a sua própria escala de valores espirituais”. Idem, ibidem.
Um exemplo vê-se no fariseu, que foi ao templo e apresentou o
seu estilo de vida, diante de Deus, dizendo:
“O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus,
graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e
adúlteros; nem ainda como este publicano” (Lc 18:11).
Temos também o Jovem Rico, que disse:
“Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás;
não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua
mãe. Ele, porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a
minha mocidade” (Mc
10:19-20).
O estilo de vida desses homens, segundo a religião judaica, era para
assinalar que haviam entrado pela porta estreita, visto que escolheram trilhar
uma vida difícil, seguindo os pesados preceitos dos seus pais.
Se a porta estreita diz de um estilo de vida, isso significaria
que padres, freiras, monges, faquires, mestres orientais, gurus, etc., seguem
por um caminho estreito? É claro que não!
Jesus se apresentou como a porta estreita, ao dizer:
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, entrará,
sairá e achará pastagens” (Jo
10:9).
Cristo se apresentou como o caminho, a verdade e a vida e não
como um estilo de vida, de modo que só é possível salvar-se através d’Ele:
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém
vem ao Pai, senão por mim” (Jo
14:6).
Quando Jesus apresenta a parábola das Duas Portas e dos Dois Caminhos, não apresenta uma
oportunidade de escolha, antes, dá uma ordem e apresenta dois motivos:
“Entrai pela porta estreita; porque larga
é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e muitos são os que entram
por ela; E porque estreita é a porta e apertado o caminho que
leva à vida, poucos há que a encontram” (Mt 7:13-14).
Se Cristo é a porta estreita, como entrar por Ele?
Nascendo de novo, de uma semente incorruptível, que é a palavra de Deus (1 Pe
1:23). Jesus disse que o que dá vida ao homem é o espírito e que as suas
palavras são espírito e vida, por isso mesmo, Ele é o último Adão, espírito
vivificante (1 Co 15:45).
“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as
palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo 6:63).
Ao falar com Nicodemos, Jesus alertou que era necessário nascer
de novo, da água e do espírito. É através do novo nascimento que o homem entra
pela porta estreita, que é Cristo, o único meio de o homem estar em Cristo: o
caminho que conduz a Deus.
O homem não escolhe entre dois caminhos, antes, precisa decidir-se entrar
pela porta estreita, a única opção que livra da condenação do caminho largo.
Nenhum homem escolhe entrar pela porta larga, pois é por meio dela que os
homens têm acesso ao mundo. Basta nascer no mundo que o homem estará no caminho
largo que o conduzirá à perdição.
O Salmo 1 apresenta os dois caminhos: “Porque o SENHOR conhece
o caminho dos justos; porém, o caminho dos ímpios perecerá” (Sl 1:6), e a porta
dos justos: “Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão” (Sl 118:20), o que
pressupõe que há uma porta própria aos ímpios.
O homem natural pensa que as suas decisões definirão o seu
destino e não atina que há duas portas. Por isso, o alerta do Pregador: “Há um caminho que ao homem
parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Pv 14:12). O homem
sempre irá se decidir ao que lhe parece direito, mas, inexoravelmente, o seu
caminho é de morte.
A porta larga não se refere a um estilo de vida, não diz do
pecado, nem diz de uma instituição ou, até mesmo, do diabo. Como a porta
estreita diz de um homem – Jesus Cristo – o último Adão, a porta larga
refere-se a outro homem: Adão. Qualquer ideia que destoe dessa verdade,
conforme o anunciado por Cristo, deve ser rejeitada.
Por fim, para validar a ideia de que os dois caminhos tem
relação com as escolhas dos homens e o estilo de vida que adotaram, o Pr. Silas
Malafaia aponta para um suposto juízo final, quando os homens serão julgados e
condenados. O Pr. Silas toma por base uma passagem bíblica que fala do
julgamento das nações, como se fosse um texto que apresenta o julgamento de
indivíduos.
“E quando o Filho do homem vier em sua glória e todos os santos
anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações
serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos
bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
Então, dirá o Rei, aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai,
possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:31-34).
A Bíblia fala do juízo do Tribunal do Trono Branco, quando serão
julgadas as obras dos filhos dos homens, mas, sabemos que todos que
comparecerem ante o Tribunal do Trono Branco já estão condenados, com eterna
perdição, e o que está em julgamento são as obras. No Tribunal do Trono Branco,
não haverá julgamento, para verificar se alguém será salvo, do mesmo modo que o
julgamento das nações, não decidirá quem será salvou ou não.
Interpretar, erroneamente, uma parábola, por causa da
complexidade das figuras, símiles e enigmas contidos nela, parábola, é até
compreensível, o que não deixa de ser perniciosa a abordagem. Entretanto, citar
um texto para validar uma ideia equivocada, como o evento em que Jesus julgará
as nações, assim como um pastor separa os bodes das ovelhas[7],
é peçonha cruel.
Correção ortográfica: Pr.
Carlos Gasparotto
[1] “O Senhor Jesus Cristo lançou
mão de uma linguagem simbólica para nos falar sobre dois estilos de vida que
marcam a trajetória de todo o ser humano: o da porta larga e o da porta
estreita. Cada um de nós entrará por uma dessas portas, e encontrará seu
destino: ou a perdição, ou a salvação” Malafaia, Silas, Dois caminhos e uma escolha, Editora
Central Gospel, Rio de Janeiro, 2009.
[2] “Um desses grupos era o dos
chamados Pitagóricos, que pregavam o modo de vida ‘pitagórico’ e utilizavam
como símbolo um Y, o sinal da encruzilhada em que um homem tinha de decidir o
caminho a tomar, o bom ou o mau” Jaeger, Werner, Cristianismo Primitivo e Paideia Grega,
Edições 70, Lisboa/Portugual, pág. 21.
[3] “Mas, de todos esses discursos,
os mais estranhos são os que fazem acerca dos deuses e da virtude. Os próprios
deuses, dizem eles, reservaram muitas vezes aos homens virtuosos o infortúnio e
uma vida miserável, ao passo que concediam aos maus a sorte contrária. Por seu
lado, sacerdotes mendigas e adivinhos vão às podas dos ricos e os convencem de
que obtiveram dos deuses o poder de reparar as faltas que eles ou os seus
antepassados cometeram, por meio de sacrifícios e encantamentos, com
acompanhamento de prazeres e festas; se se quer prejudicar um inimigo por uma
módica quantia, pode-se causar dano tanto ao justo como ao injusto, por
intermédio das suas evocações e fórmulas mágicas, dado que, segundo afirmam,
convencem os deuses a se colocarem a seu serviço. Em apoio a todas essas
assertivas, invocam o testemunho dos poetas. Uns falam da facilidade do vício:
Para o mal em bandos nos encaminhamos facilmente: ‘o caminho é suave e ele
mora perto; mas diante da virtude os deuses colocaram suor e trabalho’. Os
outros, para provar que os homens podem influenciar os deuses, alegam estes
vemos de Homero: ‘Os próprios deuses deixam-se dobrar; e, pelo sacrifício e
devota prece, as libações e das vítimas, a fumaça, o homem aplaca-lhes a ira
quando infringiu as suas leis e pecou’. E produzem grande quantidade de livros de
Museu e Orfeu, descendentes, dizem eles, de Selene e das Musas. Regulam os seus
sacrifícios por esses livros e convencem não apenas os simples cidadãos, mas
também as cidades, de que se pode ser absolvido e purificado dos crimes, em
vida ou depois da morte, por intermédio de sacrifícios e festas a que chamam
mistérios. Estas práticas os livram dos males do outro mundo, mas, se as
desprezarmos, esperam-nos terríveis suplícios. Todos estes discursos,
amigo Sócrates, e muitos outros que se fazem sobre a virtude, o vício e a
estima que lhes dedicam os homens e os deuses, que efeito cremos que produzem
na alma do jovem dotado de bom caráter que os ouve e é capaz, saltando de uma
opinião para outra, de extrair daí uma resposta a esta pergunta: o que se deve ser
e que caminho se deve seguir para atravessar a vida da melhor maneira
possível?”Platão,
A República.
[4] “Em tempos helenísticos,
encontramos este ensinamento dos dois caminhos, que era evidentemente muito
antigo (ocorre em Hesíodo, por exemplo), num popular tratado filosófico, O
Pinax de Cebes, que descreve uma imagem dos dois caminhos encontrada entre as
ofertas votivas de um templo”. Jaeger, Werner, Cristianismo Primitivo e Paideia Grega,
Edições 70, Lisboa/Portugual, pág. 21.
[5] “estoicismo – fil
doutrina fundada por Zenão de Cício (335-264 a.C.), e desenvolvida por várias gerações
de filósofos, que se caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a
extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas
fundamentais do homem sábio, o único apto a experimentar a verdadeira
felicidade [O estoicismo exerceu profunda influência na ética cristã.].”
[6] “O catecismo cristão mais
antigo, que foi descoberto no século XIX e se autodenomina a Didaqué dos Doze
Apóstolos, oferece o mesmo ensinamento dos dois caminhos como essência da
doutrina cristã, que combina com os sacramentos do batismo e eucaristia”. Jaeger, Werner, Cristianismo
Primitivo e Paideia Grega, Edições 70, Lisboa/Portugual, pág. 22.
[7] “Todos temos o livre-arbítrio
para escolher entre o bem e o mal, a morte e a vida, o gozo e o castigo eterno,
o céu e o inferno. Um desses destinos se tornará palpável para cada um de nós quando,
no juízo final, Cristo apartar salvos e condenados, como o pastor separa os
bodes das Ovelhas”.
Malafaia, Silas, Dois caminhos e uma escolha, Editora Central Gospel, Rio de
Janeiro, 2009.
Perdição e salvação estão atreladas aos caminhos,
e não aos homens
O termo ‘conduz’ utilizado na
parábola dos caminhos apresenta a função que o caminho desempenha, ou seja,
conduzir a um destino àquele que entra pela porta. A perdição é o destino do
caminho espaçoso, e a salvação é o destino do caminho estreito. Como são os
caminhos que possuem destinos (salvação e perdição), através da parábola Jesus
exclui qualquer conceito de sina, determinismo ou fatalismo quando ao futuro
dos homens.
Perdição e salvação estão atreladas aos
caminhos, e não aos homens
Após analisar a parábola das
duas portas e dos dois caminhos, o leitor será capaz de dizer se
verdadeiramente Deus predestinou alguns homens à salvação e o restante à
danação eterna.
“Entrai pela porta estreita;
porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos
são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho
que leva à vida, e poucos há que a encontrem” ( Mt 7:13
-14)
Quando anunciou o reino dos
céus no Sermão da montanha, Jesus instruiu os seus ouvintes a ‘entrarem pela
porta estreita’ “Entrai pela porta estreita” ( Mt 7:13
). Jesus é a porta estreita pela qual os justos haveriam de entrar, pois Ele
mesmo disse: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e
entrará, e sairá, e achará pastagens” ( Jo 10:9 ).
O salmo 118 é messiânico e
apresenta Cristo como a porta dos justos, assim como Ele é a pedra angular, a
pedra de esquina, o servo ferido, a destra do Altíssimo, a Luz que veio ao
mundo, o Bendito que vem em nome do Senhor e a vítima da festa “Esta
é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão” (
Sl 118:15 -27 )
Mas, por que é necessário
entrar por Cristo? Como entrar por Cristo?
Jesus apresentou três motivos
pelos quais é imprescindível entrar pela porta estreita:
“… porque larga é a porta, e
espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (
Mt 7:13 )
§ A
porta é larga;
§ Dá
acesso ao caminho de perdição, e;
§ Muitos
entram por ela.
Identificando a porta larga
A parábola apresenta somente duas
portas e, com relação às portas, Jesus se apresenta como a porta estreita “Porfiai
por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão
entrar, e não poderão” ( Lc 13:24 -25; Jo 10:9
).
A Bíblia não contém uma
definição explícita da porta larga, porém através de Cristo, que é a porta
estreita, é possível determinar o que é, ou quem é a porta larga.
Há várias concepções que
apresentam alguns candidatos para ocupar o ‘cargo’ de porta larga, entretanto,
devemos considerar que há uma justa posição entre a figura da porta larga e a figura da porta estreita,
de modo que, há quesitos a serem satisfeitos para que um ‘candidato’ à porta
larga se enquadre perfeitamente na figura.
Se a porta estreita, que é
Cristo, é um homem, segue-se que a figura da porta larga deve fazer referência
a um homem. Se a porta estreita é cabeça de uma nova geração, a porta larga
também deve fazer referência à cabeça de uma geração.
Muitos indicam o diabo para o
cargo de porta larga, entretanto, ele é um anjo caído (não é um homem), e como
não pode trazer a existência seres semelhantes a ele, logo, não pode ser cabeça
de uma geração. O diabo não se enquadra na justa posição que há entre as figuras
da porta larga e da porta estreita ( Lc 20:35 -36).
O pecado, por sua vez, diz de
uma condição a que o homem está sujeito, ou seja, alienado de Deus, portanto,
não é um ser, não é anjo e nem homem. O pecado não se enquadra no cargo de
porta larga, além de ser impossível o pecado assumir a posição de cabeça de uma
geração ( Is 59:2 ).
As instituições humanas também
são, muitas vezes, indicadas como porta larga, porém, uma instituição é
composta de vários homens reunidos em torno de um objetivo. Não passa de uma
assembleia de pessoas, de modo que não se ajusta à figura de porta larga.
O mundo não é a porta larga,
visto que o mundo, na bíblia, diz dos homens alienados de Deus regidos por suas
paixões, pela concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e pela soberba
da vida ( Ef 2:2 ; Cl 2:8 ). Logo, não podemos considerar que a porta larga é o
diabo, o pecado, o mundo ou uma instituição religiosa.
Resta-nos considerar que, se a
porta estreita é um homem, a porta larga necessariamente deve ser um homem.
Como Cristo, a porta estreita, veio ao mundo sem pecado, o candidato à porta
larga também deve ser um homem que veio ao mundo sem pecado. Como Cristo é a
cabeça de uma nova geração de homens espiritais, a porta larga refere-se à
cabeça de uma geração de homens. O único homem que se encaixa na figura da
porta larga é Adão, pois veio ao mundo sem pecado e é a cabeça de uma geração
de homens carnais.
Como pode ser isso? Ora, na
bíblia a porta é figura que possui diversos significados, porém, as figuras das
portas que Jesus apresentou no Sermão da montanha dizem de nascimento, de modo
que Adão é a porta larga por quem todos os homens entram no mundo. Todos os
homens quando vem ao mundo (abrem a madre) são gerados segundo a semente de
Adão. Todos os homens, exceto Cristo, entraram no mundo através de Adão, que é
a porta larga.
Cristo foi lançado pelo
Espírito Santo no ventre de Maria, ou seja, desassociado da semente corruptível
de Adão. Por ter sido introduzido no mundo por Deus, Cristo é o último Adão, a
cabeça de uma geração de homens espirituais ( 1Co 15:45 ). Em outras palavras,
Adão é o tipo e Cristo é o antítipo. Adão a figura e Cristo a realidade “…
Adão, o qual é figura (tipo) daquele que havia de vir (antítipo)” (
Rm 5:14 ).
Para estar sujeito à paixão da
morte, Cristo teve que vir ao mundo à semelhança dos homens (carne do pecado),
porém, sem pecado ( Hb 2:9 ). Para isso foi introduzido pelo Espírito Santo no
ventre de Maria, pois se fosse gerado segundo a carne, estaria sob a mesma
condenação que se abateu sobre a humanidade ( Gl 4:4 ; 1Jo 3:9 ). Já no Éden
foi anunciado que o descendente viria da descendência da mulher, em vista da
oposição que haveria entre as duas sementes ( Gn 3:15 ).
Vale destacar que, quando
Cristo criou o homem no Éden ( Hb 2:10 ), Adão foi criado à imagem e semelhança
do Cristo-homem, e não à semelhança do Deus invisível e em glória ( Hb 2:9 ).
Adão foi criado à imagem e semelhança do Cristo-homem que havia de vir ao
mundo, sendo gerado no ventre de Maria ( Rm 5:14 ), ou seja, não a semelhança
do Cristo glorificado, pois tal condição Cristo somente alçou após ressurgir
dentre os mortos “Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me
satisfarei da tua semelhança quando acordar” ( Sl
17:15 ).
A porta é larga
A porta é designada larga
porque todos os homens, para virem ao mundo, necessariamente tem que entrar por
Adão ( 1Co 15:46 ). Jesus deixa claro que são muitos que entram pela porta
larga, e não todos, isto porque Cristo foi exceção à regra. Enquanto os homens
naturais foram lançados na madre através de uma semente corruptível, Jesus foi
lançado na madre através da operação sobrenatural do Espírito Santo ( Sl 22:10
).
Antes de Adão não havia
desobediência, pecado ou morte para a humanidade. Com a transgressão de Adão,
entrou no mundo o pecado e a morte ( 1Co 15:21 -22 ). Por causa da ofensa de
Adão todos os seus descendentes juntamente alienaram-se de Deus ( Sl 53:3 ).
A Bíblia é clara quando
demonstra que todos os homens juntamente se desviaram, alienaram de Deus. Como
foi possível aos homens alienarem-se de Deus juntamente? Ora, existiu um único
evento no qual todos os homens estavam ‘juntamente’ reunidos. Por interpretação
(Hb 7:2), no Éden todos os homens estavam reunidos na ‘coxa’ de Adão (Hb 7:10).
Quando Ele transgrediu, todos se tornaram transgressores. Quando Adão tornou-se
imundo, contaminou toda a sua linhagem, pois do imundo não há como vir o puro (
Sl 53:3 ).
Quando os homens alienaram-se
de Deus? Alienaram-se de Deus no Éden. Lá no Éden pereceu o homem piedoso e
todos os seus descendentes tornaram-se imundos “Já
pereceu da terra o homem piedoso, e não há entre os homens um que seja justo;
todos armam ciladas para sangue; cada um caça a seu irmão com a rede” (Mq
7:2). É em função da transgressão no Éden que os homens alienam-se de Deus
desde a madre, são gerados de uma semente corruptível, a semente de Adão. Como
consequência, andam errantes desde que nascem, pois estão em um caminho que os
conduz à perdição (Sl 58:3).
O caminho de perdição
Após abrir a madre (nascer), ou
seja, ‘entrar pela porta larga’ o homem trilha um caminho específico atrelado à
perdição. A parábola mostra que a figura do caminho é funcional, pois demonstra
que o caminho leva, ou seja, conduz todos os homens que nele se encontram a um
único lugar: perdição. De igual modo, a parábola demonstra que o caminho
estreito conduz todos os homens que nele se encontram à vida, ou seja, o
caminho estreito possui como destino um lugar específico: salvação ( M 7:13
-14).
O termo ‘conduz’ utilizado na
parábola dos caminhos apresenta a função que o caminho desempenha, ou seja,
conduzir a um destino àqueles que entram pelas portas. A perdição é o destino
do caminho espaçoso, e a salvação é o destino do caminho estreito. Como são os
caminhos que possuem destinos (salvação e perdição), através da parábola Jesus
exclui qualquer conceito de sina, determinismo ou fatalismo quando ao futuro
dos homens.
O termo ‘conduz’ evidência a
função do caminho, e nada mais. O caminho conduz a um destino específico e
certo. Por exemplo: a perdição é o destino do caminho espaçoso, e a vida é o
destino do caminho estreito. Ora, a parábola não apresenta a salvação ou a
perdição atreladas aos homens, antes a salvação e a perdição foram apresentadas
atrelados aos caminhos.
Ninguém vem a Deus se não por
Cristo, pois Ele é o caminho que conduz o homem a vida. De igual modo, ninguém
vai à perdição se não pelo caminho espaçoso, que conduz à perdição. Enquanto os
judeus e os gregos possuíam uma visão fatalista e determinista de mundo, Jesus
demonstra que a sua doutrina não segue a concepção da humanidade. Jesus não
apresenta a salvação e nem a perdição com destino dos homens, antes como
destino dos caminhos, de modo que o evangelho não segue as bases de correntes
filosóficas como o fatalismo e determinismo.
Por que é necessário evidenciar
esta peculiaridade dos caminhos? Para desmistificar algumas concepções, pois em
algumas civilizações antigas, como a dos gregos, o mundo e os seus eventos
cotidianos eram regidos por uma sucessão de eventos inevitáveis e preordenados
por uma determinada ordem cósmica ou divindade. Tal doutrina afirma que todos
os acontecimentos ocorrem de acordo com um destino fixo e inexorável, sem que
os homens não podem controla-los ou influenciá-los.
Na mitologia grega têm-se as
Moiras, três irmãs que, através da Roda da Fortuna, determinavam o destino,
tanto dos deuses, quanto dos seres humanos, portanto, o destino submetia os
deuses, que por sua vez, deveriam resignar-se à sua sorte, sina, fado.
Além da cultura greco-romana,
temos o fatalismo regendo o estoicismo romano e grego, que por fim, influenciou
a doutrina dita cristã da Divina Providência. Divina Providência tornou-se um
pensamento teológico que confere à onipotência de Deus controle absoluto sobre
todos os eventos nas vidas das pessoas e na história da humanidade. Tal
concepção afirma que Deus decidiu e preordenou todos os eventos e nada acontece
sem que Deus permita.
Outra corrente filosófica, o
determinismo, afirma que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado
por relações de causalidade (causa e efeito).
Na bíblia tais pensamentos,
sejam mitológicos ou filosóficos, não encontram eco, pois o ‘destino’ é
apresentado única e especificamente como o local que se chegará após trilhar um
caminho. Na bíblia o termo ‘destino’ é empregado no sentido de local, lugar,
porém, não envolve a ideia de preordenação “Como também trezentos escudos
de ouro batido; para cada escudo destinou trezentos siclos de ouro; e Salomão
os pôs na casa do bosque do Líbano” (2Cr 9:16).
Quando se lê: “E
eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou” (Lc
22:29), não há nada de determinismo no sentido filosófico ou mitológico, antes
Jesus indicou que, da mesma forma que Deus reservou o reino para o seu Filho,
certo é que o reino pertence aos que creem, pois herdarão com Cristo todas as
coisas.
Ora, os dois versos acima
possuem o mesmo princípio: assim como o ouro foi preparado em função do escudo,
o reino foi preparado para os que creem em Cristo. Isto não quer dizer que
algumas pessoas foram destinadas ao reino, e outra não, antes que o reino foi
preparado para os que creem. O equivoco de alguns se dá em função da linguagem,
pois deixam de considerar que, na antiguidade, as coisas eram definidas pela
sua função, serventia“Todas as coisas se definem
pelas suas funções” (Aristóteles, A Política.
Tradução Nestor Silveira Chaves. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 22).
Quando lemos: “Porque
Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso
Senhor Jesus Cristo” ( 1Ts 5:9 ), temos que considerar que o
apóstolo apresenta a figura do caminho estreito: ‘por nosso Senhor Jesus
Cristo’. No verso em comento, o termo ‘destinar’ não foi empregado no sentido
de preordenar, e sim, no sentido de reservar.
Como o apóstolo está tratando
com os cristãos e trazendo a memória deles a atual condição em Cristo: filhos
da luz (1Ts 5:5), recomenda que deveriam permanecer vigilantes e sóbrios (1Ts
5:7), revestindo-se do poder de Deus, que é o evangelho (1Ts 5:8). Pois agora,
diferente do tempo em que estavam nas trevas e eram filhos da ira, os cristãos,
em função do caminho que conduz à vida (Jesus Cristo nosso Senhor), alcançaram,
adquiriram salvação. Ou seja, o apóstolo não diz que os cristãos foram
predestinados a salvação, antes que, por estarem no caminho estreito, o destino
agora é de salvação, diferente do caminho espaçoso, que é de ira.
Qual a função de um caminho?
Conduzir a um lugar, ou seja, destino certo. O lugar vincula-se ao caminho sem
qualquer conotação de ‘predestinação’, ‘previsão’, ‘preordenação’. O destino do
caminho ligado à porta larga é de perdição, assim como o destino da Rodovia
Presidente Dutra é o Rio de Janeiro para quem sai de São Paulo.
Devemos considerar que o Senhor
Jesus afirmou que quem tem destino é o caminho ao exortar as pessoas que
porfiassem por entrar pela porta estreita. Deste modo, Jesus demonstra que o
viajante não está preordenado, predestinado, etc., à perdição, antes é o
caminho que dá em um lugar de perdição.
Diante do alerta de Cristo,
verifica-se que o viajante pode trocar de caminho, assim como é possível a
alguém que está em São Paulo a caminho do Rio de Janeiro pela Rodovia
Presidente Dutra pegar a Rodovia Raposo Tavares com destino ao estado do
Paraná.
§ “Entrai
pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mt
7:13);
§ “Mas
ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino
dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando” (Mt
23:13);
§ “Eu
sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e
achará pastagens” (Jo 10:9);
A porta é espaçosa porque
muitos entram por Adão, e o caminho é espaçoso porque todos que são gerados de
Adão são conduzidos à perdição. Jesus vinculou a perdição ao caminho, e não aos
homens. Através da parábola fica evidente que o destino vincula-se ao caminho.
O caminho e o destino são fixos e atrelados, porém, o homem é atrelado à porta
(nascimento), o que significa que é possível deixar o caminho em que está e
passar para o outro.
O caminho é espaçoso
A porta é espaçosa porque todos
os homens, exceto Cristo, entram por Adão e o caminho é espaçoso porque muitos
homens são conduzidos à perdição.
Na parábola dos dois caminhos
Jesus vinculou a perdição ao caminho, e não aos homens. Através de uma leitura
atenta da parábola é evidenciado que o destino está atrelado ao caminho.
O homem nasce pela primeira vez
segundo a carne, o sangue e a vontade do varão, ou seja, nasce vinculado à
porta larga. Não foi Deus quem estabeleceu que o homem seria gerado em pecado,
antes quando Adão desobedeceu, sujeitou-se à condição de alienado de Deus
(pecado) e arrastou todos os seus descendentes para a mesma condição. A porta
larga surgiu em Adão, que pecou e vendeu todos os seus descendentes ao pecado,
de modo que, ao vir ao mundo, nenhum homem é livre do pecado.
A entrada dos homens ao mundo
pela porta larga ficou vinculada ao primeiro pai da humanidade, pois nascer da
carne é o único meio de o homem entrar no mundo “Teu primeiro pai pecou,
e os teus intérpretes prevaricaram contra mim” (Is
43:27; Os 6:7). Para entrar pela porta larga o homem não exerce escolha, assim
como os que descendiam (filhos) dos escravos não escolhiam a condição social
quando viam ao mundo. Ou seja, ninguém que entra pela porta larga escolheu
entrar por ela.
A figura é completa em si
mesma, pois os caminhos possuem um destino certo e imutável, porém, os homens
não estão atrelados a um destino, quer seja perdição ou salvação.
No dia a dia, se um homem
quiser chegar a um destino, necessariamente terá que escolher qual caminho
tomar, pois o destino está atrelado ao caminho. Se um viajante deseja sair de
São Paulo com destino ao Rio de Janeiro, terá de percorrer a Rodovia Presidente
Dutra.
Através da parábola dos dois
caminhos é patente que Deus não predestinou ninguém à salvação eterna ou a
danação eterna. Quando um novo homem vem ao mundo, necessariamente entra pela
porta larga e estará em um caminho largo que o conduz á perdição.
Ninguém que entra no mundo por
Adão está predestinado à perdição, pois é o caminho que conduz à perdição. O
caminho espaçoso possui um destino, ou seja, está atrelado a um lugar. O lugar
que o caminho espaçoso conduz é de perdição, diferente do caminho estreito, que
conduz à salvação.
Semelhantemente, ninguém que
entra por Adão está predestinado à salvação, visto que, por ter entrado no
mundo através da porta larga, está em um caminho largo que o conduz à perdição.
A concepção de que há homens que veem ao mundo predestinados à salvação deixa
de considerar que todos são formados em iniquidade e concebidos em pecado,
portanto, nascem pecadores e no caminho de perdição.
Ora, se houvesse predestinação
para salvação, necessariamente o indivíduo predestinado não poderia vir ao
mundo por Adão. Teria que entrar por outra porta, à parte de Cristo ou de Adão,
porém, tal porta não existe. Para entrar por Cristo, primeiro o homem tem que
entrar por Adão, e após entrar por Adão, somente é possível entrar no reino dos
céus fazendo obra que exceda a dos escribas e fariseus: crer em Cristo, ou
seja, nascendo de novo
(Mt 5:20
Jo 3:3
Jo 6:29).
Quem nasce apenas uma vez
permanece no caminho espaçoso, quem nasce de novo, ou seja, a segunda vez, sai
do caminho de perdição e passa para o caminho que conduz à salvação, que é
Cristo.
Salvação e perdição não são
destinos preordenados aos homens antes de nascerem, pelo contrário, salvação e
perdição estão vinculadas ao caminho que os homens trilham após entrarem pelas
portas. Os homens acessam as portas uma por vez e na seguinte ordem: primeiro a
porta larga, depois a estreita. Se entrar por Adão, estará em um caminho de
perdição, se por Cristo, em um caminho de salvação.
Muitos entram pela porta larga
Quando nascem, os homens estão
em um caminho de perdição (exceto Cristo), porém, lhes é concedido a
oportunidade de entrarem pela porta estreita. Todos os homens entram pela porta
larga e, para receber salvação, precisam entrar por mais uma porta, de modo
que, para alcançar vida eterna, os homens devem passar por duas portas, ou
seja, por dois nascimentos.
Como já afirmamos, o destino de
um caminho é imutável, ou seja, se há alguma espécie de fatalismo ou
determinismo expresso no cristianismo, ele recai única e exclusivamente sobre o
caminho, jamais sobre os viajantes.
Todos os homens entram neste
mundo por Adão, e nenhum deles está predestinado à salvação. O que a bíblia
demonstra é que todos que entram por Adão percorrerem um caminho largo que os
conduz à perdição. Os dois caminhos estão atrelados a lugares específicos
(destinos) e imutáveis.
Como a perdição (destino,
lugar) está atrelada ao caminho espaçoso, e não aos homens, Jesus faz um
convite solene, verdadeiro e real a todos os homens nascidos de Adão: “Entrai
pela porta estreita” ( Mt 7:13 ). Tal convite demonstra que é
possível mudar do caminho com destino à perdição para o novo e vivo caminho
cujo destino é a vida eterna.
A porta larga é figura de
nascimento natural e a porta estreita do novo nascimento. A porta larga trás ao
mundo almas viventes e a porta estreita trás homens espirituais. O novo
nascimento diz de uma nova geração proveniente da semente incorruptível
(palavra de Deus), diferente do nascimento natural, que é decorrente da semente
corruptível (1Pe 1:23).
Nesta parábola, porta é o mesmo
que nascimento, de modo que, todos quantos são nascidos de Adão, são carnais e
seguem por um caminho que conduz à perdição. Semelhantemente, todos quantos
entram por Cristo, nascem de novo, estão em um caminho estreito que os conduz a
Deus.
Jesus disse: – “Eu sou a
porta”! “Eu sou o caminho”! Primeiro o homem entra neste mundo por Adão, depois
é necessário entrar por Cristo, nascendo de novo da água e do Espírito. Cristo
é o caminho que conduz o homem a Deus. Cristo é o caminho que possui salvação
como destino. Qualquer que entra por Ele está no caminho que o conduz única e
especificamente a Deus.
O caminho é estreito porque
poucos entram por Cristo, e o caminho é largo porque são muitos que entram por
Ele. Não é comportamento, moral ou caráter que qualifica a largura do caminho,
e sim a quantidade de acesso.
Mudança de caminho
Como sair do caminho largo e entrar
no caminho estreito?
Para o homem nascer de novo,
primeiro é necessário tomar sobre si a sua própria cruz e seguir após Cristo,
ou seja, para nascer de novo primeiro é necessário morrer (Cl 3:3). Sem morrer
é impossível nascer de novo “Já estou crucificado com
Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na
carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo
por mim”
(Gl 2:20
Rm 6:6).
Fica evidente que dentre os
nascidos de Adão não há ninguém predestinado à salvação, visto que, se não
nascer de novo, não entrará no reino dos céus. Ora, quem entra nos céus é a
nova criatura, porque a velha gerada em Adão é crucificada e morta,
evidenciando que é impossível aos gerados em Adão herdarem a salvação.
Se alguém gerado da semente de
Adão fosse predestinado à salvação, não necessitaria morrer com Cristo. Mas, se
é necessário morrer com Cristo, evidentemente ninguém é predestinado à
salvação. Se houvesse predestinação para salvação, certo é que o homem não
seria sujeito à morte: nem a física, nem a morte com Cristo.
O homem que herda a salvação
não é o mesmo que veio ao mundo, visto que do homem que veio ao mundo só é
aproveitado o barro, a massa, porém, é dado um novo coração e um novo espírito.
Quando o homem morre com Cristo, o vaso de desonra é quebrado e feito um novo
vaso de honra da mesma massa. É por está peculiaridade que é impossível ao
homem gerado de Adão ter sido predestinado à salvação, pois é necessário um
novo nascimento, uma nova criação, um novo pai de família, um novo coração e um
novo espírito “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa
fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm
9:21).
O homem pode assumir duas
condições: a de perdido, pois quando nasce segundo a carne é homem natural,
velha criatura, velho homem, velho ‘eu’, carnal, terreno, etc., e: a de salvo,
pois quando nasce de novo, crucificou a velha natureza e foi de novo criado em
verdadeira justiça e santidade. Se a velha criatura é crucificada e morre,
certo é que tal indivíduo não foi predestinado à salvação.
Volto a repetir, se o homem
fosse predestinado à salvação não seria necessário morrer para ser gerado um
novo homem.
O novo homem é criado em
verdadeira justiça e santidade, diferente do velho homem que foi gerado em
iniquidade e em pecado (Sl 51:5). O novo homem possui um novo coração e um novo
espírito, portanto, não possui vínculo com o velho homem que herdou um coração
de pedra. O velho homem não foi predestinando à salvação, pois é necessário a
todos que se salvam crucificarem a velha natureza com as suas concupiscências
(Gl 5:24).
A ideia de que Deus predestinou
alguns homens à salvação e outros à danação eterna antes mesmo de virem ao
mundo, não coaduna com o posicionamento da bíblia, pois se assim fosse, os
homens gerados de Adão predestinados à salvação não teriam que ser
crucificados “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo
vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o
qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl
2:20). Como é imprescindível a crucificação com Cristo, certamente não há
predestinação de indivíduos à salvação. Como é imprescindível morrer e
renascer, certamente o homem salvo não é o mesmo que nasceu segundo a carne e o
sangue ( Jo 1:12 -13).
A predestinação que a bíblia
apresenta é para ser filho por adoção, difere muito da ideia de predestinação
para salvação ( Ef 1:5 ).
O que isso significa ser
predestinado para filho por adoção? Que qualquer que entrar por Cristo e
perseverar n’Ele não terá outro destino: será um dos filhos de Deus ( Rm 8:29
).
Todos que entram pela porta
estreita, que é Cristo, conhecem a Deus, ou antes, foram conhecidos d’Ele
(conhecer=tornar-se um só corpo, comunhão íntima). Para que Cristo fosse alçado
à posição de primogênito entre muitos irmãos após morrer e ressurgir (uma vez
que fora introduzido no mundo sendo o Unigênito de Deus), todos os que entraram
por Cristo foram predestinados a serem filhos de Deus “Porque
os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de
seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (
Rm 8:29 ).
Sem a igreja, a assembleia dos
primogênitos, não haveria como Jesus ser primogênito entre muitos irmãos. Em
função do propósito de tornar Cristo preeminente em tudo, Deus criou uma nova
categoria de homens semelhantes a Cristo, sendo Ele a cabeça. Para o
primogênito ser preeminente, há a necessidade de irmãos semelhantes a Ele em
tudo. Entre sublimes, Cristo é mui sublime. É neste sentido que Deus
predestinou os que conheceram a Cristo para serem filhos por adoção, assunto
diverso da ideia de predestinação para salvação (Ef 1:5).
Todas as vezes que o apóstolo
Paulo aborda a questão da predestinação, o faz em conexão com a filiação
divina, de modo que, qualquer que entrar por Cristo, inexoravelmente será filho
de Deus. Não há outro destino, ou destinação para aqueles que entram por
Cristo: são filhos por adoção, portanto, santos e irrepreensíveis.
Uma má leitura das Escrituras
que despreza o fato de que salvação não é o mesmo que filiação divina levará o
leitor a considerar que o termo predestinação se aplica à salvação e à
perdição, porém, o equivoco ocorre pode alcançar a salvação sem, contudo
alcançar a condição de semelhante a Cristo, condição exclusiva para os que
compõe o corpo de Cristo: a igreja.
Os homens salvos no milênio não
farão parte da igreja, não serão filhos por adoção e nem serão semelhantes a
Cristo. A bíblia demonstra que, além de serem salvos da condenação estabelecida
em Adão, por ser o corpo de Cristo, os que creem alcançaram a posição de
semelhantes a Cristo, filhos de Deus, participantes da assembleia dos
primogênitos, para que Cristo seja o primogênito e tenha a preeminência entre
muitos irmãos.
A condição dos membros do corpo
de Cristo na plenitude dos tempos (Gl 4:4), a igreja, é completamente distinta
dos salvos em outras épocas. O grande diferencial está no quesito filiação.
Enquanto os salvos à parte da igreja são contados como filhos de Israel, os
cristãos são contados como filhos de Deus, pois assim como Cristo é, os
cristãos hão de vê-Lo e serão semelhantes a Ele. Por causa desta condição, à
saber: a de semelhantes a Cristo, será dado à igreja a autonomia de julgar os
anjos (1Co 6:2 -3).
O equilíbrio entre as figuras
Há equilíbrio entre os
elementos que compõem as figuras das duas portas e dos dois caminhos. Por
exemplo: Como Cristo é a cabeça de uma geração de homens espirituais (servos da
justiça), e é a porta estreita; a porta larga também se refere à cabeça de uma
geração de homens, porém, de homens carnais, servos do pecado.
Para compreender melhor a
figura das duas portas, é essencial compreender que em Cristo, Deus estabelece
a sua justiça, de modo que, pela desobediência do primeiro Adão a penalidade da
morte foi imposta e todos morreram e, pela obediência do último Adão, a
ressurreição veio, portanto, todos que creem são vivificados ( 2Co 15:21 -22).
Ora, se a justiça está na
obediência de Cristo e a injustiça na desobediência de Adão, a justiça de Deus
é substituição de ato: obediência em lugar da desobediência.
Ora, os nascidos da
desobediência são filhos da ira, da perdição; já os filhos da obediência são
filhos de Deus.
A relação que há entre Jesus e
Adão é nítida em Romanos 5, versos 14 à 19: “No entanto, a morte reinou
desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da
transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. Mas não é
assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram
muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem,
Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um
só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para
condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que
recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só,
Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os
homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça
sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela
desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela
obediência de um muitos serão feitos justos”.
Quando observamos os homens:
Adão e Cristo, respectivamente, temos a figura e a imagem exata. Enquanto este
trouxe a morte, aquele a vida. Enquanto Adão é o primeiro homem, Jesus é o
último Adão. Enquanto Adão, que estava vivo, trouxe a condenação na morte,
Jesus morreu e trouxe a redenção (1Co 15:45 -47).
O destino é atrelado ao
caminho, e não aos homens
Através das figuras dos dois
caminhos, constata-se que os caminhos permanentemente estão atrelados a um
lugar, um destino. Através da figura das duas portas verifica-se que os homens
estão atrelados a uma condição decorrente do seu nascimento: perdição, em
função do caminho largo que está.
Deus não mudará o destino dos
caminhos (salvação e perdição) e nem a condição decorrente do nascimento
(pecado e justiça), ou seja, há lugar de perdição e lugar de descanso e,
perdidos e salvos. Mas, como a condição de nascimento pode ser alterada, Deus
roga, pelos seus embaixadores, que os homens porfiem por entrar pela porta
estreita “Porfiai por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que
muitos procurarão entrar, e não poderão” ( Lc 13:24 ); “De
sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse.
Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus” (
2Co 5:20 ).
A mensagem dos embaixadores de
Cristo é de reconciliação (2Co 5:18). Na reconciliação há oportunidade, e
não preordenação. Em Deus há liberdade, pois liberdade é
pertinente ao Espírito de Deus. Se há liberdade diante do espírito que concede
vida, certo é que nada foi preordenado quanto ao futuro dos homens,
evidenciando assim a soberania e a justiça de Deus que a ninguém oprime “Ao
Todo-Poderoso não podemos alcançar; grande é em poder; porém a ninguém oprime
em juízo e grandeza de justiça” (Jó 37:23).
O homem sem Cristo está
separado de Deus em função do caminho, e não em função de um destino, sina,
fado, preordenação, etc.
“Porque o SENHOR conhece o
caminho dos justos; porém o caminho dos ímpios perecerá” (Sl
1:6);
“E os teus ouvidos ouvirão a
palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele,
sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda” (Is
30:21).
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