terça-feira, 18 de julho de 2017

A SANTISSIMA TRINDADE: UM SÓ DEUS EM TRES PESSOAS

LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS 3º Trim. 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos
Lição 3: A Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas

TEXTO ÁUREO

Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

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VERDADE PRÁTICA
Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.
LEITURA DIÁRIA

Gn 1.1 O nome hebraico Elohim, “Deus”, é plural, e isso vislumbra a Trindade
1 No princípio criou Deus o céu e a terra.

Gn 1.26 A doutrina da Trindade está implícita no Antigo Testamento desde o princípio
26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

Fp 2.11 A Bíblia ensina que o Pai é Deus
 11 E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Jo 1.1 As Escrituras afirmam que o Filho é Deus
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Dt 6.4 O nome “Deus” ou “SENHOR” se aplica ao Deus Trino e Uno
4 Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
At 5.3,4 A Palavra de Deus mostra a deidade do Espírito Santo
3. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?
4. Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13.

1 Coríntios 12
4 — Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 — E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 — E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

2 Coríntios 13
13 — A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!


HINOS SUGERIDOS

10, 185 e 307 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL

Saber que cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·         I. Explicar as construções bíblicas trinitárias;
·         II. Mostrar que Deus é trino e único;
·         III. Conhecer algumas crenças inadequadas a respeito da Trindade;
·         IV. Apresentar algumas respostas às objeções acerca da Trindade.







INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição de hoje estudaremos a respeito de uma das mais importantes e cruciais doutrinas do pensamento cristão, a Trindade. Não cremos na existência de três deuses, mas em um só que subsistente em três pessoas distintas, eternas e que criaram todas as coisas. É importante que você procure, no decorrer da lição, enfatizar que embora não conste na Bíblia a palavra Trindade, vamos encontrar tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, evidências desta relevante doutrina. Veremos na lição como o conceito de Trindade foi formulado. Segundo Stanley Horton, “historicamente, a Igreja formulou a doutrina da Trindade em razão do grande debate a respeito do relacionamento entre Jesus de Nazaré e o Pai”.
Que o Deus Trino e Uno abençoe sua aula e seus alunos de modo que eles possam compreender e confessar ao mundo a fé em um só Deus, existente em si mesmo como Pai, Filho e Espírito Santo.






COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
A doutrina da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.

[Comentário: A doutrina da Trindade é um dogma misterioso e de difícil compreensão da fé cristã. Foi Agostinho quem deu à tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca da Trindade em seu tratado conhecido por A Trindade, que ele demorou dezesseis anos para redigir – entre 400 e 416 d.C.. De início, informo que seria insensato afirmar que podemos dar uma explicação completa sobre ela. Sabendo que Deus não pode ser compreendido pela mente humana, se fosse, não seria Deus; como entendia Agostinho, “Deus é incompreensível, mas não incognoscível”. Sobre este assunto, só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da Revelação. Por definição, temos que Deus é uma Unidade, uma essência divina, existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O Credo Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade, sem confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das Três Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em autoridade, glória e poder. Cada uma igual às outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma confiança e fé (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É importante conhecermos bem esta doutrina para estarmos sempre “preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pd 3.15).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

PONTO CENTRAL
Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas.
I. CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS

1. A unidade na Trindade (1Co 12.4-6: 4. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.). Uma leitura superficial dessa passagem pode levar alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma dessas pessoas é Deus, como costumam fazer determinados grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma só essência e substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na diversidade.

 [Comentário: Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, separadas, mas que em poder e glória são iguais, são infinitas, eternas e trabalham com um mesmo objetivo. A gora, atenção, a “substância” de Deus é Deus, não um monte de “ingredientes” que misturados produzem a divindade. Deus é um, e só um. Este é o grande brado do judaísmo chamado Shema (Dt 6.4). Em 1Co 12.4-6, Paulo distingue de forma clara as três pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. Em Ef 4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento, dizendo: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”. Paulo afirma que não falava com sabedoria humana, mas com palavras que o Espírito Santo ensinava (1Co 2.13). A fé monoteísta prossegue ao longo do Novo Testamento. Paulo ainda escreve: “No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Porque ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele” (1Co 4.6). A observação de Paulo sobre “muitos deuses e muitos senhores”, conforme os eruditos do Novo Testamento, igualmente se refere aos governadores humanos com grande poder (muitos dos quais eram adorados como deuses), bem como aos deuses pagãos. Em nenhum caso Paulo os estava igualando ao Deus Criador. O que afirma em sua carta aos Gálatas é: “Ora, o mediador não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20). Outras passagens do Novo Testamento que atestam a unidade de Deus são: Jo 5.44; 17.3; 1Tm 1.17; 6.15 e Jd 25.]

2. A bênção apostólica (2Co 13.13: 13 Todos os santos vos saúdam.). Há aqui certo paralelismo com a bênção sacerdotal (Nm 6.24-26: 24. O Senhor te abençoe e te guarde; 25. O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; 26. O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.). Essa saudação final não é comum nas epístolas paulinas. Não parece haver aqui intenção de explicar a doutrina da Trindade. Trata-se do pronunciamento habitual do ministro de culto ao despedir os fiéis no fim das reuniões nas primeiras décadas da história da Igreja. Se isso puder ser confirmado, significa que os cristãos já estavam conscientes dessa realidade divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da graça do Senhor Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação trinitária.

[Comentário: A bênção apostólica é uma declaração da bênção de Deus sobre a vida daqueles que crêm n'Ele e que se manifesta através da Trindade. 2Co 13.13 é a passagem mais antiga em que aparece uma bênção em nome de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A bênção apostólica escrita por Paulo basicamente significa a expressão do desejo eficaz de que o Deus Triuno abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes do amor, graça e comunhão. Usualmente, Paulo concluía suas epístolas registrando uma bênção final, em sua maioria apresentam uma fórmula mais simplificada em comparação à bênção registrada em 2Co13.13. Não era intuito dele ensinar doutrina, mas apenas um ‘fecho’ de suas cartas, porém, vê-se que desde cedo, os crentes conhecem o conceito trinitário, considerando que esta epístola foi escrita cerca de 55-57 dC.]

3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6: 4. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5. Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6. Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.). Temos aqui a diversidade de operações e funções na unidade de Deus. É Deus quem nos chama por meio do Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte de nossa fé e esperança. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder, glória e majestade, que subsistem desde a eternidade em uma só substância indivisível, mas manifestos na história salvífica em formas pessoais e funções distintas (1Pe 1.2: Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.).

[Comentário: Novamente, encontramos, no texto acima, a fórmula trinitária: o Deus-Pai, o Deus-Filho e o Deus-Espírito. Cada uma das três Pessoas desempenha um papel na igreja. Essa verdade, ensinada primeiramente aos crentes de Éfeso, consta também do Credo de Atanásio – não se deve confundir as Pessoas; Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo. Um só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo. O Credo de Atanásio, subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é geralmente atribuído a Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem a ele data posterior (século V). Sua forma final teria sido alcançada apenas no século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de Cesário, no início do século VI. O credo de Atanasio, com quarenta artigos, é um tanto longo para um credo, mas é considerado “um majestoso e único monumento da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único Cristo.” A. A. Hodge, The Confession of Faith ( Edinburgh & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1992 ), 7 . Segue o texto do Credo de Atanásio:
1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que sustente a fé universal. [2]
2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável, certamente perecerá para sempre. 3. Mas a fé universal é esta, que adoremos um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. 4. Não confundindo as pessoas, nem dividindo a substância. 5. Porque a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. 6. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade. 7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. 8. O Pai é não criado, o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. 9. O Pai é ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. 10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. 11. Contudo, não há três eternos, mas um eterno. 12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado. 13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. Contudo, não há três onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus.
17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor. 18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. 19. Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. 24. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou menor. 25. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em unidade deve ser cultuada. 26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade. 27. Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. 28. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. 29. Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância da sua mãe. 30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana.  31. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade. 32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo. 33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido sua humanidade.
34. Um, não, de modo algum, pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa. 35. Pois assim como uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo. 36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. 37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. 38. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão conta de sua obras. 39. E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo eterno. 40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um homem creia firmemente nela, não pode ser salvo. Traduzido a partir do inglês de A. A. Hodge, Outlines of Theology ( Edinburgh, & Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1991), 117-118 .]

SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Na Bíblia encontramos algumas construções trinitárias.
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SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1.1-14; 1Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros da Deidade.
As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: ‘Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido’ (Hb 9.14). Declara que veio ‘não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou’ (Jo 6.38)” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.162-3).

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II. O DEUS TRINO E UNO

1. Uma questão crucial. A Bíblia mostra com clareza meridiana a divindade do Filho: “e o Verbo era Deus” (Jo 1.1:  1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.). Trata-se de uma divindade plena e absoluta: “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9: 9. Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;
10. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade;
11. No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo; 12. Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos
.). As Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é Deus: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16: 16 Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?); e é também Senhor: “Ora, o SENHOR é o Espírito” (2Co 3.17: 17 Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.). Como conciliar essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc 12.29,30: 29. E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.). Tal não se trata de triteísmo, isto é, “três deuses”, pois existe um só Deus e Deus é um só (1Co 8.6: 6 Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.; Gl 3.20: 20 Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um.). A única explicação é a Trindade.

[Comentário: Dentro da língua portuguesa é difícil falarmos em Trindade e compreendermos o verdadeiro sentido da palavra. A primeira impressão é a existência de três pessoas da divindade que se relacionam, entre si, no projeto divino de salvação da humanidade. Porém, o cristianismo é herdeiro da teologia judaica, essencialmente monoteísta, aceitando a revelação de Deus na história de Israel. Ao longo da história da Igreja, para ajuizar o sentido das questões sobre a Trindade, entre os séculos IV e VI, foram convocados concílios que definiram o relacionamento entre as pessoas trinitárias. Primeiramente, o Concílio de Nicéia, em 325, - controvérsia entre Ário e Atanásio, sobre a igualdade da natureza do Filho com o Pai, ou prevalece a posição de Atanásio a respeito da igualdade do Filho com o Pai.A formulação do credo niceno, em 325, era a seguinte: "Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para julgar os vivos e os mortos: e no Espírito Santo." Este texto foi extraído de A Trindade na Perspectiva da História da Salvação, de Clézio Ubiratã da Rosa. ]

2. A Trindade. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26: 26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.; Gn 3.22: 22 Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,
23 O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.; Is 6.8: 8 Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de relacionamento “eu, tu ele” (Jo 16.7-16 7. 7. Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
8. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
9. Do pecado, porque não crêem em mim; 10. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11. E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
12. Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
13, Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; 14. porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.
15. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
16. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
17. Um pouco, e não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai.). Antes de sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19: 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.). Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27:
27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.) e do Espírito Santo (Mt 12.28: 8 Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus.). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.

[Comentário: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo…” (Mt 28.19). Esta fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima Trindade. No site Sola Scriptura, o artigo ‘A Trindade’, do Pr. Luis Antônio Ferraz, traz o seguinte: “Na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um simultaneamente. Precisamos fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza". As pessoas em Deus são três, mas uma só é a natureza, que consiste na onipotência, onisciência, onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados para exemplificar esse caso; porém, o triângulo eqüilátero é o que mais se aproxima desse conceito. Acompanhe: O triângulo é indivisível, assim como Deus (simbolizado por toda a figura). Todavia, cada lado é distinto do outro e, contudo, formam a mesma figura, que só existe com os três lados iguais; assim, tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e vice e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A individualidade pessoal é mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é somente o Pai, nem somente o Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. [...] A Trindade no Antigo Testamento: a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de criar o homem, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança". O verbo "fazer", nesse caso, aponta para um ato criativo, e somente Deus pode criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". O interessante, porém, é que a Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as coisas, as visíveis e invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus 1:10), o que inclui necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da Bíblia, que o homem tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua imagem, pois Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez". Afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus? Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em que Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade participativa. Todavia, isso não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros textos bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o homem; logo, não está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser interpretados seguindo-se essa mesma linha de raciocínio. b) Deuteronômio 6:4 — "Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová" (TNM). Esse texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao contrário disso, é o texto que prova que na unidade de Deus existe uma pluralidade, dando abertura para a concepção trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem duas palavras para expressar unidade, a saber, ’ehadh e yehidh. A primeira designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz que o homem e a mulher seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que não permite pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma única (yehidh) filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A palavra ’ehadh, o que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade. A Trindade no Novo Testamento: A revelação da Triunidade de Deus no Antigo Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados (respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele não partilha sua glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma "força ativa" (agente passivo). a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em "nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome do Criador (que não divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e de uma "força ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em nome de uma "força"? Tudo isso só faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o Pai. b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o Espírito Santo e o Pai; como sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões pelas quais o batismo cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas. c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu próprio nome, isto é, de Cristo. d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde aparece o Filho, em primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou participação que dele procede. e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos, que foram eleitos segundo a presciência do Pai, santificados pelo Espírito e aspergidos com o sangue de Jesus Cristo. f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16; 6:1- 20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma "força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza divina, ou simplesmente, a divindade.” Este texto foi extraído na íntegra do site Sola Scriptura.]


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Cremos em um Deus trino e uno.

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A TRINDADE DIVINA - As Grandes Doutrinas da Bíblia
A doutrina da Trindade consiste num dos grandes mistérios da fé cristã. Em suas confissões indaga Agosti­nho: "Quem compreende a Trindade Onipotente? E quem não fala dela ainda que não a compreenda? É rara a pessoa que ao falar da Santíssima Trindade saiba o que diz. Con­tendem e discutem. E contudo ninguém contempla esta visão sem ter paz interior".As Escrituras ensinam que DEUS é um, e que além dele não existe outro DEUS (Is 37.16). Contudo, a unidade divina é uma unidade composta de três pessoas distintas e divinas, que são: DEUS Pai, DEUS Filho, e DEUS ESPÍRITO SANTO. Não se trata de três deuses independentemente. São três pessoas, mas um só DEUS. Os três cooperam unidos e num mesmo propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são um. O Pai cria, o Filho redime, e o ESPÍRITO santifica; e, no entanto, em cada uma dessas operações os três estão pre­sentes.

1. A Trindade na Bíblia
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, título divinos são atribuídos, distintamente, às três pessoas da Trindade. Deste modo a Bíblia diz que o Pai é DEUS (Ex 20.2), que o Filho é DEUS (Jo 20.28),e que o ESPÍRITO também é DEUS (At 5.3,4). Cada pessoa da Trindade é descrita na Bíblia, como sendo:

A Trindade
O Pai
O Filho
O ESPÍRITO SANTO
Onipresente
Jr 23.24
Ef 1.20-23
Sl 139.9
Onipotente
Gn 17.1
Ap 1.8
Rm 15.19
Onisciente
At 15.18
Jo 21.17
1 Co 2.10
Criador
Gn 1.1
Jo 1.3
Jó 33.4
Eterno
Rm 16.16
Ap 22.13
Hb 9.14
SANTO
Ap 4.8
At 3.16
1 Jo 2.20
Salvador
2 Ts 2.13
Tt 3.4-6
1 Pd 1.2

2. DEUS Pai
Nas Escrituras o nome "Pai" nem sempre designa DEUS num mesmo sentido. Por exemplo, a Bíblia o apre­senta como:
a)Pai de toda a Criação (1 Co 8.6; Ef 3.14,15; Hb 12.9).
b)Pai de Israel(Dt 32.6; Is 63.16; Jr 3.4; Ml 1.6).
c) Pai dos crentes (Mt 5.45; 6.6; 1 Jo 3.1).
d)Pai de JESUS CRISTO (Mt 3.17; Jo 1.14; 8.54).
Do Universo DEUS é Pai por criação; de Israel Ele é Pai por eleição; do crente Ele é Pai por adoção; e de JESUS Cris­to Ele é Pai por geração.

3. DEUS Filho
Das três pessoas da Trindade, a única revelada corporalmente aos homens foi a segunda, o Senhor JESUS CRISTO. Muitas afirmações feitas a respeito do Senhor Jeová no Antigo Testamento são interpretadas no Novo Testa­mento, referindo-se profeticamente a JESUS CRISTO. Com­parando algumas citações do Antigo Testamento com ou­tras do Novo, haveremos de notar a identidade de JESUS CRISTO como DEUS. Veja isto comparando as seguintes pas­sagens das Escrituras:
Isaías 40.3,4..................   com..........   Lucas 1.68,69, 79
Êxodo 3.14....................   com..........   João 8.56-58
Jeremias 17.10...............   com..........   Apocalipse 2.26
Isaías 60.19...................   com..........   Lucas 2.32
Isaías 6.10.....................   com.......... João 12.37-41
Isaías 8.12,13................   com.......... 1 Pedro 3.14,15
Números 21.6,7.............   com..........   1 Coríntios 10.9
Salmo 23.1....................   com..........   João 10.11
Ezequiel 34.11,12...........   com.......... Lucas 19.10
Deuteronômio 6.16.........   com..........   Mateus 4.10

4. DEUS ESPÍRITO SANTO
O Pai e o Filho dão testemunho de si mesmos; o Espí­rito SANTO, porém, jamais dá testemunho de si próprio; contudo, a Bíblia o apresenta como um Ser dotado de per­sonalidade. Isto é, o ESPÍRITO SANTO possui em si os elemen­tos de existência pessoal, em contraste com a existência impessoal.A Bíblia mostra a personalidade do ESPÍRITO SANTO quando diz que Ele cria e dá vida, nomeia e comissiona ministros, dirige onde os ministros devem pregar, instrui o que os ministros devem pregar, falou através dos profetas, contende com os pecadores, reprova, consola, nos ajuda em nossas fraquezas, ensina, guia, santifica, testifica de CRISTO, tem poder próprio, sonda tudo, age segundo a sua vontade, pode ser entristecido e envergonhado, pode sofrer resistência (Jó 33.4; Is 48.16; At 13.2; 20.28; 16.6,7; 1 Co 2.13; At 1.16; 1 Pd 1.11,12; 2 Pd 1.21). O nome do ESPÍRITO SANTO aparece associado aos no­mes do Pai e do Filho, na comissão apostólica, Mt 28.19 na opera­ção dos dons espirituais na Igreja, (1 Co 12.4-6) e na bênção apostóli­ca (2 Co 13.13).























SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Trindade
[Do grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e , em sua forma latina, por Tertuliano.
O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: ‘Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância’” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.279).




CONHEÇA MAIS

Trindade
“[Do gr. trias, três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina bíblica segundo a qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, p.349.

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III. AS CRENÇAS INADEQUADAS

1. Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, “governo exercido por um único soberano”). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, “poder”, em grego, por ocasião do seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus “o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20: 20 E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.). Eles são os ancestrais do arianismo.

[Comentário: Ainda no primeiro século surgiram os que Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego monarchia - governo exercido por uma única pessoa). Os monarquianistas dinâmicos (do grego dynamis “força, poder”, pois diziam que Deus deu força e poder a Jesus, adotando-o como Filho), negavam a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade. Esta heresia era o prenúncio do arianismo, que, no início de terceiro século, negava a eternidade de Jesus, pois considerava Cristo um deus de segunda categoria, igual ao ensino das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina dos dinâmicos era defendida por Teodoro de Bizâncio, Artemão e Paulo de Samosata. Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima]

2. Os monarquianistas modalistas. Esses são assim identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade. Trata-se de um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17: 16. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
; Jo 8.17,18: 17. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. 18. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.; 2Jo 3: 3 Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.

[Comentário: Monarquianistas modais ou modalistas ensinavam que as três pessoas da Trindade manifestavam-se de vários modos, daí o nome modalista. Defendidos por Noeto de Esmirna e Práxeas de Cartago, ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, e que Jesus era o Pai. Por essa razão, no Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do latim Pater “Pai” e passus de patrior “sofrer” - o Pai encarnou-se em Cristo e sofreu com Ele). No Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi quem mais se destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa doutrina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são apenas três aspectos da Divindade, sendo, portanto, uma só Pessoa. Esse ensinamento do bispo Sabélio é hoje chamado de sabelianísmo ou modalismo. Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da Trindade, mas para ele essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou manifestações diferentes de uma mesma Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era Pai na criação e na promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na regeneração. Essa doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas, quando pela primeira vez este apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para a Divindade: “Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade em uma Trindade, colocando em sua ordem os três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,... não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, pois é de um só Deus que esses graus, formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.” Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima]

3. O arianismo. É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era: “Houve tempo em que o Verbo não existia”. Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is 9.6: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.), pois transcende a criação: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).

[ Comentário: O Arianismo vem de Arius, ou Ário, um professor do início do século 4 D.C. Um dos assuntos mais antigos e provavelmente mais importante a ser debatido entre os cristãos da antiguidade foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus verdadeiramente Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus? Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. O Arianismo engana-se ao interpretar referências sobre Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como Jesus poderia estar cansado e/ou não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser criado não é a resposta. Por favor leia o nosso artigo sobre a união hipostática para uma explicação sobre esses assuntos. Jesus era completamente Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se tornou um ser humano até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus como um ser humano não têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade divina. A segunda má interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito” (Romanos 8:29; Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito” nesses versículos como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-existência e eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1- 2 nos diz que Jesus “estava com Deus”. Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma posição de grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos 89:27; Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus é o membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação como o “primogênito” de Deus. Depois de mais ou menos um século de debates em vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar quais ataques na divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Extraído de: O que é Arianismo?]

Pergunta: "O que é o Arianismo?"

O Arianismo vem de Arius, ou Ário, um professor do início do século 4 D.C. Um dos assuntos mais antigos e provavelmente mais importante a ser debatido entre os cristãos da antiguidade foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus verdadeiramente Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus? Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo.

O Arianismo engana-se ao interpretar referências sobre Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como Jesus poderia estar cansado e/ou não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser criado não é a resposta. Por favor leia o nosso artigo sobre a união hipostática para uma explicação sobre esses assuntos. Jesus era completamente Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se tornou um ser humano até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus como um ser humano não têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade divina.

A segunda má interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito” (Romanos 8:29; Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito” nesses versículos como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-existência e eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1-2 nos diz que Jesus “estava com Deus”. Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma posição de grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos 89:27; Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus é o membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação como o “primogênito” de Deus.

Depois de mais ou menos um século de debates em vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar quais ataques na divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Os monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o arianismo propagam crenças inadequadas a respeito da Trindade.














SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Arianismo

Heresia fermentada por um presbítero do 4º século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados. Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino.
Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Niceia em 325” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.52).








 IV. RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE

1. Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos antes Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema do referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo.

[ Comentário: história do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana) Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus. É verdade que o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus. 3 – Principais grupos unicistas modernos -Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV); -Igreja Só Jesus; -Igreja Local (Witness Lee) -Adeptos do Nome Yehoshua e Suas Variantes; -Tabernáculo da Fé. -A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago) -Ministério Internacional Creciendo en Gracia -Igreja Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo) -Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras. ]

















2. A definição de Tertuliano. Ele foi o neologista da Igreja que criou o termo “Trindade”, na seguinte declaração: “Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo” (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de “pessoas” (Mt 28.19: 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;).

[ Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso ou é simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio uso do latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância. Antecipou-se em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele, pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”. (Tertuliano: Adversus Prax. 5) . Em outra passagem ele tenta explicar, mais claramente que os seus antecessores, o seroutro ou a individualidade desta razão imanente ou verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do qual o homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um “outro” e um “segundo” no homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina desde toda a eternidade e que constitui “um segundo para consigo”.]


3. Formulação definitiva da Trindade. Isso só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da Santíssima Trindade.

 [ Comentário: Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de Constantinopla se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico realizado em Constantinopla, foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio I em 381. O concílio aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros assuntos teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a julho de 381. É reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela Igreja Católica, Nestoriana, Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos. . O Concílio de Constantinopla (381) foi convocado pelo imperador Teodósio I, que no ano anterior havia oficializado o cristianismo católico e trinitário como a religião do Império Romano. Esse concílio coroou de uma vez por todas os esforços de Atanásio e dos três capadócios ao condenar todos os tipos de subordinacionismo e sabelianismo (modalismo). Revisou o Credo do Nicéia, tornando mais claras certas expressões e acrescentando um terceiro artigo sobre o Espírito Santo e a igreja. Esse importante documento ficou conhecido na história como Credo Niceno ou Niceno-Constantinopolitano. Os pneumatomacianos ou macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo. Os chamados pais capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa) foram importantes pensadores cristãos dominaram o cenário teológico na segunda metade do 4° século e trabalharam juntos para tornar vitoriosa a fé nicena. Eram amigos de Atanásio e desenvolveram o seu pensamento teológico. Eles criaram as fórmulas que tornaram possível o consenso da maior parte dos teólogos orientais em torno da questão trinitária. Tomaram para si a tarefa de definir mais claramente a unidade e a diversidade existentes na Divindade, inclusive a terminologia adequada para isto, ou seja, de que em Deus há três hipóstases (subsistências individuais) e apenas uma “ousia” ou essência divina. Todos os três viveram na Capadócia, a região orienral da Ásia Menor, parte da moderna Turquia.]




SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

Na Bíblia Sagrada encontramos as respostas às objeções acerca da Trindade.

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SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Concílio de Niceia e de Constantinopla

Primeiro concílio ecumênico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão teológica, confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em 381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio I, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de domínio ariano” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, pp.88,89).

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CONCLUSÃO

Diante do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente desde o Gênesis até o Apocalipse.

[Comentário: Podemos considerar a doutrina da Trindade um dos pilares do cristianismo ortodoxo. No entretanto, pelo menos no contexto brasileiro, demonstramos pouca consideração e há até mesmo um desconhecimento acerca dela. A razão disso talvez seja o pragmatismo que a religião brasileira tem como base. As pessoas só se interessam por aquilo que entendem que pode ser útil para sua vida. Elas querem coisas práticas e estão enjoadas de teoria. Esse é justamente o motivo pelo qual não gostam de estudar teologia. Por aqui vale mais as “experiências” com Deus, relegando a teoria ao esquecimento. Com esta pequena teoria apresentada, podemos compreender que Deus nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser. E por que é importante conhecer e crer assim? Assim como no início do cristianismo, a Trindade tem sido motivo de controvérsias. Até para Trinitaristas, uma compreensão nebulosa, pode levar a uma falsa adoração. Este estudo é pouco para compreendermos o assunto, ele está mais para uma exortação à pesquisa. Como sugestão, ficam os links citados, visite-os e leia-os.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),








PARA REFLETIR

A respeito da Santíssima Trindade: Um só Deus em três pessoas, responda:

Qual a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade?
Mateus 28.19.

O que significa ser “unicista”?
Significa crer na doutrina unicista que nega a doutrina da Trindade.

O que é arianismo?
É a doutrina formulada por Ário e o movimento que ele fundou em Alexandria, Egito. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai.

Quem criou o termo Trindade no mundo Ocidental?
Tertuliano.

Quando e onde a formulação trinitária se definiu?
A formulação trinitária só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

A Santíssim Trindade: Um só Deus em três Pessoas

Os maiores equívocos em relação à doutrina da Trindade se dão quando se relativiza a natureza da relação trinitária, pois “as distinções entre os membros da Deidade não se referem à sua essência ou substância, mas ao relacionamento. Noutras palavras: a ordem de existência na Trindade, no tocante ao ser essencial de Deus, está espelhada na Trindade salvífica. ‘São, portanto, três, não na posição, mas no grau; não na substância, mas na forma; não no poder, mas na sua manifestação’” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD, p.177). Dessa forma a Santíssima Trindade se manifesta em perfeita comunhão ao longo de todo o plano de salvação provido por Deus.

Uma natureza amorosa
Deus é amor! Devemos destacar que o Pai provou o seu amor pelo mundo quando enviou o seu Filho em nosso lugar (Jo 3.16). O Filho provou o seu amor por nós quando, espontaneamente, obedeceu ao Pai e doou-se para a humanidade, morrendo em nosso lugar para nos redimir, regenerar, justificar e salvar (Rm 8.1-11). O Espírito Santo prova o seu amor por nós quando convenceu-nos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11). A Santíssima Trindade opera amorosamente em nossa vida.

Uma natureza servidora
Concomitantemente a pessoa do Espírito Santo, é necessário destacar também que a natureza do ministério de Jesus Cristo é servidora: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). O Deus Trino trabalha de maneira servidora em favor das pessoas. Não podemos jamais esquecer esse aspecto de serviço pelo qual aprendemos com a operação das pessoas da trindade em nossa vida.

Uma natureza de comunhão
Logo, a Santíssima Trindade é por natureza comunitária porque as pessoas trinitárias não vivem separadamente, pois são inseparáveis, indivisíveis. O Pai, o Filho e o Espírito Santo vivem em profunda comunhão. Por isso, somos encorajados a vivermos uma comunhão verdadeira com os nossos irmãos, a ajudar o outro, a chorar com o outro, a cantar com o outro, orar com e pelo outro. Portanto, como parte dessa comunidade de santos, a Igreja de Deus, somos chamados a expressar essa comunhão trinitária e multiforme no mundo.



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