LIÇÕES BÍBLICAS CPAD – ADULTOS 3º Trim. 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim
cremos, assim vivemos
Lição
3: A Santíssima Trindade: um só
Deus em três Pessoas
TEXTO ÁUREO
“Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo” (Mt 28.19).
VERDADE PRÁTICA
Cremos
em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.
LEITURA DIÁRIA
Gn
1.1 O nome hebraico Elohim, “Deus”, é plural, e isso vislumbra a Trindade
1 No princípio criou Deus o céu e a terra.
Gn
1.26 A doutrina da
Trindade está implícita no Antigo Testamento desde o princípio
26 E disse Deus: Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo o réptil que se move sobre a terra.
Fp
2.11 A Bíblia ensina que
o Pai é Deus
11 E toda a língua confesse
que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Jo 1.1 As Escrituras afirmam que o Filho é
Deus
1 No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Dt
6.4 O nome “Deus” ou “SENHOR” se aplica
ao Deus Trino e Uno
4 Ouve, Israel, o Senhor
nosso Deus é o único Senhor.
At
5.3,4 A Palavra de Deus
mostra a deidade do Espírito Santo
3. Disse então Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo,
e retivesses parte do preço da herdade?
4. Guardando-a não
ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este
desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13.
1 Coríntios 12
4
— Ora, há diversidade de dons,
mas o Espírito é o mesmo.
5
— E há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6
— E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
2 Coríntios 13
13
— A graça do Senhor Jesus
Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos.
Amém!
HINOS SUGERIDOS
10, 185 e 307 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Saber que cremos em um só Deus, eternamente
subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
·
I.
Explicar as
construções bíblicas trinitárias;
·
II.
Mostrar que Deus é
trino e único;
·
III.
Conhecer algumas
crenças inadequadas a respeito da Trindade;
·
IV.
Apresentar algumas respostas
às objeções acerca da Trindade.
INTERAGINDO COM
O PROFESSOR
Na
lição de hoje estudaremos a respeito de uma das mais importantes e cruciais
doutrinas do pensamento cristão, a Trindade. Não cremos na existência de três
deuses, mas em um só que subsistente em três pessoas distintas, eternas e que
criaram todas as coisas. É importante que você procure, no decorrer da lição,
enfatizar que embora não conste na Bíblia a palavra Trindade, vamos encontrar
tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, evidências desta relevante doutrina.
Veremos na lição como o conceito de Trindade foi formulado. Segundo Stanley
Horton, “historicamente, a Igreja formulou a doutrina da Trindade em razão do
grande debate a respeito do relacionamento entre Jesus de Nazaré e o Pai”.
Que
o Deus Trino e Uno abençoe sua aula e seus alunos de modo que eles possam
compreender e confessar ao mundo a fé em um só Deus, existente em si mesmo como
Pai, Filho e Espírito Santo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A
doutrina da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como
conciliar o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada
pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.
[Comentário: A doutrina da Trindade é um dogma
misterioso e de difícil compreensão da fé cristã. Foi Agostinho quem deu à
tradição ocidental a sua expressão madura e final acerca da Trindade em seu
tratado conhecido por A Trindade, que ele demorou dezesseis anos para redigir –
entre 400 e 416 d.C.. De início, informo que seria insensato afirmar que
podemos dar uma explicação completa sobre ela. Sabendo que Deus não pode ser
compreendido pela mente humana, se fosse, não seria Deus; como entendia
Agostinho, “Deus é incompreensível, mas não incognoscível”. Sobre este assunto,
só podemos saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras
nos revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da
Revelação. Por definição, temos que Deus é uma Unidade, uma essência divina,
existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus Filho
e Deus Espírito Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O Credo
Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade, sem
confundir as Pessoas, sem separar a substância”. Cada uma das Três Pessoas da
Trindade é Deus, sendo iguais em autoridade, glória e poder. Cada uma igual às
outras, merecendo o mesmo culto, a mesma devoção, a mesma confiança e fé (Dt
6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É importante conhecermos
bem esta doutrina para estarmos sempre “preparados para responder a todo aquele
que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pd 3.15).] Dito isto, vamos
pensar maduramente a fé cristã?
PONTO CENTRAL
Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em
três pessoas.
I. CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1.
A unidade na Trindade (1Co 12.4-6: 4.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo.
5. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.). Uma leitura superficial dessa passagem pode levar
alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma dessas pessoas é Deus,
como costumam fazer determinados grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo
se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma
só essência e substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa
distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é
o mesmo. É a unidade na diversidade.
[Comentário:
Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, separadas, mas que em
poder e glória são iguais, são infinitas, eternas e trabalham com um mesmo
objetivo. A gora, atenção, a “substância” de Deus é Deus, não um monte de
“ingredientes” que misturados produzem a divindade. Deus é um, e só um. Este é
o grande brado do judaísmo chamado Shema (Dt 6.4). Em 1Co 12.4-6, Paulo
distingue de forma clara as três pessoas da Trindade, dizendo: “Ora, há
diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios,
mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos”. Em Ef 4.4-6, Paulo ainda reforça o argumento, dizendo:
“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só
esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus
e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos”. Paulo afirma
que não falava com sabedoria humana, mas com palavras que o Espírito Santo
ensinava (1Co 2.13). A fé monoteísta prossegue ao longo do Novo Testamento.
Paulo ainda escreve: “No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o
ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus. Porque ainda
que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como
há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de
quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo,
pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele” (1Co 4.6). A observação
de Paulo sobre “muitos deuses e muitos senhores”, conforme os eruditos do Novo
Testamento, igualmente se refere aos governadores humanos com grande poder
(muitos dos quais eram adorados como deuses), bem como aos deuses pagãos. Em
nenhum caso Paulo os estava igualando ao Deus Criador. O que afirma em sua
carta aos Gálatas é: “Ora, o mediador não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20).
Outras passagens do Novo Testamento que atestam a unidade de Deus são: Jo 5.44;
17.3; 1Tm 1.17; 6.15 e Jd 25.]
2.
A bênção apostólica (2Co 13.13: 13 Todos os
santos vos saúdam.). Há aqui certo paralelismo com a
bênção sacerdotal (Nm
6.24-26: 24. O Senhor te abençoe e te
guarde; 25. O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha
misericórdia de ti; 26. O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.). Essa saudação final não é comum nas epístolas
paulinas. Não parece haver aqui intenção de explicar a doutrina da Trindade.
Trata-se do pronunciamento habitual do ministro de culto ao despedir os fiéis
no fim das reuniões nas primeiras décadas da história da Igreja. Se isso puder
ser confirmado, significa que os cristãos já estavam conscientes dessa
realidade divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da graça do Senhor
Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação trinitária.
[Comentário: A bênção apostólica é uma declaração da
bênção de Deus sobre a vida daqueles que crêm n'Ele e que se manifesta através
da Trindade. 2Co 13.13 é a passagem mais antiga em que aparece uma bênção em
nome de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. A bênção apostólica
escrita por Paulo basicamente significa a expressão do desejo eficaz de que o
Deus Triuno abençoe os redimidos capacitando-os com as virtudes do amor, graça
e comunhão. Usualmente, Paulo concluía suas epístolas registrando uma bênção
final, em sua maioria apresentam uma fórmula mais simplificada em comparação à
bênção registrada em 2Co13.13. Não era intuito dele ensinar doutrina, mas
apenas um ‘fecho’ de suas cartas, porém, vê-se que desde cedo, os crentes
conhecem o conceito trinitário, considerando que esta epístola foi escrita
cerca de 55-57 dC.]
3.
O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6: 4.
Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só
esperança da vossa vocação; 5. Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6. Um só
Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.). Temos aqui a diversidade de operações e funções na
unidade de Deus. É Deus quem nos chama por meio do Espírito Santo. Jesus é o
nosso Senhor, a fonte de nossa fé e esperança. O Pai, o Filho e o Espírito
Santo são iguais em poder, glória e majestade, que subsistem desde a eternidade
em uma só substância indivisível, mas manifestos na história salvífica em
formas pessoais e funções distintas (1Pe 1.2: Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em
santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus
Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.).
[Comentário: Novamente, encontramos, no texto acima,
a fórmula trinitária: o Deus-Pai, o Deus-Filho e o Deus-Espírito. Cada uma das
três Pessoas desempenha um papel na igreja. Essa verdade, ensinada
primeiramente aos crentes de Éfeso, consta também do Credo de Atanásio – não se
deve confundir as Pessoas; Pai é Pai, Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito
Santo. Um só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo. O Credo de Atanásio,
subscrito pelos três principais ramos da Igreja Cristã, é geralmente atribuído
a Atanásio, Bispo de Alexandria (século IV), mas estudiosos do assunto conferem
a ele data posterior (século V). Sua forma final teria sido alcançada apenas no
século VIII. O texto grego mais antigo deste credo provém de um sermão de
Cesário, no início do século VI. O credo de Atanasio, com quarenta artigos, é
um tanto longo para um credo, mas é considerado “um majestoso e único monumento
da fé imutável de toda a igreja quanto aos grandes mistérios da divindade, da
Trindade de pessoas em um só Deus e da dualidade de naturezas de um único
Cristo.” A. A. Hodge, The Confession of Faith ( Edinburgh & Pennsylvania:
The Banner of Truth Trust, 1992 ), 7 . Segue o texto do Credo de Atanásio:
1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário
acima de tudo, que sustente a fé universal. [2]
2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e
inviolável, certamente perecerá para sempre. 3. Mas a fé universal é esta, que
adoremos um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. 4. Não confundindo
as pessoas, nem dividindo a substância. 5. Porque a pessoa do Pai é uma, a do
Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. 6. Mas no Pai, no Filho e no
Espírito Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade.
7. O que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. 8. O Pai é não criado,
o Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. 9. O Pai é ilimitado, o
Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. 10. O Pai é eterno, o Filho é
eterno, o Espírito Santo é eterno. 11. Contudo, não há três eternos, mas um
eterno. 12. Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas
um não criado e um ilimitado. 13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é
onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. Contudo, não há três
onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o
Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses, mas um só Deus.
17. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o
Espírito Santo é Senhor. 18. Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor.
19. Porque, assim como compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa
separadamente como Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião
universal de dizer que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de
ninguém, nem criado, nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito,
nem criado, mas gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não
feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não
três Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos
Santos. 24. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou
menor. 25. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de modo
que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade
em unidade deve ser cultuada. 26. Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve
pensar desse modo com relação à Trindade. 27. Mas também é necessário para a
salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus
Cristo. 28. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. 29. Ele é Deus
eternamente gerado da substância do Pai; homem nascido no tempo da substância
da sua mãe. 30. Perfeito Deus, perfeito homem, subsistindo de uma alma racional
e carne humana. 31. Igual ao Pai com
relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua humanidade. 32. O
qual, embora seja Deus e homem, não é dois mas um só Cristo. 33. Mas um, não
pela conversão da sua divindade em carne, mas por sua divindade haver assumido
sua humanidade.
34. Um, não, de modo algum, pela confusão de
substância, mas pela unidade de pessoa. 35. Pois assim como uma alma racional e
carne constituem um só homem, assim Deus e homem constituem um só Cristo. 36. O
qual sofreu por nossa salvação, desceu ao Hades, ressuscitou dos mortos ao
terceiro dia. 37. Ascendeu ao céu, sentou à direita de Deus Pai onipotente, de
onde virá para julgar os vivos e os mortos. 38. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará
com seus corpos, e prestarão conta de sua obras. 39. E aqueles que houverem
feito o bem irão para a vida eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o
fogo eterno. 40. Esta é a fé Universal, a qual a não ser que um homem creia
firmemente nela, não pode ser salvo. Traduzido a partir do inglês de A. A.
Hodge, Outlines of Theology ( Edinburgh, & Pennsylvania: The Banner of
Truth Trust, 1991), 117-118 .]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Na Bíblia encontramos algumas construções trinitárias.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O
conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse
conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através
da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos
dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1.1-14; 1Pe 1.2).
Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente como três
Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros
da Deidade.
As
Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42;
1Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do
singular: ‘Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido’ (Hb 9.14). Declara
que veio ‘não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou’
(Jo 6.38)” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma
perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.162-3).
II. O DEUS TRINO E UNO
1.
Uma questão crucial. A
Bíblia mostra com clareza meridiana a divindade do Filho: “e o Verbo era Deus” (Jo 1.1:
1 No princípio era o Verbo,
e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.). Trata-se de uma divindade plena e
absoluta: “porque nele habita
corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9: 9. Porque nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade;
10. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade;
11. No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo; 12. Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.). As Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é Deus: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16: 16 Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?); e é também Senhor: “Ora, o SENHOR é o Espírito” (2Co 3.17: 17 Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.). Como conciliar essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc 12.29,30: 29. E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
10. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade;
11. No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo; 12. Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.). As Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é Deus: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3.16: 16 Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?); e é também Senhor: “Ora, o SENHOR é o Espírito” (2Co 3.17: 17 Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.). Como conciliar essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc 12.29,30: 29. E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30. Amarás,
pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo
o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.).
Tal não se trata de triteísmo, isto é, “três deuses”, pois existe um só Deus e
Deus é um só (1Co 8.6: 6 Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é
tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas
as coisas, e nós por ele.;
Gl 3.20: 20 Ora, o medianeiro não o é
de um só, mas Deus é um.).
A única explicação é a Trindade.
[Comentário: Dentro da língua portuguesa é difícil
falarmos em Trindade e compreendermos o verdadeiro sentido da palavra. A
primeira impressão é a existência de três pessoas da divindade que se
relacionam, entre si, no projeto divino de salvação da humanidade. Porém, o
cristianismo é herdeiro da teologia judaica, essencialmente monoteísta,
aceitando a revelação de Deus na história de Israel. Ao longo da história da
Igreja, para ajuizar o sentido das questões sobre a Trindade, entre os séculos
IV e VI, foram convocados concílios que definiram o relacionamento entre as
pessoas trinitárias. Primeiramente, o Concílio de Nicéia, em 325, -
controvérsia entre Ário e Atanásio, sobre a igualdade da natureza do Filho com o
Pai, ou prevalece a posição de Atanásio a respeito da igualdade do Filho com o
Pai.A formulação do credo niceno, em 325, era a seguinte: "Cremos em um só
Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um
só Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da
substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro do Deus
verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram
feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual,
por nós homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem e
sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para
julgar os vivos e os mortos: e no Espírito Santo." Este texto foi extraído
de A Trindade na Perspectiva da História da Salvação, de Clézio Ubiratã da
Rosa. ]
2.
A Trindade. A
Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26: 26 E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda
a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.; Gn 3.22: 22 Então
disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal;
ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e
viva eternamente,
23 O Senhor Deus, pois, o
lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.; Is 6.8: 8 Depois
disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o
Espírito Santo num tipo de relacionamento “eu, tu ele” (Jo 16.7-16 7. 7. Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque,
se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
8. E, quando ele
vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
9. Do pecado, porque não crêem em mim; 10. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11. E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
9. Do pecado, porque não crêem em mim; 10. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; 11. E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
12. Ainda tenho
muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
13, Mas, quando
vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; 14. porque
não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que
há de vir.
15. Ele me
glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.
16. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
16. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
17. Um pouco, e
não me vereis; e outra vez um pouco, e ver-me-eis; porquanto vou para o Pai.). Antes de sua ascensão ao céu,
Jesus mandou que os discípulos batizassem “em
nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19: 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos
tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém.).
Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um
conceito trinitário muito claro e vívido. Trata-se de um resumo da realidade
divina ensinada durante seu ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27:
27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e
ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e
aquele a quem o Filho o quiser revelar.) e do Espírito Santo (Mt 12.28: 8 Mas, se
eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de
Deus.). A Igreja, desde a antiguidade,
resume essas passagens bíblicas na fé em um só Deus que subsiste eternamente em
três pessoas distintas.
[Comentário: “Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo…”
(Mt 28.19). Esta fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a
Santíssima Trindade. No site Sola Scriptura, o artigo ‘A Trindade’, do Pr. Luis
Antônio Ferraz, traz o seguinte: “Na Divindade há três pessoas: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo. Pode parecer um paradoxo, mas Deus é três e um
simultaneamente. Precisamos fazer distinção entre o termo "pessoa" e "natureza".
As pessoas em Deus são três, mas uma só é a natureza, que consiste na
onipotência, onisciência, onipresença etc. Vários exemplos foram apresentados
para exemplificar esse caso; porém, o triângulo eqüilátero é o que mais se
aproxima desse conceito. Acompanhe: O triângulo é indivisível, assim como Deus
(simbolizado por toda a figura). Todavia, cada lado é distinto do outro e,
contudo, formam a mesma figura, que só existe com os três lados iguais; assim,
tomando a analogia, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo e vice
e versa; porém, eles constituem o mesmo Deus. A individualidade pessoal é
mantida, bem como a unidade. Assim, Deus não é somente o Pai, nem somente o
Filho, e nem tampouco somente o Espírito Santo. Deus é o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. [...] A Trindade no Antigo Testamento: a) Gênesis 1:26, 27 —
Chegando o momento de criar o homem, Deus disse: "Façamos o homem à nossa
imagem, conforme nossa semelhança". O verbo "fazer", nesse caso,
aponta para um ato criativo, e somente Deus pode criar. Assim, ao ser criado, o
homem não poderia ter a imagem de um anjo ou de qualquer outra criatura, mas a
imagem de Deus, a imagem de seu Criador. No versículo 27, lemos: "Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou". O interessante, porém, é que a Bíblia diz que Jesus Cristo também
criou todas as coisas, as visíveis e invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16,
17; Hebreus 1:10), o que inclui necessariamente o homem. Desse modo,
concluímos, à luz da Bíblia, que o homem tem a Jesus como seu Criador, logo, o
homem carrega Sua imagem, pois Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de
Deus" o homem foi criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de
Deus me fez". Afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E quem é esse
Deus? Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há outros
textos em que Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns
dizem tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde
o indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade
participativa. Todavia, isso não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros
textos bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o
homem; logo, não está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo
de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser
interpretados seguindo-se essa mesma linha de raciocínio. b) Deuteronômio 6:4 —
"Escuta, ó Israel: Jeová, nosso Deus, é um só Jeová" (TNM). Esse
texto é usado para desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao contrário
disso, é o texto que prova que na unidade de Deus existe uma pluralidade, dando
abertura para a concepção trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem
duas palavras para expressar unidade, a saber, ’ehadh e yehidh. A primeira
designa uma unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz que o homem e
a mulher seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é
usada para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que não permite
pluralidade. Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma única (yehidh)
filha. Qual dessas palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A palavra ’ehadh,
o que indica que na unidade da Divindade há uma pluralidade. A Trindade no Novo
Testamento: A revelação da Triunidade de Deus no Antigo Testamento não é tão
clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados (respeitando-se os
devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele não partilha sua
glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar como o Pai, o
Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que nenhuma
criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma
"força ativa" (agente passivo). a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é
para batizar em "nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo". Ora,
se Jesus fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa",
seria estranho que as pessoas fossem batizadas em nome do Criador (que não
divide sua glória com ninguém), em nome de um anjo, e de uma "força
ativa"; aliás, que necessidade há em batizar alguém em nome de uma
"força"? Tudo isso só faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem
Deus, assim como o Pai. b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão o
Espírito Santo e o Pai; como sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões pelas
quais o batismo cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas. c) João
14:26 — Jesus fala do Espírito Santo, que será enviado pelo Pai, em seu próprio
nome, isto é, de Cristo. d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula trinitária, onde
aparece o Filho, em primeiro lugar, com sua graça ou benignidade imerecida;
depois, o Pai, com seu amor; e finalmente, o Espírito Santo, com a comunhão ou
participação que dele procede. e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos,
que foram eleitos segundo a presciência do Pai, santificados pelo Espírito e
aspergidos com o sangue de Jesus Cristo. f) Outros versículos — Romanos
8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16; 6:1- 20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21,
22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20,
21; Apocalipse 1:4, 5 (compare com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho
fosse uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", os dois não
poderiam assumir o primeiro lugar em algumas das passagens bíblicas acima
citadas. Aliás, o que uma "força ativa" estaria fazendo no meio de
duas pessoas? As TJ objetam dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não
indica que sejam a mesma coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem
como Pedro, Tiago e João (Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso
não os torna um. O que as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e
Jacó tinham algo em comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em
comum o apostolado. E o que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum?
Resposta: a natureza divina, ou simplesmente, a divindade.” Este texto foi
extraído na íntegra do site Sola Scriptura.]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Cremos em um Deus trino e uno.
A TRINDADE DIVINA - As Grandes Doutrinas da Bíblia
A doutrina da
Trindade consiste num dos grandes mistérios da fé cristã. Em suas confissões
indaga Agostinho: "Quem compreende a Trindade Onipotente? E quem não fala
dela ainda que não a compreenda? É rara a pessoa que ao falar da Santíssima
Trindade saiba o que diz. Contendem e discutem. E contudo ninguém contempla
esta visão sem ter paz interior".As Escrituras ensinam que DEUS é um, e
que além dele não existe outro DEUS (Is 37.16). Contudo, a unidade divina é uma
unidade composta de três pessoas distintas e divinas, que são: DEUS Pai, DEUS
Filho, e DEUS ESPÍRITO SANTO. Não se trata de três deuses independentemente.
São três pessoas, mas um só DEUS. Os três cooperam unidos e num mesmo
propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são um. O Pai cria, o
Filho redime, e o ESPÍRITO santifica; e, no entanto, em cada uma dessas
operações os três estão presentes.
1. A Trindade na Bíblia
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, título
divinos são atribuídos, distintamente, às três pessoas da Trindade. Deste modo
a Bíblia diz que o Pai é DEUS (Ex 20.2), que o Filho é DEUS (Jo 20.28),e que o
ESPÍRITO também é DEUS (At 5.3,4). Cada pessoa da Trindade é descrita na
Bíblia, como sendo:
A Trindade
|
O Pai
|
O Filho
|
O ESPÍRITO SANTO
|
Onipresente
|
Jr 23.24
|
Ef 1.20-23
|
Sl 139.9
|
Onipotente
|
Gn 17.1
|
Ap 1.8
|
Rm 15.19
|
Onisciente
|
At 15.18
|
Jo 21.17
|
1 Co 2.10
|
Criador
|
Gn 1.1
|
Jo 1.3
|
Jó 33.4
|
Eterno
|
Rm 16.16
|
Ap 22.13
|
Hb 9.14
|
SANTO
|
Ap 4.8
|
At 3.16
|
1 Jo 2.20
|
Salvador
|
2 Ts 2.13
|
Tt 3.4-6
|
1 Pd 1.2
|
2. DEUS Pai
Nas Escrituras o nome "Pai" nem sempre
designa DEUS num mesmo sentido. Por exemplo, a Bíblia o apresenta como:
a)Pai de toda a Criação (1 Co 8.6; Ef 3.14,15; Hb 12.9).
b)Pai de Israel(Dt 32.6; Is 63.16; Jr 3.4; Ml 1.6).
c) Pai dos crentes (Mt 5.45; 6.6; 1 Jo 3.1).
d)Pai de JESUS CRISTO (Mt 3.17; Jo 1.14; 8.54).
Do Universo DEUS é Pai por criação; de Israel Ele é
Pai por eleição; do crente Ele é Pai por adoção; e de JESUS Cristo Ele é Pai
por geração.
3. DEUS Filho
Das três pessoas da Trindade, a única revelada
corporalmente aos homens foi a segunda, o Senhor JESUS CRISTO. Muitas afirmações
feitas a respeito do Senhor Jeová no Antigo Testamento são interpretadas no
Novo Testamento, referindo-se profeticamente a JESUS CRISTO. Comparando
algumas citações do Antigo Testamento com outras do Novo, haveremos de notar a
identidade de JESUS CRISTO como DEUS. Veja isto comparando as seguintes passagens
das Escrituras:
Isaías 40.3,4..................
com.......... Lucas 1.68,69, 79
Êxodo 3.14.................... com..........
João 8.56-58
Jeremias 17.10............... com..........
Apocalipse 2.26
Isaías 60.19...................
com.......... Lucas 2.32
Isaías 6.10.....................
com.......... João 12.37-41
Isaías 8.12,13................ com..........
1 Pedro 3.14,15
Números 21.6,7............. com..........
1 Coríntios 10.9
Salmo 23.1.................... com..........
João 10.11
Ezequiel 34.11,12........... com..........
Lucas 19.10
Deuteronômio 6.16......... com..........
Mateus 4.10
4. DEUS ESPÍRITO SANTO
O Pai e o Filho dão testemunho de si mesmos; o Espírito SANTO, porém,
jamais dá testemunho de si próprio; contudo, a Bíblia o apresenta como um Ser
dotado de personalidade. Isto é, o ESPÍRITO SANTO possui em si os elementos
de existência pessoal, em contraste com a existência impessoal.A Bíblia mostra
a personalidade do ESPÍRITO SANTO quando diz que Ele cria e dá vida, nomeia e
comissiona ministros, dirige onde os ministros devem pregar, instrui o que os
ministros devem pregar, falou através dos profetas, contende com os pecadores,
reprova, consola, nos ajuda em nossas fraquezas, ensina, guia, santifica,
testifica de CRISTO, tem poder próprio, sonda tudo, age segundo a sua vontade,
pode ser entristecido e envergonhado, pode sofrer resistência (Jó 33.4; Is
48.16; At 13.2; 20.28; 16.6,7; 1 Co 2.13; At 1.16; 1 Pd 1.11,12; 2 Pd 1.21). O
nome do ESPÍRITO SANTO aparece associado aos nomes do Pai e do Filho, na
comissão apostólica, Mt 28.19 na operação dos dons espirituais na Igreja, (1
Co 12.4-6) e na bênção apostólica (2 Co 13.13).
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“Trindade
[Do
grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina
segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e
nos atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar
de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam
a doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A
palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo;
e , em sua forma latina, por Tertuliano.
O
Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade:
‘Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as
pessoas, sem separar a substância’” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário
Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.279).
CONHEÇA MAIS
Trindade
“[Do
gr. trias, três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina
bíblica segundo a qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas
Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Para conhecer mais, leia Dicionário
Teológico, CPAD, p.349.
III. AS CRENÇAS INADEQUADAS
1.
Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento que surgiu após a
metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos
líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de
monarquianistas (do grego, monarchia,
“governo exercido por um único soberano”). Eles ensinavam que Jesus recebeu
a dynamis, “poder”, em grego, por ocasião do
seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por
ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade
absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que
considerava Jesus “o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20: 20 E sabemos
que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao
Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo.
Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.). Eles são os ancestrais do arianismo.
[Comentário: Ainda no primeiro século surgiram os que
Tertuliano chamou de monarquianistas (do grego monarchia - governo exercido por
uma única pessoa). Os monarquianistas dinâmicos (do grego dynamis “força,
poder”, pois diziam que Deus deu força e poder a Jesus, adotando-o como Filho),
negavam a divindade absoluta de Jesus, e também a Trindade. Esta heresia era o
prenúncio do arianismo, que, no início de terceiro século, negava a eternidade
de Jesus, pois considerava Cristo um deus de segunda categoria, igual ao ensino
das Testemunhas de Jeová. Essa doutrina dos dinâmicos era defendida por Teodoro
de Bizâncio, Artemão e Paulo de Samosata. Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS,
de Marcelo de Oliveira Lima]
2.
Os monarquianistas modalistas. Esses são assim identificados porque
ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com a
máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e na
ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e
Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É
a doutrina unicista que nega a Trindade. Trata-se de um erro teológico crasso,
pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17: 16. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e
eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e
vindo sobre ele.
17. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.; Jo 8.17,18: 17. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. 18. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.; 2Jo 3: 3 Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.
17. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.; Jo 8.17,18: 17. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. 18. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.; 2Jo 3: 3 Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.
[Comentário: Monarquianistas modais ou modalistas
ensinavam que as três pessoas da Trindade manifestavam-se de vários modos, daí
o nome modalista. Defendidos por Noeto de Esmirna e Práxeas de Cartago,
ensinavam que o Pai nasceu e sofreu, e que Jesus era o Pai. Por essa razão, no
Ocidente, eles eram chamados de patripassianistas (do latim Pater “Pai” e
passus de patrior “sofrer” - o Pai encarnou-se em Cristo e sofreu com Ele). No
Oriente eram chamados sabelianistas, pois o heresiarca Sabélio foi quem mais se
destacou na propagação dessa heresia. Segundo essa doutrina, o Pai, o Filho e o
Espírito Santo são apenas três aspectos da Divindade, sendo, portanto, uma só
Pessoa. Esse ensinamento do bispo Sabélio é hoje chamado de sabelianísmo ou
modalismo. Sabélio usava a palavra “pessoa” para cada Pessoa da Trindade, mas
para ele essa “pessoa” tinha o sentido de máscara ou manifestações diferentes
de uma mesma Pessoa Divina. Na sua concepção o Pai, o Filho e o Espírito Santo
são nomes de três estágios ou fases diferentes. Ele era Pai na criação e na
promulgação da Lei; Filho na encarnação, Espírito Santo na regeneração. Essa
doutrina foi combatida por Tertuliano em Contra Prãxeas, quando pela primeira
vez este apologista usa o termo Trinitas (“Trindade”) para a Divindade: “Todos
são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da
dispensação que distribui a unidade em uma Trindade, colocando em sua ordem os
três: Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo,... não em substância, mas em
forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de
uma só essência e de um poder só, pois é de um só Deus que esses graus, formas
e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.”
Extraído do artigo SEITAS MODALISTAS, de Marcelo de Oliveira Lima]
3.
O arianismo. É
o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em
Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa
seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor
Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma
classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe
entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era: “Houve tempo em que o Verbo não existia”.
Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o
Filho é eterno (Is 9.6: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está
sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.), pois transcende a criação: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”
(Cl 1.17).
[ Comentário: O Arianismo vem de Arius, ou Ário, um
professor do início do século 4 D.C. Um dos assuntos mais antigos e
provavelmente mais importante a ser debatido entre os cristãos da antiguidade
foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus verdadeiramente Deus em carne
ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus? Arius defendia
a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato
da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com
atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo. O Arianismo engana-se ao
interpretar referências sobre Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não
sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como
Jesus poderia estar cansado e/ou não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser
criado não é a resposta. Por favor leia o nosso artigo sobre a união
hipostática para uma explicação sobre esses assuntos. Jesus era completamente
Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se tornou um ser humano
até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus como um ser humano não
têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade divina. A segunda má
interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito” (Romanos 8:29;
Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito” nesses versículos
como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de
Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-existência e
eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1- 2 nos diz que Jesus “estava com Deus”.
Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma posição de
grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos 89:27;
Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus é o
membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).
Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação
como o “primogênito” de Deus. Depois de mais ou menos um século de debates em
vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o
Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi
aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca
morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As
Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em
relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar
quais ataques na divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Extraído
de: O que é Arianismo?]
Pergunta:
"O que é o Arianismo?"
O Arianismo
vem de Arius, ou Ário, um professor do início do século 4 D.C. Um dos assuntos
mais antigos e provavelmente mais importante a ser debatido entre os cristãos
da antiguidade foi a questão da divindade de Cristo. Era Jesus verdadeiramente
Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus?
Arius defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais
importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um
ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em Si mesmo.
O Arianismo engana-se ao interpretar referências sobre Jesus estando cansado (João 4:6) e Jesus não sabendo a data do Seu retorno (Mateus 24:36). Sim, é difícil compreender como Jesus poderia estar cansado e/ou não saber algo, mas dizer que Jesus era um ser criado não é a resposta. Por favor leia o nosso artigo sobre a união hipostática para uma explicação sobre esses assuntos. Jesus era completamente Deus, mas também era completamente humano. Jesus não se tornou um ser humano até a sua encarnação. Portanto, as limitações de Jesus como um ser humano não têm nenhum impacto em sua natureza ou eternidade divina.
A segunda má interpretação do Arianismo é o significado de “primogênito” (Romanos 8:29; Colossenses 1:15-20). Os arianos interpretam “primogênito” nesses versículos como se dissessem que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de Criação. Esse não é o caso. Jesus mesmo proclamou a sua auto-existência e eternidade (João 8:58; 10:30). João 1:1-2 nos diz que Jesus “estava com Deus”. Nos tempos bíblicos, o filho primogênito de uma família ocupava uma posição de grande honra (Gênesis 49:3; Êxodo 11:5; 34:19; Números 3:40; Salmos 89:27; Jeremias 31:9). É neste sentido que Jesus é o primogênito de Deus. Jesus é o membro preeminente da família de Deus. Jesus é o ungido, o “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6). Jesus não “nasceu”, na verdade, Ele se tornou o Senhor sobre toda a criação como o “primogênito” de Deus.
Depois de mais ou menos um século de debates em vários conselhos da igreja primitiva, a Igreja Cristã oficialmente denunciou o Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com a dos arianos em relação à natureza de Cristo. Assim como a igreja primitiva, precisamos renegar quais ataques na divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Os monarquianistas dinâmicos, os modalistas e o arianismo propagam
crenças inadequadas a respeito da Trindade.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“Arianismo
Heresia
fermentada por um presbítero do 4º século chamado Ário. Negando a divindade de
Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados. Todavia, não
era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora
um ente divino.
Para
fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de
João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo
era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio
de Niceia em 325” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª
Edição. RJ: CPAD, 1999, p.52).
IV. RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA
TRINDADE
1.
Esclarecimento. Os
unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio
de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão
equivocados, pois mais de cem anos antes Tertuliano já havia formulado a
doutrina da Trindade. Além disso, o tema do referido Concílio, o Filho,
reafirma a deidade de Jesus e a sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não
traz informação alguma sobre o Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia
tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de chegada. A controvérsia
prosseguiu por duas razões principais: a volta do arianismo e a indefinição
sobre o Espírito Santo.
[ Comentário: história do unicismo moderno (o retorno
da velha heresia sabeliana) Essa doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das
igrejas Assembléias de Deus realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos
arredores de Los Angeles, na Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor,
R. E. McAlister, disse que os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso
ficaram atônitas. McAlister foi notificado que seu ensino possuía elementos
heréticos. Ele tentou esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido
efeito. Um de seus ouvintes era John Sheppe que após aquela mensagem, passou
uma noite em oração, refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus
havia revelado o batismo verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também
Franck J. Ewart, australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914
levantou uma tenda em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a
pregar sobre a fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à
conclusão de que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus. É verdade que
o batismo somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como
Howard Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo
em nome de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de
1914, Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula.
Esse movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido
por vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus,
Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a
centralização no nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão
em nome, de Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas
nomes singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica
referente à fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade. Os
unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas na unidade Divina, qualquer
referência à idéia de Trindade eles interpretam como sendo várias manifestações
de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a Trindade pelo fato de não crer que
Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato de crer que Deus é só Jesus. 3 –
Principais grupos unicistas modernos -Igreja Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja Só Jesus; -Igreja Local (Witness Lee) -Adeptos do Nome Yehoshua e Suas
Variantes; -Tabernáculo da Fé. -A Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério Internacional Creciendo en Gracia -Igreja Cristo Vive (do apostolo
Miguel Ângelo) -Pentecostal Novo Nascimento em Cristo e outras. ]
2.
A definição de Tertuliano. Ele
foi o neologista da Igreja que criou o termo “Trindade”, na seguinte
declaração: “Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja
oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade,
colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não
em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em
aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um
poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo” (Contra Práxeas, II).
Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a
diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de “pessoas” (Mt
28.19: 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;).
[ Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso ou é
simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o processo de
criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos
objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio uso do latim,
Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a Trindade.
Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância.
Antecipou-se em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de
todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele
estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele,
pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo
aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”.
(Tertuliano: Adversus Prax. 5) . Em outra passagem ele tenta explicar, mais
claramente que os seus antecessores, o seroutro ou a individualidade desta
razão imanente ou verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por
meio do qual o homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um “outro” e
um “segundo” no homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina
desde toda a eternidade e que constitui “um segundo para consigo”.]
3.
Formulação definitiva da Trindade. Isso só aconteceu no Concílio de
Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que combateram os
arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito Santo, como os
pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados pais
capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O
Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a
divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da
Santíssima Trindade.
[
Comentário: Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de Constantinopla se
realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o arianismo. Sendo este o
primeiro Concílio Ecumênico realizado em Constantinopla, foi convocado de forma
cesaropapista por Teodósio I em 381. O concílio aprovou o Credo
niceno-constantinopolitano, e tratou de outros assuntos teológicos. O concílio
reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a julho de 381. É reconhecido como o
segundo concílio ecumênico pela Igreja Católica, Nestoriana, Ortodoxa e uma
série de outros grupos cristãos. . O Concílio de Constantinopla (381) foi
convocado pelo imperador Teodósio I, que no ano anterior havia oficializado o
cristianismo católico e trinitário como a religião do Império Romano. Esse
concílio coroou de uma vez por todas os esforços de Atanásio e dos três
capadócios ao condenar todos os tipos de subordinacionismo e sabelianismo
(modalismo). Revisou o Credo do Nicéia, tornando mais claras certas expressões
e acrescentando um terceiro artigo sobre o Espírito Santo e a igreja. Esse
importante documento ficou conhecido na história como Credo Niceno ou Niceno-Constantinopolitano.
Os pneumatomacianos ou macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo. Os
chamados pais capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório
de Nissa) foram importantes pensadores cristãos dominaram o cenário teológico
na segunda metade do 4° século e trabalharam juntos para tornar vitoriosa a fé
nicena. Eram amigos de Atanásio e desenvolveram o seu pensamento teológico.
Eles criaram as fórmulas que tornaram possível o consenso da maior parte dos
teólogos orientais em torno da questão trinitária. Tomaram para si a tarefa de
definir mais claramente a unidade e a diversidade existentes na Divindade,
inclusive a terminologia adequada para isto, ou seja, de que em Deus há três
hipóstases (subsistências individuais) e apenas uma “ousia” ou essência divina.
Todos os três viveram na Capadócia, a região orienral da Ásia Menor, parte da
moderna Turquia.]
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
Na Bíblia Sagrada encontramos as respostas às objeções acerca da
Trindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Concílio
de Niceia e de Constantinopla
Primeiro
concílio ecumênico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325,
teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade.
Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da
Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão teológica,
confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em
381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio
I, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os
trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de
domínio ariano” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª
Edição. RJ: CPAD, 1999, pp.88,89).
CONCLUSÃO
Diante
do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente
desde o Gênesis até o Apocalipse.
[Comentário: Podemos considerar a doutrina da
Trindade um dos pilares do cristianismo ortodoxo. No entretanto, pelo menos no
contexto brasileiro, demonstramos pouca consideração e há até mesmo um
desconhecimento acerca dela. A razão disso talvez seja o pragmatismo que a
religião brasileira tem como base. As pessoas só se interessam por aquilo que
entendem que pode ser útil para sua vida. Elas querem coisas práticas e estão
enjoadas de teoria. Esse é justamente o motivo pelo qual não gostam de estudar
teologia. Por aqui vale mais as “experiências” com Deus, relegando a teoria ao
esquecimento. Com esta pequena teoria apresentada, podemos compreender que Deus
nos é revelado como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais
distintos, mas sem divisões de natureza, essência ou ser. E por que é
importante conhecer e crer assim? Assim como no início do cristianismo, a
Trindade tem sido motivo de controvérsias. Até para Trinitaristas, uma
compreensão nebulosa, pode levar a uma falsa adoração. Este estudo é pouco para
compreendermos o assunto, ele está mais para uma exortação à pesquisa. Como
sugestão, ficam os links citados, visite-os e leia-os.] “Ora, àquele que é
poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com
alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória
e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas
24-25),
PARA REFLETIR
A
respeito da Santíssima Trindade: Um só Deus em três pessoas, responda:
Qual
a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade?
Mateus
28.19.
O
que significa ser “unicista”?
Significa
crer na doutrina unicista que nega a doutrina da Trindade.
O
que é arianismo?
É
a doutrina formulada por Ário e o movimento que ele fundou em Alexandria,
Egito. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai.
Quem
criou o termo Trindade no mundo Ocidental?
Tertuliano.
Quando
e onde a formulação trinitária se definiu?
A
formulação trinitária só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381.
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A Santíssim Trindade: Um só Deus em três Pessoas
Os
maiores equívocos em relação à doutrina da Trindade se dão quando se relativiza
a natureza da relação trinitária, pois “as distinções entre os membros da
Deidade não se referem à sua essência ou substância, mas ao relacionamento.
Noutras palavras: a ordem de existência na Trindade, no tocante ao ser
essencial de Deus, está espelhada na Trindade salvífica. ‘São, portanto, três,
não na posição, mas no grau; não na substância, mas na forma; não no poder, mas
na sua manifestação’” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. CPAD, p.177). Dessa forma a Santíssima Trindade se manifesta
em perfeita comunhão ao longo de todo o plano de salvação provido por Deus.
Uma
natureza amorosa
Deus
é amor! Devemos destacar que o Pai provou o seu amor pelo mundo quando enviou o
seu Filho em nosso lugar (Jo 3.16). O Filho provou o seu amor por nós quando,
espontaneamente, obedeceu ao Pai e doou-se para a humanidade, morrendo em nosso
lugar para nos redimir, regenerar, justificar e salvar (Rm 8.1-11). O Espírito
Santo prova o seu amor por nós quando convenceu-nos do pecado, da justiça e do
juízo (Jo 16.7-11). A Santíssima Trindade opera amorosamente em nossa vida.
Uma
natureza servidora
Concomitantemente
a pessoa do Espírito Santo, é necessário destacar também que a natureza do
ministério de Jesus Cristo é servidora: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois
que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em
liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). O
Deus Trino trabalha de maneira servidora em favor das pessoas. Não podemos
jamais esquecer esse aspecto de serviço pelo qual aprendemos com a operação das
pessoas da trindade em nossa vida.
Uma
natureza de comunhão
Logo,
a Santíssima Trindade é por natureza comunitária porque as pessoas trinitárias
não vivem separadamente, pois são inseparáveis, indivisíveis. O Pai, o Filho e
o Espírito Santo vivem em profunda comunhão. Por isso, somos encorajados a
vivermos uma comunhão verdadeira com os nossos irmãos, a ajudar o outro, a
chorar com o outro, a cantar com o outro, orar com e pelo outro. Portanto, como
parte dessa comunidade de santos, a Igreja de Deus, somos chamados a expressar
essa comunhão trinitária e multiforme no mundo.
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