sábado, 16 de janeiro de 2016

Lição 3 - 1 Trimestre - 2016 - EBD - Esperando a volta de Jesus

Lições Bíblicas CPAD – Adultos
1º Trimestre de 2016
Título: O final de todas as coisas — Esperança e glória para os salvos
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 3: Esperando a volta de Jesus


TEXTO ÁUREO

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).

[Comentário: A correção plena de todas as imperfeições humanas não só é possível como certa, Deus é fiel e a completará (v 24). Deve-se considerar o elemento tempo. A perfeição final incluirá um corpo glorificado e será alcançada na segunda vinda de Jesus Cristo (Fp 1.6). A Bíblia de Estudo Plenitude (SBB) traz a seguinte nota a este versículo: “A oração final de Paulo é de que seus convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que todo o seu ser – corpo, alma e espírito – possa ser apresentado à vontade de Deus. O poder para esse acontecimento deve vir do Deus de paz. ‘Paz’ significa prosperidade espiritual no sentido mais amplo.” Bíblia de Estudo Plenitude-SBB, pág. 1255. Note o leitor que o agente da santificação é Deus mesmo - E o mesmo Deus de paz vossantifique em tudo. O Dicionário Strong assim define o termo santidade: “hagiosune; Strong 42: O processo, qualidade e condição de uma disposição sagrada e a qualidade da santidade na conduta pessoal. É o princípio que separa o crente do mundo. Hagiosune nos consagra ao ministério de Deus no corpo e na alma, encontrando realização em dedicação moral a uma vida comprometida à pureza. Ela faz com que cada componente de nosso caráter seja submetido à inspeção divina e receba sua aprovação”.]


VERDADE PRÁTICA
Com relação à volta de Jesus, só há dois tipos de crentes: os que serão arrebatados e os que ficarão.

LEITURA DIÁRIA
Jo 14.3 - Jesus prometeu voltar para buscar todos aqueles que são seus
Mt 24.43,44 - A volta de Jesus será uma surpresa para muitos
1Pe 3.15 - Saber testemunhar a respeito da nossa esperança
Jo 13.34,35 - Amor ao próximo é o que identifica os discípulos de Jesus
2Pe 3.3,4 - A falta de esperança na vinda do Senhor gera incredulidade
Mt 24.12 - O esfriamento do amor é um dos sinais da segunda vinda de Jesus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 24.42-46.
42 — Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.
43 — Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.
44 — Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis.
45 — Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
46 — Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim.

HINOS SUGERIDOS
157, 206 e 623 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Compreender que a volta de Jesus é iminente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·                     I. Mostrar que precisamos aguardar a volta do Senhor com fé e perseverança;
·                     II. Explicar algumas atitudes errôneas diante da vinda de Jesus;
·                     III. Compreender as atitudes do servo fi el ante a volta do Senhor.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Você crê na vinda iminente de Jesus? Então, não terá dificuldades em ensinar a lição de hoje. Infelizmente, muitos crentes já não creem mais na segunda vinda de Jesus. Porém, a certeza da vinda de Cristo é a nossa real esperança. Ele virá e nos levará para o céu. Você almeja o céu? Definitivamente, este mundo tenebroso não é para nós. No céu não haverá mais dor, perda, sofrimento, morte, etc. As intempéries da vida vão ficar para trás.
É importante ressaltar, no decorrer da lição, que temos de esperar o Salvador em santidade. Enquanto ainda estivermos neste mundo temos de ter uma vida irrepreensível, corpo, alma e espírito. Também não podemos deixar de produzir frutos, trabalhando na seara do Mestre. Ainda temos muito trabalho a fazer. Existem muitos povos, tribos e nações que não conhecem nada ou quase nada a respeito da Palavra de Deus. Como estes ouvirão e poderão aguardar a vinda de Jesus com alegria se não há quem pregue?

INTRODUÇÃO
 
Ninguém sabe o dia e a hora em que Jesus voltará. A Palavra de Deus não nos revela quando se dará esse grandioso acontecimento. Logo, é indispensável estarmos preparados para aquele dia que tanto ansiamos. Precisamos viver em santidade, pois Jesus poderá voltar nesse minuto em que você está lendo esta lição. Você está preparado?
Infelizmente, há muitos cristãos que não estão preparados para subir ao encontro do Salvador. Estes estão descuidados, adormecidos, assim como as “virgens loucas” da parábola de Mateus 25. Muitos estão sem o azeite, que representa o Espírito Santo. Outros negligenciam o testemunho cristão e acabam por escandalizar o Evangelho. No entanto, a volta de Jesus será repentina. A surpresa é o fator preponderante. Por isso, a santificação é o requisito fundamental para o encontro com o Senhor nos ares, em sua volta (1Ts 5.23).


PONTO CENTRAL

Esperando a volta de Jesus de modo irrepreensível..

[Comentário: Nosso tempo é marcado por muitas pessoas - dentro e fora da Igreja – que não conseguem discernir a urgência destes dias, conseguindo apenas olhar, enquanto que a necessidade é de ver aquilo que de fato está acontecendo, percebe-se o distanciamento do culto, da oração e da própria pregação do significado urgente do arrebatamento da Igreja, em um momento onde as pedras começam a clamar, os sinais começam a se avolumar, e o cenário apocalíptico começa a se formar; os sinais se intensificam. Na verdade, não existe vida cristã sem santidade! Então, quando se afirma que há dois tipos de crente, na verdade esta afirmativa é um sofisma, já que o que caracteriza um crente genuíno é a santidade - ela faz com que cada componente de nosso caráter seja submetido à inspeção divina e receba sua aprovação – se não há aprovação divina, não é um crente genuíno – e este não subirá ante o ressoar da última trombeta! Pelo texto áureo sabemos que a santificação tem como agente o próprio Deus. Nesta introdução, há uma afirmativa do comentarista que me chamou a atenção: “Muitos estão sem o azeite, que representa o Espírito Santo”. Fica claro que este não é crente, não nasceu de novo, não se tornou morada, templo do Espírito Santo. Agora resta uma pergunta:Quem será arrebatado? A bíblica é enfática ao afirmar que a Igreja toda, não apenas os que estiverem vivos, mas também os que já dormem (1Co 15.52; 1Ts 4.16). Em nenhum lugar a Bíblia ensina que um verdadeiro filho de Deus poderá ser deixado para trás. O Espírito Santo nos diz, através de Paulo: “todos seremos transformados.” (1Co 15.51). Você crê nisto? Não podemos pensar que o Senhor Jesus viria buscar uma Noiva incompleta, imperfeita — todos os salvos fazem parte da Igreja do Senhor, da Sua Noiva, e todos serão levados. É claro que “nem todo o que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus” (Mt 7.21); há muitos que dizem ser cristãos, mas não o são. Todo verdadeiro filho de Deus, porém, que já é nascido de novo, será arrebatado; ninguém será deixado, embora alguns irão ter que se envergonhar naquele dia (1Jo 2.28).] Let's think maturely Christian faith?


PONTO CENTRAL
Esperando a volta de Jesus de modo irrepreensível.


































I. AGUARDANDO A VOLTA DO SENHOR
 
1. Com fé e vigilância. Jesus exortou os discípulos a serem vigilantes. Ele afirmou: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42). Por não sabermos a data da segunda Vinda de Jesus, temos de ter uma conduta ilibada em nosso dia a dia. Temos que aguardar a volta de Cristo em santidade e com o coração repleto de fé. Precisamos também desejar a volta de Cristo, como os crentes de Tessalônica. Eles ficaram tão convictos e anelantes ante a mensagem que os missionários lhes pregaram concernente à segunda Vinda de Cristo, que entendiam que a mesma ocorreria naqueles dias enquanto estavam vivos (1Ts 4.15,17).

[Comentário:O Senhor Jesus Cristo, depois da Sua morte e ressurreição, “assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb 1.3), e hoje intercede por nós. Mas como é maravilhoso lembrarmos do fato de que “esse Jesus que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir como para o céu o vistes ir” (At 1.11). Ele foi para junto do Pai, mas prometeu que voltaria para nos buscar (Jo 14.3). Não há como negarmos esta verdade. Além do testemunho dos anjos (At 1.10,11) e dos apóstolos (1Co 15.51-52; 1Ts 4.13-18), o nosso Salvador mesmo prometeu que voltaria (Jo 14.3). Ele próprio disse: “Certamente cedo venho” (Ap 22.20). Verifique o leitor que, o que nos leva a ter uma conduta ilibada em nosso dia a dia não é o fato de não sabermos o dia em que o nosso Senhor virá, mas sim o fato de sermos chamados à santidade – “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”. (1Pe 1,13-16]

2. Cheio do Espírito Santo. Jesus ensinou a Parábola das Dez Virgens (Mt 25) para mostrar o que significa estar pronto para o seu retorno. Com esta parábola também aprendemos que cada um de nós é responsável, diante de Deus, por sua condição espiritual. As virgens prudentes representam os crentes fiéis, que esperam a vinda de Jesus em santidade e cheios do Espírito Santo. As prudentes tinham azeite em suas vasilhas. Este azeite representa a presença do Espírito Santo. As virgens “loucas” ou imprudentes tinham azeite, mas era pouco, suas lâmpadas logo se apagariam (Mt 25.8). As loucas representam os crentes descuidados quanto à vinda de Jesus (o Noivo) e que permitem que a chama do Espírito se extinga: “E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mt 25.10). Sem a presença do Espírito Santo é impossível o crente esperar a vinda de Jesus de forma santa.

[Comentário: A demora da volta de Cristo distingue o sábio do tolo. Estar pronto significa estar preparado para uma longa espera; o zelo de pouca duração é inadequado. Note o leitor que, o termo vigiai, denota um estado ativo, e não espera passiva, como denota os versículos 45 a 51. Quero levá-lo a olhar para esta parábola por outro ângulo: O objetivo da parábola é encontrado no versículo 13; em vista do atraso da parousia (24.48; 25.5), estejam preparados e atentos, pois não sabeis o dia nem a hora! Deus não nos fornece a data do Arrebatamento, e não nos compete conhecê-la. Mas uma coisa é bem clara: o próximo acontecimento no plano profético que Deus nos revela na Sua Palavra é o Arrebatamento. Os apóstolos acreditavam que estariam vivos no Arrebatamento, e esta também deveria ser a nossa atitude, vivendo cada dia como se fosse a última oportunidade que teríamos de servir Àquele que morreu por nós, a última chance de ajudarmos alguém a conhecer ao Senhor Jesus Cristo. Ele disse: “Certamente cedo venho” (Ap 22.20). “E agora, filhinhos, permanecei nEle, para que quando Ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por Ele na Sua vinda (1Jo 2.28).]
3. Em santidade e em amor. Ser santo é ser separado, consagrado para o Senhor. A Palavra de Deus nos exorta a sermos obedientes e santos em toda a nossa maneira de viver (1Pe 1.13-15). Sem santidade ninguém poderá ver o Senhor (Hb 12.14). Santidade é condição indispensável a quem se diz crente e deseja ir para o céu, ao encontro do Senhor Jesus. Que jamais venhamos a amar a prática do pecado, pois Jesus está às portas.
O que identifica um crente que vive uma vida santa? O que identifica uma pessoa santa é antes de tudo, o seu amor altruísta. Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35). É o amor que identifica se somos ou não um cristão. Quem não ama seu irmão não experimentou o novo nascimento, logo precisa se converter a Jesus Cristo e nascer de novo (1Jo 2.9,11).

[Comentário: Como saber se sou um verdadeiro cristão? Escrevendo aos crentes que passavam por severos testes de sua fé, o apóstolo Pedro exortou os cristãos à santidade como um meio apropriado para suportar suas provas. Em vez de deixar uma recomendação fácil, ele instou: “Segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pe 1.15). Como eu poderei realizar isso? É Pedro que nos explica como (1Pe 1.22-2.10): “Amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1Pe 1.22); “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1Pe 2.1-2), e “Chegando-vos para ele, a pedra que vive... também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual” (1Pe 2.4-5).]


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Aguardando a volta do Senhor com fé e vigilância.


SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, para tornar o ensino mais dinâmico e participativo, faça antes de iniciar o tópico, a seguinte indagação: “Temos de nos preocupar com a data da volta de Jesus ou em estar preparados para sua vinda?”. Ouça os alunos com atenção e explique que durante o sermão do Monte das Oliveiras, Jesus mostrou que a nossa preocupação deve ser com o estar preparado. Se desejar, leia o texto a seguir para os alunos: “Jesus estava no Monte das Oliveiras, exatamente no lugar onde o profeta Zacarias havia predito que o Messias estaria quando viesse estabelecer o seu Reino (Zc 14.4). Era o momento apropriado para os discípulos perguntarem a Jesus quando Ele viria com todo o seu poder e o que poderiam esperar dEle. A resposta de Jesus enfatizou os acontecimentos antes do final daquela era. Ele lhes recomendou que se preocupassem menos com a data exata, e mais em estar preparados para a ocasião; deveriam viver totalmente de acordo com os mandamentos de Deus, para que estivessem prontos para a sua volta” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1267).
























II. ATITUDES ERRÔNEAS DIANTE DA VINDA DE JESUS

 
1. Ignorar a vinda de Jesus. Certa vez, ao ensinar a respeito do seu retorno (Mt 24.45-51), Jesus contou uma parábola sobre um servo fiel e prudente e um mau servo. Quem é o mau servo? Jesus mostra que é aquele que diz: “O meu senhor tarde virá” (Mt 24.48). Então, este passa a viver de modo negligente, desatento, maltratando seu conservos e completamente alheio à volta de seu senhor. Muitos, infelizmente, estão vivendo como o “mau servo” da parábola. Porém, a este, diz o Senhor: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 24.50,51). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade da vinda de Jesus, há muitos que estão “brincando” de ser crentes, ignorando a iminente vinda do Senhor e agindo como o mau servo. Viva com responsabilidade! Siga o exemplo do servo fiel e prudente e jamais negligencie a obra de Deus nem se embarace com as coisas deste mundo (Mt 24.45,46).

[Comentário: Amar significa colocar o bem-estar de alguém acima do seu. O amor próprio é uma força poderosa em nossos corações, forte o bastante para fazer com que, mesmo os irregenerados, amem aos que os amam: "E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam." (Lc 6.32). “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Os filhos de Deus tornam-se santos, separados para Ele, quando seguem Seus passos e amam aos outros. Aliás, esta era a oração de Paulo pela Igreja de Filipos: “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo” (Fp 1.9-10). Devemos ser afetuosos uns com os outros em amor fraternal, somos irmãos, porque te­mos o mesmo Pai.]


2. Escarnecer das profecias. A Palavra de Deus nos alerta que nos últimos dias haveria homens escarnecedores: “Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pe 3.3,4). O apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a matemática de Deus quanto à contagem dos tempos, dizendo: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3.8). Há teólogos contemporâneos, que dizem que a volta de Jesus é apenas uma utopia. Isso é escarnecer dessa verdade bíblica.

[Comentário: Os falsos mestres destes últimos dias ridicularizam a promessa profética da vinda do Senhor levando em consideração o aparente atraso. A matemática divina é mais elevada do que a humana. A perspectiva divina sobre a passagem do tempo responde o criticismo dos escarnecedores nos versículos 3-4 de 2Pe 3. O ‘atraso’ da vinda do Senhor é uma reação humana ao cálculo divino. Muitos irão se envergonhar, mas que nós possamos estar preparados, servindo fielmente ao nosso Senhor, e termos “ousadia” quando Ele voltar.]


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Muitos crentes, erroneamente, ignoram a vinda de Jesus e escarnecem das profecias.


SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“Cinco ilustrações em forma de parábola
Ao fim de seu discurso acerca da Tribulação e de sua segunda vinda, Jesus apresentou cinco parábolas como ilustração do que Ele acabara de ensinar. Houve a parábola da figueira (Mt 24.32-35), a ilustração sobre os dias de Noé (24.36-39), a comparação entre os dois homens e as duas mulheres (24.40,41), a ilustração do vigia sempre alerta (24.42-44) e a parábola do servo fiel e prudente (24.45-51). Todas estas ilustrações estão relacionadas às doutrinas ensinadas por Cristo em Mateus 24” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.139).


III. ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA DO SENHOR
 
1. Ter uma vida irrepreensível. Isso só é possível na vida do crente através do poder redentor, libertador e purificador do sangue de Jesus mediante a fé. Tomemos como exemplo a vida do apóstolo Paulo. Ele tinha uma vida correta; não dava lugar à repreensão, censura, ou à crítica pertinentes. Certa vez, ele afirmou que andava “diante de Deus com toda a boa consciência” (At 23.1). No capítulo 5 da Primeira Epístola aos Tessalonicenses, ele exorta os crentes a serem também irrepreensíveis: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). Não é somente o seu corpo físico, visível que deve ser conservado puro, mas seu espírito e alma, partes invisíveis, também devem ser conservados corretos.
Há crentes que são como os “sepulcros caiados”, pois em seu interior, em sua alma e espírito, há somente podridão. Estes são arrogantes, invejosos, amargurados, cheios de ódio, etc. Sejamos santos em todo o nosso ser, pois em breve Jesus virá.

[Comentário: O descuido da vida cristã acarreta sérios problemas. O cristão não pode tomar as coisas de qualquer maneira. O nosso cotidiano é sempre uma alternativa entre a vida e a morte. O tempo é curto e a vida terrena é uma preparação para a eternidade. O profeta Jeremias exorta-nos: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!” (Jr 48.10). Costuma-se dizer que o cristão pode abrasar-se, porém nunca oxidar-se. Jesus, em carta à igreja de Laodicéia, exorta: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3.19). “Agora, porém, despojai-vos, igual­mente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos des­pistes do velho homem” (Cl 3.8 e 9).]


2. Não dar lugar à carne. Atualmente, muitos crentes estão se aproveitando da liberdade cristã para dar ocasião à carne (Gl 5.13). Muitas igrejas não passam de “clubes religiosos”, onde não se vê compromisso nem santidade; “incham” em número, porém não crescem na “graça e conhecimento” (2Pe 3.18). Não se esqueça de que em breve Jesus virá e aqueles que andam segundo a carne não herdarão o Reino de Deus (Gl 5.21). Não podemos nos esquecer de que o mesmo Deus que é amor (1Jo 4.16), é também “um fogo consumidor” (Hb 12.29).

[Comentário: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo2.15). Note o leitor que, a liberdade cristã não significa que foram retiradas as restrições morais; ela significa liberdade para servir uns aos outros. Se é verdadeiro que o Espírito habita em nós, também é verdadeiro que Ele mesmo nos permite dominar a concupiscência da carne quando nos submetemos continuamente ao seu poder e controle. Quero com isso afirmar que, os que são guiados pelo Espírito farão livremente o que é certo, e não por obrigação ou imposição alguma, portanto, estes já não estão na condenação ou cativeiro. Estar cheio do Espírito, note o leitor, não é em demonstração de dons de poder espirituais, mas é exercitar o fruto do Espírito.]

3. Dar frutos. Como crentes precisamos dar bons frutos até a vinda de Jesus. As lutas do nosso dia a dia e as tristezas não podem nos impedir de frutificar. Trabalhar na obra do Senhor não é nada fácil; enfrentamos lutas e tristezas, mas logo nos esquecemos de tudo quando vemos almas se rendendo aos pés do Senhor Jesus, sendo batizadas em águas e no Espírito Santo. São, na verdade os frutos, a glória, o gozo, a alegria, e a coroa de todo o nosso trabalho. Trabalhe para o Senhor, seja um semeador. Pregue a Palavra de Deus enquanto é tempo, pois o Dia do Senhor virá, quando não poderemos mais anunciar a salvação. Ainda existem muitas pessoas para serem salvas. Muitos estão esperando para ouvir a respeito do Evangelho. Faça a sua parte, frutifique, ganhe vidas para o Senhor Jesus.

 [Comentário: Note o leitor que, somente o Espírito Santo pode produzir em nós o Seu fruto, e não nossos próprios esforços. Quando Ele controla completamente a vida do crente, o fruto uno e indivisível é produzido. O Rev Hernandes Dias Lopes escreve: “Israel era a vinha do Senhor. Deus a plantou. Deus a cercou de cuidados, mas Israel produziu uvas bravas. Então, agora, Jesus diz: “Eu sou a Videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Eu sou a videira e vós os ramos.” O Viticultor é o que planta a vinha, ele é o dono da vinha, ele é o que cuida da vinha para que ela produza grande quantidade e com excelente qualidade. Os ramos só têm duas finalidades: eles só servem para produzir fruto ou para serem queimados. Deus, como viticultor espera frutos de nós. [...] Qual é a importância de se produzir frutos? Jesus diz: “Eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15.16). Estamos aqui para cumprirmos os sonhos de Deus e trazermos glória para o seu nome através de uma vida frutífera”http://hernandesdiaslopes.com.br/2010/05/o-processo-da-frutificacao/#.VpW3eE8afIU. Quem serve ao Senhor, está servindo ao seu próximo, e quem serve ao seu próximo está servindo ao Senhor. Jesus coloca esse assunto da seguinte manei­ra: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40). O salmista, no hino de ingresso ao templo, declara: “Servi ao Senhor com alegria”. Esse sentimento deve ser constante no serviço cristão. O crente deve ter prazer no que faz servindo ao Reino de Deus. Por isso mesmo, aconselha o apóstolo: “Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportuni­dades” (Cl 4.5). Alguém já falou que “Quem não vive para servir, não serve para viver”.]


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

O servo fiel ante da volta do Senhor procura ter uma vida irrepreensível, dando muitos frutos.


SUBSÍDIO DIDÁTICO

Reproduza o esquema abaixo no quadro. Em seguida faça a seguinte indagação: “Quais são as atitudes que os crentes precisam ter ante a volta de Jesus?”. Ouça seus alunos com atenção. Incentive a participação de todos. Em seguida complete, juntamente com a turma, o quadro. Leia as referências bíblicas com a classe.




CONCLUSÃO
 
Em breve Jesus virá. Você está preparado para a sua vinda? As consequências de nossas escolhas serão eternas. A salvação é individual. Que o Senhor nos ajude a ter consciência e vivência, dentro do padrão divino para esperarmos a volta de Jesus, conforme os ditames de sua santa Palavra, amando a sua vinda.
 [Comentário: Por que o Senhor vem nos buscar? Ele mesmo disse: “Para que onde Eu estiver estejais vós também” (Jo 14.3). Nós fomos comprados por Ele, somos um “povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9); o Senhor disse: “não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo” (Jo 15.19). Como pertencemos a Ele, e não ao mundo, Ele virá nos tirar do mundo, “e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17). Que estas verdades maravilhosas possam influenciar nossa conduta, e que, “renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tito 2.12-13).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,







PARA REFLETIR

A respeito da Escatologia Bíblica, responda:

Jesus exortou seus discípulos a serem vigilantes?
Sim. Ele afirmou: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42).

Como devemos aguardar a volta de Jesus?
Com fé e vigilância, cheios do Espírito Santo e em santidade.

O que Jesus desejou mostrar com a Parábola das Dez Virgens?
Jesus ensinou a Parábola das Dez Virgens (Mt 25) para mostrar o que significa estar pronto para o seu retorno.

O que é ser santo?
Ser santo é ser separado, consagrado para o Senhor.

Quais as atitudes do servo fiel ante a volta de Jesus?
Ter uma vida irrepreensível, não dar lugar à carne e dar frutos.












SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Esperando a volta de Jesus

Esperar Jesus voltar a qualquer momento influencia o nosso estilo de vida. A grande crise de mornidão espiritual em que vivemos tem a ver com as prioridades de vida de alguns crentes. Quem espera Jesus voltar estabelece prioridades na vida que leve à espera desse encontro; mas quem não espera estabelece outras. A vida é feita de escolhas. E se um crente escolhe viver vigilante quanto à vinda do Mestre, tal estilo de vida perpassará todas as esferas da existência; se não, isso se revelará em sua maneira de viver. Por isso, na aula desta semana você pode iniciá-la perguntando se faz sentido uma pessoa que diz esperar Jesus voltar, se encontrar mergulhada no Materialismo, no Pragmatismo ou no Hedonismo. São posturas diametralmente opostas ao desejo de se encontrar com o Mestre dos mestres. Quem vive, por exemplo, com mente e coração voltados para o estilo de vida do consumismo selvagem, não pode anelar a vida no céu com Jesus. O Reino de Deus não é “comida nem bebida”, mas “justiça, paz e alegria no Espírito”. Note bem: no Espírito!
Quando estamos no Espírito, a cabeça é outra, o pensamento é outro e até mesmo o sentimento é de outra ordem. Vida no Espírito leva em conta a radicalidade de uma existência pautada no Evangelho, levando-o até as últimas consequências. Assim, não há preocupação com status que, com o formalismo exterior nem com nada desta natureza.
A iminência da vinda do Senhor faz brotar em nosso coração uma preocupação maior com a nossa maneira de viver. É saber que a nossa redenção está próxima e que a qualquer momento podemos ser arrebatados para estarmos para sempre com o Senhor. É cultivar a fé para que quando o Filho do Homem vier possa achá-la em nós.
É verdade que a cada dia que se passa tornar-se mais difícil militar a boa causa de Cristo. Os desafios são muitos: o tempo no trânsito, a carga horária do trabalho, os problemas familiares, a corrida desenfreada que as pessoas fazem em nome do dinheiro. Não sobra tempo para si mesmo, para a família nem muito menos para o Deus Altíssimo. Por isso, cultivarmos a esperança na Vinda do Senhor é um antídoto para a alma contra essa avalanche de cultura materialista, pragmática e hedonista. Que quando o Senhor vier ache em nós a fé nEle! Que independente das circunstâncias possamos continuar a guardar a Esperança uma vez entregue aos santos e o coração da ansiedade! Maranata, ora vem Senhor Jesus!




Escatologia – Estudo Sobre o Que é Escatologia
A Escatologia com certeza é a área da teologia que desperta mais curiosidade entre cristãos e até mesmo não cristão. Também é na Escatologia onde certamente os maiores debates teológicos são travados, isso devido as diferentes escolas de interpretação.
Devido a muitos pedidos, faremos uma série completa sobre Escatologia, começando neste texto por uma visão geral e depois analisando nos próximos textos cada visão detalhadamente.

O que é Escatologia?
Basicamente a Escatologia é o clímax da revelação divina, a principal razão da criação do mundo material, e o cumprimento dos propósitos eternos de Deus para a humanidade. A Escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que aborda tanto as profecias que já se cumpriram, como as que ainda se cumprirão, ou seja, tudo o que era “profeticamente futuro” na época em que foi escrito.

O que significa Escatologia?
Escatologia é um termo que começou a ser utilizado no século XIX e vem do grego eschatos, “último”, e logos, “raciocínio”, significando então “teologia (ou doutrina) das últimas coisas”.

Quais são os principais assuntos estudados na Escatologia?
De forma geral, um estudo escatológico completo e detalhado procura estudar:
·         As profecias em relação a Jesus Cristo: tanto a profecia messiânica da primeira vinda de Cristo que é o assunto mais importante do Antigo Testamento, quanto às promessas de Sua segunda vinda;
·         Profecias em relação a Israel: uma abordagem completa, iniciando desde as primeiras promessas a Abraão no livro de Gênesis;
·         Profecias em relação aos gentios: existem muitas profecias na Bíblia sobre os gentios, abordando desde a primeira na família de Noé;
·         Profecias em relação à Igreja: as principais profecias estão concentradas no Novo Testamento, onde fica claro a convocação de um corpo de santos formado por judeus e gentios;
·         Estado intermediário: uma abordagem sobre o estado intermediário dos homens (tanto dos salvos quanto dos ímpios) após a morte enquanto aguardam a ressurreição;
·         Reino milenial: essa área é a que mais gera discussões devido as suas diferentes escolas de interpretação, mas basicamente se refere ao reino milenar de Cristo descrito em Apocalipse capítulo 20;
·         Juízo final: um estudo sobre o julgamento de todos os homens. O evento do juízo final terá algumas diferenças (principalmente cronológicas) dependendo da corrente de interpretação escatológica adotada;
·         Estado eterno: um aprofundamento sobre os relatos de Apocalipse 21, onde é descrito o local do estado eterno para os justos como sendo um novo céu e uma nova terra, e para os ímpios o tormento eterno no lago de fogo, que é a segunda morte.

As diferentes correntes escatológicas:
Existem basicamente quatro correntes de interpretação escatológica:
·         Pré-Milenismo Histórico: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação literal de Apocalipse 20;
·         Pré-Milenismo Dispensacionalista: também interpreta de forma literal o capítulo 20 de Apocalipse, e defende a segunda vinda de Cristo dividida em duas partes, sendo, a primeira pré-tribulacional para a Igreja, e pós-tribulacional para estabelecer o milênio;
·         Amilenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação não literal de Apocalipse 20, ou seja, o milênio não é um período literal e sim espiritual que já começou na primeira vinda Cristo;
·         Pós-Milenismo: defende a segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e também uma interpretação não literal de Apocalipse 20, porém diferente do Amilenismo que define o início do milênio na segunda vinda de Cristo, o Pós-Milenismo acredita no milênio como sendo um período de grande paz e prosperidade no mundo ocasionado pela pregação do Evangelho.

Os pontos mais discutidos nas diferentes interpretações escatológicas:
·         Segunda Vinda de Cristo/Arrebatamento: o evento em que Cristo retornará a terra. Para o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esse evento será dividido em duas etapas, iniciando com um arrebatamento secreto da Igreja. A palavra “arrebatamento” não existe originalmente na Bíblia, mas foi traduzida de um termo grego em 1 Tessalonicenses 4:17para se referir ao encontro repentino da Igreja com Cristo nos ares;
·         Tribulação/Grande Tribulação: Um período de tribulação final e intensa que afligirá o mundo. Para quem defende um arrebatamento pré-tribulacionista, a igreja não passará por esse período. Já quem defende um arrebatamento pós-tribulacionista, acredita que a igreja passará por esse período e no final será salva pela volta de Cristo;
·         Tribulação de Sete Anos: No novo testamento não existe a informação de que o período de grande tribulação durará sete anos. Quem defende essa posição utiliza as setenta semanas de Daniel (Dn 9) combinando com um esquema de leitura do livro de Apocalipse (principalmente o capítulo 13) para construir um estudo que serve como base para o argumento;
·         Anticristo: o aparecimento de uma pessoa (e/ou sistema em algumas linhas de interpretação); que exercerá um governo unificado no mundo e agirá em grande oposição a Deus;
·         Milênio: período descrito em Apocalipse 20 a qual os santos reinaram com Cristo. Nesse tempo Satanás estará amarrado, e será solto apenas no fim do período. Alguns interpretam como um período literal após a volta de Cristo, e outros interpretam como um período simbólico antes da volta de Cristo.


1.        O Sermão Escatológico de Jesus

O Sermão Escatológico de Jesus também é conhecido como O Sermão do Monte das Oliveiras, devido ao local em que foi proferido. Esse sermão pode ser encontrado nos Evangelhos de Mateus (cap. 24), Marcos (cap. 13) e Lucas (cap. 21 e algumas referências no capítulo 17).
Para muitos estudiosos o Sermão Escatológico de Jesus, principalmente o relato do Evangelho de Marcos, é como um “Pequeno Apocalipse”. A verdade é que qualquer estudo escatológico que seja coerente com as Escrituras, obrigatoriamente, precisa considerar o Sermão Escatológico de Jesus. De forma resumida vamos analisar esse importante sermão de Cristo.
2.         O Sermão Escatológico de Jesus – Diferentes Interpretações:
Reconheço que para muitos a interpretação desse sermão não é nada fácil, isso devido à variedade de eventos descritos e o período que as profecias de Jesus abrangem, algumas com dupla ou até tripla implicação dependendo do tipo de interpretação.
Basicamente existem cinco interpretações predominantes:
1.    Todo o sermão trata da destruição de Jerusalém em 70 d.C., portanto já se cumpriu totalmente;
2.    Todo o sermão trata da destruição de Jerusalém e do início da Igreja no dia de Pentecoste, portando praticamente tudo já foi cumprido restando apenas a consumação da pregação do Evangelho no mundo;
3.    A maior parte do sermão se refere à destruição de Jerusalém que já se cumpriu, porém a última parte se refere à Segunda Vinda Cristo que ainda se cumprirá;
4.    Todo o sermão trata da Segunda Vinda de Cristo e Julgamento Final, portanto nada se cumpriu;
5.    O sermão se refere à destruição de Jerusalém e ao período de tempo entre tal destruição e a Segunda Vinda de Cristo no fim dos tempos com o julgamento do mundo.
Particularmente creio que a interpretação mais coerente biblicamente seja a última interpretação apresentada acima.
3.         O Sermão Escatológico de Jesus – Organização e Explicação:
Para analisarmos o conteúdo desse sermão, vamos utilizar o texto presente no Evangelho de Marcos no capítulo 13, pois ele apresenta uma organização mais clara para o nosso entendimento. Porém, a leitura dos textos de Mateus 24 e Lucas 21 é importantíssima para um estudo mais profundo, pois, juntamente com Marcos 13, eles se complementam.
Primeiramente vamos considerar que esse sermão abrange desde a Primeira Vinda de Cristo, com Sua morte e ressurreição, até a Sua Segunda Vinda. Logo, vamos dividi-lo em três períodos que são abordados nos relatos de Jesus:
4.    Período inicial que vai desde Sua Primeira Vinda até a destruição de Jerusalém e do Templo na década de 70 d.C.;
5.    Segundo período chamado de Princípio das Dores que abrange desde a destruição de Jerusalém até o início da Grande Tribulação;
6.    Terceiro período conhecido como a Grande Tribulação que terminará na Segunda Vinda de Cristo e o julgamento do mundo.

7.         Esboço do Sermão Escatológico:
Embora em alguns versículos existam profecias que se referem a dois períodos, podemos fazer um esboço do Sermão Escatológico de Jesus em Marcos 13 da seguinte forma:
1.    Marcos 13:1-4: A destruição de Jerusalém e do Templo em 70 d.C.;
2.    Marcos 13:5-13: O Princípio das Dores;
3.    Marcos 13:14-23: A Grande Tribulação e a destruição de Jerusalém como tipificação dela;
4.    Marcos 13:24-27: A Segunda Vinda de Cristo e o Julgamento Final;
5.    Marcos 13:28-37: Exortação à vigilância.

8.         A Destruição de Jerusalém e do Templo:
Mesmo dividindo o sermão da forma apresentada acima, existem referências à destruição de Jerusalém e do Templo em outras seções, principalmente em profecias de duplo cumprimento, ou seja, Jesus também usa a destruição de Jerusalém para tipificar os momentos associados a Sua Segunda Vinda. De forma resumida podemos pontuar esse evento da seguinte forma:
·         Jerusalém seria sitiada: esse cenário era bastante improvável para qualquer habitante da época por que se tratava de um momento de grande paz com o Império Romana garantindo a tranquilidade.
·         Jerusalém seria destruída: a cidade seria queimada e sua população dizimada. Esse evento seria o juízo de Deus sobre aquela geração. Após pouco mais de três anos de cerco, o exército romano invadiu Jerusalém e à destruíram. Estima-se que mais de 600 mil judeus foram massacrados.
·         O Templo seria destruído: Herodes havia começado a reconstruir o templo por volta de 19 a.C., e nessa época ele estava em fase de acabamento, com abundancia de ouro, mármore e madeiras finas entalhadas. Era uma construção realmente imponente (vers. 1), mas Jesus afirma: “Não ficará pedra sobre pedra”. Tal como já havia acontecido em 153 a.C. com Antíoco IV Epifânio, mais uma vez o templo seria profanado e destruído. Até hoje existe em Roma o Arco de Tito, erguido pelos romanos para comemorar esse evento, onde é retratado em ilustrações o templo sendo saqueado.
·         Dispersão: os sobreviventes desse momento terrível seriam espalhados pelo mundo todo e ficariam dispersos.

9.         O Princípio das Dores:
Jesus relatou os acontecimentos que caracterizariam o Princípio das Dores:
·         Falsos profetas e falsos cristos: apareceriam muitos que iriam falar em nome de Cristo, quando não, afirmariam serem eles o Messias conseguindo enganar a muitos. A mensagem principal desses impostores será que o fim do mundo chegou. Essas pessoas começaram aparecer desde a época dos Apóstolos e perduram por toda a história do Cristianismo.
·         Guerras e desastres naturais: depois que Jesus disse que haveria guerras entre as nações, sempre, em algum lugar do mundo, houve uma guerra. Nunca mais existiu na terra um período de paz. Jesus também alertou sobre desastres naturais como terremotos, além de fome e pestes que assolariam a humanidade.
·         Pregação do Evangelho no mundo: nesse período chamado de Princípio das Dores também haveria a pregação do Evangelho por todo o mundo. Isso não significa que o Evangelho seria pregado a todas as pessoas, mas que seria anunciado a todos as nações. O termo grego usado é ethne, e pode ser traduzido como “etnias”, “nações” ou “tribos”. Essa propagação do Evangelho começou ainda com os Apóstolos e, hoje, praticamente em todas as nações, até mesmo nas mais fechadas ao cristianismo, existem missionários anunciando o Evangelho.
·         Perseguições: Jesus também disse que os cristãos seriam perseguidos, e que haveria grande ódio para com eles, sendo que muitos seriam levados à morte por causa do nome de Jesus. Essa perseguição será tão grande que os próprios familiares ficarão uns contra os outros e entregarão quem professa o nome de Cristo.
O interessante é que mesmo com todos esses sinais Jesus alertou que ainda não seria o fim. Esses sinais seriam como contrações de parto e, conforme o fim fosse se aproximando, essas contrações ficariam mais intensas. Por isso a expressão “Princípio de Dores” descreve perfeitamente esse período.
10.     A Grande Tribulação:
Apesar de Jesus também se referir ao cerco e destruição de Jerusalém, cujo qual essa parte da profecia já se cumpriu de forma primária incluindo o abominável da desolação, período de grande aflição na Judeia e o surgimento de falsos profetas e messias já naquela época, Jesus também se refere aos eventos do fim dos tempos que antecedem sua Segunda Vinda, ou seja, é a tipificação de um período futuro e, essas mesmas profecias, apontam para eventos que ainda ocorrerão como: a Grande Tribulação e o surgimento do Anticristo Escatológico com seu domínio mundial. Vejamos alguns pontos importantes:
·         Abominável da Desolação: citando o livro de Daniel, Jesus faz referência a três eventos distintos: 1) Antíoco IV Epifânio em 150 a.C.; 2) Destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos comandados pelo General Tito em 70 d.C.; 3) Surgimento do Anticristo Escatológico no período de Grande Tribulação. Nesse caso, essa profecia apresenta tripla aplicação. Todos os judeus conheciam a profecia do Profeta Daniel sobre a abominação que causa desolação, e também acreditavam que tudo já havia sido cumprido em 150 a.C. com Antíoco IV Epifânio que invadiu Jerusalém e profanou o templo sacrificando porcos no altar e colocando estátuas pagãs. Porém, falando aos seus discípulos, Jesus explica que novamente aquilo aconteceria (Jerusalém e o Templo seriam destruídos – quando isso aconteceu o paganismo romano e o culto ao imperador foi imposto aos judeus) e ainda faz uma terceira referência da mesma profecia que será cumprida no período que antecede a sua Segunda Vinda, isto é, o Abominável da Desolação do fim dos tempos é o que conhecemos como o Anticristo. Segundo o Apostolo Paulo, essa figura escatológica irá se manifestar em um período de grande Apostasia (2Ts 2:3-10). O Anticristo liderará um governo mundial durante o período de Grande Tribulação.
·         Sofrimento nunca visto: não podemos desconsiderar o tamanho sofrimento enfrentado pelos judeus em 70 d.C., que, de acordo com os detalhes desse evento, seguramente podemos dizer que foi o mais intenso que eles já haviam experimentado até aquele momento, superando inclusive os períodos de exílio. É verdade também que os judeus já experimentaram um período ainda mais terrível que a década de 70 d.C. com o Nazismo liderado por Adolf Hitler, onde um número muito maior de judeus morreram. Isso serve para nos mostrar que, embora a destruição de Jerusalém tenha sido um período muito difícil, apenas tipifica um período futuro imaginavelmente pior, no caso o período final da presente era: a Grade Tribulação. Esse período será curto, porém não sabemos ao certo quanto durará. Se for considerado o capítulo 13 de Apocalipse pode-se inferir que esse período dure 42 meses (7 anos), porém geralmente os números presentes no livro de Apocalipse são simbólicos, o que acaba tornando impossível afirmar com certeza quanto tempo durará tal período.
·         A Igreja: embora exista um entendimento de muitos cristãos de que a Igreja não passará por esse período, tal entendimento não é encontrado no Sermão Escatológico de Jesus, bem como não possuí fundamentação sólida no ensino bíblico, ou seja, em Seu sermão Jesus afirma claramente que a Igreja passará por esse período, e que será um momento muito difícil para os cristãos, onde só iram perseverar aqueles que são verdadeiramente salvos em Cristo Jesus. Para saber mais sobre a Igreja e a Grande Tribulação leia nosso texto “A Igreja Passará Pela Grande Tribulação?“.






A Igreja Passará Pela Grande Tribulação?

A Igreja Passará Pela Grande Tribulação? Essa é uma pergunta que certamente já tirou o sono de muita gente. Muitos afirmam que a Igreja não passará pela Grande Tribulação e defendem um Arrebatamento Pré-Tribulacionista, enquanto outros afirmam exatamente o contrário e defendem um Arrebatamento Pós-Tribulacionista. Há ainda quem fica em cima do muro e acredita que o Arrebatamento ocorrerá no meio da Grande Tribulação.
A Igreja passará pela Grande Tribulação ou não? Quem está certo?
Não gosto de tratar essa questão como certo ou errado, pelo simples fato de que trata-se de um evento futuro e que ainda não ocorreu. Prefiro então analisar pela coerência, ou seja, qual posição é mais coerente com as Escrituras (apenas com ela; não vale consultar livros de ficção científica).
Particularmente, creio que a posição que mais condiz com o ensino bíblico é o Pós-Tribulacionismo, ou seja, o Arrebatamento da Igreja ocorrerá após o período de Grande Tribulação.
Como acredito na inerrância da Bíblia, não posso considerar que ela se contradiz em determinados textos e, considerar o Arrebatamento como um evento que antecede a Grande Tribulação, ocasionaria uma série de contradições que precisariam de um verdadeiro “malabarismo teológico” para serem contornadas.
Para mim, o texto bíblico que descreve de forma mais simples e objetiva o período do fim é o Sermão Escatológico de Jesus em Marcos 13. O mesmo sermão também é encontrado nos Evangelhos de Mateus e de Lucas. Nele, Jesus anuncia detalhadamente os últimos dias, e deixa claro que a Sua vinda será após aquela tribulação (Mc 13:24). Em nenhum momento Ele considera a ideia de que os salvos não estarão mais na terra, antes, adverte-nos que serão dias de muito sofrimento, um sofrimento como nunca foi visto na terra (Mc 13:19), mas que, por amor aos santos, aqueles dias serão abreviados (Mc 13:20).
Quando Jesus descreve o momento da Segunda Vinda, ele não se refere a nenhum evento secreto, nem mesmo que a Igreja já estaria com Ele e também retornando à terra. Ao invés disso, Jesus descreve esse momento como um momento de grande glória, de muita alegria para os salvos, e de terror para os ímpios, onde todos verão o Filho do Homem (Mt 24:30).
Como em partes do texto Jesus também se refere a destruição de Jerusalém em 70 d.C., compreendo que algumas pessoas possuem algumas dificuldades com esse sermão.
Na Epístola de 2 Pedro capítulo 3, o Apóstolo também descreve esse momento como sendo visível, estrondoso e impossível de não ser percebido. Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo também exorta sobre as mesmas coisas e, tal como Jesus em Seu sermão, e Pedro em sua Epístola, ele faz advertências à Igreja que estará na terra nesse momento. Basicamente, se Paulo esperasse o Arrebatamento antes da Grande Tribulação, ele não teria alertado sobre o surgimento do Anticristo e sobre uma grande apostasia como eventos que precedem a volta de Cristo, afinal, para que alertar sobre tais coisas já que a Igreja não estaria mais aqui? Ele poderia ter escrito: será difícil, mas fiquem calmos, a Igreja não estará mais na terra. Há também quem defenda que Paulo nesse texto esteja se referindo aos eventos do primeiro século, ou seja, a destruição de 70 d.C.
Mesmo se analisarmos os textos mais utilizados para defender o Arrebatamento antes da Grande Tribulação, veremos que o encontro da Igreja com Cristo em glória e o juízo sobre os incrédulos, acontecerão no mesmo dia e no mesmo evento, e não após uma temporada de sete anos da Igreja no céu.
Em 1 Tessalonicenses 1:10 e 5:9 as expressões “Jesus, que nos livra da ira vindoura” e “Deus não nos destinou para a ira” se referem ao juízo divino sobre os ímpios que resultará na condenação eterna. Em outras palavras, pela justificação que há em Cristo Jesus, os salvos não entrarão em condenação (Rm 8:1). Já em 1 Tessalonicenses 4:17 Paulo está consolando as pessoas que estavam tristes com a morte dos irmãos que já haviam falecido. O objetivo nesse versículo não é traçar uma ordem cronológica, mas afirmar que tantos os salvos que já morreram, quanto os que estiverem vivos, todos estarão presentes no dia da volta de Cristo e, para sempre, viverão com Ele.
No capítulo 5 de 1 Tessalonicenses podemos perceber que no dia descrito como “O Dia do Senhor” (que é um evento público 2Pe 3:10) tanto os santos quanto os ímpios estarão na terra. Daí vem o alerta: vigiai! Paulo chama atenção (como também Jesus fez no Sermão Escatológico) para que a Igreja esteja vigilante e pronta, pois esse dia será de repentina destruição, e os ímpios serão surpreendidos como por um ladrão que vem de noite. Expressões como “abrir e fechar de olhos”, “relâmpago que sai do oriente e se mostra no ocidente” e “vir como ladrão” originalmente não trazem o sentido de “velocidade”, mas de “surpresa”, “algo repentino e inesperado” para os incrédulos e os que não são verdadeiramente salvos.
Já em Mateus 24:40, se lermos atentamente (o capítulo todo é claro), perceberemos que não se trata de nenhum Arrebatamento secreto, e, sim, do Dia do Senhor, onde a Igreja será arrebatada e os ímpios serão levados ao juízo eterno. Note que no versículo 39 em uma comparação com os dias de Noé, não foram os justos que foram levados (Noé e sua família), mas os ímpios pelas águas do Dilúvio.
Apocalipse 3:10 talvez seja o texto mais utilizado para defender o Arrebatamento antes da Grande Tribulação. A afirmação “te guardarei da hora da provação” não está se referindo ao fato da Igreja ser tirada do mundo nesse momento e, sim, de ser preservada em meio ao sofrimento que virá sobre a terra. Uma passagem correlata a essa é Gálatas 1:4 onde o Senhor Jesus “se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau”. Na oração de Jesus em João 17, o pedido para o Pai “guardar” os que são seus não significa “tira-los do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17:15). Essa mesma promessa também é encontrada em 2 Pedro 2:9.
Por último, os termos gregos parousia (vinda, presença), harpazo (capturar, raptar com força – geralmente utilizado pelos Pré-Tribulacionistas para se referir ao Arrebatamento secreto), apiphaneia (aparecimento, manifestação) e apokalupsis (revelação), são usados de forma intercambiáveis. Por exemplo: em 1 Coríntios 1:7 o termo “apokalupsis” é utilizado para descrever o Arrebatamento da Igreja. Já em 2 Tessalonicenses 1:7,8 o mesmo termo é utilizado para descrever o que seria para os Pré-Tribulacionistas a vinda de Cristo em glória e visível a todos após o período de sete anos. Logo, no original não é possível fazer qualquer distinção de eventos. Vale ressaltar também que, antes de meados de 1850, nunca na história da Igreja foi ensinado oficialmente tal distinção (embora no século IV d.C. Efraim da Síria parece ter ensinado algo parecido).
Sinceramente, eu gostaria muito que os irmãos Pré-Tribulacionistas estivessem certos, porém não consigo encontrar fundamentação bíblica sólida para defender essa posição. Posso prometer também que, se caso Cristo voltar antes da Grande Tribulação, garanto que não será eu quem irá reclamar. Também prefiro ensinar uma igreja a estar preparada para passar por um período de Grande Tribulação do que ensinar que seremos arrebatados antes dela e, de repente, nos vermos em pleno período de Grande Tribulação. Se eu ensinar que a Igreja não passará pela grande tribulação e acabar passando, sei que as pessoas me cobrarão. Se eu ensinar que ela passará e o Arrebatamento ocorrer antes, então acredito que no céu ninguém se lembrará de me cobrar sobre isso. De qualquer forma, o Pós-Tribulacionismo é a melhor interpretação em todos os cenários.
Posso concluir dizendo que considero o Pré-Tribulacionismo bastante incoerente, mas não uma heresia. Para mim, uma heresia seria uma visão que negue a volta de Cristo, e isso o Pré-Tribulacionismo não faz. Também acredito que isso não deva ser motivo de divisão entre os cristãos, pois maior é o que nos une: a esperança de que Cristo voltará! Que Deus nos guarde, e que possamos estar sempre vigilantes.


11.     A Segunda Vinda de Cristo:
Após o período de Grande Tribulação, Jesus afirma que ocorrerá a Sua Segunda Vinda (Mc 13:24). Esse momento será de grande alegria para a Igreja e de grande terror para os ímpios. Nesse período o Anticristo e seu sistema, estará exercendo exercendo um governo mundial e perseguindo violentamente a Igreja, porém Jesus afirma que por causa dos eleitos aqueles dias foram abreviados (Mc 13:20). O Apostolo Paulo descreve o fim do período de Grande Tribulação com Cristo matando o Anticristo com o sopro de Sua boca (2Ts 2:8).
Jesus também esclarece que esse momento será visível a todos, pois Ele virá com grande poder e glória, cujo mundo não resistirá sendo que o sol se escurecerá, a lua não brilhará mais, as estrelas cairão e as forças dos céus serão abaladas (Mc 13:25). Então Ele enviará os Seus anjos e reunirá todos os escolhidos. Sobre esse momento Paulo afirma que o Senhor descerá do céu com grande brado e os mortos em cristo ressuscitarão e os que estiverem vivos terão seus corpos transformados (1Ts 4:16,17). Cristo então reunirá os seus, julgará o mundo e destruirá Satanás e seus anjos em condenação eterna.
Embora muitos falsos profetas já tenham tentando marcar a data da volta de Cristo, o próprio Jesus afirma que a hora somente o Pai conhece (Mc 13:32). Quanto a nós, precisamos estar vigilantes, aguardando ansiosamente esse momento tão glorioso (Mc 13:35).
Para concluir, quero deixar as palavras do Apóstolo Pedro que esteve presente no momento do Sermão Escatológico, e escutou com seus próprios ouvidos as palavras que Jesus pronunciou. Em sua segunda Epístola, no capítulo 3, ele nos dá o seu entendimento sobre o sermão de Jesus, interpretando exatamente o que Jesus falou e testificando que Cristo voltará.
O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada.
Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa,
esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor.
Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.
(2 Pedro 3:10-13)









Métodos de Interpretação do Livro de Apocalipse

Apocalipse é com certeza um dos livros mais discutidos ao longo da história da igreja, e considerado um dos mais difíceis da Bíblia para se interpretar pela maioria dos cristãos. Isso acontece devido ao grande número de símbolos e figuras presentes no livro.
Existem então diferentes métodos de interpretação do livro de Apocalipse, e veremos nesse texto, resumidamente, cada uma dessas interpretações. Vale ressaltar que tais interpretações ou padrões de hermenêutica, não se aplicam apenas ao livro de Apocalipse, mas também à outros textos bíblicos (principalmente aos livros proféticos), porém para o nosso texto iremos considerar apenas o livro de Apocalipse.
Interpretação Preterista de Apocalipse:
O método Preterista considera o contexto histórico na interpretação do Apocalipse, ou seja, muito do simbolismo presente no livro está relacionado aos acontecimentos contemporâneos da época em que foi escrito. No Preterismo, muitas das profecias do Novo Testamento também foram cumpridas na destruição de Jerusalém em 70 d.C. e em eventos do período da igreja primitiva.
Dentro da interpretação Preterista, existe uma classificação que podemos chamar de Preterismo Moderado e Preterismo Radial (ou Hiperpeterismo). Basicamente a diferença entre moderado e o radical é a totalidade ou não do cumprimento das profecias. O Preterismo Radical, por exemplo, acredita que tudo foi cumprido em 70 d.C. na destruição de Jerusalém e depois na queda do Império Romano, enquanto o Preterismo Moderado acredita em uma segunda vinda de Cristo, ressurreição dos mortos e julgamento final. O Preterismo Radical é considerado por muitos herético, pois nega fundamentos básicos da fé cristã, como a segunda vinda de Cristo. Dentro do Apocalipse, os preteristas, pelos menos em sua maioria, identificam a besta como sendo o Império Romano, o falso profeta seriam os sacerdotes que instituía o culto ao imperador, a grande meretriz como sendo a cidade de Roma ou a própria Jerusalém apóstata.
Interpretação Historicista de Apocalipse:
No Historicismo, as profecias do livro de Apocalipse (e outras profecias bíblicas), são interpretadas como se fossem se cumprindo ao longo da história. Dessa forma, muitas profecias já se cumpriram, outras estão em pleno cumprimento, e também há aquelas que ainda se cumpriram, ou seja, seria como um esboço da história da igreja desde o século I até a Segunda Vinda de Cristo.
Até o século XIX, podemos dizer que a interpretação Historicista era a predominante dentro do protestantismo, sendo superada em números quando surgiu o Dispensacionalismo com uma interpretação completamente Futurista.
Interpretação Futurista de Apocalipse:
Na interpretação Futurista, quase tudo no livro de Apocalipse está relacionado aos acontecimentos futuros do fim dos tempos – para alguns com exceção apenas dos três primeiros capítulos. A interpretação Futurista se popularizou com o surgimento da corrente escatológica conhecida como Dispensacionalismo (ou Pré-Milenismo Dispensacionalista) e que se tornou a principal visão escatológica dentro do movimento pentecostal.
A interpretação Futurista (em sua maioria) crê que haverá um arrebatamento secreto da igreja antes de um período de sete anos de grande tribulação, a besta será um líder político que liderará um governo mundial, o falso profeta seria uma espécie de ecumenismo religioso que tomará o mundo no governo do Anticristo e ao final Cristo voltará para livrar o povo de Israel e estabelecer um reino literal de mil anos (Milênio) na terra.
Interpretação Idealista de Apocalipse:
A interpretação Idealista pode ser definida como totalmente simbólica, na medida em que interpreta toda descrição presente no livro de Apocalipse como símbolos, verdades ou ideais espirituais, ou seja, nada irá ocorrer realmente de forma literal e histórica, mas completamente de maneira espiritual.
De forma resumida, o Idealismo interpreta o Apocalipse como um símbolo da luta entre o bem e o mal, entre a igreja e o paganismo dominado pelo poder satânico. Sendo assim, verdades espirituais são ensinadas para que cristão possam aplica-las em diversas situações. Existem também alguns idealistas que interpretam a segunda vinda de Cristo e o juízo final também como algo simbólico, caindo no mesmo erro dos Hiperpreteristas, enquanto outros (a maioria), mesmo idealistas, interpretam como eventos literais que acontecerão.

1.        Leitura de Recapitulação ou de Sucessão em Apocalipse?

Já sabemos que a leitura do livro de Apocalipse não é uma tarefa considerada das mais fáceis entre os cristãos. Para ajudar na compreensão de Apocalipse, basicamente existem duas formas de organizar o seu conteúdo: Leitura de Sucessão e Leitura de Recapitulação. Veremos resumidamente do que se trata cada um desses métodos de organização.
2.         Leitura de Sucessão (Progressiva):
Como o próprio nome já exemplifica, nesse método o conteúdo de Apocalipse é organizado de forma sucessiva, ou seja, os eventos descritos no livro representam uma ordem de sucessão sequencial e, sobre tudo, referem-se a momentos distintos historicamente. Por exemplo: os Sete Selos, as Sete Trombetas e as Sete Taças são eventos distintos entre si, e que basicamente ocorrem em momentos diferentes da história.
Geralmente quem adota a Leitura Progressiva, admite que, embora os eventos se iniciem e ocorram em momentos diferentes, eles terminam de forma simultânea, ou seja, o último selo engloba as trombetas e a última trombeta as taças.
3.         Leitura de Recapitulação:
A Leitura de Recapitulação, também conhecida como Paralelismo Progressivo, divide o livro de Apocalipse em seções que recapitulam os mesmos eventos, ou seja, a mesma história é contada várias vezes, porém em cada repetição novos elementos são adicionados intensificando a narrativa. De forma mais simples, podemos dizer que João contou a mesma história de anglos diferentes.
Analisando a Bíblia de forma geral, a recapitulação é vastamente utilizada desde Gênesis até Apocalipse, logo, para uma boa Hermenêutica, identificar as ocorrências de recapitulação nos textos bíblicos é fundamental.
Considerando esse sistema, geralmente o livro de Apocalipse é dividido em sete seções (alguns preferem dividi-lo em oito seções, ou até mesmo sete começando pelo capítulo 4). Um dos maiores proponentes nos últimos anos da Leitura de Recapitulação do livro de Apocalipse foi o pastor William Hendriksen.
A divisão proposta do livro de Apocalipse em sete seções considerando desde o capítulo 1 é a seguinte:
1.    Capítulos 1 a 3 – Cartas as Sete Igrejas: Cristo no meio dos Sete Castiçais;
2.    Capítulos 4 a 7 – Os Sete Selos;
3.    Capítulos 8 a 11 – As Sete Trombetas;
4.    Capítulos 12 a 14 – O nascimento de Cristo e o Dragão perseguidor;
5.    Capítulos 15 a 16 – As Sete Taças;
6.    Capítulos 17 a 19 – A Queda da Babilônia;
7.    Capítulos 20 a 22 – O Reino dos Santos e o Juízo Final;
Um outro sistema de divisão, considera que a parte principal do livro de Apocalipse compreende o intervalo entre os capítulos 4 e 22, dividindo também em sete seções:
4.    Seção 1 – Os Setes Selos (caps. 4:1 a 8:1);
5.    Seção 2 – As Sete Trombetas (caps. 8:1 a 11:19);
6.    Seção 3 – Sete Histórias Simbólicas (caps. 12 a 14);
7.    Seção 4 – As Sete Taças (caps. 15 a 16);
8.    Seção 5 – A Queda da Babilônia (caps. 17:1 a 19:10);
9.    Seção 6 – A Batalha Final (cap. 19:11-21);
10.  Seção 7 – Julgamento Final e o Reino dos Santos;
Há também quem adote uma leitura recapitulativa de Apocalipse, porém entende que entre os capítulos 19 e 20 ocorre uma sucessão de eventos e não uma recapitulação, isto é, o capítulo 20 continua o capítulo 19.
Outra coisa interessante é que, embora os Pré-Milenistas Dispensacionalistas geralmente adotam a Leitura Progressiva, existem Amilenistas, Pós-Milenistas e Pré-Milenistas em ambos os lados. Por exemplo, existem Pré-Milenistas convictos que adotam a Leitura de Recapitulação.
Quanto a mim, reconheço que ambos os sistemas de leitura não solucionam todas as dificuldades de interpretação do livro de Apocalipse, porém creio que a Leitura de Recapitulação é a que possui menos problemas e propõe uma Hermenêutica mais adequada de Apocalipse.




OS SINAIS ANTECEDENTES

No meio cristão existem muitas divergências doutrinárias, principalmente quando se trata de assuntos escatológicos, como é o caso de como se dará a volta de Jesus. Existem alguns grupos que ensinam que Jesus já veio, outros, que Ele não virá, outros que Ele virá ainda uma vez, e por fim, existem aqueles que dizem que Ele ainda virá mais duas vezes.
Pretendo, nesta série de postagens, demonstrar, de maneira simples, com base na Bíblia Sagrada, que Jesus virá somente mais uma vez.
 E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? Mt 24:3
Respondendo à interrogação dos discípulos, Jesus menciona os sinais que antecederiam à sua volta; quais sejam:

1 – ENGANAÇÃO SEM PRECEDENTES
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;” Mt 24:4
2 – FALSOS CRISTOS
“Por que muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.” Mt 24:5
3 – GUERRAS E RUMORES DE GUERRAS
“E ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras;” mt 24:6
4 – FOMES
“E, haverá fomes...” mt 24:7
5 – PESTES
E, haverá pestes...” mt 24:7
6 – TERREMOTOS EM VÁRIOS LUGARES
E, haverá terremotos em vários lugares.” Mt 24: 7
7 – FIM DO PRINCÍPIO DAS DORES E O INÍCIO DAS DORES
Mas todas estas coisas são o princípio de dores.” Mt 24: 8
8 – DORES (NOVA ORDEM MUNDIAL, GRANDE TRIBULAÇÃO E O ANTICRISTO
Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.” Mt 24: 9
“Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver.” Mt 24:21
9 – APOSTASIA
Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.” Mt 24:1012
10 – PREGAÇÃO DO EVANGELHO EM TODO O MUNDO
E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” Mt 24:14
11 – SINAIS NO SOL, NA LUA E NAS ESTRELAS
E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” Mt 24;29
12- GRANDES TSUNAMIS
"E na terra angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas." Lc 21;25
13 - A HUMANIDADE ATERRORIZADA
"Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo. Porquanto as virtudes do céu serão abaladas." Lc 21;26
CONCLUSÃO: Estamos na reta final do cumprimento destes sinais. Creio que só está faltando acontecer a grande tribulação (em que milhões de cristãos serão perseguidos e mortos), além dos sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na próxima postagem, falarei sobre como se dará a volta de Jesus.

JESUS APARECE NO CÉU

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” Mt 24:30
“Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mt 24:27
“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.” Ap 1:7
“E estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhe disseram: Varões galileus, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.” At 1:10-11
COMENTÁRIO: Assim, após os céus e a terra começarem a entrar em colapso, Jesus aparece no céu de forma visível, para arrebatar os seus escolhidos, sendo que todas as pessoas o verão, inclusive aqueles que não serão salvos. Para estes, os perdidos, só restará o lamento e o suplício eterno.

O ARREBATAMENTO


“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de um à outra extremidade dos céus.” Mt 24:30-31
“Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho será levada uma, e deixada outra.” Mt 24:4-41
“Mas á meia-noite ouviu-se um clamor; aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.” Mt 25:6
“Eis aqui vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” I Cor 15:51-52
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” I Tess 4:16-17
“Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.” Ap 10:7
“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” Ap 11:15
“E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para serem julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos que santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.” Ap 11:18
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será destruído.” Dn 7:13-14
PALAVRAS-CHAVE: trombeta, clamor (brado, alarido), segredo (mistério)
CONCLUSÃO: Bem, com base nas palavras-chave acima mencionadas, concluímos que as passagens expostas tratam do mesmo evento. Assim, após o Senhor Jesus aparecer no céu, rodeado de miríades de santos anjos, ele enviará os seus anjos aos quatro cantos da terra, que arrebatarão os seus escolhidos. Neste momento, os mortos ressuscitarão primeiro, e os vivos serão transformados, e juntos subirão ao encontro do Senhor.

O JULGAMENTO FINAL


“E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas.” Mt 25:31-32
“E porá as ovelhas á sua direita, mas os bodes à esquerda.” Mt 25:33
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde benditos do meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;” mt 25:34
“Então dirá também aos que estiverem aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; mt 25:42
“E irão estes para o tormento eterno...” mt 25: 46
“Mas os justos para a vida eterna.” Mt 25;46
COMENTÁRIO: Após Jesus aparecer no céu, Ele arrebata os seus escolhidos, ressuscita os mortos, e transforma a ambos, dando a eles um corpo glorioso. Posteriormente, senta-se em seu trono, dando início assim ao julgamento final. Destinará os justos á vida eterna e os ímpios à morte eterna


















Esperando a Volta de Jesus - Lição 3

 “E o mesmo Deus de paz avos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).


Como não sabemos o dia da volta de Jesus para arrebatar a sua Igreja, é indispensável estarmos preparados para aquele grande acontecimento, como se ele viesse a ocorrer hoje, agora. Infelizmente, na prática, há muitos cristãos que não estão preparados para subir com a Igreja, na volta do Senhor. Assim como as “virgens loucas”, de Mateus 25, estão descuidados, não têm reserva espiritual, negligenciam o seu testemunho e alguns escandalizam o nome do evangelho. No entanto, a volta de Jesus será repentina, como a vinda de um ladrão para assaltar uma residência. Não há hora marcada, não há dia conhecido. A surpresa é o fator preponderante. Por isso, a santificação é requisito fundamental para o encontro com o Senhor nos ares, em sua volta (1 Ts 5.23).

Jesus usou outras metáforas para demonstrar a surpresa de sua volta. Aludiu aos dias de Noé, quando os homens de sua época não estavam nem um pouco interessados em saber o que aconteceria, anos depois, quando o patriarca lhes alertava para a catástrofe hídrica que destruiria a humanidade de então. Alertou que sua vinda seria como nos dias de Ló, acrescentando apenas alguns poucos detalhes que diferenciavam uns dos outros. Nos dias de Noé: “Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mt 24.38). “Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam” (Lc 17.28). Eles pensavam em tudo, menos em santidade. Só olhavam para as coisas da terra, e se esqueciam de olhar para cima (Cl 3.2).

Qual a diferença entre os dias de Noé e os dias de Ló? Nos primeiros, havia vida social normal, incluindo o casamento entre as pessoas; havia agricultura, pois “comiam, bebiam”. Nos dias de Ló, as atividades eram semelhantes, mas não se fala em casamento. Coincide com o relato de Gênesis 19. Em Gênesis 19.4,5, ficou registrado que os homens de So- doma eram praticantes da homossexualidade. Queriam “conhecer”, ou ter relações com os visitantes que foram tirar Ló, imaginando que seriam apenas homens comuns. Diante da maldade excessiva daquelas cidades, Deus tirou Ló de lá, repentinamente, sem que os habitantes soubessem, e mandou um fogo dos céus que destruiu a todos. A pecaminosidade e a corrupção alcançaram níveis além do suportável pelo Deus sumamente santo.

Assim, uma característica comum ao que aconteceu com os povos antediluvianos e os de Sodoma e Gomorra foi a surpresa com que foram alcançados pelas respectivas tragédias. Jesus alertou que, na sua volta para buscar a Igreja, também as pessoas, no mundo, serão tomadas de surpresa. Jesus virá num dia e numa hora que ninguém sabe (Mt 24.36). Dessa forma, é indispensável que os cristãos estejam preparados, sabendo como esperar a volta do Senhor Jesus. E estar preparado é estar em santidade e em santificação, que é o processo contínuo da separação do mal.

I - Atitudes Corretas ante a Volta do Senhor
A primeira fase da volta de Jesus para buscar a sua Igreja, integrada pelos crentes fiéis e santos, será tão repentina que não haverá tempo para ninguém preparar-se de última hora. Os meios de comunicação antigos e os mais modernos não terão oportunidade para anunciar a iminência da volta de Cristo. Essa premência e surpresa do arrebatamento dos salvos já foi anunciada há muitos séculos, e estão bem claras nas Escrituras. Diante dessa realidade profética e real, o cristão verdadeiro, que tem consciência do que é ser salvo para ir para o céu, onde Cristo está (Jo 14.3), deve viver num estilo de vida e conduta de quem está esperando seu Senhor a qualquer momento.

1. Esperar com Vigilância
Quem espera a volta de Jesus a qualquer momento precisa estar vigilante, tanto ao que acontece ao seu redor, como dentro de si próprio.
Os sinais exteriores da volta iminente de Jesus já foram resumidos no capítulo anterior, e estão se cumprindo na História de maneira infalível, pois as palavras de Jesus não passarão (Mt 24.35). Porém, o crente em Jesus deve vigiar o que se passa no “ambiente” interior de seu ser, do seu coração. Os acontecimentos proféticos hão de cumprir-se independentemente da vontade dos homens sem Deus ou mesmo dos crentes fiéis. Mas o que acontece no interior de cada pessoa depende de si, de suas atitudes mentais, de seus sentimentos e emoções, ou “do coração”. O Dicionário Houaiss diz que vigilância é “1. Ato ou efeito de vigiar(-se);
2. Estado de quem vigia; 3. Precaução; 4. Cuidado, atenção desvelada” (grifo nosso). A partícula se indica a vigilância de si mesmo.
A maioria absoluta dos crentes que ficarão para trás na volta de Jesus deixará de ir para os céus por causa de suas atitudes erradas, de sua conduta em desacordo com a vontade Deus, expressa em sua Palavra. Jesus alertou quanto a isso e exortou os discípulos a serem vigilantes: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42). Ele também ensinou sobre a natureza tendente ao pecado que está dentro de cada um: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19; Mc 7.21). Todos esses pecados começam no interior do homem. Satanás conhece bem essa realidade, desde que tentou o homem no Éden e viu que o ser criado era suscetível de deixar de ouvir a voz de Deus e ouvir a tentação.
Para não cair em tentação, e ficar para trás na volta de Jesus, só existe uma receita, dada por Jesus (Mt 26.41). Somente com oração, muitas vezes reforçada pela prática do jejum, é que podemos vencer as concupiscências da carne. É evidente que a maioria dos crentes, hoje, não gosta de orar. As jovens consideradas loucas em Mateus 25 ficaram de fora da festa nupcial porque não vigiaram, deixando faltar o azeite em suas vasilhas. Nos dias presentes, há muitos evangélicos negligentes. Mas Jesus mandou vigiar constantemente, pois não sabemos a hora em que Ele há de vir. “Sabei, porém, isto: se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa” (Lc 12.39).

2. Viver na Unção do Espírito Santo
Na parábola das Dez Virgens (Mt 25), vemos a necessidade do azeite, que simboliza a presença do Espírito Santo, para esperar “o Noivo”. Somente as “virgens prudentes”, que tinham azeite em suas vasilhas, e também reservas por precaução, puderam entrar com o noivo para as bodas. As “insensatas” ou imprudentes “ainda” foram comprar azeite, e se atrasaram para as bodas: “E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mt 25.10 - grifo nosso). A parábola retrata um casamento oriental, em que, durante uma semana, havia as bodas. As dez virgens representam os crentes em geral. As prudentes representam os crentes que estão esperando a volta de Jesus, na comunhão do Espírito Santo, sentindo a sua presença, tipificada pelo azeite. As virgens “loucas” não são débeis mentais, mas crentes que, ao longo dos anos, se descuidam, e deixam de buscar a presença de Deus e de seu Espírito. Notemos que a diferença fundamental entre as prudentes e as loucas era o que elas tinham quanto à provisão do azeite. Nas igrejas em geral, há um esfriamento quanto à busca do batismo com o Espírito Santo, que corresponde à “reserva” indispensável para esperar com segurança a volta de Jesus.
Quando o crente aceita a Cristo, já tem o Espírito Santo habitando com ele, “habita convosco”, mas Jesus prometeu: “estará em vós” (Jo 14.17). Os discípulos já eram salvos, mas ainda precisavam ser “revestidos de poder” (Lc 24.49). E esse revestimento especial, distinto da salvação, começou a acontecer e a estar à disposição dos salvos, quando da descida do Espírito Santo, como Jesus prometeu (At 1.8; 2.1-13). Sem a presença do Espírito Santo, no crente, e na sua vida, é impossível esperar a vinda de Jesus de forma correta. Precisamos ser cheios do Espírito (Ef 5.18; At 13.52); andar em Espírito (Rm 8.1; G15.19); ser guiados pelo Espírito (Rm 8.14); ser templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Sem a unção do Espírito Santo, nos dias presentes, é impossível viver a Palavra de Deus, obedecer ao Senhor e estar pronto para o arrebatamento.

3. Viver com Santidade
Santidade é uma palavra esquecida por muitos pastores. Para agradar a todos, numa atitude demagógica, muitos deixam de ministrar a doutrina da santificação, principalmente para a juventude. Há igrejas que inventaram as “boates-templo” para atrair jovens para um ambiente parecido com os locais de reunião de jovens para namorar, beber, marcar encontros, etc., mesmo que em tais “boates evangélicas” não haja bebidas alcoólicas. Há igrejas que usam estruturas de luta-livre, de artes marciais e até de “rodeios”, com animais dentro dos templos, para atrair os jovens! No tempo de Jesus e no de Paulo já havia os Jogos Olímpicos, com diversas modalidades, mas nem Cristo nem Paulo, nem de longe, sugeriram tais aberrações para atrair pessoas para o evangelho.
O evangelho do entretenimento tem suplantado o evangelho do sofrimento por Cristo. Mas sem santificação “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Ser santo é ser separado, consagrado para Deus. O apóstolo Pedro nos exorta a sermos obedientes e santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.13-15). Santidade pressupõe irrepreensibilidade. Paulo exortou: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Quando falamos de santificação não queremos passar a ideia do legalismo e do fanatismo de algumas denominações, de forma alguma. Para ser santo, um servo ou uma serva de Deus não precisa tornar-se um eremita ou um monge medieval, que se isolavam das cidades, para “não se contaminar com o mundo”.
Santificação é uma necessidade imperiosa de separação de tudo o que a Bíblia condena e não do que certos líderes elegem como pecado, sem qualquer fundamento bíblico. Houve tempo em que, se um homem não usasse chapéu, não seria santo; se uma mulher não usasse um vestido longo, com decote no pescoço e mangas compridas até aos punhos, mesmo num clima tropical, não seria santa; também não seria santa uma jovem que, mesmo tendo cabelos longos, aparasse as pontas; se usasse um diadema estaria condenada ao inferno. Isso não é santidade. Isso é fanatismo, intolerância e sectarismo, sem qualquer base na Palavra de Deus. O mais terrível e detestável dessa visão de santidade é que tais coisas são consideradas pecados, enquanto outras, claramente condenadas pela Bíblia, não são consideradas, como mentira, calúnia, difamação (crimes contra a honra), calotes, desvio de dinheiro dos cofres de igrejas, falta de amor, aborrecimento ou ódio a quem não pensa da mesma forma, e tantos outros comportamentos execráveis. Isso é farisaísmo, e não santidade.
Não defendemos o desrespeito aos bons usos e aos bons costumes, que têm fundamento bíblico, mas rejeitamos o legalismo e o autoritarismo que já empurraram muitos para o inferno. Como ficam diante de Deus aqueles que contribuíram para a matança espiritual sem motivo ou fundamento na lei de Deus? A eles faltava o requisito a seguir comentado.

4. Esperando com Amor
Os crentes que subirão ao encontro do Senhor serão seus discípulos fiéis e verdadeiros. Já vimos que a “marca registrada” do cristão não é o nome da denominação, nem o nome de família, nem o cargo que ocupa na igreja local, mas o amor de Deus no coração e na prática diária. Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35 - grifo nosso). Esta é uma verdade neotestamentária, pouco anotada por grande parte dos evangélicos, inclusive por pastores de grandes igrejas.
Os verdadeiros cristãos, que esperam a volta de Jesus, não são identificados pelo nome ou razão social da denominação, do ministério ou da igreja. O Senhor Jesus, num de seus discursos, em presença dos seus discípulos lhes apresentou “um novo mandamento”, por assim dizer, o “décimo primeiro mandamento”, que eles não tinham em mente. Conheciam bem os Dez Mandamentos da Lei de Moisés, que também era a Lei de Deus. Ele ressaltou o valor desse “novo mandamento”, que o dever de os seus servos amarem uns aos outros, da mesma forma como Ele nos amou. Essa é a identidade do verdadeiro cristão, preparado para subir no arrebatamento - ter amor pelos seus irmãos em Cristo. E característica ou a marca distintiva do verdadeiros discípulos de Jesus ter amor pelos irmãos.

Nesse quesito, ou requisito, como estão os crentes no século XXI? Tomemos o exemplo de nosso Brasil. O evangelho tem um crescimento numérico extraordinário. São milhares de igrejas e milhões de crentes, numa dimensão que, segundo estatísticas com projeções do IBGE, em 2014, os evangélicos seriam 25% da população (em torno de 52 milhões de pessoas). No entanto, são evidentes as divergências, as competições e as discordâncias entre igrejas históricas e as chamadas neopentecostais. Não só em termos doutrinários, mas, também em termos comportamentais. Há líderes de grandes igrejas, que, em programas de televisão, abertamente criticam outras igrejas e outros pastores. Isso é falta de ética, e também falta de amor. Atitudes que em nada glorificam a Deus (cf. 1 Co 10.31). Mais triste é ver obreiros que não conseguem sequer saudarem-se com a paz do Senhor. Como estarão esses na vinda de Jesus?
Se pudéssemos perguntar ao apóstolo João como estarão os crentes que não têm amor a seus irmãos, o que ele nos responderia? Vejamos: “Aquele que diz que está na luz e aborrece a seu irmão até agora está em trevas” (1 Jo 2.9). Isto é, quem aborrece a seu irmão, mesmo que esteja numa igreja há muitos anos, nasceu nela, é obreiro, prega bem, canta bem, etc., simplesmente “está em trevas”, ou seja, não é salvo. Acreditamos que, ampliando sua resposta sobre os que não vivem em amor e aborrecem seus irmãos, João nos acrescentaria: “E tem mais, é muito perigoso não amar o irmão por que ‘aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos’” (1 Jo 2.11).

Se insistíssemos, dizendo: “Apóstolo João, esse não seria apenas um ‘pecado que não é para a morte’, e podemos orar por eles, como o senhor diz em 1 João 5.16?”, o apóstolo, certamente, ficaria mais sério, e responderia: “Meu filho, há muita gente, inclusive pastores, que consideram os maiores pecados a falta de obediência aos usos e costumes, mas muitos desses nem sequer serão reconhecidos na vinda de Jesus. Sabe por quê? Anote: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão permanece na morte. Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1 Jo 3. 14,15 - grifo nosso).

II - Atitudes Errôneas Diante da Vinda de Jesus - no Arrebatamento
1. Ignorando a Vinda de Jesus
Em Mateus 24.48, o mau servo diz: “O meu senhor tarde virá”, e passa a viver de modo negligente e desatento, completamente alheio à volta de Cristo. A este, diz o Senhor: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”
 (Mt 24.50). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade da vinda de Jesus, há muitos evangélicos brincando de ser crentes. Há obreiros que não mais falam na vinda de Jesus. É negligência espiritual. Quanto aos ímpios, é natural que não levem em conta as advertências da Palavra de Deus quanto à proximidade e surpresa da volta de Jesus. Mas os cristãos não devem descuidar-se dessa realidade espiritual tão significativa.

2. Escarnecendo das Profecias
O apóstolo Pedro escreveu: “sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pe 3.3,4). O apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a matemática de Deus quanto à contagem dos tempos, dizendo: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8). Pedro envia essa mensagem a pessoas crentes, que estão nas igrejas. Como visto, no capítulo 1, há diversas interpretações quanto ao arrebatamento da Igreja. Há, inclusive, teólogos que dizem que Jesus jamais virá nas nuvens para buscar a sua Igreja (1 Ts 4.17), que isso é apenas uma utopia motivadora para os crentes se comportarem de modo santo. É melhor estar preparado, e conferir os sinais proféticos de acordo com a santa Palavra de Deus.

3. Traição e Aborrecimento
E um dos sinais da vinda do Senhor Jesus. Esse comportamento pode levar muitos à condenação eterna. Jesus profetizou: “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão” (Mt 24.10). Qual a causa dessa traição entre os que se dizem cristãos, no tempo da volta de Jesus? Ele responde: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará” (Mt 24.12). Não há necessidade de nenhuma pesquisa para constatar, pelas evidências diárias, na mídia e no comportamento humano, que a iniquidade está generalizada, no mundo todo, e com muita incidência em nosso país.
Esse aumento da iniquidade acaba influenciando o comportamento dos crentes negligentes quanto à volta do Senhor. E muitos nem percebem que estão aborrecendo seus irmãos, seja pelo legalismo exacerbado, seja pela inveja, pela calúnia, seja pela maldade e carnalidade. O apóstolo João anotou que quem aborrece a seu irmão não pode entrar no Reino de Deus: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1 Jo 3.15). Naturalmente, diante de Deus, quem aborrece a seu irmão é um homicida espiritual, passível da penalidade com a perdição, tanto quanto o homicida que tira a vida física de alguém.

III - Os Dois Tipos de Servos
Na vinda de Jesus, haverá dois tipos de servos. Os fiéis e os infiéis. Os que fazem a vontade de Deus e os que estão fora de sua vontade. Os que estão no seu lugar e os que estão fora do lugar. Os que estão vigiando e os que estão descuidados, como na parábola das Dez Virgens.
E Jesus proferiu outra parábola, enfatizando esses dois tipos de crentes. A parábola dos dois servos.

1. O Servo Fiel
“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens” (Mt 24.4547). Essa parte da parábola, no meio do Sermão Profético de Jesus, dá a entender que Ele se referia a servos que têm liderança, ou seja, obreiros, pastores, dirigentes de congregação ou de trabalhos, nas igrejas locais, que, no seu conjunto, se forem verdadeiras, formam o todo maior que constitui a Igreja do Senhor. E que deverão prestar contas, de modo “que o Senhor, quando vier, achar servindo assim”. “Primeiro, porque eles são constituídos “sobre a sua casa”. Estar “sobre a casa” é ser líder, mordomo, ou administrador dos bens de seu Senhor. Hoje, a “casa de Deus”, ou “casa de Jesus”, pode ser identificada como uma igreja cristã, que reúne servos ou discípulos de Jesus num determinado lugar. Numa visão mais ampla, ser “servo fiel e prudente” pode-se aplicar a cada crente individualmente, homem ou mulher, que espera a volta do Senhor.

Esse “servo fiel e prudente” são os líderes ou pastores, que atuam na obra do Senhor com fidelidade e amor. Em segundo lugar, o texto diz que esse servo, elogiado pelo seu Senhor, é constituído “para dar o sustento a seu tempo” sobre a sua casa, ou seja, aos que vivem e trabalham na “casa do Senhor”. Os pastores das igrejas, sejam quais forem elas, pequenas, médias ou grandes, devem ser realmente apascentado- res do rebanho de Jesus. As ovelhas não lhes pertencem. Todo pastor cristão pastoreia ovelhas que não lhes pertencem. E um dia haverão de prestar contas de como as trataram como ovelhas do Senhor. Nesse aspecto, é o apóstolo Pedro quem melhor traduz como deve ser o comportamento dos pastores, como servos fiéis e prudentes: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória. (1 Pe 5.1-4)
Essas são as qualidades que devem identificar um “servo fiel e prudente” constituído para cuidar da casa do Senhor. Dando o alimento ao “rebanho de Deus”, agindo, nesse cuidado, sem autoritarismo; trabalhando sem “torpe ganância”, como tantos têm aparecido, em noticiários na mídia, apropriando-se de dinheiros das ofertas e dízimos das igrejas. A cobiça e a ganância têm tornado muitos obreiros em ladrões e corruptos no meio evangélico, causando escândalos ao bom nome do evangelho (Mt 18.7). Ao servo “fiel e prudente”, que lidera a obra do Senhor, está reservado um galardão especial, não concedido a nenhum outro tipo de servo: “a incorruptível coroa de glória”!

2. O Mau Servo
“Porém, se aquele mau servo disser consigo: O meu senhor tarde virá, e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os bêbados, virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 25.48-51). Nesse ponto, na parábola dos dois servos, parece que Jesus quis mesmo exagerar nas qualidades negativas do mau servo. Se, no caso do “servo fiel e prudente”, pudemos relacionar Com os obreiros fiéis, sobre as igrejas cristãs, nesse caso do “mau servo” não é fácil fazer a correlação dessas péssimas qualidades com os líderes da obra do Senhor. Admitimos que há maus servos, ou maus obreiros, à frente de igrejas, como dirigentes, bispos, presbíteros ou pastores. Mas entendemos que são exceções.
Certamente, tais qualidades não recomendáveis para um servo ou serva de Deus aplicam-se bem a todos os crentes, que estão esperando a volta de Jesus. A exemplo das “virgens loucas”, de Mateus 25, o “mau servo” racionaliza, em função do tempo de crente, ou da história da igreja, ao longo dos séculos, e diz: “O meu senhor tarde virá”. Tal raciocínio leva o crente a se descuidar, e negligenciar sua fé e sua conduta. O que é muito perigoso. Facilmente, esse tipo de pensamento leva o crente a cair em tentação, visto que, descuidado, se esquece de orar e de vigiar como Jesus exortou em Mateus 26.41.

Há muitos que começam a carreira cristã, mas não a terminam. Em Mateus 24.45, o Senhor destaca a qualidade de fidelidade e prudência do servo que estará esperando a sua vinda. Essas características devem fazer parte da vida dos que entendem que estamos vivendo a geração da última hora, da geração que verá e fará parte do arrebata- mento da Igreja. “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?”.



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