Lições
Bíblicas CPAD – Adultos
1º Trimestre de 2016
Título: O final de todas as coisas — Esperança e glória para os salvos
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 3: Esperando a volta de Jesus
TEXTO ÁUREO
“E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts
5.23).
[Comentário: A correção plena de todas as imperfeições humanas
não só é possível como certa, Deus é fiel e a completará (v 24). Deve-se
considerar o elemento tempo. A perfeição final incluirá um corpo glorificado e
será alcançada na segunda vinda de Jesus Cristo (Fp 1.6). A Bíblia de Estudo
Plenitude (SBB) traz a seguinte nota a este versículo: “A oração final de Paulo
é de que seus convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que
todo o seu ser – corpo, alma e espírito – possa ser apresentado à vontade de
Deus. O poder para esse acontecimento deve vir do Deus de paz.
‘Paz’ significa prosperidade espiritual no sentido mais amplo.” Bíblia de
Estudo Plenitude-SBB, pág. 1255. Note o leitor que o agente da santificação é
Deus mesmo - E o mesmo Deus de paz vossantifique em tudo. O Dicionário Strong assim define o termo santidade:
“hagiosune; Strong 42: O processo, qualidade e condição de uma
disposição sagrada e a qualidade da santidade na conduta pessoal. É o princípio
que separa o crente do mundo. Hagiosune nos consagra ao
ministério de Deus no corpo e na alma, encontrando realização em dedicação
moral a uma vida comprometida à pureza. Ela faz com que cada componente
de nosso caráter seja submetido à inspeção divina e receba sua aprovação”.]
VERDADE PRÁTICA
Com relação à volta de Jesus, só há dois tipos de crentes: os que serão
arrebatados e os que ficarão.
LEITURA DIÁRIA
Jo 14.3 - Jesus prometeu voltar para buscar todos aqueles que são seus
Mt 24.43,44 - A volta de Jesus será uma surpresa para muitos
1Pe 3.15 - Saber testemunhar a respeito da nossa esperança
Jo 13.34,35 - Amor ao próximo é o que identifica os discípulos de Jesus
2Pe 3.3,4 - A falta de esperança na vinda do Senhor gera incredulidade
Mt 24.12 - O esfriamento do amor é um dos sinais da segunda vinda de Jesus
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Mateus 24.42-46.
42 — Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso
Senhor.
43 — Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília
da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a
sua casa.
44 — Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem
há de vir à hora em que não penseis.
45 — Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu
sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?
46 — Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar
servindo assim.
HINOS SUGERIDOS
157, 206 e 623 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender que a volta de Jesus é
iminente.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os
seus respectivos subtópicos.
·
I. Mostrar que precisamos aguardar a volta
do Senhor com fé e perseverança;
·
II. Explicar algumas atitudes errôneas
diante da vinda de Jesus;
·
III. Compreender as atitudes do servo fi el ante
a volta do Senhor.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Você crê na vinda iminente de Jesus? Então, não terá dificuldades em
ensinar a lição de hoje. Infelizmente, muitos crentes já não creem mais na
segunda vinda de Jesus. Porém, a certeza da vinda de Cristo é a nossa real
esperança. Ele virá e nos levará para o céu. Você almeja o céu?
Definitivamente, este mundo tenebroso não é para nós. No céu não haverá mais
dor, perda, sofrimento, morte, etc. As intempéries da vida vão ficar para trás.
É importante ressaltar, no decorrer da lição, que temos de esperar o
Salvador em santidade. Enquanto ainda estivermos neste mundo temos de ter uma
vida irrepreensível, corpo, alma e espírito. Também não podemos deixar de
produzir frutos, trabalhando na seara do Mestre. Ainda temos muito trabalho a
fazer. Existem muitos povos, tribos e nações que não conhecem nada ou quase
nada a respeito da Palavra de Deus. Como estes ouvirão e poderão aguardar a
vinda de Jesus com alegria se não há quem pregue?
INTRODUÇÃO
Ninguém sabe o dia e a hora em que
Jesus voltará. A Palavra de Deus não nos revela quando se dará esse grandioso
acontecimento. Logo, é indispensável estarmos preparados para aquele dia que
tanto ansiamos. Precisamos viver em santidade, pois Jesus poderá voltar nesse
minuto em que você está lendo esta lição. Você está preparado?
Infelizmente, há muitos cristãos que
não estão preparados para subir ao encontro do Salvador. Estes estão
descuidados, adormecidos, assim como as “virgens loucas” da parábola de Mateus
25. Muitos estão sem o azeite, que representa o Espírito Santo. Outros
negligenciam o testemunho cristão e acabam por escandalizar o Evangelho. No
entanto, a volta de Jesus será repentina. A surpresa é o fator preponderante.
Por isso, a santificação é o requisito fundamental para o encontro com o Senhor
nos ares, em sua volta (1Ts 5.23).
PONTO CENTRAL
Esperando
a volta de Jesus de modo irrepreensível..
[Comentário: Nosso tempo é marcado por muitas pessoas - dentro e
fora da Igreja – que não conseguem discernir a urgência destes dias,
conseguindo apenas olhar, enquanto que a necessidade é de ver aquilo que de
fato está acontecendo, percebe-se o distanciamento do culto, da oração e da
própria pregação do significado urgente do arrebatamento da Igreja, em um
momento onde as pedras começam a clamar, os sinais começam a se avolumar, e o
cenário apocalíptico começa a se formar; os sinais se intensificam. Na verdade,
não existe vida cristã sem santidade! Então, quando se afirma que há dois tipos
de crente, na verdade esta afirmativa é um sofisma, já que o que caracteriza um
crente genuíno é a santidade - ela faz com que cada componente de nosso caráter
seja submetido à inspeção divina e receba sua aprovação – se não há aprovação
divina, não é um crente genuíno – e este não subirá ante o ressoar da última trombeta!
Pelo texto áureo sabemos que a santificação tem como agente o próprio Deus.
Nesta introdução, há uma afirmativa do comentarista que me chamou a atenção: “Muitos estão sem o
azeite, que representa o Espírito Santo”.
Fica claro que este não é crente, não nasceu de novo, não se tornou morada,
templo do Espírito Santo. Agora resta uma pergunta:Quem será arrebatado? A
bíblica é enfática ao afirmar que a Igreja toda, não apenas os que
estiverem vivos, mas também os que já dormem (1Co 15.52; 1Ts 4.16). Em nenhum
lugar a Bíblia ensina que um verdadeiro filho de Deus poderá ser deixado para
trás. O Espírito Santo nos diz, através de Paulo: “todos seremos
transformados.” (1Co 15.51). Você crê nisto? Não podemos pensar que o
Senhor Jesus viria buscar uma Noiva incompleta, imperfeita — todos os salvos
fazem parte da Igreja do Senhor, da Sua Noiva, e todos serão levados. É claro
que “nem todo o que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no reino dos céus” (Mt
7.21); há muitos que dizem ser cristãos, mas não o são. Todo verdadeiro filho
de Deus, porém, que já é nascido de novo, será arrebatado; ninguém será
deixado, embora alguns irão ter que se envergonhar naquele dia (1Jo 2.28).] Let's
think maturely Christian faith?
PONTO CENTRAL
Esperando a volta de Jesus de modo irrepreensível.
I. AGUARDANDO A VOLTA DO SENHOR
1. Com fé e vigilância. Jesus exortou os discípulos a serem
vigilantes. Ele afirmou: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir
o vosso Senhor” (Mt 24.42). Por não sabermos a data da segunda Vinda de Jesus,
temos de ter uma conduta ilibada em nosso dia a dia. Temos que aguardar a volta
de Cristo em santidade e com o coração repleto de fé. Precisamos também desejar
a volta de Cristo, como os crentes de Tessalônica. Eles ficaram tão convictos e
anelantes ante a mensagem que os missionários lhes pregaram concernente à
segunda Vinda de Cristo, que entendiam que a mesma ocorreria naqueles dias
enquanto estavam vivos (1Ts 4.15,17).
[Comentário:O Senhor Jesus Cristo, depois da Sua morte e
ressurreição, “assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb 1.3), e hoje
intercede por nós. Mas como é maravilhoso lembrarmos do fato de que “esse Jesus
que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir como para o céu o vistes ir”
(At 1.11). Ele foi para junto do Pai, mas prometeu que voltaria para nos buscar
(Jo 14.3). Não há como negarmos esta verdade. Além do testemunho dos anjos (At
1.10,11) e dos apóstolos (1Co 15.51-52; 1Ts 4.13-18), o nosso Salvador mesmo
prometeu que voltaria (Jo 14.3). Ele próprio disse: “Certamente cedo venho” (Ap
22.20). Verifique o leitor que, o que nos leva a ter uma conduta ilibada em
nosso dia a dia não é o fato de não sabermos o dia em que o nosso Senhor virá,
mas sim o fato de sermos chamados à santidade – “Portanto, cingindo os lombos
do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos
ofereceu na revelação de Jesus Cristo; Como filhos obedientes, não vos
conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas,
como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”.
(1Pe 1,13-16]
2. Cheio do Espírito Santo. Jesus ensinou a Parábola das Dez Virgens (Mt
25) para mostrar o que significa estar pronto para o seu retorno. Com esta
parábola também aprendemos que cada um de nós é responsável, diante de Deus,
por sua condição espiritual. As virgens prudentes representam os crentes fiéis,
que esperam a vinda de Jesus em santidade e cheios do Espírito Santo. As
prudentes tinham azeite em suas vasilhas. Este azeite representa a presença do
Espírito Santo. As virgens “loucas” ou imprudentes tinham azeite, mas era
pouco, suas lâmpadas logo se apagariam (Mt 25.8). As loucas representam os
crentes descuidados quanto à vinda de Jesus (o Noivo) e que permitem que a
chama do Espírito se extinga: “E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e
as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta”
(Mt 25.10). Sem a presença do Espírito Santo é impossível o crente esperar a
vinda de Jesus de forma santa.
[Comentário: A demora da volta de Cristo distingue o sábio do
tolo. Estar pronto significa estar preparado para uma longa espera; o zelo de
pouca duração é inadequado. Note o leitor que, o termo vigiai, denota um estado
ativo, e não espera passiva, como denota os versículos 45 a 51. Quero levá-lo a
olhar para esta parábola por outro ângulo: O objetivo da parábola é encontrado
no versículo 13; em vista do atraso da parousia (24.48;
25.5), estejam preparados e atentos, pois não sabeis o dia nem a hora! Deus não
nos fornece a data do Arrebatamento, e não nos compete conhecê-la. Mas uma
coisa é bem clara: o próximo acontecimento no plano profético que Deus nos
revela na Sua Palavra é o Arrebatamento. Os apóstolos acreditavam que estariam
vivos no Arrebatamento, e esta também deveria ser a nossa atitude, vivendo cada
dia como se fosse a última oportunidade que teríamos de servir Àquele que
morreu por nós, a última chance de ajudarmos alguém a conhecer ao Senhor Jesus
Cristo. Ele disse: “Certamente cedo venho” (Ap 22.20). “E agora, filhinhos,
permanecei nEle, para que quando Ele se manifestar, tenhamos confiança e não
sejamos confundidos por Ele na Sua vinda (1Jo 2.28).]
3. Em santidade e em amor. Ser santo é ser separado, consagrado para o
Senhor. A Palavra de Deus nos exorta a sermos obedientes e santos em toda a
nossa maneira de viver (1Pe 1.13-15). Sem santidade ninguém poderá ver o Senhor
(Hb 12.14). Santidade é condição indispensável a quem se diz crente e deseja ir
para o céu, ao encontro do Senhor Jesus. Que jamais venhamos a amar a prática
do pecado, pois Jesus está às portas.
O que identifica um crente que vive
uma vida santa? O que identifica uma pessoa santa é antes de tudo, o seu amor
altruísta. Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos
outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto
todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo
13.34,35). É o amor que identifica se somos ou não um cristão. Quem não ama seu
irmão não experimentou o novo nascimento, logo precisa se converter a Jesus
Cristo e nascer de novo (1Jo 2.9,11).
[Comentário: Como saber se sou um verdadeiro cristão? Escrevendo
aos crentes que passavam por severos testes de sua fé, o apóstolo Pedro exortou
os cristãos à santidade como um meio apropriado para suportar suas provas. Em
vez de deixar uma recomendação fácil, ele instou: “Segundo é santo aquele que vos
chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1Pe
1.15). Como eu poderei realizar isso? É Pedro que nos explica como (1Pe
1.22-2.10): “Amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1Pe 1.22);
“Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e
de toda sorte de maledicências, desejai ardentemente, como crianças
recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado
crescimento para salvação” (1Pe 2.1-2), e “Chegando-vos para ele, a pedra que
vive... também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa
espiritual” (1Pe 2.4-5).]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Aguardando a volta do Senhor com fé e
vigilância.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, para tornar o ensino mais dinâmico
e participativo, faça antes de iniciar o tópico, a seguinte indagação: “Temos
de nos preocupar com a data da volta de Jesus ou em estar preparados para sua
vinda?”. Ouça os alunos com atenção e explique que durante o sermão do Monte
das Oliveiras, Jesus mostrou que a nossa preocupação deve ser com o estar
preparado. Se desejar, leia o texto a seguir para os alunos: “Jesus estava no
Monte das Oliveiras, exatamente no lugar onde o profeta Zacarias havia predito
que o Messias estaria quando viesse estabelecer o seu Reino (Zc 14.4). Era o
momento apropriado para os discípulos perguntarem a Jesus quando Ele viria com
todo o seu poder e o que poderiam esperar dEle. A resposta de Jesus enfatizou
os acontecimentos antes do final daquela era. Ele lhes recomendou que se
preocupassem menos com a data exata, e mais em estar preparados para a ocasião;
deveriam viver totalmente de acordo com os mandamentos de Deus, para que
estivessem prontos para a sua volta” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ:
CPAD, p.1267).
II. ATITUDES ERRÔNEAS DIANTE DA VINDA DE
JESUS
1. Ignorar a vinda de Jesus. Certa vez, ao ensinar a respeito do seu
retorno (Mt 24.45-51), Jesus contou uma parábola sobre um servo fiel e prudente
e um mau servo. Quem é o mau servo? Jesus mostra que é aquele que diz: “O meu
senhor tarde virá” (Mt 24.48). Então, este passa a viver de modo negligente,
desatento, maltratando seu conservos e completamente alheio à volta de seu
senhor. Muitos, infelizmente, estão vivendo como o “mau servo” da parábola.
Porém, a este, diz o Senhor: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não
espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com
os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 24.50,51). Nestes
tempos de sinais evidentes da proximidade da vinda de Jesus, há muitos que
estão “brincando” de ser crentes, ignorando a iminente vinda do Senhor e agindo
como o mau servo. Viva com responsabilidade! Siga o exemplo do servo fiel e
prudente e jamais negligencie a obra de Deus nem se embarace com as coisas
deste mundo (Mt 24.45,46).
[Comentário: Amar significa colocar o bem-estar de alguém acima
do seu. O amor próprio é uma força poderosa em nossos corações, forte o
bastante para fazer com que, mesmo os irregenerados, amem aos que os amam:
"E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores
amam aos que os amam." (Lc 6.32). “Porque Deus amou ao mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Os filhos de Deus tornam-se santos,
separados para Ele, quando seguem Seus passos e amam aos outros. Aliás, esta
era a oração de Paulo pela Igreja de Filipos: “E também faço esta oração: que o
vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para
aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de
Cristo” (Fp 1.9-10). Devemos ser afetuosos uns com os outros em amor fraternal,
somos irmãos, porque temos o mesmo Pai.]
2. Escarnecer das profecias. A Palavra de Deus nos alerta que nos últimos
dias haveria homens escarnecedores: “Sabendo primeiro isto: que nos últimos
dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e
dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram
todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pe 3.3,4). O
apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a matemática de Deus
quanto à contagem dos tempos, dizendo: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa:
que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3.8).
Há teólogos contemporâneos, que dizem que a volta de Jesus é apenas uma utopia.
Isso é escarnecer dessa verdade bíblica.
[Comentário: Os falsos mestres destes últimos dias ridicularizam
a promessa profética da vinda do Senhor levando em consideração o aparente
atraso. A matemática divina é mais elevada do que a humana. A perspectiva
divina sobre a passagem do tempo responde o criticismo dos escarnecedores nos
versículos 3-4 de 2Pe 3. O ‘atraso’ da vinda do Senhor é uma reação humana ao
cálculo divino. Muitos irão se envergonhar, mas que nós possamos estar
preparados, servindo fielmente ao nosso Senhor, e termos “ousadia” quando Ele
voltar.]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Muitos crentes, erroneamente, ignoram a
vinda de Jesus e escarnecem das profecias.
SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO
“Cinco ilustrações em forma de
parábola
Ao fim de seu discurso acerca da
Tribulação e de sua segunda vinda, Jesus apresentou cinco parábolas como
ilustração do que Ele acabara de ensinar. Houve a parábola da figueira (Mt
24.32-35), a ilustração sobre os dias de Noé (24.36-39), a comparação entre os
dois homens e as duas mulheres (24.40,41), a ilustração do vigia sempre alerta
(24.42-44) e a parábola do servo fiel e prudente (24.45-51). Todas estas
ilustrações estão relacionadas às doutrinas ensinadas por Cristo em Mateus 24”
(LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2008, p.139).
III. ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA
DO SENHOR
1. Ter uma vida irrepreensível. Isso só é possível na vida do crente através
do poder redentor, libertador e purificador do sangue de Jesus mediante a fé.
Tomemos como exemplo a vida do apóstolo Paulo. Ele tinha uma vida correta; não
dava lugar à repreensão, censura, ou à crítica pertinentes. Certa vez, ele
afirmou que andava “diante de Deus com toda a boa consciência” (At 23.1). No
capítulo 5 da Primeira Epístola aos Tessalonicenses, ele exorta os crentes a
serem também irrepreensíveis: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e
todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). Não é
somente o seu corpo físico, visível que deve ser conservado puro, mas seu
espírito e alma, partes invisíveis, também devem ser conservados corretos.
Há crentes que são como os “sepulcros
caiados”, pois em seu interior, em sua alma e espírito, há somente podridão.
Estes são arrogantes, invejosos, amargurados, cheios de ódio, etc. Sejamos
santos em todo o nosso ser, pois em breve Jesus virá.
[Comentário: O descuido da vida cristã acarreta sérios
problemas. O cristão não pode tomar as coisas de qualquer maneira. O nosso
cotidiano é sempre uma alternativa entre a vida e a morte. O tempo é curto e a
vida terrena é uma preparação para a eternidade. O profeta Jeremias exorta-nos:
“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!” (Jr 48.10).
Costuma-se dizer que o cristão pode abrasar-se, porém nunca oxidar-se. Jesus,
em carta à igreja de Laodicéia, exorta: “Eu repreendo e disciplino a quantos
amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3.19). “Agora, porém, despojai-vos,
igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena
do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho
homem” (Cl 3.8 e 9).]
2. Não dar lugar à carne. Atualmente, muitos crentes estão se
aproveitando da liberdade cristã para dar ocasião à carne (Gl 5.13). Muitas
igrejas não passam de “clubes religiosos”, onde não se vê compromisso nem
santidade; “incham” em número, porém não crescem na “graça e conhecimento” (2Pe
3.18). Não se esqueça de que em breve Jesus virá e aqueles que andam segundo a
carne não herdarão o Reino de Deus (Gl 5.21). Não podemos nos esquecer de que o
mesmo Deus que é amor (1Jo 4.16), é também “um fogo consumidor” (Hb 12.29).
[Comentário: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo2.15). Note o leitor
que, a liberdade cristã não significa que foram retiradas as restrições morais;
ela significa liberdade para servir uns aos outros. Se é verdadeiro que o
Espírito habita em nós, também é verdadeiro que Ele mesmo nos permite dominar a
concupiscência da carne quando nos submetemos continuamente ao seu poder e
controle. Quero com isso afirmar que, os que são guiados pelo Espírito farão
livremente o que é certo, e não por obrigação ou imposição alguma, portanto,
estes já não estão na condenação ou cativeiro. Estar cheio do Espírito, note o
leitor, não é em demonstração de dons de poder espirituais, mas é exercitar o
fruto do Espírito.]
3. Dar frutos. Como crentes precisamos dar bons frutos até a
vinda de Jesus. As lutas do nosso dia a dia e as tristezas não podem nos
impedir de frutificar. Trabalhar na obra do Senhor não é nada fácil;
enfrentamos lutas e tristezas, mas logo nos esquecemos de tudo quando vemos
almas se rendendo aos pés do Senhor Jesus, sendo batizadas em águas e no
Espírito Santo. São, na verdade os frutos, a glória, o gozo, a alegria, e a
coroa de todo o nosso trabalho. Trabalhe para o Senhor, seja um semeador.
Pregue a Palavra de Deus enquanto é tempo, pois o Dia do Senhor virá, quando
não poderemos mais anunciar a salvação. Ainda existem muitas pessoas para serem
salvas. Muitos estão esperando para ouvir a respeito do Evangelho. Faça a sua
parte, frutifique, ganhe vidas para o Senhor Jesus.
[Comentário: Note o leitor que, somente o Espírito Santo pode
produzir em nós o Seu fruto, e não nossos próprios esforços. Quando Ele
controla completamente a vida do crente, o fruto uno e indivisível é produzido.
O Rev Hernandes Dias Lopes escreve: “Israel era a vinha do Senhor. Deus a
plantou. Deus a cercou de cuidados, mas Israel produziu uvas bravas. Então,
agora, Jesus diz: “Eu sou a Videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Eu sou
a videira e vós os ramos.” O Viticultor é o que planta a vinha, ele é o dono da
vinha, ele é o que cuida da vinha para que ela produza grande quantidade e com
excelente qualidade. Os ramos só têm duas finalidades: eles só servem para
produzir fruto ou para serem queimados. Deus, como viticultor espera frutos de
nós. [...] Qual é a importância de se produzir frutos? Jesus diz: “Eu vos
escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso
fruto permaneça” (Jo 15.16). Estamos aqui para cumprirmos os sonhos de Deus e
trazermos glória para o seu nome através de uma vida frutífera”http://hernandesdiaslopes.com.br/2010/05/o-processo-da-frutificacao/#.VpW3eE8afIU.
Quem serve ao Senhor, está servindo ao seu próximo, e quem serve ao seu próximo
está servindo ao Senhor. Jesus coloca esse assunto da seguinte maneira: “Em
verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40). O salmista, no hino de ingresso ao
templo, declara: “Servi ao Senhor com alegria”. Esse sentimento deve ser
constante no serviço cristão. O crente deve ter prazer no que faz servindo ao
Reino de Deus. Por isso mesmo, aconselha o apóstolo: “Portai-vos com sabedoria
para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades” (Cl 4.5). Alguém já
falou que “Quem não vive para servir, não serve para viver”.]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O servo fiel ante da volta do Senhor
procura ter uma vida irrepreensível, dando muitos frutos.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Reproduza o esquema abaixo no quadro.
Em seguida faça a seguinte indagação: “Quais são as atitudes que os crentes
precisam ter ante a volta de Jesus?”. Ouça seus alunos com atenção. Incentive a
participação de todos. Em seguida complete, juntamente com a turma, o quadro.
Leia as referências bíblicas com a classe.
CONCLUSÃO
Em breve Jesus virá. Você está
preparado para a sua vinda? As consequências de nossas escolhas serão eternas.
A salvação é individual. Que o Senhor nos ajude a ter consciência e vivência,
dentro do padrão divino para esperarmos a volta de Jesus, conforme os ditames
de sua santa Palavra, amando a sua vinda.
[Comentário: Por que o Senhor vem nos buscar? Ele mesmo disse:
“Para que onde Eu estiver estejais vós também” (Jo 14.3). Nós fomos comprados
por Ele, somos um “povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9); o Senhor
disse: “não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo” (Jo 15.19). Como
pertencemos a Ele, e não ao mundo, Ele virá nos tirar do mundo, “e assim
estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.17). Que estas verdades maravilhosas
possam influenciar nossa conduta, e que, “renunciando à impiedade e às
concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e
piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” (Tito 2.12-13).] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
PARA REFLETIR
A respeito da Escatologia Bíblica, responda:
Jesus exortou seus discípulos a serem vigilantes?
Sim. Ele afirmou: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir
o vosso Senhor” (Mt 24.42).
Como devemos aguardar a volta de Jesus?
Com fé e vigilância, cheios do Espírito Santo e em santidade.
O que Jesus desejou mostrar com a Parábola das Dez
Virgens?
Jesus ensinou a Parábola das Dez Virgens (Mt 25) para mostrar o que
significa estar pronto para o seu retorno.
O que é ser santo?
Ser santo é ser separado, consagrado para o Senhor.
Quais as atitudes do servo fiel ante a volta de
Jesus?
Ter uma vida irrepreensível, não dar lugar à carne e dar frutos.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Esperando a volta de Jesus
Esperar Jesus voltar a qualquer
momento influencia o nosso estilo de vida. A grande crise de mornidão
espiritual em que vivemos tem a ver com as prioridades de vida de alguns
crentes. Quem espera Jesus voltar estabelece prioridades na vida que leve à
espera desse encontro; mas quem não espera estabelece outras. A vida é feita de
escolhas. E se um crente escolhe viver vigilante quanto à vinda do Mestre, tal
estilo de vida perpassará todas as esferas da existência; se não, isso se
revelará em sua maneira de viver. Por isso, na aula desta semana você pode
iniciá-la perguntando se faz sentido uma pessoa que diz esperar Jesus voltar,
se encontrar mergulhada no Materialismo, no Pragmatismo ou no Hedonismo. São
posturas diametralmente opostas ao desejo de se encontrar com o Mestre dos
mestres. Quem vive, por exemplo, com mente e coração voltados para o estilo de
vida do consumismo selvagem, não pode anelar a vida no céu com Jesus. O Reino
de Deus não é “comida nem bebida”, mas “justiça, paz e alegria no Espírito”.
Note bem: no Espírito!
Quando estamos no Espírito, a cabeça
é outra, o pensamento é outro e até mesmo o sentimento é de outra ordem. Vida
no Espírito leva em conta a radicalidade de uma existência pautada no
Evangelho, levando-o até as últimas consequências. Assim, não há preocupação
com status que, com o formalismo exterior nem com nada desta natureza.
A iminência da vinda do Senhor faz
brotar em nosso coração uma preocupação maior com a nossa maneira de viver. É
saber que a nossa redenção está próxima e que a qualquer momento podemos ser
arrebatados para estarmos para sempre com o Senhor. É cultivar a fé para que
quando o Filho do Homem vier possa achá-la em nós.
É verdade que a cada dia que se passa
tornar-se mais difícil militar a boa causa de Cristo. Os desafios são muitos: o
tempo no trânsito, a carga horária do trabalho, os problemas familiares, a
corrida desenfreada que as pessoas fazem em nome do dinheiro. Não sobra tempo
para si mesmo, para a família nem muito menos para o Deus Altíssimo. Por isso,
cultivarmos a esperança na Vinda do Senhor é um antídoto para a alma contra
essa avalanche de cultura materialista, pragmática e hedonista. Que quando o
Senhor vier ache em nós a fé nEle! Que independente das circunstâncias possamos
continuar a guardar a Esperança uma vez entregue aos santos e o coração da
ansiedade! Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Escatologia – Estudo Sobre o Que é Escatologia
A Escatologia com
certeza é a área da teologia que desperta mais curiosidade entre cristãos e até
mesmo não cristão. Também é na Escatologia onde certamente os maiores debates
teológicos são travados, isso devido as diferentes escolas de interpretação.
Devido a muitos
pedidos, faremos uma série completa sobre Escatologia, começando neste texto
por uma visão geral e depois analisando nos próximos textos cada visão
detalhadamente.
O
que é Escatologia?
Basicamente a
Escatologia é o clímax da revelação divina, a principal razão da criação do
mundo material, e o cumprimento dos propósitos eternos de Deus para a
humanidade. A Escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que aborda tanto
as profecias que já se cumpriram, como as que ainda se cumprirão, ou seja, tudo
o que era “profeticamente futuro” na época em que foi escrito.
O
que significa Escatologia?
Escatologia é um
termo que começou a ser utilizado no século XIX e vem do grego eschatos,
“último”, e logos, “raciocínio”, significando então “teologia (ou doutrina) das
últimas coisas”.
Quais são os principais assuntos
estudados na Escatologia?
De forma geral, um
estudo escatológico completo e detalhado procura estudar:
·
As profecias em relação a Jesus Cristo: tanto a
profecia messiânica da primeira vinda de Cristo que é o assunto mais importante
do Antigo Testamento, quanto às promessas de Sua segunda vinda;
·
Profecias em relação a Israel: uma abordagem
completa, iniciando desde as primeiras promessas a Abraão no livro de Gênesis;
·
Profecias em relação aos gentios: existem
muitas profecias na Bíblia sobre os gentios, abordando desde a primeira na
família de Noé;
·
Profecias em relação à Igreja: as principais
profecias estão concentradas no Novo Testamento, onde fica claro a convocação
de um corpo de santos formado por judeus e gentios;
·
Estado intermediário: uma abordagem
sobre o estado intermediário dos homens (tanto dos salvos quanto dos ímpios)
após a morte enquanto aguardam a ressurreição;
·
Reino milenial: essa área é a que mais gera
discussões devido as suas diferentes escolas de interpretação, mas basicamente
se refere ao reino milenar de Cristo descrito em Apocalipse capítulo 20;
·
Juízo final: um estudo sobre o julgamento de
todos os homens. O evento do juízo final terá algumas diferenças
(principalmente cronológicas) dependendo da corrente de interpretação
escatológica adotada;
·
Estado eterno: um aprofundamento sobre os
relatos de Apocalipse 21, onde é descrito o local do estado eterno para os
justos como sendo um novo céu e uma nova terra, e para os ímpios o tormento
eterno no lago de fogo, que é a segunda morte.
As diferentes correntes escatológicas:
Existem basicamente
quatro correntes de interpretação escatológica:
·
Pré-Milenismo Histórico: defende a
segunda vinda de Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação
literal de Apocalipse 20;
·
Pré-Milenismo Dispensacionalista: também
interpreta de forma literal o capítulo 20 de Apocalipse, e defende a segunda
vinda de Cristo dividida em duas partes, sendo, a primeira pré-tribulacional
para a Igreja, e pós-tribulacional para estabelecer o milênio;
·
Amilenismo: defende a segunda vinda de
Cristo como sendo pós-tribulacional, e uma interpretação não literal de
Apocalipse 20, ou seja, o milênio não é um período literal e sim espiritual que
já começou na primeira vinda Cristo;
·
Pós-Milenismo: defende a segunda vinda de
Cristo como sendo pós-tribulacional, e também uma interpretação não literal de
Apocalipse 20, porém diferente do Amilenismo que define o início do milênio na
segunda vinda de Cristo, o Pós-Milenismo acredita no milênio como sendo um
período de grande paz e prosperidade no mundo ocasionado pela pregação do
Evangelho.
Os pontos mais discutidos nas
diferentes interpretações escatológicas:
·
Segunda Vinda de Cristo/Arrebatamento: o evento em
que Cristo retornará a terra. Para o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esse
evento será dividido em duas etapas, iniciando com um arrebatamento secreto da
Igreja. A palavra “arrebatamento” não existe originalmente na Bíblia, mas foi
traduzida de um termo grego em 1 Tessalonicenses 4:17para se referir ao encontro
repentino da Igreja com Cristo nos ares;
·
Tribulação/Grande Tribulação: Um período de
tribulação final e intensa que afligirá o mundo. Para quem defende um
arrebatamento pré-tribulacionista, a igreja não passará por esse período. Já
quem defende um arrebatamento pós-tribulacionista, acredita que a igreja
passará por esse período e no final será salva pela volta de Cristo;
·
Tribulação de Sete Anos: No novo
testamento não existe a informação de que o período de grande tribulação durará
sete anos. Quem defende essa posição utiliza as setenta semanas de Daniel (Dn
9) combinando com um esquema de leitura do livro de Apocalipse
(principalmente o capítulo 13) para construir um estudo que serve como base
para o argumento;
·
Anticristo: o aparecimento de uma pessoa
(e/ou sistema em algumas linhas de interpretação); que exercerá um governo
unificado no mundo e agirá em grande oposição a Deus;
·
Milênio: período descrito em Apocalipse
20 a qual os santos reinaram com Cristo. Nesse tempo Satanás estará amarrado, e
será solto apenas no fim do período. Alguns interpretam como um período literal
após a volta de Cristo, e outros interpretam como um período simbólico antes da
volta de Cristo.
1.
O Sermão Escatológico de Jesus
O Sermão
Escatológico de Jesus também é conhecido como O Sermão do Monte das Oliveiras,
devido ao local em que foi proferido. Esse sermão pode ser encontrado nos
Evangelhos de Mateus (cap. 24), Marcos (cap. 13) e Lucas (cap. 21 e algumas
referências no capítulo 17).
Para muitos
estudiosos o Sermão Escatológico de Jesus, principalmente o relato do Evangelho
de Marcos, é como um “Pequeno Apocalipse”. A verdade é que qualquer estudo
escatológico que seja coerente com as Escrituras, obrigatoriamente, precisa
considerar o Sermão Escatológico de Jesus. De forma resumida vamos analisar
esse importante sermão de Cristo.
2.
O Sermão Escatológico de Jesus –
Diferentes Interpretações:
Reconheço que para
muitos a interpretação desse sermão não é nada fácil, isso devido à variedade
de eventos descritos e o período que as profecias de Jesus abrangem, algumas
com dupla ou até tripla implicação dependendo do tipo de interpretação.
Basicamente existem
cinco interpretações predominantes:
1. Todo o sermão trata
da destruição de Jerusalém em 70 d.C., portanto já se cumpriu totalmente;
2. Todo o sermão trata
da destruição de Jerusalém e do início da Igreja no dia de Pentecoste, portando
praticamente tudo já foi cumprido restando apenas a consumação da pregação do
Evangelho no mundo;
3. A maior parte do
sermão se refere à destruição de Jerusalém que já se cumpriu, porém a última
parte se refere à Segunda Vinda Cristo que ainda se cumprirá;
4. Todo o sermão trata
da Segunda Vinda de Cristo e Julgamento Final, portanto nada se cumpriu;
5. O sermão se refere
à destruição de Jerusalém e ao período de tempo entre tal destruição e a
Segunda Vinda de Cristo no fim dos tempos com o julgamento do mundo.
Particularmente
creio que a interpretação mais coerente biblicamente seja a última
interpretação apresentada acima.
3.
O Sermão Escatológico de Jesus –
Organização e Explicação:
Para analisarmos o
conteúdo desse sermão, vamos utilizar o texto presente no Evangelho de Marcos
no capítulo 13, pois ele apresenta uma organização mais clara para o nosso
entendimento. Porém, a leitura dos textos de Mateus 24 e Lucas 21 é
importantíssima para um estudo mais profundo, pois, juntamente com Marcos 13,
eles se complementam.
Primeiramente vamos
considerar que esse sermão abrange desde a Primeira Vinda de Cristo, com Sua
morte e ressurreição, até a Sua Segunda Vinda. Logo, vamos dividi-lo em três
períodos que são abordados nos relatos de Jesus:
4. Período inicial que
vai desde Sua Primeira Vinda até a destruição de Jerusalém e do Templo na
década de 70 d.C.;
5. Segundo período
chamado de Princípio das Dores que abrange desde a destruição de Jerusalém até
o início da Grande Tribulação;
6. Terceiro período
conhecido como a Grande Tribulação que terminará na Segunda Vinda de Cristo e o
julgamento do mundo.
7.
Esboço do Sermão Escatológico:
Embora em alguns
versículos existam profecias que se referem a dois períodos, podemos fazer um
esboço do Sermão Escatológico de Jesus em Marcos 13 da seguinte forma:
1. Marcos 13:1-4: A
destruição de Jerusalém e do Templo em 70 d.C.;
2. Marcos 13:5-13: O
Princípio das Dores;
3. Marcos 13:14-23: A
Grande Tribulação e a destruição de Jerusalém como tipificação dela;
4. Marcos 13:24-27: A
Segunda Vinda de Cristo e o Julgamento Final;
5. Marcos 13:28-37:
Exortação à vigilância.
8.
A Destruição de Jerusalém e do Templo:
Mesmo dividindo o
sermão da forma apresentada acima, existem referências à destruição de
Jerusalém e do Templo em outras seções, principalmente em profecias de duplo
cumprimento, ou seja, Jesus também usa a destruição de Jerusalém para tipificar
os momentos associados a Sua Segunda Vinda. De forma resumida podemos pontuar
esse evento da seguinte forma:
·
Jerusalém seria sitiada: esse cenário
era bastante improvável para qualquer habitante da época por que se tratava de
um momento de grande paz com o Império Romana garantindo a tranquilidade.
·
Jerusalém seria destruída: a cidade
seria queimada e sua população dizimada. Esse evento seria o juízo de Deus
sobre aquela geração. Após pouco mais de três anos de cerco, o exército romano
invadiu Jerusalém e à destruíram. Estima-se que mais de 600 mil judeus foram
massacrados.
·
O Templo seria destruído: Herodes havia
começado a reconstruir o templo por volta de 19 a.C., e nessa época ele estava
em fase de acabamento, com abundancia de ouro, mármore e madeiras finas
entalhadas. Era uma construção realmente imponente (vers. 1), mas Jesus afirma:
“Não ficará pedra sobre pedra”. Tal como já havia acontecido em 153 a.C. com
Antíoco IV Epifânio, mais uma vez o templo seria profanado e destruído. Até
hoje existe em Roma o Arco de Tito, erguido pelos romanos para comemorar esse
evento, onde é retratado em ilustrações o templo sendo saqueado.
·
Dispersão: os sobreviventes desse momento
terrível seriam espalhados pelo mundo todo e ficariam dispersos.
9.
O Princípio das Dores:
Jesus relatou os
acontecimentos que caracterizariam o Princípio das Dores:
·
Falsos profetas e falsos cristos: apareceriam
muitos que iriam falar em nome de Cristo, quando não, afirmariam serem eles o
Messias conseguindo enganar a muitos. A mensagem principal desses impostores
será que o fim do mundo chegou. Essas pessoas começaram aparecer desde a época
dos Apóstolos e perduram por toda a história do Cristianismo.
·
Guerras e desastres naturais: depois que
Jesus disse que haveria guerras entre as nações, sempre, em algum lugar do
mundo, houve uma guerra. Nunca mais existiu na terra um período de paz. Jesus
também alertou sobre desastres naturais como terremotos, além de fome e pestes
que assolariam a humanidade.
·
Pregação do Evangelho no mundo: nesse período
chamado de Princípio das Dores também haveria a pregação do Evangelho por todo
o mundo. Isso não significa que o Evangelho seria pregado a todas as pessoas,
mas que seria anunciado a todos as nações. O termo grego usado é ethne, e pode ser traduzido como “etnias”, “nações” ou
“tribos”. Essa propagação do Evangelho começou ainda com os Apóstolos e, hoje,
praticamente em todas as nações, até mesmo nas mais fechadas ao cristianismo,
existem missionários anunciando o Evangelho.
·
Perseguições: Jesus também disse que os
cristãos seriam perseguidos, e que haveria grande ódio para com eles, sendo que
muitos seriam levados à morte por causa do nome de Jesus. Essa perseguição será
tão grande que os próprios familiares ficarão uns contra os outros e entregarão
quem professa o nome de Cristo.
O interessante é
que mesmo com todos esses sinais Jesus alertou que ainda não seria o fim. Esses
sinais seriam como contrações de parto e, conforme o fim fosse se aproximando,
essas contrações ficariam mais intensas. Por isso a expressão “Princípio de
Dores” descreve perfeitamente esse período.
10.
A Grande Tribulação:
Apesar de Jesus
também se referir ao cerco e destruição de Jerusalém, cujo qual essa parte da
profecia já se cumpriu de forma primária incluindo o abominável da desolação,
período de grande aflição na Judeia e o surgimento de falsos profetas e messias
já naquela época, Jesus também se refere aos eventos do fim dos tempos que
antecedem sua Segunda Vinda, ou seja, é a tipificação de um período futuro e,
essas mesmas profecias, apontam para eventos que ainda ocorrerão como: a Grande
Tribulação e o surgimento do Anticristo Escatológico com seu domínio mundial.
Vejamos alguns pontos importantes:
·
Abominável da Desolação: citando o
livro de Daniel, Jesus faz referência a três eventos distintos: 1) Antíoco IV
Epifânio em 150 a.C.; 2) Destruição de Jerusalém e do Templo pelos romanos
comandados pelo General Tito em 70 d.C.; 3) Surgimento do Anticristo
Escatológico no período de Grande Tribulação. Nesse caso, essa profecia
apresenta tripla aplicação. Todos os judeus conheciam a profecia do Profeta
Daniel sobre a abominação que causa desolação, e também acreditavam que tudo já
havia sido cumprido em 150 a.C. com Antíoco IV Epifânio que invadiu Jerusalém e
profanou o templo sacrificando porcos no altar e colocando estátuas pagãs.
Porém, falando aos seus discípulos, Jesus explica que novamente aquilo
aconteceria (Jerusalém e o Templo seriam destruídos – quando isso aconteceu o
paganismo romano e o culto ao imperador foi imposto aos judeus) e ainda faz uma
terceira referência da mesma profecia que será cumprida no período que antecede
a sua Segunda Vinda, isto é, o Abominável da Desolação do fim dos tempos é o
que conhecemos como o Anticristo. Segundo o Apostolo Paulo, essa figura
escatológica irá se manifestar em um período de grande Apostasia (2Ts 2:3-10).
O Anticristo liderará um governo mundial durante o período de Grande
Tribulação.
·
Sofrimento nunca visto: não podemos
desconsiderar o tamanho sofrimento enfrentado pelos judeus em 70 d.C., que, de
acordo com os detalhes desse evento, seguramente podemos dizer que foi o mais
intenso que eles já haviam experimentado até aquele momento, superando
inclusive os períodos de exílio. É verdade também que os judeus já
experimentaram um período ainda mais terrível que a década de 70 d.C. com o
Nazismo liderado por Adolf Hitler, onde um número muito maior de judeus
morreram. Isso serve para nos mostrar que, embora a destruição de Jerusalém
tenha sido um período muito difícil, apenas tipifica um período futuro
imaginavelmente pior, no caso o período final da presente era: a Grade
Tribulação. Esse período será curto, porém não sabemos ao certo quanto durará.
Se for considerado o capítulo 13 de Apocalipse pode-se inferir que esse período
dure 42 meses (7 anos), porém geralmente os números presentes no livro de
Apocalipse são simbólicos, o que acaba tornando impossível afirmar com certeza
quanto tempo durará tal período.
·
A Igreja: embora exista um entendimento
de muitos cristãos de que a Igreja não passará por esse período, tal
entendimento não é encontrado no Sermão Escatológico de Jesus, bem como não
possuí fundamentação sólida no ensino bíblico, ou seja, em Seu sermão Jesus
afirma claramente que a Igreja passará por esse período, e que será um momento
muito difícil para os cristãos, onde só iram perseverar aqueles que são
verdadeiramente salvos em Cristo Jesus. Para saber mais sobre a Igreja e a
Grande Tribulação leia nosso texto “A Igreja Passará Pela Grande
Tribulação?“.
A Igreja Passará Pela Grande Tribulação?
A Igreja Passará Pela Grande
Tribulação? Essa é uma pergunta que certamente já tirou o sono de muita gente.
Muitos afirmam que a Igreja não passará pela Grande Tribulação e defendem um
Arrebatamento Pré-Tribulacionista, enquanto outros afirmam exatamente o
contrário e defendem um Arrebatamento Pós-Tribulacionista. Há ainda quem fica
em cima do muro e acredita que o Arrebatamento ocorrerá no meio da Grande
Tribulação.
A
Igreja passará pela Grande Tribulação ou não? Quem está certo?
Não gosto de tratar essa questão como
certo ou errado, pelo simples fato de que trata-se de um evento futuro e que
ainda não ocorreu. Prefiro então analisar pela coerência, ou seja, qual posição
é mais coerente com as Escrituras (apenas com ela; não vale consultar livros de
ficção científica).
Particularmente, creio que a posição
que mais condiz com o ensino bíblico é o Pós-Tribulacionismo, ou seja, o
Arrebatamento da Igreja ocorrerá após o período de Grande Tribulação.
Como acredito na inerrância da
Bíblia, não posso considerar que ela se contradiz em determinados textos e,
considerar o Arrebatamento como um evento que antecede a Grande Tribulação,
ocasionaria uma série de contradições que precisariam de um verdadeiro
“malabarismo teológico” para serem contornadas.
Para mim, o texto bíblico que
descreve de forma mais simples e objetiva o período do fim é o Sermão
Escatológico de Jesus em Marcos 13. O mesmo sermão também é encontrado nos
Evangelhos de Mateus e de Lucas. Nele, Jesus anuncia detalhadamente os últimos
dias, e deixa claro que a Sua vinda será após aquela tribulação (Mc 13:24). Em
nenhum momento Ele considera a ideia de que os salvos não estarão mais na
terra, antes, adverte-nos que serão dias de muito sofrimento, um sofrimento
como nunca foi visto na terra (Mc 13:19), mas que, por amor aos santos, aqueles
dias serão abreviados (Mc 13:20).
Quando Jesus descreve o momento da
Segunda Vinda, ele não se refere a nenhum evento secreto, nem mesmo que a Igreja
já estaria com Ele e também retornando à terra. Ao invés disso, Jesus descreve
esse momento como um momento de grande glória, de muita alegria para os salvos,
e de terror para os ímpios, onde todos verão o Filho do Homem (Mt 24:30).
Como em partes do texto Jesus também
se refere a destruição de Jerusalém em 70 d.C., compreendo que algumas pessoas
possuem algumas dificuldades com esse sermão.
Na Epístola de 2 Pedro capítulo 3, o
Apóstolo também descreve esse momento como sendo visível, estrondoso e impossível
de não ser percebido. Em 2 Tessalonicenses 2, Paulo também exorta sobre as
mesmas coisas e, tal como Jesus em Seu sermão, e Pedro em sua Epístola, ele faz
advertências à Igreja que estará na terra nesse momento. Basicamente, se Paulo
esperasse o Arrebatamento antes da Grande Tribulação, ele não teria alertado
sobre o surgimento do Anticristo e sobre uma grande apostasia como eventos que
precedem a volta de Cristo, afinal, para que alertar sobre tais coisas já que a
Igreja não estaria mais aqui? Ele poderia ter escrito: será difícil, mas fiquem
calmos, a Igreja não estará mais na terra. Há também quem defenda que Paulo
nesse texto esteja se referindo aos eventos do primeiro século, ou seja, a
destruição de 70 d.C.
Mesmo se analisarmos os textos mais
utilizados para defender o Arrebatamento antes da Grande Tribulação, veremos
que o encontro da Igreja com Cristo em glória e o juízo sobre os incrédulos,
acontecerão no mesmo dia e no mesmo evento, e não após uma temporada de sete
anos da Igreja no céu.
Em 1 Tessalonicenses 1:10 e 5:9 as
expressões “Jesus, que nos livra da ira vindoura” e “Deus não nos destinou para
a ira” se referem ao juízo divino sobre os ímpios que resultará na condenação
eterna. Em outras palavras, pela justificação que há em Cristo Jesus, os salvos
não entrarão em condenação (Rm 8:1). Já em 1 Tessalonicenses 4:17 Paulo está
consolando as pessoas que estavam tristes com a morte dos irmãos que já haviam
falecido. O objetivo nesse versículo não é traçar uma ordem cronológica, mas
afirmar que tantos os salvos que já morreram, quanto os que estiverem vivos,
todos estarão presentes no dia da volta de Cristo e, para sempre, viverão com
Ele.
No capítulo 5 de 1 Tessalonicenses
podemos perceber que no dia descrito como “O Dia do Senhor” (que é um evento
público 2Pe 3:10) tanto os santos quanto os ímpios estarão na terra. Daí vem o
alerta: vigiai! Paulo chama atenção (como também Jesus fez no Sermão
Escatológico) para que a Igreja esteja vigilante e pronta, pois esse dia será
de repentina destruição, e os ímpios serão surpreendidos como por um ladrão que
vem de noite. Expressões como “abrir e fechar de olhos”, “relâmpago que sai do
oriente e se mostra no ocidente” e “vir como ladrão” originalmente não trazem o
sentido de “velocidade”, mas de “surpresa”, “algo repentino e inesperado” para
os incrédulos e os que não são verdadeiramente salvos.
Já em Mateus 24:40, se lermos
atentamente (o capítulo todo é claro), perceberemos que não se trata de nenhum
Arrebatamento secreto, e, sim, do Dia do Senhor, onde a Igreja será arrebatada
e os ímpios serão levados ao juízo eterno. Note que no versículo 39 em uma
comparação com os dias de Noé, não foram os justos que foram levados (Noé e sua
família), mas os ímpios pelas águas do Dilúvio.
Apocalipse 3:10 talvez seja o texto
mais utilizado para defender o Arrebatamento antes da Grande Tribulação. A
afirmação “te guardarei da hora da provação” não está se referindo ao fato da
Igreja ser tirada do mundo nesse momento e, sim, de ser preservada em meio ao
sofrimento que virá sobre a terra. Uma passagem correlata a essa é Gálatas 1:4
onde o Senhor Jesus “se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do
presente século mau”. Na oração de Jesus em João 17, o pedido para o Pai
“guardar” os que são seus não significa “tira-los do mundo, mas que os livres
do mal” (Jo 17:15). Essa mesma promessa também é encontrada em 2 Pedro 2:9.
Por último, os termos gregos parousia (vinda, presença), harpazo (capturar, raptar com força – geralmente
utilizado pelos Pré-Tribulacionistas para se referir ao Arrebatamento
secreto), apiphaneia (aparecimento,
manifestação) e apokalupsis (revelação), são
usados de forma intercambiáveis. Por exemplo: em 1 Coríntios 1:7 o termo
“apokalupsis” é utilizado para descrever o Arrebatamento da Igreja. Já em 2
Tessalonicenses 1:7,8 o mesmo termo é utilizado para descrever o que seria para
os Pré-Tribulacionistas a vinda de Cristo em glória e visível a todos após o
período de sete anos. Logo, no original não é possível fazer qualquer distinção
de eventos. Vale ressaltar também que, antes de meados de 1850, nunca na
história da Igreja foi ensinado oficialmente tal distinção (embora no século IV
d.C. Efraim da Síria parece ter ensinado algo parecido).
Sinceramente, eu gostaria muito que
os irmãos Pré-Tribulacionistas estivessem certos, porém não consigo encontrar
fundamentação bíblica sólida para defender essa posição. Posso prometer também
que, se caso Cristo voltar antes da Grande Tribulação, garanto que não será eu
quem irá reclamar. Também prefiro ensinar uma igreja a estar preparada para
passar por um período de Grande Tribulação do que ensinar que seremos
arrebatados antes dela e, de repente, nos vermos em pleno período de Grande
Tribulação. Se eu ensinar que a Igreja não passará pela grande tribulação e acabar
passando, sei que as pessoas me cobrarão. Se eu ensinar que ela passará e o
Arrebatamento ocorrer antes, então acredito que no céu ninguém se lembrará de
me cobrar sobre isso. De qualquer forma, o Pós-Tribulacionismo é a melhor
interpretação em todos os cenários.
Posso concluir dizendo que considero
o Pré-Tribulacionismo bastante incoerente, mas não uma heresia. Para mim, uma
heresia seria uma visão que negue a volta de Cristo, e isso o
Pré-Tribulacionismo não faz. Também acredito que isso não deva ser motivo de
divisão entre os cristãos, pois maior é o que nos une: a esperança de que
Cristo voltará! Que Deus nos guarde, e que possamos estar sempre vigilantes.
11.
A Segunda Vinda de Cristo:
Após o período de
Grande Tribulação, Jesus afirma que ocorrerá a Sua Segunda Vinda (Mc 13:24).
Esse momento será de grande alegria para a Igreja e de grande terror para os
ímpios. Nesse período o Anticristo e seu sistema, estará exercendo exercendo um
governo mundial e perseguindo violentamente a Igreja, porém Jesus afirma que
por causa dos eleitos aqueles dias foram abreviados (Mc 13:20). O Apostolo
Paulo descreve o fim do período de Grande Tribulação com Cristo matando o
Anticristo com o sopro de Sua boca (2Ts 2:8).
Jesus também
esclarece que esse momento será visível a todos, pois Ele virá com grande poder
e glória, cujo mundo não resistirá sendo que o sol se escurecerá, a lua não
brilhará mais, as estrelas cairão e as forças dos céus serão abaladas (Mc
13:25). Então Ele enviará os Seus anjos e reunirá todos os escolhidos. Sobre
esse momento Paulo afirma que o Senhor descerá do céu com grande brado e os
mortos em cristo ressuscitarão e os que estiverem vivos terão seus corpos
transformados (1Ts 4:16,17). Cristo então reunirá os seus, julgará o mundo e
destruirá Satanás e seus anjos em condenação eterna.
Embora muitos
falsos profetas já tenham tentando marcar a data da volta de Cristo, o próprio
Jesus afirma que a hora somente o Pai conhece (Mc 13:32). Quanto a nós,
precisamos estar vigilantes, aguardando ansiosamente esse momento tão glorioso
(Mc 13:35).
Para concluir,
quero deixar as palavras do Apóstolo Pedro que esteve presente no momento do
Sermão Escatológico, e escutou com seus próprios ouvidos as palavras que Jesus
pronunciou. Em sua segunda Epístola, no capítulo 3, ele nos dá o seu
entendimento sobre o sermão de Jesus, interpretando exatamente o que Jesus
falou e testificando que Cristo voltará.
O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um
grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o
que nela há, será desnudada.
Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa,
esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor.
Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.
(2 Pedro 3:10-13)
Visto que tudo será assim desfeito, que tipo de pessoas é necessário que vocês sejam? Vivam de maneira santa e piedosa,
esperando o dia de Deus e apressando a sua vinda. Naquele dia os céus serão desfeitos pelo fogo, e os elementos se derreterão pelo calor.
Todavia, de acordo com a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.
(2 Pedro 3:10-13)
Métodos de Interpretação do Livro de Apocalipse
Apocalipse é com
certeza um dos livros mais discutidos ao longo da história da igreja, e
considerado um dos mais difíceis da Bíblia para se interpretar pela maioria dos
cristãos. Isso acontece devido ao grande número de símbolos e figuras presentes
no livro.
Existem então
diferentes métodos de interpretação do livro de Apocalipse, e veremos nesse
texto, resumidamente, cada uma dessas interpretações. Vale ressaltar que tais
interpretações ou padrões de hermenêutica, não se aplicam apenas ao livro de
Apocalipse, mas também à outros textos bíblicos (principalmente aos livros
proféticos), porém para o nosso texto iremos considerar apenas o livro de
Apocalipse.
Interpretação Preterista de Apocalipse:
O método Preterista
considera o contexto histórico na interpretação do Apocalipse, ou seja, muito
do simbolismo presente no livro está relacionado aos acontecimentos
contemporâneos da época em que foi escrito. No Preterismo, muitas das profecias
do Novo Testamento também foram cumpridas na destruição de Jerusalém em 70 d.C.
e em eventos do período da igreja primitiva.
Dentro da
interpretação Preterista, existe uma classificação que podemos chamar de
Preterismo Moderado e Preterismo Radial (ou Hiperpeterismo). Basicamente a
diferença entre moderado e o radical é a totalidade ou não do cumprimento das
profecias. O Preterismo Radical, por exemplo, acredita que tudo foi cumprido em
70 d.C. na destruição de Jerusalém e depois na queda do Império Romano,
enquanto o Preterismo Moderado acredita em uma segunda vinda de Cristo,
ressurreição dos mortos e julgamento final. O Preterismo Radical é considerado
por muitos herético, pois nega fundamentos básicos da fé cristã, como a segunda
vinda de Cristo. Dentro do Apocalipse, os preteristas, pelos menos em sua
maioria, identificam a besta como sendo o Império Romano, o falso profeta
seriam os sacerdotes que instituía o culto ao imperador, a grande meretriz como
sendo a cidade de Roma ou a própria Jerusalém apóstata.
Interpretação Historicista de
Apocalipse:
No Historicismo, as
profecias do livro de Apocalipse (e outras profecias bíblicas), são
interpretadas como se fossem se cumprindo ao longo da história. Dessa forma,
muitas profecias já se cumpriram, outras estão em pleno cumprimento, e também
há aquelas que ainda se cumpriram, ou seja, seria como um esboço da história da
igreja desde o século I até a Segunda Vinda de Cristo.
Até o século XIX,
podemos dizer que a interpretação Historicista era a predominante dentro do
protestantismo, sendo superada em números quando surgiu o Dispensacionalismo
com uma interpretação completamente Futurista.
Interpretação Futurista
de Apocalipse:
Na interpretação
Futurista, quase tudo no livro de Apocalipse está relacionado aos
acontecimentos futuros do fim dos tempos – para alguns com exceção apenas dos
três primeiros capítulos. A interpretação Futurista se popularizou com o
surgimento da corrente escatológica conhecida como Dispensacionalismo (ou
Pré-Milenismo Dispensacionalista) e que se tornou a principal visão
escatológica dentro do movimento pentecostal.
A interpretação
Futurista (em sua maioria) crê que haverá um arrebatamento secreto da igreja
antes de um período de sete anos de grande tribulação, a besta será um líder
político que liderará um governo mundial, o falso profeta seria uma espécie de
ecumenismo religioso que tomará o mundo no governo do Anticristo e ao final
Cristo voltará para livrar o povo de Israel e estabelecer um reino literal de
mil anos (Milênio) na terra.
Interpretação Idealista
de Apocalipse:
A interpretação
Idealista pode ser definida como totalmente simbólica, na medida em que
interpreta toda descrição presente no livro de Apocalipse como símbolos,
verdades ou ideais espirituais, ou seja, nada irá ocorrer realmente de forma
literal e histórica, mas completamente de maneira espiritual.
De forma resumida,
o Idealismo interpreta o Apocalipse como um símbolo da luta entre o bem e o
mal, entre a igreja e o paganismo dominado pelo poder satânico. Sendo assim,
verdades espirituais são ensinadas para que cristão possam aplica-las em
diversas situações. Existem também alguns idealistas que interpretam a
segunda vinda de Cristo e o juízo final também como algo simbólico, caindo no
mesmo erro dos Hiperpreteristas, enquanto outros (a maioria), mesmo idealistas,
interpretam como eventos literais que acontecerão.
1.
Leitura de Recapitulação ou de Sucessão em
Apocalipse?
Já sabemos que a
leitura do livro de Apocalipse não é uma tarefa considerada das mais fáceis
entre os cristãos. Para ajudar na compreensão de Apocalipse, basicamente
existem duas formas de organizar o seu conteúdo: Leitura de Sucessão e Leitura
de Recapitulação. Veremos resumidamente do que se trata cada um desses métodos
de organização.
2.
Leitura de Sucessão (Progressiva):
Como o próprio nome
já exemplifica, nesse método o conteúdo de Apocalipse é organizado de forma
sucessiva, ou seja, os eventos descritos no livro representam uma ordem de
sucessão sequencial e, sobre tudo, referem-se a momentos distintos
historicamente. Por exemplo: os Sete Selos, as Sete Trombetas e as Sete Taças
são eventos distintos entre si, e que basicamente ocorrem em momentos diferentes
da história.
Geralmente quem
adota a Leitura Progressiva, admite que, embora os eventos se iniciem e ocorram
em momentos diferentes, eles terminam de forma simultânea, ou seja, o último
selo engloba as trombetas e a última trombeta as taças.
3.
Leitura de Recapitulação:
A Leitura de
Recapitulação, também conhecida como Paralelismo Progressivo, divide o livro de
Apocalipse em seções que recapitulam os mesmos eventos, ou seja, a mesma
história é contada várias vezes, porém em cada repetição novos elementos são
adicionados intensificando a narrativa. De forma mais simples, podemos dizer
que João contou a mesma história de anglos diferentes.
Analisando a Bíblia
de forma geral, a recapitulação é vastamente utilizada desde Gênesis até
Apocalipse, logo, para uma boa Hermenêutica, identificar as ocorrências de
recapitulação nos textos bíblicos é fundamental.
Considerando esse
sistema, geralmente o livro de Apocalipse é dividido em sete seções (alguns
preferem dividi-lo em oito seções, ou até mesmo sete começando pelo capítulo
4). Um dos maiores proponentes nos últimos anos da Leitura de Recapitulação do
livro de Apocalipse foi o pastor William Hendriksen.
A divisão proposta
do livro de Apocalipse em sete seções considerando desde o capítulo 1 é a
seguinte:
1. Capítulos 1 a 3 –
Cartas as Sete Igrejas: Cristo no meio dos Sete Castiçais;
2. Capítulos 4 a 7 –
Os Sete Selos;
3. Capítulos 8 a 11 –
As Sete Trombetas;
4. Capítulos 12 a 14 –
O nascimento de Cristo e o Dragão perseguidor;
5. Capítulos 15 a 16 –
As Sete Taças;
6. Capítulos 17 a 19 –
A Queda da Babilônia;
7. Capítulos 20 a 22 –
O Reino dos Santos e o Juízo Final;
Um outro sistema de
divisão, considera que a parte principal do livro de Apocalipse compreende o
intervalo entre os capítulos 4 e 22, dividindo também em sete seções:
4. Seção 1 – Os Setes
Selos (caps. 4:1 a 8:1);
5. Seção 2 – As Sete
Trombetas (caps. 8:1 a 11:19);
6. Seção 3 – Sete
Histórias Simbólicas (caps. 12 a 14);
7. Seção 4 – As Sete
Taças (caps. 15 a 16);
8. Seção 5 – A Queda
da Babilônia (caps. 17:1 a 19:10);
9. Seção 6 – A Batalha
Final (cap. 19:11-21);
10. Seção 7 –
Julgamento Final e o Reino dos Santos;
Há também quem
adote uma leitura recapitulativa de Apocalipse, porém entende que entre os
capítulos 19 e 20 ocorre uma sucessão de eventos e não uma recapitulação, isto
é, o capítulo 20 continua o capítulo 19.
Outra coisa
interessante é que, embora os Pré-Milenistas Dispensacionalistas geralmente
adotam a Leitura Progressiva, existem Amilenistas, Pós-Milenistas e
Pré-Milenistas em ambos os lados. Por exemplo, existem Pré-Milenistas convictos
que adotam a Leitura de Recapitulação.
Quanto a mim,
reconheço que ambos os sistemas de leitura não solucionam todas as dificuldades
de interpretação do livro de Apocalipse, porém creio que a Leitura de
Recapitulação é a que possui menos problemas e propõe uma Hermenêutica mais
adequada de Apocalipse.
OS SINAIS ANTECEDENTES
No meio cristão
existem muitas divergências doutrinárias, principalmente quando se trata de
assuntos escatológicos, como é o caso de como se dará a volta de Jesus. Existem
alguns grupos que ensinam que Jesus já veio, outros, que Ele não virá, outros
que Ele virá ainda uma vez, e por fim, existem aqueles que dizem que Ele ainda
virá mais duas vezes.
Pretendo, nesta
série de postagens, demonstrar, de maneira simples, com base na Bíblia Sagrada,
que Jesus virá somente mais uma vez.
“ E,
estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos,
em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal
haverá da tua vinda e do fim do mundo? Mt 24:3
Respondendo à interrogação dos discípulos, Jesus menciona os sinais que
antecederiam à sua volta; quais sejam:
1 – ENGANAÇÃO SEM
PRECEDENTES
“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém
vos engane;” Mt 24:4
2 – FALSOS CRISTOS
“Por que muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo;
e enganarão a muitos.” Mt 24:5
3 – GUERRAS E
RUMORES DE GUERRAS
“E ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras;” mt 24:6
4 – FOMES
“E, haverá fomes...” mt 24:7
5 – PESTES
“E, haverá
pestes...” mt 24:7
6 – TERREMOTOS EM VÁRIOS LUGARES
“E, haverá terremotos em
vários lugares.” Mt 24: 7
7 – FIM DO
PRINCÍPIO DAS DORES E O INÍCIO DAS DORES
“Mas todas estas
coisas são o princípio de dores.” Mt 24: 8
8 – DORES (NOVA
ORDEM MUNDIAL, GRANDE TRIBULAÇÃO E O ANTICRISTO
“Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e
matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.”
Mt 24: 9
“Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio
do mundo até agora, nem tão pouco há de haver.” Mt 24:21
9 – APOSTASIA
“Nesse tempo,
muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se
aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se
multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que
perseverar até ao fim será salvo.” Mt 24:1012
10 – PREGAÇÃO DO
EVANGELHO EM TODO O MUNDO
“E este
evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
gentes, e então virá o fim.” Mt 24:14
11 – SINAIS NO SOL, NA LUA E NAS ESTRELAS
“E, logo depois
da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as
estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” Mt 24;29
12- GRANDES
TSUNAMIS
"E na terra
angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas." Lc
21;25
13 - A HUMANIDADE
ATERRORIZADA
"Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que
sobrevirão ao mundo. Porquanto as virtudes do céu serão abaladas." Lc
21;26
CONCLUSÃO: Estamos na reta final do cumprimento destes sinais. Creio que
só está faltando acontecer a grande tribulação (em que milhões de
cristãos serão perseguidos e mortos), além dos sinais no sol, na lua e
nas estrelas. Na próxima postagem, falarei sobre como se dará a volta de
Jesus.
JESUS APARECE NO CÉU
“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as
tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem,
vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” Mt 24:30
“Porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até
ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mt 24:27
“Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os
mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão
sobre ele. Sim. Amém.” Ap 1:7
“E estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto
deles se puseram dois varões vestidos de branco, os quais lhe disseram: Varões
galileus, porque estais olhando para o céu? Esse Jesus que dentre vós foi
recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.”
At 1:10-11
COMENTÁRIO: Assim,
após os céus e a terra começarem a entrar em colapso, Jesus aparece no
céu de forma visível, para arrebatar os seus escolhidos, sendo que
todas as pessoas o verão, inclusive aqueles que não serão salvos. Para estes,
os perdidos, só restará o lamento e o suplício eterno.
O ARREBATAMENTO
“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não
dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão
abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos
da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu,
com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor
de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde
os quatro ventos, de um à outra extremidade dos céus.” Mt 24:30-31
“Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro;
estando duas moendo no moinho será levada uma, e deixada outra.” Mt 24:4-41
“Mas á meia-noite ouviu-se um clamor; aí vem o esposo,
saí-lhe ao encontro.” Mt 25:6
“Eis aqui vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas
todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a
última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados.” I Cor 15:51-52
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em
Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e
assim estaremos sempre com o Senhor.” I Tess 4:16-17
“Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta,
se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas,
seus servos.” Ap 10:7
“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes
vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu
Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” Ap 11:15
“E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para
serem julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos
que santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de
destruíres os que destroem a terra.” Ap 11:18
“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha
nas nuvens do céu um como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias,
e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para
que todos os povos, nações e línguas o servissem: o seu domínio é um
domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será
destruído.” Dn 7:13-14
PALAVRAS-CHAVE:
trombeta, clamor (brado, alarido), segredo (mistério)
CONCLUSÃO: Bem, com base nas palavras-chave acima mencionadas, concluímos que as
passagens expostas tratam do mesmo evento. Assim, após o Senhor Jesus aparecer
no céu, rodeado de miríades de santos anjos, ele enviará os seus anjos aos
quatro cantos da terra, que arrebatarão os seus escolhidos. Neste momento, os
mortos ressuscitarão primeiro, e os vivos serão transformados, e juntos subirão
ao encontro do Senhor.
O JULGAMENTO FINAL
“E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos
com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as
nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor
aparta dos bodes as ovelhas.” Mt 25:31-32
“E porá as ovelhas á sua direita, mas os bodes à esquerda.” Mt 25:33
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde
benditos do meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo;” mt 25:34
“Então dirá também aos que estiverem aos que estiverem à sua
esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,
preparado para o diabo e seus anjos; mt 25:42
“E irão estes para o tormento eterno...” mt 25: 46
“Mas os justos para a vida eterna.” Mt 25;46
COMENTÁRIO: Após Jesus aparecer no céu, Ele arrebata os seus escolhidos,
ressuscita os mortos, e transforma a ambos, dando a eles um corpo glorioso.
Posteriormente, senta-se em seu trono, dando início assim ao julgamento final.
Destinará os justos á vida eterna e os ímpios à morte eterna
Esperando a Volta de Jesus - Lição 3
“E o mesmo Deus de paz avos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
Como não sabemos o dia da volta de Jesus para arrebatar a sua Igreja, é
indispensável estarmos preparados para aquele grande acontecimento, como se ele
viesse a ocorrer hoje, agora. Infelizmente, na prática, há muitos cristãos que
não estão preparados para subir com a Igreja, na volta do Senhor. Assim como as
“virgens loucas”, de Mateus 25, estão descuidados, não têm reserva espiritual,
negligenciam o seu testemunho e alguns escandalizam o nome do evangelho. No
entanto, a volta de Jesus será repentina, como a vinda de um ladrão para
assaltar uma residência. Não há hora marcada, não há dia conhecido. A surpresa
é o fator preponderante. Por isso, a santificação é requisito fundamental para
o encontro com o Senhor nos ares, em sua volta (1 Ts 5.23).
Jesus usou outras metáforas para demonstrar a surpresa de sua volta.
Aludiu aos dias de Noé, quando os homens de sua época não estavam nem um pouco
interessados em saber o que aconteceria, anos depois, quando o patriarca lhes
alertava para a catástrofe hídrica que destruiria a humanidade de então.
Alertou que sua vinda seria como nos dias de Ló, acrescentando apenas alguns
poucos detalhes que diferenciavam uns dos outros. Nos dias de Noé: “Porquanto,
assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se
em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mt 24.38). “Como também da
mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam,
plantavam e edificavam” (Lc 17.28). Eles pensavam em tudo, menos em santidade.
Só olhavam para as coisas da terra, e se esqueciam de olhar para cima (Cl 3.2).
Qual a diferença entre os dias de Noé e os dias de Ló? Nos primeiros,
havia vida social normal, incluindo o casamento entre as pessoas; havia
agricultura, pois “comiam, bebiam”. Nos dias de Ló, as atividades eram
semelhantes, mas não se fala em casamento. Coincide com o relato de Gênesis 19.
Em Gênesis 19.4,5, ficou registrado que os homens de So- doma eram praticantes
da homossexualidade. Queriam “conhecer”, ou ter relações com os visitantes que
foram tirar Ló, imaginando que seriam apenas homens comuns. Diante da maldade
excessiva daquelas cidades, Deus tirou Ló de lá, repentinamente, sem que os
habitantes soubessem, e mandou um fogo dos céus que destruiu a todos. A
pecaminosidade e a corrupção alcançaram níveis além do suportável pelo Deus
sumamente santo.
Assim, uma característica comum ao que aconteceu com os povos
antediluvianos e os de Sodoma e Gomorra foi a surpresa com que foram alcançados
pelas respectivas tragédias. Jesus alertou que, na sua volta para buscar a
Igreja, também as pessoas, no mundo, serão tomadas de surpresa. Jesus virá num
dia e numa hora que ninguém sabe (Mt 24.36). Dessa forma, é indispensável que
os cristãos estejam preparados, sabendo como esperar a volta do Senhor Jesus. E
estar preparado é estar em santidade e em santificação, que é o processo
contínuo da separação do mal.
I - Atitudes Corretas ante a Volta do
Senhor
A primeira fase da volta de Jesus para buscar a sua Igreja, integrada
pelos crentes fiéis e santos, será tão repentina que não haverá tempo para
ninguém preparar-se de última hora. Os meios de comunicação antigos e os mais
modernos não terão oportunidade para anunciar a iminência da volta de Cristo.
Essa premência e surpresa do arrebatamento dos salvos já foi anunciada há
muitos séculos, e estão bem claras nas Escrituras. Diante dessa realidade
profética e real, o cristão verdadeiro, que tem consciência do que é ser salvo
para ir para o céu, onde Cristo está (Jo 14.3), deve viver num estilo de vida e
conduta de quem está esperando seu Senhor a qualquer momento.
1. Esperar com Vigilância
Quem espera a volta de Jesus a qualquer momento precisa estar vigilante,
tanto ao que acontece ao seu redor, como dentro de si próprio.
Os sinais exteriores da volta iminente de Jesus já foram resumidos no
capítulo anterior, e estão se cumprindo na História de maneira infalível, pois
as palavras de Jesus não passarão (Mt 24.35). Porém, o crente em Jesus deve
vigiar o que se passa no “ambiente” interior de seu ser, do seu coração. Os
acontecimentos proféticos hão de cumprir-se independentemente da vontade dos
homens sem Deus ou mesmo dos crentes fiéis. Mas o que acontece no interior de
cada pessoa depende de si, de suas atitudes mentais, de seus sentimentos e
emoções, ou “do coração”. O Dicionário Houaiss diz que vigilância é “1. Ato ou
efeito de vigiar(-se);
2. Estado de quem vigia; 3. Precaução; 4. Cuidado, atenção desvelada”
(grifo nosso). A partícula se indica a vigilância de si mesmo.
A maioria absoluta dos crentes que ficarão para trás na volta de Jesus
deixará de ir para os céus por causa de suas atitudes erradas, de sua conduta
em desacordo com a vontade Deus, expressa em sua Palavra. Jesus alertou quanto
a isso e exortou os discípulos a serem vigilantes: “Vigiai, pois, porque não
sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42). Ele também ensinou
sobre a natureza tendente ao pecado que está dentro de cada um: “Porque do
coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos,
falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19; Mc 7.21). Todos esses pecados
começam no interior do homem. Satanás conhece bem essa realidade, desde que
tentou o homem no Éden e viu que o ser criado era suscetível de deixar de ouvir
a voz de Deus e ouvir a tentação.
Para não cair em tentação, e ficar para trás na volta de Jesus, só
existe uma receita, dada por Jesus (Mt 26.41). Somente com oração, muitas vezes
reforçada pela prática do jejum, é que podemos vencer as concupiscências da carne.
É evidente que a maioria dos crentes, hoje, não gosta de orar. As jovens
consideradas loucas em Mateus 25 ficaram de fora da festa nupcial porque não
vigiaram, deixando faltar o azeite em suas vasilhas. Nos dias presentes, há
muitos evangélicos negligentes. Mas Jesus mandou vigiar constantemente, pois
não sabemos a hora em que Ele há de vir. “Sabei, porém, isto: se o pai de
família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria
minar a sua casa” (Lc 12.39).
2. Viver na Unção do Espírito Santo
Na parábola das Dez Virgens (Mt 25), vemos a necessidade do azeite, que
simboliza a presença do Espírito Santo, para esperar “o Noivo”. Somente as
“virgens prudentes”, que tinham azeite em suas vasilhas, e também reservas por
precaução, puderam entrar com o noivo para as bodas. As “insensatas” ou
imprudentes “ainda” foram comprar azeite, e se atrasaram para as bodas: “E,
tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram
com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mt 25.10 - grifo nosso). A
parábola retrata um casamento oriental, em que, durante uma semana, havia as
bodas. As dez virgens representam os crentes em geral. As prudentes representam
os crentes que estão esperando a volta de Jesus, na comunhão do Espírito Santo,
sentindo a sua presença, tipificada pelo azeite. As virgens “loucas” não são
débeis mentais, mas crentes que, ao longo dos anos, se descuidam, e deixam de
buscar a presença de Deus e de seu Espírito. Notemos que a diferença
fundamental entre as prudentes e as loucas era o que elas tinham quanto à
provisão do azeite. Nas igrejas em geral, há um esfriamento quanto à busca do
batismo com o Espírito Santo, que corresponde à “reserva” indispensável para
esperar com segurança a volta de Jesus.
Quando o crente aceita a Cristo, já tem o Espírito Santo habitando com
ele, “habita convosco”, mas Jesus prometeu: “estará em vós” (Jo 14.17). Os
discípulos já eram salvos, mas ainda precisavam ser “revestidos de poder” (Lc
24.49). E esse revestimento especial, distinto da salvação, começou a acontecer
e a estar à disposição dos salvos, quando da descida do Espírito Santo, como
Jesus prometeu (At 1.8; 2.1-13). Sem a presença do Espírito Santo, no crente, e
na sua vida, é impossível esperar a vinda de Jesus de forma correta. Precisamos
ser cheios do Espírito (Ef 5.18; At 13.52); andar em Espírito (Rm 8.1; G15.19);
ser guiados pelo Espírito (Rm 8.14); ser templo do Espírito Santo (1 Co 6.19).
Sem a unção do Espírito Santo, nos dias presentes, é impossível viver a Palavra
de Deus, obedecer ao Senhor e estar pronto para o arrebatamento.
3. Viver com Santidade
Santidade é uma palavra esquecida por muitos pastores. Para agradar a
todos, numa atitude demagógica, muitos deixam de ministrar a doutrina da
santificação, principalmente para a juventude. Há igrejas que inventaram as
“boates-templo” para atrair jovens para um ambiente parecido com os locais de
reunião de jovens para namorar, beber, marcar encontros, etc., mesmo que em
tais “boates evangélicas” não haja bebidas alcoólicas. Há igrejas que usam
estruturas de luta-livre, de artes marciais e até de “rodeios”, com animais
dentro dos templos, para atrair os jovens! No tempo de Jesus e no de Paulo já
havia os Jogos Olímpicos, com diversas modalidades, mas nem Cristo nem Paulo,
nem de longe, sugeriram tais aberrações para atrair pessoas para o evangelho.
O evangelho do entretenimento tem suplantado o evangelho do sofrimento
por Cristo. Mas sem santificação “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Ser santo
é ser separado, consagrado para Deus. O apóstolo Pedro nos exorta a sermos
obedientes e santos em toda a nossa maneira de viver (1 Pe 1.13-15). Santidade
pressupõe irrepreensibilidade. Paulo exortou: “E o mesmo Deus de paz vos
santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente
conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts
5.23). Quando falamos de santificação não queremos passar a ideia do legalismo
e do fanatismo de algumas denominações, de forma alguma. Para ser santo, um servo
ou uma serva de Deus não precisa tornar-se um eremita ou um monge medieval, que
se isolavam das cidades, para “não se contaminar com o mundo”.
Santificação é uma necessidade imperiosa de separação de tudo o que a
Bíblia condena e não do que certos líderes elegem como pecado, sem qualquer
fundamento bíblico. Houve tempo em que, se um homem não usasse chapéu, não
seria santo; se uma mulher não usasse um vestido longo, com decote no pescoço e
mangas compridas até aos punhos, mesmo num clima tropical, não seria santa;
também não seria santa uma jovem que, mesmo tendo cabelos longos, aparasse as
pontas; se usasse um diadema estaria condenada ao inferno. Isso não é
santidade. Isso é fanatismo, intolerância e sectarismo, sem qualquer base na
Palavra de Deus. O mais terrível e detestável dessa visão de santidade é que
tais coisas são consideradas pecados, enquanto outras, claramente condenadas
pela Bíblia, não são consideradas, como mentira, calúnia, difamação (crimes
contra a honra), calotes, desvio de dinheiro dos cofres de igrejas, falta de
amor, aborrecimento ou ódio a quem não pensa da mesma forma, e tantos outros
comportamentos execráveis. Isso é farisaísmo, e não santidade.
Não defendemos o desrespeito aos bons usos e aos bons costumes, que têm
fundamento bíblico, mas rejeitamos o legalismo e o autoritarismo que já
empurraram muitos para o inferno. Como ficam diante de Deus aqueles que
contribuíram para a matança espiritual sem motivo ou fundamento na lei de Deus?
A eles faltava o requisito a seguir comentado.
4. Esperando com Amor
Os crentes que subirão ao encontro do Senhor serão seus discípulos fiéis
e verdadeiros. Já vimos que a “marca registrada” do cristão não é o nome da
denominação, nem o nome de família, nem o cargo que ocupa na igreja local, mas
o amor de Deus no coração e na prática diária. Jesus disse: “Um novo mandamento
vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós
uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se
vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35 - grifo nosso). Esta é uma verdade
neotestamentária, pouco anotada por grande parte dos evangélicos, inclusive por
pastores de grandes igrejas.
Os verdadeiros cristãos, que esperam a volta de Jesus, não são
identificados pelo nome ou razão social da denominação, do ministério ou da
igreja. O Senhor Jesus, num de seus discursos, em presença dos seus discípulos
lhes apresentou “um novo mandamento”, por assim dizer, o “décimo primeiro
mandamento”, que eles não tinham em mente. Conheciam bem os Dez Mandamentos da
Lei de Moisés, que também era a Lei de Deus. Ele ressaltou o valor desse “novo
mandamento”, que o dever de os seus servos amarem uns aos outros, da mesma
forma como Ele nos amou. Essa é a identidade do verdadeiro cristão, preparado para
subir no arrebatamento - ter amor pelos seus irmãos em Cristo. E característica
ou a marca distintiva do verdadeiros discípulos de Jesus ter amor pelos irmãos.
Nesse quesito, ou requisito, como estão os crentes no século XXI?
Tomemos o exemplo de nosso Brasil. O evangelho tem um crescimento numérico
extraordinário. São milhares de igrejas e milhões de crentes, numa dimensão
que, segundo estatísticas com projeções do IBGE, em 2014, os evangélicos seriam
25% da população (em torno de 52 milhões de pessoas). No entanto, são evidentes
as divergências, as competições e as discordâncias entre igrejas históricas e
as chamadas neopentecostais. Não só em termos doutrinários, mas, também em
termos comportamentais. Há líderes de grandes igrejas, que, em programas de
televisão, abertamente criticam outras igrejas e outros pastores. Isso é falta
de ética, e também falta de amor. Atitudes que em nada glorificam a Deus (cf. 1
Co 10.31). Mais triste é ver obreiros que não conseguem sequer saudarem-se com
a paz do Senhor. Como estarão esses na vinda de Jesus?
Se pudéssemos perguntar ao apóstolo João como estarão os crentes que não
têm amor a seus irmãos, o que ele nos responderia? Vejamos: “Aquele que diz que
está na luz e aborrece a seu irmão até agora está em trevas” (1 Jo 2.9). Isto
é, quem aborrece a seu irmão, mesmo que esteja numa igreja há muitos anos,
nasceu nela, é obreiro, prega bem, canta bem, etc., simplesmente “está em
trevas”, ou seja, não é salvo. Acreditamos que, ampliando sua resposta sobre os
que não vivem em amor e aborrecem seus irmãos, João nos acrescentaria: “E tem
mais, é muito perigoso não amar o irmão por que ‘aquele que aborrece a seu
irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as
trevas lhe cegaram os olhos’” (1 Jo 2.11).
Se insistíssemos, dizendo: “Apóstolo João, esse não seria apenas um
‘pecado que não é para a morte’, e podemos orar por eles, como o senhor diz em
1 João 5.16?”, o apóstolo, certamente, ficaria mais sério, e responderia: “Meu
filho, há muita gente, inclusive pastores, que consideram os maiores pecados a
falta de obediência aos usos e costumes, mas muitos desses nem sequer serão
reconhecidos na vinda de Jesus. Sabe por quê? Anote: “Nós sabemos que passamos
da morte para a vida, porque amamos os irmãos; quem não ama a seu irmão
permanece na morte. Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis
que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1 Jo 3. 14,15 - grifo
nosso).
II - Atitudes Errôneas Diante da Vinda
de Jesus - no Arrebatamento
1. Ignorando a Vinda de Jesus
Em Mateus 24.48, o mau servo diz: “O meu senhor tarde virá”, e passa a
viver de modo negligente e desatento, completamente alheio à volta de Cristo. A
este, diz o Senhor: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e
à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os
hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”
(Mt 24.50). Nestes tempos de sinais evidentes da proximidade da
vinda de Jesus, há muitos evangélicos brincando de ser crentes. Há obreiros que
não mais falam na vinda de Jesus. É negligência espiritual. Quanto aos ímpios,
é natural que não levem em conta as advertências da Palavra de Deus quanto à
proximidade e surpresa da volta de Jesus. Mas os cristãos não devem descuidar-se
dessa realidade espiritual tão significativa.
2. Escarnecendo das Profecias
O apóstolo Pedro escreveu: “sabendo primeiro isto: que nos últimos dias
virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e
dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram
todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pe 3.3,4). O
apóstolo deu como resposta o ensino bíblico, que indica a matemática de Deus
quanto à contagem dos tempos, dizendo: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa:
que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8).
Pedro envia essa mensagem a pessoas crentes, que estão nas igrejas. Como visto,
no capítulo 1, há diversas interpretações quanto ao arrebatamento da Igreja.
Há, inclusive, teólogos que dizem que Jesus jamais virá nas nuvens para buscar
a sua Igreja (1 Ts 4.17), que isso é apenas uma utopia motivadora para os
crentes se comportarem de modo santo. É melhor estar preparado, e conferir os
sinais proféticos de acordo com a santa Palavra de Deus.
3. Traição e Aborrecimento
E um dos sinais da vinda do Senhor Jesus. Esse comportamento pode levar
muitos à condenação eterna. Jesus profetizou: “Nesse tempo, muitos serão
escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão”
(Mt 24.10). Qual a causa dessa traição entre os que se dizem cristãos, no tempo
da volta de Jesus? Ele responde: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de
muitos se esfriará” (Mt 24.12). Não há necessidade de nenhuma pesquisa para
constatar, pelas evidências diárias, na mídia e no comportamento humano, que a
iniquidade está generalizada, no mundo todo, e com muita incidência em nosso
país.
Esse aumento da iniquidade acaba influenciando o comportamento dos
crentes negligentes quanto à volta do Senhor. E muitos nem percebem que estão
aborrecendo seus irmãos, seja pelo legalismo exacerbado, seja pela inveja, pela
calúnia, seja pela maldade e carnalidade. O apóstolo João anotou que quem
aborrece a seu irmão não pode entrar no Reino de Deus: “Qualquer que aborrece a
seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a
vida eterna” (1 Jo 3.15). Naturalmente, diante de Deus, quem aborrece a seu
irmão é um homicida espiritual, passível da penalidade com a perdição, tanto
quanto o homicida que tira a vida física de alguém.
III - Os Dois Tipos de Servos
Na vinda de Jesus, haverá dois tipos de servos. Os fiéis e os infiéis.
Os que fazem a vontade de Deus e os que estão fora de sua vontade. Os que estão
no seu lugar e os que estão fora do lugar. Os que estão vigiando e os que estão
descuidados, como na parábola das Dez Virgens.
E Jesus proferiu outra parábola, enfatizando esses dois tipos de
crentes. A parábola dos dois servos.
1. O Servo Fiel
“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a
sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o
Senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre
todos os seus bens” (Mt 24.4547). Essa parte da parábola, no meio do Sermão
Profético de Jesus, dá a entender que Ele se referia a servos que têm
liderança, ou seja, obreiros, pastores, dirigentes de congregação ou de
trabalhos, nas igrejas locais, que, no seu conjunto, se forem verdadeiras, formam
o todo maior que constitui a Igreja do Senhor. E que deverão prestar contas, de
modo “que o Senhor, quando vier, achar servindo assim”. “Primeiro, porque eles
são constituídos “sobre a sua casa”. Estar “sobre a casa” é ser líder, mordomo,
ou administrador dos bens de seu Senhor. Hoje, a “casa de Deus”, ou “casa de
Jesus”, pode ser identificada como uma igreja cristã, que reúne servos ou
discípulos de Jesus num determinado lugar. Numa visão mais ampla, ser “servo
fiel e prudente” pode-se aplicar a cada crente individualmente, homem ou
mulher, que espera a volta do Senhor.
Esse “servo fiel e prudente” são os líderes ou pastores, que atuam na
obra do Senhor com fidelidade e amor. Em segundo lugar, o texto diz que esse
servo, elogiado pelo seu Senhor, é constituído “para dar o sustento a seu
tempo” sobre a sua casa, ou seja, aos que vivem e trabalham na “casa do
Senhor”. Os pastores das igrejas, sejam quais forem elas, pequenas, médias ou
grandes, devem ser realmente apascentado- res do rebanho de Jesus. As ovelhas
não lhes pertencem. Todo pastor cristão pastoreia ovelhas que não lhes
pertencem. E um dia haverão de prestar contas de como as trataram como ovelhas
do Senhor. Nesse aspecto, é o apóstolo Pedro quem melhor traduz como deve ser o
comportamento dos pastores, como servos fiéis e prudentes: “Aos presbíteros que
estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha
das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem
como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.
(1 Pe 5.1-4)
Essas são as qualidades que devem identificar um “servo fiel e prudente”
constituído para cuidar da casa do Senhor. Dando o alimento ao “rebanho de
Deus”, agindo, nesse cuidado, sem autoritarismo; trabalhando sem “torpe
ganância”, como tantos têm aparecido, em noticiários na mídia, apropriando-se
de dinheiros das ofertas e dízimos das igrejas. A cobiça e a ganância têm
tornado muitos obreiros em ladrões e corruptos no meio evangélico, causando
escândalos ao bom nome do evangelho (Mt 18.7). Ao servo “fiel e prudente”, que
lidera a obra do Senhor, está reservado um galardão especial, não concedido a
nenhum outro tipo de servo: “a incorruptível coroa de glória”!
2. O Mau Servo
“Porém, se aquele mau servo disser consigo: O meu senhor tarde virá, e
começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os bêbados, virá
o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não
sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá
pranto e ranger de dentes” (Mt 25.48-51). Nesse ponto, na parábola dos dois
servos, parece que Jesus quis mesmo exagerar nas qualidades negativas do mau
servo. Se, no caso do “servo fiel e prudente”, pudemos relacionar Com os
obreiros fiéis, sobre as igrejas cristãs, nesse caso do “mau servo” não é fácil
fazer a correlação dessas péssimas qualidades com os líderes da obra do Senhor.
Admitimos que há maus servos, ou maus obreiros, à frente de igrejas, como
dirigentes, bispos, presbíteros ou pastores. Mas entendemos que são exceções.
Certamente, tais qualidades não recomendáveis para um servo ou serva de
Deus aplicam-se bem a todos os crentes, que estão esperando a volta de Jesus. A
exemplo das “virgens loucas”, de Mateus 25, o “mau servo” racionaliza, em
função do tempo de crente, ou da história da igreja, ao longo dos séculos, e
diz: “O meu senhor tarde virá”. Tal raciocínio leva o crente a se descuidar, e
negligenciar sua fé e sua conduta. O que é muito perigoso. Facilmente, esse
tipo de pensamento leva o crente a cair em tentação, visto que, descuidado, se
esquece de orar e de vigiar como Jesus exortou em Mateus 26.41.
Há muitos que começam
a carreira cristã, mas não a terminam. Em Mateus 24.45, o Senhor destaca a
qualidade de fidelidade e prudência do servo que estará esperando a sua vinda.
Essas características devem fazer parte da vida dos que entendem que estamos
vivendo a geração da última hora, da geração que verá e fará parte do arrebata-
mento da Igreja. “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor
constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?”.
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