A
segunda vinda de Cristo
Havendo agora terminado nosso estudo do milênio,
retrocederemos a considerar as coisas que o precederão imediatamente.
A segunda vinda de Cristo tem sido a expectação
coroante, a estrela dalva, do povo de Deus desde que a promessa de Sua vinda
lhes foi comunicada. Ela os tem animado, fortalecido e encorajado nas horas
mais escuras. Cristo e os apóstolos implantaram nos corações dos primeiros
crentes o fato da vinda de Cristo e sua iminência como um motivo de vida
piedosa e serviço fiel.
Não permitiremos que nem as perversões de
fanáticos, nem as negações de críticos, nem a controvérsia sobre minúcias da
segunda vinda de Cristo nos afastem de um estudo cuidadoso da revelação de Deus
a respeito dela, nem de uma adequada apreciação dela.
I. O FATO DA VINDA
DE CRISTO
A segunda vinda de Cristo está:
1. PREDITA PELOS PROFETAS
Isa. 11:1-11; Zac. 14:3-5; Judas 14. Muitas
profecias do Velho Testamento, como a primeira aqui citada, referem-se tanto a
primeira como à segunda vinda a terra.
2. ALUDIDA POR JOÃO BATISTA
Lucas 3:3-6. A linguagem desta passagem não é
inteiramente aplicável ao primeiro advento de Cristo. Como muita profecia, tem
uma dupla aplicação. Vide Mal. 3:1 para uma profecia igual.
3. PROMETIDA POR CRISTO MESMO
João 14:2,3.
4. DECLARADA PELOS ANJOS
Atos 1:11.
5. ENSINADA PELOS APÓSTOLOS
(1). Mateus 24:37, 42, 44.
(2). Marcos 13:26.
(3). Lucas 21:27.
(4). João. I João 3:1-3.
(5). Tiago 5:7.
(6). Pedro. I Pedro 1:7, 13.
(7). Paulo. 1 Tess. 4:15-17.
(8). O Escritor aos Hebreus 9:28.
(9). Judas 14.
II. A NATUREZA DA
VINDA DE CRISTO
Havendo determinado o fato da vinda de Cristo,
importante é conhecer sua natureza; porque, sem um conhecimento da natureza de
Sua vinda, um conhecimento do fato é praticamente inútil. Necessário é, ao
estudar da vinda de Cristo, considera-la primeiro negativo e então
positivamente.
1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE
A vinda de Cristo não é para ser:
(1). Sucessiva, como na Morte.
A idéia que a morte de alguém é para o tal a
segunda vinda de Cristo, é a mais lavada necessidade à luz da Palavra de Deus.
Não há aquela morte acompanhante que responde àquilo que a Bíblia revela como
acompanhando a segunda vinda de Cristo.
(2). Contínua, como na disseminação do
cristianismo.
O modernismo tê-la-ia que Cristo jamais voltará
corporalmente a terra, mas, que Ele está “vindo tão depressa quanto Ele pode a
este mundo” na disseminação do cristianismo. Os modernistas sustentam que Jesus
pintou Sua volta em termos das concepções do povo, mas Ele não intencionou que
Suas palavras fossem entendidas literalmente. Sem dúvida, uma semelhante noção
esta pode ser sustentada somente por aqueles que negam a inspiração da Bíblia.
Por essa razão, nós, que cremos na inspiração da Bíblia, não precisamos de
notá-la seriamente.
(3). Espiritual, como na:
A. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes.
A vinda do Espírito Santo no Pentecostes não foi em
sentido algum à vinda de Cristo. Cristo disse que Ele mandaria o Espírito.
B. A destruição de Jerusalém.
Na destruição de Jerusalém, A. D. 70, tivemos um
cumprimento típico do que está dito na Bíblia sobre a segunda vinda de Cristo,
mormente que Sua vinda acompanhar-se-á por um outro cerco de Jerusalém. Vide
Apoc. 16:12-21; 19:17-21; Zac. 13:8 a 14:3. A destruição de Jerusalém foi um
tipo deste último cerco. Então, na destruição de Jerusalém, tivemos um
cumprimento espiritual da promessa da vinda de Cristo, em que esta destruição
deferiu o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder.
Até à destruição de Jerusalém o cristianismo pareceu a muitos como um mero
adjunto do judaísmo. Com a destruição de Jerusalém o cristianismo veio ao que
era seu.
Cremos que à luz destes fatos é que devemos
entender Jesus quando Ele disse: “Alguns há, dos que aqui estão, que não
gostarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no Seu reino.” (Mat.
16:28). Vide também Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O mesmo é verdade, cremos das
seguintes palavras também: “Não passará esta geração até que todas estas coisas
sejam cumpridas.” (Mat. 24:34). Vide também Marcos 13:30 e Lucas 21:32.
Mas, na destruição de Jerusalém, não houve uma
vinda atual de Cristo. E o fato que, após a destruição de Jerusalém, temos
referências adicionais à Sua vinda como no futuro, faz isto indisputável.
2. CONSIDERADA
POSITIVAMENTE.
A vinda de Cristo é para ser:
(1). Corporal
Atos 1:11. Sua ascensão foi corporal e o anjo
prometeu que Sua volta seria da mesma maneira. Passagens outras que mostram que
a vinda de Cristo é para ser corporal: Zac. 14:4,5; Mat. 25:31; João 14:3; Fil.
3:20; 2 Tess. 1:7-10; 2 Tim. 4:1; Tito 2:13; Heb. 9:28; Apoc. 19:11-21.
(2). Visível
Mat. 24:27. Todas as passagens supra implicam a
visibilidade de Sua vinda; mas a passagem inda agora dada sob esta última
epígrafe mostra que Sua vinda (em uma de suas fases) será incisivamente visível
ao mundo inteiro.
(3). Como um ladrão
1 Tess. 5:1-4. Esta passagem descreve Sua vinda
como ela será para os ímpios, porém especifica que não é para ser assim aos
justos.
(4). Em glória e esplendor indescritíveis
Mat. 16:27; 24:29,30; Mar. 8:38; Tito 2:13; Apoc.
19:11-16.
(5). Duplicada
A vinda de Cristo consistirá de duas fases.
Notemo-las:
A. A primeira fase.
Esta fase será:
(a). No ar. 1 Tes. 4:15-17. Não há sinal aqui de
que Ele venha sobre a terra nesse tempo.
(b). Para Seu povo. João 14:3.
(c). Como um noivo. Mat. 25:1-10. O casamento e
ceia dele (Apoc. 19:9) são típicos das bênçãos consumadas da salvação. Gente
salva constitui a noiva (Apoc. 21:2-27).
B. A segunda fase.
Esta fase será:
(a). A terra. Zac. 14:4; Mat. 25:31.
(b). Com Seu povo. Zac. 14:5; Judas 14; Apoc.
19:14.
(c). Como um destruidor. 2 Tess. 1:7-9; 2:8.
(d). Como um juiz. Mat. 21:31-46.
(e). Como um rei para conquistar e reinar. Zac.
14:9; Apoc. 19:11-16; 20:1-5.
III. O TEMPO DA
VINDA DE CRISTO
Não nos referimos aqui à data de Sua vinda. O
negócio de datar é a obra de charlatões religiosos. Temos referência somente à
relação de Sua vinda com o tempo.
O tempo da vinda de Cristo está representada na
Escritura como:
1. DESCONHECIDO DE TODOS, EXCETO O PAI
Mar. 13:32; Mat. 25:13. Agora o Filho, igual uma
vez mais com o Pai, pode saber a hora; mas, na Sua carne, quando Ele considerou
a igualdade com Deus, absoluta, não como coisa a ser usurpada (Fil. 2:6 ? V.
R.), Ele não soube. Condição (João 14:28) não é natureza (João 10:30).
2. INCERTO AOS HOMENS
Mat. 25:31. Sinais alguns foram dados bastante
explícitos para que qualquer homem se assegure de que Jesus virá em qualquer
tempo particular.
3. IMINENTE
Ser iminente a vinda de Cristo queremos dizer que
ela está “ameaçando de ocorrer a qualquer momento”. O povo salvo deve sempre
estar em vigilância e procurando-a. (Mat. 25:13; Tito 2:13). Ela está
representada na Escritura como sendo o próximo evento dispensacional.
Discutiremos isto mais depois.
4. QUANDO NÃO ESPERADO.
Mat. 25:44,50; Luc. 12:40,46.
5. UM TEMPO DE FRIEZA ESPIRITUAL, SENSUALIDADE E
IMPIEDADE.
Luc. 18:8; 17:26-30; Mat. 24:12; 2 Tim. 3:1-5.
Quando Cristo vier, Ele não achará um mundo convertido onde a justiça governa.
IV. O PROPÓSITO DA
VINDA DE CRISTO
O propósito da vinda de Cristo será duplo porque
terá que fazer com duas classes. Notemos este propósito como ele afeta:
1. OS JUSTOS
Como a vinda de Cristo afeta os justos, é para o
propósito de:
(1). Levantar os mortos
1 Tess. 4:16. Não há indício que seja esta
ressurreição não incluirá todos os mortos em Cristo. Não temos paciência com a
noção que somente os mais fiéis aquinhoar-se-ão nesta ressurreição. Toda
passagem que fala dela implica uma ressurreição total dos justos falecidos.
Vide 1 Cor. 15:23; Apoc. 20:5,6. As palavras de Paulo em Fil. 3:11 são iguais a
outros enunciados seus, e expressam sua preocupação em provar que ele estava
verdadeiramente em Cristo. Vide 2 Ped. 1:10.
(2). A transladação dos vivos
1 Cor. 15:51,52; 1 Tess. 4:17. Cremos também que
isto incluirá todos os crentes na terra ao aparecimento de Cristo no ar. Não
temos paciência com a teoria do “rapto parcial”. Os que crêem em tal são aptos
a responder que quem não crê num rapto parcial e ressurreição parcial dos
salvos destroem o fundamento da responsabilidade cristã. Não destruímos o
fundamento escriturístico disto; porém, seja como for estaremos mais
preocupados em saber o que Deus revelou do que estamos em fazer nossas próprias
teorias e explorá-las. E os que ensinam um rapto parcial e uma ressurreição
parcial de crentes rebaixam o padrão da vida cristã muito além do nível
escriturístico. A Palavra de Deus ensina que todo povo regenerado vence (1 João
4:5) e as bênçãos mais gradas se prometem a todos os vencedores.
Cremos que os corpos glorificados dos santos serão
como o corpo assunto de nosso Senhor (Fil. 3:21; 1 João 3:2). Evidentemente
Jesus ascendeu num corpo visível e os anjos disseram que Ele voltará assim como
Ele foi. E, quando Ele voltar, nós vamos ser como Ele é. O corpo glorificado,
então, será um corpo visível aos olhos físicos, tanto como Cristo foi visível
após Sua ressurreição. Mas esse corpo será sem pecado e corrupção.
(3). O arrebatamento de todos os crentes
1 Tess. 4:17. Os vivos transladados e os mortos
ressuscitados serão todos arrebatados a encontrarem o Senhor no ar.
(4). O julgamento das obras dos crentes
1 Cor. 3:12-15; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:8. Os pecados
dos crentes já foram julgados em Cristo. João 5:24; Rom. 8:1,33; 1 Cor. 11:32.
Logo, nenhuma menção dos seus pecados deverá ser feita no julgamento. Não são
mais imputados a ele (Rom. 4:8) e não são mais lembrados (Heb. 8:12). A idéia
de alguns que os crentes serão argüidos no julgamento, a contar porque fizeram
ou não fizeram isto e aquilo, desonra a morte de Cristo e nega a Palavra de
Deus. Daremos conta a Deus, mas isto será feito em nossos próprios corações,
sem uma acusação ou palavra de censura da parte de Cristo. Não há nada de penal
sobre o julgamento para o cristão. 2 Cor. 5:10 não significa mais do que
recebemos recompensa pela nossa fidelidade e sofrer detrimento pela nossa
deslealdade. Graça e penalidade são mutuamente exclusivas.
(5). O casamento de Cristo com a Igreja
Mat. 25:1-10; Apoc. 19:7-9. No presente a igreja
está somente esposada com Cristo como uma virgem casta (2 Cor. 11:2). O
esponsal não terá lugar senão quando Cristo voltar.
2. OS ÍMPIOS
Como a vinda de Cristo afeta os ímpios é para o
propósito de:
(1). Matar os vivos e lançá-los no inferno.
Apoc. 19:19-21; Zac. 14:3-12; Jer. 25:15-33; Isa.
24:17-21; 26:20,21; 34:1,2.
(2). Julgando-os por causa da maneira porque
trataram Israel
Mat. 25:41-46; Joel 3:2. Sua atitude para com
Israel manifestará sua atitude para com Cristo por meio da incredulidade.
A salvação daqueles vivos na terra à revelação de
Cristo para reinar sobre a terra (o segundo período de Sua vinda) terá sido
manifestada pelo seu tratamento dos arautos judaicos da cruz durante o período
da grande tribulação. Destas coisas veremos mais agora. Estes não serão salvos
por tratarem bondosamente a estes irmãos de Cristo, mas prognosticará assim sua
atitude para com Cristo e daí sua salvação.
(3). Levantando, finalmente, os mortos e
lançando-os no lago de fogo
Apoc. 20:12-15. Isto é para ter logar, não
imediatamente depois da vinda de Cristo, mas no fim da pequena sasão durante a
qual Satanás será solto depois do milênio.
Os ímpios terão um corpo de ressurreição (Mat.
10:28), mas de sua natureza temos pouco sobre que basear nossa opinião. Será
capaz de sofrer, mas será indestrutível e não será justo como será o corpo dos
salvos.
As duas fases da vinda de Cristo
No
capítulo precedente frisamos que a vinda de Cristo é para consistir de duas
fases. Também frisamos sucintamente alguns contrastes. Neste capítulo é para
discutirmos esta matéria mais amplamente.
Consideramos
o fato das duas fases da vida de Cristo como a chave que é necessária para
destrancar o sentido de muitas passagens da Escritura. Sem um reconhecimento
deste fato as passagens que tratam deste grande evento são confusas.
I. AS DUAS FASES CONTRASTADAS
1.
A primeira fase será no ar (1 Tess. 4:15-17); a segunda será para ser na terra
(Zac. 14:4).
2.
A primeira fase de Sua vinda será para o Seu povo (Mat. 25:6-10; João 14:2); a
segunda fase será com o Seu povo (Judas 14; Apoc. 17:14).
3.
A primeira fase será Sua vinda como um noivo (Mat. 25:6-10); a segunda fase
será Sua vinda como um rei para julgar e reinar (Sal. 96:13; Zac. 14:9; Mat.
25:31; Apoc. 19:15; 20:4).
4.
Na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios (Mat. 25:6-10; 1
Tess. 4:15,17); na segunda fase os ímpios serão tirados dentre os justos (Mat.
13:40-42).
5.
Na primeira fase os justos na terra encontrarão o Senhor no ar para irem para o
céu com Ele (1 Tess. 4:17; João 14:2); na segunda fase eles simplesmente entram
no reino aqui na terra (Mat. 13:43; 25:34).
6.
Na primeira fase os incrédulos são meramente deixados na terra (Mat. 25:10-12);
na segunda fase eles são destruídos e lançados no fogo eterno (Mat. 25:41,46).
7.
Em conexão com a primeira fase haverá uma ressurreição dos justos (1 Tess.
4:15-17); em conexão com a segunda fase não haverá ressurreição específica
(Mat. 25:31-46).
8.
A primeira fase está sempre iminente (Marcos 13:35,36; Tiago 5:8; Apoc. 22:12);
a segunda fase é para ser precedida de certas coisas definitas (Mat. 24:14-29;
2 Tess. 2:1-8).
II. AS DUAS FASES SEPARADAS QUANTO AO
TEMPO
Mesmo
uma consideração casual dos contrastes antecedentes mostra que as duas fases da
vinda de Cristo não podem ocorrer simultaneamente ou em conexão aproximada. Mas
notai estas evidências específicas que um período de tempo intervirá entre
elas:
1.
Desde que na primeira fase os justos serão tirados dentre os ímpios e na
segunda os ímpios serão tirados dentre os justos (vide § 4 acima), é impossível
que as duas fases ocorram em conexão aproximada. Todos os justos serão
retirados na primeira fase; logo, deve haver tempo suficiente entre a primeira
e a segunda fase para alguém ser salvo.
2.
Desde que na primeira fase de Cristo é para receber os Seus discípulos nas
“muitas mansões” preparadas para eles no céu (João 14:2) e na segunda fase os
justos na terra são para entrarem no reino sobre a terra (vide § 5 acima), é
outra vez impossível que ambas as fases ocorram em conexão aproximada. Os que
entram no reino na segunda fase devem ser salvos na primeira fase.
3.
Desde que a primeira fase ocorra em qualquer tempo (tanto quanto o homem sabe)
e a segunda fase deve ser precedida de eventos específicos (vide § 8 acima),
elas não podem ocorrer em conexão aproximada. Uma é iminente, a outra não.
Logo, uma deve estar bem longe da outra.
4.
Deve haver tempo suficiente entre as duas fases para que o “Homem do Pecado” (2
Tess. 2:3) seja revelado e corra o seu curso. Ele não pode ser revelado até que
o empecilho será removido do caminho (2 Tess. 2:6,7). O empecilho é o Espírito
Santo residindo em toda a pessoa salva (1 Cor. 6:19). Que o Espírito Santo é o
empecilho está provado pelo pronome pessoal que a Ele se aplica e também de
duas maneiras pelo processo de eliminação. A única outra teoria digna de se
considerar, e que tem sido adiantada, é que o governo romano era o empecilho;
mas o governo romano foi tirado do caminho há uns quinze séculos e o “Homem do
Pecado” ainda não foi revelado. Mas ainda, o governo romano não podia impedir a
revelação de semelhante ser, como ele é representado, mas antes contribuiria para
sua revelação. A remoção do caminho do Espírito Santo realizar-se-á quando
Cristo tirar o Seu povo da terra, que será na primeira fase de Sua vinda. Tempo
suficiente deve transcorrer, portanto, entre a primeira e a segunda fase para
este monstro correr seu curso, porquanto ele é para ser destruído na segunda
fase (2 Tess. 2:8).
5.
Também deve haver tempo suficiente entre as duas fases para todos os eventos
recordados em Apoc. 7 a 19. Esta seção da Escritura devera incluir o capítulo
seis também, sem dúvida, mas podemos estar certos de que ela deve começar com o
capítulo sete, pois que no capítulo sete temos a selagem dos servos de Deus na
terra e só os judeus são selados. Isto mostra que a primeira fase da vinda de
Cristo já teve logar; porque, doutra maneira, certamente estariam alguns
gentios servos de Deus na terra. Os cento e quatro mil judeus mencionados como
sendo selados neste capítulo são evidentemente aqueles que serão salvos
imediatamente depois do aparecimento de Cristo no ar. E então, para confirmar
esta idéia seguindo-se imediatamente o relato da selagem desses judeus, temos a
multidão inumerável no céu (Apoc. 7:9). Estes, manifestamente, são aqueles que
foram levantados da terra no aparecimento de Cristo no ar.
Então
a segunda fase da vinda de Cristo não aparece até atingirmos o capítulo 19 e há
toda evidência de uma ordem cronológica geral. Assim os eventos dos capítulos
do meio são para terem logar durante o ínterim entre as duas fases da vinda de
Cristo.
Nossos
oponentes escarnecem da idéia de um período de tempo entre as duas fases da
vinda de Cristo. Dizem que ensinamos que haverá duas vindas em vez de uma.
Podem chamá-la o que quiserem. O Novo Testamento fala só de uma vinda, mas
claramente revela que esta uma vinda consistirá de duas fases, separadas por um
período de tempo. Preferimos crer o que ele ensina, desatendendo as perversões
deles.
III. A PRIMEIRA FASE DA VINDA DE
CRISTO É IMINENTE
Mostramos
agora que a vinda de Cristo é para consistir de duas fases e que estas fases
são para se separarem por um período de tempo. Aqui nos encarregamos de provar
que a primeira fase de Sua vinda é iminente. Notai que não estamos tentando
provar que a vinda de Cristo para o julgamento e o reino é iminente. Tanto
quanto sabemos, todas as profecias não cumpridas referentes a esta época (e há
muitas), sem violência a elas ou a quaisquer outras Escrituras, podem ser
cumpridas no ínterim entre as duas fases da vinda de Cristo; mas não sabemos de
nenhuma profecia que se deva cumprir antes de Cristo vir para Sua noiva.
Webster
define a palavra iminente como significando “ameaçando de ocorrer
imediatamente; à mão; impendente”. Sustentamos que este é exatamente o modo que
Deus ensinou na Sua Palavra, que os crentes deveriam considerar a vinda do seu
Senhor para recebê-los para Si mesmo. A Escritura ensina que este evento está
sempre “à mão” e que os crentes, portanto, deveriam estar sempre na atitude de
vigilante expectativa. Notai as seguintes passagens:
1.
Marcos 13:35,36 ? “Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa
vem, se à tarde, se à meia noite, se ao cantar do galo, se pela, manhã, para
que não venha de improviso e vos ache dormindo.”
Thayer
diz que o sentido de vigiar, nesta e parecidas passagens, é tomar cuidado, “sob
a pena de por negligencia e indolência alguma calamidade destrutiva assaltar
alguém.” . Pode haver qualquer razão consciente para vigiar para um evento, a
menos que, tanto quanto sabemos, aconteça agora?.
2.
Tiago 5:8 ? “Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações, porque a
vinda do Senhor apropinqua-se”.
A
palavra grega para “está próxima” está no tempo mais que perfeito e quer dizer,
segundo Thayer, “chegou perto, está à mão”. Uma forma parecida da mesma palavra
está dito por Thayer era usada “concernente coisas iminentes e prestes a
acontecer”. O verbo na passagem acima está traduzido “está a mão” nove vezes na
versão do Rei Tiago. Mat. 26:46 fornece um bom exemplo do seu uso.
3.
Apocalipse 22:12 ? “Eis que venho presto e o meu galardão está comigo para dar
a todo homem segundo for sua obra”.
A
palavra na passagem para rapidamente não significa repentinamente, como alguns
a teriam, mas quer dizer “destro, expeditamente, sem demora” (Thayer). Boas
mostras do seu uso podem ser achadas em Mat. 5:25; 28:7,8; Marc. 16:8; João
11:29. Na passagem supra à vinda de Cristo está falada como Deus a vê: mil anos
são como um dia com Deus (1 Ped. 3:8). E está assim representada que o tempo
dela pode ser incerto a crentes. Tanto quanto eles sabem, ela pode ocorrer a
qualquer momento; logo, para eles é sempre iminente.
Muitas
passagens mostram o valor prático de uma crença na vinda iminente de Cristo.
Proeminente entre elas está Tiago 5:8, como dada acima. Esta passagem mostra
que uma crença na vinda de Cristo é um incentivo à paciência e fortaleza no
meio de sofrimento e aflições.
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