sábado, 30 de janeiro de 2016

DOUTRINA DO ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL

DOUTRINA DO ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL


ALICERCES BÍBLICOS
1- Interpretação Literal das Escrituras
2- Pré-Milenismo
3- Futurismo
4- Diferença Entre Israel e a Igreja

De acordo com esses alicerces observa-se seis argumentos que favorecem o pré-tribulacionismo, antes de estudá-los detalhadamente.

CONTRASTE ENTRE AS DUAS VINDAS DE JESUS
O arrebatamento demonstra que a Igreja vai ao encontro de Jesus cf. I TESS. 4:
17, isto é, a vinda é exclusiva para o cristão, a Igreja. A volta, isto é, no segundo advento de Cristo, Ele vem com a Igreja e estabelece Seu Reino Messiânico cf. ZAC. 14: 4, MAT. 24: 30 e APOC. 19: 11-14.


A NECESSIDADE DE UM INTERVALO ENTRE AS DUAS VINDAS
É necessário haver um período intercalar entre o arrebatamento e a segunda vinda de Jesus por ao menos 2 motivos: para que todo cristão compareça diante do Tribunal de Cristo (cf. II CORINTIOS 5: 10) e para que surjam cristãos na Grande Tribulação, os quais terão seus corpos não-ressurretos e transformados (ISAÍAS 65: 20-25).

VINDA IMINENTE DE JESUS CRISTO
Significa que não é obrigatório que ocorra determinados fatos antes deste evento, isto é, Jesus pode voltar a qualquer momento sem que haja uma série precisa de acontecimentos antes disso.

A NATUREZA DA TRIBULAÇÃO
O propósito da Tribulação, isto é, porque irá ocorrer a Grande Tribulação ? É claro que há motivos para essa determinação de Deus, de acordo com DEUTERONOMIO 4: 29-30 e JEREMIAS 30: 7-11 vemos que a Grande Tribulação é primeiramente um tempo para restauração de Israel, período chamado de Dia do Senhor, Angústia de Jacó, dia da ira de Deus cf. SOFONIAS 2: 3 e LUCAS 21: 23. Lemos ainda em OBADIAS 14, SOFONIAS 1: 17 e 15 e ZACARIAS 14: 1 outras definições para o período da Grande Tribulação, demonstrando tempos de “fogo” na terra, pois o planeta também precisa ser redimido e somente pelo fogo o será, afinal só sangue e fogo purificam (I CORÍNTIOS 3: 13-15).

A NATUREZA DA IGREJA
A Igreja é um mistério (EFÉSIOS 3: 3-4), judeus e gentios se unem em um só corpo. A Igreja tem promessa de libertação do tempo da ira de Deus durante a Tribulação (I TESSALONICENSES 1: 9-10 e I TESSALONICENSES 5: 9), nenhum cristão permanecerá na terra durante a tribulação.

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
          Sabe-se que durante a Grande Tribulação reinará na terra a pessoa do anti-Cristo, do qual Paulo fala em II TESSALONICENSES 2, lemos  ainda nos versos 6 e 7 que Alguém o detém,  e somente Deus através do Seu Espírito pode detê-lo, na Igreja.

1- INTERPRETAÇÃO LITERAL DAS ESCRITURAS

A interpretação literal e constante da Bíblia, significa explicar o sentido do texto apenas com o uso normal do texto, levando em consideração:
- gramática: de acordo com as regras de ortografia
- histórica: o contexto histórico da passagem
- contextual: de acordo com o contexto da passagem

Qualquer interpretação que conflite com a gramática não é válida neste método. A pessoa que analisa o texto precisa verificar corretamente o relacionamento gramatical das palavras, busca-se então o significado das palavras, a forma das palavras, a função das palavras e o relacionamento entre elas.

As Escrituras são compostas durante várias épocas e culturas diferentes, e assim é que o leitor deve vê-la durante a interpretação literal.

O texto fora do contexto vira pretexto, o contexto inclui vários aspectos;

- os versículos imediatamente antes e depois da passagem

- o parágrafo e o livro em que ocorre a passagem

- o período em que foi escrito

- a mensagem da Bíblia como um todo (TIAGO 2: 17/ EFÉSIOS 2: 8-9)


- a situação histórico e cultural no período em que foi escrita a passagem

Como exemplo podemos citar II CRÔNICAS 7: 14 que normalmente é usado como uma fórmula mágica de benção nacional, porém verificamos em 6:24 que o “meu povo”é somente Israel, essa passagem envolve Israel e não a Igreja, portanto é incorreto usá-la assim. Outros exemplos são FILIPENSES 4:13 e JOÃO 10:10.

Quando o sentido normal da Escritura faz sentido não busque qualquer outro sentido, tome cada palavra em seu sentido primário, a não ser que o contexto e passagens relacionadas indiquem o contrário.

2- PRÉ-MILENISMO

O pré-milenismo ensina que Jesus Cristo voltará antes do período milenar, as características do reino milenar são:
- terá duração de mil anos
- sua localização será aqui na terra
- o governo será mundial sob ordens de Jesus Cristo em pessoa


Existem outros dois tipos de ensino, o pós-milenista e o amilenista, que praticamente diferem em pouca coisa, o ensino pós-milenista é de que Cristo voltará à terra após reinar por mil anos, durante a presente era através da Igreja, isto é, Cristo reina espiritualmente.

A posição pré-milenista é sem dúvida a mais antiga e criada pela Igreja desde seus primeiros séculos.

O pré-milenismo começou a desaparecer com o início da Igreja católica no tempo de Agostinho (354-430 A.D.), o catolicismo unido com o Estado na época de Constantino fez esmorecer a esperança da volta de Jesus, porém sempre houve pré-milenistas, mesmo quando não era conhecido. Durante a reforma os anabatistas ajudaram a reviver o pré-milenismo.

As bases Bíblicas para o pré-milenismo, embora APOCALIPSE 20: 1-7 seja um forte apoio, são desenvolvidas no A.T. e N.T. As alianças do A.T. com Abraão e Davi estabelece promessa incondicional de um reino em Canaã liderado pelo definitivo Filho de Davi (ISAÍAS 65).

Em I CORÍNTIOS 15: 25 fala de um reino seguido ao retorno de Cristo.


3- FUTURISMO

Existem 4 maneiras de entender as Escrituras em relação ao Apocalipse:
- Preterista: crê que a maioria das profecias, senão todas, já se cumpriram no passado
- Historicista: entende que as profecias estão e serão totalmente cumpridas na era da Igreja, inclusive a Tribulação 
- Idealista: não crêem em uma cronologia das profecias, pensam que as passagens proféticas apenas ensinam idéias ou verdades
- Futurista: crêem que virtualmente todos os eventos ocorrerão no futuro, durante a Grande Tribulação, na Segunda Vinda e no Milênio.
O futurismo teve aceitação ampla na Igreja primitiva, que acreditava nos eventos futuros.
As vantagens do futurismo são relacionadas à textos da Bíblia que indicam a vinda pessoal e física de Jesus na terra pela segunda vez ( ATOS 1: 9-11; LUCAS 21: 27), na Bíblia lemos dias, meses e anos, que devem ser aceitos literalmente.
Um terço da Bíblia é profecia e a maior parte dela versa sobre o futuro, uma abordagem literal será futurista conseqüentemente.

4- DIFERENÇAS ENTRE ISRAEL E A IGREJA

É muito importante saber que Deus tem dois povos: Israel e a Igreja, mas isso não implica que haja dois modos de salvação, a Bíblia claramente diz de Jesus Cristo em Sua obra redentora é o Único Caminho, uma vez que judeus e gentios são descendentes do mesmo homem caído - Adão.

Israel é particularmente uma escolha de Deus, por várias razões, entre elas:
- uma propriedade particular e nação santa (EXÔDO 19: 5-6)
- um povo que revelaria ao mundo a sabedoria de Deus  ( DEUT. 4: 5-8)
- Israel deveria trazer o Messias ao mundo e salvação aos gentios (ROMANOS 9: 4-5 / JOÃO 4: 22)

Estes são aspectos importantes de Israel, nenhum cristão deve negar esses aspectos quando leva a sério as Escrituras.

Igreja é uma obra a parte do povo judeu, isso por inúmeras razões, vejamos algumas mais importantes:
- a Igreja nasceu em Pentecostes e Israel há muitos séculos atrás, para provar isso lemos em MATEUS 16: 18 que a Igreja ainda seria edificada
- a Igreja só poderia existir após certos acontecimentos no ministério de Jesus Cristo, a ressurreição e ascensão são inclusos nesses eventos bem como a capacitação do Espírito Santo através de dons
- a Igreja é um mistério, referência nunca dada à Israel. Na Bíblia lemos algumas características que demonstram a Igreja ser um mistério; judeus e gentios são unidos em um só corpo (EFÉSIOS 3: 3-6), Cristo em cada crente (COLOSS. 1: 27), a Igreja como noiva de Cristo é um mistério (EFÉSIOS 5: 32), o arrebatamento da Igreja (I CORÍNTIOS 15: 51-52)
- o relacionamento entre judeus e gentios na Igreja é peculiar, completamente diferente do relacionamento incrédulo entre ambos (EFÉSIOS 2: 11-16). Deus ainda salva pessoas judias e gentios combinando-os em um terceiro organismo completamente novo, a Igreja
- a distinção em GÁLATAS 6: 16 é clara, “Israel de Deus” é logicamente referência aos judeus convertidos ao cristianismo, isso mostra também a separação de Israel incrédula, a quem Paulo chama de “Israel segundo a carne” em I CORÍNTIOS 10
- no livro de ATOS, Israel e a Igreja existem simultaneamente, o termo Israel é mencionado 20 vezes e o termo Igreja (ECCLESIA), 19 vezes.
Israel e a Igreja são vistos como dois organismos diferentes pela Bíblia, se fosse um apenas não haveria necessidade de restauração de Israel.

Não é correto fundir Israel e a Igreja em um único objeto apenas, pois além de todas as razões já vistas lemos no N.T. o arrebatamento da Igreja e não de Israel, o qual passará pela Tribulação e ao fim da mesma se converterá a Jesus contemplando Aquele a Quem transpassaram.

Uma distinção entre Israel e a Igreja conforme ensinada na Bíblia oferece mais uma base de apoio ao arrebatamento pré-tribulacional.

Além desses 4 alicerces Bíblicos para o arrebatamento pré-tribulacional, poderemos tecer outros comentários visando eliminar qualquer dúvida a esse respeito, para isso iniciamos considerações importantes acerca do arrebatamento e a Segunda Vinda de Jesus.


O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA, DIFERENÇA IMPORTANTE

Na Bíblia encontramos diferenças nas passagens referentes ao arrebatamento e a segunda vinda, tanto um fato como o outro tratam de vindas de Cristo, contudo são distintas entre si, isto é,  a primeira vinda é o arrebatamento da Igreja nas nuvens antes dos sete anos de Tribulação e a segunda vinda é o retorno de Cristo à terra, o que ocorrerá no fim da Tribulação. Obviamente a Bíblia não contém um texto que explique a diferença das duas vindas de Cristo, porém as Escrituras ensinam a diferença de um modo peculiar, da mesma forma que cremos na Trindade, mas sabemos que não há nenhuma passagem Bíblica que afirme clara e simplesmente a tri-Unidade de Deus, porém sabemos que a Bíblia ensina isso de um modo diferente.

1- ARREBATAMENTO

É versado claramente no texto de I Tessal. 4: 13-18 e no verso 17 a expressão “arrebatamento” é a tradução do verbo grego “harpazo”, o qual tem significado de agarrar para o alto ou puxar com força.

O arrebatamento é comparado muitas vezes ao caso de Enoque (Gênesis 5: 24) e de Elias (II Reis 2: 12), Jesus Cristo também foi arrebatado ao céu conforme Atos 1: 9.

O arrebatamento é definido como um mistério (I Coríntios 15: 51-54) ao passo que a segunda vinda de Cristo já é predita desde o A.T. (Zacarias 14:4; 12: 10). No arrebatamento há um deslocamento da terra para o céu e na segunda vinda ocorre o inverso.

A seguir uma comparação entre os dois eventos.

ARREBATAMENTO
SEGUNDA VINDA
Os santos arrebatados vão ao céu
Os santos vêm à terra
Acontecimento iminente sem sinais
Seguem sinais, inclusive a tribulação
A terra não é julgada
A terra é julgada
Não mencionado no A.T.
Predito várias vezes no A.T
Envolve apenas cristãos
Afeta todos os homens
Nenhuma referência à Satanás
Satanás é amarrado
Cristo vem para os Seus
Cristo vem com os Seus
Ele vem nos ares
Ele vem à terra
Somente os Seus o vêem
Todo olho O verá
Começa a Tribulação
Começa o Milênio

Esses contrastes deixam claro a diferença entre o translado da Igreja e a volta do Senhor Jesus, além disso lê-se em Apocalipse 19: 7,8 e 14 que a Igreja (Noiva) é preparada para acompanhá-Lo em Sua volta à terra, pois como isso poderia ocorrer se a Igreja estivesse aqui ?
PASSAGENS DO ARREBATAMENTO

PASSAGENS DA SEGUNDA VINDA

Marcos 13:14-27
II Tess 2;1
Daniel 2:44-45
Atos 3:19-21
João 14:1-3
I Timóteo 8:14
Daniel 7:9-14
I Tess 3:13
Romanos 8:19
II Timóteo 4:1
Daniel 12:1-3         
II Tess 1:6-10
I Corin. 1:7-8
II Timóteo 4:8
Zacarias 12:10
II Tess 2:8
I Cor 15:51-53
Tito 2:13
Zacarias 14:1-15
I Pe 4:12-13
I Corin 16:22
Hebreus 9:28
Mateus 13:41
II Pe 3:1-14
Filip 3:20-21
Tiago 5:7-9
Mateus 24:15-31
Judas 14-15
Filip 4:5
I Pe 1:7 e 13
Mateus 26:64
Apoc 19:11
Coloss 3:4
I Pe 5:4
Apoc 1:7
Apoc 20:6
I Tess 1:10
I João 2:28
Marcos 14:62

I Tess 2:19
I João 3:2
Lucas 21:25-28

I Tess 4:13-18
Judas 21
Apoc 22:7

I Tess 5:9    
Apoc 2:25
Apoc 22:12 e 20

I Tess 5:23
Apoc 3:10
Atos 1:9-11



A NECESSIDADE DE UM INTERVALO ENTRE AS DUAS VINDAS

Para que ocorra certos eventos preditos na Bíblia, é necessário haver um intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda.

1- O Tribunal de Cristo

Em II Coríntios 5:10 lemos que todos os cristãos deverão comparecer perante um juízo especial, conhecido como “juízo do Bema”. A palavra grega “Bema” jamais é mencionada nos textos que descrevem a segunda vinda de Cristo à terra, nestes casos lê-se a palavra “Krino”, isto é, o juízo do “Krino” será apenas para incrédulos, será necessário um período para a concretização do juízo de Cristo aos arrebatados e ressuscitados.

2- A Preparação da Noiva

A Igreja deve estar completa para o casamento com Cristo, na verdade o juízo “Bema” é tal preparação, ao término dele a Igreja toda estará pronta para o Senhor e esse casamento ocorre no céu.

3- O Julgamento dos Incrédulos

Como poderia haver um julgamento entre salvos e não salvos em seus corpos naturais se todos os crentes fossem arrebatados na Segunda Vinda ? Deverá haver um intervalo de tempo.

4- O Povo do Milênio
Todos os que se tornarem cristãos na Grande Tribulação e não forme mortos entrarão no milênio com uma vida normal, não serão arrebatados na Segunda Vinda de Cristo, conforme Isaías 65: 20-25

5- O Plano de Deus para Israel  A Igreja composta por judeus e gentios não deverá misturar-se com o plano ainda não concluído para com Israel, Deus estabeleceu 70 semanas para Israel (Daniel 9:24-27), um programa destinado somente à Israel, a Igreja portanto não deve passar por esse período de 70 semanas, assim como não passou nas 69 semanas iniciais, não passará pela última, pois esse não é o plano divino.









A IMINÊNCIA DA VOLTA DE JESUS CRISTO

Ao lermos o N.T. veremos que o ensino dado é sobre a volta de Jesus aqui para arrebatar Sua Igreja sem que ocorra algum evento necessariamente, isto é, não há nenhum sinal prévio e obrigatório para anteceder a vinda de Cristo à Igreja, portanto o N.T. ensina a volta iminente de Jesus.

O Que é Iminência ?

Uma definição Bíblica para um fato iminente é descrita como segue:
1- Um acontecimento iminente é aquele que está prestes a acontecer, a qualquer momento, sendo que outros fatos podem até ocorrer antes mas nada precisa ocorrer antes de acontecer o evento iminente. Se houver necessidade de ocorrer algo antes, então o fato não é iminente.

2- Se o fato é iminente, não existe um período de tempo pré determinado ao fato, isto é, ele pode ocorrer a qualquer momento.

3- Não existe uma data pré estabelecida para um evento iminente, seja ela direta ou implícita.

4- Um acontecimento iminente não pode ser “em breve”, porque um fato breve precisa ocorrer dentro de um período de tempo pequeno, contudo o fato iminente pode até ocorrer em um período pequeno de tempo mas não precisa ser assim para ser iminente.

Nas Escrituras lemos a Doutrina da Vinda Iminente de Jesus Cristo à Sua Igreja nos seguintes textos Sagrados:
I CORÍNTIOS 1: 7,
I CORÍNTIOS 16: 22,
FILIPENSES 3: 20,
FILIPENSES 4: 5,
I TESSALONICENSES 1: 10,
I TESSALONICENSES 4: 15-18,
I TESSALONICENSES 5: 6,
I TIMÓTEO 6: 14,
TITO 2: 13,
HEBREUS 9: 28,
TIAGO 5: 7-9,
I PEDRO 1: 13,
JUDAS 21,
APOCALIPSE 3: 11,
APOCALIPSE 22: 7, 12,20 E
APOCALIPSE 22: 17,20.

Nos textos acima verificamos a doutrina da iminência quando o leitor é ensinado a aguardar pacientemente a Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, observe que não há aviso prévio, apenas diz que Ele virá a qualquer momento.

A Igreja aguarda Alguém, Uma Pessoa - Jesus Cristo - e não uma série de eventos, pois todos os sinais que Jesus diz ocorrer, em Mateus 24 por exemplo, estão relacionados com a Tribulação e a volta dEle para estabelecer Seu Reino Milenar  com Sua Igreja, agora para o arrebatamento não há nenhum sinal deixado por Ele, ao contrário é afirmado em Mateus 24: 36 que ninguém sabe o dia e nem a hora.

“Maranata” ou “Marah natha”, significa Vem Nosso Senhor, um termo que só tem sentido se a vinda for a qualquer momento, isto é, iminente, os cristãos antigos utilizavam esse termo como uma saudação.

Embora seja uma doutrina a volta de Cristo iminente, não devemos nos esquecer que uma série de eventos tem ocorrido nos últimos anos, os quais nos levam a crer na Vinda de Jesus estar realmente às portas, observe que poderá ocorrer ainda este ano ou daqui a vários anos, a questão é que vive-se em dias difíceis, onde a Igreja de Jesus Cristo padece, é atacada por uma variedade de investidas, às vezes partindo de dentro de si mesma.

A volta iminente de Jesus Cristo deve ser aguardada a qualquer momento mais agora do que nunca, pode ser que Ele volte hoje.



























O Arrebatamento da Igreja
O ARREBATAMENTO DA IGREJA
Texto-Base: Mt 24.27

A profecia cujo cumprimento é o mais aguardado pela igreja é a que afirma a volta do Senhor Jesus à terra, para buscar o seu povo e implantar o seu reino. Podemos ter certeza absoluta a respeito deste acontecimento, pois foi o próprio Cristo que fez a promessa (Mt 26.64; Jo 14.3). O escritor da Epístola aos Hebreus afirma que é tão certa quanto a morte (Hb 9.27,28). Ela foi predita pelos profetas (Jd 14; Is 40.10), pelo próprio Cristo (Mt 25.31), pelos apóstolos (At 3.20; 1Tm 6.14) e pelos anjos (At 1.10,11).
A vinda de Cristo é um dos temas mais freqüentes do Novo Testamento, porque se constitui na maior esperança que a igreja possui. A profecia sobre a sua vinda é a primeira feita pelo homem (Jd 14,15) e a última palavra da Bíblia (Ap 22.20,21). As profecias bíblicas essencialmente falam sobre Cristo, pois “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Ap 19.10).
A palavra arrebatamento vem do grego “harpazo” e o equivalente no latim é “raptus”, e tem seu significado literal em: “ser retirado com força, ser removido ou raptado”. É ação de Deus em determinado período da história, visando retirar de sobre a face da terra todos os nascidos de novo.

São três as principais interpretações do arrebatamento:

1) Pré-tribulacionistas: Defendem que o arrebatamento ocorrerá antes da Grande Tribulação, ou seja, a Igreja fiel será poupada dos sofrimentos na terra; e os demais, crentes infiéis, serão deixados para trás e serão os mártires na Grande Tribulação.
2) Meso-tribulacionistas ou Midi-Tribulacionistas: Defendem que o arrebatamento ocorrerá no meio da Grande Tribulação, ou seja, depois dos três anos e meio do aparecimento do anticristo e a Igreja sofrerá parte da Grande Tribulação;
3) Pós-tribulacionistas: Defendem que o arrebatamento ocorrerá no final da Grande Tribulação, ou seja, os crentes passarão pelo sofrimento e perseguição do anticristo, a exemplo dos crentes da primeira geração, e serão arrebatados no final quando o Senhor descer dos céus.

Muitas são as afirmações das Escrituras Sagradas, a respeito deste assunto, e conhecê-las enche o nosso coração de alegria e a nossa alma de fé:

a) Jesus virá pessoalmente.
Jesus não enviará um mensageiro, ou uma comitiva para buscar a sua igreja; ele virá pessoalmente (Jo 14.3; At 1.10-11; 1 Ts 4.16; Ap 1.7; 22.7), de forma literal (At 1.10-11; 1 Ts 4.16,17; Zc 14.4). Trata-se do noivo vindo buscar a sua noiva, e esta tarefa ele mesmo realizará.

b) Será algo grandioso.
Sua vinda será entre nuvens (Mt 24.30; Mt 26.64; Ap 1.7), em glória (Mt 16.27; Mt 25.31), com poder (Mt 24.30), da forma como subiu (At 1.9,11) e acompanhada por anjos (Mt 16.27; Mt 25.31; Mc 8.38; 2Ts 1.7). Será o maior evento da história moderna. Os céus estarão em grande expectativa para a realização das bodas do Cordeiro e este é o evento que marca o início do calendário escatológico. De fato, será algo extraordinário! A palavra grega para a vinda de Cristo é “parousia”, que era utilizada para falar da chegada de um rei a uma cidade!

c) Não sabemos quando será.
Não podemos afirmar o dia, nem a hora, que ele virá, pois não sabemos quando se dará (Mt 25.13) Sabemos, porém, que a sua vinda será inesperada (1Ts 5.2; Mt 24.44; Lc 12.40; 1Ts 5.2; 2 Pe 3.10; Ap 16.15), súbita (Mc 13.36) e acontecerá de forma muito rápida (Mt 24.27;1 Co 15.52). Se os homens soubessem quando será este acontecimento, estariam preparados apenas na data aprazada. Como ninguém sabe, precisamos estar alertas a cada momento. Duas figuras são apresentadas por Paulo para falar do momento inesperado da vinda de Jesus: um ladrão de noite e uma mulher grávida que está para dar a luz (1Ts 5.2-3).

d) Os sinais nos mostram que se aproxima.
A Bíblia nos mostra muitos sinais que precederão a vinda de Cristo. São sinais que dizem respeito à criação, outros à história, ou à igreja e a Israel. Eis alguns sinais:
• Restauração da nação de Israel. (Lc 21.29-33).
• Sinais na natureza, tais como terremotos, pestes, guerras e fome (Mt 24.7) e sinais no céu (Mt 24.29-30; Mc 13.24-26; Lc 21.25,27).
• Sinais no aspecto religioso: falsos profetas realizando sinais e maravilhas (Mt 24.23-24; Mc 13.22), apostasia e a busca por doutrina de demônios (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3-4; 2 Pe 2.1-3), tempos difíceis (2 Tm 3.1-5; Tg 5.1-8).

e) Como será a sua vinda?
A Segunda vinda de Cristo se dará em duas fases: a primeira fase da segunda vinda do Senhor é o arrebatamento da igreja.
Ele virá de forma invisível, para a igreja.
Neste momento, os mortos serão ressuscitados (1Ts 4.16; 1Co 15.23; Jo 5.28-29) e os crentes vivos arrebatados (1Ts 4.17; 1Co 15.51-53).
Jesus virá para os seus santos (Jo 14.2,3); enquanto que, na sua vinda, Cristo virá com os seus santos, que foram levados para a glória no arrebatamento (Jd 14; Zc 14.5). No arrebatamento o foco será a igreja (1Ts 1.10), a qual ele encontrará nos ares (1Ts 4.15-18); e na segunda fase o foco será Israel, que ele livrará na terra, descendo sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.1-5). Neste momento, Ele julgará Israel e as demais nações, Satanás e o Anticristo e estabelecerá seu reino milenar, em Jerusalém (Is 2.2,3).

g) O que devemos fazer?
Os filhos de Deus viver de acordo com esta a realidade da sua vinda (Rm 13.12; Fp 4.5; 1Pe 4.7), e estar preparados para este momento (Mt 24.44,46; Lc 12.37,39,40), aguardando, a qualquer momento, o toque da trombeta, que anunciará a nossa despedida deste mundo. Mesmo diante das dificuldades e tribulações que enfrentamos nesta vida e das muitas perseguições que a igreja sofre, a nossa atitude deve ser de amor por sua vinda (2Tm 4.8) e espera com paciência (Fp 3.20; Tt 2.13; 1Co 1.7,8; 1Ts 1.10; Tg 5.7,8). A Bíblia até nos adverte que devemos orar para que seja apressada (Ap 22.20; 2Pe 3.12).
Não há mais tempo para a igreja estar distraída com coisas terrenas, mas devemos atentar para as palavras de Jesus: “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21.28). Se permanecermos fiéis, ele nos guardará até aquele dia (Fp 1.6; 2Tm 4.18; 1Pe 1.5; Jd 24).

Márcio Klauber Maia
Obras consultadas:

HORTON, Stanley. Nosso Destino. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
MACARTHUR, John Jr. A Segunda Vinda. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

As Bodas do Cordeiro
Leitura: Ap 19.7,8

Em língua portuguesa, a palavra boda significa “celebração de casamento”, embora seja mais empregada, popularmente, para referir-se ao aniversário da união conjugal, tal como nas expressões “bodas de prata” ou “bodas de ouro”, que são, respectivamente, a comemoração de 25 e 50 anos de aniversário de casamento. A primeira vez que a palavra “boda” aparece na Bíblia é para relatar o casamento de Sansão (Jz 14.12).

A Bíblia utiliza muitas vezes a figura da noiva e do noivo para referir-se ao relacionamento da igreja com Cristo (Mt 9.15; Jo 3.29; 2 Co 11.2; Ef 5.22-33; Ap 19.7-9; 21.1-22.7) e a as bodas do Cordeiro – o casamento de Cristo com a igreja – é a expressão máxima desta relação. Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, a devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua igreja e sua comunhão com ela.

Em Israel, o noivado é tão serio quanto o casamento. Na historia bíblica a mulher comprometida em noivado era chamada esposa e, apesar de não estar unida fisicamente ao noivo, ela estava obrigada à mesma fidelidade como se estivesse casada (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.18,19). A Igreja é a esposa de Cristo porque está comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9; 22.17).

Os costumes relacionados ao casamento entre os judeus são assim descritos: “o casamento judaico era precedido com antecedência de um mês a um ano por uma cerimônia de promessa de casamento ou noivado, denominada em hebraico erusin, ou, mais popularmente, tena’im (que significa, literalmente, “condições”). Essas tais condições referiam-se aos arranjos pré-matrimoniais que os pais da noiva e do noivo haviam combinado entre si estabelecendo o nadan (dote) e também as penalidades para quaisquer quebras de condições do acordo. Os tena’im davam a ambas as partes tempo suficiente para uma calma reconsideração antes de dar o passo definitivo do casamento.…” (Nathan AUSUBEL. Costumes de casamento. In: A JUDAICA. v.5, p.198).

O Pr. Hernandes assim descreve a cerimônia: “O costume matrimonial dos hebreus –
1) Noivado - era algo mais profundo do que um compromisso significa para nós. A obrigação do matrimônio era aceita na presença de testemunhas e a bênção de Deus era pronunciada sobre a união. Desde esse dia o noivo e a noiva estavam legalmente casados (2 Co 11:2).
2) O intervalo - Durante o intervalo o esposo paga ao pai da noiva um dote.
3) A procissão para a casa da noiva - Ao final do intervalo o noivo sai em procissão para a casa da noiva. A noiva se prepara e se atavia. O noivo em seu melhor traje é acompanhado de seus amigos que cantam e levam tochas e seguem em direção à casa da noiva. O noivo recebe a noiva e a leva em procissão ao seu próprio lar.
4) Finalmente, as bodas - as bodas incluem a festa das bodas que duravam sete ou quatorze dias. Agora a igreja está desposada com Cristo. Ele já pagou o dote por ela. Ele comprou a sua esposa com seu sangue. O intervalo é o período que a noiva tem para se preparar. Ao final desse tempo, o noivo vem acompanhado dos anjos para receber a sua noiva, a igreja. Agora começa as bodas. O texto registra esse glorioso encontro: "Alegremo-nos e exultemos e demos-lhe glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou" (Ap 19:7). As bodas continuem não por uma semana, mas por toda a eternidade. Oh dia glorioso será aquele!” (Estudos no Livro do Apocalipse, Hernandes Dias Lopes, pág. 146).

Nos casamentos terrenos, quem recebe a maior atenção e honra é a noiva, mas nestas bodas quem tem toda a glória é o noivo! 

A noiva estará vestida com vestidos finos e resplandecentes, que ela ganhou no tribunal de Cristo (v8 – atos de justiça) e se apresentará gloriosa e pura (Ef 5.26), em contraste com a “grande meretriz”, representando as religiões que não adoraram ao Deus único, que foi julgada. Será um momento de grande alegria, pois representa o desdobramento do plano de salvação de Deus para o homem. A noiva sentará à mesa com o Senhor para um momento de grande comunhão, uma grande Ceia (Mt 26.29) e Ele mesmo a servirá (Lc 12.37).

Assim como faziam os judeus na Antigüidade, Jesus, o noivo pagou o seu dote. Não foi em valores de prata ou de ouro; foi muito mais caro. Como nos afirma o apóstolo Pedro, “não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” (I Pe.1:18,19), que é o bom preço, mencionado por Paulo (1 Co 6.10, 7.23).

Quando acontecerá

O pagamento do dote:
Ele acontecerá entre o arrebatamento da Igreja e a segunda fase da volta de cristo à terra, logo após o julgamento das obras dos crentes no tribunal de Cristo (Ap 19.8).

Este momento tão aguardado está inserido no espaço de tempo conhecido como “Dia de Cristo” (Fp 1.10; 2.16; 2 Ts 2.2). O início deste dia é referido na parábola das dez virgens: “Mas à meia-noite, ouviu-se um clamor” (Mt 25.6). É o fim e o principio de um tempo (dia, dispensação, era). O Dia de Cristo abrange três fatos escatológicos especiais, os quais são: o encontro da Igreja com Cristo nas nuvens (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17); o tribunal de Cristo (2 Co 5.10; Fp 1.10; 2 Co 1.14; Ef 5.27); e as bodas do Cordeiro (Ap 19.7).

O texto de Ap 19 apresenta Deus assentado no trono, relata o episódio das bodas do Cordeiro e, em seguida, fala sobre a segunda vinda de Cristo sobre o cavalo branco. O texto de 1Ts 4.17 diz que seremos arrebatados para estar com o esposo e na parábola das virgens, as que estavam preparadas foram com o esposo, para as bodas (Mt 25.10).

Entre os judeus as bodas duravam sete dias (Jz 14.12,15,17,18 ; Gn 29.27,28). As bodas do Cordeiro se prolongarão por sete anos, enquanto aqui na Terra acontecerá a grande tribulação. Cada dia corresponde a um ano (Nm 14.34; Ez 4.6).

Onde acontecerá

Esse evento acontecerá no céu (Ap 19.1; 21.9). Não haveria lugar mais adequado para esse acontecimento extraordinário. Deus preparou coisas excelentes para nós no céu (1 Co 2.9) e certamente a festa de casamento de Cristo com Sua igreja será um evento de inigualável esplendor e glória. Se aqui na terra aqueles que tem riquezas fazem festas magníficas para o casamento de seus filhos, imagine então a que fará aquele que é o dono de tudo (Dt 10.14; 1 Cr 29.11).

Quem participará

No céu, participarão das bodas: a Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9), tendo como testemunhas os seres celestiais (v4).
Dois eventos distintos acontecerão na comemoração da união definitiva entre Cristo e a sua Igreja: as bodas e a festa de casamento. 
É preciso distinguir entre estes eventos:
1. A ceia de casamento acontecerá no céu, antes do retorno de Cristo, e dela participará apenas a igreja.
2. A festa de casamento, que acontecerá na terra, após o retorno, da qual participará também o Israel salvo da Grande Tribulação, as nações que escaparam da grande tribulação e os santos do Antigo Testamento, como convidados especiais (Mt 8.11; 22.1-14; 25.10; Lc 12.37; 14.16-24; Jo 3.29).

Havia duas fases no casamento judaico: Na primeira, o noivo ia à casa da noiva para buscá-la e cumprir certos requisitos matrimoniais. Na segunda, ele a levava para sua casa a fim de continuar as festividades. Cristo levará a sua noiva, a igreja, para o céu, antes da Grande Tribulação (Jo 14.3). Depois voltará com ela para os festejos aqui na terra, onde a apresentará aos convidados (Ap 19.11-16).
A festa das bodas no céu difere da ceia das bodas na Terra, onde Israel estará esperando que o esposo venha convidá-los a conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período do milênio.

Leitura sugerida
UNGER, Merrill Frederick. Manual Bíblico Unger. São Paulo: Vida Nova, 2006.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. São Paulo: Vida, 2006.


















AS TEORIAS SOBRE O ARREBATAMENTO DA IGREJA 

Jesus prometeu que voltaria para arrebatar a sua igreja, como está escrito: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 14.1-3). Paulo acrescenta: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1Ts 4.16-17).
O ARREBATAMENTO DA IGREJA
A presente era em relação à verdadeira Igreja, termina com o arrebatamento dos salvos à presença do Senhor. A doutrina do arrebatamento é uma das consideradas mais importantes da escatologia do Novo Testamento (Jo 14.1-3; 1Ts 4.13-18; 1Co 1.8; 15.51,52; Fp 3.20,21; 2C 5.1-9). É também uma das questões em que os estudiosos da Bíblia mais discordam. Todas as discordâncias giram em torno da relação que haverá entre o arrebatamento e a Tribulação. Eles estão divididos nas seguintes teorias:

PARCIALISMO (Arrebatamento Parcial da Igreja)
PÓS-TRIBLACIONISTA (Arrebatamento após a Tribulação)
MESOTRIBULACIONISTA (Arrebatamento no meio da Tribulação)
PRÉ-TRIBULACIONISTA (Arrebatamento antes da Tribulação)

TEORIA DO ARREBATAMENTO PARCIAL
Esta teoria ensina que o arrebatamento ocorre antes da Tribulação, mas apenas os que estiverem totalmente preparados, vigiando e esperando a vinda do Senhor, e tiverem alcançado um certo nível de espiritualidade que os torne dignos de ser incluídos no arrebatamento. Os outros cristãos permanecerão na Terra durante a Tribulação para serem provados e purificados mediante grandes sofrimentos, sendo arrebatados posteriormente. Esta posição tem sido pouco adotada devido a sua semelhança com a doutrina católica do purgatório, segundo a qual o sofrimento pode purgar pecados.

As dificuldades doutrinárias da teoria do arrebatamento parcial.
As seguintes considerações argumentam contra a teoria do arrebatamento parcial.

1)    1 Tessalonicenses 4.16 diz: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Se todos que morreram em Cristo vão ser ressuscitados, certamente todos os que estão vivos “em Cristo” serão arrebatados.
2)    Além disso, em 1 Coríntios 15.51, Paulo diz: “Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos”. Todos os que estão em Cristo serão transformados no arrebatamento. Isto não inclui naturalmente os que são cristãos apenas de nome.
3)    Se apenas os “dignos” serão arrebatados, quem subirá? Quem pode afirmar que é digno por si mesmo? Nossa posição diante de Deus baseia-se na justiça que há em Cristo, e não na nossa justiça, que não passa de “trapo de imundícia” (Is 64.6).
4)    Os proponentes da teoria do arrebatamento parcial, assim como os que crêem que a Igreja deve atravessar parte da Tribulação ou toda ela, sustentam que a Tribulação é necessária para purificar a Igreja e prepará-la para o Noivo. Esse conceito defende uma espécie de purgatório. Se os santos vivos no fim dos tempos tiverem necessidades de ser purgados pela Tribulação, parece que o Senhor também teria de ressuscitar os santos mortos anteriormente para um período de tribulação antes do seu arrebatamento, já que para Deus não há acepção de pessoas. Um pensamento naturalmente absurdo.

O parcialista precisa colocar parte da Igreja no período tribulacional. Isso é impossível, porque a Igreja representa o corpo de Cristo. Então o corpo subiria incompleto?

Um dos propósitos da Tribulação é julgar o mundo em preparação para o reino a seguir. A Igreja não precisa de tal julgamento, a não ser que a morte de Cristo tenha sido ineficaz. A partir dessas considerações, acredita-se então, que a teoria do arrebatamento parcial não tem como se sustentar.

TEORIA DO ARREBATAMENTO PÓS-TRIBULAÇÃO
Os que defendem essa teoria acreditam que os cristãos passarão pela Tribulação e que o arrebatamento ocorrerá simultaneamente ou imediatamente antes da vinda do Senhor Jesus em juízo. Eles afirmam que o arrebatamento da Igreja e a volta de Cristo para reinar são apenas aspectos diferentes de um único evento que acontecerá no final da Grande Tribulação, justamente antes da derrota da besta e seus seguidores e início do milênio.

Os principais argumentos apresentados a favor dessa teoria são os seguintes:
1)    A volta de Cristo é descrita de várias maneiras, mas em ponto algum é citada como dois eventos separados por um intervalo de sete anos (ou três e meio) de tribulação.
2)    A resposta de Jesus aos seus discípulos sobre os sinais dos fins dos tempos demonstrou que um período de tribulação incomparável (Mt 24.3-22) precederá sua vinda. Outras passagens também predizem tribulação para o povo de Deus (Jo 15.18,19; 16.33).
3)    A ressurreição é identificada com o arrebatamento, todavia Apocalipse 20.4-6 coloca a “primeira ressurreição” após a volta de Cristo para reinar e justamente antes do milênio; portanto o arrebatamento e a revelação de Cristo deverão acontecer ao mesmo tempo.

Os principais argumentos contra essa teoria são:
1)    O período de Tribulação não é um período da Igreja, mas a última semana da visão de Daniel relativo ao trato de Deus com Israel: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo” (Dn 9.24). Também em Daniel 9.25-27. É um período em que Deus irá ocupar-se de Israel e da sua ira contra as nações ímpias (Ap 6.15-17). O período de Tribulação é chamado de “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30.4-7).
2)    Paulo declara, em relação à Igreja: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.9). A Igreja tem sofrido e sofrerá muitas dificuldades e tribulações, mas não o grande dia da ira do Senhor Deus.
3)    O Senhor prometeu aos fiéis que eles serão excluídos dessa hora de ira: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). (Veja também 2Pe 2.9).
4)    Se a Igreja estará na terra durante a Tribulação, por que o testemunho de Deus é atribuído apenas às duas testemunhas? (Ap 11.1-14).
5)    Com respeito à ressurreição registrada em Apocalipse 20.4,5 e referida como a “primeira ressurreição”, uma leitura cuidadosa revelará que os ressurretos mencionados são aqueles que foram decapitados durante a Tribulação, por não aceitarem servir ao Anticristo; nenhuma menção é feita aos santos de toda a era da Igreja, que devem ter sido ressuscitados por ocasião do arrebatamento, antes da Grande Tribulação.

TEORIA DO ARREBATAMENTO EM MEIO A TRIBULAÇÃO
Visão menos comum que o arrebatamento pós-tribulacionista, como explicação para o arrebatamento durante a Tribulação é a teoria mesotribulacionista. De acordo com essa interpretação, a Igreja será arrebatada ao final da primeira metade (três anos e meio) da septuagésima semana de Daniel. A igreja suportará os acontecimentos da primeira metade da Tribulação, que segundo os mesotribulacionistas, não são manifestações da ira de Deus. Ela será arrebatada antes que comece a segunda metade da semana, que segundo essa teoria, contém todo derramamento da ira de Deus. Afirma-se que o arrebatamento ocorrerá junto com o soar da ultima trombeta e a ascensão das duas testemunhas de Apocalipse 11.

A teoria do arrebatamento mesotribulacionista é essencialmente uma via média entre as posições pós-tribulacionista e pré-tribulacionista. Concorda com o pré-tribulacionismo ao afirmar que o arrebatamento da igreja é um acontecimento distinto da segunda vinda de Cristo. Tem em comum com o pós-tribulacionismo as crenças de que a igreja tem promessas de tribulação aqui na terra e necessita de purificação.

Os pontos principais desta teoria são:
A)    A última trombeta, mencionada com relação ao arrebatamento em 1 Coríntios 15.52, é identificada com a sétima trombeta tocada em Apocalipse 11.15, que ocorre em meio à Tribulação (Ap 11.2-3). Se as duas trombetas são a mesma coisa, o arrebatamento ocorre então em meio à Tribulação.
B)    Desde que a Igreja é arrebatada antes da Grande Tribulação (os últimos três anos e meio), a Igreja escapa da “ira” de Tessalonicenses 5.9 e da “hora da provação” de Apocalipse 3.10.
C)    A ressurreição das duas testemunhas em Apocalipse 11.11,12 é declarada como sendo uma referencia ao arrebatamento e à ressurreição dos santos, ou como acontecendo simultaneamente com o arrebatamento.

Argumentos apresentados contra a teoria do arrebatamento em meio a tribulação:
A)    As trombetas em 1 Coríntios 15.52 e Apocalipse 11.15 não são as mesmas. A trombeta de Deus narrada por Paulo é um toque de vitória sobre a morte (1Co 15.52-57). A sétima trombeta narrada por João é uma série de anúncios de juízo sobre os perversos e de triunfo final sobre o reino de Satanás.
B)    As setenta semanas de Daniel tem caráter judaico e, portanto a Igreja não está incluída em parte alguma delas. A ira de Deus é também derramada na primeira metade do período de Tribulação (Ap 6.12-17). Também 1 Ts 5.9; Ap 3.10; 2 Pe 2.9.
C)    As duas testemunhas parecem ser judias, segundo os símbolos do Antigo Testamento – o templo, as oliveiras e os castiçais (Zc 4.3,12), as chuvas deixam de cair e o povo é atacado por pragas (Êx 7.20; 8.1-12, 29). Se a Igreja estivesse na terra, por que Deus designaria profetas judeus para a missão de testemunhar às nações? Até o fim da era da Igreja, é missão desta dar testemunho a todas as nações.
D)   A mesma objeção pode ser feita à posição do arrebatamento em meio a Tribulação, isto é, que essa posição remove a expectativa da vinda de Cristo a qualquer instante. O período da Tribulação começa com a aliança entre o Anticristo e os judeus, um evento que não será oculto. Então seria fácil a partir dessa aliança do Anticristo com os judeus, prever o momento da vinda de Cristo.

A TEORIA DO ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONISTA
Os que defendem o arrebatamento pré-tribulacionista acreditam na interpretação dispensacionalista da Palavra de Deus. A igreja e Israel são dois grupos distintos para os quais Deus tem um plano divino.

Argumentos essências do Arrebatamento Pré-tribulacionista.
Vários argumentos podem ser apresentados em apoio à posição pré-tribulacionista do arrebatamento.

POR TIPOLOGIA BÍBLICA
Deus não igualou Noé e sua família com os pecadores rebeldes e obstinados. Enquanto Noé e os seus não entraram na Arca, Deus não derramou o terrível dilúvio. Enquanto Ló e sua família não saíram de Sodoma, Deus não fez chover fogo do céu. Então porque Deus não livraria também a Igreja da Tribulação? Então, enquanto Jesus não arrebatar sua Igreja, não começará a Tribulação.

Em João 14.3 Jesus prometeu: “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. Aqui a vinda de Jesus é com o propósito de receber a Igreja para si mesmo e levá-la para um lugar na casa do Pai; essa não pode ser a mesma vinda com a Igreja para a terra, como sustentam os adeptos da pós-tribulação.

No livro do Apocalipse do capítulo 4 ao 19 nada fala sobre a Igreja, mas trata da Tribulação na terra. Logo se deduz que a Igreja não estará na terra nesse período de Tribulação. Já os capítulos de 1 ao 3 de Apocalipse menciona por 19 vezes a Igreja, e só volta a mencioná-la no capítulo 21 chamando-a de Esposa do Cordeiro.

Os Pré-tribulacionistas crêem que as profecias relativas a Tribulação devem ser interpretadas de forma literal e que o período da Igreja é um tempo misterioso e está estritamente relacionado com o fato de o povo de Israel ter negado o seu Messias, e por eles o terem rejeitado, os gentios foram enxertados (Rm 11.1-8), esse enxerto deve se completar primeiramente, antes que Deus volte a tratar com o povo israelita. Para que isso seja possível profeticamente é importante que:

1-    A Bíblia seja interpretada literalmente.
2-    A Igreja seja poupada da Grande Tribulação (Ap 3.10).
3-    O arrebatamento seja iminente, pode acontecer a qualquer momento (1 Ts 5.6).
4-    A Igreja esteja isenta da ira futura de Deus (Ap 6.17; 1 Ts 1.10; 5.9)
5-    Haja remoção dos salvos, na remoção do Espírito Santo (2 Ts 2.7,13).

O método de interpretação literal das Escrituras.
É franca e livremente reconhecido pelos pós-tribulacionistas que a controvérsia entre eles e os pré-tribulacionistas é a questão do método de interpretação empregado no tratamento das profecias. Se o método de interpretação literal das profecias for o certo, então a teoria pré-tribulacionista está correta. Dessa maneira podemos ver que a doutrina da volta pré-tribulacionista de Cristo para instituir um reino literal resulta de métodos de interpretação literal das promessas e das profecias do Antigo Testamento. É natural, portanto que o mesmo método de interpretação deva ser também empregado na interpretação do arrebatamento. Seria ilógico construir um sistema pré-milenarista sobre um método literal de interpretação e depois abandonar esse método no tratamento de outras questões relacionadas com o mesmo tema. Podemos observar facilmente que o método literal de interpretação exige um arrebatamento pré-tribulacionista da Igreja.

Não pode haver um método empregado para estabelecer o pré-milenarismo e outro para interpretar as promessas de arrebatamento. O método literal de interpretação, aplicado de maneira coerente, leva necessariamente a outra conclusão: a de que a Igreja será arrebatada antes da septuagésima semana de Daniel.

A natureza da septuagésima semana.
Existem várias palavras usadas no Antigo e no Novo Testamento em referencia ao período da septuagésima semana, as quais, quando examinadas em conjunto oferecem a natureza essencial ou o caráter desse período:
1)    Ira Divina (Ap 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; 1Ts 1.9,10;5.9; Sf 1.15,18);
2)    Julgamento (Ap 14.7; 15.4; 16.5-7; 19.2);
3)    Indignação (Is 26.20,21; 34.1-3);
4)    Castigo (Is 24.20,21) ;
5)    Hora do julgamento (Ap 3.10);
6)    Hora de angústia (Jr 30.7);
7)    Destruição (Joel 1.15);
8)    Trevas (Joel 2.2; Sf 1.14-18; Am 5.18).

Devemos mencionar que essas referências abrangem todo o período e não apenas parte dele, de modo que todo o período é assim caracterizado.

Desde que a era da igreja termina com o inicio da Tribulação, ela não tomará mais parte nos assuntos terrenos até o milênio.

Não confundir Tribulação com ira vindoura.
Dizem os pós-tribulacionistas que Tribulação não deve ser confundida com ira vindoura, para tentarem fugir das seguintes passagens:
E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1Ts 1.10).

Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.9).

Mas observe que a ira do Cordeiro é derramada no momento em que Ele está em seu trono e que esse período aqui é descrito como tempo da Tribulação (Ap 6.16,17).

Não podemos confundir a Grande Tribulação com a Tribulação que a antecede (Mt 24.6-12), a apostasia, que é apenas o princípio das dores.

O arrebatamento se dará antes da Tribulação, então evidentemente é necessário que o arrebatamento e vinda do Senhor Jesus sejam dois eventos distintos. Pois no arrebatamento Ele virá apenas até as nuvens, não porá os pés na terra, nós iremos ao encontro dele nas nuvens (1Ts 4.16-17). Será num instante, num piscar de olhos (Mt 24.27; 1Co 15.51), será também em secreto.

Na segunda vinda Ele tocará à terra e todo olho o verá (ZC 14.3,4; Ap 1.7). Jesus derrota plenamente o Anticristo (Ap 19.15-21) e seus seguidores desde o menor até o maior (19.18). É a justiça de Deus, Sua ira é vinda sobre os iníquos.

Jesus, depois de derrotar o Anticristo, o Falso Profeta e o Dragão, mandará prender Satanás por mil anos (Ap 20.1-4).

Distinção entre arrebatamento e segunda vinda de Cristo
Devemos observar várias contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Elas mostrarão que os dois acontecimentos não são vistos como sinônimos nas Escrituras.
A)    O arrebatamento compreende a retirada dos salvos, enquanto o segundo advento requer o aparecimento e a manifestação de Jesus.
B)    No arrebatamento os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo volta à terra.
C)    No arrebatamento Cristo vem buscar a sua Igreja, enquanto na segunda vinda Ele virá com a Igreja.
D)   O arrebatamento resulta na retirada dos salvos e na instauração da Tribulação, enquanto na segunda vinda será instaurado o reino milenar.
E)     O arrebatamento pode acontecer a qualquer momento, enquanto a segunda vinda será precedida por uma multidão de sinais.
F)     O arrebatamento está relacionado ao plano para a Igreja, enquanto a segunda vinda está relacionada ao plano para Israel e para o mundo.
G)   O arrebatamento deixa o mundo intacto, enquanto a segunda vinda implica em mudança mundial.

Essas e outras contraposições que poderiam ser apresentados apoiam a alegação de que o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo não podem ser confundidos como um mesmo acontecimento.

OS 144 MIL SELADOS
Enquanto a Igreja estiver na terra não existirá um relacionamento exclusivamente judaico para com Deus. Todos os salvos independentes de raça tem uma posição no Corpo de Cristo, conforme indicado em Colossenses 1.26-29; 3.11; Efésios 2.14-22; 3.1-7. Durante a septuagésima semana, a Igreja estará ausente, pois dos salvos restantes em Israel Deus sela 144 mil judeus, 12 mil de cada tribo de acordo com Apocalipse 7.14. O fato de Deus lidar novamente com Israel nesse relacionamento nacional, separando-o por identidade nacional e mandando-o como representante às nações no lugar das testemunhas da Igreja, indica que a Igreja não deve estar mais na terra.

A CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS DO LIVRO DE APOCALIPSE
Ao lidarmos com as posições mesotribulacionista e pós-tribulacionista sobre o arrebatamento a cronologia de Apocalipse foi examinada. É mencionada aqui apenas como uma evidência a mais para a teoria pré-tribulacionista.

1)    Os capítulos 1-3 apresentam o desenvolvimento da Igreja na presente época.
2)    Os capítulos 4-11 abrangem os acontecimentos de toda a septuagésima semana de Daniel e concluem com o retorno de Cristo para reinar na terra.

Desse modo os selos ocorrem nos primeiros três anos e meio, e as trombetas se referem aos últimos três anos e meio. De acordo com as instruções dadas a João em Apocalipse 10.11, os capítulos 12-19 examinam a septuagésima semana novamente, dessa vez com o objetivo de revelar os atores no palco dessa trama histórica. Essa cronologia torna impossível a perspectiva mesotribulacionista, pois o suposto arrebatamento mesotribulacionista de 11.15-18 é na verdade o retorno de Cristo a terra e não o arrebatamento. Isso fornece mais evidências para a posição do arrebatamento pré-tribulacionista.

CONCLUSÃO
Os pré-tribulacionistas consideram a Igreja distinta de Israel, ou seja, fatos ocorrerão com Israel e outros fatos distintos ocorrerão com a Igreja. Não podemos interpretar Igreja como Israel, ou vice-versa, pois se for assim, (Igreja igual a Israel), então a Igreja passa pela tribulação, pois é dito em Apocalipse 13.7 que foi permitido ao Anticristo fazer guerra aos santos, logo os santos estão presentes durante a Tribulação, e isto é um fato. A questão aqui é definir quem são esses “santos”. Na visão pré-tribulacionista esses “santos” se refere a Israel e não a Igreja.

A Igreja é um só corpo com Cristo, é o próprio Corpo de Cristo (Ef 4.12; 1Co 12.27) e isto significa que Ele já pagou o alto preço por sua Igreja, sofrendo na cruz, e se a Igreja tiver que passar pela Tribulação, então o Corpo de Cristo terá de sofrer novamente e isto é no mínimo incoerente (Jo 5.24).






50 Razões Para o Arrebatamento da Igreja Ocorrer Antes da Tribulação
Examinando biblicamente os argumentos a respeito do arrebatamento da Igreja, entre o pré-tribulacionismo (arrebatamento antes da Tribulação), arrebatamento parcial (arrebatamento de parte da Igreja), pós-tribulacionismo (arrebatamento após a Tribulação) e midi-tribulacionismo (arrebatamento na metade da Tribulação), A PRIMEIRA (PRÉ-TRIBULACIONISMO) É SUSTENTADA. Concluindo o estudo, podemos então apresentar este resumo em 50 argumentos para o pré-tribulacionismo. Não se presume que a declaração destes argumentos em si estabelece sua validade, mas cremos que a discussão anterior suporta e justifica este resumo das razões para esta nossa posição.
Definindo rapidamente, os termos arrebatamento, rapto e trasladação são usados para a vinda de Cristo para levar a Sua Igreja, enquanto que o termo Segunda Vinda é usado para referir-se à Sua vinda à terra para estabelecer Seu Reino Milenar, evento este considerado pós-tribulacional. Mesmo que as palavras arrebatamento, rapto e trasladação não sejam completamente idênticas, elas referem-se ao mesmo evento. O termo arrebatamento refere-se ao fato de que a Igreja é “arrancada” da terra e levada para o céu. Aqueles que serão arrebatados receberão os seus corpos físicos naturais e corruptíveis que serão transformados em corpos glorificados, incorruptíveis e imortais. Estritamente falando, os mortos são ressuscitados, enquanto os vivos são transformados. No uso comum, no entanto, esta distinção não é normalmente mantida.
Na discussão, o modo de exibição pós-tribulacional é considerado o principal candidato ao título contra o pré-tribulacionismo e tendo em vista principalmente a correção dos argumentos. As outras posições, no entanto, também são mencionadas na medida em que elas são antagônicas ao pré-tribulationismo em algum momento especial. A discussão anterior tem apontado a preponderância de argumentos para apoiar a posição pré-tribulacional, e a seguir, deve servir para clarificar as questões envolvidas.
A. ARGUMENTO HISTÓRICO
1. A igreja primitiva cria na iminência do retorno do Senhor Jesus, doutrina esta indispensável ao pré-tribulacionismo.
2. O desenvolvimento detalhado dessa verdade no decorrer dos últimos séculos não prova que ela seja nova ou simples especulação. Seu desenvolvimento segue o padrão das outras principais doutrinas na história da Igreja.
B. HERMENÊUTICA
3. Único ponto de vista sobre o arrebatamento da Igreja que permite a interpretação literal das passagens bíblicas tanto do Antigo como do Novo Testamento a respeito da Grande Tribulação.
4. Distinção clara entre Israel e a Igreja com seus respectivos programas.
C. NATUREZA DA TRIBULAÇÃO
5. O Pré-tribulacionismo mantém a distinção bíblica entre a Grande Tribulação e as tribulações em geral que a precedem.
6. A Grande Tribulação é corretamente interpretada como o tempo de preparação para a restauração de Israel (Dt. 4:29–30; Jr. 30:4–11). E não para preparar a Igreja para a glória.
7. Nem mesmo uma só passagem do Antigo Testamento sobre a Tribulação menciona a Igreja. (Dt. 4:29–30; Jr. 30:4–11; Dn. 9:24–27; 12:1–2).
8. Nenhum versículo ou passagem do Novo Testamento a respeito da Tribulação menciona a Igreja. (Mt. 24:15–31; 1 Ts. 1:9–10, 5:4–9; Ap. 4–19).
9. Contrastando com o Arrebatamento no meio da tribulação, o Arrebatamento antes do início da Tribulação fornece uma explicação adequada para o início da Grande Tribulação em Apocalipse 6. As Escrituras ensinam claramente que a Grande Tribulação inicia-se muito antes da sétima trombeta de Apocalipse 11.
10. Com o Arrebatamento da Igreja antes do início da Tribulação é mantida a distinção correta entre as trombetas proféticas das Escrituras. Não há base sólida para o principal argumento para o Arrebatamento na metade da Tribulação, que a sétima trombeta do Apocalipse seja a última trombeta. Nenhuma base há para o argumento fundamental do midi-tribulacionismo de que a sétima trombeta do Apocalipse seja a última trombeta, pois não há nenhuma conexão estabelecida entre a sétima trombeta de Apocalipse 11, a última trombeta de 1 Coríntios 15:52, e a trombeta de Mateus 24:31. São três eventos distintos.
11. A unidade da septuagésima semana de Daniel é mantida pelos pré-tribulaciocionistas. Por outro lado, o midi-tribulacionismo destrói a unidade da septuagésima semana de Daniel e confunde programa de Israel com o da Igreja.
D. NATUREZA DA IGREJA
12. O Arrebatamento da Igreja nunca é mencionado nas passagens que tratam da Segunda Vinda de Cristo após a tribulação.
13. A igreja não está destinada à ira (Rm. 5:9; 1 Ts. 1:9-10; 5:9). A Igreja, portanto, não pode entrar em “o grande dia da sua ira” (Ap. 6:17).
14. A Igreja não passará pelo Dia do Senhor (1 Ts. 5:1—9), que inclui a Tribulação.
15. A possibilidade de um crente escapar da tribulação é mencionada em Lucas 21:36.
16. Para a igreja de Filadélfia foi prometido escapar da “hora de provação que há de vir sobre todo o mundo, para provar os que habitam na terra” (Ap. 3:10).
17. É característica de Deus a ação de livrar os crentes antes que seja infringido um julgamento divino sobre o mundo, como ilustrado nos livramentos de Noé, Ló, Raabe, etc. (2 Pe. 2:6–9).
18. Por ocasião do Arrebatamento da Igreja, todos os crentes irão para a casa do Pai no céu (João 14:3), e não retornarão imediatamente para a terra depois do encontro com Cristo nos ares, como pós-tribulacionistas ensinam.
19. O pré-tribulacionismo tem como base a salvação pela graça, pois não divide o corpo de Cristo no Arrebatamento em um princípio por obras merecidas ou não. O ensino sobre um Arrebatamento parcial está baseado em uma falsa doutrina de que o Arrebatamento da Igreja é uma recompensa para as boas obras.
20. As Escrituras ensinam claramente que toda a Igreja, não apenas parte dela, será arrebatada por ocasião da vinda de Cristo para a Igreja. (1 Co. 15:51–52; 1 Ts. 4:17).
21. Em oposição ao ponto de vista de um arrebatamento parcial, o pré-tribulacionismo está firmado no correto ensino bíblico que a morte de Cristo livrou de toda condenação.
22. Os fiéis remanescentes da Tribulação são mostrados como israelitas, e não membros da Igreja como é afirmado pelos pós-tribulacionistas.
23. O pré-tribulacionismo (ao contrário do pós-tribulacionismo) não confunde os termos gerais como eleitos e santos que são aplicados aos salvos de todas as épocas com os termos específicos como igreja e aqueles que estão em Cristo, referindo-se somente aos crentes da época da Igreja.
E. DOUTRINA DA IMINÊNCIA
24. A interpretação pré-tribulacionista é a única a ensinar que a vinda de Cristo é verdadeiramente iminente.
25. A exortação para sermos confortados pela vinda do Senhor (1Ts.4:18) somente tem significado somente pelo Arrebatamento antes da Tribulação, e isto é especialmente contradito pelo pós-tribulacionismo.
26. A exortação para olhar para a “manifestação da glória” de Cristo para os seus (Tt. 2:13) perde seu significado se a tribulação devesse ocorrer primeiro. Os crentes, neste caso, devem procurar por sinais.
27. A exortação para nos purificarmos a nós mesmos tendo em vista a volta do Senhor tem maior significado por a Sua volta ser iminente (1 Jo. 3:2–3).
28. Todos os crentes pertencentes à Igreja são exortados a olhar para a vinda do Senhor, enquanto que os crentes na Tribulação são direcionados a olhar para sinais.
F. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO
29. O Espírito Santo, como Aquele que restringe o mal, não pode ser retirado do mundo a menos que a Igreja seja arrebatada ao mesmo tempo. A tribulação não pode começar até que esta restrição esteja inoperante .
30. O Espírito Santo, como aquele que restringe, deve ser retirado do mundo antes que “o iníquo”, que domina o período da Tribulação, seja revelado (2 Ts. 2:6–8).
31. Se a expressão “sem que primeiro venha a apostasia”, for traduzida literalmente “sem que primeiro venha a retirada”, mostraria claramente a necessidade do arrebatamento ocorrendo antes do início da tribulação.
G. NECESSIDADE DE UM INTERVALO ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA
32. De acordo com 2 Coríntios 5:10, todos os crentes desta época devem comparecer perante o Tribunal de Cristo no céu, um evento nunca mencionado nos relatos detalhados ligados à Segunda Vinda de Cristo à Terra.
33. Se os vinte e quatro anciãos de Apocalipse 4:1–5:14 representam a Igreja, como muitos expositores acreditam, isso exigiria o Arrebatamento e a recompensa da igreja antes da Tribulação.
34. A vinda de Cristo para Sua noiva precisa ocorrer antes da Segunda Vinda à terra para a festa das bodas (Ap. 19:7–10).
35. Os santos da Tribulação não serão arrebatados na Segunda Vinda de Cristo, mas continuarão a exercer atividades profissionais comuns, tais como agricultura e construção de casas, e terão filhos (Is. 65:20–25). Isso seria impossível, se todos os santos foram arrebatados na Segunda Vinda à terra, como ensinam os pós-tribulacionistas.
36. O julgamento dos gentios após a Segunda Vinda (Mt. 25:31–46) indica que ambos, salvos e não salvos, estão ainda em seus corpos naturais, o que seria impossível se o Arrebatamento ocorresse na Segunda Vinda.
37. Se o Arrebatamento ocorre em conexão com a Segunda Vinda à terra, não há nenhuma necessidade de separar as ovelhas dos bodes em um julgamento subsequente, pois, na verdade, a separação ocorre no ato do Arrebatamento dos crentes, antes que Cristo estabeleça o Seu trono na terra. (Mt. 25:31).
38. O julgamento de Israel (Ez. 20:34–38) que ocorre logo em seguida à Segunda Vinda indica a necessidade do reajuntamento de Israel. A separação dos salvos dos não salvos neste julgamento, obviamente, tem lugar algum tempo depois da Segunda Vinda e seria desnecessária se anteriormente os salvos tinham sido separadas dos não salvos pela Trasladação.
H. CONTRASTES ENTRE O ARREBATAMENTO E A SEGUNDA VINDA.
39. Por ocasião do Arrebatamento os santos encontrarão Cristo nos ares, enquanto que na Segunda Vinda, Cristo retorna ao Monte das Oliveiras para encontrar os santos na terra.
40. Por ocasião do Arrebatamento o Monte das Oliveiras permanece inalterável, mas na Segunda Vinda ele é dividido e um vale é formado a leste de Jerusalém (Zc. 14:4–5).
41. Por ocasião do Arrebatamento todos os santos (da Igreja) são trasladados, enquanto que nenhum santo é arrebatado em conexão com a Segunda Vinda de Cristo à terra.
42. No Arrebatamento os santos vão para o céu, enquanto que na Segunda Vinda os santos permanecem na terra sem serem trasladados.
43. No momento do Arrebatamento o mundo não é julgado e continua no pecado, enquanto que na Segunda Vinda o mundo é julgado e a justiça é estabelecida na terra.
44. O Arrebatamento da Igreja é retratado como uma libertação antes do Dia da Ira, enquanto que a Segunda Vinda é seguida pela libertação de todos aqueles que creram em Cristo durante a Tribulação.
45. O Arrebatamento é descrito como iminente, ao passo que a Segunda Vinda é precedida por sinais definidos.
46. O Arrebatamento dos crentes vivos é uma verdade revelada somente no Novo Testamento, enquanto que a Segunda Vinda com seus acontecimentos é doutrina importante de ambos os Testamentos.
47. O Arrebatamento diz respeito somente aos salvos, enquanto que a Segunda Vinda diz respeito a ambos, salvos e não salvos.
48. No arrebatamento Satanás está solto, enquanto na Segunda Vinda, Satanás é preso e lançado no abismo (Ap. 20:1–3).
49. Nenhuma profecia não cumprida se interpõe entre a Igreja e o Arrebatamento, enquanto muitos sinais terão que ser cumpridos antes da Segunda Vinda.
50. Nenhuma passagem bíblica, em ambos os Testamentos faz, ao mesmo tempo, menção da ressurreição dos santos em conexão com a trasladação dos santos vivos por ocasião da Segunda Vinda.
A bendita esperança da volta do Senhor para Sua Igreja é um aspecto precioso da fé e expectativa. Enquanto santos e dedicados nem sempre concordem quanto ao conteúdo desta esperança, a presente discussão tentou justificar este aspecto importante da verdade. Que a promessa do Senhor, “Eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”, traga-nos conforto e esperança em um mundo moderno como Ele pretendia fazer para os discípulos no cenáculo, naquela noite escura antes da crucificação. “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus! ” MARANATA! (Ap. 22:17, 20).


Traduzido e adaptado do Cap. XIII do livro The Rapture Question (A Questão do Arrebatamento), de John F. Walvoord – Zondervan Publishing House por Fábio Amarante – FAMARTE em 17/12/2013 – famarte@uol.com.br.












O ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL

David Cloud



A palavra “Arrebatamento” não aparece na Bíblia, mas é um termo usado para descrever a “rápida trasladação para cima”, o que na 1 Tessalonicenses 4:17 consta como “arrebatar nas nuvens” (ou simplesmente arrebatar, conforme Judas 23, “arrebatar do fogo”). Ela significa “puxar com força para cima”. É usada para descrever como o Espírito de Deus arrebatou a Filipe, após a conversão do eunuco etíope (Atos 8:39). Isso é exatamente o que Cristo vai fazer com os crentes do Novo Testamento, antes de começar a Grande Tribulação.

Notas referentes à Grande Tribulação:

1). - O Arrebatamento é: (1) a ressurreição dos mortos em Cristo; (2) uma atração para cima e trasladação dos santos do Novo Testamento (1 Tes. 4:17).

2). - Os mortos em Cristo estão com Ele no céu (verso 14).

3). - O Arrebatamento é a bendita esperança do crente (verso 13). É o que estamos aguardando.

4). - O Arrebatamento é certo: (a) É tão certo como a ressurreição de Cristo (verso 14); (b) É a Palavra do Senhor.
5). - O Arrebatamento é um conforto (verso 18). Se essa trasladação não acontecesse senão ao final dos tormentos da Grande Tribulação, não haveria conforto algum para os cristãos que estão na margem anterior à Tribulação.

6). - O Arrebatamento acontecerá antes do "dia da ira do Senhor" (1 Tes. 5:1-5, 9).

Este evento também é descrito na 1 Coríntios 15:51-58:

1). - O Arrebatamento também era um mistério que não foi revelado no Velho Testamento (verso 51). Os profetas do VT ensinaram sobre a ressurreição, mas não ensinaram que alguns seriam arrebatados sem passar pela morte. A trasladação dos santos do Novo Testamento vai efetuar uma instantânea mudança da mortalidade para a imortalidade. Os crentes que estiverem vivos nessa hora jamais verão a morte.

2). - A trasladação dos santos da era da igreja é expressa como sendo uma fonte de conforto e encorajamento (1 Cor. 15:58). Ora, se não acontecesse uma trasladação, antes do final dos tormentos da Grande Tribulação, ela não seria um conforto.      


Entre os que acreditam num literal arrebatamento da igreja, existem em geral três posições. Todas estas se referem ao tempo do Arrebatamento durante a Grande Tribulação. Estas três posições são:

1). - Pré-tribulacional - significando que os santos da igreja serão arrebatados antes da Grande Tribulação. [antes dos 7 anos]

2). - Mid-tribulacioinal - (também chamado Arrebatamento Pré-Ira), significando que os santos da igreja vão passar pela metade da Grande Tribulação.

3). - Pós-Tribulacional -  significando que os santos da era da igreja passarão por todo o período da Grande Tribulação.

EVIDÊNCIAS PARA O ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL

Pelas razões abaixo, estamos convencidos de que a Bíblia ensina o Arrebatamento Pré-Tribulacional. Usaremos o termo “igreja” em geral no sentido institucional.

1). - Aos crentes da era da igreja é prometido o livramento da ira de Deus (1 Tes. 1:9-10; 5:9; Romanos 5:9 e Apoc. 3:10).

A Grande Tribulação é expressamente chamada “o dia da ira do Senhor”. Hoje, o Senhor está contendo Sua ira. Ele está assentado sobre o trono da graça; mas, logo chegará o dia em que Ele Se assentará no trono do julgamento. “O dia da ira do Senhor” vai chegar para o mundo inteiro (Salmo 110:5; Isaías 13:6-13 e Apoc. 6:16-17). É verdade que em cada século as igrejas crentes na Bíblia têm estado sujeitas a perseguições; porém, estas são diferentes da Grande Tribulação. Em geral, as perseguições que têm sido feitas contra os santos são causadas pelos homens maus e pelo diabo, enquanto a Grande Tribulação de sete anos será um período referente à ira divina. (Apoc. 6:16-17; 14:10). Alguns acham que a igreja não será poupada no tempo da ira, mas será salva através da mesma. Isto não pode ser verdade, visto como a Bíblia revela claramente que os que estiverem na Terra durante a Grande Tribulação não serão salvos da ira, mas serão vencidos (Apoc. 13:7). As Escrituras que prometem livramento da ira, aos crentes da era da igreja, devem se referir ao livramento da exata presença da ira. Com respeito à Grande Tribulação, elas dizem: “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:36).

Desse modo, os crentes da era da igreja devem ser fisicamente removidos da Terra; caso contrário, teriam que suportar o dia da ira. Deus promete a remoção em Apocalipse 3:10: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Este verso não diz que Deus vai guardar os santos da era da igreja através da provação, mas livrá-los da mesma.

2). - O Espírito Santo deve ser removido antes da Tribulação (2 Tessalonicenses 2:1-8)

Em outras passagens da Bíblia, lemos que o Espírito Santo é Quem restringe o pecado (Gênesis 6:3; Isaías 59:19). O Espírito Santo veio ao mundo nesta dispensação atual, noDia de Pentecoste (Atos 2). Ele vai remover os crentes da era da igreja, antes do início da ira divina. Ele é Deus e é Onipresente. Isto significa que Ele não estará atuante [na Terra] no mesmo sentido em que tem estado nesta era. 

3). - Aos crentes da era da igreja são prometidas mansões no céu (João 14:1-3).

Quando o Senhor regressar à Terra, Ele Se assentará no Seu Trono Messiânico. Mas, se o Arrebatamento acontecer no final da Grande Tribulação, a promessa feita aos crentes da era da igreja não será cumprida. Os crentes da era da igreja são um povo do céu, com uma esperança celestial (Efésios 1; Filipenses 3:20; Colossenses 3:1-3). Alguns dispensacionalistas ensinam que os santos da era da igreja viverão no céu durante o Milênio.  Creio que eles viverão tanto no céu como na Terra. Jesus prometeu aos apóstolos que eles reinariam com Ele sobre Israel (Mateus 19:28).

4). - A Trasladação dos santos da era da igreja pode ser iminente (ela pode acontecer a qualquer momento, enquanto a Segunda Vinda do Senhor deve ser precedida de sinais específicos).

Cristo ensinou isto em Mateus 24:42, 44; 25:13 e Marcos 13:30. Paulo ensinou isto em Filipenses 4:5 (“Perto está o Senhor”); Tito 2:13. Tiago ensinou em Tiago 5:8-9. Pedro ensinou na 1 Pedro 4:7. Os crentes primitivos viveram na expectativa da volta de Cristo (1 Tes. 1:9-10). O apóstolo Paulo assim instruiu a igreja em Tessalônica:

“MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes. 5:1-9).

A igreja não está aguardando o aparecimento do Anticristo, mas a volta do Filho de Deus.

5). - A igreja era um mistério não revelado no Velho Testamento (Efésios 3:1-11)

A igreja do Novo Testamento não faz parte da cronologia dos eventos narrados pelos profetas do Velho Testamento. Eles profetizaram claramente a Primeira Vinda de Cristo, o Seu miraculoso nascimento, Sua vida, morte, ressurreição e ascensão. Os mesmos profetas descreveram a Segunda Vinda de Cristo em glória, precedida por um tempo de tribulação mundial, seguida pelo estabelecimento do glorioso reino messiânico, a partir de Jerusalém. Porém, esses profetas não viram o mistério da igreja, “O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas” (Efésios 3:5). 

Entre a Primeira e a Segunda Vindas, existe um intermezo que não foi visto pelos profetas do Velho Testamento. Este intermezzo é a era da igreja. Os profetas do VT não viram que Israel seria deixada, temporariamente, em compasso de espera, enquanto Deus iria chamar, entre todas as nações, um corpo especial de pessoas. Após ter completado este intento, e quando o tempo dos gentios chegar ao fim, Deus vai restaurar o relógio profético de Israel e cumprir todas as promessas do Velho Testamento em relação à Sua antiga nação escolhida, pois: “...o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. (Romanos 11:25).

A Grande Tribulação diz respeito a Israel, não aos crentes da era da igreja. Este período atual do mistério vai terminar com a remoção dos crentes da Terra. Então, o Senhor executará o Seu plano para a nação de Israel, quando cumprirá as profecias do Velho Testamento sobre o tempo das dores de Jacó, a vinda do Messias e o estabelecimento do reino messiânico.

Existem eventos agindo entre a trasladação e a ressurreição da igreja, no segundo advento

Conforme a 1 Coríntios 15:51, CADA pessoa salva será trasladada no Arrebatamento. Contudo, Mateus 25:31-46 mostra que, quando Cristo voltar à Terra, Ele encontrará muitos crentes verdadeiros em seus corpos naturais. Deve haver, portanto, um período de tempo entre o Arrebatamento dos santos da era da igreja e a Segunda Vinda de Cristo, o qual vai permitir que estas pessoas sejam salvas. É plausível acreditar que esse período seja o da Grande Tribulação.

7). - O Livro do Apocalipse mostra que a igreja não estará na Terra durante a Grande Tribulação 

(a) - A igreja não é vista na Terra nos capítulos 4-18 do Apocalipse.

(b) - A testemunha de Deus durante a Grande Tribulação é Israel, não a igreja. (Apocalipse 7).

(c) - As orações dos santos em Apocalipse 8 são de julgamento. Somente Israel faz orações deste tipo. Aos santos da era da igreja é ensinado a orar pelos seus inimigos e não contra eles. (Lucas 9:51-56). As orações do Apocalipse são as orações dos Salmos, embasadas nas promessas feitas a Abraão, de amaldiçoar os que amaldiçoassem Israel (Gênesis 12:1-3).

(d) - Os gafanhotos com poder de escorpiões do Apocalipse 9 receberam permissão para atormentar os habitantes da Terra, exceto os judeus que tiverem na testa o sinal de Deus, colocado pelo anjo do Apocalipse 7. Se os crentes da era da igreja estivessem na Terra estariam sujeitos a este horrendo castigo de Deus.

(e) - Apocalipse 10 identifica os eventos de Apocalipse 4-18 com os eventos profetizados pelos profetas do Velho Testamento - os dias da Grande Tribulação e o Dia do Senhor. A era da igreja nunca esteve na visão destas profecias do
Velho Testamento, pois era um mistério oculto. A igreja tem um propósito e um programa diferentes da nação de Israel. Esta nação é que está focalizada nas profecias do Velho Testamento e em Apocalipse 4-18.

(f) - O ministério das duas testemunhas de Apocalipse 11 identifica-as com a nação de Israel e com as profecias do Velho Testamento sobre o “Dia do Senhor”. Estas duas testemunhas ministrarão em Jerusalém, a capital de Israel. As igrejas não tem esta cidade como capital, pois sua cidade é celestial, não terrena (Colossenses 3:1-4; Filipenses 3:17-21). As duas testemunhas estão vestidas de pano de saco, o que é típico de Israel e não dos crentes do Novo Testamento. Em parte nenhuma, as igrejas se vestem de pano de saco. Em vez disso, os crentes são ordenados a se regozijarem no Senhor, conforme Filipenses 4:4. O julgamento dos crentes da era da igreja já foi feito e eles devem manter suas mentes centralizadas no céu, pela sua posição de já estarem ali assentados com Cristo (Efésios 2:5-10). Apocalipse 11:4 identifica as duas testemunhas com a profecia do Velho Testamento. Zacarias 4:3, 11, 14 se refere a Israel, não à igreja. Além disso, as duas testemunhas invocam julgamento sobre os inimigos, em Apocalipse 10:5-6. Jesus repreendeu os Seus discípulos por desejarem isto e instruiu os crentes da igreja no sentido de que deviam orar pelo bem-estar dos seus inimigos, não pela sua destruição. (Lucas 9:54-56; Romanos 12:14; 17-21).

(g) - O diabo persegue Israel, não a igreja, durante a Tribulação (Apocalipse 12). Não pode haver dúvida alguma de que a mulher neste capítulo é identificada como a nação de Israel. O verso 5 mostra uma mulher dando à luz Cristo; é óbvio que Jesus foi dado à luz por Israel, não pela igreja. (Isaías 9:6-7; Romanos 9:5). Além disso, os símbolos de Apocalipse 12:1-2 lembram a familiar tipologia de Israel no VT, onde Israel é apresentada como uma mulher (Isaías 54:4-5). O sol, a luz e as doze estrelas lembram  o sonho de José relativo a Israel (Gênesis 37:9). As palavras de Apocalipse 12:2 são quase uma exata citação de Miquéias 5:3, referindo-se ao trabalho de parto, que deu à luz o Messias. Estes símbolos não são usados nas igrejas do Novo Testamento. 

O Ataque ao Arrebatamento Pré-Tribulacional

A Doutrina do Arrebatamento Pré-Tribulacional tem estado, hoje em dia, sob severo ataque. Considerem alguns exemplos da Igreja Emergente:

Brian McLaren - Zomba das “expectativas fundamentalistas” sobre a Segunda Vinda literal de Cristo com os Seus respectivos julgamentos sobre o mundo e admite que o mundo vai continuar conforme está, por centenas de milhares de anos (A Generous Ortodoxy, p. 305). 

Ele chama o literal e iminente retorno de Cristo como “Escatologia Pop-Evangélica” (Ibid, p. 267) e “Escatologia do Escapismo” (Entrevista do Planet Preterist, em 30/01/2005. Ver o site  
http://planetpreterist.com/news-2774.html ).

Mclaren diz que o Livro do Apocalipse “não trata de um futuro distante”, mas de “um meio de falar sobre os desafios do imediato presente” (The Secret Message of Jesus, 2007, p. 176). Ele diz que frases como “a lua se tornará em sangue” não podem ser tomadas mais literalmente do que as frases que lemos nos jornais de hoje em dia” (The Secret Message of Jesus, p. 178).

John Baker of Grace - em Londres, Inglaterra, rejeita o dispensacionalismo como sendo a “teologia da escapologia” e defende que “os cristãos devem investir na cultura atual, não ficando à espera, até que chegue o tempo”(Emerging Churches, pp. 78-79).

Tony Jones - diz que a Igreja Emergente, ao contrário do ponto de vista dispensacionalista, caracteriza-se pela “escatologia da esperança” (An Emergent Manifesto of Hope, p. 130). Ele diz: “O que eu quero dizer é que aspessoas engajadas na igreja emergente tendem a ver a bondade e a luz no futuro de Deus, não trevas e ranger de dentes. Conquanto  possa parecer óbvio a alguns seguidores de Deus, a teologia-pop de hoje está encarando o outro lado.  Os novelistas e teólogos que lhes proveem o seu material tem a visão de que estamos numa espiral descendente e que, quando as coisas aqui em baixo estiverem bastante ruins, Jesus voltará em glória. Mas nós, que estamos representados neste livro, temos uma visão diferente. As promessas de Deus para o futuro são boas e nos aguardam, sinalizando para a frente”. (Ibid, p. 130).

N. T. Wright - que tem grande influência na Igreja Emergente, admoesta que a doutrina de um iminente Arrebatamento é perigosa, pois ela interfere na construção do reino e nas atividades ambientais. “Se vai acontecer um Armagedom, e todos nós estivermos no céu, tendo sido antes arrebatados, não interessa se vamos ter uma chuva ácida ou um derramamento de gases venenosos... Ou que nos interessa se bombardeiam civis  no Iraque? Tudo que realmente importa é salvar almas para este céu despovoado” (Christians Wrong About Heaven, diz o Bispo “Time”, 07/02/2008).

Tony Campolo - diz “Quero dizer que todo esse estofo (sobre a iminente vinda de Cristo e uma literal Tribulação) não provém apenas do fundamentalismo. Ela provém do dispensacionalismo, uma bizarra forma de fundamentalismo, a qual teve início uns 50 anos atrás. Acho que precisamos desafiar o governo a realizar a obra do reino de Deus, fazendo o que é correto aos olhos do Senhor. Toda essa visão de que o arrebatamento vai acontecer a qualquer momento é usada como uma fuga, para os cristãos não se comprometerem com os principados, os poderes e as estruturas políticas e econômicas de nossa época”. (Baptist Press, 27/06/2003).

Marc Driscol - Refere-se ao Arrebatamento Pré-Tribulacional como um “dispensacionalismo pessimista” (Litening to the Beliefs of Emerging Churches, p. 146). Ele avisa que os cristãos mentalmente ligados à Escatologia não são bem-vindos em sua igreja”. 


A Importância do Arrebatamento Pré-Tribulacional 



A doutrina do Arrebatamento Pré-Tribulacional é periférica. Como vimos, Cristo, Paulo,  João e Pedro ensinaram que a volta de Cristo seria iminente e deveria ser esperada a qualquer momento (Mateus 24:44; Filipenses 4:5; Tiago 5:8-9 e 1 Pedro 4:7). Os cristãos primitivos viveram na expectativa da volta de Cristo como um literal cumprimento das profecias: 

“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Tes. 1:9-10).

A doutrina de um Arrebatamento Pré-Tribulacional motiva à purificação da vida pessoal do cristão.

(1) - Ela encoraja o crente nas tribulações e perseguições:

“Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremossempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras (1 Tes. 4:17-18).

(2) - Ela coloca o foco da igreja na Grande Comissão (Mateus 28:18-20; Marcos 16:15; Atos 1:8). Ela nos ensina a pregar o evangelho, a ganhar pessoas para Cristo e a estabelecer igrejas, pois “a igreja do Deus vivo [é] a coluna e firmeza da verdade” (1 Timóteo 3:15), como o assunto mais urgente. D. L. Moddy estava certo quando disse: “Vejo este mundo como um barco destruído. Deus me deu um bote salva-vidas e me disse: ‘Moody, salve tantos quantos você puder’”. 

(3) - Ela nos motiva a trabalhar na obra do Senhor (1 Coríntios 15:58).

(4) - Ela nos motiva a uma vida obediente (1 Tessalonicenses 5:4-7; 1 João 3:1-3).

(5) - Ela nos motiva a nos separarmos do mal (Tito 2:13-14).

(6) - Ela mantém os crentes longe da heresia e da apostasia (2 Timóteo 4:3-4 e 1 João 2:24-28). 























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