terça-feira, 25 de abril de 2017

EBD 5 Lição: Jacó, um exemplo de um carater restaurado



LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS 2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro – Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 5: Jacó, um exemplo de um caráter restaurado

TEXTO ÁUREO

Como está escrito: Amei Jacó e aborreci Esaú(Rm 9.13).

VERDADE PRÁTICA

Com base em sua presciência e propósitos, Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

LEITURA DIÁRIA
Gn 27.11,12 A mentira traz maldição

Gn 27.41 Quando o ódio se torna mortal

Gn 27.20 Jacó mentiu ao próprio pai

Gl 6.7 O que o homem planta, isso colherá

Rm 5.20 Onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus

Sl 133.1 Deus quer que os irmãos vivam em união



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 25.28-34; 32.24,27,28,30.

Gênesis 25
28 — E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó.
29 — E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado.
30 — E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom.
31 — Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura.
32 — E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?
33 — Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.
34 — E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.

Gênesis 32
24 — Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um varão, até que a alva subia.
27 — E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó.
28 — Então, disse: Não se chamará mais o teu nome Jacó, mas Israel, pois, como príncipe, lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste.
30 — E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.

HINOS SUGERIDOS

46, 77 e 432 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL

Mostrar que Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

·                     I. Apresentar a origem de Jacó;
·                     II. Mostrar a direção de Deus na vida de Jacó;
·                     III. Refletir a respeito de alguns aspectos do caráter de Jacó.




INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição deste domingo, estudaremos a respeito do caráter de Jacó. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão primogênito e recebeu o nome de “enganador”. Todavia, Deus em seus desígnios já o havia escolhido e revelado aos seus pais que o primogênito serviria ao caçula. Jacó fez jus ao seu nome ao comprar a primogenitura de seu irmão e ao mentir e enganar seu pai. Seu engano e mentira levaram-no para longe de casa e fez com que ele também fosse enganado por seu tio Labão. Mas Jacó teve um encontro com Deus e foi transformado por Ele. Todo encontro com Deus é transformador. Ninguém sai da presença do Pai da mesma maneira que entrou. Atualmente, muitos apenas ouviram falar a respeito de Deus, mas na verdade nunca tiveram um encontro real e pessoal com Ele. Somente Deus, o Criador, pode transformar o nosso verdadeiro “eu”.















COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou-se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.


PONTO CENTRAL

Deus escolhe pessoas para que cumpram seus desígnios.











I. QUEM ERA JACÓ

1. O filho mais novo de Isaque. Seu nome, em hebraico, é Yakoov e significa “Deus protege”. Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus, que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Deus ouviu as orações de Isaque, pois Rebeca era estéril (Gn 25.21). O texto diz que, no ventre, havia uma luta entre os bebês (Gn 25.22). Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Diante disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.

2. O preferido de sua mãe. Isaque tinha preferência por Esaú, por que gostava da caça. Mas Rebeca amava mais Jacó, por ser “varão simples, habitando em tendas” (Gn 25.27,28). Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29). Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).

3. O preferido de Deus. A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; 1Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).


SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Jacó foi escolhido por Deus ainda no ventre de sua mãe.

















SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Abraão, Isaque e Jacó estão entre as mais importantes pessoas do Antigo Testamento. Isto não se deve ao seu caráter pessoal, mas ao caráter de Deus. Eles foram homens que conquistaram o respeito relutante e até mesmo o medo de seus colegas. Eram ricos e poderosos, e ainda assim, os três foram capazes de mentir, enganar e agir com egoísmo. Eles não eram os heróis perfeitos que poderíamos ter esperado; em vez disso, eram exatamente como nós; tentavam agradar a Deus, mas não conseguiram” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.56).


















CONHEÇA MAIS


Jacó
“Era o terceiro no plano de Deus para iniciar uma nação descendente de Abraão. O sucesso deste plano se deu mais ‘apesar de’ do que ‘em razão’ da vida de Jacó. Antes de Jacó nascer, Deus prometera que seu plano se desenvolveria através dele, e não de seu irmão gêmeo, Esaú. Embora os métodos de Jacó nem sempre fossem respeitáveis, suas habilidades, determinação e paciência tinham de ser reconhecidas. Ao acompanharmos sua vida desde o nascimento até à morte, vemos a mão de Deus trabalhando”. Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p.46.







II. A DIREÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JACÓ

1. A visão da escada que tocava o céu. Em sua fuga, no meio do deserto, Jacó teve um sonho dado por Deus. Ele viu uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E Deus reiterou a bênção que lhe prometera (Gn 28.13-15). Deus não aprovou seus arranjos e enganos, mas também não retirou a bênção prometida a seus pais. Naquela noite, ele descobriu a presença de Deus, que se apresentou como o Deus de Abraão e de Isaque. Ele ouviu Deus reiterar suas promessas e descobriu que onde Deus está, ali é sua casa, “a porta dos céus” (Gn 28.13-17).

2. A coluna em Betel. Jacó não buscou a Deus, mas Deus o buscou, e se revelou como o Deus de seus pais. Uma prova do quanto a graça de Deus é profunda. Sem dúvida alguma, a história de Jacó se divide em dois períodos. Antes de Deus encontrá-lo e depois daquele encontro especial. Tão impactante na sua vida foi aquele episódio, que ele chamou aquele lugar deserto de Betel, que significa “Casa de Deus”. Ali, naquela madrugada, Jacó ouviu Deus lhe falar; sentiu a presença divina e teve uma mudança extraordinária em sua vida.


SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Depois de deixar a casa dos seus pais, Jacó buscou a direção de Deus para sua vida.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Jacó fazia tudo, o certo e o errado, com grande zelo. Ele enganou seu próprio irmão Esaú, e seu pai, Isaque. Ele lutou com Deus, e trabalhou catorze anos para se casar com a mulher que amava. Por intermédio de Jacó, aprendemos como um forte líder pode, também, ser um servo. Também vemos como ações erradas sempre voltam para nos perturbar.
Depois de enganar Esaú, Jacó correu para salvar sua vida, viajando mais de 640 quilômetros até Harã, onde vivia seu tio, Labão. Pelo caminho, ele recebeu uma mensagem do Senhor, em um sonho, e deu a esse lugar o nome de Betel. Em Harã, Jacó se casou e iniciou uma família” (Extraído de Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.58).
Reproduza o mapa abaixo para mostrar aos alunos a rota feita por Jacó até Padã-Ara.






III. ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ

1. Antes do seu encontro com Deus. Até o encontro com Deus em Betel, ele era apenas um “homem natural”, ou carnal (1Co 2.14). Naquela fase de sua vida, podemos ver alguns aspectos negativos de seu caráter.
a) Oportunista e egoísta. Quando seu irmão chegou com fome e lhe pediu para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhando sua refeição. Mas, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje a tua primogenitura” (Gn 25.31).
b) Interesseiro e calculista. Jacó era frio, calculista e de temperamento fleumático. Além de propor a troca da primogenitura ao irmão, exigiu que Esaú fizesse um juramento que lhe garantisse que a troca seria respeitada por toda a vida: “Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó” (Gn 25.33; Hb 12.16). Ele só esquecia uma coisa. O que ele estava plantando em sua juventude haveria de colher mais tarde (Gl 6.7). Em proporção muito maior.
c) Mentiroso e enganador. Com seu caráter fraco e leniente, concordou com a sua mãe em enganar o velho pai. Ao chegar à presença de Isaque, mentiu três vezes. Este perguntou: “Quem és tu, meu filho?”. Ele disse que era Esaú (Gn 27.19). A primeira mentira. Indagado porque chegara tão rápido com a caça, mentiu a segunda vez, dizendo: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro” (Gn 27.20). Ao abraçar Jacó, Isaque repetiu que era Esaú — “Eu sou” (Gn 27.24). Mentiu pela terceira vez.

2. Depois do seu encontro com Deus. Observe a transformação no caráter de Jacó:
a) Um caráter agradecido. Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus, e lhe fez um voto, dizendo que se Deus não lhe deixasse faltar nada, levantaria um altar e daria o dízimo “de tudo” (Gn 28.20-22). Neste fato, vemos que Jacó tinha consciência do valor do dízimo, como expressão sincera de gratidão a Deus, a exemplo do que fizera seu avô, Abraão, perante Melquisedeque (Gn 14.18-20). Ele não prometeu dar o dízimo do que lhe sobrasse (da “renda líquida”), mas “de tudo” como seu avô fizera (Hb 7.2).
b) Um caráter esforçado e sofredor. Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na “lua de mel”, foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou “outros sete anos” (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7).
c) Um homem na direção de Deus. Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó “nem bem nem mal” (Gn 31.24).

3. No seu encontro com Esaú. Ao se aproximar de Seir, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú, anunciando seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com quatrocentos homens. Jacó temeu grandemente (Gn 32.7-12). Mas, no Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face” (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Antes de ter um encontro com Deus Jacó era oportunista, mentiroso e enganador.













SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para enfatizar as características de Jacó antes do seu encontro com Deus e depois. Ressalte que somente Deus pode mudar o nosso caráter.


















CONCLUSÃO

Em suas experiências com Deus, vemos que Jacó teve seu caráter transformado. De oportunista e enganador, passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Foi pela sua paciência e graça que Deus escolheu Jacó, em lugar de Esaú. Quando damos lugar ao Espírito Santo, Ele nos transforma radicalmente o caráter.

















PARA REFLETIR

A respeito de Jacó, um exemplo de caráter restaurado, responda:

Que significa o nome Jacó?
“Aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.

Por que Esaú aborreceu a Jacó?
Por causa da bênção que seu pai deu a Jacó por engano.

Quantas vezes Jacó mentiu a seu pai por ocasião da bênção?
Três vezes.

O que Jacó prometeu a Deus se fosse abençoado em sua viagem?
Dar o dízimo de tudo.

Que aconteceu com Jacó, no vau de Jaboque?
Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus “face a face”.




SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Jacó, um exemplo de um caráter restaurado

O desvio de caráter é algo sério. Significa violar valores fundamentais que, uma vez não respeitados, põem em xeque o bem estar do outro. Essa afirmativa pode ser exemplificada a partir de dois exemplos.
Primeiramente, digamos que você entrega um valor monetário para uma pessoa, em tese de sua confiança, para depositá-lo numa conta mencionada por você. A pessoa diz que o depositou conforme solicitado. Mas passam os dias e o beneficiário informa que não o recebeu. Ora, por certo houve um problema eletrônico ou algo do tipo — pode-se pensar. Entretanto, a pessoa que você pediu para depositar o valor sabe que não houve problema algum, pois simplesmente ela o tomou para si.
Segundo, imagine um partido político uma vez no poder, que outrora pregava contra a corrupção, deliberadamente não obedece as leis fiscais, não se faz transparente, maquia a contabilidade no ano de eleições a fim de os adversários políticos e a sociedade não terem acesso às informações verdadeiras. Tudo em nome de uma causa que poucos conhecem a quem interessa. Desobedecer deliberadamente as leis a fim de esconder o próprio crime é a prova cabal do desvio de caráter. Portanto, algo muito sério!
Os casos mencionados, ambos exemplos da vida real, prejudicaram pessoas. O primeiro lesou duas: a que solicitou o depósito e a que teria de recebê-lo. Imagine o transtorno com atrasos, necessidades não atendidas e outras mais! O segundo caso lesou a nação inteira, pois trabalhadores perderam seus empregos, empresas faliram e a Economia quebrou. É impossível calcular as décadas de perda para essa nação. Demorará muito para ela se recuperar.
Na presente lição acerca do caráter de Jacó, tanto do ponto de vista individual quanto do coletivo, não podemos tratar o desvio de caráter como se fosse algo distante de nós. Invariavelmente, é possível o cristão comum se vê num contexto em que essa luta travada com a natureza humana se manifeste. Entretanto, devemos dar ênfase ao aspecto restaurador do caráter de Jacó, pois a história do patriarca mostra o quanto a natureza humana pode ser alterada a partir de um verdadeiro encontro com Deus. Um processo de metanoia se instala, isto é, há uma transformação radical no caráter, carregada de uma convicção profunda de arrependimento. Ora, em Cristo Jesus, todo ser humano pode ter esse encontro com o nosso eterno Senhor. Em Cristo, o caráter pode ser restaurado!
























Panorama do AT – Gênesis (Patriarcas)
Gênesis 12-36

No estudo anterior vimos:

Como são chamados os primeiros cinco livros da Bíblia – Pentateuco. E que no entendimento dos hebreus, a Lei de Deus tem cinco partes e toda ela está ali, naquele livro. Para eles o Pentateuco é a totalidade da Lei Divina. Portanto, Pentateuco significa livro em cinco volumes.
Que Gênesis vem de uma palavra grega e significa origem ou princípio e, que na Bíblia hebraica, o livro recebe o nome correspondente à primeira palavra do livro Bereshit, que é traduzida comumente para o português por “No princípio”.

O conteúdo do livro de Gênesis que, pode ser estudado em três partes: 1ª) Primórdios – Gn 1-11; 2ª) Patriarcas – Gn 12-36; e 3ª) Descida para o Egito – Gn 37-50.
Na primeira parte, o período dos primórdios, se resume em três expressões: Criação, Dilúvio e Babel. Na segunda parte, o período dos patriarcas, em três nomes: Abraão, Isaque e Jacó. E na terceira parte, o período da descida para o Egito, em três fases: Até o Egito, até a exaltação e até a morte.
Terminamos estudando os Primórdios – Gn 1-11, em suas três fases: Criação, Dilúvio e Babel.

Hoje, vamos olhar com mais atenção, a segunda parte do livro de Gênesis: PatriarcasGn 12-36Abraão, Isaque e Jacó.

I. Segunda Parte – Patriarcas – Gn 12-36 – Abraão, Isaque e Jacó.

1. Abraão – Gn 12.1-25.18 – Os pontos importantes da sua vida são:

a.    Sua descendência – Gn 11.10-32 – Nos vv.10-26 temos “uma lista seletiva de dez gerações registrada com o propósito de mostrar a ascendência de Abraão”.[1] Nos vv.27-32 temos a família de Abraão começando por Tera, seu pai, e seus dois irmãos Naor e Harã. A saída de Tera de Ur dos Caldeus com a intenção de ir para Canaã, mas sua parada e morte em Harã.

b.   Seu chamado – Gn 12.1-3 – Aqui Abraão ainda era chamado de Abrão. Abrão significa pai exaltado. “Essa passagem é a promessa cujo cumprimento perpassa toda a Escritura (de fato ou em expectativa) até Apocalipse 20”.[2] O chamado de Abraão foi acompanhado de algumas promessas feitas por Deus. Dentre elas, temos três que são as mais importantes encontradas, aqui, no texto. Elas são enfatizadas de modo especial no restante do livro e são básicas para o entendimento do restante do Antigo Testamento: 1ª) A promessa da terra (12.1, 7; 15.18-21) – De 12.4 a 14.24 temos a confirmação de sua fé nesta promessa (13.12; 14.6, 17, 18, 19, 21); 2ª) A promessa de ser uma grande nação (12.2) – De 15.1 a 17.27 temos a confirmação de sua fé nesta promessa (15.2, 4, 18; 16.1-3; 16.12; 17.7, 8, 11; 17.16, 19, 21); e 3ª) a promessa de proteção e descendência abençoadora (12.3; 18.18; 22.18) – De 18.1 a 19.38 temos a confirmação de sua fé nesta promessa (18.16-19; 18.22, 23; 19.16, 29).

c.    Sua humanidade – Apesar de sua generosidade e da sua fé, Abraão era pecador e caiu na fraqueza da sedução e mentira – Gn 12.10-20; 13.7-18; 16; 20.

d.   Sua Fé – Temos um resumo de sua vida de fé em Hebreus 11.8-19. (cf. Gn 12-25) Então, podemos afirmar que: Abraão é o exemplo de homem de fé.

2. Isaque – Gn 25.19-36.43 – Os pontos importantes da sua vida são:

a.    Seu casamentoGn 24. Uma história comovente de fé e esperança.

b.   Seu chamado na confirmação da promessa feita a Abração seu pai – Deus confirma a promessa feita a Abraão e faz a promessa também a Isaque, enfatizando os mesmos três importantes elementos anteriores:
1º) terra – Gn 26.2b, 3;
2º) grande nação – Gn 26.4a; e
3º) proteção e descendência abençoadora – Gn 26.3b, 4b, 5.

c.    Sua humanidade – Apesar de ser pacífico e da sua fé, Isaque era pecador e caiu na fraqueza da mentira – Gn 26.

d.   Sua Fé – Isaque seguiu os passos de seu pai – Hebreus 11.20. (cf. 27.1-28.5) Isaque é o exemplo de homem pacifista – Gn 26.12-35.

3. Jacó – Gn 27-36 – Os pontos importantes da sua vida são:

a.    Seu nascimentoGn 25.19-27 – O nascimento de Jacó e seu irmão Esaú deu início a dois povos – israelitas e edomitas. A luta dentro do ventre da mãe, Rebeca, prefigurava o futuro antagonismo que haveria entre duas nações que procederiam dos gêmeos, Esaú e Jacó – v.23.

b.   Seu chamado na confirmação da promessa feita a Abração e a Isaque – Deus confirma a promessa feita a Abraão e a Isaque e faz a promessa também a Jacó, enfatizando os mesmos três importantes elementos anteriores:
1º) a terra – Gn 28.13;
2º) a grande nação – Gn 28.14a; e
3º) a proteção e descendência abençoadora – Gn 28.14b, 15.

c.    Sua humanidade – Apesar de ser pacato e da sua fé, Jacó era pecador e caiu na fraqueza da mentira e do engano – Gn 27.35, 37.

d.   Sua fé – Jacó demorou um pouco para seguir os passos de fé de seu avô Abraão e de seu pai Isaque, mas, após um encontro pessoal com Deus, ele passou a servi-lo corretamente – Gn 32.22-32; Hb 11.21. Assim, Jacó se tornou o exemplo do homem convertido.


Concluindo

Vimos como Abraão é o exemplo do homem de fé, como Isaque é o exemplo do homem pacifista e como Jacó é o exemplo do homem convertido. A principal lição dos patriarcas é esta: “nossa vida deve ser dirigida por Deus”.[3]

Enquanto a pessoa não se encontra realmente com Deus, não dá o passo definitivo na vida. Nada tem significação sem a decisão de servir aos propósitos divinos, decisão feita, de uma vez para sempre.[4]





[1] Ryrie, Charles C. A Bíblia Anotada, SBB e MC, 2007, p. 17.
[2] MacArthur, John. Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, 2010, p. 32.
[3] Ferreira, Júlio Andrade. Conheça sua Bíblia, Volume 1 – Gênesis a Levítico, LPC, 2008, p. 28.
[4] Ibid., p. 28.








Jacó
Nome hebraico ou grego
יעקב
Pais
Filhos
Anos de vida
147 anos
Livros
Jacó ou Jacob (em hebraico: יעקב, transl. Yaʿaqov, em árabe: يعقوب, transl. Yaʿqūb), também conhecido como Israel (em hebraico: יִשְׂרָאֵל, transl. Yisraʾel; em árabe: اسرائيل, transl. Isrāʾīl), foi o terceiro patriarca da bíblia. Entretanto, arqueólogos não encontraram nenhuma evidência significativa da existência de Jacó.

Etimologia
Jacó – no texto grego da Septuaginta, Ἰακώβ – é traduzido como “aquele que segura pelo calcanhar”. Tomando como referência a mesma fonte, Israel – no grego, Ἰσραήλ - é traduzido como “aquele que lutou com Deus”.

História
Jacó era filho de Isaac (ou Isaque) e Rebeca, irmão gêmeo de Esaú e neto de Abraão. Sua história ocupa vinte e cinco capítulos do livro de Gênesis. [Seu nascimento é descrito em Gênesis 25:19 e sua morte em Gênesis 50:13.]
Feita a profecia de Deus a Rebeca sobre as duas nações que nasceriam do seu ventre[Gênesis 25:23.] é que nascem Esaú e Jacó. Seus descendentes seriam os edomitas e os israelitas, respectivamente. Jacó, com suas esposas Leia e Raquel, e suas duas concubinas, Bila e Zilpa, teria doze filhos – os futuros líderes das famosas Doze (12) Tribos de Israel: Rúben, Simeão, Levi, Judá, , Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim [Durante o Êxodo do Egito, a tribo de José foi dividida em duas, as tribos de Manassés e Efraim (os dois filhos de José com a sua esposa egipicia Azenate, que José elevou ao estado de tribos] – e uma única filha, Diná. José não entra na composição direta do futuro Estado de Israel, mas sim seus dois filhos – Manasses e Efraim –, que seriam adotados por Jacó. Levi é outro filho de Jacó que não recebe herança na Terra Prometida, porque o Senhor é a sua herança.
Após se passar pelo irmão para obter a bênção do pai, Isaque (já em leito de morte), Jacó entra em pé de guerra com Esaú. Sua mãe aconselha-o a sair de casa, prometendo-o chamar de volta quando o irmão se acalmasse. Neste ponto a idade de Jacó é de 40 anos. Isso pode ser atestado pelo casamento de Esaú, aos 40 anos, com mulheres que trouxeram problemas para a família (Gênesis 26:34,35). Rebeca usou desse argumento para que Isaque abençoasse a ida de Jacó, então com 100 anos, para Padã-Arã. Jacó, então, deixa a casa do pai e ruma a Padã-Arã (região da atual Siria), onde casa-se com duas jovens, Léia e Raquel. Após trabalhar 14 anos pelas esposas e mais 6 anos pela familia, (Gênesis 31.41), Deus diz para retornar à sua terra. (Gênesis 31.3) Ele parte com suas duas esposas, duas criadas, onze filhos e uma filha, seus criados e respectivos rebanhos[ Gênesis 32:22]. Após fazer um pacto com Deus, que o ajudaria a voltar para a Terra Prometida são e salvo, já em viagem e rumando sul ao longo de uma rota que ficaria a leste do rio Jordão, a caravana chega ao Jaboque, um afluente do rio maior, e Jacó toma ciência de que o irmão estaria a caminho com um exército de 400 homens[Gênesis 32:6]. Ele resolve, então, mandar a família atravessar o rio para ali ficar em comunhão com Deus, passando a noite à margem norte do afluente. Diz o Gênesis:
"Ficando ele só (...) lutava com ele um homem, até o romper do dia. Vendo este que não podia com ele, tocou-lhe a articulação da coxa; deslocou-se a junta da coxa de Jacó, na luta com o homem. Disse este: 'não te deixarei ir, se não me abençoares'. Perguntou-lhe, pois: 'Como te chamas?'. Ele respondeu: 'Jacó'. Então disse: 'Já não te chamarás Jacó, e, sim, Israel: pois como príncipe lutaste com Deus e os homens, e prevaleceste'. Tornou Jacó: 'Dize, rogo-te, como te chamas?'. Respondeu ele: 'Por que perguntas pelo meu nome?'. E o abençoou ali." (Gênesis 32:24:9)
Jacó retorna a Terra de seus pais com 60 anos (40 anos na ida mais 20 em Padã-Arã) e ainda vê seu pai durante mais 60 anos, que morre com 180 anos de idade, 10 anos antes de Jacó ir para o Egipto encontrar seu filho José (Gênesis 35.28). Jacó viveu 17 anos no Egito (Gênesis 47.28) e morreu aos 147 anos.
1.                 Durante o Êxodo do Egito, a tribo de José foi dividida em duas, as tribos de Manassés e Efraim (os dois filhos de José com a sua esposa egipicia Azenate, que José elevou ao estado de tribos).

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