Lições Bíblicas CPAD - Adultos
1º Trimestre de 2015
Título: A Lei de Deus
— Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Esequias
Soares
Lição 2: O padrão da
Lei Moral
Data: 11 de
Janeiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Então, vos anunciou ele o seu
concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas
de pedra”(Dt 4.13).
VERDADE PRÁTICA
As chamadas “lei moral”, “lei
cerimonial” e “lei civil” são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o
Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 34.28
Os Dez Mandamentos são chamados de “tábuas do
concerto”
Terça - Ne 8.1,2,8,18
A lei de Moisés e a lei do Senhor não são duas leis
distintas
Quarta - Lc 2.22,23
Não há diferença entre a Lei de Moisés e a Lei do
Senhor
Quinta - Mc 12.28-32
Os dois maiores mandamentos não fazem parte da
alegada lei moral
Sexta - Mt 5.17,18
O Senhor Jesus cumpriu toda a lei e a sua Palavra
permanece para sempre
Sábado - Jo 1.17
A lei e a graça são os dois lados opostos de uma
mesma moeda
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 9.9-11; 10.1-5.
9.9 - Subindo
eu ao monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas do concerto que o SENHOR
fizera convosco, então fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; pão não
comi e água não bebi.
10 - E
o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e nelas
tinha escrito conforme todas aquelas palavras que o SENHOR tinha falado
convosco no monte, do meio do fogo, no dia da congregação.
11 - Sucedeu,
pois, que, ao fim dos quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas
tábuas de pedra, as tábuas do concerto.
10.1 - Naquele
mesmo tempo, me disse o SENHOR: Alisa duas tábuas de pedra, como as primeiras,
e sobe a mim a este monte, e faze uma arca de madeira.
2 - E,
naquelas tábuas, escreverei as palavras que estavam nas primeiras tábuas que
quebraste, e as porás na arca.
3 - Assim,
fiz uma arca de madeira de cetim, e alisei duas tábuas de pedra, como as
primeiras, e subi o monte com as duas tábuas na minha mão.
4 - Então,
escreveu o SENHOR nas tábuas, conforme a primeira escritura, os dez
mandamentos, que o SENHOR vos falara no dia da congregação, no monte, do meio
do fogo; e o SENHOR mas deu a mim.
5 - E
virei-me, e desci do monte, e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão,
como o SENHOR me ordenou.
OBJETIVO GERAL
Apresentar a transitoriedade da Lei
para a Dispensação da Graça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico.
· I. Mostrar o
formato da Lei no Pentateuco.
· II. Explicar a
“morfologia” dos Dez Mandamentos.
· III. Especificar a
unicidade da Lei de Deus.
· IV. Comparar a
Lei com a Graça.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, como os alunos
receberam a primeira aula? E a reação deles com o novo projeto gráfico e
pedagógico das nossas revistas? Esperamos que essa experiência abençoe a sua
vida e a dos seus alunos. Deus o chamou para esta nobre obra!
O tema desta semana ainda faz parte
da introdução aos Dez Mandamentos. Por isso, é importante deixar claro para a
classe a transitoriedade da lei do Antigo Testamento para a Nova Aliança. O
Senhor Jesus é a plena manifestação do Pai. Logo, se a Lei cumpriu todo o propósito
nEle, em Cristo, estamos debaixo da lei do Amor, do tempo da Graça de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
PONTO CENTRAL
Toda a Lei — os preceitos morais,
cerimoniais e civis — foi cumprida pelo Senhor Jesus Cristo.
Desde o princípio do mundo todos
sabem que é imoral matar, adulterar, furtar, dizer falso testemunho, desonrar
pai e mãe, pois Deus colocou a sua lei no coração e na mente de todos os seres
humanos desde o início (Rm 1.19,20). Eram princípios éticos, e não um código de
lei. As dez proposições agora foram colocadas em forma de lei, como código, e
entregues a Israel por intermédio de Moisés.
I. AS TÁBUAS DA LEI
1. Formato. Era um jogo de duas tábuas com quatro faces.
Não é possível saber qual era seu tamanho. A arca do concerto media um metro e
dez centímetros de comprimento por 66 cm de largura e 66 cm de altura (Êx
25.10, NTLH). Cada uma dessas tábuas não devia passar de 75 x 55 x 55 cm,
considerando que elas foram colocadas na arca juntamente com a vara de Arão,
que floresceu, e um vaso com o maná (Hb 9.4). Contém 172 palavras. Um homem
podia transportá-las tranquilamente.
2. A divisão das tábuas. Em nenhum lugar a Bíblia diz quantos e quais
eram os mandamentos em cada uma dessas tábuas. Escritores antigos, judeus e
cristãos, como o pensador judeu Fílon de Alexandria (30 a.C. — 50 d.C.), o
historiador judeu Flávio Josefo (37 — 100) e um dos pais da igreja, Irineu de
Lião (125 — 202), dentre outros, diziam haver cinco mandamentos em cada tábua.
Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não cinco e cinco. Esta nova
interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos.
3. A rebelião. Ao fim de quarenta dias, Moisés desce do
monte com as tábuas da lei (Dt 9.11). Nessa ocasião Israel havia se corrompido
com o bezerro de ouro (Êx 32.7-9). Ainda muito cedo na história, vemos como a
natureza humana é inclinada ao pecado. Onde está o compromisso do povo quando
declarou na cerimônia do concerto: “Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e
obedeceremos” (Êx 24.7)?
4. Deus renova o concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após ser
interrompida por causa da rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as tábuas
do concerto foram quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o
concerto foi renovado (Êx 34.10,27). Deus mandou Moisés lavrar novas tábuas,
nas quais escreveu novamente as mesmas palavras (Êx 34.1; Dt 10.1). Parece que
isso foi resultado da intercessão de Moisés pelo povo (Êx 32.31-33).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Os Dez Mandamentos têm caráter
categórico e absoluto. Eles não contemplam o relativismo moral.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Esse primeiro tópico demarca o
formato da Lei e responde à seguinte pergunta: Como o Decálogo foi elaborado?
Por isso, aqui, você deve reforçar o caráter divino da concessão dos “Dez
Mandamentos” ao povo de Deus, no Monte Sinai.
II. OS DEZ MANDAMENTOS
1. Origem do termo. A expressão “dez mandamentos”, em hebraico asseret hadevarim, significa
literalmente “as dez palavras” e só aparece três vezes na Bíblia (Êx 34.28; Dt
4.13; 10.4). A Septuaginta traduziu por dekalogos, “decálogo”, a partir de dois termos gregos: deka, “dez”, e logos, “palavra”. O sentido de “palavra”
nesses idiomas é amplo e indica “discurso, pronunciamento, proposição”. O termo
hebraico específico para “mandamento” é mitsvah, usado também em referência aos Dez Mandamentos
(Êx 24.12). A Septuaginta utiliza o termo entolé, a mesma palavra usada no Novo
Testamento (Mt 19.17-19).
2. Classificação. As autoridades religiosas de Israel sempre
classificaram os Dez Mandamentos em dois grupos: teológico e ético; vertical e
horizontal; relação do ser humano com Deus e com o próximo. Os primeiros
mandamentos são teológicos e se resumem no primeiro e grande mandamento (Dt
6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os da segunda tábua são éticos, e
consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18; Mt 22.39; Mc 12.31).
3. Forma. A forma dos Dez Mandamentos é geralmente
chamada de categórica ou absoluta. É uma das formas de lei que apresenta um
estilo sóbrio e de estrutura rítmica, assonante, paralela e poética. Isso
facilita a memorização e é apropriado para a leitura litúrgica e em grandes
eventos religiosos (Dt 31.11). As proibições são sem concessão; não admitem
exceção. Aqui temos oito proibições absolutas com a negação hebraica, lo, “não”, forma incondicional, em
tempo verbal que nas línguas ocidentais é chamado de “futuro”. Os outros dois
mandamentos dados a Israel são positivos: guardar o sábado e honrar pai e mãe
(Êx 20.8-12; Dt 5.12-16).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A Lei é chamada de “Lei do Senhor”
porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi mediada pelo
legislador de Israel.
III. A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
1. Uma só lei. Há uma corrente de interpretação que ensina
ser o Decálogo a lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata
das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de
lei cerimonial. Esse pensamento nos parece inconsistente, pois não é ensino
bíblico nem os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo
da história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado.
Jesus disse que a circuncisão está acima do sábado (Jo 7.22,23).
2. A lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são preceitos morais,
cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do Senhor porque veio
de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne
10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8.1,2,8,18; Lc
2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o
cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2Cr 23.18;
30.16; At 15.5; 1Co 9.9).
3. A lei de Deus. A lei de Deus é todo o Pentateuco; trata-se
de um livro, e não meramente das palavras escritas em tábuas de pedra (Js
24.26; Ne 8.8,18). Isso precisa ficar muito claro porque certos grupos
sectários argumentam: “Você guarda a lei de Deus?”. Isso por causa do sábado, e
transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se restringe aos Dez Mandamentos.
Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar os seus 613 preceitos; do
contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A Lei é chamada de “Lei do Senhor”
porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi mediada pelo
legislador de Israel.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] A função formal e teológica do
Decálogo fica clara quando a vemos no contexto do ato redentor do êxodo e dos
propósitos eletivos de Deus para Israel como povo vassalo, conduzido na
comunhão do concerto com Ele, a fim de servir como reino de sacerdotes. A
promessa abraâmica assegurou que o patriarca seria abençoado com semente
inumerável, que essa semente herdaria uma terra que forneceria uma base
geográfica, da qual a nação eleita tornar-se-ia o meio pelo qual Deus
abençoaria o mundo. O êxodo livrara essa nação da escravidão para outro senhor,
a fim de começar a desempenhar suas responsabilidades sob as orientações do
Senhor Jeová. O texto do concerto, e particularmente os Dez Mandamentos,
fornece as diretrizes segundo as quais este povo privilegiado tinha de
ordenar-se para que realmente fosse uma nação santa capaz de exibir o Reino de
Deus e mediar os benefícios e promessas salvíficas para o mundo em geral da
humanidade alienada” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2009, pp.54-55).
IV. A LEI A GRAÇA
1. A transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os
preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito
claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras
[...] era transitório” (2Co 3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no
sistema mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas
adaptada à graça, e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete
a sua autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente
inspiradas (2Tm 3.16,17).
2. A graça. O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram
Levítico 18.5 como meio hipotético de salvação pela observância da lei (Mt
19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus.
O mais excelente dos rabis de Israel só conseguiu cumprir 230 pontos dos 613
preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”, no entanto, a graça diz “viva e
faça”. Por esta razão os cristãos estão debaixo da graça, e não da lei (Rm
6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio sobre nós (Rm 7.1-4).
3. Os mandamentos de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para
executar as obras de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem
os Dez Mandamentos, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa doutrina é
ratificada mais adiante (1Jo 3.23,24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo
mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã
(Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na
Grande Comissão. Ele disse para “guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado” (Mt 28.20). O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor (Rm
13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei. Quem ama a Cristo tem a lei do Espírito
em seu coração.
SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
Em Jesus Cristo, toda a lei foi
cumprida, isto é, todos os preceitos morais, cerimoniais e civis. Hoje, vivemos
sob a Graça de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O Espírito Santo e a Nova Aliança
A antiga aliança caracterizava-se
pela revelação da vontade de Deus, resumida na lei mosaica, uma revelação que,
com frequência, falhavam em observar (Jr 31.32). [...] Paulo considera que a
nova aliança, pela qual os profetas do Antigo Testamento aguardavam (por
exemplo, Is 59.20,21; Jr 31.31-34; 32.37-40; Ez 16.60-63; 37.21-28), foi
iniciada por Cristo e levada adiante pelo Espírito (Rm 8.3,4; 2Co 3.4-18). Por
isso, ele conclui que antiga aliança e as estipulações associadas à lei mosaica
foram substituídas pelo ministério de Cristo e do Espírito (Rm 10.4; Gl 3.25).
Todavia, isso não quer dizer que os
mandamentos ou estipulações não estão mais associados à nova aliança. Ao
contrário, as epístolas de Paulo são cheias de ordens e exortações para as
igrejas. A diferença relevante é que no tempo da nova aliança, a capacidade de
viver à luz dessa revelação da vontade de Deus se torna possível por meio do
ministério do Espírito.
Isso não quer dizer que a visão de
Paulo em relação à fraqueza humana mudou. Com exceção do Espírito, as pessoas
ainda são impotentes quando se defrontam com a realização da vontade de Deus. A
natureza humana não mudou com o fim de uma era e a chegada de outra. A obra de
Cristo e o vasto e amplo envolvimento do Espírito Santo na experiência da
salvação são singulares à nova aliança (Rm 8.3,4)” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia
do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.284-85).
CONCLUSÃO
A tendência humana é se esforçar para
merecer a salvação, por isso ainda há aqueles que se ofendem com a mensagem de
que a salvação é pela fé em Jesus, sem as obras da lei (Gl 2.16). O que tais
pessoas querem é fazer do cristianismo um remendo de pano novo em veste velha
(Mt 9.16; Mc 2.21).
VOCABULÁRIO
Morfologia: Estudo
da forma, da configuração, da aparência externa, neste caso, dos Dez
Mandamentos.
Assonante: Que produz assonância, isto é, semelhança de sons em palavras próprias.
Assonante: Que produz assonância, isto é, semelhança de sons em palavras próprias.
PARA REFLETIR
A respeito dos Dez Mandamentos:
É correto afirmar que eles foram abolidos como lei?
O Decálogo é a Lei de Deus, assim como todo o Pentateuco. É chamado de
Lei de Deus porque veio do próprio Senhor. Jesus Cristo cumpriu toda a Lei, e
hoje ela está gravada, não em pedras, mas no coração daqueles que foram
alcançados pela graça de Deus (2Co 3.7,11).
Devemos guardar os Dez Mandamentos como os judeus
guardam?
Os crentes não devem guardar os mandamentos como se houvesse apenas
esses. Mas devem guardar no coração o novo mandamento de Cristo: a Lei de
Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (1Jo 3.23,24). Assim
cumpriremos todos os mandamentos.
Se Jesus cumpriu toda a Lei, devemos observar os
Dez Mandamentos?
Quando perguntaram a Jesus o que se deveria fazer para executar a obra
de Deus, Ele não disse que deveríamos guardar o sábado ou os Dez Mandamentos,
mas exercer a fé nEle (Jo 6.28,29). Isto é, observando a lei de Cristo, o amor
operado pelo Espírito.
O que é preciso fazer para executar as obras de
Deus?
Exercer a fé em Cristo e cumprir a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14).
A salvação se conquista por méritos humanos?
Não. É pela graça de Deus, por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor (Ef
2.8-10).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O padrão da lei moral
Retomando a explicação do artigo
anterior, cremos na Bíblia como Palavra inteira de Deus que, através dos Dez
Mandamentos, indicou o caminho para a vida a partir do povo hebreu (em 1250
a.C.). Foi um reinício da revelação divina, passando pelos mandamentos, pela
monarquia, pelos santos profetas, pelo nascimento e vida de Jesus de Nazaré, a
imagem plena de Deus; pela ressurreição de Cristo e pela proclamação dos
apóstolos. Poderíamos então enumerar os objetivos do Decálogo para o povo
hebreu, bem como para o mundo:
1. Para
nunca mais haver escravidão;
2. Para
a preservação da liberdade do povo;
3. Para
os hebreus viverem a justiça de Deus e a comunhão com o próximo;
4. Para
ser um povo organizado, tornando-se o sinal de Deus para o mundo;
5. Para
uma comunidade organizada por Deus ser a resposta divina para o clamor dos
povos;
6. Para
o povo ser o anúncio do próprio Deus, a amostra daquilo que Deus quer para todo
ser humano;
7. Para
o povo viver a dimensão perfeita do amor a Deus e ao próximo.
As Escrituras dizem que Deus entregou
a Lei a Moisés objetivando conservar a liberdade do povo hebreu. Jesus Cristo,
o Seu Filho, não anulou a Lei de forma alguma, mas a completou e a reafirmou
(Mt 5.17), dizendo mais: ”O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o
Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de
todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a
este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do
que estes” (Mc 12.29-31). Ora, esses dois grandes mandamentos são o resumo fiel
do “Decálogo”.
O problema da lei hebreia, no tempo
de Jesus, foram os maus doutores ensinarem os Dez Mandamentos ao povo, mas sem
observá-los. Eles repetiam literalmente a letra, no entanto, matavam o
“espírito” da lei (Mt 23.1-39). Os maus fariseus e escribas não se preocupavam
com o clamor do povo, o sofrimento das pessoas e a necessidade espiritual do
pecador. Simplesmente repetiam a lei como um mantra, mostrando um Deus irado,
sem compaixão para com as pessoas. Da manutenção da liberdade, o povo judeu
voltou à escravidão, agora não do Egito, mas a da religião sem Deus. Por isso a
letra (a lei escrita) mata, mas o Evangelho, que é “espírito e vida”, vivifica
o pecador (Jo 6.63; 2Co 3.6).
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