ESTUDO
DO LIVRO DOS SALMOS
O livro
de Salmos é conhecido como Saltério (nebel), lira ou harpa, uma composição de
150 textos poéticos de lamentação, súplica, louvor, ação de graças, de tempos e
lugares diferentes. Essa coleção chama-se em hebraico, O Livro dos
Salmos. Em grego, Psalmos, isto é, “Poemas adaptados à música”.
É o primeiro e mais comprido dos livros do Hagiógrafo, a terceira divisão da
Bíblia hebraica.
O livro
de Salmos é um dos mais estimados e usados do Antigo Testamento e, ao mesmo
tempo, um dos mais problemáticos do cânon. Questões relativas à autoria,
composição, teologia, interpretação, aplicação e função contribuem para a
complexidade do livro. O fato de muitos cristãos, ao longo dos séculos, terem
encontrado consolo em suas páginas em tempos de necessidade, sem jamais
considerar estas questões, serve de testemunho do poder de Deus de ministrar
por meio dos livros das Escrituras.
Os
primeiros salmos a serem agrupados, e que mais tarde dariam origem ao Saltério,
foram denominados “Orações de Davi, filho de Jessé”. Outros foram compostos
durante o exílio. Contudo foi durante o reinado de Salomão e o exercício do
serviço litúrgico e religioso no primeiro Templo, que os salmos definitivamente
passaram a fazer parte da tradição judaica. Assim, o livro dos
Salmos é a compilação de várias coletâneas da fina obra literária
bíblico-canônica judaica (poemas, hinos e cânticos espirituais) e representa a
etapa final de um processo que demandou séculos de história. Foram os mestres e
servos pós-exílicos do Templo, entretanto, que completaram e concluíram a
coletânea final de 150 salmos, ao final do século III a.C.
Os
salmos refletem tanto o caráter histórico como devocional. Muitos
acontecimentos da história são apresentados: a criação do homem (8.5), a
aliança estabelecida com Abraão e seus descendentes (105.9-11), o sacerdócio de
Melquisedeque (110.4), Isaque, Jacó, Moisés e Arão (105.9-45), a libertação do
Egito e a herança Cananéia (78.13; 105.44). Muitos outros exemplos poderiam ser
citados.
DATA
Ao
questionarmos a data da publicação dos salmos, uma primeira pergunta se faz
necessária: de qual salmo especificamente estamos falando? Porquanto o Saltério
é composto de salmos que vão desde a época pré-exílica, passando por todo o
tempo de cativeiro, até o pós-exílico. O processo de descobrimento, seleção e
formação da coletânea canônica dos salmos levou vários séculos, e foi concluído
somente no final do século III a.C.
Considerando
que metade de todo o Saltério é de autoria de Davi (ou davídicos), e que quase
todos foram originados no período áureo de Israel e alguns até mais tarde,
podemos datar as primeiras publicações dos Salmos por volta do ano 1000 a.C.
AUTORES DOS SALMOS
Falamos
de Salmos como sendo de Davi. Ele é considerado o autor principal, dá a nota
dominante, e a sua voz se sobressai às outras no coro sagrado. Mas houve outros
autores além dele.
De
acordo com os títulos, Davi foi o autor de 73 salmos, Asafe foi autor de 12, os
filhos de Coré foram autores de 11, Salomão foi autor de 2, e Moisés e Etã
foram autores de 1 salmo cada. Nenhum autor é mencionado no caso de 50 dos
salmos. A Septuaginta adiciona Ageu e Zacarias como autores de 5 salmos.
Salmos
de Davi: 3 a 9, 11 a 32, 34 a 41, 51
a 65; 68 a 70, 86, 101, 108 a 110, 122, 124, 132, 133, 138 a 145.
Salmos
de Salomão: 72 e 127.
Salmos
dos filhos de Coré: 42, 44
a 49, 84, 85, 87 e 88. Os filhos de Coré formavam uma família de sacerdotes e
poetas no tempo de Davi.
Salmos
de Asafe: 50, 73 a 83. Asafe era um
dos principais músicos de Davi. A família de Asafe era encarregada da música de
geração em geração.
Salmo de
Etã: 89.
Salmo de
Moisés: 90.
É
provável que em alguns casos, o nome atribuído ao autor de certos salmos possa
referir-se melhor ao compilador do que ao autor.
ORGANIZAÇÃO DOS SALMOS
Já
sabemos que os salmos 1 e 2 servem de introdução geral ao livro e que os salmos
de ligação são uteis para discernirmos o propósito do organizador. Que
conclusões podem ser tiradas deles quanto ao propósito e a mensagem do
organizador?
O salmo
1 traça a distinção nítida entre a conduta do justo e a do ímpio. Também fala
de seus respectivos destinos. Percebemos que o organizador apresenta com
precisão um dos temas principais dos salmos: o interesse pelo galardão dos
justo e o castigo dos ímpios.
O salmo
2 apresenta a idéia de que Deus escolheu o rei israelita e o defendeu das
conspirações dos reinos. Apresenta-se aqui o aspecto nacional em
contraste com o aspecto individual.
Esses
dois níveis de mensagem (individual e nacional) unem-se em Davi. Ele representa
o justo necessitado de apoio divino. Também é o rei de Israel por excelência,
que representa não só Israel, mas também todos os reis sucessivos de sua
linhagem. Seu amor a Deus levou o Senhor a escolhê-lo como rei e estabelecer a
aliança do Reino com ele.
PROPÓSITO E MENSAGEM
Cada
autor possuía um propósito especifico para compor um salmo. Os comentários mais
antigos sugerem a situação histórica por trás de cada salmo, mas essa prática
era altamente especulativa e não produziu resultados satisfatórios. É provável
que muitas composições tenham sido feitas para suprir necessidades litúrgicas.
Devemos
estar dispostos a considerar toda a gama de situações possíveis. Alguns salmos
foram motivados possivelmente por acontecimentos históricos específicos, por
exemplo, treze deles citam ocorrências históricas no título: 3, 7, 18, 34, 51,
52, 54, 56, 57, 59, 60, 63 e 142. Todos são da autoria de Davi. Outros devem
ter sido escritos para ocasiões litúrgicas distintas. Mas alguns podem ter sido
meditações pessoais. A questão é que não há propósito unificado ou mensagem
identificada como uma linha de pensamento unificada nos salmos.
DIVISÕES E TÍTULOS DOS SALMOS
Na sua
edição final, o Saltério continha 150 salmos. Quanto a isso, a Septuaginta e o
texto hebraico concordam, embora cheguem a essa cifra de modo diferente. A
Septuaginta tem um salmo a mais no fim (mas não com a numeração
separada, como Salmo 151); além disso, une os salmos 9 e 10 num só salmo, e faz
o mesmo com os salmos 114 e 115, dividindo os salmos 116 e 147 em dois salmos
cada um. É estranho que tanto a Septuaginta quanto o texto hebraico numerem os
salmos 42 e 43 como dois salmos, embora fique evidente que originariamente eram
um só.
O
Saltério era dividido em cinco livros (Salmos 1 a 41, 42 a 72, 73 a 89, 90 a
108, 109 a 150), cada um desses livros recebia uma doxologia final apropriada.
Os dois primeiros livros eram provavelmente pré-exílicos. A despeito dessa
divisão em cinco livros, o Saltério era claramente considerado uma só obra
global, com uma introdução (Salmos 1 e 2) e uma conclusão (Salmos 146 a 150).
Os
salmos do primeiro livro são atribuídos a Davi, exceto o primeiro, o segundo, o
décimo e o 33º, que são chamados de órfãos por não se conhecerem o nome de seus
autores. Na Septuaginta, os salmos que compõem o primeiro livro são atribuídos
a Davi, exceto o primeiro, que serve de introdução, e o segundo. O décimo está
incorporado ao nono e o 33º traz o título, “A Davi”. O nome divino de Jeová
aparece geralmente nos salmos que compõem esse livro.
O
segundo livro contém 31 salmos. Os primeiros oito fazem parte de uma coleção de
cânticos atribuídos aos filhos de Coré. O salmo 43, quer tenha sido escrito por
eles, quer não, foi composto para conclusão do salmo 42. Esse grupo é seguido
de um salmo de Asafe. Vem depois de um grupo de 20 salmos pertencentes a Davi,
exceto dois, o 66 e o 67; este último, porém, a Septuaginta o registra como
sendo de Davi. O livro fecha com um salmo anônimo e outro salomônico, 71 e 72.
Nesse livro predomina a palavra Elohim para designar a pessoa
divina, e dois salmos são duplicados de outros dois do primeiro livro, nos
quais a palavra Deus é substituída pela de Jeová (52, 70, cf. 14 e 40.13-17).
O
terceiro livro contém 17 salmos. Os primeiros 11 são atribuídos a Asafe, quatro
aos filhos de Coré, um a Davi e outro a Etã. Os salmos desse livro foram
colecionados depois da destruição de Jerusalém e do incêndio do templo
(74.3,7,8; 79.1).
O quarto
livro contém igualmente 17 salmos, o primeiro é atribuído a Moisés e dois a
Davi; os 14 restantes pertencem a autores anônimos. A Septuaginta dá 11 a Davi,
deixando apenas cinco para autores anônimos, 92, 100, 102, 105 e 106.
O quinto
livro contém 28 salmos anônimos, enquanto que 15 são atribuídos a Davi e um a
Salomão. As inscrições diferem muito na Septuaginta. A coleção dos salmos desse
livro foi feita tardiamente porque inclui odes que se referem ao exílio, 126 e
137. Observa-se pois, que a composição dos salmos demandou grande período de
tempo.
Dos 150
salmos, somente 34 não tem título. Esses chamados salmos “órfãos” acham-se
sobretudo do terceiro ao quinto livro, em que tendem em ocorrer em grupos
pequenos: salmos 91, 93 a 97, 99, 104 a 107, 111 a 119, 135 a 137 e 146 a 150.
No primeiro e no segundo livro, somente os salmos 1, 2, 10, 33, 43 e 71 não tem
título e, na realidade, os salmos 10 e 43 são continuações dos anteriores.
TERMOS QUE EXPRIMEM O CARÁTER DO
SALMO
Masquil: poema didático, ou refletivo.
Mictão: epigramático. Na literatura
representa o gênero poético criado na Grécia e popularizado em Roma,
consistente em poesias curtas (alguns poucos versos ou estrofes) de conteúdo
concentrado e incisivo, de fácil memorização e agradável leitura.
Mizmor: poema lírico.
Selah
(Pausa): Esse é o
termo técnico que mais aparece nos salmos. Aparece setenta e uma vez em trinta
e nove salmos e três vezes em Habacuque 3. Visto que é impossível determinar
se a colocação da palavra é original ou foi introduzida por editores ou
copistas, seu objetivo preciso permanece incerto. Dentre as sugestões
para seu significado está "pausa" ou
"interlúdio", indicando um intervalo no texto ou na execução musical
do salmo. Também é possível que seja uma deixa para o coral repetir uma
afirmação, ou para um instrumento específico, possivelmente um tambor, fosse
tocado para marcar o ritmo ou enfatizar uma palavra.
CLASSIFICAÇÃO DOS SALMOS
A
classificação detalhada dos salmos é de difícil definição, visto que são
altamente poéticos, e um salmo pode tocar em diferentes temas. Porém podemos
sugerir diversas categorias:
Salmos
teocráticos: 95 a
100.
Cânticos
de degraus ou de romagem: 120 a
134. Cantados provavelmente, pelos peregrinos subindo às festas anuais de
Jerusalém.
Salmos
de aleluia: 146 a 150.
Salmos
acrósticos: 9,10, 25, 34, 37, 111, 112,
119 e 145. No hebraico a primeira letra de cada linha, ou de cada estrofe, em
ordem, segue a ordem do alfabeto hebraico. No Salmo 119, cada estrofe tem 8
linhas e cada linha começa com a mesma letra hebraica da sua estrofe. Esse
salmo tem 176 versículos e em todos esses versículos, a não ser em 3,
menciona-se a palavra Deus. Referem-se a Palavra de Deus como: Lei,
Prescrições, Caminhos, Mandamentos, Preceitos, Juízos, Decretos e Testemunhos.
Salmos
messiânicos: os
hinos da vinda do Messias: 2, 8, 16, 22, 45, 72, 89, 110, 118, 132 e outros.
Salmos
penitenciais:
38,130, e 143.
Salmos
imprecatórios: 69,
101, 137 e porções dos salmos 35, 55 e 58. Nesses salmos, Davi pede a Deus, vingança
contra seus inimigos e os inimigos de Deus.
Salmos
históricos: 78,81, 105 e 106.
Salmos
de louvor: Os hinos são facilmente
reconhecidos pelo seu exuberante louvor ao Senhor. Deus é louvado pelo que ele
é e pelo seu poder e misericórdia. Salmos 8,24,29,33, 47 – 48.
Lamentos: os lamentos expressam uma
emoção oposta àquela de louvor. No lamento, o salmista abre seu coração
honestamente a Deus, um coração muitas vezes cheio de tristeza, medo ou mesmo
ira. Salmos 25, 39, 51, 86, 102 e 120.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
O
Saltério é poesia do começo ao fim, embora contenha muitas orações. Os salmos
são apaixonados, vívidos e concretos; são ricos em figuras de linguagem, como
por exemplo as símiles e metáforas. As assonâncias, as alterações e os jogos de
palavras também são abundantes no texto hebraico. O uso eficaz de repetições é
característico, bem como o acúmulo de sinônimos e complementos para preencher o
quadro. Palavras-chave muitas vezes ressaltam temas de maior importância nas
orações ou nos cânticos.
A poesia
hebraica não tem rimas, nem métrica regular. Sua característica mais
diferenciada e comum é o paralelismo. O maior dos versos é composto de dois (às
vezes três) segmentos equilibrados entre si (muitas vezes, o equilíbrio não é
rigoroso, e o segundo segmento é em geral um pouco mais breve que o primeiro).
O segundo segmento ecoa, contrapõe ou complementa estruturalmente o primeiro.
Esses três tipos são generalizações e não são totalmente satisfatórios para
classificar a rica variedade que a criatividade dos poetas conseguiu realizar
dentro da estrutura básica dos dois versos. Podem servir, no entanto, de
distinções genéricas que ajudarão o leitor.
Saber
onde os versos (ou segmentos do verso original) em hebraico começam ou terminam
é às vezes, questão incerta. Até mesmo a Septuaginta divide os versos de
maneira diferente dos textos hebraicos hoje existentes. Não é de admirar,
portanto que as traduções atuais às vezes divirjam entre si.
TEOLOGIA DOS SALMOS
Assim
como o Saltério foi composto durante o período do Antigo Testamento, assim
também a teologia dos salmos é tão abrangente como a teologia do Antigo
Testamento. Martinho Lutero denominou o Livro dos Salmos de: “Uma Pequena
Bíblia e o Restante do Antigo Testamento”.
Os
leitores cristãos dos Salmos dão atenção especial à relação entre estes
cânticos antigos e Jesus Cristo. Após sua ressurreição, Jesus falou a seus
discípulos que “importava que se cumprisse tudo o que sobre mim está escrito
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). O Antigo
Testamento, inclusive os Salmos, aguardavam a vinda de Cristo, o seu sofrimento
e a sua glória. Jesus e os escritores do Novo Testamento fazem extenso uso dos
Salmos para expressar seu sofrimento (Mt 27.46) e a sua glorificação (Mt 22.41 –
46). Além disso, Jesus foi revelado como objeto de culto dos Salmos. Uma vez
que Cristo é a Segunda Pessoa da Trindade, os hinos e os lamentos dos Salmos
são dirigidos a ele, assim como ao Pai e ao Espírito. Jesus é ao mesmo tempo,
cantor dos Salmos (Hb 2.12) e o seu principal tema.
SALMO 22 E O CALVÁRIO
O Salmo
22 apresenta o quadro do Calvário como nenhum outro. Aqui a crucificação é
retratada com mais clareza do que em qualquer outra passagem do Antigo
Testamento. Começa com o clamor do Senhor na hora mais negra da sua vida: “Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Termina com: “... foi ele
quem o fez”. O original hebraico significa: “Está consumado”, a última
expressão de Cristo na cruz.
No
Versículo 6 deste salmo, está escrito: “Mas eu sou verme, e não homem;
opróbrio dos homens e desprezado do povo”, referindo-se à afronta da cruz.
Leia e
compare estas passagens:
Salmos
22.1....................................... Mateus 27.46
Salmos
22.6-8.................................... Mateus 27.39,41,43
Salmos
22.12,13................................ Mateus 27.36,44
Salmos
22.8....................................... Mateus 15.23,24
“Como
água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como
cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas” (22.14). Isso descreve
transpiração excessiva por causa de tortura física. Refere-se também ao coração
partido de Jesus.
“A
minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao paladar; e me
puseste no pó da morte” (22.15). Este versículo descreve uma sede intensa.
“Pois
me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores me cercou, traspassaram-me as
mãos e os pés” (22.16). Crucificação, o método romano de morte por
crucificação é descrito aqui neste versículo. A lei judaica desconhecia esse
método de castigo. As palavras descrevem a morte por crucificação. Ossos das
mãos, dos braços, dos ombros, desconjuntados por ter sido o corpo pregado na
cruz, distendendo ossos e músculos.
“Repartem
entre si as minhas vestes, e lançam sortes sobre a minha roupa” (22.18).
Até esse ato dos soldados é descrito neste salmo. Leia Mateus 27.35.
ESBOÇO DE SALMOS
Esse
esboço se fundamenta na teoria de que o propósito do organizador é o motivo da
organização dos salmos. Deve-se lembrar que esta abordagem ainda é
especulativa.
I. Livro
I 1.1-41.13
Cânticos
introdutórios 1.1-2.12
Cânticos
de Davi 3.1-41.12
Doxologia
41.13
II.
Livro II 42.1-72.20
Cânticos
dos filhos de Corá 42.1-49.20
Cânticos
de Asafe 50.1-23
Cânticos
de Davi 51.1-71.24
Cânticos
de Salomão 72.1-17
Doxologia
72.18,19
Versículo
de conclusão 72.20
III.
Livro III 73.1-89.52
Cânticos
de Asafe 73.1-83.18
Cânticos
dos filhos de Corá 84.1-85.13
Cânticos
de Davi 86.1-17
Cânticos
dos filhos de Corá 87.1-88.18
Cânticos
de Etã 89.1-51
Doxologia
89.52
IV.
Livro IV 90.1-106.48
Cânticos
de Moisés 90.1-17
Cânticos
anônimos 91.1-92.15
Cânticos
“O Senhor Reina” 93.1-100.5
Cânticos
de Davi 101.1-8; 103.1-22
Cânticos
anônimos 102.1-28; 104.1-106.47
Doxologia
106.48
V. Livro
V 107.1-150.6
Cânticos
de ação de graças 107.1-43
Cânticos
de Davi 108.1-110.7
Hallel
Egípcio 111.1-118.29
Cânticos
Alfabético sobre a lei 119.1-176
Cânticos
dos degraus 120.1-134.3
Cânticos
anônimos 135.1-137.9
Cânticos
de Davi 138.1-145.21
Cânticos
“Louvai ao Senhor” 146.1-149.9
Doxologia
150.1-6
Salmos Estudo: Todos os Salmos da Bíblia Comentados
O livro de Salmos é com certeza um dos
mais belos e importantes livros da Bíblia. Muitos de seus textos são
inspirações para canções, livros, poemas, sermões e etc.
Escrito entre os
séculos X e V a.C, o livro é composto por 150 capítulos, que podem ser
divididos ou estudados da seguinte forma:
1. Cânticos de Aleluia, sendo composto
pelos Salmos:
8, 21, 33, 34, 103,
104, 105, 106, 111, 113, 115, 117, 135, 145, 150;
Os
Salmos de Aleluia (Salmos 113-118)
As
duas categorias principais dos Salmos são os de louvor e os de lamento, e os de
aleluia representam a forma mais pura do primeiro grupo. Aleluia é uma
transliteração de uma frase em hebraico que significa "louve o Senhor
(Iá)". Nos Salmos 146-150, cada Salmo começa e termina com esta
frase, marcando claramente o grupo como Salmos de aleluia. O Salmo 115 se
ajusta a este padrão; contudo, as linhas de demarcação nos Salmos 114 e
118 não incluem a expressão "louve o Senhor", e os Salmos 115-117
colocam-na no fim. Na tradução grega (LXX) do Velho Testamento, a frase final
"louve o Senhor" (113:9; 115:18; 116:19; 117:2) está mudada para o
princípio de cada salmo que se segue, fazendo com que todos, exceto o Salmo 115
comecem com "aleluia". Por isso, o grupo é chamado "salmos
de Aleluia".
Podemos
ler os salmos de louvor, especialmente os salmos de aleluia, com mais
compreensão, se conhecermos as coisas que devemos observar. Primeiro, um padrão
básico em três partes geralmente emerge: um chamado a louvar, razões porque
Deus deverá ser louvado, e mais outros chamados a louvar. Por exemplo,
note como o Salmo 117, o menor salmo (capítulo) na Bíblia, se ajusta a este
padrão. Contudo, se o padrão, em parte ou no total, não é óbvio, não há
razão para classificar um salmo como um salmo de louvor. É melhor,
portanto, chamar o Salmo 114 de salmo histórico e classificar o Salmo 118 como
um salmo de agradecimento.
Segundo, quando se lê salmos de louvor, notam-se duas razões para louvar a Deus: por quem ele é (descrição), e pelo que ele faz ou tem feito (declaração). Na primeira categoria, ele está "acima de todas as nações, e a sua glória, acima dos céus" (113:4). Na segunda categoria: "Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado; para o assentar ao lado dos príncipes . . . do seu povo" (113:7-8). Ele "faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos" (113:9); ele "converteu a rocha em lençol de água" (114:8); ele "fez os céus e a terra" e deu a terra "aos filhos dos homens" (115:15-16); "em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga" (118:5); "O Senhor é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou" (118:14). Observe como a descrição de Deus e a declaração do que ele tem feito dá o ponto central do Salmo 113: "Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?" (113:5-6).
Terceiro, a linguagem figurada abunda nos salmos de louvor. O exemplo mais óbvio disso no grupo que estamos estudando é a personificação, uma figura na qual as coisas inanimadas são dadas características de seres vivos. "O mar viu isso e fugiu; o Jordão tornou atrás. Os montes saltaram como carneiros, e as colinas, como cordeiros do rebanho" (Salmo 114:3-4).
Segundo, quando se lê salmos de louvor, notam-se duas razões para louvar a Deus: por quem ele é (descrição), e pelo que ele faz ou tem feito (declaração). Na primeira categoria, ele está "acima de todas as nações, e a sua glória, acima dos céus" (113:4). Na segunda categoria: "Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado; para o assentar ao lado dos príncipes . . . do seu povo" (113:7-8). Ele "faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos" (113:9); ele "converteu a rocha em lençol de água" (114:8); ele "fez os céus e a terra" e deu a terra "aos filhos dos homens" (115:15-16); "em meio à tribulação, invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga" (118:5); "O Senhor é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou" (118:14). Observe como a descrição de Deus e a declaração do que ele tem feito dá o ponto central do Salmo 113: "Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?" (113:5-6).
Terceiro, a linguagem figurada abunda nos salmos de louvor. O exemplo mais óbvio disso no grupo que estamos estudando é a personificação, uma figura na qual as coisas inanimadas são dadas características de seres vivos. "O mar viu isso e fugiu; o Jordão tornou atrás. Os montes saltaram como carneiros, e as colinas, como cordeiros do rebanho" (Salmo 114:3-4).
Os Salmos 113-118 são salmos "órfãos;" eles não têm autor indicado. Muitos salmos têm cabeçalhos que dão informações sobre autoria, ambiente histórico, melodia, função, etc., mas estes não. Portanto, quando não há cabeçalho, deve-se depender do contexto do salmo para revelar tais assuntos. Para citar um exemplo, o ambiente histórico do Salmo 114 é o êxodo: "quando saiu Israel do Egito, e a casa de Jacó, do meio de um povo de língua estranha, Judá se tornou o seu santuário, e Israel, o seu domínio" (114:1-2).
A tradição judaica sugere que os Salmos 113-118 eram cantados na Páscoa. Os Salmos 113 e 114 eram cantados antes da refeição da Páscoa; os Salmos 115-118, depois. O Salmo 136, o Grande Hallel, era cantado no ponto mais alto da festa. Esta prática pode ser refletida na ação de Jesus e de seus discípulos: "E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras" (Mateus 26:30). Certamente, nossa prática de cantar um hino antes da Ceia do Senhor é recomendável. Acrescentar um hino depois seria ainda melhor. Talvez seis cânticos de Aleluia não fossem demais.
2. Cânticos de Ação de Graças, sendo
composto pelos Salmos: 18, 30, 34, 41, 66,
100, 106, 116, 126, 136, 138;
3. Salmos de Oração e Súplica, sendo
composto pelo Salmos: 3, 6, 13, 43, 54,
67, 69, 70, 79, 80, 85, 86, 88, 90, 102, 141, 143;
4. Salmos Penitenciais, sendo composto
pelos Salmos: 32, 38, 51, 130;
5. Cânticos da História Bíblica, sendo
composto pelos Salmos: 78,
105, 106, 108, 114,
126, 137;
6. Salmos da Majestade Divina, sendo
composto pelos Salmos: 24, 47, 93, 96, 97,
98, 99;
7. Cânticos Litúrgicos, sendo composto
pelos Salmos: 15, 24, 45, 68,
113, 114, 115, 116, 117, 118;
8. Salmos de Confiança e Devoção, sendo
composto pelos Salmos:
11, 16, 23, 27, 31,
32, 40, 46, 56, 62, 63, 91, 119, 130, 131, 139;
9. Cânticos de Romagem, sendo composto
pelos Salmos: 43, 46, 48, 76,
84, 87, 120, 121,
122, 123, 124, 125, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 134;
10. Cânticos de Criação, sendo composto
pelos Salmos: 8, 19, 33, 65, 104;
11. Salmos de Conhecimento e Didáticos,
sendo pelos Salmos: 1, 34,
37, 73, 112, 119,
133;
12. Salmos do Rei ou Messiânicos, sendo
composto pelos Salmos: 2,
8, 16, 22, 40, 41,
45, 68, 69, 72, 89, 102, 110, 118;
13. Salmos de Juízo ou Condenação,
sendo composto pelos Salmos:
7, 35, 55, 58, 59,
69, 109, 137, 139.
Características do
Livro
O livro de Salmos possui pelos menos 9
características principais, que o distinguem, são elas:
1. É o maior livro da Bíblia, e não
apenas isso. Tem o maior capítulo, o Salmos 119 e o menor, Salmos 117, da
Bíblia.
2. É o livro de cânticos devocionais
dos hebreus, além disso é o livro mais lido e querido do Antigo Testamento;
3. A expressão “Aleluia”, aparece 28
vezes na Bíblia Sagrada, sendo que 24 delas é no livro de
Salmos;
O que significa aleluia?
Aleluia
significa “louvem ao Senhor”. A Palavra “aleluia” vem do
hebraico e aparece principalmente nos Salmos. Aleluia também pode ter o
significado de “glória a Deus” ou “adorem a Deus”.
Em
hebraico, aleluia é a junção de:
·
Hallelu –
que significa louvem, ou adorem
·
Yah – que significa
Deus, apontando para seu nome que revelou a Moisés – “Eu Sou” (que em hebraico
é parecido com Yahweh ou Jeová)
Por
isso, aleluia significa “louvem a Deus”. Mas não é qualquer deus, é o Deus da
Bíblia, o verdadeiro Deus, o Criador do universo. Dizer aleluia é afirmar que
só Deus merece todo o louvor, ninguém mais.
Aleluia
na Bíblia
A
palavra “aleluia” normalmente aparece na Bíblia no início ou no fim de canções
de louvor a Deus, principalmente nos Salmos (como, por exemplo, em Salmos
150:1-6). Era uma forma de anunciar um tempo de louvor e pode ter sido
utilizado para chamar a congregação para participar nos cânticos.
Pelo
seu significado, “aleluia” implica louvor em grupo. Dizer “aleluia” é convidar
outros a louvarem a Deus com você. O uso da palavra durante o louvor se tornou
tradicional entre os judeus e, mais tarde, entre os cristãos.
Hoje
em dia, a palavra “aleluia” é usada também para expressar gratidão a Deus
quando uma coisa boa acontece. Seu uso é muito popular e aparece em muitos
hinos e canções.
Aleluia
ou Aleluias?
A
palavra correta é
aleluia. Muitas pessoas dizem "aleluias" querendo dizer
"muitos louvores a Deus". Mas a palavra aleluias não é muito correta,
porque pode significar "louvem aos Deuses", não "louvores a
Deus". Mas esse não é um erro grave, Deus entende o que as pessoas querem
dizer.
4. É um livro único na Bíblia Sagrada,
no que se refere ao relacionamento entre o ser humano e Deus. As múltiplas
expressões de emoções referentes a ambos é algo extraordinário.
5. Ao ler o livro de Salmos, percebemos
que metade deles são orações de fé em tempos de dificuldades;
As
10 Melhores Orações dos Salmos
Se
você está passando por dificuldades e quer a ajuda de Deus, ou quer louvá-lo pelas
coisas boas que Ele tem feito, todas as suas necessidades podem ser encontradas
no livro de Salmos. Leia estas grandes orações e torne-as parte de seu tempo
com Deus.
1.
Levanta-te Senhor (Salmo 3:1-7)
2.
Mais vale um dia com o Senhor (Salmo 84:10-12)
3.
Melhor que a vida (Salmo 63)
4.
Restitui-me Senhor (Salmo 51:1-2)
5. O
senhor te conhece (Salmo 139)
6. Eu
nunca serei abalado (Salmo 30:6-12)
7.
Minha alma tem sede (Salmo 42:1,5)
8. O
senhor é meu pastor (Salmo 23)
9.
Oração da proteção (Salmo 91)
10.
Devagar com a raiva, rico no amor(Salmo 145:1-16)
6. Nenhum outro livro é tão citado no
Novo Testamento quanto este;
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.