Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a
morte (1Co 15.26)
Há algo na natureza mais profunda do ser humano que
luta desesperadamente contra a morte. Ao mesmo tempo em que ele se ajusta à
morte como sendo inevitável, ele procura lançar mão de todos os recursos para
contê-la. Desde a fonte da juventude até câmaras criogênicas, os homens têm em
vão procurado meios para ludibriar essa realidade, mas sem sucesso.
Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito,
para reter o espírito; nem tem poder sobre o dia da morte; nem há armas nessa
peleja; nem tampouco a impiedade livrará aos ímpios. (Eclesiastes 8.8)
E ao olharmos as Escrituras como um todo,
compreendemos que a morte foi um invasor, um elemento que faz parte da
realidade da criação decaída, mas não fazia parte da criação perfeita. Tudo era
muito bom (Gênesis 1.31) Por um homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a
morte (Romanos 5.12). Embora Deus mesmo advertisse que a desobediência traria
como conseqüência a morte, nem por isso ela é natural. A morte é um inimigo que
precisa também ser derrotado e derrotado eternamente.
A morte é tão certa quanto é inaceitável. E o choro
dos velórios é o testemunho humano disso. Não importa quanto tempo o morto
tenha vivido entre nós e qual tenha sido seu sofrimento neste mundo. Ninguém
aceita o fim. Fomos criados para eternidade e somente quando a morte não mais
reinar, então será a eternidade, esse último inimigo a ser vencido.
Não sabemos o que é um mundo sem morte, um mundo onde
ele não faz sentir diariamente o seu poder. E ainda que não saibamos, será
nesse mundo que iremos viver. E podemos dizer com John Donne, poeta e pregador
inglês do século XVII:
Morte, não te orgulhes, ainda que alguns a tenham
chamado Poderosa e terrível, pois tu não o és…
…Um pequeno sono apenas e acordamos eternamente, e
não haverá mais morte, pois tu, ó morte, morrerás.
Assim como o livro de Gênesis, o primeiro livro da
Bíblia nos conta a origem da morte, o livro do Apocalipse, o último livro da
Bíblia, nos conta o fim da morte. É mais um ciclo que se fecha, maIs um momento
em que um inimigo e opositor do pleno domínio divino é derrotado. O anticristo
foi vencido, os governos humanos submetidos, Satanás foi preso e depois
definitivamente castigado. Agora é a vez da morte, o último inimigo.
Então a morte e o além [o hades], foram lançados no
lago de fogo (Apocalipse 20.14)
Agora e para sempre o fim da morte chega. O Deus da
Vida bane para sempre o poder da morte. Tendo entrado no Universo e perturbado
por milhares de anos a humanidade, a vitória definitiva sobre o último inimigo,
sobre a última resistência, cai por terra. Tragada foi a morte pela vitória (1
Co 15.54). Agora o poder da ressurreição não está presente apenas no Cristo
ressurreto. Não é uma realidade apenas para os que crêem Nele. Agora o poder da
ressurreição permeia todo o Universo onde a morte já não tem mais lugar. Um
Deus que é Luz, também é tudo em todos e nada há que impeça sua glória de
reinar total e plenamente.
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