terça-feira, 3 de maio de 2016

UM ESTUDO SOBRE A PARABOLA DO FILHO PRODIGO



UM ESTUDO SOBRE A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO.
Divulgador da Palavra

UM ESTUDO SOBRE A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO.
O Filho Pródigo é talvez a mais conhecida das parábolas de Jesus, apesar de aparecer apenas em um dos evangelhos canônicos. De acordo com Lucas 15:11-32, a um filho mais novo é dada a sua herança. Depois de perder sua fortuna (a palavra "pródigo" significa "desperdiçador, extravagante"), o filho volta para casa e se arrepende. Esta parábola é a terceiro e e última de uma trilogia sobre a redenção, vindo após a Parábola da Ovelha Perdida e a Parábola da Moeda Perdida.

Temas e classificação
As Parábolas são divididas em 3 classes:
·         Parábolas verídicas – a ilustração é tirada da vida diária, portanto seu ensino pode ser reconhecido de forma universal. Ex.: os meninos que brincam na praça (Mateus 11:16-19; Lucas 7:31-32); a ovelha separada do rebanho (Parábola da Ovelha Perdida)); uma moeda perdida numa casa (Parábola da Dracma Perdida).

·         Parábolas em forma de histórias – refere-se a acontecimentos passados que são centralizados diretamente em uma pessoa. Ex.: o mordomo sagaz que endireitou a sua situação depois de ter esbanjado o patrimônio do seu senhor (Parábola do Mordomo Infiel); o juiz que acabou finalmente administrando justiça como respostas às repetidas súplicas de uma viúva (Parábola do Juiz Iníquo).

·         Ilustrações – são histórias que focalizam exemplos a serem imitados. Ex.: a Parábola do Bom Samaritano.
O Reino de Deus é um tema recorrente nas parábolas de Jesus. Ele estava implantando um novo Reino espiritual e todo seu enfoque estava na manifestação desse Reino, por isso muitos não o compreendiam (Mateus 13:13) por estarem com seus corações endurecidos, cheios de incredulidade.
Jesus proferiu várias parábolas referindo-se diretamente ao Reino de Deus e que, frequentemente, revelam uma perspectiva escatológica: as sete parábolas do "Discurso das Parábolas" em Mateus 13, a Parábola do Banquete de Casamento, a Parábola das Dez Virgens e a Parábola dos Talentos.
Ditos parabólicos
Há também vários ditos parabólicos breves e sábios que pode ter sido circulado como provérbios nos dias de Jesus: "Médico, cura-te a ti mesmo" (Lucas 4:23); "Pode porventura um cego guiar a outro cego? Não cairão ambos no barranco?" (Lucas 6:39).
O Sermão da Montanha
O Ministério na Galileia
Primeiro período
Discurso das Parábolas
As parábolas a seguir são conhecidas como Discurso das Parábolas:
No Caminho de Jerusalém
O Ministério na Judeia
O Ministério final em Jerusalém
Os discursos no Evangelho de João
O ensino de Jesus no quarto Evangelho apresenta-se em discursos e diálogos que, mesmo assim, empregam a linguagem figurada parabólica.








Contexto e Interpretação
Esta é a última das três parábolas sobre perda e redenção, na sequência da Parábola da Ovelha Perdida e da Parábola da Moeda Perdida, que Jesus conta após os fariseus e líderes religiosos o terem acusado de receber e compartilhar as suas refeições com "pecadores". A alegria do pai descrita na parábola reflete o amor divino, a "misericórdia infinita de Deus" e "recusa de Deus em limitar a sua graça".
O pedido do filho mais novo de sua parte da herança é "ousado e insolente" e "equivale a querer que o pai estivesse morto". Suas ações não levam ao sucesso e ele finalmente se torna um trabalhador por contrato, com a degradante tarefa (para um judeu) de cuidar de porcos, chegando ao ponto de invejá-los por comerem vagens de alfarroba . Em seu retorno, o pai trata-o com uma generosidade muito maior do que ele teria o direito de esperar[3] .
O filho mais velho, ao contrário, parece pensar em termos de "direito, mérito e recompensa" ao invés de "amor e benevolência"[3] . Ele pode representar os fariseus que estavam criticando Jesus


O texto que trata da história do filho pródigo está em Lucas 15:11-32.
1 Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
2 E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.
3 Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
4. Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5. Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
6 E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
7. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
8. Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?
9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.
10 Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
11. Continuou: Certo homem tinha dois filhos;
12 o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.
13. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
15. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
17. Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!
18. Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
25. Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
26. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.
27 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
28 Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo.
29, Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;
30 vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.
31. Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.
32. Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.

Hoje quero apresentar os 7 Erros do Filho Pródigo. A parábola é muito conhecida, mas penso que ainda temos algumas lições a aprender aqui. O Filho Pródigo era um moço de pouca experiência na vida, e se dirigiu a seu pai pedindo a sua parte na herança, porque ele queria logo desfrutá-la e viajar para muito longe, distante da casa do seu pai e se livrar das suas regras, e viver a vida do modo mais feliz que ele pensava. Viveu no conforto, no luxo e nos prazeres que esta vida mundana pode oferecer. Mas veio a sua miséria. Por quê? O que aconteceu com o seu plano? Ele parecia tão bem feito! Em que foi que ele errou?

A vida de um pecador que se converte compreende cinco estágios, os quais podem ser vistos nesta parábola que Jesus utilizou para confrontar os Fariseus:
O primeiro estágio é a partida (descrita nos versículos 11-13: E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
).

O segundo estágio é a miséria na terra estrangeira (descrita nos versículos 14-16: E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
15. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.
16. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.).

Já nos versículos 17 ao 19 (E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
18. Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.). temos a contrição pelos pecados cometidos.

Depois, o retorno ao Pai no versículo 20 e seguintes (E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se. Lucas 15:20-24).

E o quinto estágio que é a aceitação do filho que volta ao convívio familiar. (32 Mas era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.).

Podemos simplificar: Pecado,
    Castigo,
    arrependimento,
    conversão
    e justificação.

Por vezes nos limitamos a falar somente do filho mais novo, quando em verdade, está parábola se dirige também àquelas pessoas que se colocam no lugar do filho mais velho, e que podem ser exemplificadas com aqueles que se denominam “crentes antigos”.

E disse: Um certo homem tinha dois filhos.
E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.

Jesus inicia sua parábola falando que havia um homem que tinha dois filhos. É de se estranhar a iniciativa do filho em repartir as terras do pai, sem sequer esperar a sua morte. Isto por si só já demonstra uma quebra da lei natural na sucessão das coisas. Conforme o costume daquela época, o filho primogênito (mais velho) receberia dois terços da propriedade. Já ao filho mais moço cabia um terço.
Este costume é descrito no Livro de Deuteronômio.  O primogênito é o princípio da força do homem e devia receber porção dobrada.  O filho mais moço dá início ao repartir da propriedade, numa demonstração de desrespeito para com a autoridade paterna enquanto chefe daquele núcleo familiar. Deveria partir do pai a iniciativa de repartir a terra e assim se desincumbir de sua responsabilidade para com a administração.

Vamos notar nesta estória que ele cometeu 7 erros, 7 equívocos que nós jamais devemos cometer.

I – OS 7 ERROS DO FILHO PRÓDIGO

1º ERRO: – O DINHEIRO É A FONTE DA FELICIDADE
O Filho Pródigo se enganou e cometeu este erro tão grande, imaginando que a sua felicidade estaria garantida se ele conseguisse a fortuna da herança do seu pai. Ele pensava que o dinheiro é a fonte da felicidade. Mas ele se tornou infeliz apesar de ter tanto dinheiro.
O dinheiro pode ajudar em muitas coisas, pode nos dar muito conforto, mas não pode nos dar felicidade. Há muitas pessoas ricas que não são felizes, porque o dinheiro não lhes dá uma vida feliz.
Uma famosa artista de Hollywood, conhecida em todo o mundo, testificou depois de alguns anos de carreira: “Tenho fama, tenho beleza, tenho muito dinheiro – mas me sinto a mais infeliz de todas as criaturas infelizes da terra.”
Eugênio McDonald era um jovem multimilionário: ele tinha uma casa riquíssima na praia, tinha um iate, uma coleção de armas raríssima – além de uma fortuna em dólares. “Eu não tenho alegria, não tenho amigos – os meus amigos me procuram para desfrutar do meu dinheiro. Se eu não tivesse dinheiro não teria amigos. Sou infeliz apesar de tudo quanto tenho. Não há nenhum só dia, em que não me encontro com lágrimas. De dia anseio pela noite; à noite anseio pelo dia. Não sou feliz e não encontro satisfação”. Num desses dias vazios, Eugênio McDonald, foi a sua sala onde guardava a sua coleção de armas, pegou um revólver e deu um tiro na cabeça, e suicidou-se, acabando com sua vida.
O dinheiro pode comprar muitas coisas boas, mas não compra a felicidade.
Um ateniense chamado Crates, possuidor de uma grande fortuna, lançou todo o seu ouro ao mar, dizendo: “Antes que me ponhas a perder, eu te destruo!” Foi um outro extremo. O dinheiro é um mau senhor, mas é um bom servo.
Mas não devemos nos iludir, porque o dinheiro não pode fazer milagres, e não pode nos trazer a felicidade, porque a felicidade não se encontra em uma fonte tão ilusória quanto é o dinheiro. O dinheiro é uma fonte parca, que nós podemos ter um dia e no outro dia perdemos tudo.

2º ERRO: – DESONRA AO SEU PAI
O Filho Pródigo cometeu o segundo erro: Ele foi lá com o seu pai e pediu a parte da sua herança: “Dá-me a parte que me cabe da herança”.
Isso é uma grande falta de consideração e respeito para com o seu pai. Uma herança só podia ser dada após a morte do pai. Ele ainda não tinha esse direito. Portanto, Ele desafiou a autoridade do seu pai, usurpando-lhe um dinheiro que ainda não lhe pertencia.
O 5º mandamento diz: “Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. Mas ele passou por alto estas palavras e desonrou ao seu pai, que ficou muito chocado e triste, completamente decepcionado com esta atitude do filho.
Há muitos filhos que estão desonrando os pais em suas atitudes. Eles desobedecem aos pais, eles ridicularizam os pais, chamando-os de quadrados e outras coisas mais, eles traem a sua confiança, eles são ingratos, não reconhecendo todo o sacrifício que os pais fazem por eles. Muitos deles estão desejando a morte dos pais, a fim de ganhar o seu dinheiro. Este é um grave erro que traz as suas conseqüências, mais cedo ou mais tarde.
E Deus não pode passar por alto essa desonra e desrespeito. Todo o mal feito dos filhos para com os pais é fielmente registrado no livro do Céu.
Como você está tratando os seus pais?

3º: – ERRO DE PRIORIDADE
“Vivendo dissolutamente”, diz o texto. O Filho Pródigo buscou os prazeres como a prioridade de sua vida. Não sabia que a vida não consiste na abundância de prazeres pecaminosos. Que os prazeres do pecado são decepcionantes, porque são efêmeros, passageiros e fugidiços. A satisfação egoísta dominava a sua vida, mas os prazeres da carne não satisfazem à alma.
O Filho Pródigo cometeu um erro de prioridade, e este erro é fatal. Quando nós deixamos o que é importante de lado, nós cometemos o mesmo erro.
O nosso Senhor Jesus Cristo disse: “Buscai em 1º lugar o reino de Deus e a Sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”. A maior prioridade é buscar a Deus e as coisas do Seu reino, as coisas espirituais, mas muitos estão deixando as coisas mais importantes para o último lugar, e estão perdendo o melhor da vida.
Um pastor se dirigiu a um jovem e lhe perguntou:
– Jovem, o que você vai fazer na vida? Qual o seu alvo?
– Eu vou estudar Engenharia.
– E depois?
– Eu vou me formar.
– E depois?
– Eu serei um engenheiro.
– E depois?
– Eu vou trabalhar.
– E depois?
– Eu farei grandes construções.
– E depois?
– Eu vou casar e ter filhos.
– E depois?
– Vou criar e educar os filhos e mais tarde, terei netos.
– Sim, e depois?
– Bem, eu vou envelhecer e me aposentar.
– E depois?
– Bem, um dia eu vou morrer, é claro.
– Sim, mas e depois?
– Bom, aí eu não sei mais.
– Então, disse o pastor, volte para casa e reveja suas prioridades.
Há muitas coisas tomando o lugar do culto familiar, da leitura da Bíblia, da prática da oração, da assistência aos cultos, do trabalho missionário. Quais são as suas prioridades? Você deixa as coisas de Deus por último lugar? Há alguma coisa tomando o lugar que pertence a Deus? Então, reveja as suas prioridades.

4º ERRO: DESPERDÍCIO
O Filho Pródigo dissipou todos os seus bens; ele consumiu tudo. Ele cometeu o erro da extravagância, e desperdiçou tudo o que tinha. Mas quando Cristo alimentou uma grande multidão com 5 pães e 2 peixes, Ele ordenou que se ajuntassem os restos que sobejaram, dando com isso uma grande lição contra o desperdício, dando uma oportunidade para outros aproveitarem aqueles alimentos.
Vivemos numa sociedade de consumistas. As pessoas são acostumadas a consumir, mesmo sem necessidade. Eles têm um vício, uma compulsão de gastar e sempre estão gastando. O comércio estimula a isso. E quanto mais você comprar e gastar e consumir, dizem, mais pessoas vão trabalhar, e isso vai gerar mais emprego.
Muitos gastam o seu dinheiro em coisas fúteis, e se esquecem de que o dinheiro não deve ser desperdiçado porque representa muito sacrifício da própria vida. Há outros que não cuidam do que tem, e isso também se chama desperdício. Há pessoas que, por exemplo, não cuidam dos móveis de sua casa e têm que trocá-los em pouco tempo. Isso requer um tremendo gasto que poderia ser evitado. Seja lá o que for, você deve saber por onde está gastando em supérfluos.
Muitos gastam o seu tempo precioso em coisas sem importância, e se esquecem de que nós daremos conta do nosso tempo a Deus. Estão esbanjando o seu precioso tempo de graça, desperdiçando hoje um tempo que lhes faltará amanhã.
Outros ainda gastam a suas forças. Alguém disse que muitos são tolos porque gastam a metade de sua vida ajuntando dinheiro; a outra metade, eles gastam para recuperar a saúde que eles estragaram ajuntando dinheiro. Quanto desperdício de energia vital para coisas inúteis!
Muitos repetem o mesmo erro do Filho Pródigo: Eles gastam tudo o que têm. Outros gastam o que ainda não tem, empregando o salário de dezembro no mês de outubro. Um dos princípios da boa economia é nunca usar o dinheiro que ainda não ganhamos. Jamais devemos gastar mais do que ganhamos.
Precisamos evitar o desperdício de água, luz, comida. Por que muitos não se importam com isso? Porque não sabem quanto realmente custa para quem paga. Conhece uma jovem que demora 30 minutos no chuveiro e uma hora no espelho? É um erro chamado desperdício, desperdício de tempo e dinheiro; é desleixo na economia.

5º ERRO: – FALTA DE PREVISÃO.
Este erro está relacionado com o anterior. Quando nós gastamos tudo e desperdiçamos as coisas, nós não estamos prevendo um tempo de crise. E foi justamente isso que aconteceu com o Filho Pródigo. “Houve um tempo de fome naquela terra”.
Ele não pensava que tudo podia acabar um dia. Ele não podia imaginar o colapso financeiro, o fracasso econômico, ele não pôde prever a possibilidade da fome e da miséria, e cometeu o erro de não fazer provisão por falta de previsão. E veio a fome e ele foi passar fome também com os miseráveis.
Muitos há que levam uma existência descuidada, uma existência imprudente, despreocupada. Muitos há que comem hoje o que vão ganhar amanhã. Isto significa imprevidência.
Disse Salomão, em sua sabedoria: “Vai ter com a formiga, e sê sábio.” A formiga ensina uma grande lição de previdência. A formiga faz toda a sua provisão no verão para enfrentar as dificuldades do inverno (Pov.6:6-8).
Você pensa no seu futuro? Você pode ter uma poupança, uma reserva para o futuro. Não devemos gastar tudo o que temos, na medida do possível. Temos que ter previsão do futuro para não sermos desapontados. Temos que prever o que poderia nos acontecer em um certo tempo futuro. Temos que aprender a prever o imprevisível.

6º ERRO: – FALTA DE PREPARO
Num tempo de crise, o Filho Pródigo foi procurar emprego; mas que pena, ele não tinha o devido preparo, ele não estava preparado para trabalhar: ele era do campo; que preparo ele possuía para trabalhar na cidade? Como não tinha o devido preparo, ele teve de ir cuidar de porcos.
Com efeito, quando há um tempo de crise, quando vivemos num tempo de globalização, se queremos uma boa classificação na vida, se queremos um bom emprego para sustentar a família ainda não formada, precisamos estar muito bem preparados. Especialmente os jovens de hoje precisam se preparar de todos os modos, e no maior número de especialidades possíveis, conhecendo o maior número de ciências, aproveitando bem o seu tempo para estudar e se preparar.
Vivemos em um mundo de competidores. Não há tempo a perder com futilidades, como muitos jovens fazem, e se lamentam depois que não puderam se classificar nos exames de um vestibular, por exemplo.
É preciso aproveitar o tempo, lendo, estudando, trabalhando para adquirir experiência nas profissões, é preciso se esmerar nas coisas da vida, se aperfeiçoar para o futuro. É preciso conhecer bem o seu próprio idioma; é preciso também dominar pelo menos uma outra língua estrangeira. Se alguém dominar bem o Inglês, adicionado a um bom conhecimento de Informática, já é um grande ponto de referência, e certamente, há de se destacar como alguém de muita utilidade.
Não devemos cometer o mesmo erro do Filho Pródigo: ele foi procurar emprego sem preparo e se decepcionou. Ele não se preparou para a vida. E quanto a você? Está se preparando para a sua vida espiritual? Ou está repetindo o erro do Pródigo?

7º ERRO: – CONFIAR NAS PESSOAS ERRADAS
O Filho Pródigo confiou em pessoas erradas, ele pensou que os seus amigos de farra haveriam de sustentá-lo agora em sua miséria; mas, de fato, o que diz o texto? “Ninguém lhe dava nada”.
Ele foi bater à porta dos seus amigos, aqueles mesmos que usufruíram da sua fortuna, mas ele saiu decepcionado com todos eles porque ninguém o recebeu em sua casa, ninguém podia ajudá-lo.
Os seus amigos desapareceram, se demonstraram completamente ingratos. E ele se encontrava na miséria. Ninguém pode satisfazer as nossas necessidades, cabalmente. Os nossos amigos também têm o seu fardo. Cada pessoa tem as suas necessidades próprias, e são responsáveis pelos seus queridos mais próximos, a quem têm o dever de sustentar.
Somente o nosso Pai celestial pode nos amparar. Ele é o nosso Deus que nos sustenta todos os dias, dando-nos tudo o de que necessitamos para viver. Ele sustenta a nossa vida física, mental e espiritual.
Nada pode satisfazer às necessidades de nossa alma: o dinheiro, a fama, o prestígio. Ninguém pode: os amigos, os parentes e muito menos os estranhos – eles vão nos decepcionar. Somente Deus pode suprir cada falta, Ele pode nos valer sempre.
Não vamos cometer esse erro do Filho Pródigo. Nem todos são amigos verdadeiros. Infelizmente, nem todos são confiáveis. Muitos são péssimas companhias, que tentam nos levar para um caminho perigoso.

E poucos dias depois, o filho mais novo; ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente.
Podemos supor que ele vendeu as terras para alguém estranho à família, e tomando sua parte em espécie partiu. Ainda hoje vemos nossos jovens partindo para terras cada vez mais distantes numa valorização da “cultura alheia”. Importante notar que o Pai neste momento não profere nenhuma censura. Fica calado. Ele permite (assim como Deus) que o ser humano faça o que quer. Este respeito ao “direito de pecar”, é o respeito ao fato de que Deus criou o homem livre e para a liberdade, inclusive para a liberdade de pecar. O pai permitiu ao filho mais moço que ele escolhesse seu caminho, procedendo de acordo com seus desejos.
Desperdiçou é justamente o oposto de “ajuntando tudo”. É nisto que consiste o pecado. Gastar os bens criados por Deus Pai, e a nós emprestados. Alguns destes bens: Saúde, Vigor Físico, Coisas Materiais, Tempo, Saúde Mental. No pecado, o filho de Deus, não atenta para a questão da mordomia. Este afastamento para uma terra distante é uma fuga da disciplina do Pai.

E havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
Esta descrição breve retrata que o filho se viu pobre, desnudo e despido de suas posses. Na terra em que ele achava que teria plena liberdade, ele se viu de repente presa das circunstâncias mais adversas. Este padecer necessidades é uma demonstração de sua condição de extrema inferioridade em relação aos habitantes naturais daquele país. Uma condição pior do que o natural da terra. Numa comparação com o mundo moderno vemos que não mudou muito. Os filhos saem do lar e na esperança de uma pseudoliberdade, vivem uma vida dissoluta. Ainda assim ocorre com aqueles que muitas vezes abandonam a igreja para a vida no mundo. Esta crença de uma liberdade irrestrita fora da vida familiar e congregacional não passam de uma armadilha, o mais é engano.

E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus para apascentar porcos.
Em conformidade com a lei judaica, os porcos eram animais imundos. Os porcos não podiam ser comidos ou usados em sacrifícios, portanto para um judeu, tratar dos porcos representava a suprema humilhação. Tal fato pode ser conferido em Levítico 11: 2-8: 2. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Estes são os animais, que comereis dentre todos os animais que há sobre a terra; 3. Dentre os animais, todo o que tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, e rumina, deles comereis.
4. Destes, porém, não comereis; dos que ruminam ou dos que têm unhas fendidas; o camelo, que rumina, mas não tem unhas fendidas; esse vos será imundo; 5. E o coelho, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; esse vos será imundo; 6. E a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas fendidas; essa vos será imunda.
7. Também o porco, porque tem unhas fendidas, e a fenda das unhas se divide em duas, mas não rumina; este vos será imundo.
8. Das suas carnes não comereis, nem tocareis nos seus cadáveres; estes vos serão imundos. Levítico 11:2-8
e Deuteronômio 14:8 8 Nem o porco, porque tem unha fendida, mas não rumina; imundo vos será; não comereis da carne destes, e não tocareis nos seus cadáveres.

Desejar comer a comida dos porcos significava que ele estava numa condição muito além da degradação humana. Ou numa linguagem econômica moderna, ele estava muito abaixo da linha da pobreza. Vemos o naufrágio do filho mais moço e sua submersão nas águas escuras da perdição. Longe dos seus, desamparado pelos amigos que só se interessavam pela fortuna.
Humilhado.... Humilhado.... Humilhado...
Assim nos deixa o pecado. Jogado na lama do chiqueiro dos porcos. Representado hoje pelas sarjetas da bebida, do jogo e das drogas e das prostituições.

E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada.
Já ouvi muitas pregações dizendo que ele comia a comida dos porcos. Mas vemos que nem isto sobrava para ele. Ou seja, ninguém lhe dava nada. O porco assumiu muito mais importância do que o homem. Mas é este o trabalho do diabo: Roubar, Matar e Destruir. O mais humilhante trabalho que poderia existir para um judeu não lhe garantiu sequer a sua subsistência. Algumas versões trazem que as comidas dos porcos eram “vagens de alfarrobarias”.

E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
Vemos aqui a contrição pela saída inoportuna de sua casa. A sua mente analisa a diferença entre a miséria e a abundância da casa paterna. Vemos ainda hoje está latente diferença entre a vida na congregação junto aos irmãos, ao pé dos pastores e a vida nas noitadas de bebidas e destruição familiar. A recordação de um pai que era bom para os filhos e para seus empregados. “As grandes dores as tragédias são frequentemente necessárias para fazer as pessoas olharem para o único que pode ajudá-las: Jesus.”
Será que você neste momento está agindo assim? De acordo somente com suas vontades, de forma egoísta. Saiba que isto trará para você e para as suas muitas dores. O ideal é parar antes que o fundo do abismo nos toque.
“Caindo em si”, significa que antes, ele estava tomado pela loucura do pecado. É isto que é o pecado: Loucura. A volta acontece pela confiança que ele tem depositada no Pai e pelo amor próprio.

Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores.
A recordação de que os empregados de seu pai tinham abundância e a saudade do tratamento que recebia fala fundo em seu coração. “Planeja antepor à solicitação prevista uma confissão de sua culpa.”

E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se lhe ao pescoço, e o beijou.

Estamos diante de uma demonstração inequívoca da GRAÇA DE DEUS.  O pai esperava a volta do filho pródigo, não saiu para procurá-lo pois sabia que estava lidando com um ser humano dotado de vontade e liberdade. Ainda assim ocorre com os crentes desviados, esperamos pelas suas voltas, pois sabem que há um caminho. Diferente das ovelhas perdidas ou das dracmas (Dracma é o nome de uma antiga unidade monetária usada em muitas cidades da Grécia, na Antiguidade, e também em alguns reinos do Oriente Médio, no período helenístico.) que hão que ser procuradas. Mas o filho quando volta para seu pai, é recebido de forma alegre. Esta constância e paciência no amor de deus é que faz com que Ele nos dê as boas-vindas ao retornarmos para o lar.  Assim como o pai age nesta história, Deus age em nossas vidas. Deus não nos força a respondê-lo ou a buscá-lo, mas quando o fazemos, Ele nos recebe de braços abertos. O fato de que o pai o viu ao longe, é uma demonstração de quantas vezes aquele pai, teve seu olhar perdido no horizonte, na esperança de que o filho apontasse na estrada. Uma demonstração de que o amor do pai não foi extinto pelo tempo e pela ausência da separação. A íntima compaixão que mostra o pai mostra que o estado deplorável do filho, longe de deixar asco, deixou mais motivação para que o pai o recebesse. É por isto que não entendemos quantas mães e pais enfrentam horas de humilhação para visitar os filhos nos presídios. A restituição do relacionamento ocorre sem cobranças por parte do pai. É como se o filho mais moço nunca o tivesse decepcionado. O maravilhoso disto tudo é que o pai toma a iniciativa de abraçar o filho. Nada de críticas, de repreensões, mas apenas o amor demonstrado no abraço silencioso.
Divulgador da Palavra

E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos cervos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés. 
Descalço, maltrapilho e sem reconhecimento é assim que voltamos do mundo para a casa do Pai. Em troca de nossos trapos, recebemos roupas melhores. Os pés imundos são lavados e calçados com sandálias. E o bezerro cevado, foi a morte de Cristo.  Esta foi a oferta pela propiciação de nossos pecados. O pai que ficou calado o tempo todo, agora abre a boca. Não para falara um “Está perdoado”. Mas, sim, para dar ordens imperativas aos servos para que coloquem o filho arrependido na melhor posição da casa. Assim devem ser as ações de perdão em nossas vidas. Perdão não pode ser mostrado por palavras vazias e sem sentido, mas por ações que efetivamente demonstrem o ato do perdão. E perdão não é Dom; é ordenança.
As sandálias são um privilégio do homem livre. O escravo devia andar descalço. “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. ” (Gálatas 5:1)
O anel era símbolo de autoridade para o judeu.

E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos,
Todos devem alegrar-se com a volta do filho que estava perdido. Inclusive os cervos da casa. Assim nós devemos participar da alegria de nosso pai. Assim ocorre com os anjos no céu. Alegram-se quando um pecador se arrepende. Fazem festa de júbilo para com aquela alma que estava perdida e salvou-se. Esta festa representa a comunhão.

Porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se.
Não importa a maneira como os pecadores se perdem. Deus está de prontidão eterna esperando o momento em que seus filhos resolvem voltar para o lar. Dentro da Bíblia Cristã, o conceito de morte e vida, faz alusão à questão do pecado e da conversão. O pecado representa a separação do pai. A conversão representa a aceitação de que somos dependentes de Deus para termos a salvação por meio de seu filho. Pecado é morte. Conversão é vida.
II – E QUAIS SERIAM OS ACERTOS DO PRÓDIGO?
Ele não cometeu apenas os seus 7 erros que muitas vezes nós também estamos cometendo. Ele também teve acertos, ele teve corretas atitudes que devem ser imitadas por todos.

1º ACERTO: – HUMILDADE
O Filho Pródigo reconheceu as suas faltas, os seus erros e pecados – não acusou a ninguém; apenas disse: “Eu pequei, eu errei, eu fui ingrato…” “Eu pequei contra o Céu e diante de ti. Não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados!”
Disse Jesus: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos Céus” (Mat. 5:3). Esta foi a primeira bem-aventurança de Cristo no Seu famoso sermão. Só assim podemos ser felizes. O orgulho nos rouba a felicidade desta vida e da salvação eterna.
A humildade é indispensável entre os filhos para com os pais.
A humildade é indispensável para quem quer um bom relacionamento com os seus pais.
A humildade é indispensável para quem deseja ser perdoado por Deus pela sua vida de filho pródigo que tem levado. Humildade será necessária para todos os que desejam a salvação, porque ela implica em um sincero reconhecimento do pecado.
Temos que ser humildes para com as pessoas, mas não devemos nos humilhar diante de ninguém, porque somos todos iguais. Não devemos temer a face do homem. Mas, quando o assunto é a nossa salvação, temos que ser humildes e nos humilhar muito diante de Deus e dizer à semelhança do Filho Pródigo: “Pai, pequei contra o Céu e perante Ti. Já não sou digno de ser chamado Teu filho! Faze-me como um dos Teus criados!”

2º ACERTO: – ARREPENDIMENTO
Ele “caiu em si”. Ele abandonou os erros do passado e voltou para o seu lar. É assim que todos temos que fazer: praticar um verdadeiro arrependimento. Não só por hoje, mas por todos os dias de nossa vida, de tal modo que vamos aprofundando o nosso arrependimento. Temos que “cair em nós” e reconhecer a profundidade de nosso pecado, em não só praticar um certos erros, mas por ter ofendido a nosso Pai celestial.
Arrependimento significa tristeza pelo pecado e afastamento do mesmo. O Filho Pródigo se arrependeu verdadeiramente. Ele sentiu verdadeira e profunda tristeza pelo mal feito.
Como é o seu arrependimento? É genuíno? Verdadeiro? Ou é fingido, hipócrita? Você se arrepende hoje para cometer o mesmo pecado no dia seguinte? Então você ainda não se arrependeu! Então você ainda precisa se achegar mais perto de Deus, a fim de saber o que significa a transformação que vem quando nós nos entregamos inteiramente a Ele.

3º ACERTO: – CONFIANÇA
O Filho Pródigo sabia que podia confiar no seu pai. Ele sabia que seria recebido de volta. Ele confiava no amor do seu pai. Ninguém podia convencê-lo do contrário. Por isso, ele voltou ao pai.
Nós também podemos confiar em nosso Pai celestial. Ele é totalmente digno de nossa confiança. Ele nunca nos desaponta. Nunca devemos ficar decepcionados com esse pai amoroso que sempre está disposto a nos estender os Seus braços de amor.
Quando a nossa segurança acaba, quando não temos amigos, quando a nossa vida está na miséria, podemos confiar e saber que Deus, nosso Pai, pode nos atender.
Podemos confiar sempre em nosso Pai celestial. Ele nunca falha. Ele sempre ama. Ele sempre está pronto a perdoar. Se formos a Ele com fé e confiança, Ele virá até nós com a Sua paz, muita paz. Ele virá com a segura promessa da vida eterna.

E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouvia a música e as danças. E chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo o pai, instava com ele.
Cristo está falando diretamente aos fariseus que julgam ser melhores do que outros. Mas fala diretamente às igrejas do mundo moderno e de seus membros que não gostam de receber pecadores em seus interiores. Estas igrejas da Teologia da prosperidade não querem nada mais que as lãs de suas ovelhas. Não se preocupam e não se alegram com a salvação das almas.

Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos.
O que vemos na atitude do filho mais velho, é o que presenciamos até hoje. O “Escândalo da Graça” causa perplexidade até hoje no mundo. O homem natural não aceita o fato de que o pecador tem a sua impureza remida sem que para isto precise oferecer sacrifícios, penitências e novenas. O homem natural não entende o AMOR DO PAI que deu seu filho unigênito para morrer e apesar de toda nossa vida dissoluta nos aceita e nos veste com trajes de festa. A representação do filho mais velho é para ilustrar os judeus, que de forma meticulosa guardavam os princípios legais, mas nem de longe compreendiam o princípio da Graça Divina.

Vindo, porém, este teu filho que desperdiçou a tua fazenda com meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
As palavras do filho mais velho demonstram que ele estava tão perdido quanto o filho mais novo. “As pessoas que se arrependem depois de viver notoriamente no pecado atraem suspeitas; há igrejas que se mostram pouco dispostas a admiti-las como membros. ” (BAP, 1386)
É muito difícil para o filho mais velho aceitar o irmão que viveu de forma dissoluta e desregrada, mesmo tendo se arrependido. Inúmeras vezes, Cristãos mais velhos agem (motivado pelo ciúme) como o irmão mais velho. Na verdade, deveriam agir como o Pai que abriu os braços para recebê-lo.
A nossa atitude deve ser semelhante como a dos anjos no céu. Há regozijo quando um pecador se arrepende e volta para Deus.

E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas.
Não percebemos por várias vezes que as bênçãos do Pai são nossas. E o que vemos muitas vezes é o que se chama de “correr atrás da benção”.
O perdão do pai está ligado ao fato de que ele é Amor. Já o filho mais velho representa o ressentimento. Mas nada há que não possa ser refeito.
A inveja e o orgulho é que nos impedem de usufruirmos das coisas que Deus nos dá e não as bênçãos que estão ao nosso alcance.
Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.
O pai sabiamente lembra que o que retornou ao seio da família foi o irmão que saiu. Embora magoado e machucado ambos têm sua gênese no mesmo pai e muito provavelmente tenham se alimentado do mesmo leite materno.
O ser que está morto é uma analogia com aquele ser que perdeu o contato com Deus. Ao perder o contato com Deus, deixamos de participar da vida ressurreta em Cristo Jesus. “nem ofereçais cada um dos membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça.” (Romanos 6:13)
E ainda: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados. ” (Efésios 2;1)

CONCLUSÃO
Façamos uma introspecção em nossa vida.
Estamos cometendo os mesmos erros do Filho Pródigo?
Estamos cometendo outros erros, igualmente graves?
Estamos dispostos a abandoná-los?

O Filho que Nunca Saiu de Casa
Gostamos muito de finais felizes! Talvez seja por isso que a parábola do filho pródigo apela tanta a nós. O filho mais novo seguiu um caminho destrutivo, mas "caiu em si" (Lucas 15:17). Seu arrependimento e sua confissão humilde ao seu pai são intensamente comoventes. A compaixão do pai e a sua disposição para perdoar o filho pródigo não é menos emocionante; evoca fortes emoções em todos nós que percebemos nossa própria necessidade pela divina graça.
A parábola do filho pródigo é a última de três parábolas que Jesus contou em Lucas 15 sobre coisas ou pessoas perdidas. O pastor regozija-se quando encontra sua ovelha perdida (15:4-7), a mulher regozija-se quando ela encontra sua moeda perdida (15:8-10) e o pai regozija-se quando seu filho perdido volta para casa. Para ter certeza, há uma progressão nas parábolas, mas regozijar ao “achar” algo é o tema que liga estas três lições.
Aprendemos desde o começo do capítulo que os coletores de impostos e pecadores estavam ansiosos em ouvir o que Jesus tinha a dizer. Os fariseus e escribas, no entanto, ficaram escandalizados com o contato de Jesus com tais pessoas (15:2) e reclamaram. As parábolas de Lucas 15 foram faladas a estes elitistas religiosos e em resposta à sua atitude pecaminosa com os outros.
Não quero parecer presunçoso, mas pode ser que colocamos nome errado nesta parábola. Enfatizamos as circunstâncias do pródigo na parábola e com certeza é verdade que lições importantes sobre o pecado, arrependimento e perdão podem ser vistas com detalhes na história em volta das suas ações. No entanto, também fica claro que o filho mais velho na parábola representa os fariseus e escribas aos quais Jesus estava contando a história. Jesus queria que vissem o contraste entre as atitudes do pai e do filho mais velho.
Apesar de o pai ficar cheio de alegria em receber seu filho arrependido de volta, o filho mais velho ficou com ciúmes e se mostrou arrogante. Ele vangloriou-se da sua obediência (ele disse que jamais transgrediu uma ordem do pai – 15:29) e estava com ciúmes da atenção e bênçãos que o filho mais novo estava recebendo ("... e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me como os meus amigos; ... porém … tu mandaste matar para ele o novilho cevado" – 15:29-30). Ele se recusou a entrar na casa onde o regozijo pela volta do seu irmão pródigo estava acontecendo.
O filho mais velho pode nunca ter saído de casa, mas sua atitude era pecaminosa. Ele não conseguiu se regozijar com a volta do seu irmão. A resposta do seu pai carrega uma repreensão implícita – sua falta de compaixão ou preocupação com o perdido e seus ciúmes eram erradas (vs. 32). É bastante fácil enxergar a falha do filho pródigo; afinal, ele saiu de casa! O filho mais velho, no entanto, é uma lembrança de que as pessoas podem esconder atrás da aparência externa de fidelidade e, no entanto, estarem "perdidas" para o Pai ao mesmo tempo.

Bibliografia
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. (2003). São Paulo.
Brasil, S. B. (2008). Bíblia Shedd. São Paulo: Vida Nova.
CPAD. (2011). Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro/RJ: CPAD.
Fritz, R. (2005). Evangelho de Lucas (Comentário Esperança). Curitiba/PR: Editora Evangélica Esperança.





https://setimodia.files.wordpress.com/2011/05/a-parc3a1bola-do-filho-prc3b3digo.jpg?w=184&h=155Lucas 15:11-24: “Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele comer o que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.”
Hoje quero apresentar os 7 Erros do Filho Pródigo. A parábola é muito conhecida, mas penso que ainda temos algumas lições a aprender aqui. O Filho Pródigo era um moço de pouca experiência na vida, e se dirigiu a seu pai pedindo a sua parte na herança, porque ele queria logo desfrutá-la e viajar para muito longe, distante da casa do seu pai e se livrar das suas regras, e viver a vida do modo mais feliz que ele pensava. Viveu no conforto, no luxo e nos prazeres que esta vida mundana pode oferecer. Mas veio a sua miséria. Por quê? O que aconteceu com o seu plano? Ele parecia tão bem feito! Em que foi que ele errou?
Vamos notar nesta estória que ele cometeu 7 erros, 7 equívocos que nós jamais devemos cometer.
I – OS 7 ERROS DO FILHO PRÓDIGO
1º ERRO: – O DINHEIRO É A FONTE DA FELICIDADE
O Filho Pródigo se enganou e cometeu este erro tão grande, imaginando que a sua felicidade estaria garantida se ele conseguisse a fortuna da herança do seu pai. Ele pensava que o dinheiro é a fonte da felicidade. Mas ele se tornou infeliz apesar de ter tanto dinheiro.
O dinheiro pode ajudar em muitas coisas, pode nos dar muito conforto, mas não pode nos dar felicidade. Há muitas pessoas ricas que não são felizes, porque o dinheiro não lhes dá uma vida feliz.
Uma famosa artista de Hollywood, conhecida em todo o mundo, testificou depois de alguns anos de carreira: “Tenho fama, tenho beleza, tenho muito dinheiro – mas me sinto a mais infeliz de todas as criaturas infelizes da terra.”
Eugênio McDonald era um jovem multimilionário: ele tinha uma casa riquíssima na praia, tinha um iate, uma coleção de armas raríssima – além de uma fortuna em dólares. “Eu não tenho alegria, não tenho amigos – os meus amigos me procuram para desfrutar do meu dinheiro. Se eu não tivesse dinheiro não teria amigos. Sou infeliz apesar de tudo quanto tenho. Não há nenhum só dia, em que não me encontro com lágrimas. De dia anseio pela noite; à noite anseio pelo dia. Não sou feliz e não encontro satisfação”. Num desses dias vazios, Eugênio McDonald, foi a sua sala onde guardava a sua coleção de armas, pegou um revólver e deu um tiro na cabeça, e suicidou-se, acabando com sua vida.
O dinheiro pode comprar muitas coisas boas, mas não compra a felicidade.
Um ateniense chamado Crates, possuidor de uma grande fortuna, lançou todo o seu ouro ao mar, dizendo: “Antes que me ponhas a perder, eu te destruo!” Foi um outro extremo. O dinheiro é um mau senhor, mas é um bom servo.
Mas não devemos nos iludir, porque o dinheiro não pode fazer milagres, e não pode nos trazer a felicidade, porque a felicidade não se encontra em uma fonte tão ilusória quanto é o dinheiro. O dinheiro é uma fonte parca, que nós podemos ter um dia e no outro dia perdemos tudo.
2º ERRO: – DESONRA AO SEU PAI
O Filho Pródigo cometeu o segundo erro: Ele foi lá com o seu pai e pediu a parte da sua herança: “Dá-me a parte que me cabe da herança”.
Isso é uma grande falta de consideração e respeito para com o seu pai. Uma herança só podia ser dada após a morte do pai. Ele ainda não tinha esse direito. Portanto, Ele desafiou a autoridade do seu pai, usurpando-lhe um dinheiro que ainda não lhe pertencia.
O 5º mandamento diz: “Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. Mas ele passou por alto estas palavras e desonrou ao seu pai, que ficou muito chocado e triste, completamente decepcionado com esta atitude do filho.
Há muitos filhos que estão desonrando os pais em suas atitudes. Eles desobedecem aos pais, eles ridicularizam os pais, chamando-os de quadrados e outras coisas mais, eles traem a sua confiança, eles são ingratos, não reconhecendo todo o sacrifício que os pais fazem por eles. Muitos deles estão desejando a morte dos pais, a fim de ganhar o seu dinheiro. Este é um grave erro que traz as suas conseqüências, mais cedo ou mais tarde.
E Deus não pode passar por alto essa desonra e desrespeito. Todo o mal feito dos filhos para com os pais é fielmente registrado no livro do Céu.
Como você está tratando os seus pais?

3º: – ERRO DE PRIORIDADE
“Vivendo dissolutamente”, diz o texto. O Filho Pródigo buscou os prazeres como a prioridade de sua vida. Não sabia que a vida não consiste na abundância de prazeres pecaminosos. Que os prazeres do pecado são decepcionantes, porque são efêmeros, passageiros e fugidiços. A satisfação egoísta dominava a sua vida, mas os prazeres da carne não satisfazem à alma.
O Filho Pródigo cometeu um erro de prioridade, e este erro é fatal. Quando nós deixamos o que é importante de lado, nós cometemos o mesmo erro.
O nosso Senhor Jesus Cristo disse: “Buscai em 1º lugar o reino de Deus e a Sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”. A maior prioridade é buscar a Deus e as coisas do Seu reino, as coisas espirituais, mas muitos estão deixando as coisas mais importantes para o último lugar, e estão perdendo o melhor da vida.
Um pastor se dirigiu a um jovem e lhe perguntou:
– Jovem, o que você vai fazer na vida? Qual o seu alvo?
– Eu vou estudar Engenharia.
– E depois?
– Eu vou me formar.
– E depois?
– Eu serei um engenheiro.
– E depois?
– Eu vou trabalhar.
– E depois?
– Eu farei grandes construções.
– E depois?
– Eu vou casar e ter filhos.
– E depois?
– Vou criar e educar os filhos e mais tarde, terei netos.
– Sim, e depois?
– Bem, eu vou envelhecer e me aposentar.
– E depois?
– Bem, um dia eu vou morrer, é claro.
– Sim, mas e depois?
– Bom, aí eu não sei mais.
– Então, disse o pastor, volte para casa e reveja suas prioridades.
Há muitas coisas tomando o lugar do culto familiar, da leitura da Bíblia, da prática da oração, da assistência aos cultos, do trabalho missionário. Quais são as suas prioridades? Você deixa as coisas de Deus por último lugar? Há alguma coisa tomando o lugar que pertence a Deus? Então, reveja as suas prioridades.

4º ERRO: DESPERDÍCIO
O Filho Pródigo dissipou todos os seus bens; ele consumiu tudo. Ele cometeu o erro da extravagância, e desperdiçou tudo o que tinha. Mas quando Cristo alimentou uma grande multidão com 5 pães e 2 peixes, Ele ordenou que se ajuntassem os restos que sobejaram, dando com isso uma grande lição contra o desperdício, dando uma oportunidade para outros aproveitarem aqueles alimentos.
Vivemos numa sociedade de consumistas. As pessoas são acostumadas a consumir, mesmo sem necessidade. Eles têm um vício, uma compulsão de gastar e sempre estão gastando. O comércio estimula a isso. E quanto mais você comprar e gastar e consumir, dizem, mais pessoas vão trabalhar, e isso vai gerar mais emprego.
Muitos gastam o seu dinheiro em coisas fúteis, e se esquecem de que o dinheiro não deve ser desperdiçado porque representa muito sacrifício da própria vida. Há outros que não cuidam do que tem, e isso também se chama desperdício. Há pessoas que, por exemplo, não cuidam dos móveis de sua casa e têm que trocá-los em pouco tempo. Isso requer um tremendo gasto que poderia ser evitado. Seja lá o que for, você deve saber por onde está gastando em supérfluos.
Muitos gastam o seu tempo precioso em coisas sem importância, e se esquecem de que nós daremos conta do nosso tempo a Deus. Estão esbanjando o seu precioso tempo de graça, desperdiçando hoje um tempo que lhes faltará amanhã.
Outros ainda gastam a suas forças. Alguém disse que muitos são tolos porque gastam a metade de sua vida ajuntando dinheiro; a outra metade, eles gastam para recuperar a saúde que eles estragaram ajuntando dinheiro. Quanto desperdício de energia vital para coisas inúteis!
Muitos repetem o mesmo erro do Filho Pródigo: Eles gastam tudo o que têm. Outros gastam o que ainda não tem, empregando o salário de dezembro no mês de outubro. Um dos princípios da boa economia é nunca usar o dinheiro que ainda não ganhamos. Jamais devemos gastar mais do que ganhamos.
Precisamos evitar o desperdício de água, luz, comida. Por que muitos não se importam com isso? Porque não sabem quanto realmente custa para quem paga. Conhece uma jovem que demora 30 minutos no chuveiro e uma hora no espelho? É um erro chamado desperdício, desperdício de tempo e dinheiro; é desleixo na economia.

5º ERRO: – FALTA DE PREVISÃO.
Este erro está relacionado com o anterior. Quando nós gastamos tudo e desperdiçamos as coisas, nós não estamos prevendo um tempo de crise. E foi justamente isso que aconteceu com o Filho Pródigo. “Houve um tempo de fome naquela terra”.
Ele não pensava que tudo podia acabar um dia. Ele não podia imaginar o colapso financeiro, o fracasso econômico, ele não pôde prever a possibilidade da fome e da miséria, e cometeu o erro de não fazer provisão por falta de previsão. E veio a fome e ele foi passar fome também com os miseráveis.
Muitos há que levam uma existência descuidada, uma existência imprudente, despreocupada. Muitos há que comem hoje o que vão ganhar amanhã. Isto significa imprevidência.
Disse Salomão, em sua sabedoria: “Vai ter com a formiga, e sê sábio.” A formiga ensina uma grande lição de previdência. A formiga faz toda a sua provisão no verão para enfrentar as dificuldades do inverno (Pov.6:6-8).
Você pensa no seu futuro? Você pode ter uma poupança, uma reserva para o futuro. Não devemos gastar tudo o que temos, na medida do possível. Temos que ter previsão do futuro para não sermos desapontados. Temos que prever o que poderia nos acontecer em um certo tempo futuro. Temos que aprender a prever o imprevisível.

6º ERRO: – FALTA DE PREPARO
Num tempo de crise, o Filho Pródigo foi procurar emprego; mas que pena, ele não tinha o devido preparo, ele não estava preparado para trabalhar: ele era do campo; que preparo ele possuía para trabalhar na cidade? Como não tinha o devido preparo, ele teve de ir cuidar de porcos.
Com efeito, quando há um tempo de crise, quando vivemos num tempo de globalização, se queremos uma boa classificação na vida, se queremos um bom emprego para sustentar a família ainda não formada, precisamos estar muito bem preparados. Especialmente os jovens de hoje precisam se preparar de todos os modos, e no maior número de especialidades possíveis, conhecendo o maior número de ciências, aproveitando bem o seu tempo para estudar e se preparar.
Vivemos em um mundo de competidores. Não há tempo a perder com futilidades, como muitos jovens fazem, e se lamentam depois que não puderam se classificar nos exames de um vestibular, por exemplo.
É preciso aproveitar o tempo, lendo, estudando, trabalhando para adquirir experiência nas profissões, é preciso se esmerar nas coisas da vida, se aperfeiçoar para o futuro. É preciso conhecer bem o seu próprio idioma; é preciso também dominar pelo menos uma outra língua estrangeira. Se alguém dominar bem o Inglês, adicionado a um bom conhecimento de Informática, já é um grande ponto de referência, e certamente, há de se destacar como alguém de muita utilidade.
Não devemos cometer o mesmo erro do Filho Pródigo: ele foi procurar emprego sem preparo e se decepcionou. Ele não se preparou para a vida. E quanto a você? Está se preparando para a sua vida espiritual? Ou está repetindo o erro do Pródigo?

7º ERRO: – CONFIAR NAS PESSOAS ERRADAS
O Filho Pródigo confiou em pessoas erradas, ele pensou que os seus amigos de farra haveriam de sustentá-lo agora em sua miséria; mas, de fato, o que diz o texto? “Ninguém lhe dava nada”.
Ele foi bater à porta dos seus amigos, aqueles mesmos que usufruíram da sua fortuna, mas ele saiu decepcionado com todos eles porque ninguém o recebeu em sua casa, ninguém podia ajudá-lo.
Os seus amigos desapareceram, se demonstraram completamente ingratos. E ele se encontrava na miséria. Ninguém pode satisfazer as nossas necessidades, cabalmente. Os nossos amigos também têm o seu fardo. Cada pessoa tem as suas necessidades próprias, e são responsáveis pelos seus queridos mais próximos, a quem têm o dever de sustentar.
Somente o nosso Pai celestial pode nos amparar. Ele é o nosso Deus que nos sustenta todos os dias, dando-nos tudo o de que necessitamos para viver. Ele sustenta a nossa vida física, mental e espiritual.
Nada pode satisfazer às necessidades de nossa alma: o dinheiro, a fama, o prestígio. Ninguém pode: os amigos, os parentes e muito menos os estranhos – eles vão nos decepcionar. Somente Deus pode suprir cada falta, Ele pode nos valer sempre.
Não vamos cometer esse erro do Filho Pródigo. Nem todos são amigos verdadeiros. Infelizmente, nem todos são confiáveis. Muitos são péssimas companhias, que tentam nos levar para um caminho perigoso.

II – E QUAIS SERIAM OS ACERTOS DO PRÓDIGO?
Ele não cometeu apenas os seus 7 erros que muitas vezes nós também estamos cometendo. Ele também teve acertos, ele teve corretas atitudes que devem ser imitadas por todos.

1º ACERTO: – HUMILDADE
O Filho Pródigo reconheceu as suas faltas, os seus erros e pecados – não acusou a ninguém; apenas disse: “Eu pequei, eu errei, eu fui ingrato…” “Eu pequei contra o Céu e diante de ti. Não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus empregados!”
Disse Jesus: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos Céus” (Mat. 5:3). Esta foi a primeira bem-aventurança de Cristo no Seu famoso sermão. Só assim podemos ser felizes. O orgulho nos rouba a felicidade desta vida e da salvação eterna.
A humildade é indispensável entre os filhos para com os pais.
A humildade é indispensável para quem quer um bom relacionamento com os seus pais.
A humildade é indispensável para quem deseja ser perdoado por Deus pela sua vida de filho pródigo que tem levado. Humildade será necessária para todos os que desejam a salvação, porque ela implica em um sincero reconhecimento do pecado.
Temos que ser humildes para com as pessoas, mas não devemos nos humilhar diante de ninguém, porque somos todos iguais. Não devemos temer a face do homem. Mas, quando o assunto é a nossa salvação, temos que ser humildes e nos humilhar muito diante de Deus e dizer à semelhança do Filho Pródigo: “Pai, pequei contra o Céu e perante Ti. Já não sou digno de ser chamado Teu filho! Faze-me como um dos Teus criados!”

2º ACERTO: – ARREPENDIMENTO
Ele “caiu em si”. Ele abandonou os erros do passado e voltou para o seu lar. É assim que todos temos que fazer: praticar um verdadeiro arrependimento. Não só por hoje, mas por todos os dias de nossa vida, de tal modo que vamos aprofundando o nosso arrependimento. Temos que “cair em nós” e reconhecer a profundidade de nosso pecado, em não só praticar um certos erros, mas por ter ofendido a nosso Pai celestial.
Arrependimento significa tristeza pelo pecado e afastamento do mesmo. O Filho Pródigo se arrependeu verdadeiramente. Ele sentiu verdadeira e profunda tristeza pelo mal feito.
Como é o seu arrependimento? É genuíno? Verdadeiro? Ou é fingido, hipócrita? Você se arrepende hoje para cometer o mesmo pecado no dia seguinte? Então você ainda não se arrependeu! Então você ainda precisa se achegar mais perto de Deus, a fim de saber o que significa a transformação que vem quando nós nos entregamos inteiramente a Ele.

3º ACERTO: – CONFIANÇA
O Filho Pródigo sabia que podia confiar no seu pai. Ele sabia que seria recebido de volta. Ele confiava no amor do seu pai. Ninguém podia convencê-lo do contrário. Por isso, ele voltou ao pai.
Nós também podemos confiar em nosso Pai celestial. Ele é totalmente digno de nossa confiança. Ele nunca nos desaponta. Nunca devemos ficar decepcionados com esse pai amoroso que sempre está disposto a nos estender os Seus braços de amor.
Quando a nossa segurança acaba, quando não temos amigos, quando a nossa vida está na miséria, podemos confiar e saber que Deus, nosso Pai, pode nos atender.
Podemos confiar sempre em nosso Pai celestial. Ele nunca falha. Ele sempre ama. Ele sempre está pronto a perdoar. Se formos a Ele com fé e confiança, Ele virá até nós com a Sua paz, muita paz. Ele virá com a segura promessa da vida eterna.

CONCLUSÃO
Façamos uma introspecção em nossa vida.
Estamos cometendo os mesmos erros do Filho Pródigo?
Estamos cometendo outros erros, igualmente graves?
Estamos dispostos a abandoná-los?
Pr. Roberto Biagini












A Parábola do Filho Pródigo

por
Dr. David Martin Lloyd-Jones
 E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés, e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado. E começaram a alegrar-se. E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado” (Lucas 15:11-32).

Não há parábola ou discurso de nosso Senhor que seja tão conhecido e tão popular como a parábola do filho pródigo. Nenhuma outra parábola é citada com mais freqüência em discussões religiosas, ou mais usada para apoiar várias teorias ou controvérsias em relação a este assunto. E é verdadeiramente espantoso e admirável quando observamos as inumeráveis formas em que ela é usada, e a infinita variedade de conclusões a que afirmam que ela leva. Todas as escolas de pensamentos parecem ter uma reivindicação sobre a mesma: ela é usada para provar toda espécie de teorias e idéias opostas, que combatem umas às outras e que se excluem mutuamente. É bastante claro, portanto, que a parábola pode facilmente ser manipulada ou mal interpretada. Como podemos evitar esse perigo? Quais os princípios que devem nos orientar quando a interpretamos? Pessoalmente creio que há dois principais fundamentais que devem ser observados, e que se observados, garantirão uma interpretação correta.
O primeiro principio é que sempre devemos nos precaver do perigo de interpretar qualquer passagem das Escrituras de uma forma que entre em conflito com o ensino geral da Bíblia. O Novo Testamento deve ser examinado como um todo. É uma revelação completa e integral, dada por Deus através dos Seus servos - uma revelação que foi dada em partes que, unidas, formam uma unidade completa. Portanto, não há contradições entre essas várias partes, não há conflito nem passagens ou declarações irreconciliáveis. Isso não significa que podemos entender cada uma de suas declarações. O que estou dizendo é que não há contradição nas Escrituras e sugerir que os ensinos de Jesus Cristo e de Paulo, ou os ensinos de Paulo e dos demais apóstolos não concordam entre si é contrário a todas as reivindicações do Novo testamento em si, e as reivindicações da Igreja através dos séculos, até o levantamento da chamada escola da alta crítica, há cerca de cem anos atrás. Não preciso abordar a questão aqui. Basta dizer que são apenas os críticos mais superficiais, os que agora estão ultrapassando em muitos anos, que ainda tentam defender uma antítese entre o que chamam de “a religião de Jesus” e a “fé do apóstolo Paulo”. Escrituras devem ser comparadas com Escrituras. Cada teoria que desenvolvemos deve ser testada pelo conjunto geral de doutrinas e dogmas da Bíblia toda, e que foi definido pela Igreja. Se esta regra fosse lembrada e observada, a maioria das heresias jamais teria surgido.
O segundo principio é um pouco mais específico: sempre devemos evitar o perigo de chegar a conclusão negativas a respeito dos ensinos de uma parábola. Isso não se aplica somente a esta parábola em particular, mas a toda as parábolas. Uma parábola nunca tem o propósito de ser um esboço completo da verdade. Seu objetivo é comunicar uma grande lição, ou apresentar um grande aspecto de uma verdade positiva. Sendo esse o seu objetivo e propósito, nada é mais tolo do que chegar a conclusões negativas a respeito de uma parábola. A omissão de certas coisas numa parábola não tem qualquer significado particular. Uma parábola é importante e significativa por causa daquilo que ela diz, e não devido às coisas que não diz. O seu valor é exclusivamente positivo, e de forma alguma negativo. Ora, digo a vocês que a desconsideração desta simples regra tem sido responsável pela maioria das estranhas e fantásticas teorias e idéias supostamente desenvolvidas a partir desta parábola do filho pródigo. É impressionante que tal coisa tenha sido possível, pois se aquele que fizeram isso tão-somente tivessem examinado as outras duas parábolas que encontramos neste mesmo capítulo, teriam compreendido imediatamente até que ponto seus métodos foram injustificáveis. Porque então, não tiraram delas também conclusões negativas? E igualmente com todas as outras parábolas?
Mas, à parte disso, como é ridículo e ilógico, basear e estabelecer nosso sistema de doutrina sobre algo que não é dito! É por demais desonesto! Desonesto, porque ignora toda a autoridade, deixando-nos sem quaisquer padrões exceto nossos próprios preconceitos, desejos e imaginações. E isso, repito, é o que tem sido feito com esta parábola com tanta freqüência. Quero ilustrar isso, lembrando-lhes de algumas das falsas conclusões tiradas desta parábola. Não seria esta parábola a qual se referem constantemente quando tentam provar que idéias de justiça, juízo e ira são completamente estranhas à natureza de Deus e aos ensinos de Jesus a respeito dEle? “Não vemos nada aqui”, dizem, “acerca da ira do pai, nem qualquer exigência de certos atos por parte do filho — somente amor, puro amor, nada senão amor”. Este é um exemplo típico de uma conclusão negativa tirada desta parábola. Só porque ela não apresenta um ensino declarado sobre a justiça e ira de Deus, presumem que tais características não fazem parte da natureza de Deus. O fato de Jesus Cristo enfatizar essas características em outros textos é completamente ignorado. Outro exemplo é o ensino de que esta parábola elimina a absoluta necessidade de arrependimento. Ouvi falar de um pregador que tentou provar que o pródigo era um farsante, mesmo quando voltou para casa, que ele decidiu dizer algo que soasse bem, ainda que realmente não viesse do seu coração, apenas para impressionar o pai, e que a repetição exata de suas palavras provava isso. O ponto crucial era que, apesar de tudo isso, apesar da repetição hipócrita das palavras, ainda assim o pai o perdoou. O argumento final desse pregador era que o pai não disse uma palavra concernente ao arrependimento. Portanto, uma vez que ele nada disse a respeito, não é importante; uma vez que o arrependimento não é ensinado nem enfatizado pelo pai, isso significa que arrependimento diante de Deus não importa!
Mas talvez a mais séria de todas as conclusões falsas é aquela que declara que não há necessidade de um mediador entre Deus e o homem e que a idéia de expiação é estranha ao evangelho — a qual deve ser atribuída à mente legalista de Paulo. “A parábola não faz qualquer menção”, dizem, “de alguém entre o pai e o filho. Nenhuma referência é feita sobre outra pessoa pagando um resgate, ou fazendo uma expiação; vemos apenas uma interação direta entre o pai e o filho, resultante apenas da volta do filho daquela terra distante”. Desde que tais coisas não são mencionadas ou enfatizadas de forma específica na parábola, essas pessoas concordam que elas não são realmente importantes ou imprescindíveis. Como se o objetivo de nosso Senhor nesta parábola fosse apresentar um esboço completo de toda a verdade cristã, e não apenas ensinar um aspecto dessa verdade. Certamente deve ser óbvio para você que, se um processo semelhante fosse aplicado a todas as parábolas, teríamos um completo caos, e enfrentaríamos uma multidão de contradição!
O propósito de uma parábola, então, é nos apresentar e ensinar uma grande verdade positiva. E se há um caso em que isso deve ser claro e evidente, é no caso desta parábola. Não é por acaso que ela é parte de uma série de três parábolas. Nosso Senhor parece ter feito um esforço especial para nos proteger do perigo ao qual estou referindo. Contudo, mesmo à parte disso, a chave de tudo nos é oferecida nos dois primeiros versículos do capítulo, que nos fornecem o contexto essencial. “E chegavam-se a ele os publicamos para o ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: este recebe pecadores, e come com eles”. Então se seguem estas três parábolas, obviamente com o objetivo de tratar dessa situação específica, e responder às objeções dos escribas e fariseus. E, como se desejasse acrescentar uma ênfase especial, nosso Senhor apresenta uma certa moral ou conclusão ao término de cada parábola. O elemento principal, certamente, é que há esperança para todos que o amor de Deus alcança, até mesmo publicanos e pecadores. A gloriosa verdade que brilha nesta parábola, e que o Senhor quer gravar em nós, é o maravilhoso amor de Deus, seu escopo e sua extensão; e isso é feito especialmente em contraste com as idéias dos fariseus e dos escribas sobre o assunto.
As primeiras duas parábolas têm o propósito de nos mostrar o amor de Deus expresso numa busca ativa do pecador, esforçando-se por encontrá-lo resgatá-lo; e elas nos mostram a alegria de Deus e de todas as hostes celestiais quando uma única alma é salva. E então chegamos a esta parábola do filho pródigo. Por que ela foi acrescentada? Por que essa elaboração suplementar? Por que um homem, em vez de uma ovelha ou moeda perdida? Certamente pode haver uma resposta. As primeiras duas parábolas enfatizam unicamente a atividade de Deus sem nos dizer coisa alguma a respeito das ações, reações ou condições do pecador; porém esta parábola é apresentada para realçar esse aspecto e esse lado da questão, para que ninguém seja tolo ao ponto de pensar que todos seremos salvos automaticamente pelo amor de Deus, assim como a ovelha e a moeda foram encontradas. O ponto fundamental ainda é o mesmo, mas sua aplicação aqui se torna mais direta e mais pessoal. Qual, então é o ensino desta parábola, qual é a sua mensagem para nós hoje? Vamos examiná-la à luz dos seguintes parâmetros.
A primeira verdade que ela proclama é a possibilidade de um novo começo, a possibilidade de um novo início, uma nova oportunidade, uma nova chance. O próprio contexto e cenário da parábola, como já mencionei, demonstra isso com perfeição. Foi porque eles sentiram e viram isso em Seus ensinos que os publicanos e pecadores “chegavam-se a ele para ouvir” — pois sentiam que havia uma oportunidade até mesmo para eles e que nos ensinos desse homem havia uma nova e viva esperança. E até mesmo os fariseus e os escribas viram exatamente a mesma coisa. O que irritava era que o Senhor tivesse qualquer tipo de associação com os publicanos e pecadores. Eles sempre tinham considerado tais pessoas como irrecuperáveis, sem qualquer esperança de redenção. Essa era a opinião ortodoxa de tais pessoas. Eram consideradas tão irremediáveis que eram totalmente ignoradas. A religião era para pessoas boas e nada tinha a ver com os que eram maus, e certamente nada tinha a lhes dar, nem aconselhava que boas pessoas se misturassem com os maus, tratando-os com bondade e oferecendo-lhes novas possibilidades. Então os ensinos de Senhor irritavam os fariseus e os escribas. Para eles qualquer um que visse possibilidade ou esperanças para um publicano ou pecador devia ser um blasfemo, e estava totalmente errado. Exatamente o mesmo ponto surge na parábola, nas diferentes atitudes do pai e do irmão mais velho para com o pródigo — não como ele devia ser recebido de volta, mas se ele devia ser recebido de volta, ou se merecia alguma coisa.
Isso, então é o que se salienta imediatamente. Existe a possibilidade de um novo começo, e isso para todos, mesmo para aqueles que parecem estar além de toda esperança. Não podia haver caso pior do que o do filho pródigo. Todavia até mesmo ele pode começar de novo. Ele chegara ao fim de si mesmo, tinha tocado os limites máximos da degradação, caindo tanto que não podia descer mais! Não há quadro mais desesperador do que o desse jovem, num país distante, em meio aos porcos, sem dinheiro e sem amigos, desesperançado e miserável, abandonado e desalentado. Mas até mesmo ele tem a oportunidade de um novo início; até mesmo ele pode começar outra vez. Há um ponto decisivo que pode resultar em êxito e felicidade, até mesmo para ele. Que evangelho abençoado, especialmente num mundo como o nosso! Que diferença a vida de Jesus Cristo operou! Ele trouxe nova esperança para a humanidade. Nada demonstra e prova mais o fato de que o evangelho de Jesus Cristo realmente é a única filosofia de vida otimista oferecida ao homem, do que publicanos e pecadores se chegarem a Ele para ouvi-lO. E a mensagem que ouviram, como nesta parábola do filho pródigo, era algo inteiramente novo.
Mas quero que observem que isso não só era novo para os judeus e os seus líderes, mas também para o mundo todo. A esperança estendida pelo evangelho aos mais vis e desesperados não só contrariava o miserável sistema dos judeus, mas também a filosofia dos gregos. Aqueles grandes homens tinham desenvolvido suas teorias e filosofias; todavia nenhum deles tinha algo a oferecer aos derrotados e liquidados. Todos exigiam um certo nível de inteligência, integridade moral e pureza. Todos requeriam muito da natureza humana à qual se dirigiam. Também não eram realistas. Escreviam e falavam de forma altamente intelectual e fascinante a respeito de suas utopias e suas sociedades ideais, mas deixavam a humanidade exatamente na mesma situação. Eram totalmente alienados à vida diária do homem comum. As únicas pessoas que podiam tentar colocar em prática seus métodos idealistas e humanísticos para resolver os problemas da vida eram os ricos e os desocupados, e mesmo estes invariavelmente descobriam que esses métodos não funcionavam. Não havia, como nunca houvera antes, qualquer esperança para os desesperados do mundo antes da vinda de Jesus Cristo. Ele foi o único que proclamou a possibilidade de um novo começo.
Ora, esse ensino não era novo apenas naquela época, durante os Seus dias aqui na terra; ainda é novo hoje em dia. Ainda é surpreendente e assombroso, e ainda espanta o mundo moderno tanto quanto espantou o mundo antigo há quase dois mil anos atrás. O mundo continua sem esperança e a filosofia que o controla ainda é profundamente pessimista. E isso talvez possa ser percebido com maior clareza quando ele tenta ser otimista, pois vemos que quando tenta nos confortar, ele sempre aponta para o futuro com suas possibilidades desconhecidas, e nos diz que no novo ano as coisas certamente serão melhores ou que de qualquer forma não podem piorar! E argumenta que a depressão já durou tanto que certamente uma mudança da maré deve ser iminente! Alegra-se que um ano terminou e outro vai começar. Qual é o segredo de um novo ano? Seu grande segredo está no fato de que nada sabemos a seu respeito! Tudo que sabemos é ruim; daí tentarmos nos consolar contemplando o que nos é desconhecido, imaginando que vai ser muito melhor. Ouçam também as suas idéias e seus planos para melhorar a humanidade. Tudo o que pode dizer é que está tentando tornar o mundo melhor para seus filhos, tentando edificar algo para o futuro e para a posteridade. Sempre no futuro! Nada tem a oferecer no presente; sua única esperança é tornar as coisas melhores para aqueles que ainda não nasceram. E quanto mais proclama isso e tenta colocá-lo em pratica, mais hesitante se torna. Como prova, basta compararmos a linguagem de 1875 com a de 1935 ou mesmo a de 1905 com a de 1935.
Pois bem, se essa é a situação em relação à sociedade em geral, quanto mais desesperada e irremediável ela é quando considerada num sentido mais individual e pessoal! Que solução o mundo tem a oferecer para os problemas que nos afligem? A resposta a essa pergunta pode ser vista nos esforços frenéticos de homens e mulheres para tentarem resolver seus problemas. E, no entanto, nada é mais evidente do que o fato que seus esforços são inúteis e sempre fracassam. Ano após ano homens e mulheres fazem novas revoluções. Compreendem que, acima de tudo, o que precisam é de um novo começo. Decidem voltar as costas ao passado e virar uma nova página — ou, às vezes, começam um novo livro! Esse é o seu desejo, essa é sua firme decisão e intenção. Querem desvincular-se do passado, e por algum tempo fazem o possível para isso, mas nunca permanecem no intento. Ao poucos, inevitavelmente, voltam à sua velha posição e sua antiga situação. E depois de algumas experiências assim, acabam desistindo de tentar outra vez, e concluem que é tudo inútil. Lutam e se esforçam por algum tempo, mas finalmente a fadiga e o cansaço os vencem, a pressão e a força do mundo e suas filosofias parecem estar totalmente do outro lado, e eles entregam os pontos. A posição parece ser inteiramente sem esperança. Eu me pergunto: quantos, até mesmo aqui neste culto hoje, sentem que estão nessa situação, de uma forma ou outra? Meu amigo, você sente que perdeu o mundo, que se desviou? Sente-se constantemente assediado pelo que “podia ter sido”? Sente que está em tal situação, ou em tal posição, que não tem nenhuma esperança de sair dela e endireitar-se novamente? Sente que esta tão longe daquilo que devia ser e do que gostaria de ser, que não pode mais alcançá-lo? Você sente que não tem mais esperança por causa de alguma situação que está enfrentando, ou devido alguma complicação em que se envolveu, um pecado que o domina, o qual não consegue vencer? Você já disse a si mesmo: “Que adianta tentar outra vez? Já tentei tantas vezes antes, e sempre fracassei; tentar outra vez só pode produzir o mesmo resultado. Minha vida é uma confusão; perdi minha oportunidade e daí para frente devo me contentar em fazer o melhor que posso na situação em que estou”. São estes os seus sentimentos e pensamentos? Já está convencido que perdeu sua oportunidade na vida, que o que passou passou, e que se você tivesse outra oportunidade tudo seria diferente, todavia isso é impossível? É essa a sua posição? Coitado! Quantos estão em tal situação? Como é infeliz e sem esperança a vida da maioria dos homens e das mulheres! Como é triste! Ora, a primeira palavra do evangelho para os que estão nessa situação é que eles devem erguer suas cabeças, que nem tudo está perdido, que ainda há esperança, ainda há esperança de um novo começo, aqui e agora, neste momento, sem qualquer relação com algo imaginário e pertencente a um futuro desconhecido; mas algo que se baseia num fato que se passou há quase dois mil anos atrás, o qual ainda é tão poderoso hoje como era então. Até mesmo o pródigo tem esperança. Há um ponto de retorno no caminho mais tenebroso e irremediável. Há um novo começo oferecido até mesmo aos publicanos e pecadores.
Contudo, quero enfatizar em detalhes o que já mencionei de passagem: esta mensagem do evangelho não é algo geral e vago como a mensagem do mundo, mas é algo que contém condições muito definidas. E é aqui que vemos com maior clareza porque nosso Senhor proferiu essa parábola em acréscimo às outras duas. Para que possamos tirar proveito desse novo começo oferecido pelo evangelho, precisamos observar os seguintes pontos. Ouçam amigos, permitam que eu enfatize a importância de fazermos isso! Se vocês simplesmente ficarem sentados, ouvindo e permitindo que o quadro brilhante do evangelho os emocione, voltarão para casa exatamente como chegaram aqui. Todavia, se observarem cada ponto com cuidado, e o colocarem em prática, voltarão para casa como pessoas totalmente diferentes. Se estão ansiosos por tirarem proveito da nova esperança e do novo começo oferecido pelo evangelho, então devem seguir suas instruções e seus métodos. Pois bem, quais são eles?
O primeiro é que devemos enfrentar nossa situação com franqueza e honestidade. É uma coisa estar numa posição má e difícil, outra coisa completamente diferente é enfrentá-la com sinceridade. Este filho pródigo estava numa situação péssima por muito tempo antes de chegar ao ponto de realmente compreender isso. Uma pessoa não cai subitamente na situação descrita aqui. Aquilo aconteceu aos poucos, quase sem que ele percebesse. E mesmo depois que aconteceu, ele levou algum tempo para percebê-lo. O processo é tão sutil e tão insidioso que a pessoa mal percebe. Ela contempla seu rosto no espelho todas as manhãs e não nota as mudanças que estão acontecendo. Somente alguém que não a vê com freqüência pode notar os efeitos com mais clareza. E muitas vezes, quando começamos a sentir terrível realidade da nossa situação, deliberadamente evitamos pensar a respeito. Colocamos tais pensamentos de lado e nos ocupamos com outras coisas comentando: “Que adianta pensar a respeito disso? Essa é a situação, acabou!” Ora, o primeiro passo no caminho da volta, é enfrentar a situação com honestidade e franqueza. Lemos que esse jovem “caiu em si”. Foi exatamente o que ele fez! Ele enfrentou a situação, e o fez com sinceridade. Compreendeu que seus problemas eram resultado exclusivo de sua próprias ações, que ele fora um tolo, que não devia ter abandonado a casa de seu pai, e certamente não devia tê-lo tratado da maneira que fizera. Ele olhou para si mesmo e mal conseguiu acreditar no que viu! Olhou para os porcos e as bolotas à sua volta. Encarou a situação de frente!
Meu amigo, você já fez isso? Já olhou para si mesmo? Já pensou se todas as suas ações durante o ano que passou fossem colocadas no papel? E se tivesse mantido um registro de todos os seus pensamentos e desejos, suas ambições e imaginações? Você permitiria que isso fosse publicado sob seu nome? O que você é hoje em comparação com o que foi no passado? Olhe para suas mãos — estão limpas? E os seus lábios — são puros? Olhe para seus pés — onde eles pisaram, que caminho percorreram? Olhe para si mesmo! É realmente você? E então olhe à sua volta, para a sua posição e os seu ambiente. Não fuja! Seja honesto! Do que você está se alimentando? Comida ou bolotas lançadas aos porcos? Em que você tem gastado seu dinheiro? Para que fins você usou dinheiro que talvez devesse ser usado para alimentar sua esposa e filhos, ou vesti-los? Do que você tem se alimentado? Olhe! É alimento próprio para ser humano? Avalie o que você gosta. Enfrente-o com calma. É algo digno de uma criatura criada por Deus, com inteligência e sabedoria? É coisa que pelo menos honra o ser humano — quanto mais a Deus? É alimento de porcos, ou é próprio para ser consumido por um seu humano? Não basta que você apenas lamente a sua sorte ou se sinta miserável. Como acabou em tal estado ou situação? Olhe para os porcos e as bolotas, e compreenda que é tudo devido você ter abandonado a casa do seu pai, agindo deliberadamente contra os ditames da sua própria consciência, deliberadamente zombando da religião e de todos os seus mandamentos e princípios; tudo é resultado exclusivo de suas próprias decisões. A situação em que se encontra hoje é conseqüência de suas próprias escolhas, e de sua próprias ações. Enfrente isso e admita-o. Esse é o primeiro passo essencial no caminho da volta.
O passo seguinte é compreender que há somente Um a que você pode recorrer, e somente uma coisa a fazer. Não preciso elaborar esse ponto em detalhes, no que se refere ao filho pródigo, pois é bastante claro. “Ninguém lhe dava nada”. Tentara de tudo, esgotara todos os seus recursos e seus esforços, bem como os esforços de outras pessoas. Tudo acabara para ele e ninguém podia ajudá-lo — exceto um. O pai! A última, a única esperança. O evangelho sempre insiste que cheguemos a esse ponto. Enquanto lhe resta um centavo que seja, o evangelho não o ajudara. Enquanto tiver amigos, ou entidades às quais pode recorrer em busca de ajuda, crendo que lhe darão assistência, o evangelho nada tem a lhe dar. Naturalmente, enquanto o homem achar que pode se manter recorrendo a qualquer um desses outros métodos, ele continuará tentando fazer isso. E em nossa estimativa, o mundo ainda está longe da falência. Ele ainda crê em seus métodos e em suas próprias idéias. E de que forma patética nos agarramos a ele! Confiamos em nossa força de vontade e em nosso próprio esforço. Recorremos aos “anos novos” do nosso calendário com se ele pudessem fazer qualquer diferença em nossa situação! Buscamos a ajuda de amigos e companheiros, de parentes e queridos. Ah, vocês estão familiarizados com o processo, não só em seus esforços de acertar a sua própria vida, mas também nos esforços de endireitar a vida de outros a respeito de quem estão preocupados ou ansiosos. E assim continuamos até termos esgotados os recursos. Como o pródigo, continuamos até nos tornarmos frenéticos, e até ao ponto em que “ninguém nos dá nada” Somente então é que nos voltamos para Deus. Oh que insensatez! Permitam que eu estoure essa falácia aqui, e agora. Enfrentem-na com franqueza. Compreendam que todos os seus reforços vão falhar, como sempre falharam até aqui. Entendam que a melhora será meramente transitória e temporária. Parem de se enganar a si mesmos. Compreendam como é desesperada a sua situação. E compreendam que existe somente um poder que pode colocar suas vidas no caminho certo — o Poder do Deus Todo-poderoso. Você podem continuar confiando em si mesmos e nos outros, e se esforçando ao máximo. Mas daqui a um ano a sua situação não só será a mesma, e sim muito pior. Somente Deus pode salvá-los.
No entanto, ao se voltarem para Deus, vocês precisam compreender também que nada podem pleitear diante dEle, exceto a Sua misericórdia e compaixão. Quando o pródigo abandonou o lar, sua exigência foi: “Dá-me!” “Ele exigiu seus direitos. Estava cheio de auto-confiança e até mesmo presunção, sentindo que não estava recebendo tudo a que tinha direito. “Dá-me”! Mas quando voltou para casa, o seu vocabulário mudou e o que ele diz agora é : “Faz-me”. Anteriormente ele sentira que era “alguém” e que estava na posição de exigir direitos inerentes e dignos de uma pessoa como ele. Agora ele sente-se reduzido a nada e ninguém, e compreende que sua maior necessidade é que algo seja feito de sua vida. “Faz-me!”. Amigo, se você acha que tem qualquer direito de exigir perdão de Deus, posso lhe assegurar que está perdido e condenado. Se sente que Deus tem o dever e a obrigação de perdoá-lo, você certamente não será perdoado. Se sente que Deus é severo e que está contra você, então é culpado do maior de todos os pecados. Se ainda sente que é “alguém” e que tem direito de dizer “dá-me”, você nada receberá além de miséria e contónua desolação. Todavia, se compreender que pecou contra Deus e O indignou, se sente que não passa de um verme, ou menos que isso, indigno até de ser considerado um ser homem — quanto mais indigno de Deus! — se sente que nada é, em vista da forma como se afastou dEle e Lhe voltou as costas, ingnorando-O e zombando dEle, se se lançar diante dEle e da sua misericórdia implorando-Lhe que na sua infinita bondade e amor, Ele faça algo da sua vida, então tudo será diferente. Nunca foi a vontade de Deus que você acabasse na situação em que esta. Foi contra a vontade dEle que você se afastou. A decisão foi toda sua. Diga-lhe isso, e confesse também que o que mais o preocupa e aflige não é apenas a miséria que trouxe à sua própria vida, porém o fato de ter desobedecido a Ele, insultando-O e ofendendo-O.
Então, tendo compreendido tudo isso, ponha-o em prática! Abandone a terra distante. Sua presença neste culto significa que você se levantou dentre os porcos e as bolotas. Mas afasta-te dessa terra longínqua. Faça-o! Volte-se para Deus, busque a reconciliação com Ele! Tome uma decisão. Entregue-se a Ele! Ouse confiar nEle! Como teria sido ridículo se o filho pródigo tivesse limitado a pensar aquilo tudo, sem colocá-lo em prática! Teria continuado na terra longínqua. Mas ele agiu. Pôs em pratica a sua decisão. Cumpriu sua resolução. Voltou para o pai e entregou-se à sua misericórdia e compaixão, e você precisa fazer o mesmo, da forma como já indiquei.
E se fizer isso, descobrirá que no seu caso, como no caso do filho pródigo, haverá um novo começo para a sua vida, um novo princípio firme e sólido. O impossível acontecerá, e você ficará assombrado e maravilhado com o que descobrirá. Não vou me deter na alegria e no gozo e na emoção disso tudo hoje, para que possa enfatizar a realidade desse novo começo que o evangelho nos dá. Não é algo etéreo ou trivial. Não é uma simples questão de sentimentos ou emoções. Não é uma anestesia ou um sedativo que amortece nossos sentidos, levando-nos a sonhar com um mundo brilhante e feliz. É real, é verdadeiro. Em Jesus Cristo, um novo começo, real e genuíno, é possível. E é possível somente através dele! A grandeza do amor do pai nesta parábola não é expressada tanto em sua atitude como no que ele fez. Amor não é um mero sentimento vago, ou uma disposição geral. O amor é algo ativo! É a atividade mais dinâmica do mundo, e transforma tudo. É por isso que também aqui somente o amor de Deus pode realmente nos dar um novo começo, uma nova oportunidade. O amor de Deus não se limita a falar sobre um novo começo: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu...”. O pai fez certas coisas pelo seu filho pródigo; e somente Deus pode fazer por nós e para nós aquilo que nos levantará outra vez. Observemos como Ele o faz. Oh, a maravilha do amor de Deus, que realmente faz novas todas as coisas, o único que realmente pode fazer isso!
Observem como o pai oblitera o passado. Ele vai ao encontro do filho como se nada tivesse acontecido, ele o abraça e beija como se sempre tivesse sido zeloso e exemplar em toda sua conduta! E com que rapidez ordena aos servos que removam os farrapos e andrajos da terra longínqua, e com eles todos os traços e vestígios do seu passado pecaminoso. Com todas essas ações ele apaga o passado de uma forma que mais ninguém poderia fazer. Somente ele podia perdoar de fato, somente ele podia apagar o que o filho fizera contra ele e contra a família; e ele o fez. Removeu todos os traços do passado. E essa sempre é a primeira coisa que acontece quando um pecador se volta para Deus da forma como estamos descrevendo. Voltamo-nos para Ele esperando tão pouco quanto o pródigo, cuja expectativa era que fosse feito um servo. Quão infinitamente Deus transcende todas as nossas maiores expectativas quando Ele começa a tratar conosco! Tudo que pedimos é alguma forma de começara outra vez. Deus nos maravilha e surpreende com Sua primeira ação — obliterando todo o nosso passado! E isso, enfim, é o que almejamos acima de tudo. Como podemos ser felizes e livres em vista do nosso passado? Mesmo que não cometamos mais certas ações ou um certo pecado, o passado está presente e sempre temos diante de nós o que fizemos. Esse é o problema. Quem pode nos libertar do nosso passado? Quem pode apagar do livro da nossa vida aquilo que já fizemos? Há somente Um! E Ele pode fazê-lo! O mundo tenta me persuadir que não importa, que posso voltar as costas ao passado e esquecê-lo. Mas eu não posso esquecer — ele sempre me volta à lembrança. E me lança em miséria e desespero. Posso tentar de tudo, porém meu passado permanece um fato sólido, terrível, medonho. Há alguma forma de me livrar dele? Algum modo de apagá-lo? Há somente um que pode removê-lo dos meus ombros. Eu só posso ter certeza que meus farrapos e andrajos se foram quando os vejo na Pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que os tomou sobre Si e Se fez maldição em meu lugar. O Pai mandou que Ele tirasse de sobre mim os meus farrapos, e Ele o fez. Ele levou minha iniqüidade, e Se vestiu e cobriu com meu pecado. Ele o tirou, lançando-o no mar do esquecimento de Deus. E quando eu compreendo e creio que Deus em Cristo não só perdoou meu passado, mas também o esqueceu, quem sou eu para procurar por ele e tentar encontrá-lo? Minha única consolação, quando considero o passado, é lembrar que Deus o apagou. Ninguém mais podia fazer isso. Mas Ele o fez. E este é o primeiro passo essencial para um novo começo. O passado precisa ser apagado; e ele é apagado em Cristo e em Sua morte expiatória.
Todavia, para ter um começo realmente novo, mais uma coisa é necessária. Não basta que todos os traços do meu passado sejam removidos. Preciso de algo no presente. Preciso ser vestido, necessito de algo que me cubra. Preciso de confiança para começar outra vez e para enfrentar a vida, as pessoas e os problemas que fazem parte dela. Embora o pai tenha corrido ao encontro do filho e o beijado, isso por si só não lhe teria dado segurança. Ele saberia que todos veriam os andrajos e a lama. Por essa razão, o pai não se limitou a isso. Ele vestiu o rapaz com roupas dignas de um filho, com todas as provas externas dessa posição. Anunciou a todos que seu filho retornou, e o vestiu de forma que o rapaz não se sentisse envergonhado diante dos outros. Ninguém mais além do pai podia fazer isso. Outros podiam ter ajudado o rapaz, mas somente o pai podia restaurá-lo à sua posição de filho e prover tudo o que estava associado a ela.
Exatamente o mesmo acontece quando nos voltamos para Deus. Ele não só nos perdoa e apaga nosso passado, mas também nos torna filhos. Ele nos dá uma nova vida e novo poder. E Ele lhe dará tal certeza do Seu amor, meu amigo, que você poderá olhar para os outros sem qualquer sentimento de vergonha. Ele o vestirá com o manto da justiça de Cristo, e não só lhe dirá que o vê como filho, mas na verdade fará com que sinta que realmente o é. Quando olhar para si mesmo, você nem sequer se reconhecerá! Olhará para o seu corpo e verá esse manto de valor inestimável, olhará para os seus pés e os verá calçados de sandálias novas, olhará para sua mão e verá o anel, o selo do amor de Deus. E quando fizer isso, sentirá que pode enfrentar o mundo todo de cabeça erguida, sim, e poderá enfrentar o diabo e todos os poderes que o enganaram no passado e que arruinaram a sua vida. Sem essa posição e confiança, um novo começo não passa de um produto da imaginação. P mundo tenta limpar suas velhas vestes, buscando dar-lhes uma aparência respeitável. Somente Deus, em Cristo pode nos vestir com um manto novo, e realmente nos tornar fortes. Que o mundo tente apontar o dedo para nós, querendo trazer à tona o nosso passado! Que tente lançar seus piores estrategemas contra nós! Basta que olhemos para o manto, as sandálias e o anel, e saberemos que tudo está bem.
E se você ainda requer uma prova clara da realidade de tudo isso, ela pode ser encontrada no fato que até mesmo o mundo tem de reconhecer que é verdade. Ouça as palavras do servo, falando com o irmão mais velho. O que ele diz? “Um homem de aparência estranha, em andrajos, apareceu aqui hoje?” Não! “Veio o teu irmão”. Como ele soube que era o irmão? Ah, ele vira as ações do pai e ouvira suas palavras! Ele jamais teria reconhecido o filho, porém o pai o reconheceu, mesmo à distancia. O pai o reconheceu! E Deus reconhece você, e quando você se volta para Ele e permite que Ele o vista, todos ficarão sabendo. Até mesmo o irmão mais velho ficou sabendo. Era a última coisa que ele queria saber, mas os cânticos e os sons de júbilo e alegria não deixavam dúvidas quanto à conclusão inevitável. Ele estava por demais aviltado para dizer “meu irmão”, no entanto, até mesmo ele teve que dizer: “Este teu filho”. Não passou prometer que todos o amarão, que falarão bem a seu respeito se entregar sua vida a Deus em Cristo. Muitos certamente o odiarão, e o perseguirão zombando de você e fazer muitas outras coisas contra você, mas, ao fazerem isso, estarão na verdade testemunhando que eles também perceberam que você é uma nova pessoa, que sua vida foi renovada e recebeu a oportunidade de um novo começo.
O que mais você requer?
Aqui está a oportunidade para um começo realmente novo. É o único meio. O próprio Deus o tornou possível, enviando Seu Filho unigênito a este mundo, para viver, morrer, e ressuscitar. Não importa o que você tenha sido no passado, nem o que é no momento. Basta que se volte para Seus, confessandp seu pecado contra Ele, lançando-se sobre Sua misericórdia em Cristo Jesus, reconhecendo que somente Ele pode salvar e guardar você, e descobrirá que.
O passado será esquecido
Gozo dado no presente,
Graça futura prometida —
E uma coroa de glória no céu.

Venha! Amém.

* Sermão pregado em 06 de janeiro de 1935.
 


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