Subsidio para a lição da Escola Dominical 2 Trimestre de 2016
Lições Bíblicas CPAD / Jovens / 1º
Trimestre de 2016
Título: Justiça e
Graça — Um estudo da Doutrina da Salvação na carta aos Romanos - Comentarista:
Natalino das Neves
Lição 6: Bênçãos da
justificação
TEXTO DO DIA
“Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados
com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos
salvos pela sua vida” (Rm 5.10).
SÍNTESE
A justificação por meio da fé é acompanhada de
muitos benefícios, o que motiva o crente a manter sua fidelidade a Deus,
independente das circunstâncias.
AGENDA DE
LEITURA
Rm 5.1 A justificação e a paz com Deus
Rm 5.2 Firmes pela graça de Deus
Rm 5.3,4 A justificação proporciona gozo na alma
Rm 5.5 A justificação nos garante esperança
Rm 5.8 A justificação assegura a certeza do amor de
Deus por nós
Rm 5.11 A justificação certifica a nossa
reconciliação com Deus
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
MOSTRAR as bênçãos da paz com Deus;
·
ANALISAR a bênção do regozijo na tribulações;
·
EXPLICAR a bênção da salvação passada e presente.
INTERAÇÃO
Esta lição é
um marco na epístola aos Romanos. A justificação traz consigo alguns benefícios
que são concedidos por Deus, dentre estes benefícios está a bênção do regozijo
nas tribulações, o que pode parecer contraditório para alguns. Há quem diga que
não é uma bênção, mas uma apologia ao sofrimento. Por isso, a dificuldade de
algumas pessoas lidarem com situações adversas, às quais todas as pessoas
inevitavelmente estão sujeitas. Jesus afirmou que teríamos aflições (Jo 16.33).
Um relato que alguns leitores da Bíblia têm dificuldade de entender é que logo
após a ascensão de Jesus, os discípulos que foram perseguidos e maltratados
pelo amor ao Evangelho se diziam alegres e glorificavam a Deus por se acharem
dignos de sofrerem por amor ao nome de Jesus. Talvez, essa seja a maior
dificuldade de aceitação para alguns, as demais bênçãos são mais fáceis de
aceitação e entendimento.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Sugerimos
que nesta aula você separe três grupos. Cada grupo ficará responsável para
analisar um dos tópicos e você atuará como orientador destes grupos. Nos grupos
geralmente têm alguns líderes naturais que poderão conduzir a conversa nos
respectivos grupos, você pode designar os líderes ou deixar que escolham entre
si, o que seria mais apropriado. A primeira atividade será o estudo de cada
tópico pelos grupos, você pode dar aproximadamente uns 15 minutos para a
tarefa. Na sequência, cada grupo deverá apresentar seu assunto, abrindo para os
demais para uma ponderação geral. Sugerimos utilizar algo em torno de 30
minutos para essa atividade. Você deverá ser o moderador da turma e fazer as
considerações finais. O tempo sugerido serve apenas como referência, você
deverá adaptar de acordo com o tempo disponibilizado pela sua superintendência
de Escola Dominical.
TEXTO
BÍBLICO
Romanos 5.1-11.
1 — Sendo,
pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 — pelo
qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 — E não
somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a
tribulação produz a paciência;
4 — e a
paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
5 — E a
esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso
coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 — Porque
Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 — Porque
apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse
morrer.
8 — Mas Deus prova o seu amor para conosco em que
Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 — Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo
seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 — Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados
com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos
salvos pela sua vida.
11 — E não somente isto, mas também nos gloriamos em
Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO / INTRODUÇÃO
A
justificação se dá por meio da fé no poder regenerador da morte de Jesus. A
partir deste momento, o cristão ressurge em novidade de vida de forma similar à
ressurreição de Cristo. A justificação elimina a culpa e reconcilia o ser
humano com Deus. Esta nova situação traz alguns benefícios, reforçados pelo
correto sentimento motivador do amor de Deus, que não envergonha o crente na
sua esperança e nem nos sofrimentos em nome dEle.
I. A BÊNÇÃO DA PAZ COM DEUS (Rm 5.1,2)
1. Paz com
Deus. O ímpio não tem paz porque vive
na prática do pecado (Is 57.21; Sl 73.3). Diferente da pessoa justificada,
cujos pecados não lhe são mais imputados, portanto reconciliada com Deus (2Co
5.18,19). Esta reconciliação traz a paz com Deus, pois o castigo ao qual
estávamos condenados é imputado sobre Jesus, que nos traz a paz (Is 53.5). O
sacrifício de Jesus derruba a parede que separa o ser humano de Deus (At 10.36;
Ef 2.14), sendo “religado” (significado de religião) com Deus. Existe uma
diferença entre estar em “paz com Deus” e ter a “paz de Deus”. A paz com Deus é
somente para aqueles que conservam sua vida em constante comunhão com Deus (Is
26.3; Jo 14.27; Fp 4.7). Diferente do incrédulo, o salvo vive no Espírito e,
assim como o Espírito é eterno, eterna será a sua paz com Deus. Jovem, você
está em paz com Deus?
2. A bênção
do acesso à graça de Deus. Somente em
Jesus pode ser evidenciada a gratuidade da justificação, pois somente Ele pode
redimir o pecador de sua condição no tribunal de Deus (Rm 3.24). A vida de
pecado é uma vida que conduz à morte, uma vida de opressão debaixo da culpa e
da solidão espiritual, mas na justificação se aplica a justiça para a vida
eterna por meio de Cristo (Ef 2.5-8, Rm 5.21). Semelhantemente à vitória de
Cristo sobre a morte por meio de sua ressurreição, as pessoas justificadas
vencem a morte que traz o pecado e ressurgem vivificadas juntamente com Cristo,
tudo pela graça de Deus (Ef 2.6).
Esta graça
de Deus, acessada somente pela fé (Ef 2.18; Rm 4.12; Hb 4.16), fortalece o
crente por não estar mais debaixo da lei, nem do domínio do pecado (Rm
6.14,15). Somos o que somos pela graça de Deus (1Co 15.10), por isso devemos
ser gratos a Ele por tudo.
3. Esperança
da glória de Deus. As pessoas
justificadas são bem-aventuradas, pois nelas repousa a grande esperança da
manifestação da glória de Deus (Tt 2.13). Muito diferente de uma pessoa que
leva sua vida à margem da Bíblia, alimentada de alegrias e motivações efêmeras
e passageiras. Os justificados são transformados de glória em glória (2Co
3.18), ou seja, se tornam já participantes da glória de Deus como herdeiros
juntamente com Cristo, para também com Ele serem glorificados (Rm 8.17). Esta é
a grande diferença entre ser criatura e ser filho de Deus. A primeira condição
é genérica, sendo característica natural de tudo e todos os seres criados, a segunda
é somente para as pessoas que foram justificadas. A Bíblia informa que ainda
não sabemos como haveremos de ser, mas clarifica que seremos semelhantes ao
Cristo glorificado e adverte-nos a manter esta condição, possível somente por
meio da manutenção da obediência (1Jo 3.1-3). Jovem, guarda o que tens!
Pense!
Jovem, você já pensou no valor de
estar em paz com Deus?
Ponto Importante
A
velocidade da disseminação do conhecimento, o consumismo acirrado e a
valorização exacerbada do ter em detrimento do ser, têm tirado a paz da maior
parte da humanidade. Enquanto isso, aquele(a) que é justificado(a) desfruta da
paz com Deus, bênção da justificação pela fé.
II.
BÊNÇÃO DO REGOZIJO NAS TRIBULAÇÕES (Rm 5.3-5)
1. As
tribulações conduzem à maturidade. No caminho
para a glória, citado anteriormente (Rm 8.17), as tribulações são inevitáveis.
Jesus não prometeu uma vida sem conflitos, mas afirma categoricamente que
passaríamos por aflições (Jo 16.33). Ele não engana para ganhar seguidores. Na
própria história do povo de Israel podemos ver as tribulações que serviram para
a maturidade espiritual (Dt 8.15,16). Nossa caminhada não é diferente, Paulo
assevera que as tribulações nos levam à perseverança, à experiência (caráter
aprovado), e à esperança que não confunde. Portanto, quando você pede a Deus
mais experiência e esperança, mesmo que inconscientemente, você está pedindo
por mais aflições, que o levarão à experiência, que por sua vez lhe trará
esperança. Um processo contínuo de causa e efeito. Tiago afirma que é motivo de
alegria o passar por várias provações, pois por meio delas se obtém
experiência, com vistas a alcançar a coroa da vida, prometida aos que amam a
Deus (Tg 1.2-4,12).
2. O crente,
nas tribulações, tem a certeza do amor de Deus. Um texto bem conhecido da epístola aos Romanos é o
do capítulo 8, versículos 35-39. Neste texto vemos o apóstolo relacionar uma
série de intempéries indesejáveis na vida de um ser humano, mas conclui que
mesmo estas coisas não são suficientes para separar uma pessoa salva de Deus.
Quantos exemplos existem na Bíblia de pessoas que abriram mão de praticamente
tudo de valor que tinham ou poderiam ter, inclusive da própria vida,
constrangidas pelo amor de Deus. Basta lermos Hebreus 11, na galeria dos heróis
da fé, para constatarmos isto. Quem mantém sua fidelidade à Deus, independente
das circunstâncias, pode perceber o amor de Deus, a exemplo do grande Mestre
Jesus. Ele no Getsêmani, sentindo a dor do cálice a ser tomado, questiona este
“abandono”, mas ao final se submete à vontade de Deus por saber que tudo era
por amor, inclusive sua morte.
3. O amor de
Deus é provado pela morte vicária de Cristo. O Espírito Santo nos faz perceber o amor de Deus para conosco (v.5).
Amor que pode ser evidenciado pela doação de Deus, mesmo sabendo que não
tínhamos possibilidade de retribuir esse amor por sermos fracos (v.6). O
apóstolo afirma que morrer por alguém justo não seria considerado algo tão
incomum (v.7), pois ao longo da história há vários registros de pessoas que
deram sua vida por uma pessoa amada, um líder carismático ou uma causa maior;
mas um justo morrer pelos injustos pecadores, isso nunca havia sido visto. Por
isso, a grande demonstração de amor de Deus pela humanidade é o fato de Cristo
ter morrido por nós, “sendo nós ainda pecadores” (v.8). Devemos ter em mente
este amor, principalmente nos momentos de tribulações, sabendo que muito maior
sofrimento Jesus passou para que fôssemos justificados e participantes da
glória presente e da glória que haveremos de ter.
Pense!
“O justo tem paz em sua relação com
Deus, mas aflição em sua relação com o mundo porque vive no Espírito” (Martinho
Lutero).
Ponto Importante
A
paz com Deus não significa ausência de conflitos e tribulações, mas ter paz
mesmo nas adversidades.
III. A BÊNÇÃO DA
SALVAÇÃO PASSADA E PRESENTE (Rm 5.9-11)
1. A salvação
no passado. Como é
grande a satisfação de saber que um dia no passado tivemos o privilégio de
experimentar a justificação mediante a fé em Jesus Cristo pregada por Paulo. O
que seria de nós se não tivéssemos feito esta decisão? Onde nós estaríamos
hoje? Quem nós seríamos? Estaríamos vivos ou não? Certamente não seríamos
melhores do que somos e, acima de tudo, continuaríamos na condição de
pecadores, condenados ao julgamento da ira de Deus, na condição de inimigos
dEle (v.9; Rm 2.5; 3.5). O apóstolo afirma que fomos reconciliados com Deus
quando ainda éramos seus inimigos devido aos nossos pecados, mas fomos
reconciliados gratuitamente, sem nenhuma condição prévia a não ser a fé em
Jesus. Algumas pessoas se esquecem das bênçãos do passado. Seja grato a Deus e
não se esqueça de nenhum de seus benefícios do passado. Esta lição veio para
lembrar você disso, assim como os autores veterotestamentários, repetidamente
fizeram com Israel.
2. A
salvação no presente. Nos
escritos do apóstolo Paulo fica evidenciada a gratidão pela mudança que o
encontro com Cristo provocou em sua vida. A mudança deu a ele uma convicção que
o ajudou a superar as dificuldades do dia a dia. Antes de conhecer a Cristo ele
tinha uma posição privilegiada no ambiente judaico, uma posição almejada por
muitas pessoas. Quando escreveu a Epístola aos Romanos, ele já não tinha mais
aquele status, mas a experiência da justificação o libertou do domínio do
pecado e deu-lhe a segurança que nunca havia conquistado com sua vida religiosa
pregressa. A garantia da salvação presente e da comunhão com Deus
proporcionavam ao apóstolo a convicção, pouco antes de sua morte, de ter
combatido um bom combate e guardado a fé (1Tm 4.6,7). Segurança garantida
somente às pessoas, que por meio de uma vida devotada e de santidade, mantêm
seu ideal de obediência e gratidão a Cristo.
Pense!
O que leva as pessoas que já
conheceram o Evangelho a abrir mão das bênçãos decorrentes da justificação?
Ponto Importante
A
justificação pela fé não garante a salvação de uma vez por todas, mas traz
benefícios que nos auxiliam a nos mantermos firmes nas promessas de Deus,
gratos pela salvação, desfrutando e aguardando a glorificação definitiva com
Deus.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que a justificação, além de
ser gratuita, traz consigo muitas outras bênçãos como a paz com Deus.
ESTANTE DO
PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia:
Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2012.
HORA DA
REVISÃO
1. O que derruba a parede que separa o ser humano de
Deus?
O sacrifício de Jesus derruba a parede
que separa o ser humano de Deus (At 10.36; Ef 2.14), sendo “religado”
(significado de religião) com Deus.
2. Qual o conselho dado por Tiago em Tiago 1.2-4,12?
Tiago nos aconselha a nos alegrarmos
quando passarmos por várias provações, pois por meio delas obtém experiência,
com vistas alcançar a coroa da vida, prometida aos que amam a Deus.
3. Segundo a Epístola aos Romanos, como Deus
demonstrou seu amor pela humanidade?
A grande demonstração do amor de Deus
pela humanidade é o fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores (Rm 5.8).
4. Segundo a lição, quando um crente pede por mais
experiência e esperança, o que na realidade ele está pedindo?
Quando o crente pede a Deus mais
experiência e esperança, mesmo que inconscientemente, ele está pedindo por mais
aflições, que conduzirão à experiência, que por sua vez lhe trará esperança. Um
processo contínuo de causa e efeito.
5. Segundo a lição, o que proporcionava ao apóstolo a
convicção de ter combatido um bom combate, pouco antes de sua morte?
A garantia da salvação presente e da
comunhão com Deus proporcionava ao apóstolo a convicção, pouco antes de sua
morte, de ter combatido um bom combate e guardado a fé (1Tm 4.6-7).
SUBSÍDIO
Romanos 5
“Resumo do
capítulo. O crente agora se posiciona num relacionamento único com Deus que
promove uma nova perspectiva sobre toda a vida (5.1-5). Essa perspectiva tem a
sua origem na convicção de que um Deus que estava disposto a abrir mão de seu
Filho para enviá-lo a nós, sem dúvida, trabalhará em nós, agora que somos seus
(vv.6-11).
Destaques
‘Pois’
(5.1). Como cristãos, todos nós nos deleitamos com o que Paulo está prestes a
explicar, a dependência do sacrifício de Cristo por nós e nossa fé nele.
Uma litania
de bênçãos (5.1-5). Observar em especial:
1) a paz com
Deus;
2) o acesso
a Deus e à graça;
3) a alegria
em nossas perspectivas futuras;
4) uma nova
perspectiva sobre o sofrimento e,
5) uma
esperança segura em Deus que paga dividendos presentes numa sensação contínua
do seu amor por nós. Jamais despreze o verdadeiro cristianismo.
O
relacionamento com Jesus é como a mesa farta de um banquete, de uma festa que
podemos usufruir aqui e agora” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.741).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.