Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 2013
Título:
Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
Comentarista:
Elienai Cabral
Lição 4:
Jesus, o modelo ideal de humildade
TEXTO ÁUREO
“De
sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp
2.5).
VERDADE PRÁTICA
Jesus
Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.
HINOS SUGERIDOS
42,
130, 158.
LEITURA DIÁRIA
Fp
2.5-8 – Cristo: o maior
exemplo de humildade
Jo
12.20-28 – Glorifique a Deus
na tribulação
Jo
13.3-7 – Quem ama serve
Lc
6.27-36 – Amando como Jesus
Rm
12.9-15 – A verdadeira
fraternidade
Fp
2.3 – Considerando o
outro superior
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses
2.5-11.
5
- De sorte que haja em vós o mesmo sentimento
que houve em Cristo Jesus,
6
- que, sendo em forma de Deus, não
teve por usurpação ser igual a Deus.
7
- Mas aniquilou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
8
- e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
9
- Pelo que também Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
10
- para que ao nome de Jesus se
dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11
- e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
INTERAÇÃO
Você
concorda que Jesus Cristo é a plena revelação de Deus? Que em Jesus, o
Altíssimo se fez Deus Conosco, o Emanuel? Que o Nazareno é a encarnação suprema
do Deus Pai? Mas por que o Altíssimo não escolheu manifestar-se como um
político poderoso judeu? Por que Ele não elegeu um sacerdote da linhagem de
Arão para salvar à humanidade? Por que o nosso Deus escolheu alguém que não
tinha onde “reclinar a cabeça”? Alguém que em seu nascimento não tinha onde
pousar com a sua mãe? A vida de Jesus de Nazaré demonstra, ainda que soberano e
glorioso, um Deus que não se revelou plenamente a humanidade exalando
opulência, mas simplicidade e ternura. O Pai se fez carne e humilhou-se. Ele
revelou-se para o mundo em humilhação. Isto lhe diz alguma coisa?
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Conhecer
o estado eterno da pré-encarnação de Cristo.
·
Apreender
o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo.
·
Compreender
a exaltação final de Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado
professor, a lição a ser estudada nesta semana é bem teológica. As Escrituras
apresentam uma doutrina robusta acerca da humanidade e divindade de Jesus
Cristo. A história da Igreja apresenta fundamentos sólidos à luz dos concílios
ecumênicos que, ao longo do tempo, deram conta da evolução de toda a teologia
cristã no Ocidente.
Para
introduzir o assunto, reproduza o esquema abaixo. Faça uma rápida exposição da
doutrina da união hipostática de Jesus. Para isso o prezado professor deverá
munir-se de uma boa Teologia Sistemática e Bíblica.
“[Do
gr. hypostasis] Doutrina que, exposta no Concílio
de Calcedônia em 451, realça a perfeita e harmoniosa união entre as naturezas
humana e divina de Cristo. Acentua este ensinamento ser Jesus, de fato,
verdadeiro homem e verdadeiro Deus” (Dicionário Teológico, p.352, CPAD).
Natureza
Humana
“Embora
o título ‘Filho do Homem’ apresente duas definições principais, são três as
aplicações contextuais, no Novo Testamento. A primeira é o Filho do Homem no
seu ministério terrestre. A segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como
por Mc 13.24). Assim, atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente
dentro do Judaísmo. A terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua
glória futura (ver Mc 13.24, que aproveita diretamente toda a corrente
profética que brotou do livro de Daniel). [...] Logo, Jesus é o Filho do Homem
— passado, presente e futuro. [...] O fato de o Filho do Homem ser um homem
literal é incomparável” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal, pp.312-13, CPAD).
Natureza
Divina
“Os
escritos joaninos dão bastante ênfase ao título ‘Filho de Deus’. João 20.31
afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é ‘para que creiais que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu
nome’. Além do uso do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes ‘o Filho’,
sem acréscimo de outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em
que Jesus se dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como ‘Pai’ [...].
As
afirmações: ‘Eu sou’ são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações
de Jesus na primeira pessoa, formam uma parte relevante da autorrevelação dEle
[‘Eu Sou’ é a declaração da autorrevelação divina (cf. Êx 3.14)]” (Teologia
do Novo Testamento, pp.203,205, CPAD).
COMENTÁRIO
introdução
Palavra
Chave
Humildade: Virtude que nos dá o sentimento
da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza.
Nesta
lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana,
obediência e humilhação, bem como a sua divindade. Humanidade e divindade,
aliás, são as duas naturezas inseparáveis de Jesus. Esta doutrina é apresentada
por Paulo no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses.
Veremos
ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e que encarnando-se, salvou-nos de
nossos pecados. A presente lição revela também a sua exaltação.
I.
O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)
1.
Ele deu o maior exemplo de humildade.
Na Epístola aos Filipenses, lemos: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus” (v.5). Este texto reflete a humildade de
Cristo revelada antes da sua encarnação. Certa feita, quando ensinava aos seus
discípulos, o Mestre disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração” (Mt 11.29).
Jesus
Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os
filipenses tenham a mesma disposição demonstrada por Jesus.
2.
Ele era igual a Deus.
“Que, sendo em forma de Deus” (v.6). A palavra forma sugere o objeto de
uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma
essencial da divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a mesma
natureza, glória e essência (Jo 17.5). A forma verbal da palavra sendo
aparece em outras versões bíblicas como subsistindo ou existindo.
Cristo
é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de
Deus”. Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser
“igual a Deus”. A Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A
divindade de Cristo é fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28;
Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não
de sua divindade, mas de sua glória.
3.
Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6). Isto significa que o Senhor não se
apegou aos seus “direitos divinos”. Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou-
se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em expiação por
toda humanidade. O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor
pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena.
Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do
pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Cristo é por natureza Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em
forma de Deus”.
II.
O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)
1.
“Aniquilou-se a si mesmo” (2.7).
Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a maior prova da sua humildade:
Ele “aniquilou-se a si mesmo”. O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo kenoô, que significa também esvaziar, ficar vazio.
Portanto, o verbo esvaziar comunica melhor do que aniquilar a
ideia da encarnação de Jesus; destaca que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se
de sua glória e tomou a natureza humana. Todavia, em momento algum veio a
despojar-se da sua divindade.
Jesus
não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou em
parte às prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade.
Tornando-se verdadeiro homem, fez-se maldição por nós (Gl 3.13). E levou sobre
o seu corpo todos os nossos pecados (1Pe 2.24). Em Gálatas 4.4, Paulo escreveu
que, na plenitude dos tempos, “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher”. Isto
indica que Jesus é consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A
diferença entre Jesus e os demais seres humanos está no fato de Ele ter sido
gerado virginalmente pelo Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado
ou iniquidade (Lc 1.35). Por isso, o amado Mestre é “verdadeiramente homem e
verdadeiramente Deus”.
2.
Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8).
Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir ser escarnecido e maltratado
pelos incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61). A auto-humilhação do
Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu
o foco da sua missão: cumprir toda a justiça de Deus para salvar a humanidade.
3.
Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8). O Mestre amado foi obediente à
vontade do Pai até mesmo em sua agonia: “Não se faça a minha vontade, mas a
tua” (Lc 22.42). No Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus enfrentou
profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a vontade
soberana. Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da
sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13),
passando pela morte e morte de cruz.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Filho do Homem “aniquilou-se a si mesmo”, “humilhou-se a si mesmo”, e
“foi obediente até a morte e morte de cruz”.
III.
A EXALTAÇAO DE CRISTO (2.9-11)
1.
“Deus o exaltou soberanamente” (2.9).
Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado
pelo Pai. O caminho da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de
glória, tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9; 12.2).
Usado
pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a glorificação de Cristo. O nome “Jesus” é
equivalente a “Senhor”, e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo
nome. As Escrituras atestam que ante o seu nome “se dobre todo joelho dos que
estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]” (v.10).
2.
Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho se dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica reconhecer a
autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem
claro que Ele é a autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o Universo.
Quando oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a
soberania. Pois todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua
autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.
3.
“Toda língua confesse” (v.11).
Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a expressão implica
também a pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar o
nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de
que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de toda a Igreja (Rm
10.9; At 10.36; 1Co 8.6). Nosso credo implica o reconhecimento público de Jesus
Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação de Cristo deve ser proclamada
universalmente.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Deus, o Pai, exaltou soberanamente o Filho fazendo-o Senhor e Rei.
Haverá, pois, um dia que “todo joelho se dobrará” e “toda língua confessará” o
senhorio de Cristo.
CONCLUSÃO
O
tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de
Jesus. Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua consequente exaltação.
Aprendemos também que o Senhor Jesus é o Deus forte encarnado — verdadeiramente
homem e verdadeiramente Deus. E que Ele recebeu do Pai toda a autoridade nos
céus e na terra. Ele é o Kyrios, o Senhor Todo-Poderoso. O nome sob
o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus
Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade universalmente.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK,
R. B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
EXERCÍCIOS
1. Quem é o nosso modelo perfeito de
humildade?
R. Jesus Cristo.
2. Segundo a lição, o que sugere a
palavra forma?
R. O objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo
refere-se à forma essencial da divindade.
3. Qual o significado do verbo grego kenoô?
R. Esvaziar, ficar vazio.
4. Qual o termo importante que aparece
como designação principal do autor sagrado para descrever a glorificação do
Filho pelo Pai em o Novo Testamento?
R. Kyrios,
Senhor.
5. O que você tem feito para proclamar e
exaltar o nome de Jesus em sua igreja e fora dela?
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“KENOSIS
[Do
gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma] Termo usado para
explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao
fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6).
O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo. Segundo vaticina o profeta, em Jesus
não havia beleza nem formosura. Nesta humilhação, porém, Deus exaltou o homem
às regiões celestes.
Quando
se trata de Kenósis de Cristo, há que se tomar muito
cuidado. É contra o espírito do Novo Testamento, afirmar que o Senhor Jesus
esvaziou-se de sua divindade. Ao encarnar-se, esvaziou-se Ele apenas da sua
glória. Em todo o seu ministério terreno, agiu como verdadeiro homem e
verdadeiro Deus.
KENÓTICA,
TEOLOGIA DA
Movimento
surgido na Inglaterra no século 19, cujo objetivo era enfatizar a kenósis de Cristo. Em torno do tema, muitas questões foram
suscitadas: Cristo, afinal, esvaziou-se de sua glória ou de sua divindade? Caso
haja se esvaziado de sua divindade, sua morte teve alguma eficácia redentora?
Ora,
como já dissemos no verbete anterior, a kenósis de Cristo não implicou no
esvaziamento de sua divindade, mas apenas no autoesvaziamento de sua glória. Em
todo o seu ministério, agiu Ele como verdadeiro homem e verdadeiro Deus“
(ANDRADE, C. Dicionário Teológico. 13 ed., RJ: CPAD, 2004, p.246).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio
Teológico
“O
termo ‘Senhor’ representa o vocábulo grego kurios,
bem como os vocábulos hebraicos Adonai (que significa ‘meu Senhor, meu
Mestre, aquEle a quem pertenço’) e Yahweh (o nome pessoal de Deus). Para as
culturas do Oriente Próximo e do Oriente Médio antigos, ‘Senhor’ atribuía
grande reverência quando aplicado aos governantes. As nações ao redor de Israel
usavam o termo para indicar seus reis e deuses, pois a maioria dos reis pagãos
afirmavam-se deuses. Esse termo, pois, representava adoração e obediência. Kurios podia ser usado no trato com pessoas comuns, como
uma forma polida de tratamento. Entretanto, a Bíblia declara que o nome
‘Senhor’ foi dado a Jesus pelo Pai, identificando-o, assim, como divino Senhor
(Fp 2.9-11). Os crentes adotaram facilmente esse termo, reconhecendo em Jesus o
Senhor divino. Por meio de seu uso, indicavam completa submissão ao Ser
Supremo. O título que Paulo preferia usar para referir-se a si mesmo era
‘servo’ (no grego, doulos, ‘escravo’, ou seja, um escravo por
amor) de Cristo Jesus (Rm 1.1; Fp 1.1). A rendição absoluta é apropriada a um
Mestre absoluto. A significação prática desse termo é espantosa quanto às suas
implicações na vida diária. A vida inteira deve estar sob a liderança de
Cristo. Ele deve ser o Mestre de cada momento da vida de todos quantos nasceram
na família de Deus.
Isso,
contudo, não significa que Cristo seja um tirano, pois Ele mesmo declarou: ‘Os
reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são
chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja
como o menor; e quem governa, com quem serve. Pois qual é maior: quem está à
mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu porém, entre vós,
sou como aquele que serve’ (Lc 22.25-27; ver também Mt 20.25-28). Jesus viveu e
ensinou a liderança de servos” (MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas
Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005,
pp.51-52).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Jesus,
o modelo ideal de humildade
Caro
professor, um termo grego muito importante no capítulo 2 de Filipenses é κενωσις (kenosis). Este é um conceito que ganhou
força na Teologia Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata
do esvaziamento da glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens”. E a iniciativa de Jesus em aniquilar a
própria vontade para fazer a do Pai.
Quando
estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em
Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e
criador de todas as coisas, revelou-se plenamente a humanidade de forma tão
frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)?”. Os palácios não foram a Sua
casa, muito menos o quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o
nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo
da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com
esvaziamento de Cristo.
Deus
estava em Jesus revelando-se à humanidade como nunca se revelara antes:
humilde, humano, servo, lavador de pés. Esta foi a causa dos judeus não
reconhecê-lo como Messias, pois ele era o oposto daquilo que os judeus
esperavam. Deus jamais se revelara assim tão humilde como se revelou em Jesus.
Jesus, o Cristo, uma loucura para gentios e judeus.
Usando
a kenosis de Deus é que o apóstolo Paulo conclama os filipenses para
terem o mesmo sentimento que predominava em Cristo Jesus. Logo, segundo a
expressão do teólogo Reinold Blank, “a kenosis de Deus implica na kenosis do
homem”. O mesmo sentimento que estava em Jesus deve estar no homem. Aqui, a
humildade de Jesus nos constrange e modela.
Uma
verdade que precisa ser destacada é a de que em Jesus o homem é capaz de
abdicar-se de todo sentimento de poder, egoísmo e opressão. Livrar-se de todos
os atributos que descrevam um caráter soberbo, individualista, desejoso de
fazer o mal. Outra verdade que deve ser ressaltada na classe é que em Jesus o
ser humano é convidado a realizar a obra kenótica de si mesmo. Foi assim que
Deus Pai se revelou nEle. Humilde e inimigo de qualquer artifício para fazer o
mal. Conclame sua classe a ter a mesma postura de Jesus. Mostre aos alunos que
o Evangelho quando encarna no discípulo de Cristo o impulsiona a fazer o bem,
renunciar os próprios interesses e até mesmo amar os seus supostos inimigos.
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