PANORAMA
DO NOVO TESTAMENTO
ÍNDICE
UNIDADE I: AS DIVISÕES DO NOVO TESTAMENTO
UNIDADE II: OS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
UNIDADE III: A PERFEITA UNIDADE DAS ESCRITURAS
UNIDADE IV: EFEITO DAS ESCRITURAS NA VIDA DOS
HOMENS
UNIDADE V: BIBLIOLOGIA: DOUTRINA DA BÍBLIA
Unidade 1
AS DIVISÕES DO NOVO TESTAMENTO
TEXTOS BÍBLICOS: Jo 20:21-31; At 4:1-4; II Pe
1:5-11; Ap 2:10.
1. Os grupos de Livros do Novo Testamento.
Como há quatro espécies de livros no Antigo
Testamento, há quatro no Novo Testamento. São eles: Evangelhos, 4; História, 1;
Cartas, 21; Profecia, 1.
2. Propósitos dos Quatro Grupos.
Cada um dos quatro grupos de livros tem um
propósito geral, que devemos entender para compreendermos corretamente sua
mensagem. Em geral, os propósitos dos quatro grupos são os seguintes:
Os Evangelhos fornecem-nos a evidência
sobre a qual podemos crer que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, nosso
único Salvador e leva-nos a desejar obedecê-lo. Jo 20:31 sumariza o propósito.
O livro de Atos dá-nos um resumo de algumas
das conversões do Novo Testamento sob a pregação de homens inspirados, e então
responde, por exemplo, a pergunta: Como tornar-me cristão? Também este livro
dá-nos a história da fundação e dos primeiros dias da igreja.
As Cartas, enviadas aos cristãos contém instruções completas
para todas as classes cristãs, sobre como viver a vida cristã. (II Pedro 1:5-11
é um bom exemplo desta instrução).
O livro de Apocalipse é dado
para relatar-nos sobre o viver cristão e admoestar-nos a guardá-lo. Sua
mensagem é resumida no seguinte: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da
vida”, (Ap.2:10). Contém o último e mais sentimental convite: “Quem quiser receba
de graça da água da vida”. (Ap 22:17) contém a mais solene admoestação contra qualquer
aumento ou subtração das Escrituras como foram dadas pelo Espírito Santo de Deus.
(Veja Ap 22:18-19).
3. Razões para Conhecer os Propósitos das Divisões.
As Escrituras devem ser conhecidas, entendidas e
aplicadas corretamente. Na aplicação das Escrituras, a primeira regra que
aprendemos é proveitosa. A regra é: lembre quem está falando, para quem está
falando, em qual dispensação está falando e para que propósito está falando.
O conhecimento das divisões do Novo Testamento
muito ajudar-nos-á responder para quem qualquer porção dele foi endereçada. Por
exemplo: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado” (At.2:38), não está
endereçado a quem tem aceito e obedecido ao Senhor, mas àquele que não tem. Por
outro lado, “A religião pura, sem mácula, para com o nosso Deus e Pai é esta:
Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guarda-se
incontaminado e liberto dos manjares oferecidos pelo mundo”(Tg 1:27). É
dirigido àqueles que têm aceito e obedecido o Evangelho de Cristo. Isto quer dizer:
é endereçado a todos os cristãos. Aquele que despreza Atos 2:38 mas toma Tiago
1:27 como sua escritura guia está tomando uma escritura que ainda não está dirigida
a ele, e não se aplica a ele.
4. Uma Peculiaridade dos Evangelhos.
Os Evangelhos são arrolados, propriamente, como uma
parte do Novo Testamento mas o período que eles abrangem é ainda da dispensação
Mosaica. São preparados para a nova dispensação que haveria de vir e que foi
iniciada no dia de Pentecostes, cinquenta dias depois da ressurreição. Jesus
cresceu debaixo da dispensação Judaica ou Mosaica. Foi circuncidado, freqüentava
a sinagoga e quando alguém perguntou-lhe o que fazer para herdar a Vida Eterna,
Ele citou ou Dez Mandamentos.
O período abrangido pelos Evangelhos é transitório
de uma dispensação para outra e é preparatória para a mensagem de salvação como
temos agora no Novo Testamento.
Durante o período dos Evangelhos, Jesus estava aqui
na carne e andava entre os homens como Senhor e Mestre. Ele podia dizer e disse
a alguém “Teus pecados estão perdoados...” a outro “Tua fé te salvou...”, a
outro “Levanta, toma tua cama e vá...” e ao ladrão na cruz “Hoje estarás comigo
no paraíso”. Mas quando seu trabalho de preparação foi completo pela sua morte
na cruz, e sua ressurreição, então Ele enviou o Espírito Santo para dar,
através de homens, escolhidos, os grandes e universais termos de salvação para
todos os homens, em todas as regiões e em todos os tempos. Isso temos, em sua
totalidade, no Novo Testamento.
5. Alguns Fatos Sobre as Cartas.
Enquanto as cartas são, em geral, aos cristãos para
relatar-lhes como viver a vida cristã, nem todas as instruções se aplicam a
qualquer pessoa num dado tempo. Por exemplo: Há instruções para novos cristãos
ou “meninos em Cristo”. Então, há instruções para aqueles que de há muito vivem
em Cristo. Há instruções para diáconos e anciãos (presbíteros) que se aplicam
somente a eles. Há instruções para as viúvas da igreja, para as crianças, para
os pais, para as mães, para os ministros. Algumas das instruções são gerais e
se aplicam a todos os cristãos, em qualquer lugar, e em todos os tempos. II Pe
1:5-11 ilustra isto.
6. Peculiaridades do Livro de Apocalipse.
Este livro é menos lido e menos entendido do que
qualquer outro do Novo Testamento. Isto se deve a duas razões: Primeiro, grande
parte dele é profecia sobre o futuro, e tem a ver com a parte de Deus na
salvação e julgamento final dos homens.
Algumas das profecias do Antigo Testamento não
foram entendidas e não podiam ser, possivelmente nem mesmo pelos profetas.
Quando foram proferidas somente foram entendidas depois de cumpridas. Assim,
algumas do Apocalipse serão completamente compreendidas somente nos últimos
grandes dias. A outra razão é que muitas delas são escritas em linguagem
apocalíptica e altamente figurativa como, o livro de Daniel, para o qual é
necessário uma chave de interpretação. O livro , como um todo, entretanto, pode
ser tomado, pois é um livro sobre fidelidade, julgamento final e vitória final
da retidão.
7. Sumário e Revisão dos Grupos da Bíblia.
As grandes divisões da Bíblia são duas: O Antigo
Testamento, com trinta e nove livros e o Novo Testamento, com vinte e sete
livros. Vivemos hoje debaixo do Novo Testamento e não debaixo do Antigo. O
Antigo Testamento possui quatro tipos, ou espécies, de livros: Lei, História, Poesia
e Profecia. O Novo Testamento possui também quatro espécies de livros:
Evangelhos, Atos dos Apóstolos (História), Epístolas (Cartas) e Profecia. O
Antigo Testamento foi nosso mestre para guiar-nos a fé em Cristo; Os Evangelhos
guiam-nos a crer n’Ele e a tornar-nos cristãos; Os Atos relatam-nos os primeiros
dias da igreja; As cartas nos recomendam como viver a vida cristã e o Apocalipse
fala-nos sobre como fazer permanecer a vida cristã até o fim.
NOTA: Para melhor compreensão do que estamos expondo
nessa matéria verifique as referências indicadas no início deste tema. Lendo-as
na ordem em que elas estão, você notará que as mesmas descrevem na íntegra, os
propósitos de cada uma das quatro divisões do Novo Testamento.
Unidade 2
OS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
TEXTOS BÍBLICOS: 2 Tm 3:14-17; 1Pd 4:10-11
1. Os Evangelhos.
Certamente todos podem nomear os Evangelhos a
biografia de Jesus, mas, para efeito de ilustração, novamente, sugerimos que
você analise as Divisões expostas no título anterior.
Note que estes quatro livros são biografias
distintas. Logo surge a pergunta: Por que quatro biografias? A resposta é que
na apresentação da evidência que Jesus é o Cristo, Deus não deixou de fazer
nada para que a evidência fosse completa. Quatro testemunhas presenciaram o
caso, cada uma em sua própria maneira e num sentido mais completo do que uma só
testemunha.
2. Marcas Especiais dos Evangelhos.
Mateus é assim chamado, por razão do nome do seu
escritor, como é o caso dos outros Evangelhos. Mateus, entretanto, escreve
particularmente aos judeus, para dar provas de que Jesus é o Cristo, o esperado
Messias da profecia. Ele trata mais das profecias judaicas do que os outros.
Traça a genealogia de Jesus de uma forma mais apurada. A característica de
Mateus pode ser encontrada em expressões como: “Então se cumpriu o que fora
dito, por intermédio do profeta Jeremias” etc. (Mt 2: 17). Marcos e Lucas dão
biografias de Jesus, mas descrevem mais para o tipo de mente greco-romano. Deve
ser lembrado que em dias do Novo Testamento três civilizações se encontravam na
Terra Santa. Foram elas: Grega, representando a cultura e o saber, Romana,
representando lei e poder; e a judaica representando a religião e a justiça.
Lucas diz em Atos 17: 21 “Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes,
de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades”. Eles
estavam interessados no homem que podia comandar a natureza. A mente romana
estava interessada no homem que podia comandar homens. Marcos e Lucas
escreveram mais particularmente para o tipo de mente grego e romano para
mostrar-lhes Jesus como o homem de poder sobre os homens e a natureza. Mas os
milagres e as obras maravilhosas de Jesus são registrados por Mateus.
Esses três Evangelhos são chamados de Evangelhos
Sinóticos, por razão da semelhança deles no resumo dos acontecimentos na vida
de Cristo.
O Evangelho de João é diferente. É mais geral e
trata com princípios e conclusões. Biograficamente é menos completo escolhendo
somente aqueles incidentes necessários para trazer à mente, o que ele tem para
apresentar. João é conhecido como o apóstolo do amor e é em João 3: 16 que se
encontra o verso chamado “o texto de ouro do Novo Testamento”.
3. O Livro de Atos.
A segunda divisão do Novo Testamento consiste de um
só livro. É um livro, que relata a história da fundação e os primeiros dias na
Igreja. Relembrando que a Igreja é de Cristo e não nossa, que Ele a comprou com
seu sangue, que Ele é seu fundador e cabeça, naturalmente, estamos interessados
em Atos dos Apóstolos, pois é a única história divinamente dada da fundação e
dos primeiros dias da Igreja do Deus Vivo. Lucas, o companheiro de Paulo, é o
escritor. Deve ser também lembrado que este livro de modo algum relata os atos
dos apóstolos, mas simplesmente alguns dos atos de alguns dos apóstolos. Há
relatos suficientes, entretanto, nos capítulos 2, 8, 9, 10 e 16 para dar-nos
divinos inspirados exemplos da conversão do povo de praticamente cada tipo e
condição de mente, para que possamos ter a resposta de como tornar-nos
cristãos.
Em adição ao exposto, devemos conhecer o livro de
Atos dos Apóstolos como uma das maiores crônicas missionárias já escritas. Nele
encontramos o motivo e método missionário.
Também o livro de Atos contém proveitosas sugestões
a respeito do culto e da vida dos primeiros cristãos sob a direção dos
Apóstolos. Quatro fatores marcavam o culto deles: “A doutrina dos Apóstolos - a
comunhão - o partir do pão - as orações”. Quando espalhados pela amarga
perseguição, foram pregando a Palavra de Deus.
4. As Cartas (Epístolas).
Há vinte e uma cartas, cujos nomes devemos aprender
em ordem. Se dispostos de um modo como se segue, serão facilmente aprendidos e
decorados. É geralmente atribuída a Paulo a autoria das catorze primeiras.
Estas são: Romanos. I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemon e Hebreus.
As sete últimas são de quatro autores: Tiago,
Pedro, João e Judas. Estas sete, da mesma maneira, são fáceis de lembrar. Tiago
I Pedro I João Judas II Pedro II João III João
5. Os Escritores do Novo Testamento.
Os escritores dos livros do Novo Testamento são
oito. Seus nomes prontamente ditos a qualquer hora. São eles: Mateus, Marcos,
Lucas, João, Paulo, Tiago e Judas. Mateus, Marcos, Tiago e Judas, cada um
escreveu um livro. Pedro e Lucas, cada um escreveu dois, João escreveu cinco e
Paulo catorze.
Estes homens sofreram incontáveis perseguições por
razão da fé. Enquanto nada é definitivamente conhecido sobre a morte deles, é
muito provável que a maioria deles, senão todos, sofreram morte de mártir.
Foram martirizados. Lendo e ensinando os escritos de Paulo, devemos lembrar que
muitos deles foram escritos com as mãos algemadas ou enviados de uma imunda
prisão.
6. Porções do Novo Testamento que Devemos Tomar
para Nós Mesmos.
* O Sermão da Montanha - Mateus 5:6-7.
* A Oração do Senhor - Mateus 6:9-13.
* A Grande Comissão - Mateus 28:18-20.
* A Fundação da Igreja - Atos 2.
* O Pecado - Romanos 6:23.
* A Fé - Romanos 10:9-19.
* O Arrependimento - Atos 17:30.
* O Batismo - Atos 2:38.
* O Texto de Ouro da Bíblia - João 3:16.
* O Capítulo de Amor - I Coríntios 13.
* A Vida Cristã - Romanos 12.
* A Vida Cristã - II Pedro 1: 5-11.
* A Fidelidade - Apocalipse 2: 10.
* O Convite Final - Apocalipse 22:17.
Unidade 3
A PERFEITA UNIDADE DAS ESCRITURAS
TEXTOS BÍBLICOS: Jo 1: 1-13; Hb 1: 1-2
I. POR QUE CREMOS QUE A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS?
1. Como Sabemos que a Bíblia é de Deus?
Se a Bíblia é de Deus, ela sobrepuja a todos os
outros livros. Como pudemos saber que as escrituras são algo mais do que
escritos de homens?
Tudo o que cremos e tudo o que sabemos é baseado em
evidência. Há sólidas evidências que as escrituras não poderiam ter sido
produzidas por homens sem a direção de um ser que vê todas as coisas, e é
sapientíssimo. Este ser não é outro senão Deus.
2. Enumeração de Algumas das Evidências.
Algumas das provas, que as escrituras procedem de
Deus são:
a) A inexplicável unidade dos sessenta e seis
livros, na estrutura, matéria e propósito.
b) A sobrevivência deles a despeito das condições,
através das quais chegaram até nós.
c) O modelo de caráter deles, sobrepujando longe os
modelos da era em que foram produzidos.
d) Os efeitos deles nos homens e nas nações.
e) O inexplicável fenômeno das centenas de
profecias feitas e cumpridas.
f) O fato que homens sozinhos não poderiam ter
produzido um tal grupo de livros, combinando nestas únicas características
completamente diferentes de todos os outros livros.
II. A MARAVILHOSA UNIDADE DAS ESCRITURAS.
1. A Unidade Estrutural da História das Escrituras.
a) As escrituras sagradas é a única coleção de
livros por um ou mais autores, os quais, quando combinados resultaram o que é propriamente
chamado “um livro”.
b) A história é uma, iniciando com tempo e
terminando com a eternidade. A história é a história universal das grandes
nações, começando por um novo agricultor ou pastor e terminando na cidade. A
história da Bíblia principia no belo jardim e termina com a bela cidade.
c) A Bíblia é um livro de perfeito progresso.
Começa com o caos ou confusão e termina com a perfeição.
d) Começa com a criação da vida e termina com a
perpetuação da vida.
e) Começa com a introdução do pecado e termina com
a destruição do pecado.
f) São mais de trinta autores e atitude de cada um
e de todos os livros é exatamente a mesma para com Deus: pecado e retidão. Deus
é reverenciado e o pecado é sempre combatido.
2. A Unidade no Propósito e Disposição.
Já dissemos nos capítulos anteriores, tudo aquilo
que tem conexão com os assuntos deste capítulo. Há uma unidade de estrutura
como foi mostrado no propósito dos grupos:
a) As Leis (ou Antigo Testamento) para preparar a
vinda de Cristo, o Messias, o Redentor e Salvador (veja Gálatas 3:23-29).
b) Os Evangelhos para apresentar Salvador prometido
pelos profetas, cumprindo de modo perfeito e completo suas profecias de séculos
antes. (veja João 20:30-31).
c) Os Atos para contar-nos como guardar-nos ou
sermos úteis ao nosso Salvador (veja Atos 2, 8, 9 e 10).
d) As Epístolas para relatar-nos como viver a Vida
Cristã (veja II Pedro 1:15- 11).
e) O Apocalipse para admoestar-nos a ser fiéis até
o fim.
Portanto há unidade perfeita e lógica em todos os
grupos de livros e em suas disposições.
3. O Fenômeno da Unidade dos Autores.
Quando lembramos que haviam mais de trinta
escritores trabalhando num período de mil e seiscentos anos, desconhecidos uns
dos outros, e que ainda seus livros se juntaram formar uma unidade perfeita e
lógica na estrutura, no alvo, propósito e apresentação, só pode haver uma
conclusão lógica; e esta é: Houve uma “mente “ com todos e, que esta mente não
podia ser outra senão a de Deus.
4. Respostas a Objeções
Por quase dois mil anos, os homens têm procurado
achar e apontar desarmonia, discrepâncias, erros em história, contradições em
afirmações, outras faltas que pudessem provar que uma agência puramente humana
produziu estes escritos.
Investigações cuidadosas, feitas por estudiosos,
descobertas pelos arqueólogos que contribuíram para o estudo das escrituras e
aclamaremos de nossos conhecimentos obtidos da história e dos povos antigos,
têm provado que os objetos estão errados e as escrituras corretas. Considerando
que nenhum livro mereceu tão prolongadas, minuciosas e severas investigações
como a Bíblia tem sido e que nenhuma falta tem sido achada, exceto um erro
ocasional na transcrição ou tradução e, considerando que nenhum crítico ou
grupos de críticos tem dado resposta satisfatória para as evidências de procedências
divina, não há senão uma conclusão. As escrituras não vieram de outro senão
Deus. As provas são abundantes demais para serem desprezadas.
Unidade 4
EFEITOS DAS ESCRITURAS NA VIDA DOS HOMENS.
TEXTOS BÍBLICOS: Hb 2:1-4;
At 2:41; 6:7; At 14:1
1. O Poder da Bíblia na Vida do Povo Escolhido.
Pediram a alguém para dar uma prova concreta da
autenticidade e inspiração da Bíblia. Ele atendeu para responder em duas
palavras: Sua resposta foi: “Os Judeus”.
Os Judeus eram um povo do Antigo Testamento,
mantiveram-se unidos como um povo durante trinta séculos. Eles têm feito e
moldado características próprias, embora tenham sido conquistados e dispersos
sempre e sempre. Têm guardados a compreensão de um só Deus. Têm mantido os
princípios da retidão, embora sempre sujeitos às influências de todo o mal ao
redor deles.
A completa dispersão e nacionalização deles é uma
confirmação das profecias bíblicas. Nenhum livro ou grupo de livros tem
exercido tal poder sobre qualquer outro povo.
2. A Influência da Bíblia sobre os Grandes Líderes.
A influência da Bíblia é um testemunho de que ela
tem vindo de uma fonte superior ao homem. Grandes nomes da história foram por
ela influenciados.
“O Paraíso Perdido” é conceituado como um dos mais
famosos livros da literatura inglesa. Foi o poder da Bíblia que levou Milton a
escrevê-lo.
Benjamin Flanklin citou a Bíblia como “O livro
superior a todos os livros”. Isaac Newton, cientista e filósofo citou o
evangelho como “a mais sublime filosofia da terra”.
Gladstone, um dos famosos cidadãos ingleses dos
séculos recentes disse; “Há um só problema internacional, e este é entregar o
Evangelho a cada homem, mulher e criança, em cada nação”.
Washington, Lincoln, Clay, Webster e centenas de
outros líderes famosos têm pagado tributo ao poder da Bíblia em suas vidas.
3. O Poder da Bíblia na Música e na Arte.
É fato digno de nota que os maiores compositores
tais como Beethoven, Hazdn e Handel, foram manejados pelo poder da Bíblia e até
seus maiores oratórios foram compostos de temas da Bíblia. Por exemplo: “Israel
no Egito”, “A Criação”, “Jefté”,
“Ester”, “Saul” e “O Messias”. As mais famosas
pinturas dos famosos artistas são pinturas da Bíblia.
4. A Influência da Bíblia sobre seus Inimigos.
Lew Wallace, autor de “Ben Hur”, foi céptico e
começou a escrever sua grande novela para refutar o cristianismo. Ele leu o
Novo Testamento para colher dados, porém, durante sua leitura foi convertido e
escreveu sua novela “Ben Hur” como homenagem suprema a Jesus Cristo.
Goethe, um grande autor alemão, também céptico,
escreveu muito para refutar a Bíblia. Finalmente ele escreveu, “Minha fé na
Bíblia salvou minha vida literária e moral”. Rousseau, embora um grande campeão
da descrença, foi compelido pelo poder da Bíblia e escreveu: “Fico atônito pela
majestade das Escrituras”. Voltaire, talvez o mais notável adversário da
Bíblia, que escreveu 250 publicações para a refutar, finalmente capitulou ao
seu poder e nos seus últimos dias suplicou perdão e pediu sepultamento cristão.
Estes são apenas uns poucos exemplos da influência
da Bíblia, sobre aqueles que combateram com todas as suas forças.
5. A Influência da Bíblia Sobre Pecadores.
Nenhum livro pode ser escrito que possa enumerar
nomes daqueles cujas vidas foram transformadas completamente pela Bíblia.
Alguns desses nomes, naturalmente, serão de valor para o professor de Bíblia.
Jerry McAuley foi transformado de beberrão
miserável a um homem de Deus que serviu seus semelhantes. John B. Gough foi um
bêbado caído na valeta. A Bíblia sozinha mudou-o em pregador eloquente de
retidão e sobriedade. A Bíblia transformou Africanos de criminoso, canibal e
bárbaro a um homem cristão de cultura, que pediu a Rainha Vitória que enviasse
o evangelho ao seu povo.
Tomé, aquele que duvidou; Pedro o vacilante e Paulo
o perseguidor dos cristãos foram completamente transformados em homens prontos
a morrer por Cristo e pelo evangelho.
6. A Influência da Bíblia para com seus Amigos.
Um livro pode conter aquilo que interesse ao homem,
ou o instrui, mas a Bíblia contém o que nutre os homens a ponto de eles se
esforçarem para viver por ela e desejarem morrer por ela. Paulo, Policarpo,
Savanarola, Wycliffe, Lutero, Huss e milhares de mártires antigos e de eras
recentes são um testemunho de existe alguma coisa no livro que não pode ser
encontrado em nenhum outro lugar e é mais poderoso que a vida.
A Bíblia não somente transforma a vida daqueles que
apreciam e baseiam-se nela, mas da-lhes um poder tal, que habilita-os a
enfrentar a morte por ela, com satisfação. Nenhum poder, tal como este, poderia
vir de escritos de homens não inspirados.
Unidade 5
BIBLIOLOGIA: DOUTRINA DA BÍBLIA
I. REVELAÇÃO: É a operação divina que comunica ao
homem fatos que a razão humana é insuficiente para conhecer. É, portanto, a
operação divina que comunica a verdade de Deus ao homem (I Co.2:10).
A) Provas da Revelação: O diabo
foi o primeiro ser a pôr em dúvida a existência da revelação: “É assim que Deus
disse?” (Gn 3:1). Mas a Bíblia é a Palavra de Deus.
Vejamos alguns argumentos:
1) A Indestrutibilidade da Bíblia: Uma
porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século, e
uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante
dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em circunstâncias adversas. Em
303 A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares da Bíblia
fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil línguas e ainda é o
livro mais lido do mundo.
2) A Natureza da Bíblia:
a) Ela é superior: Ela é
superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com sua sabedoria e vasto
acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um livro que chegue perto
de se comparar a Bíblia.
b) É um livro honesto: Pois
revela fatos sobre a corrupção humana, fatos que a natureza humana teria
interesse em acobertar.
c) É um livro harmonioso: Pois
embora tenha sido escrito por uns quarenta autores diferentes, por um período
de 1.600 anos, ela revela ser um livro único que expressa um só sistema
doutrinário e um só padrão moral, coerentes e sem contradições.
3) A Influência da Bíblia: O
Alcorão, o Livro dos Mórmons, o Zenda Avesta, os Clássicos de Confúcio, todos
tiveram influência no mundo. Estes, porém, conduziram a uma idéia apagada de
Deus e do pecado, ao ponto de ignorá-los. A Bíblia, porém, tem produzido altos
resultados em todas as esferas da vida: na arte, na arquitetura, na literatura,
na música, na política, na ciência etc.
4) Argumento da Analogia: Os
animais inferiores expressam com suas vozes seus diferentes sentimentos. Entre
os racionais existe uma presença correspondente, existe comunicação direta de
um para o outro, uma revelação de pensamentos e sentimentos. Consequentemente é
de se esperar que exista, por analogia da natureza, uma revelação direta de
Deus para com o homem. Sendo o homem criado à Sua imagem, é natural supor que o
Criador sustente relação pessoal com Suas criaturas racionais.
5) Argumento da Experiência: O homem é
incapaz por sua própria força descobrir que:
a) Precisa ser salvo.
b) Pode ser salvo.
c) Como pode ser salvo.
d) Se há salvação.
Somente a revelação pode desvendar estes mistérios
eternos. A experiência do homem tem demonstrado que a tendência da natureza
humana é degenerar-se e seu caminho ascendente se sustém unicamente quando é
voltado para cima em comunicação direta com a revelação de Deus.
6) Argumento da Profecia Cumprida: Muitas
profecias a respeito de Cristo se cumpriram integralmente, sendo que a mais
próxima do primeiro advento, foi pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento.
As profecias a respeito da dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt.28;
Jr.15:4;l6:13; Os.3:4 etc); da conquista de Samaria e preservação de Judá
(Is.7:6-8; Os.1:6,7; I Rs.14:15); do cativeiro babilônico sobre Judá e
Jerusalém (Is.39:6; Jr.25:9-12); sobre a destruição final de Samaria
(Mq.1:6-9); sobre a restauração de Jerusalém (Jr.29:10-14), etc.
7) Reivindicações da Própria Escritura: A própria
Bíblia expressa sua infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro
livro ousa fazê-lo. Encontramos essa reivindicação nas seguintes expressões:
“Disse o Senhor a Moisés” (Ex.14:1,15,26;16:4;25:1; Lv.1:1;4:1;11:1;
Nm.4:1;13:1; Dt.32:48) “O Senhor é quem fala” (Is.1:2); “Disse o Senhor a
Isaías” (Is.7:3); “Assim diz o Senhor” (Is.43:1). Outras expressões semelhantes
são encontradas: “Palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor” (Jr.11:1);
“Veio expressamente a Palavra do Senhor a Ezequiel” (Ez.1:3); “Palavra do
Senhor que foi dirigida a Oséias” (Os.1:1); “Palavra do Senhor que foi dirigida
a Joel” (Jl.1:1), etc. Expressões como estas são encontradas mais de 3.800
vezes no Velho Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelação de Deus, e essa
mesma reivindicação faz o Novo Testamento (ICo.14:37; ITs.2:13; IJo.5:10; IIPe.3:2).
B) Natureza da Revelação: Deus se
revelou de sete modos:
1) Através da Natureza: (Sl
19:1-6; Rm l:19-23).
2) Através da Providência: A
providência é a execução do programa de Deus das dispensações em todos os seus
detalhes (Gn 48:15;50:20; Rm 8:28; Sm.57:2; Jr 30:11; Is 54:17).
3) Através da Preservação: (Cl.1:17;
Hb.1:3; At.17:25,28).
4) Através de Milagres: (Ex.4:1-9).
5) Através da Comunicação Direta: (Nm.12:8;
Dt.34:10).
6) Através da Encarnação: (Hb.1:1;
Jo.8:26;15:15).
7) Através das Escrituras: A Bíblia
é a revelação escrita de Deus e, como tal, abrange importantes aspectos:
a) Ela é variada: Variada em seus temas, pois abrange
aquilo que é doutrinário, devocional, histórico, profético e prático.
b) Ela é parcial: (Dt.29:29).
c) Ela é completa: Naquilo que já foi revelado
(Cl.2:9,10);
d) Ela é progressiva: (Mc.4:28).
e) Ela é definitiva: (Jd.3).
II. AUTORIDADE: Dizemos que a bíblia é um livro que
tem autoridade porque ela tem influência, prestígio e credibilidade (quanto a
pureza na transcrição ou tradução), por isso deve ser obedecida porque procede
de fonte infalível e autorizada.
A autoridade está vinculada a inspiração,
canonicidade e credibilidade, sem os quais a autoridade da Bíblia não se
estabeleceria. Assim, por ser inspirado, determinado trecho bíblico possui
autoridade; por ser canônico, determinado livro bíblico possui autoridade, e
por ter credibilidade, determinadas informações bíblicas possuem autoridade,
sejam históricas, geográficas ou científicas.
Entretanto, nem tudo aquilo que é inspirado é
autorizado, pois a autoridade de um livro trata de sua procedência, de
sua autoria, e, portanto, de sua veracidade. Deus é o Autor da Bíblia, e como
tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na Bíblia procedeu
da boca de Deus. Por exemplo, o que Satanás disse para Eva foi registrado por
inspiração, mas não é a verdade (Gn.3:4,5); o conselho que Pedro deu a Cristo
(Mt.16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó.22:5-11), etc. Nenhuma dessas
declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle (procedem apenas
por inspiração), e por isso não têm autoridade. Um texto também perde sua autoridade
quando é retirado de seu contexto e lhe é atribuído um significado totalmente diferente
daquele que tem quando inserido no contexto. As palavras ainda são inspiradas, mas
o novo significado não tem autoridade.
III. CREDIBILIDADE OU VERACIDADE: Um livro tem
credibilidade se relatou veridicamente os assuntos como aconteceram ou como
eles são; e quando seu texto atual concorda com o escrito original.
Nesse caso credibilidade relaciona-se ao conteúdo
do livro (original), e a pureza do texto atual (cópia ou tradução). Por
exemplo, as palavras de Satanás em Gn.3:4,5 são inspiradas, mas não possuem
autoridade, porque não é verdade, porém tem credibilidade ou veracidade (quanto
a sua transcrição) porque foram registradas exatamente como Satanás disse. A
veracidade das palavras de Satanás não se relaciona ao o que ele pronunciou,
mas sim como ele as pronunciou.
A) Credibilidade do A.T.: Estabelecida
por três fatos:
1) Autenticado por Jesus Cristo: Cristo
recebeu o A.T. como relato verídico. Ele endossou grande número de ensinamentos
do A.T., como, por exemplo: A criação do universo por Deus (Mc.3:19), a criação
do homem (Mt.19:4,5), a existência de Satanás (Jo.8:44), o dilúvio
(Lc.17:26,27), a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc.17:28-30), a revelação de
Deus a Moisés na sarça (Mc.12:26), a dádiva do maná (Jo.6:32), a experiência de
Jonas dentro do grande peixe (Mt.12:39,40). Como Jesus era Deus manifesto em
carne, Ele conhecia os fatos, e não podia se acomodar a idéias errôneas, e, ao
mesmo tempo ser honesto. Seu testemunho deve, portanto, ser aceito como
verdadeiro ou Ele deve ser rejeitado como Mestre religioso.
2) Prova Arqueológica e Histórica:
a) Arqueológica: Através da arqueologia, a
batalha dos reis registrada em Gn.14 não pode mais ser posta em dúvida, já que
as inscrições no Vale do Eufrates “mostram indiscutivelmente que os quatro reis
mencionados na Bíblia como tendo participado desta expedição não são, como era
dito displicentemente, ‘invenções etnológicas’, mas sim personagens históricos
reais. Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo maravilhoso código de leis
foi tão recentemente descoberto por De Morgan em Susa”. (Geo. F. Wright, O
Testemunho dos Monumentos à Verdade das Escrituras).
As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e
Raquel ao darem suas servas aos seus maridos (Jack Finegan, Ligth from the
Ancient Past = Luz de um Passado Antigo).
Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já
era conhecida mais de 1.000 anos antes de Abraão (James Orr, The Problem of the
Old Testament = O Problema do Velho Testamento).
A arqueologia também confirma o fato de Israel ter
vivido no Egito, como escravo, e ter sido liberto (Melvin G. Kyle, The Deciding
Voice of the Monuments = A Voz Decisória dos Monumentos).
Muitas outras confirmações da veracidade dos
relatos das Escrituras poderiam ser apresentados, mas esses são suficientes e
devem servir como aviso aos descrentes com relação às coisas para as quais
ainda não temos confirmação; podemos encontrá-la a qualquer hora.
b) Histórica: A história fornece muitas
provas da exatidão das descrições bíblicas. Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a
cidade de Samaria, mas o rei da Assíria, que sabemos ter sido Sargom II,
carregou o povo para a Síria (IIRs.17:3-6). A história mostra que ele reinou de
722-705 a.C. Ele é mencionado pelo nome apenas uma vez na Bíblia (Is.20:1). Nem
Beltsazar (Dn.5), nem Dario, o Medo (Dn.6) são mais considerados como
personagens fictícios.
3) As Escrituras possuem Integridade:
a) Integridade Topográfica e Geográfica: As
descobertas arqueológicas provam que os povos, línguas, os lugares e os eventos
mencionados nas Escrituras são encontrados justamente onde as Escrituras os
localizam, no local exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas
na Bíblia.
b) Integridade Etnológica ou Racial: Todas as
afirmações bíblicas sobre raças têm sido demonstradas como corretas com os
fatos etnológicos revelados pela arqueologia.
c) Integridade Cronológica: A
identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos com o período de sua
ocorrência é corroborada pela cronologia síria e pelos fatos revelados pela
arqueologia.
d) Integridade Histórica: O
registro dos nomes e títulos dos reis está em harmonia perfeita com os
registros seculares, conforme demonstrados por descobertas arqueológicas.
e) Integridade Canônica: A
aceitação pela igreja em toda a era cristã, dos livros incluídos nas Escrituras
que hoje possuímos, representa o endosso de sua integridade.
Exemplares do A.T. e do N.T. impressos em 1.488 e
1.516 d.C., concordam com os exemplares atuais. Portanto a Bíblia como a
possuímos hoje, já existia há 400 anos passados.
Quando essas Bíblias foram impressas, certo erudito
tinha em seu poder mais de 2.000 manuscritos. Esse número é sem dúvida
suficiente para estabelecer a genuinidade e credibilidade do texto sagrado, e
tem servido para restaurar ao texto sua pureza original, e
fornecem proteção contra corrupções futuras (Ap.22:18-19; Dt.4:2;12:32).
Enquanto a integridade canônica da Bíblia se baseia
em mais de 2.000 manuscritos, os escritos seculares, que geralmente são aceitos
sem contestação, baseiam-se em apenas uma ou duas dezenas de exemplares.
As quatro Bíblias mais antigas do mundo, datadas
entre 300 e 400 d.C., correspondem exatamente a Bíblia como a possuímos
atualmente.
B) Credibilidade do N.T.: Estabelecida
por cinco fatos:
1) Escritores Competentes: Possuíam
as qualificações necessárias, receberam investidura do Espírito Santo e assim
escreveram não somente guiados pela memória, apresentações de testemunho oral e
escrito, e discernimento espiritual, mas como escritores qualificados pelo Espírito
Santo.
2) Escritores Honestos: O tom
moral de seus escritos, sua preocupação com a verdade, e a circunstância de
seus registros indicam que não eram enganadores intencionais mais sim homens
honestos. O seu testemunho pôs em perigo seus interesses materiais, posição
social, e suas próprias vidas. Por quê razão inventariam uma estória que
condena a hipocrisia e é contrária a suas crenças herdadas, pagando com suas próprias
vidas?.
3) Harmonia do N.T.: Os
sinópticos não se contradizem mas suplementam um ao outro. Os vinte e sete
livros do N.T. apresentam um quadro harmonioso de Jesus Cristo e Sua obra.
4) Prova Histórica e Arqueológica:
a) Histórica: O recenseamento quando
Quirino era Governador da Síria (Lc.2:2), os atos de Herodes o Grande
(Mt.2:16-18), de Herodes Antipas (Mt.14:1-12), de Agripa I (At.12:1), de Gálio
(At.18;12-17), de Agripa II (At.25:13-26:32) etc.
b) Arqueológica: As descobertas arqueológicas
confirmam a veracidade do N.T. Quirino (Lc.2:2) foi Governador da Síria duas
vezes (16-12 e 6-4 a.C.), sendo que Lucas se refere ao segundo período. Lisânias,
o Tetrarca é mencionado em uma inscrição no local de Abilene na época a que
Lucas se refere. Uma inscrição em Listra registra a dedicação da estátua Zeus
(Júpiter) e Hermes (Mercúrio), o que mostra que esses deuses eram colocados no
mesmo nível, no culto local, conforme descrito em At 14:12. Uma inscrição de
Pafos faz referência ao Proconsul Paulo, identificado como Sergio Paulo
(At.13:7).
IV. INERRÂNCIA OU INFALIBILIDADE: Inerrância
significa que a verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em
que foram empregadas, entendidas no sentido que realmente se destinavam a ter,
não expressam erro algum.
A inspiração garante a inerrância da Bíblia.
Inerrância não significa que os escritores não tinham faltas na vida, mas que
foram preservados de erros os seus ensinos. Eles podem ter tido concepções
errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram; por exemplo, quanto à
terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e social
etc.
Também não significa que não se possa interpretar
erroneamente o texto ou que ele não possa ser mal compreendido.
A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem
como veículo de comunicação. É muitas vezes difícil transmitir com exatidão um
pensamento por causa desta flexibilidade de linguagem ou por causa de possível
variação no sentido das palavras.
A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um
livro de instrução religiosa repleto de erros? Se ele possui erros sob a forma
de uma pretensa revelação, perpetua os erros e as trevas que professa remover.
Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção do seu nome a algo que não
seja a expressão exata da verdade?
Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e
parcialmente falsa. Se é parcialmente falsa, como se explica que Deus tenha
posto o seu selo sobre toda ela? Se ela é parcialmente verdadeira e
parcialmente falsa, então a vida e a morte estão a depender de um processo de
separação entre o certo e o errado, que o homem não pode realizar.
Cristo declara que a incredulidade é ofensa digna
de castigo. Isto implica na veracidade daquilo que tem de ser crido, porque
Deus não pode castigar o homem por descrer no que não é verdadeiro
(Sl.119:140,142; Mt.5:18; Jo.10:35; Jo.17:17). Aqueles que negam a
infalibilidade da Bíblia, geralmente estão prontos a confiar na falibilidade de
suas próprias opiniões. Como exemplo de opinião falível encontramos aqueles que
atribuem erro à passagem de I Rs.7:23 onde lemos que o mar de fundição tinha
dez côvados de diâmetro de uma borda até a outra, ao passo que um cordão de
trinta côvados o cingia em redor. Sendo assim, tem-se dito que a Bíblia faz o
valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas uma vez que não
sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou debaixo da mesma,
como parece sugerir o versículo seguinte (v.24) não podemos chegar a uma
conclusão definitiva, e devemos ser cautelosos ao atribuir erro ao escritor.
Outro exemplo utilizado para contrariar a
inerrância da Bíblia, encontra-se em ICo.10:8 onde lemos que 23.000 homens
morreram no deserto, enquanto que Nm.25:9 diz que morreram 24.000. Acontece que
em Números nós temos o número total dos mortos, ao passo que em I aos Coríntios
nós temos o número parcial que somado ao restante dos homens relacionados nos
versículos 9 e 10, deverá contabilizar o total de 24.000.
A inerrância não abrange as cópias dos manuscritos,
mas atinge somente os autógrafos, isto é, os originais.
V. AUTENTICIDADE OU GENUINIDADE: Dizemos que um
livro é genuíno ou autêntico quando ele é escrito pela pessoa ou pessoas cujo
nome ele leva, ou, se anônimo, pela pessoa ou pessoas a quem a tradição antiga
o atribui, ou, se não for atribuído a algum autor ou autores específicos, à
época que a tradição lhe atribui.
O Credo Apostólico não é genuíno porque não
foi composto pelos apóstolos. As Viagens de Gulliver é genuíno, tendo
sido escrito por Dean Swift, embora seus relatos sejam fictícios. Atos
de Paulo não é genuíno, pois foi escrito por um sacerdote contemporâneo
de Tertuliano. Desse modo a autenticidade relaciona-se ao autor e à época
do livro, e todos os livros da Bíblia possuem autenticidade comprovada pela
tradição histórica e pela arqueologia (Gl.6:11; Cl.4:18).
VI. CANONICIDADE: Por canonicidade das Escrituras
queremos dizer que, de acordo com “padrões” determinados e fixos, os livros
incluídos nelas são considerados partes integrantes de uma revelação completa e
divina, a qual, portanto, é autorizada e obrigatória em relação à fé e à
prática.
A palavra grega kanon derivou do hebraico kaneh
que significa junco ou vara de medir (Ap.21:15); daí tomou o sentido
de norma, padrão ou regra (Gl.6:16; Fp.3:16).
A) A fonte da Canonização: A
Canonização de um livro da Bíblia não significa que a nação judaica ou a igreja
tenha dado a esse livro a sua autoridade canônica; antes significa que
sua autoridade, já tendo sido estabelecida em outras bases suficientes, foi
consequentemente reconhecida como pertencente ao cânon e assim declarado
pela nação judaica e pela igreja cristã.
B) O Critério Canônico (do Novo Testamento): Adotam-se
5 critérios canônicos.
1) Apostolicidade: O livro
deveria ter sido escrito por um dos apóstolos ou por autor que tivesse
relacionamento com um dos apóstolos (imprimatur apostólico).
2) Universalidade: Quando
era impossível demonstrar a autenticidade apostólica, o critério de uso e
circulação do livro na comunidade cristã universal era considerado para sua
aferição canônica. O livro deveria ser aceito universalmente pela igreja para dela
receber o seu imprimatur.
3) Conteúdo do Livro: O livro
deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção que nele fosse
encontrada tornava o escrito inaceitável.
4) Inspiração: O livro deveria possuir
evidências de inspiração.
5) Leitura em Público: Nenhum
livro seria admitido para leitura pública na igreja se não possuísse
características próprias. Muitos livros eram bons e agradáveis para leitura
particular, mas não podiam ser lidos e comentados publicamente, como se fazia com
a lei e os profetas na sinagoga. É a esta leitura que Paulo exorta Timóteo a
praticar (ITm.4:13).
C) Conclusão da Canonização (do Novo Testamento)
1) Concílio Damasino de Roma em 382 d.C.
2) Concílio de Cartago em 397 d.C.
CONCLUSÃO
Esperamos que o estudante
tenha extraído e se apropriado do conteúdo deste estudo de Bibliologia, sintetizando
assim o Novo Testamento. Procure ler outras obras sobre o assunto, sugerimos
adquirir os livros indicados abaixo.
REFERÊNCIAS
PEARLMAN,
Myer. Através da Bíblia Livro por Livro.
Tradução: N. Lawrence Olson. Rio de Janeiro, RJ : Editora Vida, 1989.
MANUAL
BÍBLICO SBB. Tradução de Lailah de Noronha. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do
Brasil, 2008.
TEOLOGIA
SISTEMÁTICA PENTECOSTAL. Antônio Gilberto, Claudionor de Andrade, Ciro Sanches
Ziborni, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato, Ezequias Soares, Geremias do Couto,
Severino Pedro da Silva, Wagner Gabi. Rio de Janeiro, RJ : CPAD, 2009.
BANCROFT,
Emery H. Teologia Elementar –
Doutrinária e Conservadora. São Paulo, SP : Editora Batista Regular, 2001.
GRUDEM,
Wayne A. Teologia Sistemática. São
Paulo, SP : Edições Vida Nova, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.