terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ampliando a Visão Sobre Adoração

Ampliando a Visão Sobre Adoração

TEXTO BÍBLICO: Romanos 12:1-8 Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.

INTRODUÇÃO

Aprendemos que “Lou­var” e ‘Adorar” têm uma am­plitude muito maior do que normalmente notamos. Mui­to mais que um momento no culto, “Louvor e Adoração” devem ser um estilo de vida, que reflete um desejo de comunhão progressiva com Deus e nossa intenção de cultuá-lo, reconhecendo e exaltando Suas virtudes.
Vamos examinar a seguir, algumas palavras utilizadas na Bíblia e relacionadas à Adoração (bem como suas origens na língua grega), para que possamos ampliar nossa visão sobre este tema.

1. ADORAR É RENDER-SE. (do grego: “proskuneo”).

A palavra “proskuneo”, descrevia o gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar os seus pés. Traduziria o ato de reconhecer a nossa insuficiência e a superiorida­de de Deus, colocando-nos à Sua inteira disposi­ção. A idéia básica é a de SUBMISSÃO. Ado­ramos ao Senhor e nos submetemos a Ele reco­nhecendo Sua grandiosidade, mas também Sua misericórdia e amor por nós.
A passagem de Jo 4:20-24, relativa à con­versa de Jesus com a mulher samaritana, traz 10 vezes “proskuneo” em suas diversas formas. O Novo Testamento destaca a palavra e suas correlatas, por 58 vezes.
Um exemplo marcante de utilização deste termo: a intenção de Satanás, na tentação de Jesus (Mt 4:9′ ‘E lhe disse: Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares". Lc 4:7-8 ‘‘Então, se me adorares, tudo será teu. Jesus respondeu: Está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus, e só a Ele preste culto".
O diabo queria ser adorado e apenas o gesto de Cristo se “prostrar”, seria uma vitória para ele. Jesus sabia que o gesto de culto, não podia ser desvinculado da própria adoração e responde : "Adore (proskunesis) o Senhor, o seu Deus e só a Ele preste culto".
Só podemos nos “render”, só podemos nos “prostrar”, só podemos nos “submeter” ao Deus Criador de tudo o que há. Aquele que nos torna Seus filhos, quando entregamos nos­sas vidas 100% a Ele.

2. ADORAR É SERVIR. (do: grego “latreia”)

O sentido de SERVIR aqui, implica em “cultuar e oferecer atos de adoração, que agradem a Deus”. Hb 12:28 diz que: aqueles que aceitaram a Cristo como Senhor, recebe­ram da Sua Graça para viver e servem a Deus, através desta mesma Graça.
Este termo é usado por Paulo em Rm 12:1, para descrever a dedicação de nossas vidas a Deus. Ofertar a Ele toda a nossa potencialidade, capacidade, inteligência, energia, experiência e devoção. Servir, como reconhecimento da transformação que Ele operou em nossa vida. Ele merece o melhor do nosso serviço como forma de gratidão.
Dr. Shedd, em seu livro “Adoração Bíblica”, diz que nosso ato de servir a Deus, requer que O sirva­mos em exclusividade. “O Senhor reivindica a totalidade do “serviço” (latreia) dos seres a quem Ele dá vida. A rebelião do pecado humano, enquadra-se nesta realidade: o homem serve no sentido de adorar o que não é Deus” (op.cit., p. 18).
Jesus foi absolutamente claro a este respei­to na tentação, respondendo a Satanás: “só o Ele darás culto” (Mt 4:10). E por isso que não podemos fazer “jogo duplo” diante de Deus. Nada de “cara de santo” na Igreja e no dia-a-dia viver como o diabo gosta! Não podemos “ser­vir a dois senhores” como nos diz Mt 6:24.

3. ADORAR É REVERENCIAR. (do grego “sebein”)

Algumas pessoas, querendo fugir de um “formalismo exagerado” em seu tratamento para com Deus, partem para o outro extremo, des­valorizando a importância de estar diante do Todo-poderoso. Passam a agir tão vulgarmente, que ao invés de se mostrarem “mais íntimos” de Deus, tornam-se ridículos. Com o tempo, se esta postura não for corrigida, o “temor sadio”(que todos devemos cultivar pelo Senhor), dará lugar ao “desprezo de Suas ordens”.
A palavra grega “sebein” é traduzida como “reverenciar com temor”. Não é simplesmen­te “ter medo”, mas uma “reverente admiração com desejo de aproximar-se”. Não é um medo que faz fugir, mas sim aquele que anseia por che­gar mais perto.
O Senhor é maravilhoso, amoroso e Sua misericórdia e graça nos abençoam todos os dias; mas isto não é tudo o que devemos saber so­bre Deus. Temos que reconhecer não apenas a bondade de Deus, como também Sua severi­dade (Rm I 1:22; Hb 10:31; I Pe 1:16).
Ao mesmo tempo, não quer dizer que devemos viver “aterrorizados” pela presença de Deus. Trata-se de um temor sadio, por ser­mos alvo do Seu amor, fazermos parte da Sua família e do Seu Reino. O Criador de todo o Universo está ao nosso lado e por isso, ficamos cheios de um reverente temor e nunca de “ter­ror”.
Jo 9:31 diz : "Sabemos que Deus não aten­de a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus (‘theosebes’ – palavra derivada de ‘sebein’) e pratica a sua vontade, a este aten­de”. Quem quer adorar ao Senhor, sempre terá a preocupação: “O que é que agrada a Deus?”. Viver como o diabo gosta, despreocu­pado se o Pai aceita ou não o que fazemos, não pode ser a atitude de um verdadeiro adorador.

4. ADORAR É REALIZAR SERVIÇO SACERDOTAL. (do grego: “leitourgeo”)

Tem a ver com o exercício de nossos dons espirituais, quando dedicamos nosso trabalho ao Senhor, no contexto de nossas Igrejas e co­munidades.
O trabalho dos sacerdotes judeus no tem­plo, que consistia em oferecer os sacrifícios, era considerado um “serviço de adoração”. Este trabalho foi superado com o sacrifício de Cristo (Sumo-Sacerdote e o último Cordeiro), ao mor­rer em nosso lugar na cruz.
Entretanto, todo aquele que faz parte do Povo de Deus, foi designado como “sacerdote”, com a função de proclamar as virtudes do Se­nhor e testemunhar de Cristo por onde for (I Pe 2:9).
Paulo fazia seu serviço pastoral às igrejas, na intenção de apresentar as comunidades que fundou, como uma oferta aceitável a Deus (Rm 15:16).
A obtenção de fundos para os carentes da igreja de Jerusalém, é chamada de “serviço mi­nisterial” (leitourgia) (2 Co 9:12,1 3).
Os cristãos, quando servem aos irmãos, motivados pelo amor a Deus, exercem a “leitourgia” (At 13:2: “E, servindo (leitourgeo) eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo, para a obra a que os tenho chamado"). Quem serve a Deus ser­ve a Igreja e vice-versa.
Dr. Shedd diz que os livros de Romanos e I Coríntios, mostram que o exercício dos dons do Espírito, deve ser encarado como uma ex­pressão de culto e adoração a Deus:
“Paulo lembra aos romanos, que a oferta de seus corpos a Deus é um ato de adoração espiri­tual, se contudo, esses mesmos corpos estive­rem sujeitos ao Cabeça (Cristo) para servir, pro­fetizar, ensinar, exortar, contribuir, presidir e exer­cer misericórdia (Rm 12:1 -8). Certamente a lista pode ser estendida para incluir todo e qualquer ministério. A vida do cristão, se não se isolar da família de Deus, nem se separar do próprio Senhor, expressará adoração nas reuniões ou nas ati­vidades do dia-a-dia.
A significação dos cultos nos quais a congre­gação se reunia, alcançou relevância particular na concentração de vozes louvando e ensinando jun­tas, com corações sedentos, aprendendo e aplican­do a Palavra. Era uma ocasião apropriada para o treinamento (Ef 4:12) dos santos, para servirem a Deus dentro e fora das reuniões.
Os dons de após­tolo, profeta, evangelista, pastor e mestre, coope­ram e fecundam no centro do culto, para encorajar o bom ajustamento, o auxílio de toda a junta e cooperação de cada parte, o que ‘efetua o seu pró­prio aumento para a edificação de si mesmo em amor’(Ef 4:16)”. (Op. cit. p. 91).

CONCLUSÃO

Aumentou sua visão sobre a Adoração? Mas lembre que é apenas uma pequena parte deste assunto. Possivelmente, passaremos o res­to de nossas vidas aprendendo e continuaremos a aprender, quando estivermos diante do Pai e dos santos anjos de Deus.

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