Lições Bíblicas CPAD – Adultos
4º Trimestre de 2015
Título: O começo de todas as coisas — Estudos sobre o livro de Gênesis – Comentarista: Claudionor
de Andrade
Lição 6: O impiedoso mundo de Lameque
TEXTO ÁUREO
“E viu o Senhor que a maldade do homem
se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu
coração era só má continuamente” (Gn 6.5).
VERDADE PRÁTICA
O mundo de Lameque em nada diferia do
nosso; resistindo à graça de Deus, entregaram-se à devassidão, à violência e à
resistência ao Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
Gn 4.19 – Lameque, o bígamo que não andou segundo as leis de
Deus
Gn 4.20-21 – Lameque e sua descendência corrompida
Gn 4.23,24 – Lameque, o poeta da violência e da maldade
Gn 6.1,2 – Lameque e o seu mundo pecaminoso e distante de Deus
Gn 6.3 – O mundo de Lameque resiste ao Espírito de Deus
Gn 6.5,6 – O mundo de Lameque deteriora-se totalmente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 6.1-8.
1 — E
aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra,
e lhes nasceram filhas,
2 — viram
os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram.
3 — Então,
disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque
ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
4 — Havia,
naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus
entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes
que houve na antiguidade, os varões de fama.
5 — E
viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
6 — Então,
arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu
coração.
7 — E
disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde
o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo
de os haver feito.
8 — Noé,
porém, achou graça aos olhos do Senhor.
E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e
disse: Alcancei do SENHOR um homem.
E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim
foi lavrador da terra.
E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta
ao Senhor.
E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua
gordura; e atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta.
Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim
fortemente, e descaiu-lhe o semblante.
E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu
semblante?
Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o
pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo,
se levantou Caim contra o seu irmão Abel, e o matou.
E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não
sei; sou eu guardador do meu irmão?
E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim
desde a terra.
E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber
da tua mão o sangue do teu irmão.
Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e
vagabundo serás na terra.
Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha maldade que a que possa ser
perdoada.
Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e
serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me
matará.
O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete
vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que o não ferisse
qualquer que o achasse.
E saiu Caim de diante da face do Senhor, e habitou na terra de Node, do
lado oriental do Éden.
E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e
ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho
Enoque;
E a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a
Metusael e Metusael gerou a Lameque.
E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome
da outra, Zilá.
E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm
gado.
E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam
harpa e órgão.
E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e
ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema.
E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós,
mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras; porque eu matei um homem por
me ferir, e um jovem por me pisar.
Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete.
E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e
chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de
Abel; porquanto Caim o matou.
E a Sete também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se
começou a invocar o nome do Senhor.
E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face
da terra, e lhes nasceram filhas,
Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e
tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o
homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos
de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os
valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.
E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.
E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.
E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra,
desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me
arrependo de os haver feito.
Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas
gerações; Noé andava com Deus.
E gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.
A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a
terra de violência.
E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne
havia corrompido o seu caminho sobre a terra.
Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha
face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra.
Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca
e a betumarás por dentro e por fora com betume.
E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e
de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.
Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro.
Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro.
Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer
toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na
terra expirará.
Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os
teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.
E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás
entrar na arca, para os conservar vivos contigo; macho e fêmea serão.
Das aves conforme a sua espécie, e dos animais conforme a sua espécie,
de todo o réptil da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a
ti, para os conservar em vida.
E leva contigo de toda a comida que se come e ajunta-a para ti; e te
será para mantimento, a ti e a eles.
Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.
HINOS SUGERIDOS
5, 141 e 232 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender que o mundo de Lameque em
nada difere do nosso, resistindo à graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
· I. Explicar a
maravilha que era o mundo enquanto o pecado ainda não havia degenerado as
pessoas;
· II. Compreender como
o pecado se espalhou pela raça humana produzindo um mundo depravado;
· III. Explicar que
o mundo depravado estava condenado à destruição.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Adão e Eva pecaram e a corrupção
humana foi se alastrando e envolvendo toda a humanidade. Deus é santo e não
poderia suportar o pecado, por isso, Ele resolveu dar fim a humanidade trazendo
o seu juízo. Mas, Deus ama tanto o homem que deu um tempo para que as pessoas
se arrependessem de seus pecados. O Senhor levantou Noé, um homem justo, e sua
família para construir a arca e anunciar o juízo que viria caso não se
arrependessem. Noé pregou durante anos, mas ninguém deu ouvidos a sua pregação.
Hoje também pregamos e anunciamos o Dia do Juízo de Deus sobre essa Terra,
porém, muitos não creem. Todavia, como nos dias de Noé, o juízo de Deus sobre o
pecado virá.
Noé e sua família foram salvos, e
isso nos mostra que Deus tem um compromisso com aqueles que pela fé lhe
obedecem. Que possamos permanecer na fé e como Noé, seguirmos anunciando o amor
e o juízo de Deus sobre o pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O exemplo de Caim não demorou a
generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se por empreendedores
como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens devassos e violentos
como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se notabilizar também
por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para comemorar o feito,
compôs um poema.
Os pecados de Caim e Lameque
alastraram-se de tal maneira que viriam a depravar, inclusive, a linhagem
piedosa de Sete.
Vivemos dias semelhantes. A devassidão
e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta geração existe como se não
houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo sobre os praticantes da
iniquidade.
Lameque é o mais perfeito símbolo da
depravação total daquele período.
PONTO CENTRAL
Deus julga a maldade do mundo de Lameque.
I. UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
Apesar da Queda, o mundo
antediluviano era farto e pródigo. Sua ecologia era perfeita; sua tecnologia,
considerável.
1. Fartura de pão. A Terra, embora amaldiçoada, era fértil e
nada retinha à primeira civilização. Todos comiam e bebiam à vontade (Mt
24.38,39). O pão não precisava ser racionado, o azeite era abundante e o vinho
escorria dos lagares.
Tem-se a impressão de que as pessoas
daquela época viviam em permanente festança. Ninguém era capaz de reconhecer
que do Senhor é a Terra e a sua plenitude (Sl 24.1).
2. Saúde perfeita. Tais facilidades propiciaram aos
antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum encontrar pessoas de quase
mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão, deparamo-nos com homens mais velhos
que muitos dos países do mundo.
Imaginemos a folha corrida de um
pecador de 900 anos. Nove séculos de completa depravação. Quantos roubos,
assassinatos, adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos do santo Deus,
era algo abominável.
3. Beleza perfeita. Se a saúde era perfeita, a beleza daquela
geração era singular, haja vista a formosura das filhas de Lameque. Não demorou
para que viessem a encantar os filhos de Sete (Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de
Lameque, estes homens, outrora tão piedosos, tornaram-se polígamos
incorrigíveis.
Com tanta comida e bebida, por que
não viver em prazeres? Já que a vida era contada em séculos, ninguém haveria de
morrer amanhã. Sua filosofia não era apenas a busca pelo prazer, mas também
diabolicamente libertina. Aquela geração não possuía qualquer referência moral
ou ética.
4. Tecnologia avançada. O mundo de Lameque podia ostentar um
surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim começou a
dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de Zilá, se
tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro (Gn 4.22).
Além da metalurgia, aquela geração
sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica. O próprio Noé, aliás, não teve
dificuldades técnicas em construir a Arca, nem os seus descendentes, após o
Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de Babel.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Apesar da Queda, o mundo antediluviano
ainda era maravilhoso.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Lameque
1. Filho de Metusael, um descendente
de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn
4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e
Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a
obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de
ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente
entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à
confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e
artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a
idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn
5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que
em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: ‘Este nos consolará acerca de nossas
obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou’
(Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1130).
II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de Lameque era ingrato e
cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados mais
hediondos e abomináveis.
1. Devassidão sexual. O exemplo de Lameque logo viria a replicar-se
por toda a descendência de Adão. A família tradicional foi se degenerando. Os
pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia
limites à fornicação nem ao adultério.
Até os mesmos descendentes de Sete
portaram-se levianamente em meio àquela imoralidade crassa e gritante;
corromperam-se até o inferno. Relata o autor sagrado: “Viram os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as
que escolheram” (Gn 6.2).
2. Violência sem limites. Os excessos daquela gente redundaram numa
geração truculenta e implacável. Os assassinos eram cultuados como heróis:
“Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de
Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os
valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4).
O que dizer do nosso tempo? Embora
não sejamos tão fortes, nem tão longevos, em nada diferençamo-nos dos filhos de
Lameque. Nunca o homem fez-se tão imoral quanto hoje.
3. Resistência à graça divina. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou
junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus caminhos.
Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo. Declarou o
Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele
também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3).
A graça de Deus, ainda que perfeita e
infalível, pode ser resistida, haja vista a geração que saíra do Egito rumo a
Canaã. Não obstante os milagres que presenciara, endureceu o seu coração de tal
forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8). Isso significa que, mesmo
hoje, há crentes que reagem contrariamente à graça divina (Hb 3.15). Sim,
apesar de saber que o juízo divino é certo.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A maldade crescia a cada dia e as
pessoas iam se tornando totalmente depravadas.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Nos dias de Noé, o pecado
abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a
concupsciência carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não
mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da
violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a
violência dominam a sociedade inteira.
Deus se revela já nestes primeiros
capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é
passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a
rebelião da humanidade.
(1) A expressão ‘arrependeu-se’ (6.6)
significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua
disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longaminidade
passou à atitude de juízo.
(2) A existência de Deus, o seu
caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis, porém, Ele
pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus
altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas
agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm 24.16).
(3) Essa revelação de Deus como um
Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua
criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor
intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça
humana (Sl 139.7-18)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
1995, p.41).
III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
Noé pregou aos seus contemporâneos
durante muito tempo. Mesmo assim, a sua geração não se curvou aos apelos
divinos. Que diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à pregação de Jonas (Jn
3.10).
1. A pregação de Noé. Apresentado como pregador da justiça, Noé
cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5). Enquanto se dava à construção
da arca, conclamava seus contemporâneos ao arrependimento (1Pe 3.20). Se
levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o seu ofício de pregoeiro teve
a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais longo ministério profético da
Bíblia.
Ele pregava com a voz e com as obras.
A construção da arca, em si, já era uma pregação carregada de eloquência.
2. Uma geração corrompida. Apesar das instâncias de Noé, seus
contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se tornaram totalmente
depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra alternativa a não ser
destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é vindo perante a minha
face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra” (Gn 6.13).
A geração atual assemelha-se à de
Noé. Apesar da pregação do Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo
que chega a contaminar, inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e
entregam-se à sensualidade, como se não houvesse Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O mundo de Lameque estava condenado a
destruição.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, neste tópico procure
enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele trabalhou durante 120
anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou na construção de um
barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem água (cf. 6.3). Com
certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das pessoas e a
incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme e não
deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé era de
obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira dificuldade
pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que continuar pregando
a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve Jesus voltará e o
juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem da salvação.
CONCLUSÃO
À semelhança de Noé, proclamemos a
Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa missão. Se nos
conformarmos com o mundo, que esperança haverá aos que ainda anseiam pelo
Evangelho?
Levantemo-nos como pregoeiros da
justiça. Ainda que soframos zombarias e escárnios, nossa missão não ficará
inacabada.
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que caracterizava o mundo de Lameque?
Violência sem limites, devassidão sexual e resistência à graça divina.
Qual o ofício de Tubalcaim?
Metalurgia, fabricação de instrumentos cortantes.
Que pecados caracterizavam os contemporâneos de
Noé?
Era uma geração corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação
moral.
É possível resistir a graça divina?
A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida.
De que forma Noé apregoava a justiça divina?
Ele pregava a justiça divina com a voz e com as obras.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O impiedoso mundo de Lameque
O relato dos capítulos 5 e 6 se
refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete.
Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo
anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no
capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28-31). Qual a diferença entre
esses dois “Lameques”?
O Lameque do capítulo 4 é o da
linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o
autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a
minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um
varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será
vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24). O Lameque do capítulo 4
cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava
em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.
O Lameque do capítulo 5 é o da
geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse
Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o
pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o
seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho
de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este
Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência.
Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria
o Senhor seu Deus.
Enquanto o Lameque do capítulo 4
simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano
de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência
ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5
representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o
Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e
consolação.
Por intermédio de Lameque, o pai de
Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de
Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano
maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.
Lição 6: O impiedoso mundo de Lameque
TEXTO ÁUREO
“E viu o Senhor que a maldade do
homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de
seu coração era só má continuamente” (Gn 6.5). [Comentário: Um retrato vívido da profundidade e amplitude da
depravação humana]
VERDADE PRÁTICA
O mundo de Lameque em nada diferia do
nosso; resistindo à graça de Deus, entregaram-se à devassidão, à violência e à
resistência ao Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 4.19
Lameque, o bígamo que não andou segundo as leis de
Deus
Terça — Gn 4.20-21
Lameque e sua descendência corrompida
Quarta — Gn 4.23,24
Lameque, o poeta da violência e da maldade
Quinta — Gn 6.1,2
Lameque e o seu mundo pecaminoso e distante de Deus
Sexta — Gn 6.3
O mundo de Lameque resiste ao Espírito de Deus
Sábado — Gn 6.5,6
O mundo de Lameque deteriora-se totalmente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis
6.1-8.
1 — E
aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra,
e lhes nasceram filhas,
2 — viram
os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram.
3 — Então,
disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque
ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
4 — Havia,
naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus
entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes
que houve na antiguidade, os varões de fama.
5 — E
viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
6 — Então,
arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu
coração.
7 — E
disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde
o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo
de os haver feito.
8 — Noé,
porém, achou graça aos olhos do Senhor.
HINOS SUGERIDOS
5,
141 e 232 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender que o mundo de Lameque em
nada difere do nosso, resistindo à graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
I. Explicar a maravilha que era o mundo enquanto o pecado
ainda não havia degenerado as pessoas;
·
II. Compreender como o pecado se espalhou pela raça humana
produzindo um mundo depravado;
·
III. Explicar que o mundo depravado estava condenado à
destruição.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Adão e Eva pecaram e a corrupção
humana foi se alastrando e envolvendo toda a humanidade. Deus é santo e não
poderia suportar o pecado, por isso, Ele resolveu dar fim a humanidade trazendo
o seu juízo. Mas, Deus ama tanto o homem que deu um tempo para que as pessoas
se arrependessem de seus pecados. O Senhor levantou Noé, um homem justo, e sua
família para construir a arca e anunciar o juízo que viria caso não se
arrependessem. Noé pregou durante anos, mas ninguém deu ouvidos a sua pregação.
Hoje também pregamos e anunciamos o Dia do Juízo de Deus sobre essa Terra,
porém, muitos não crêem. Todavia, como nos dias de Noé, o juízo de Deus sobre o
pecado virá. Noé e sua família foram salvos, e isso nos mostra que Deus tem um
compromisso com aqueles que pela fé lhe obedecem. Que possamos permanecer na fé
e como Noé, seguirmos anunciando o amor e o juízo de Deus sobre o pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O exemplo de Caim não demorou a
generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se por empreendedores
como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens devassos e violentos
como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se notabilizar também
por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para comemorar o feito,
compôs um poema. Os pecados de Caim e Lameque alastraram-se de tal maneira que
viriam a depravar, inclusive, a linhagem piedosa de Sete. Vivemos dias
semelhantes. A devassidão e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta geração
existe como se não houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo sobre
os praticantes da iniquidade. Lameque é o mais perfeito símbolo da depravação
total daquele período.
[Comentário: Nestes poucos versículos nós temos o
desenvolvimento da civilização. Infelizmente os efeitos do pecado se
sobressaem. Mesmo aqui, os pecados que culminaram no dilúvio começaram a ser
praticados. Caim teve um filho, Enoque, e edificou uma cidade, Enoque. Tal pai,
tal filho. A linhagem de Caim constituiu uma raça de empreendedores impiedosos.
Caim, Enoque, Irade, Meujael, Metusael, Lameque formam essa linhagem. Sem
dúvida havia linhagens laterais, mas o livro menciona esta porque no fim dela
aparece Lameque, em cuja família culminam as características da linhagem.
Lameque tinha duas esposas, que lhe deram três filhos: Jabal, um boiadeiro,
Jubal, um músico e Tubalcaim, um forjador de metal. A violência de Caim
repetiu-se em Lameque, como se vê na sua “canção da espada” (Gn 4.23). Os
descendentes de Caim deixaram um legado de iniqüidade e maldade. Tornaram-se
auto-suficientes e a violência cada vez mais se multiplicava gerando uma
sociedade hostil e competitiva. Começava o olho por olho, dente por dente. Esta
era uma geração assassina e sábia. Caim e seus descendentes não estavam mais
dispostos a viver em conformidade com o padrão, então, Deus estava morto para
eles. Faziam suas próprias leis. Lameque havia matado alguém que tentou matá-lo
e também outra pessoa. Vangloriava-se disso e não necessitava da proteção de
Deus como Caim. A linhagem de Caim produziu as seguintes coisas: assassinato,
cidade, poligamia, músico, forjador de metal, poesia; mas nenhum exemplo de
homens que “andavam com Deu”]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
PONTO CENTRAL
Deus julga a
maldade do mundo de Lameque.
I. UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
Apesar da Queda, o mundo
antediluviano era farto e pródigo. Sua ecologia era perfeita; sua tecnologia,
considerável.
1. Fartura de pão. A Terra, embora amaldiçoada, era fértil e
nada retinha à primeira civilização. Todos comiam e bebiam à vontade (Mt
24.38,39). O pão não precisava ser racionado, o azeite era abundante e o vinho
escorria dos lagares. Tem-se a impressão de que as pessoas daquela época viviam
em permanente festança. Ninguém era capaz de reconhecer que do Senhor é a Terra
e a sua plenitude (Sl 24.1).
[Comentário: Apesar do pecado, a Terra pré-diluviana era um
habitat perfeito; proporcionava alimentos e regalos a todos. Por isso, os
filhos de Adão davam-se ao luxo de viver irresponsável e impiamente: “Porquanto,
assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se
em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (MT 24.38). Aquela
geração não se angustiava com os problemas que, hoje, nos afligem. Ninguém se
preocupava com a ecologia. Água? Rios e riachos não lhes faltavam. Como
possuíssem tudo em abundância, gastavam as horas em orgias e truculências.
Longevos, nem menção à morte faziam. Comiam e bebiam, e contavam a vida em
séculos, não em décadas. O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de
Andrade, CPAD - p. 45,46]
2. Saúde perfeita. Tais facilidades propiciaram aos
antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum encontrar pessoas de quase
mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão, deparamo-nos com homens mais velhos
que muitos dos países do mundo. Imaginemos a folha corrida de um pecador de 900
anos. Nove séculos de completa depravação. Quantos roubos, assassinatos,
adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos do santo Deus, era algo
abominável.
[Comentário: Gênesis 1.6-7 menciona “águas sobre” a “expansão”
de águas que circundavam a terra. Tal “expansão de água” teria criado um
“efeito estufa” em toda a terra, e teria bloqueado muito da radiação que agora
chega à terra. Isto teria resultado em condições ideais de vida na terra. Isto
parece especialmente possível se considerarmos como a duração da vida começou a
encolher tão rapidamente depois do Dilúvio. Gênesis 7.11 possivelmente indica
que, no Dilúvio, a “expansão de água” se derramou sobre a terra, pondo fim às
condições ideais de vida. Compare as idades antes do Dilúvio (Gênesis 5.1-32)
com as idades após o Dilúvio (Gênesis 11.10-32). Imediatamente após o dilúvio,
as idades decresceram dramaticamente.]
3. Beleza perfeita. Se a saúde era perfeita, a beleza daquela
geração era singular, haja vista a formosura das filhas de Lameque. Não demorou
para que viessem a encantar os filhos de Sete (Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de
Lameque, estes homens, outrora tão piedosos, tornaram-se polígamos
incorrigíveis. Com tanta comida e bebida, por que não viver em prazeres? Já que
a vida era contada em séculos, ninguém haveria de morrer amanhã. Sua filosofia
não era apenas a busca pelo prazer, mas também diabolicamente libertina. Aquela
geração não possuía qualquer referência moral ou ética.
[Comentário: Sem sombra de dúvida, Adão teve outros filhos
depois de Sete, dos quais descenderam outras linhagens. A linhagem citada
parece ter sido escolhida por levar até Noé, que apresenta as melhores
características e através de quem a raça humana se perpetuou e o descendente
prometido veio. Podemos imaginar que o código genético humano ainda não havia
desenvolvido defeitos. Adão e Eva foram criados perfeitos. Certamente eram
altamente resistentes a doenças e enfermidades. Seus descendentes teriam
herdado tal vantagem, mesmo que em um menor grau. Com o passar do tempo,
entretanto, como resultado do pecado, o código genético humano em muito se
degenerou, e os seres humanos se tornaram mais e mais vulneráveis à morte e
doenças.]
4. Tecnologia avançada. O mundo de Lameque podia ostentar um
surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim começou a
dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de Zilá, se
tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro (Gn 4.22). Além
da metalurgia, aquela geração sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica. O
próprio Noé, aliás, não teve dificuldades técnicas em construir a Arca, nem os
seus descendentes, após o Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de
Babel.
[Comentário: Claudionor de Andrade escreve em sua obra de apoio
a esta lição: Não há agricultura nem pecuária sem uma indústria de base. Há de
se ter, pelo menos, uma boa metal urgia para se forjar enxadas, pás e relhas
aos agricultores, e os instrumentos próprios dos pecuaristas. É justamente aí
que surge a indústria de Tubalcaim. Filho de Caim com Zilá, foi ele “artífice
de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22). Não foi,
portanto, o homo erectus quem descobriu o fogo. Dizem os evolucionistas que este,
ao observar os raios faiscando nas árvores, veio a intuir ser possível
dominá-lo. Também não foi Prometeu quem no-lo proporcionou, roubando-os aos
deuses do Olimpo. Se alguém descobriu o fogo não foi o homo erectus, nem os
deuses da mitologia grega, mas o justo Abel que, ao fazer sua oferenda ao
Senhor, queimou-a como cheiro suave. A partir daí, os filhos de Adão passaram a
utilizá-lo, a fim de preparar alimentos, alumiar suas casas, etc. Tubalcaim
viria a descobrir ser possível industriar o fogo e, assim, fundir os minérios
de bronze e de ferro. Ora, se a região era rica em ouro, por que não
explorá-lo? Acredito que, se a humanidade não tivesse pecado contra o Senhor,
poderia ter começado a civilização não a partir do ferro, mas do ouro. Segundo
a história secular, a Idade do Ferro teria começado por volta do ano 1200 a.C.
Todavia, já na aurora da humanidade, havia um metalúrgico e fundidor que,
admirável mente, sabia como trabalhar o bronze e o ferro. Processando-os,
forjava instrumentos cortantes. Das forjas de Tubalcaim deve ter saído também
muita espada e punhal. Violência era o que não faltava àquela épocaO
Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 49.]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Apesar
da Queda, o mundo antediluviano ainda era maravilhoso.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Lameque
1. Filho de Metusael, um descendente
de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn
4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e
Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a
obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de
ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente
entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à
confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e
artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a
idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn
5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que
em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: ‘Este nos consolará acerca de nossas
obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou’
(Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1130).
II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de Lameque era ingrato e
cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados mais
hediondos e abomináveis.
[Comentário: Em Rm 1.28-32, Paulo descreve os gentios entregues
à reprováveis sentimentos. Ele viu como evidência da culpa e da servidão ao
pecado o fato de que o conhecimento do juízo divino não atua mais como força de
restrição, antes, torna-se motivo para mais rebelião ainda, sob a forma de
encorajar outros ao pecado. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer
sociedade ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e
perversão sexuais. A Expressão: "Também Deus Os Entregou" À Imundícia
(v 24),significa que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais
baixas. A palavra "concupiscência" (gr. epithumia) neste versículo,
denota uma paixão desenfreada por prazeres sexuais proibidos - pornografia,
sensualismo, devassidão, libidinagem, lascívia e luxuria! Deus “tirou o pé do
freio” nos dias de Lameque, e os dias de hoje apontam para esta mesma situação.
1. Devassidão sexual. O exemplo de Lameque logo viria a replicar-se
por toda a descendência de Adão. A família tradicional foi se degenerando. Os pecados
sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia limites à
fornicação nem ao adultério. Até os mesmos descendentes de Sete portaram-se
levianamente em meio àquela imoralidade crassa e gritante; corromperam-se até o
inferno. Relata o autor sagrado: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos
homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram”
(Gn 6.2).
[Comentário: Lameque, tomando para si duas esposas, agiu em
claro desacordo com as intenções de Deus. A poligamia é uma prática contrária à
ordem estabelecida por Deus na criação (Gn 2.24). Deus tolerou a poligamia, mas
nunca a aprovou. Conseqüentemente, verificamos que esse mal sempre teve o seu
devido castigo. Lameque não agiu por ignorância. Gênesis 4.24 mostra que ele
conhecia as palavras de Deus. Não sentia nenhuma necessidade da proteção que
Deus havia prometido a Caim. Suas palavras, cheias de orgulho e vanglória,
manifestavam que se considerava capaz de se defender a si mesmo. Ele mesmo
poderia lutar por seus direitos! Não precisava de Deus para nada! Vontade
própria, independência e autoritarismo eram as características dominantes de
sua personalidade. Com essas características, pode-se “alcançar” muito neste
mundo pecaminoso.]
2. Violência sem limites. Os excessos daquela gente redundaram numa
geração truculenta e implacável. Os assassinos eram cultuados como heróis:
“Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de
Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os
valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4). O que dizer do
nosso tempo? Embora não sejamos tão fortes, nem tão longevos, em nada
diferençamo-nos dos filhos de Lameque. Nunca o homem fez-se tão imoral quanto
hoje.
Comentário: A
maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a violência. Os
homens dos dias de Noé viviam agredindo-se mutuamente, pois as Escrituras
afirmam que “… encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b). Teologicamente,
Adão foi o grande responsável pela introdução do pecado no mundo (Rm 5.12).
Historicamente, porém, o pecado alastrou-se a partir de Lameque, filho de
Metusael (Gn 4.18). Foi ele o primeiro pecador confesso da história da
humanidade. De uma única feita, admitiu haver cometido duas transgressões
contra Deus. Sua confissão, todavia, não foi acompanhada de arrependimento nem
remorso; fez-se acompanhar de um medo que logo seria esquecido. Indiretamente,
confessa a bigamia. E, diretamente, o duplo homicídio. Sua confissão j az num
poema que, hoje, é conhecido como o Cântico da Espada. Se Caim teve de ser
duramente arguido por Deus para confessar o assassinato de Abel , não precisou
Lameque de arguição alguma. Espontânea e livremente, declara haver assassinado
banal mente dois homens. Um adulto, ele o matou porque o ferira. E um rapaz por
lhe ter pisado. Se recorrermos ao original , constataremos que o segundo crime
foi ainda mais grave. Lameque revel a ter assassinado um jovem. Em hebraico,
yeled pode aludir tanto a um adolescente quanto a uma criança. Logo, o seu
crime, além de banal e covarde, foi singularmente brutal . O Começo
de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 47. Gn 6.5: todo o
desígnio do seu coração – um retrato vívido da profundidade da depravação
humana (compare com Romanos 1.28-32). ]
3. Resistência à graça divina. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou
junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus caminhos.
Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo. Declarou o Senhor:
“Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é
carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A graça de Deus,
ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida, haja vista a geração que
saíra do Egito rumo a Canaã. Não obstante os milagres que presenciara,
endureceu o seu coração de tal forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb
3.8). Isso significa que, mesmo hoje, há crentes que reagem contrariamente à
graça divina (Hb 3.15). Sim, apesar de saber que o juízo divino é certo.
[Comentário: O termo “Contenderá” no original hebraico é
difícil de ser traduzida. Alguns estudiosos a relacionam ao termo que significa
“dominar” ou “julgar”, enquanto tradutores antigos a entendiam como
“permanecer” ou “habitar”. De qualquer forma, a sentença indica a retirada do
Espírito Santo, o doador da vida. Claudionor de Andrade
escreve: Da geração de Lameque, falou o Senhor: “O meu Espírito não
agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e
vinte anos” (Gn 6.3). Não sabemos por quantos anos, décadas, ou séculos, a
geração de Lameque resistiu ao Espírito Santo. Da resistência ao Espírito de
Deus, aqueles homens, mulheres e crianças passaram a blasfemar contra a
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, depravando-se total mente. Imaginemos
toda uma civilização a blasfemar contra o Espírito Santo. Fizeram-se aqueles
homens piores do que os demônios. Estes, por não serem dotados de corpo, não
podem estragar a criação física. Aqueles, pelo contrário, dotados de corpo e
alma, transgrediam tanto no campo espiritual , como âmbito terreno. Os
seguidores de Lameque eram duplamente endemoninhados Começo de
Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 50.]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A
maldade crescia a cada dia e as pessoas iam se tornando totalmente depravadas.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Nos dias de Noé, o pecado
abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a
concupsciência carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não
mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da
violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a
violência dominam a sociedade inteira.
Deus se revela já nestes primeiros
capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é
passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a
rebelião da humanidade. (1) A expressão ‘arrependeu-se’ (6.6) significa que,
por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para
com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longaminidade passou à atitude
de juízo. (2) A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos
traçados, permanecem imutáveis, porém, Ele pode alterar seu tratamento para com
o homem, dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos,
atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx
32.14; 2Sm 24.16).
(3) Essa revelação de Deus como um
Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua
criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor
intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça
humana (Sl 139.7-18)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD,
1995, p.41).
III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
Noé pregou aos seus contemporâneos
durante muito tempo. Mesmo assim, a sua geração não se curvou aos apelos
divinos. Que diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à pregação de Jonas (Jn
3.10).
[Comentário: A mensagem de Deus de julgamento tem sempre a
intenção de arrependimento e reconciliação, O arrependimento de Nínive com a
pregação de Jonas, libera a misericórdia de Deus –Deus se arrependeu.]
1. A pregação de Noé. Apresentado como pregador da justiça, Noé
cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5). Enquanto se dava à construção
da arca, conclamava seus contemporâneos ao arrependimento (1Pe 3.20). Se
levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o seu ofício de pregoeiro teve
a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais longo ministério profético da
Bíblia. Ele pregava com a voz e com as obras. A construção da arca, em si, já
era uma pregação carregada de eloquência.
[Comentário: A sociedade adâmica fez-se tão arrogante e
insolente, tão inimiga de Deus e adversária de si mesma, que, em breve, haveria
de desaparecer da face da terra: nasceram, prosperaram, depravaram-se
totalmente e totalmente foram voltados à destruição, por haverem rejeitado a
graça divina. Em meio à essa degradação moral, ética e espiritual, estava Noé,
filho de Lameque, o décimo descendente de Adão, pela linhagem do piedoso Sete
(Gn 5.28,29); O nome Noé vem de um termo hebraico que significa “alívio”,
“descanso” ou “consolo”; Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem
que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a
sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus. Noé foi o
“pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5), essa descrição é única nas Escrituras, mas é
bem conhecida na tradição judaica. Refere-se ou a exortações que não foram
registradas no Antigo Testamento ou ao estilo de vida de Noé, que condenava o
pecado e recomendava vida justa aos seus contemporâneos.]
2. Uma geração corrompida. Apesar das instâncias de Noé, seus
contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se tornaram totalmente
depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra alternativa a não ser
destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é vindo perante a minha
face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra” (Gn 6.13). A geração atual assemelha-se à de Noé. Apesar da pregação do
Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo que chega a contaminar,
inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e entregam-se à
sensualidade, como se não houvesse Deus.
[Comentário: Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a
violência, aquela geração também era caracterizada pela incredulidade, pois não
deram crédito à pregação de Noé “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5). Nem mesmo a
observação do milagre da entrada dos animais na arca, fez com que eles tomassem
a iniciativa de arrepender-se dos seus pecados e entrar na arca para salvar as
suas vidas. Tudo isto fez com que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua
criação e, através de Noé, dar início a uma nova geração. Esta geração atual
corresponda àquela.Note o seguinte do texto referenciado (Mt 24.12): guerras,
terremotos, perseguições e falsos profetas são os sinais da vinda de Jesus,
estes sinais indicam a certeza do julgamento. O versículo 14 diz: “E será
pregado este evangelho do reino por todo o mundo...” há algum lugar onde a
mensagem do Evangelho ainda não chegou com a internet? "Haverá sinais
no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e
perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror,
apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão
abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande
glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a
cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês". (Lc 21.25-28). Não
poderia haver uma descrição mais precisa sobre o mundo atual do que esta:
"Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará
sobrevindo ao mundo". Armas nucleares são capazes de destruir
completamente o planeta. E se, por acaso, alguns terroristas conseguirem se
apossar de alguma ogiva nuclear? Jesus nos dá um fundamento para nossa
esperança nessa era de calamidades. A crise atual do planeta, "angústia
e perplexidade", apenas reforça a verdade de que a volta de Cristo
está "próxima".]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O
mundo de Lameque estava condenado a destruição.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, neste tópico procure
enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele trabalhou durante 120
anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou na construção de um
barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem água (cf. 6.3). Com
certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das pessoas e a
incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme e não
deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé era de
obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira dificuldade
pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que continuar pregando
a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve Jesus voltará e o
juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem da salvação.
CONCLUSÃO
À semelhança de Noé, proclamemos a
Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa missão. Se nos
conformarmos com o mundo, que esperança haverá aos que ainda anseiam pelo
Evangelho? Levantemo-nos como pregoeiros da justiça. Ainda que soframos
zombarias e escárnios, nossa missão não ficará inacabada.
[Comentário: O Evangelho encontrou resistência por muitos anos.
Hoje, quase que da noite para o dia, a Europa Oriental se libertou das cadeias
de ferro do comunismo, o muro de Berlim caiu, o poderoso Império Soviético se
ruiu. Em pouco tempo, praticamente metade do planeta abriu os braços para
receber o evangelho. Não há barreiras para a Internet. Lugares antes
inalcançáveis, são inundados com o Evangelho. Assim, a mensagem da Cruz
Ensanguentada está verdadeiramente sendo espalhado por "todo o mundo"
como nunca foi visto antes. Estes são os dias preditos por Jesus quando declarou:
"Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo" e
"então virá o fim" - "Os céus e a terra que agora
existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o
fogo... mas nos, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em
que habita a justiça" (2 Pd 3).] “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que caracterizava o mundo de Lameque?
Violência sem limites, devassidão sexual e
resistência à graça divina.
Qual o ofício de Tubalcaim?
Metalurgia, fabricação de instrumentos cortantes.
Que pecados caracterizavam os
contemporâneos de Noé?
Era uma geração corrompida pelo pecado e
caracterizada pela depravação moral.
É possível resistir a graça divina?
A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível,
pode ser resistida.
De que forma Noé apregoava a justiça
divina?
Ele pregava a justiça divina com a voz e com as
obras.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O impiedoso mundo de Lameque
O relato dos capítulos 5 e 6 se
refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete.
Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo
anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no
capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28-31). Qual a diferença entre
esses dois “Lameques”?
O Lameque do capítulo 4 é o da
linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o
autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a
minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um
varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será
vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24). O Lameque do capítulo 4
cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava
em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.
O Lameque do capítulo 5 é o da
geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse
Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o
pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o
seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho
de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este
Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência.
Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria
o Senhor seu Deus.
Enquanto o Lameque do capítulo 4
simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano
de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência
ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5
representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o
Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e
consolação.
Por intermédio de Lameque, o pai de
Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de
Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano
maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.