quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Ética do comportamento cristão

Ética do comportamento cristão
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Texto básico: Romanos 12.9-11
Texto devocional: Mateus 5.43-48
Versículo-chave: “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo” (Fp 1.9-10).
Alvo da lição: Você conhecerá os passos para chegar à excelência da vida cristã sem “mur­murações nem contendas”.
Leia a Bíblia diariamente

Fp 1.27-30; Fp 2.1-4; Fp 2.12-18; Mt 5.38-42; Mt 6.19-24; Mt 6.25-34; Mt 7.1-5

Iniciamos esta lição com Provérbios 26.18-20: “Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz por brincadeira. Sem lenha, o fogo se apaga; e, não ha­vendo maldizente, cessa a contenda”.
Paulo começa a seção ética de sua carta aos Ro­manos com a excelência do “culto racional” e da diversidade dos dons espirituais que devem estar a serviço da igreja. Entre os dons espirituais e os degraus do comportamento cristão, exatamente no começo de Romanos 12.9, ele coloca a pedra angular da ética cristã: “o amor seja sem hipocrisia”. O amor, que é realmente o princípio governante da vida cristã, é mais do que uma emoção, e é de natu­reza mais firme do que mero sentimentalismo ou pura filantropia. Salomão poetiza esse amor sem hipocrisia, dizendo: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes laba­redas. As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.6-7). A partir do “amor sem hipocrisia”, vêm os degraus da ética do comportamento cristão, que vamos estudar em lições seguintes. Nesta lição trataremos de seis desses degraus.

I – DETESTAI O MAL
Detestar o mal é o mesmo que odiá-lo. Paulo usa várias vezes a palavra “fugir” para significar a re­pulsa que o cristão deve ter das coisas que são más (1Co 6.18; 10.14 e 1Tm 6.11): “Tu, po­rém, ó homem de Deus, foge destas coisas”. Carlyle, escritor cristão, comentando esse texto, diz: “O que necessitamos é ver a infinita beleza da santidade, e a infinita maldição e o horror do pecado”. O apóstolo João, em sua primeira epístola, coloca esse “detestai o mal” da seguinte maneira: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo2.15).

II – APEGAI-VOS AO BEM
O verbo “apegar” sugere um desejo intenso de apropriar-se de alguma coisa. O salmista assim se expressa: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água.” (Sl 63.1).
O comportamento ético do cristão é uma busca constante e intensa do que é bom. As palavras usadas por Paulo são firmes: “detestai” e “apegai”. Elas podem ser ilustradas com dois versos de Colossenses, como veremos a seguir.
1. Detestai
“Agora, porém, despojai-vos, igual­mente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos des­pistes do velho homem” (Cl 3.8 e 9).
2. Apegai-vos
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longani­midade” (Cl 3.12).
Tudo isso nada mais é do que empurrar para longe de nós o mal e abraçar de corpo e alma o que é bom, o que edifica.

III – AMAI-VOS CORDIALMENTE UNS AOS OUTROS
Devemos ser afetuosos uns com os outros em amor fraternal. A palavra “cordialmente” é que qualifica esse amor. “Seja constante o amor fraternal. Não negli­gencieis a hospitalidade, pois alguns, pra­ticando-a, sem o saber acolheram anjos” (Hb 13.1-2). Esse degrau do com­portamento ético do cristão é um dos muitos mandamentos da mutualidade. O amor cordial é recíproco: “uns aos outros”. Dentro da igreja não somos estranhos; muito menos unidades isoladas. Somos irmãos, porque te­mos o mesmo Pai. A igreja não é um clube onde as pessoas se associam; nem simplesmente uma reunião de amigos. A igreja é a família de Deus. A reciprocidade no amor é a marca mais visível no Corpo de Cristo.

IV – NO ZELO, NÃO SEJAIS REMISSOS
O descuido da vida cristã acarreta sérios problemas. O cristão não pode tomar as coisas de qualquer maneira. O nosso cotidiano é sempre uma alternativa entre a vida e a morte. O tempo é curto e a vida terrena é uma preparação para a eternidade. O profeta Jeremias exorta-nos: “Mal­dito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!” (Jr 48.10). Costuma-se dizer que o cristão pode abrasar-se, porém nunca oxidar-se. Jesus, em carta à igreja de Laodicéia, exorta: “Eu repre­endo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te” (Ap 3.19).

V – SEDE FERVOROSOS DE ESPÍRITO
William Barclay, comentando esse degrau da ética do comportamento cristão, diz: “Devemos manter nosso es­pírito sempre em alta. Espírito fervoroso é espírito que transborda em amor por Deus e pelo próximo. Ilustra-se esse fervor com uma vasilha de água fervendo no fogo”. Foi exatamente nessa dimensão que Jesus advertiu a igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem deras fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3.15-16). O que se requer do verdadeiro cristão é que ele seja “fervoroso de espírito”. Isto é, uma pessoa entusiasmada e apaixonada pela salvação das almas e pela santificação da Igreja.

VI – SERVINDO AO SENHOR
Quem serve ao Senhor, está servindo ao seu próximo, e quem serve ao seu próximo está servindo ao Senhor. Jesus coloca esse assunto da seguinte manei­ra: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40). O salmista, no hino de ingresso ao templo, declara: “Servi ao Senhor com alegria”. Esse sentimento deve ser constante no serviço cristão. O crente deve ter prazer no que faz servindo ao Reino de Deus. Por isso mesmo, aconselha o apóstolo: “Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportuni­dades” (Cl 4.5). “Quem não vive para servir, não serve para viver”.

CONCLUSÃO
Elisabeth Gomes, em seu livro “Ética nas pequenas coisas”, diz: “Deus espera de Seus filhos pecadores e redimidos pelo sangue de Jesus um padrão de excelência em tudo. Deste lado da glória não atingiremos perfeição no sentido de não pecarmos, mas somos aperfeiçoados a cada dia, à medida que nos achegamos Àquele que cumpre em nós o querer e o realizar”.
Na carta aos Romanos, Paulo diz: “Fo­mos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Rm 6.4).

A vida cristã é uma experiência que se re­nova a cada dia em nosso relacionamen­to com Deus e com o nosso próximo.
>> Autor da lição: Pastor João Arantes Costa
>> Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica, na revista O Comportamento do Crente, da série Vida Cristã. Usado com permissão.


domingo, 2 de agosto de 2015

Lição 6: Conselhos gerais - EBD/2015-3

Lições Bíblicas CPAD – Adultos
3º Trimestre de 2015
Título: A Igreja e o seu Testemunho — As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 6: Conselhos gerais

TEXTO ÁUREO
Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos [...]” (At 20.28).

VERDADE PRÁTICA
O pastor precisa cuidar das ovelhas do Sumo Pastor com o mesmo zelo com que cuida de sua família.

LEITURA DIÁRIA
Mt 26.41 – O crente precisa orar e vigiar para não cair em tentação

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Nm 14.18 - “Deus não tem o culpado por inocente”

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Jo 7.24 – Jamais devemos julgar pela a aparência

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Cl 3.23 – Devemos trabalhar para o Senhor e não para os homens

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Lc 12.21 – A insensatez do homem revelada na busca por riquezas

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Ef 2.10 – Fomos criados em Jesus para as boas obras



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Timóteo 5.17-22; 6.9-10.

1 Timóteo 5
17 — Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.
18 — Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.
19 — Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas.
20 — Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.
21 — Conjuro-te, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, sem prevenção, guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.
22 — A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.

1 Timóteo 6
9 — Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10 — Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.


HINOS SUGERIDOS

62, 369, 577 da Harpa Cristã

 1 Timóteo 5

NÃO repreendas asperamente o ancião, mas admoesta-o como a pai; aos moços como a irmãos; As mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, em toda a pureza.

Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas.

Mas, se alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família, e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável diante de Deus.

Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera de noite e de dia em rogos e orações; Mas a que vive em deleites, vivendo está morta.

Manda, pois, estas coisas, para que elas sejam irrepreensíveis.

Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.

Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido; Tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra.

Mas não admitas as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; Tendo já a sua condenação por haverem aniquilado a primeira fé.

E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém.

Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer; Porque já algumas se desviaram, indo após Satanás.

Se algum crente ou alguma crente tem viúvas, socorra-as, e não se sobrecarregue a igreja, para que se possam sustentar as que deveras são viúvas.

Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.

Não aceites acusação contra o presbítero, senão com duas ou três testemunhas.

Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.

Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo por parcialidade.

A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro.

Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades.

Os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifestam-se depois.

Assim mesmo também as boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira não podem ocultar-se.

1 Timóteo 5:1-25


1 Timóteo 6

Todos os servos que estão debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados.
E os que têm senhores crentes não os desprezem, por serem irmãos; antes os sirvam melhor, porque eles, que participam do benefício, são crentes e amados. Isto ensina e exorta.
Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas,
Perversas contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais.
Mas é grande ganho a piedade com contentamento.
Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele.
Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
Mando-te diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão,
Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus Cristo;
A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores;
Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.
Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos;
Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis;
Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam se apoderar da vida eterna.
Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência,
A qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém.
1 Timóteo 6:1-21


OBJETIVO GERAL

Mostrar que o zelo do pastor pelo rebanho de Cristo precisa ser semelhante ao zelo que tem por sua família.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

·   I. Refletir acerca do cuidado que o pastor deve ter com as ovelhas do Senhor.
·   II. Apresentar as orientações bíblicas com respeito ao trato com os presbíteros.
·   III. Compreender os conselhos paulinos sobre a sã doutrina.




INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição de hoje veremos o cuidado e a dedicação de Paulo para com sua missão pastoral. Ele estava atento aos assuntos de interesse da igreja. Ao ler as suas epístolas pastorais, podemos perceber que Paulo deu especial importância à manutenção dos obreiros, discorreu sobre a questão da disciplina dos líderes, especialmente dos presbíteros que viessem a falhar. De forma bem clara, doutrinou a respeito dos relacionamentos na igreja local.
Paulo recomenda que “os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (5.17). É importante ressaltar que neste texto, presbíteros significam pastores. Assim como os doze apóstolos de Jesus deixaram tudo para segui-lo, muitos homens, na igreja do primeiro século, deixaram tudo para se dedicar ao pastorado. Estes deveriam ser sustentados pela igreja. “Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário” (5.18). Aos coríntios, ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção dos obreiros (1Co 9.6-10).

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos partes do capítulo cinco e seis da primeira Epístola de Timóteo. Neste capítulo Paulo dá a Timóteo instruções mais específicas quanto à liderança da igreja. Paulo deseja que o jovem pastor prossiga alegremente e de modo irrepreensível. Como pastor, Timóteo precisava aprender a lidar com os idosos e com todas as demais faixas etárias que compunham a igreja. O pastor precisa cuidar, apascentar o bebê, a criança, o adolescente, o jovem, o adulto e o ancião, pois todos fazem parte do rebanho do Senhor.
No capítulo seis Paulo vai dar prosseguimento as suas recomendações quanto ao relacionamento de Timóteo com as ovelhas.


PONTO CENTRAL

O pastor deve cuidar do rebanho com zelo e dedicação.


























I. O CUIDADO COM O REBANHO

1. O cuidado com os anciãos (5.1). O pastor precisa se relacionar bem com os membros de diferentes idades. Paulo procurou ensinar a Timóteo a maneira correta de lidar com as pessoas mais velhas. Todavia, isso não significa dizer que o pastor não deve corrigir, disciplinar os mais velhos, porém segundo o Comentário Bíblico Beacon o conselho de Paulo a Timóteo é: “Em vez de repreender o mais velho, solicite-lhe; apela a ele como se fosse teu pai”.

2. O cuidado com as mulheres idosas e viúvas (5.2). As mulheres idosas deveriam ser tratadas como mães, ou seja, membros da família. O pastor deve proteger as irmãs idosas e ajudá-las para que continuem a crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo.
Paulo também dá a Timóteo algumas orientações para que ele pudesse resolver as questões das viúvas na igreja (5.3-8). No mundo antigo, as viúvas enfrentavam uma situação difícil. Não havia o serviço de previdência social e quando o marido morria, se os filhos e parentes não cuidassem delas, elas passavam por sérias dificuldades financeiras. Não havia espaço para a mulher viúva no mercado de trabalho, por isso, a igreja deveria sustentar aquelas que não tinham nenhum parente.

3. O cuidado com os ministros fiéis (v.17). Os líderes que são fiéis ao Senhor e à Igreja devem ser estimados e apoiados. Sabemos que não é fácil agradar a todos e que os líderes sempre acabam sendo alvo de críticas. Como temos tratado os líderes de nossas igrejas? Com estima e apreço? Assim como os primeiros apóstolos, muitos dos obreiros de Éfeso deixaram tudo para seguir a Cristo, vivendo exclusivamente da igreja e para a igreja. O cuidado espiritual e econômico fazia parte das recomendações de Paulo a Timóteo. Aos coríntios, ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção dos obreiros (1Co 9.6-10).

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SÍNTESE DO TÓPICO (I)

O pastor precisa se relacionar bem com todos e cuidar dos membros com amor.

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SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Nos tempos da Bíblia, as viúvas geralmente não tinham meio de ganhar a vida. Aquelas que não tinham filhos nem netos que as sustentassem eram literalmente necessitadas. Os judeus e os primeiros cristãos mostraram grande preocupação por estas mulheres, e eram cuidadosos em prover para elas. Esta carta a Timóteo sugere que as viúvas cristãs não se limitavam a receber ajuda. Aquelas que tivessem demonstrado um caráter cristão recebiam papéis quase oficiais na igreja (5.9,10), e um ministério ativo junto a jovens casadas (Tt 2.3-5).
Paulo, no entanto, limita ainda mais os membros neste papel oficial, embora sem limitar os direitos das viúvas que não tinham famílias que as sustentassem. Ele incentiva as viúvas jovens a se casarem novamente. E adverte que ‘a viúva que vive em deleites, vivendo, está morta’. A expressão ‘que vive em deleites’ é uma única palavra em grego, spatalao, que significa viver auto indulgentemente ou em luxúria. Paulo não está acusando estas viúvas de uma conduta sexual errada, mas sim de materialismo, de uma perspectiva voltada a si mesmas, que contrasta com a de uma viúva que ‘espera em Deus e persevera de noite e de dia em rogos e orações’.
Uma mulher assim está ‘morta’ no sentido de que ela é insensível às realidades que marcam os outros como sendo particularmente vitais e vivos” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.471-72).

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II. O TRATO COM O PRESBITÉRIO

1. Acusação contra os presbíteros. Os presbíteros, ou pastores, não são isentos de falhas. Eles estão sujeitos a pecar, por isso, precisam vigiar e orar ainda mais (Mt 26.41). Nenhum obreiro pode pensar que é infalível. Sabemos que os líderes cristãos são alvo de críticas, calúnias, injúrias e difamações, por isso, Paulo dá orientações importantes quanto aos pastores dizendo: “Não aceites acusação contra presbítero, senão com duas ou três testemunhas” (1Tm 5.19 cf. Dt 19.15). Mas, se o líder for realmente culpado, precisa se arrepender, confessar, deixar os seus pecados e ser disciplinado (Pv 28.13). Encobrir os erros daqueles que pecaram não é a solução, pois “Deus não tem o culpado por inocente” (Nm 14.18).

2. A repreensão aos presbíteros. “Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor” (5.20). Aqui, Paulo ensina a respeito da forma como aqueles que pecaram e tiveram suas faltas comprovadas por testemunhas, devem ser disciplinados. O pastor que aplica a disciplina precisa ter muito cuidado para agir conforme a reta justiça. A disciplina deve ser feita de maneira criteriosa, com sabedoria e amor.

3. O cuidado com a saúde (v.23). Paulo aconselhou Timóteo a não beber somente água pura, mas misturar um pouco de vinho à água. Não sabemos ao certo o porquê de tal conselho, mas sabemos que naquele tempo as pessoas não podiam contar com os medicamentos que temos hoje. Sabemos também que o crente não deve beber vinho. Encontramos na Palavra de Deus inúmeras advertências a respeito do vinho (Lv 10.9; Pv 20.1; 23.31 e Ef 5.18). O importante aqui é ressaltar que esse texto contraria a ideia de que o crente não pode adoecer. Certamente Paulo sofreu algum tipo de enfermidade (Gl 4.13); seus companheiros, como Trófimo, adoeceram (2Tm 4.20). Essas pessoas não tinham fé? Estavam em pecado? De forma alguma! O líder também está sujeito a enfermidade, por isso, precisa cuidar da sua saúde física e emocional a fim de que possa cuidar do rebanho do Senhor.

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SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Nenhum obreiro é infalível, por isso, a Palavra de Deus apresenta a maneira correta de disciplinar aqueles que erram.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Presbíteros (5.17-20). Paulo observa que os presbíteros ‘dirigem os interesses da Igreja’. O vocábulo grego proestotes quer dizer presidir, supervisionar a vida da congregação. A expressão ‘merecedores de dobrados’, no contexto, parece querer se referir aos os aspectos financeiros e de respeito.
A mensagem de Deuteronômio 19.15 insiste que até mesmo os comuns do povo devem ser protegidos contra as acusações de terceiros. O cargo público faz com que seus ocupantes sejam mais vulneráveis à hostilidade e falsas acusações do que as outras pessoas. Se acreditarem nessa acusação, estariam obstruindo a liderança.
Na igreja, não há quem esteja isento de responsabilidades. Com efeito, a projeção do cargo de presbítero implica em censura pública caso venha a cometer alguma falta. Ao protegermos nossos líderes da responsabilidade de seus atos pecaminosos, corrompemos a igreja, pois seus membros não levarão a sério quando forem admoestados” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.837).

III. CONSELHOS GERAIS

1. Aos que não respeitam a sã doutrina (6.3,4). Doutrina “é a exposição sistemática e lógica das verdades extraídas da Bíblia”. Na igreja em Éfeso havia alguns falsos mestres que resolveram disseminar falsos ensinos. Algumas igrejas, infelizmente, têm sucumbido aos apelos dos falsos mestres que deturpam a sã doutrina (1Tm 1.10), falsificando a Palavra (2Co 4.2), e seguindo os ensinos de Balaão. Para piorar ainda mais a situação, essas igrejas, à semelhança de Tiatira, acabam tolerando a imoralidade (Ap 2.14,15,20,22). Porém, a autêntica noiva de Cristo mantém-se fiel às Escrituras (Jo 14.15,21,23; Tt 1.9), pois, é “a igreja do Deus vivo a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15).
2. Aos que querem ser ricos (6.9,10). É muito eloquente a exortação de Paulo acerca dos que buscam riquezas. Ele se refere aos “que querem ser ricos” ou que vivem buscando bens materiais, não dando valor às coisas de Deus. São como o rico da parábola, de quem Jesus disse: “Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus” (Lc 12.21). Paulo não é contra o possuir bens materiais, pois estes podem ser usados para o Reino de Deus, beneficiando a obra do Senhor. Paulo fala aqui do desejo de ser rico a qualquer custo. Ele fala do amor ao dinheiro e da cobiça. A Palavra de Deus nos ensina que a cobiça leva a todos os tipos de males: adultério, roubo, corrupção, suborno, etc.

3. Conselhos aos ricos (6.17-19). Paulo aconselha aos ricos que não sejam arrogantes e não depositem sua esperança na riqueza. Os bens materiais são efêmeros, pois não vamos levar nada quando partirmos desta vida (6.17). Paulo exorta aos ricos que “façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis” (6.18). As boas obras não salvam ninguém (Ef 2.8,9), mas são necessárias ao bom testemunho cristão e fazem parte da vida cristã (Ef 2.10). O crente sábio não entesoura para esta vida, mas para a futura (Mt 6.19-21).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Paulo apresenta a Timóteo, e à Igreja do Senhor, vários conselhos úteis quanto ao ensino e o trato para com o rebanho do Senhor.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Foge destas coisas (1Tm 6.11-19). ‘Fugir’ no sentido figurativo significa evitar ou abster-se. Voltemos às costas para o desejo de tudo o que este mundo tem a oferecer e optemos pela justiça, piedade, fé, amor, tolerância e gentileza. Se estas qualidades são verdadeiras em nós, também é o nosso tesouro. Assim, estaremos a salvo das tentações que arrastam e lançam muitos à ruína.
Aos ricos, Paulo recomenda que não sejam arrogantes nem depositem sua esperança na riqueza. Mudem todo o foco de sua expectativa para o futuro com Deus. Usem o dinheiro para as boas obras. Sejam generosos e repartam. Estejam seguros de que o fundamental seja ampliado a cada dia, não na terra, mas nos céus” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.838).


CONCLUSÃO

Paulo era cuidadoso em sua missão pastoral. Ele se preocupava com diversos assuntos de interesse da igreja, de sua liderança e de seus membros. Deu especial importância à manutenção dos obreiros, discorreu sobre a questão da disciplina dos líderes, especialmente dos presbíteros que vierem a falhar. De forma bem clara, doutrinou igualmente sobre o relacionamento humano, na igreja local, entre servos e senhores.



PARA REFLETIR

A respeito das Cartas Pastorais:

Como Paulo aconselha Timóteo a tratar as mulheres idosas?
Ele aconselha a tratá-las como a mães.

Qual era a situação das mulheres viúvas nos tempos bíblicos?
A situação era difícil, não havia espaço para as mulheres viúvas no mercado de trabalho.

Como deveria ser a repreensão aos presbíteros?
Deveriam ser repreendidos na presença de todos.

Segundo a lição, como deve ser a disciplina?
Ela deve ser feita de maneira criteriosa, com sabedoria e amor.

Qual o conselho de Paulo aos ricos?
Que não sejam arrogantes e não depositem sua esperança na riqueza.













SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Conselhos Gerais

O texto que estudaremos na presente lição são partes dos capítulos cinco e seis da primeira epístola de Timóteo. É a ultima lição que abordará a primeira epístola de Paulo a Timóteo. Um ponto muito importante para a liderança cristã é a exposição de Paulo a partir do versículo 17. Ali, aparecem algumas responsabilidades dos líderes e da própria igreja em reconhecê-los como tais: “os presbíteros que governem bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (v.17). Ou seja, se o presbítero for servidor e competente, segundo consta em 1 Timóteo 3.1-7, naturalmente ele terá da comunidade local respeito e tratamento digno. Neste aspecto, a orientação do apóstolo é que o jovem pastor não recebesse nenhuma denúncia de incompetência ministerial, ou prática pastoral soberba e autoritária, que fosse um “blefe”. Por isso, a orientação de Paulo para que façam a denúncia com o mínimo de duas ou três testemunhas.
O contrário do que pensam muitos, a orientação do apóstolo Paulo não se dá pelo viés do “corporativismo ministerial”, mas o da prudência e o do senso de justiça para não sermos injustos no julgamento de um líder cristão (como igualmente não se deve ser injusto no julgamento de um membro local). Entretanto, no caso de uma denúncia autenticamente comprovada contra um oficial da igreja, a orientação apostólica é clara: “aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor” (1Tm 5.20). A liderança cristã deve honrar sua vocação, principalmente na disciplina.
Entretanto, temos de ter o cuidado de não fazermos uma “caça às bruxas”, pois há uma grande diferença entre a pessoa arrependida de seu pecado e outra impenitente, de dura cerviz. Para a pessoa impenitente, a mensagem das Escrituras é clara, a fim de causar impacto em seu coração e ser salva no dia do juízo: “o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus” (1Co 5.1-5). Mas para a pessoa arrependida de coração, a mensagem de Jesus Cristo é a mesma dada à mulher adúltera: “E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais” (Jo 8.10). O sumo pastor é um só, e o seu nome é Jesus Cristo.













Beto Araújo