quarta-feira, 16 de abril de 2014

O que é batismo com fogo? - Leonardo Damaso

O que é o batismo com fogo?


Por Leonardo Dâmaso


Email respondendo a pergunta da dona Francisca Peixoto das Neves Bueno, a irmã Chiquita.

(Este nome é fictício, porém, o fato descrito na pergunta é bem real e comum no meio evangélico pentecostal e neopentecostal, claro, com algumas exceções).

Professor Leonardo, você poderia me explicar que tipo de batismo é o batismo de fogo mencionado em Mateus 3.11? Este batismo com fogo é um revestimento de poder do Espírito Santo conforme o meu pastor diz em suas pregações?

Irmã Chiquita, é muito comum vermos no meio evangélico, especialmente no meio pentecostal e neopentecostal, não somente pregações, mas também as famosas campanhas e vigílias baseadas nessa passagem de Mateus 3.11.

Geralmente, tais pregações, campanhas e vigílias têm como base ou tema frases do tipo: “A necessidade do batismo com fogo”; “A campanha dos 7 elos do fogo purificador de pecado” ou “A vigília do fogo que batiza e renova com poder”.

O evento desta passagem de Mateus 3.11, também descrito nos evangelhos de Marcus 1.8 e Lucas 3.18, na maioria dos casos, é entendido como se o batismo com fogo no qual João diz que Jesus batizaria juntamente com o batismo com o Espírito Santo é um batismo de “purificação e revestimento de poder do Espírito Santo”. Não obstante, este batismo com fogo capacita o crente com “unção e poder” para ter uma vida espiritual mais profunda com Deus, a pregar o evangelho, orar fervorosamente, realizar exorcismos e triunfar sobre os demônios, curar os enfermos dentre outras coisas.    

No entanto, se fizermos uma exegese cuidadosa e detalhada de toda a passagem em pauta, analisando meticulosamente todo o seu contexto, as palavras chave e o original grego, veremos que esta interpretação popular acerca do batismo com fogo como uma espécie de “poder e unção especial” é diametralmente equivocada! Vamos, então, a análise da passagem: 

Mateus 3.11 – Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (NVI)

Para que possamos interpretar corretamente o texto a lume e chegarmos ao seu real e único significado, isto é, entender o que de fato ele diz, é necessário examinarmos o contexto anterior de Mateus 3.11 que começa a partir do versículo 1. Observe Mateus 3.1-12:

Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Ele dizia: Arrependam-se, porque o Reino dos céus está próximo. Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele. As roupas de João eram feitas de pêlos de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura. O seu alimento era gafanhotos e mel silvestre. A ele vinha gente de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região ao redor do Jordão. Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. Quando viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava batizando, disse-lhes: "Raça de víboras! Quem lhes deu a idéia de fugir da ira que se aproxima? Deem fruto que mostre o arrependimento! Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.” (NVI)

O contexto da passagem de Mateus 3.11 ressalta a dura pregação de João Batista chamando o povo ao arrependimento, pois o reino de Deus estava próximo (vs.2), e, em contraste, ele mostra o resultado daqueles que não se arrependerem sofrerão, ou seja, a ira futura (vs.7). Portanto, o tema vigente que predomina nesse trecho é o chamado ao arrependimento! A ênfase de João em sua premissa recaí inteiramente sobre o destino daqueles que não se arrependerem dos seus pecados (vs.10-12).

A palavra chave nesse trecho de Mateus é batizo (βαπτίζω), que no grego denota mergulho; 1 significa o sepultamento da velha vida em contraste com o nascimento de uma nova vida. 2 Sendo assim, três tipos de batismo estão destaque aqui:   

1. O batismo com água. Este batismo demonstrava uma atitude de arrependimento dos pecados. Este batismo de João simbolizava uma espécie de limpeza espiritual e tinha suas raízes no nos rituais de purificação do AT (veja Lv 15.13). 

2. O batismo com ou no Espírito Santo. Todos os crentes verdadeiros são batizados com o Espírito Santo no momento da conversão. Esse batismo é o mesmo que o novo nascimento (veja 1Cor 12.13).

3. O batismo com fogo. Este batismo, mediante o contexto analisado, significa o batismo como um meio de punição ou condenação eterna para os que não se arrependerem de seus pecados (vs.10-12).

Desse modo, concluímos, então, que, o “batismo com fogo”, diferente do batismo com o Espírito Santo, que é o nascer de novo, significa o batismo para a condenação. No dia do julgamento final dos homens, que se dará na segunda vinda de Cristo, a justiça de Deus se manifestará em ira e sobrevirá sobre os ímpios obstinados onde eles serão batizados e castigados pela morte e pelo tormento eterno no lago de fogo e enxofre. Espero que através desta carta, irmã Chiquita, a Senhora seja esclarecida. Um abraço! A paz de Cristo Jesus!

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Notas:
[1] Dicionário do Novo Testamento grego James Strong, pág 2108.
[2] Fritz Rienecker e Cleon Rogers. Chave Linguística do Novo Testamento Grego, pág 5.  

Lição 03 - DONS DE REVELAÇÃO - 2014

Lição 03
DONS DE REVELAÇÃO

RUBER ALBERTO TADEU DE ARAÚJO
Supervisor da Koinonia Comunidade Cristã

TEXTO ÁUREO


“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).

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VERDADE PRÁTICA


Os dons de revelação divina são indispensáveis a igreja da atualidade, pois vivemos em um tempo marcado pelo engano.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co 14.26).

Nosso texto áureo está inserido no capítulo 14 nos versículos 26 à 40 da Primeira Epístola do Apóstolo Paulo aos Coríntios, quando ele exorta sobre a necessidade de ordem no culto.
Especificamente o versículo 26 é apontado pelos teólogos e estudiosos da Bíblia para duas situações ou possibilidades:

- Primeira possibilidade: os cristãos da Igreja em Corinto procuravam exercer grande variedade de dons espirituais, de ensinamentos, de falar em línguas, de cânticos, de cântico em línguas, etc., e que cada qual agia de tal modo a abafar e ultrapassar aos demais, isso transformava a liturgia da igreja bastante confusa, onde cada irmão que exercitava seu dom espiritual, infelizmente procurava ser o centro das atenções;

- Segunda possibilidade: Paulo estaria ensinando apenas como as coisas deveriam ser feitas, e, portanto, que cada irmão deveria ser compreendido como uma pessoa diferente, no caso do exercício de cada dom espiritual, ou seja, cada irmão que um entoe o seu hino, outro ensine, outro faça uma revelação, outro fale em línguas, e que ainda outro dê a interpretação, a fim de que o culto inteiro, assim organizado, vise sempre o propósito primordial da edificação;

            Segundo o comentário da Bíblia de Ensino Pentecostal parece que a segunda possibilidade seja a mais plausível:

O propósito principal de todos os dons espirituais é edificar a igreja e o indivíduo (vv. 3,4,12,17,26). “Edificar” (gr. Oikodomeo) significa fortalecer e promover a vida espiritual, a maturidade e o caráter santos dos crentes. Essa edificação é uma obra do Espírito Santo através dos dons espirituais, pelos quais os crentes são espiritualmente transformados mais e mais para que não se conformem com este mundo (Rm 12.2-8), mas edificados na santificação, no amor de Deus, no bem-estar do próximo, na pureza de coração, numa boa consciência e num fé sincera (ver. Cap. 13; Rm 8.13; 14.1-4, 26; Gl 5.16-26; Ef 2.19-22; 4.11-16; Cl 3.16; 1 Ts 5.11; Jd 20; ver 1 Tm 1.5 nota). (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, 1995 , p. 1762).


           

            No nosso texto áureo (1 Co 14.26) está uma demonstração do que tinha na liturgia da igreja primitiva: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação”.

 “....cada um de vós tem salmo,...” - os salmos são cânticos, hinos, uma espécie de “Harpa Cristã” do Antigo Testamento. Assim como na Sinagoga judaica, os salmos do Antigo Testamento eram entoados, na Igreja Primitiva também se louvava a Deus com salmos, embora houvesse outras composições musicais sacras, criadas pelos discípulos, podemos observar as evidências de cânticos cristãos no Novo Testamento, como exemplo temos o primeiro e segundo capítulo do Evangelho de Lucas, o prólogo do Evangelho de João (Jo 1.1-14), ou partes dessa secção, além dos vários hinos existentes no livro do Apocalipse, como certas passagens em Efésios 5.14 e 1 Timóteo 3.16, que é bem provável que são porções de hinos cristãos citados.
Os cânticos congregacionais são inspirados e no decorrer desses quase um século de movimento pentecostal no Brasil, têm tocado profundamente nos corações do povo brasileiro, muitos se converteram ao ouvir o hino 15, 151, 150 e outros. Os hinos da Harpa Cristã tem sido instrumento poderoso de evangelização e missão. Outros cânticos cristãos tem também contribuído para a expansão do reino de Deus. Porém, temos que estarmos sempre vigilantes para que músicas e letras mundanas e nocivas venham dessacralizar o patrimônio musical e espiritual da igreja do Senhor.
Cuidado com os “hinos e louvores”, que não levam a direção da adoração a Deus, mas impulsionam os sentimentos carnais e humanos. Cuidado com as “músicas” que despertam a carne ao invés do espírito. Cuidado com as letras que enaltecem mais o homem e suas obras, que o Criador dos céus e da terra.
Graças a Deus que os corais das Assembleias de Deus continuam como a igreja primitiva cantando os salmos e toda congregação continua na simplicidade da adoração em espírito e em verdade. Nossos cultos devem ter por objetivo glorificar a Deus (Mc 12.28-29) e não serem shows para atraírem pessoas.
Culto a Deus é serviço sagrado e não show, o show pode até ser uma estratégia de evangelização, mas jamais será um serviço plenamente sagrado. Um dos mais horrendos fenômenos da igreja contemporânea é o emprego de música própria de clubes noturnos e danceterias para efeito de diversão.
A música pode provocar atitude de adoração, de reflexão intelectual, mas também pode despertar as mais baixas paixões carnais, sendo assim, existem variações impróprias de músicas para a igreja do Senhor. Portanto, a música deve servir de edificação e não de entretenimento ou excitação carnal e mundana. Não se esqueça que na Babilônia a música era usada para promover a idolatria (Dn 3.5).

“...tem doutrina...”- em algumas traduções se usa o termo “ensino”. A doutrina deve ocupar uma parte muito importante na reunião dos crentes em Jesus. Hoje em dia homens sem temor de Deus, utilizam os púlpitos para um festival de anedotas, piadas, brincadeiras, suposições proféticas e outras esquisitices, a ausência da sólida doutrina gera uma igreja raquítica, com muita aparência, mas pouco conteúdo. O ministro do Senhor tem que ter sólido conhecimento doutrinário, conhecer as Sagradas Escrituras, ministrar a divina palavra com temor e tremor.
Lamentavelmente, diversas igrejas possuem ministros cujo conhecimento das Escrituras (e de outras disciplinas paralelas e úteis) é extremamente superficial, parcial e fragmentário. O resultado da falta de ensino na igreja gera atividades substitutivas, como programas, shows e entretenimentos, as festas são desejadas pelas pessoas, porque elas participam naquele momento, se emocionam e vão embora, esperando até o próximo ano a exortação ministrada. Já o ensino, a exposição da doutrina, exige mudança de caráter, de vida, de atitude, isso as pessoas carnais não estão dispostas a fazer. Daí a necessidade e urgência do ensino (doutrina) nas igrejas. Analisando a expresão “tem doutrina” a luz de 1 Co 14.26 encontramos:
1.-As explanações paulinas sobre os dons espirituais demonstram a urgência da edificação, portanto do ensino, que é um dos principais meios para esse serviço;
2.- Ensinar é parte da Grande Comissão, e isso, por si mesmo, demonstra a importância do ensino (Mt 28.19-20);
3.- Ensino é alimento, a igreja que não ensina, sofre de fanatismo, heresias, confusões, mal testemunho, imoralidade, trata-se de uma igreja com atrofia espiritual.
A exposição da “doutrina” ou “ensino” é vital e fundamental para a igreja cristã, no livro do profeta Oséias lemos: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Oséias 4:6).

“...tem revelação” - Deus usa seus servos para revelar, com o objetivo explícito da edificação, o fato de Deus revelar algo a alguém não lhe dá a autorização de humilhar uma outra pessoa na frente da congregação. Por exemplo: se Deus revelar a alguém que um irmão caiu em adultério, cabe a pessoa, que recebeu a revelação a aconselhar diretamente a pessoa caída, (inclusive se possível, antes compartilhar a revelação junto ao seu pastor local e buscar orientação), já que o objetivo é para a edificação da pessoa que infelizmente caiu, e não expô-la diante da congregação, humilhando-a e toda a sua família, tal atitude não edifica a ninguém, mas apenas produz traumas e mágoas.
Se Deus revelou algo a alguém é para edificação e não para confusão, desconfiança, mágoas e tristezas. Quando isso ocorre, percebemos que tal revelação não é proveniente do Senhor, mas pela própria mente fecunda do “profeta” que foi egoísta e precipitado, não considerando a família, a esposa ou esposo que é efetivamente a maior vítima e nem a congregação, a Bíblia declara: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem. Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados. O espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas; porque Deus não é confusão,  sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos,” (1 Co 14.29-34 – grifo nosso).
Infelizmente o que encontramos atualmente são pessoas que não querem que suas “profecias” sejam julgadas pelos demais irmãos, mas querem ter o domínio da Igreja de Deus.
Outro aspecto importante para analisar é o fato das irmãs serem mais sensíveis a espiritualidade, com isso muitas delas com o tempo passam a manipular os demais com suas “profecias”, lamentavelmente há casos de mulheres que querem presidir a igreja de Deus através de suas “profecias”. Interessante é que o assunto relacionado as mulheres estarem caladas na igreja de Corinto está dentro desse contexto, senão vejamos: “Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja. Porventura, a palavra de Deus se originou no meio de vós ou veio ela exclusivamente para vós outros? Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo. E, se alguém o ignorar, será ignorado. Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”(1 Co 14.34) .
Este versículo de 1 Coríntios 14.34 pelo fato de estar contextualizado entre o assunto dos dons espirituais ou seja entre os versículos: 33 e 39 de 1 Co 14,  aponta para um sério problema na igreja de Corinto, alguma irmã, certamente usada por Deus, deve ter se entusiasmado demais, e desejado presidir o serviço sagrado, no entanto, para o contexto histórico da época, uma igreja de maioria judaica, patriarcal, certamente causou problemas de autoridade, o que leva Paulo a utilizar seu conhecimento rabínico, sua tradição judaica aplicada nas reuniões, para controlar a situação: “...mas estejam submissas como também determina a lei...”.  Infelizmente, muitas irmãs através de “profecias” e “revelações”, almejavam dirigir o serviço sagrado, e isto gerou estranhamentos na igreja, obviamente, o contexto exige que exista a figura do pastor na presidência do serviço sagrado na Igreja, além do contexto histórico, onde a mulher não era ainda plenamente reconhecida como um ser humano pleno.
De qualquer maneira, quem tem esse dom deve utilizá-lo com muito temor e humildade, especificamente para edificação espiritual.

 “...tem línguas....” – essa era a vida e o culto da igreja primitiva, os crentes eram batizados com o Espírito Santo e falavam outras línguas e se edificavam com isso, como diz a palavra do Senhor “O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Co 14.4).
Essa passagem bíblica derruba o argumento de que o dom de línguas teria sido um fenômeno passageiro e específico para que a palavra de Deus fosse pregada para pessoas de outras línguas como no dia do pentecostes em Atos 2.
Ao lermos a respeito do ensino do apóstolo Paulo sobre o dom de língua estranha, fica patente que se trata de um dom espiritual presente na igreja na era apostólica e que fazia parte do cotidiano dos primeiros cristãos, isso é o que nos mostra explicitamente o texto bíblico, daí a necessidade da ordem no culto, atualmente denominações que tem dificuldade para ensinar sobre o capítulo 14 de 1 Coríntios, porque essas bênçãos não fazem parte de seus cultos, mas graças a Deus, com muita humildade e temor podemos louvar ao Senhor por ter enriquecido  a igreja com seus dons espirituais. Interessando o comentário de Russel N. Champlin sobre esse assunto:

“...tem línguas...” - A despeito de seu longo discurso sobre como a profecia é preferível ao dom de línguas, Paulo não deixa de lado esse dom, daquilo que seria desejável nos cultos cristãos. As línguas têm seu valor, e a igreja cristã necessita de todos os dons espirituais, tal como um corpo precisa da função de todos os seus diversos membros. O dom profético deve ser preferido, e o dom de línguas não deve ser exagerado e usado como meio de vangloria; apesar disso, as línguas se revestem de valor, tanto em público como, principalmente, privadamente. (CHAMPLIN, 1995, p. 227).



“...interpretação.” - embora o  apóstolo Paulo nos orienta a não proibir que os irmãos falassem em línguas estranhas: “...e não proibais o falar em outras línguas.”(1 Co 14.39 b), ele nos ensina que durante o culto os irmãos devem ser sensíveis ao Espírito Santo, Senhor e Guia da Igreja, por isso, assim declara a palavra do Senhor: “No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus”(1 Co 14.28 – grifo nosso).
Que ensino glorioso, o apóstolo Paulo não está proibindo os irmãos de falarem em outras línguas, mas não havendo intérprete que a pessoa que está falando em língua fique calada, de que maneira? orando consigo mesmo e com Deus, em outras palavras orando silenciosamente, orando em línguas e se edificando diante de Deus, mas silenciosamente ou seja calada. O calado aqui não é parado, quieto, sem comunhão, mas sim, silenciosamente em profunda comunhão com o Senhor: “...falando consigo mesmo e com Deus”(1 Co 14.28 b).

“...este traz revelação...” -  Isso se refere particularmente ao exercício do dom da profecia, porquanto uma revelação fala de algo dito por inspiração, e não apenas da exposição de algum conhecimento previamente adquirido, conforme se dá com o «ensino». O dom da «sabedoria» também pode estar aqui envolvido, porquanto um discernimento profundo, nos mistérios e verdades de Deus, também pode estar envolvido. Alguns estudiosos pensam que a «interpretação de línguas» também deve ser incluída aqui, porquanto esse dom também é um tipo de revelação. (Todos esses dons espirituais são descritos na introdução ao décimo segundo capítulo). (CHAMPLIN, 1995, p. 227).


“Seja tudo feito para edificação”  – esse é o objetivo principal desse texto áureo a palavra “edificação”, ou “decência e ordem”: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”(1 Co 14.40). O Culto a Deus deve ter esse alvo, adoração ao Senhor, edificação do corpo, que é igreja, e tudo deve ser feito com decência e ordem, pois isso glorifica a Deus. Um culto exageradamente longo pode resultar em dano, pois não seremos ouvidos por muito falar, aqui fica um alerta a todos os pregadores da Palavra.
O Serviço Sagrado para a edificação dos crentes deve ser equilibrado, deve ter oração, louvor, testemunho, oferta e Palavra, mas todos os crentes sabem que a Palavra de Deus deve ter seu tempo privilegiado, portanto, todos os servos de Deus, que presidem o serviço sagrado, devem estar em contínua oração, consagrado e santidade, para ser sensível ao Espírito Santo, e saber presidir o santo culto, não para agradar aos homens, mas a Deus.
Nada pode substituir a operação do Espírito Santo na igreja, se o “profissionalismo” e as “diversões” chegarem a substituir o ministério do Espírito, então o resultado será a ausência de espiritualidade e a promoção da carnalidade.
Os dons espirituais são dados pelo Espírito Santo, quando os dons espirituais estão ausentes, não existe qualquer crescimento espiritual, pois o crescimento espiritual provém do Espírito Santo, ministrador dos dons conforme lemos em Efésios 4.8.
Finalmente precisamos compreender que o apóstolo Paulo nos ensina que a grande finalidade do culto Cristão, além obviamente de adorar a Deus é a edificação. A igreja necessita ser edificada, corrigida, consolada e instruída, a fim de que todos os seus membros s e confirmem mais intimamente à imagem de Cristo. Esse é o propósito de todos os dons espirituais; e isso Paulo enfatizou grandemente, por todo este capítulo, basta observar atentamente os versículos 3-5; 7-9; 11, 12, 14, e quase todos os outros versículos desde capítulo tem algo a ver com isso. Interessante também é observarmos o comentário de Lawrence Richards em sua obra Comentário Bíblico do Professor:

Paulo transmitiu um ensinamento vital e claro a respeito de uma questão que divide os crentes ainda hoje, da mesma forma que incomodava a igreja primitiva. Nessa passagem, não encontramos nenhuma autoridade para rejeitar o dom de línguas como uma manifestação válida do Espírito Santo. Ao mesmo tempo, encontramos um corretivo acerca do destaque excessivo dado a esse dom, que era visto como a evidência da presença do Espírito Santo e o teste de espiritualidade. Mas uma vez Paulo, com muito tato, leva os Coríntios – e a nós também – a aceitarmos os irmãos que diferem de nós, destacando o papel essencial do amor. (RICHARDS, 2004, o, 995).

A respeito de como era a liturgia da igreja nos primeiros séculos é importante apresentarmos aqui a descrição de Justino, o mártir, do século II (ano 150), sobre a liturgia cristã dos primeiros tempos a qual compartilhamos abaixo:

 “...No dia denominado dia do sol há uma reunião de todos aqueles que vivem tanto nas cidades como no campo. Ali se dá a leitura das Memórias dos apóstolos, ou das Escrituras dos Profetas até onde o tempo permite. Terminada a leitura o presidente faz uso da palavra para nos admoestar e nos exortar à imitação e prática dessas coisas admiráveis. Logo nos levantamos e oramos juntos. Terminada a oração, no modo como já foi dito, traz-se pão e vinho com água. O presidente dirige a Deus orações e ações de graça, o povo aquiesce com a aclamação: Amém. E procede-se à distribuição dos elementos eucarísticos entre todos, enviando-se também, mediante os diáconos, aos que estão ausentes. Os irmãos que estão na abundância e querem dar, dão cada qual conforme lhe aprouver. O dinheiro recolhido é entregue ao presidente, que o reparte entre órfãos, viúvas, doentes, indigentes, presos e transeuntes; de todos aqueles que necessitam de ajuda ele é um protetor. Reunimo-nos no dia do sol por ser o primeiro dia da semana, dia em que Deus, afugentando as trevas e o caos, criou o mundo, neste dia também nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos, pois crucificaram-no na véspera do dia de Saturno, e no dia posterior ao dia de Saturno, ou seja, no dia do sol, Cristo apareceu aos apóstolos e discípulos, ensinando-lhes estas coisas que, para vossa consideração, vos temos transmitido” . Justino, c. 150, Apologia, I. LXV-LVII (BETTENSON, 1998, 31).


LEITURA DIÁRIA

1Rs 4.29-31 – Sabedoria concedida por Deus

2Rs 6.8-12 – Deus revela o oculto

1Co 12.8 – Sabedoria e ciência

Mt 2.12 – Proteção por divina revelação

Ef 1.17 – Espírito de sabedoria e revelação

Ap 1.1 – A revelação de Jesus Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.8,10; Atos 6.8-10; Daniel 2.19-22.

1 Coríntios 12
8 - Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
10 - e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

Atos 6
8 - E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 - E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão.
10 - E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.

Daniel 2
19 - Então foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu.
20 - Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força;
21 - ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes.
22 - Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.

INTERAÇÃO

Professor; nesta lição estudaremos a respeito dos dons de revelação.
Estes dons são concedidos à Igreja a fim de que ela seja edificada.
Estamos vivendo “tempos trabalhosos", necessitamos da sabedoria que vem do alto, do poder de Deus.
Durante o preparo da lição, ore, peça que o Senhor conceda aos seus alunos os dons de revelação.
Siga o exemplo de Paulo, pois sua oração em favor dos crentes de Éfeso era: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação" (Ef 1.17).
Deus deseja nos outorgar os dons de revelação, a fim de que sejamos edificados e jamais venhamos a cair nas astutas ciladas do Maligno.


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·   Analisar o dom da palavra da sabedoria.
·   Compreender o dom da palavra da ciência.
·   Saber a respeito do dom de discernimento dos espíritos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, reproduza no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para introduzir a lição, pois a partir desta lição estudaremos, detalhadamente os dons, então é importante que os alunos conheçam a classificação geral dos nove dons descritos no capítulo 12 de 1 Coríntios. Ao explicar o quadro, ressalte a semelhança que existe entre os respectivos dons. Conclua explicando que todos os dons, independentemente da sua classificação, são importantes e necessários para a edificação do Corpo de Cristo.

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RESUMO DA LIÇÃO 03


OS DONS DE REVELAÇÃO

I. PALAVRA DA SABEDORIA
1. Conceito.
2. A Bíblia e a palavra de sabedoria.
3.- Uma liderança sábia.

II. PALAVRA DA CIÊNCIA
1. O que é?
2. Sua função.
3.- Exemplos bíblicos da palavra da ciência.

III. DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1.      O dom de discernir os espíritos.
2.     As fontes das manifestações espirituais.
3.     Discernindo as manifestações espirituais.


PALAVRA-CHAVE
REVELAÇÃO:
 Ato pelo qual Deus revela aos homens os seus mistérios, sua vontade.
COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
O teólogo pentecostal Stanley Horton afirma que “a maioria dos estudiosos classifica os dons de 1 Coríntios 12.8-10 em três categorias: revelação, poder e expressão, [tendo] três dons em cada categoria". 
Na lição desta semana estudaremos a respeito dos dons da “primeira categoria”: os de revelação.
Estes são concedidos aos servos de Deus para o aconselhamento e orientação da Igreja do Senhor.
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS DONS - 1 Co 12
DONS DE REVELAÇÃO          DONS DE PODER                    DONS DE ELOCUÇÃO
Palavra da sabedoria                          Fé                                            Profecia
Palavra do conhecimento               Curar                                 Variedade de línguas
Discernimento de espíritos        Operação de milagres           Interpretação de línguas




I - PALAVRA DA SABEDORIA
1. Conceito.
O termo palavra exprime uma manifestação verbal ou escrita.
Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss, sabedoria significa “discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas”.
A sabedoria abordada pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.8a refere-se a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias extremas e difíceis.
De acordo com Estevam Ângelo de Souza, “a palavra da sabedoria é a sabedoria de Deus, ou, mais especificamente, um fragmento da sabedoria divina, que nos é dada por meios sobrenaturais”.

2. A Bíblia e a palavra de sabedoria.
Embora na Antiga Aliança os dons espirituais não fossem plena e claramente evidenciados como na Nova, alguns episódios do Antigo Testamento vislumbram o quanto Deus conferia aos homens sabedoria do alto para executar tarefas ou tomar decisões.
Um exemplo disso é a revelação e a interpretação dos sonhos de Faraó através de José, o filho de Jacó (Gn 41.14-41).
Ele não apenas interpretou os sonhos de Faraó, mas trouxe orientações sábias para que o Egito se preparasse para o período de fome que estava para vir.
A habilidade do rei Salomão em resolver causas complexas, igualmente, é um admirável exemplo de dom da sabedoria no Antigo Testamento (1 Rs 3.16-28; 4.29-34).
Em o Novo Testamento podemos tomar como exemplo de palavra da sabedoria a exposição da Escritura realizada pelo diácono e primeiro mártir cristão, Estevão.
O livro de Atos conta-nos que os sábios da sinagoga, chamada dos Libertos, “não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava” (At 6.9,1 0).

3. Uma liderança sábia.
A palavra de sabedoria é de grande valor na tarefa do aconselhamento pessoal e em situações que demandam uma orientação no exercício do ministério pastoral
Entretanto, tenhamos cuidado para não confundir a manifestação desse dom com o nosso desejo pessoal.
Lembremo-nos de que Deus manifesta os dons em nossas vidas segundo o conselho da sua sabedoria, não da nossa.
Tenhamos maturidade e cuidado no uso dos dons!

SINOPSE DO TÓPICO (1)
A sabedoria a que se refere 1 Coríntios 1 2.8 não é a humana, adquirida mediante os livros ou nas universidades, mas sim uma capacidade sobrenatural, divina, para tomar decisões sábias em circunstâncias extremante difíceis.










II - PALAVRA DA CIÊNCIA
1- O que é?
Este dom muito se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de Deus, fruto do resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos mistérios de Deus conforme aborda Stanley Norton, em sua Teologia Sistemática (CPAD).
Este dom também se relaciona à capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente para este conhecer fatos e circunstâncias ocultas.

2. Sua função.
O dom da palavra da ciência não visa servir a propósitos triviais, como o de descobrir o significado dos tecidos do Tabernáculo ou a identidade da mulher de Caim, etc. isto é mera curiosidade humana, e o dom de Deus não foi dado para satisfazê-la.
A manifestação sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do maligno.

3. Exemplos bíblicos da palavra da ciência.
Ao profeta Eliseu foram revelados os planos de guerra do rei da Síria.
Quando o rei sírio pensou em atacar o exército de Israel, surpreendendo-o em determinado lugar, o profeta alertou o rei de Israel sobre os planos inimigos (2 Rs 6.8-12).
Outro exemplo foi a revelação de Daniel acerca do sonho de Nabucodonosor, quando Deus descortinou a história dos grandes impérios mundiais ao profeta (Dn 2.2,3; 17- 19).
Em o Novo Testamento, esse dom foi manifesto quando o apóstolo Pedro desmascarou a mentira de Ananias e Safira (At 5.1-11).
O dom da palavra da ciência não é adivinhação, mas conhecimento, concedido sobrenaturalmente, da parte de Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (2)
O dom da palavra da ciência não é para servir a propósitos triviais. A manifestação sobrenatural deste dom tem a finalidade de preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do maligno.


III - DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS
1. O dom de discernir os espíritos.
É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais.
De acordo com o termo grego diakrisis, a palavra discernir significa “julgar através de”; “distinguir”.
Ela denota o sentido de “se penetrar da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos”.
Stanley Horton afirma que este dom “envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação á proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos” (cf. 1 Jo4.1).

2. As fontes das manifestações espirituais.
Ao longo das Escrituras podemos destacar três origens das manifestações espirituais no mundo: Deus, o homem e o Diabo.
Uma profecia, por exemplo, pode ser fruto da ordem divina ou da mente humana ou ainda de origem maligna. Como saber?
Aqui, o dom de discernir os espíritos tem o papel essencial de preservar a saúde espiritual da congregação.
Segundo nos ensina o pastor Estevam Ângelo, o “discernimento de espíritos não é habilidade para descobriras faltas alheias”.
O dom não é uma permissão para julgar a vida dos outros.

3. Discernindo as manifestações espirituais.
A Palavra de Deus nos ensina que os espíritos devem ser provados (1 Jo 4,1).
Toda palavra que ouvimos em nome de Deus deve passar peio crivo das Sagradas Escrituras, pois o Senhor Jesus nos advertiu sobre os falsos profetas.
Ele ensinou-nos que os falsos profetas são conhecidos pelos “frutos que produzem”, isto é, pelo caráter (Mt 7.15-20).
Jesus conhece o segredo do coração humano, mas nós não, e por isso precisamos do Espírito Santo para revelar-nos a verdadeira motivação daqueles que falam em nome do Senhor.
O apóstolo João nos advertiu acerca do “espírito do anticristo” que já opera neste mundo (1 Jo 4.3).
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O dom de discernimento dos espíritos é uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Igreja de Jesus necessita dos dons de revelação para discernir entre o certo e o errado, entre o legítimo e o falso.
Os falaciosos ensinos e as manifestações malignas podem ser desmascarados pelo dom do discernimento dos espíritos.
Que Deus conceda à sua igreja dons de revelação para não cairmos nas astutas ciladas do Maligno.


 EXERCÍCIOS 
1. De acordo com a lição, defina sabedoria.
R. Discernimento inspirado nas coisas sobrenaturais e humanas.

2. Cite dois exemplos de sabedoria vinda de Deus no Antigo Testamento.
R. José e Salomão.

3. O que é o dom da palavra da ciência?
R. Este dom se relaciona ao ensino das verdades da Palavra de Deus, fruto do resultado da iluminação do Espírito acerca das revelações dos mistérios de Deus.

4. Qual é a função do dom da palavra da ciência?
R. Preservar a vida da igreja, livrando-a de qualquer engano ou artimanha do Maligno.

5. Segundo a lição, defina o dom de discernimento dos espíritos.
R. É uma capacidade sobrenatural dada por Deus ao crente para discernir a origem e a natureza das manifestações espirituais.










AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Uma Palavra de Sabedoria
Trata-se de uma palavra (uma proclamação, uma declaração) de sabedoria dada para satisfazer a necessidade de alguma ocasião [...]. Não depende da capacidade humana nem da sabedoria natural, pois é uma revelação do conselho divino. Mediante esse dom, a percepção sobrenatural, tanto da necessidade como da Palavra de Deus, traz a aplicação prática daquela Palavra [...] ao problema do momento.
Porque é uma palavra de sabedoria, fica claro que é concedida apenas o suficiente para aquela necessidade. Este dom não nos enaltece para um novo nível de sabedoria, nem nos torna impossibilitados de cometer enganos. [...]. Às vezes, este dom transmite uma palavra de sabedoria para orientar a Igreja, assim como em Atos 6*2- 4; 15.13-21. É possível, também, que cumpra a promessa dada por Jesus, que daria ‘boca de sabedoria a quem não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem’ (Lc 21.15). A prova de que Jesus falava em um dom sobrenatural (a palavra de sabedoria) é comprovada, quando proibiu a premeditação do que diriam nas sinagogas ou diante dos tribunais (Lc 21.13,14). Isso certamente foi cumprido pelos apóstolos e por Estêvão (At 8.4-14,19-21, 6,9,10)” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.294).

AUXILIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico ‘Discernimento de espíritos
A expressão inteira, no grego, apresenta-se no plural. Este fato indica uma variedade de maneiras na manifestação desse dom. Por ser mencionado imediatamente após a profecia, muitos estudiosos o entendem como um dom paralelo responsável por ‘julgar’ as profecias (1 Co 14.29). Envolve uma percepção capaz de distinguir espíritos, cuja preocupação é proteger-nos dos ataques de Satanás e dos espíritos malignos (cf. 1 Jo 4.1). O discernimento nos permite pregar a Palavra de Deus e todos os demais dons para liberar o campo à proclamação plena do Evangelho" (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. l. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.475).

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO
Os dons são capacidades inatas, adquiridas, ou é algo que vem direto de Deus? Segundo Stanley Horton, "os dons são encarnacionais. Isto é, Deus opera através dos seres humanos". Logo, são capacidades sobrenaturais vinda d'Ele por intermédio do Espírito Santo. Deus colocou à disposição da igreja muitos dons e todos são extremamente úteis para a edificação e exortação dos crentes.
Para melhor estudar o assunto, os dons foram divididos em três categorias: dons de revelação, de elocução e de poder. Nesta lição estudaremos os dons de revelação: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos.
Palavra de Sabedoria
O que seria este dom? "Sabedoria" no grego é shophia e segundo o Dicionário Bíblico Beacon quer dizer "julgamento de Deus diante das demandas feitas pelo homem, especificamente pela vida cristã". Esta sabedoria não é o resultado da capacidade cognitiva humana.
A sabedoria aqui é uma capacidade divina de julgar as questões práticas do nosso dia a dia de maneira que o nome do Senhor seja exaltado. Todo crente é exortado a buscarem Deus a sabedoria (Tg 1.5). Neste texto, segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Tiago está falando a respeito da "habilidade de tomar decisões em circunstâncias difíceis". Logo, também não diz respeito ao conhecimento adquirido pelo homem. Muitos homens são dotados de grande capacidade intelectual, mas infelizmente desconhecem a Deus.
Sabedoria divina x sabedoria humana
Em 1 Coríntios 2.6, Paulo faz uma comparação, mostrando à igreja em Corinto a diferença entre a sabedoria humana e a espiritual. Paulo mostra que a razão humana não pode levar o homem à redenção dos seus pecados. Somos redimidos pela fé em Cristo. A fé salvifica é um dom divino. O homem que não aceita Cristo como Salvador não pode compreender a sabedoria de Deus revelada em Jesus.
Dom da Palavra de Sabedoria
De acordo com Estevam Ângelo de Souza, "a palavra de sabedoria é a sabedoria de Deus ou, mais especificamente, um fragmento da sabedoria divina, que é dada por meios sobrenaturais". É uma capacidade vinda diretamente de Deus, mediante a ação direta do Espírito Santo em nossas vidas. A liderança, bem como todos aqueles que querem servir à Igreja de Cristo, deve buscar este dom a fim de administrar e servir com excelência. A Bíblia nos mostra que os diáconos eram homens cheios do Espírito Santo e que Estêvão, dispunha de tanta sabedoria, que ninguém conseguia se sobrepor a ele durante a sua pregação (At 6.10). REVISTA ENSINADOR CRISTÃO CPAD, N° 58, P.37.


Os dons do Espírio Santo

É a manifestação do Espírito Santo no crente, capacitando-o com poder para realizar uma tarefa segundo a vontade de Deus. A palavra “dons” vem do grego “charismata”, derivada da palavra “charis” que significa “graça.” São, portanto, dons pela graça de Deus e não algo que conseguimos ou merecemos.
Os dons espirituais são de grande valor e merecem um cuidadoso estudo bíblico para se evitar desordens na igreja que afete sua unidade. Efésios 4.12-15 lemos sobre os propósitos dos dons os quais são:
·         Capacitar ou aperfeiçoar os santos
·         Promover a obra do ministério
·         Edificar o Corpo de Cristo. (A igreja).

Os dons espirituais também proporcionam um conhecimento mais profundo de Cristo, e de toda a riqueza espiritual disponível para desempenho da missão que ele tem em nossa vida. Segundo a Palavra de Deus, conforme 1 Co 12.8-10 os dons do Espírito Santo são 9 e podem ser assim classificados:

1. DONS DE REVELAÇÃO (saber) – palavra de sabedoria, palavra de ciência e discernimento de espíritos.
2. DONS DE PODER (fazer): fé, cura e operação de milagres.
3. DONS DE INSPIRAÇÃO (falar): profecia, variedades de línguas.

1. DONS DE REVELAÇÃO
1.1 Palavra de sabedoria – É saber o que falar em determinada ocasião (solucionar um problema específico) é um fragmento da sabedoria divina dada ao crente. Não se trata de conhecimento humano ou inteligência. Exemplo: José Gn 41.38,39; Salomão e as duas mães. 1Rs 3.16-28, Josué Dt 34.9
1.2 Palavra de ciência (conhecimento) – É uma revelação do que está acontecendo no momento. Não se trata de adivinhação, fenômeno psíquico ou telepatia e nem resultado de um profundo estudo teológico. Através desse dom a igreja tem acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas. É a penetração na ciência de Deus. Ef 3.3. Exemplo: Eliseu 2 Rs 6.12; Aias 1 Rs 14.1-6; Em Atos 20.23 O Espírito Santo revelava a Paulo o que ia acontecer.
1.3 Discernimento de espíritos – É uma percepção sobrenatural para conhecer a natureza de uma atividade espiritual. Serve para combater as imitações, enganos e falsificações. (Ap 2.2; 1 Tm 4.1-4). Exemplos: o caso de Ananias e Safira (At 5.1-11), Elimas, o mágico (At 13.6-12) e da jovem possessa (At 16.17,18) Esse dom serve como um antídoto contra as heresias dos falsos mestres.

2 DONS DE PODER
2.1 O dom da fé – E a confiança em Deus de um modo sobrenatural. Manifesta-se somente em ocasiõesespeciais. Este dom movimenta os dons de cura e operação de milagres. (Mt 17.20) Ele(a) sabe que Deus vai fazer o impossível, inclusive quando outros crentes ao seu redor não crêem. Esta fé dá autoridade diante de problemas como ocorreu com Josué. (Js 10.12) Elias (1Rs 18.33-35) Estêvão (At 6.8)
2.2 Cura – É uma solução divina para amenizar o sofrimento humano. Todas as enfermidades estão sujeitas a cura divina. (Mt 10.8; Lc 4.18 19); O sacrifício de Cristo trouxe-nos perdão, libertação e cura ( Is 53.4,5; Mt 8.16,17) . Ele delegou aos seus discípulos poder para curar enfermos em seu nome. (Lc 10.9,17; At 3.6,16; 9.34; At 19.11,12)
2.3 Operação de milagres (maravilhas) – É uma operação de poder que ultrapassa as leis naturais. Exemplo:Ex 15.21,22 – a travessia do Mar Vermelho; Mt 8.26 - Jesus acalma a tempestade; Jo 11.43 - A ressurreição de Lázaro. A operação deste dom gera confiança e autoridade especial. (Mt 8.27)

3. DONS DE INSPIRAÇÃO
3.1 Profecia – O objetivo deste dom é falar aos homens em nome de Deus. Não pode ser confundida com pregação embora a pessoa possa profetizar enquanto prega. Seu objetivo é a edificação da igreja e está sujeito ao julgamento da mesma. Não é adivinhar a sorte, prever o futuro ou tornar realidade o desejo de alguém. (Ez 13.3). Todos podem profetizar, porém no culto apenas dois ou três devem profetizar. Nunca devem profetizar ao mesmo tempo para não afetar a ordem do culto. (1 Co 14.26-33) Toda profecia que contraria o ensino das Escrituras deve ser classificada como falsa, razão pela qual as profecias devem ser julgadas. (1 Co 14.1-40)
3.2 Variedade de línguas – As línguas estranhas como sinal são dirigidas a Deus são ilimitadas. O dom de variedades de línguas é dirigido à igreja e não é dado a todos que são batizados no Espírito Santo. Tudo depende da soberania, do propósito e da vontade do Espírito Santo. (1Co 12.11) Tem que ser acompanhado de interpretação e é equivalente a uma profecia. O dom de interpretação não existe sozinho. Serve para explicar o que foi dito em línguas. Não é uma tradução lingüística, pois a linguagem não é lógica. Veja 1 Coríntios 14.
Observações: 1. Dons espirituais e fruto do Espírito Santo Dons e Fruto ambos denotam a habitação do Espírito, mas os dois não são a mesma coisa, os propósitos diferentes. Os dons são serviços para serem prestados aos outros, enquanto que o fruto do Espírito Santosão traços característicos da pessoa de Cristo implantado no crente mediante a obediência à Palavra.
2. Dons espirituais e Talentos Que diferença há entre um dom espiritual e um talento? Todos nós nascemos com certos talentos, ou seja, habilidades naturais para realizar muitas tarefas na igreja.  Um professor secular ao se converter pode se tornar “espiritual” e assim ganha a capacidade para ministrar para a igreja com o mesmo talento, mas os dons do Espírito Santo são sobrenaturais. Através dos dons espirituais o mundo há de reconhecer que Deus está no meio dela. Primeiramente Deus opera em nós o novo nascimento espiritual (que são evidenciados pelo fruto do Espírito que é a conversão) e através do batismo no Espírito Santo podemos receber os dons espirituais.
3. Manifestações Conforme 1 Coríntios 12:7 o dom espiritual é uma “manifestação do Espírito.” Então eles são manifestados e não que tenhamos controle sobre eles, pois afinal o Espírito Santo é soberano. Para concluir, o exercício dos dons espirituais demonstra em suma, como o Espírito Santo é visto. Uma das maiores bênçãos que podemos desfrutar é quando os membros de uma igreja exercitam os dons uns para com os outros. Um dom espiritual não é apenas uma habilidade para servir, ele é um canal pelo qual o Espírito Santo ministra ao corpo. E fazendo parte da como igreja, como o corpo de Cristo, torna-se um grande privilégio Deus escolher ministrar ao Seu povo através de nós. É simplesmente incomparável.
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“Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos.” (2 Timóteo 1.6)

Dons Espirituais

Quando Paulo iniciou o décimo segundo capítulo da carta aos Coríntios, tinha uma preocupação quanto à ignorância dos cristãos daquela cidade sobre os dons espirituais. ?Não quero, irmãos, que sejais ignorantes a respeito dos dons espirituais?. (I Co. 12:1). Ainda hoje a Igreja do Senhor continua em dificuldades a respeito deste assunto tão polêmico. Em algumas igrejas o assunto é esquecido e proibido falar, enquanto em outras , o excesso ultrapassa até o ensino bíblico. Como a carta não foi direcionada a uma pessoa em particular, mas para a igreja de Corinto na sua totalidade, o conhecimento dos dons espirituais faz parte do crescimento espiritual do Corpo de Cristo. Assim como os cincos sentidos do homem ? Olfato, paladar, visão, audição e tato ? o fazem entrar em contato com o mundo ao seu redor, os noves dons espirituais faz o cristão entrar em contado com o mundo espiritual. Uma pessoa sem um dos sentidos é conhecida como ?deficiente físico?, uma igreja sem os dons é conhecida como ?deficiente espiritual?. Paulo faz uma lista de nove dons colocados em três grupos, mas inseparáveis:

1º) Dons de Revelação ou Conhecimento - São três que revelam algo:
a)                 Dom da Palavra de Sabedoria;
b)                Dom da Palavra do Conhecimento; 
c)                 Dom de discernimento de Espíritos. 

2º) Dons de Expressão Vocal ou Falar - São três que dizem algo:
a) Dom de Profecia;
b) Dom de variedades de línguas; 
c) Dom de interpretações de línguas. 

3º) Dons de Realizar ou Poder - São três que fazem algo; 
a) Dom da fé;
b) Dom de operações de milagres;
c) Dons de curar. (Não existe o dom da cura). Este dom está no plural.

DOM DA PALAVRA DE SABEDORIA
Definição: O Espírito Santo revela de modo sobrenatural o plano e qual o propósito de Deus ao individuo para o futuro, através de uma Palavra de sabedoria. É uma palavra somente, e não toda a sabedoria de Deus, pois é impossível para o ser humano ter toda a sabedoria. Devemos entender que não se trata da sabedoria natural que o homem utiliza para o dia a dia, pois essa Tiago 1:5 diz que podemos pedir que Deus dá a todos liberalmente. A Bíblia fala de três tipos de sabedoria : l) Aquela que chamamos de Sabedoria humana para as questões da nossa vida; 2) A sabedoria Satânica usada para o mau e 3) A Sabedoria de Deus que usamos para engrandecer o Criador. De acordo com a Palavra de Deus esse dom atua em conjunto com o dom do conhecimento. (Atos: 9:10-16, 11:28-30;). Sabemos que nos últimos dias o dom da palavra de Sabedoria estará atuando grandemente no seio da Igreja do Senhor. 

DOM DA PALAVRA DO CONHECIMENTO
Definição: É uma revelação sobrenatural do Espírito Santo ao ser humano de fatos e informações que seriam impossíveis de serem conhecidos se não fossem liberados da mente de Deus e pode envolver pessoas, lugares e objetos.É uma palavra de conhecimento do presente ou de alguma coisa do passado que Deus quer revelar, para que seu nome seja engrandecido e glorificado. Observe que é ?palavra?, não todo conhecimento. Deus só quer revelar uma pequena porção, por isso é chamado de ?palavra do conhecimento?. Só Deus possue todo conhecimento e através desse dom traz a luz aos seus filhos aquilo que Ele deseja que saibamos. (Atos 10:9-20; João 4).
Não pode ser confundido com o conhecimento que obtemos através de habilidades naturais, estudos ou experiências, pois é unicamente ?manifestação do Espírito?. (I Co. 12:7).

DOM DO DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS
Definição: Habilidade conferida pelo Espírito Santo para reconhecer a identidade dos espíritos que estão envolvidos nas atividades terrenas, bons ou maus É um dom que traz clareza a igreja do Senhor, traz a luz as confusões e orienta. Tem como propósito proteger, guardar, guiar e alimentar os Filhos de Deus. (Atos 16:16-18). Hoje estamos passando por manifestações sobrenaturais e muitas vezes o povo de Deus não sabe de onde vem, se de Deus ou do diabo. Nem todo milagre está vindo de Deus pois Satanás também é um espírito sobrenatural. Este dom não é liberado para julgamento do próximo,(Mt. 7:1), nem para achar falhas de caráter nas pessoas, mas unicamente para discernir os espíritos. Não se engane, quem possue esse dom não fica a tentar conhecer as pessoas interiormente. É uma farsa! Este dom é acompanhado pela habilidade divina para resistir aos espíritos e sair vencedor. 

O DOM DA FÉ. 
Definição: É a liberação dada pelo Espírito Santo de Deus para que aquele que crê possa receber os milagres em sua vida cristã. Crer em Deus para aquelas causas impossíveis sabendo de antemão que esta é a vontade divina e que a resposta é certa. Para você entender com clareza, precisa saber que a Bíblia fala de quatro tipos de fé.
1) Fé Salvadora ( João 1:12; Ef. 2:8). A fé que nos faz entrar no Reino de Deus.
2) Fé Geral. (Rm. 12:3). Fé que cada servo de Deus possue e pode ser aumentada conforme se alimenta da Palavra de Deus e pratica, receber o Batismo com o Espírito Santo, resposta de oração, cura. Etc.;
3) O fruto da fé (Gl. 5:22,23). A fidelidade é como um fruto que cresce na vida do cristão para colocá-lo num patamar espiritual esperado por Deus para nossas vidas.
4) O Dom da fé (I Co. 12:9). Observe que este dom não é para todos, mas somente para aqueles que o Espírito Santo quer. Podemos dizer que se trata de uma fé especial que Deus concede aos seus para que possam receber milagres. (Gl. 3:5). 

O DOM DA OPERAÇÃO DE MILAGRES. 
Definição: É uma intervenção sobrenatural às leis da natureza mediante o Espírito Santo. Sendo o Cristianismo fundamentado unicamente no sobrenatural, podemos acompanhar na Bíblia as manifestações miraculosas através de pessoas que cooperaram com Deus. Sem os milagres a igreja não anuncia um evangelho completo (Hb. 2:4). Os milagres acontecem quando o homem é dirigido pelo Espírito Santo e obediente a vontade divina. Os propósitos dos milagres são para a edificação e fortalecimento da fé, atua na libertação e cuidado do povo de Deus na terra. Assim como Jesus atraia multidões através dos milagres operados, a Igreja do Senhor deve prosseguir da mesma maneira. Os milagres acompanharão aos que crêem. (Mc. 16-15-20).

OS DONS DE CURAS
Definição: É o único dom que está no plural, pois opera em vários níveis de curas, pois existem vários tipos de doenças e enfermidades. Sempre acompanhado por uma medida do dom da fé e também pelo dom da palavra do conhecimento, os dons de curar é uma habilidade dada pelo Espírito Santo para que o corpo humano seja liberto das enfermidades. Faz parte do evangelho pleno, completo, onde as pessoas são salvas, curadas, libertas, transformadas e passam a desfrutar da vida eterna. A cura pode ser instantânea (Mt. 8:3), pode ocorrer também através da comunhão (I Co. 11:27 a 34). Quanto mais a igreja estiver unida num só corpo espiritual, menos probabilidade de doenças haverá no seu seio. Se você possui grande compaixão por aqueles que estão doentes e sofrendo qualquer tipo enfermidades, é possível possuir os dons de curas. O propósito deste dom é para que o povo do Senhor tenha saúde total: corpo, alma e espírito. É importante que você fique sabendo que a enfermidade não provém de Deus e sim de Satanás. (Atos 10:38) Leia Ex. 15:25,26; SL 103:2,3; 105:37; Is. 53:4 e 5; III João 2.

O DOM DA PROFECIA
Definição: O dom da profecia é o mais importante dos três dons da fala, pois é necessário o dom de variedades de línguas e o dom de interpretação de línguas para igualar-se ao dom da profecia. (I Co.14:5). A profecia é transmitida numa língua conhecida e conforme a Palavra de Deus em I Co. 14:3, tem como propósito edificar, exortar e consolar. Edificar significa construir, erguer com pedras no lugar pré-estabelecido. Exortar significa encorajar, aconselhar e prevenir. Consolar significa confortar com meiguice. Quem profetiza fala em nome de Deus. Paulo aconselha a Igreja de Cristo a buscar o dom da profecia, pois quem profetiza fala o recado de Deus aos homens. Biblicamente sabemos que existe o dom da profecia e o ministério do profeta. Observe que no simples dom da profecia não existe revelação. Aquele que possue o ministério profético vemos com freqüência a revelação ser utilizada, porque existem mais dons envolvidos, como Palavra de sabedoria e Palavra de conhecimento. Conforme vimos acima, esses dons fazem parte dos dons de revelação. Atos 21:8-11 relata um exemplo claro do dom comum da profecia e do ministério profético. As sete filhas de Filipe possuíam o dom da profecia, portanto edificavam, exortavam e consolavam. Nenhuma delas entregou uma mensagem para Paulo do que iria ocorrer em Jerusalém. Para isso Deus enviou Ágabo, homem com ministério profético, possuidor dos dons de revelação para avisar Paulo o que iria acontecer alguns dias futuro. Pegou o cinto de Paulo e amarrou suas próprias mãos e pés, entregando a profecia em seguida: ? Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o entregarão nas mãos dos gentios? At.21:11. Pregar não é profetizar, embora quem prega também pode ser usado pelo Espírito Santo para profetizar. Precisamos ter cuidado para não abusar deste dom tão importante.

O DOM DE VARIEDADES DE LINGUAS
Definição: É a expressão vocal ou habilidade dada pelo Espírito Santo para que haja comunicação numa língua desconhecida. É o mais polêmico de todos os nove dons, pois a maioria dos cristãos desconhece que a Bíblia apresenta três categorias de línguas. Em primeiro lugar a Bíblia fala das línguas que todo crente fala quando recebe o Espírito Santo. (At.2:4-6; 10:45 a 47 e 19:6). Depois fala das línguas usadas freqüentemente para a comunhão pessoal com o Criador. (I Co. 14:1 -4 ; Romanos 8:26; Efésios 6:18 e Judas 20). E por último as línguas faladas quando a igreja está reunida para comunicar ao Corpo alguma mensagem por meio da interpretação de línguas, o que chamamos de dom de variedades de línguas. (I Co. 12:10; 14:5; 21-22). Foi exatamente isso que o Senhor revelou a Paulo para corrigir a Igreja de Corinto. Em Marcos 16:17 o próprio Senhor deixou claro que os salvos falariam novas línguas. O dom de variedade de línguas é para a edificação do Corpo de Cristo, desde que seja interpretada, senão não há mensagem alguma a não ser para quem está falando. Ninguém saberá o que Deus está querendo dizer. Agora, o enchimento do Espírito Santo, que é a primeira língua que Paulo disse que todos deveriam falar, é para edificação individual e não do Corpo de Cristo. O dom de variedades de línguas tem também como propósito ser um sinal ao incrédulo. (I Cor. 14:21-22). Variedades de línguas com interpretação equivalem a profecia. O dom de variedades de línguas não é para todos na igreja, mas o enchimento do Espírito Santo é para todos. (I Co. 14:27,28 ? 14:5).

O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LINGUAS
Definição: É uma revelação sobrenatural do Espírito Santo dando um significado daquilo que está sendo falado em variedades de línguas. Jamais pode ser uma tradução, pois vemos servos de Deus falando em variedades de línguas alguns minutos e quando a interpretação é feita, somente algumas palavras são ditas, ou vice-e-versa. Veja o exemplo em Daniel 5:25. A mão escreveu na parede: MENE,MENE,TEQUEL E PARSIM. A interpretação foi nove vezes maior. A interpretação de variedades de línguas na nossa vida particular de oração e simplesmente extraordinária. Imagine voce saber o que está orando em línguas, sendo o falar em línguas um mistério com Deus? Não há nenhuma interrupção, não há ninguém entendendo (muito menos os demônios). Tenho certeza que Deus, algumas vezes, quer que saibamos o que estamos orando, pois isso já aconteceu comigo. Você ora em línguas e o Espírito Santo usa você mesmo para interpretar. Esta é a intimidade que Deus quer ter conosco, mas infelizmente o diabo tem mantido muito crente prisioneiro referente a este importante assunto bíblico. Veja o quanto você já perdeu em não falar em línguas. Além do aspecto particular, o Espírito Santo pode levantar você com o dom de interpretação de línguas na igreja, perante o Corpo de Cristo. O Espírito Santo deixou bem claro que tudo seria com decência e ordem. (1 Co. 14:40). Jamais podemos sair da reunião confusos, pois Deus não é Deus de confusão, mas de paz. (I Co. 14:33). Tudo que fazemos para o Senhor é feito para a edificação (I Co. 14:26) e não para a destruição. Quem destrói é o diabo, pois ele veio para matar, roubar e destruir , mas Jesus veio para nos dar vida e vida em abundancia. Procure uma igreja verdadeira onde a Palavra de Deus é ensinada e que o Espírito Santo esteja presente, senão teremos mais uma igreja? deficiente espiritual?.











Subsídio da Lição: Dons de Revelação.

A verdade prática afirma que os dons de revelação são indispensáveis à igreja da atualidade. Os dons de revelação são divididos em três: palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento de espíritosOs dons de revelação manifestam o saber de Deus. Estes dons são outorgados para que haja aconselhamento e orientação à igreja do Senhor.


Logo, os dons de revelação demonstram o agir provedor de Deus para com a sua igreja. Os decretos de Deus se resumem em um número de quatro; criação, providência, remissão e consumação.
A providência de Deus no uso dos dons se concretiza por Deus conduzir sua igreja segundo o seu querer.

I – PALAVRA DA SABEDORIA.
1- Conceito.
2- A Bíblia e a palavra de sabedoria.
3- Uma liderança sábia.

Comentário:
O dom da palavra da sabedoria corresponde “a uma capacitação divina sobrenatural para tomada de decisões sábias e em circunstâncias extremas e difíceis”.
No contexto bíblico três personagens do Velho Testamento são considerados os mais sábios homens que já existiram na terra. E estes homens foram José, Salomão e Daniel.
José foi o escape para o Egito, pois era homem sábio em quem o Espírito Santo habitava (Gn 41.38,39).
Salomão teve a oportunidade de escolher o que bem quisesse, porém pediu a Deus sabedoria para governar o povo de Israel.
Já Daniel foi um dos administradores do império persa, e isto, tornou se possível pelo dom da Sabedoria.
Deus em sua infinita bondade outorga dons espirituais aos homens para que outros tantos sejam abençoados. Não é ao contrário com o dom da Palavra da Sabedoria. Deus outorga para que pelo dom de um até mesmo uma nação seja abençoada. O exemplo bem claro está em José.
Bons conselhos vêm de pessoas que possui conformidade com Deus. A boa liderança é refletora dos conselhos divinos. E os bons conselhos vêm de Deus e são transmitidos por pessoas especiais.

II – PALAVRA DA CIÊNCIA.
1- O que é?
2- Sua função.
3- Exemplos bíblicos da palavra da ciência.



Comentário:
O dom da Palavra da Ciência corresponde com o resultado da iluminação do Espírito Santo proporcionando ao cristão o conhecimento a respeito das profundezas da Escritura Sagrada e também o conhecimento de fatos e circunstâncias atuais que estão ocultos.

A finalidade deste dom é outorgar escape à igreja do Senhor, e não tornar do detentor do dom, um status pessoal para culto.

Jesus em seu ministério público demonstrou que possuía o dom da Ciência quando conversava com a mulher samaritana, e isto quando disse a ela “tivesse cinco maridos”.

Outros exemplos são:
Eliseu ao notificar ao rei de Israel os planos do governador sírio (2 Rs 6.8-12).
Samuel ao informar ao jovem Saul a respeito da localização das jumentas (1 Sm 9.15-20).
Outro exemplo e no Novo Testamento é de Pedro que pela ciência de Deus desmentiu a ação de Ananias e Safira (At 5.3-10).

III – DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS.
1- O dom de discernir os espíritos.
2- As fontes das manifestações.
3- Discernimento as manifestações espirituais.

Comentário:
As manifestações espirituais possuem com origem três meios específicos: humana ou carnal, diabólica e divina.

A manifestação humana ocorre por meninice. Há pessoas que por buscarem admiração da parte da igreja se apresentam como detentores de dons espirituais. Estes querem a atenção para si, e não querem servir a Deus e nem tão pouco querem servir ao próximo.

Já a manifestação diabólica ocorre com o objetivo de enganar o cristão. Satanás como ladrão tem missão tríplice: roubar, matar e destruir.

Já a manifestação de Deus não produz confusão, pois esta liberta, edifica, uni os membros entre si, e fortalece a noiva de Cristo.

Por fim, o dom da Palavra da Sabedoria é a capacitação do crente para a tomada de decisões. Já o dom da Palavra da Ciência é a revelação de fatos já ocorridos ou de fatos ocultos. E o dom de discernimento de espíritos permite que a igreja de Deus não seja enganada.