terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Os dez mandamentos - 1 Lição - EBD - 2015

LIÇÃO 01
Deus Dá sua Lei ao
Povo de Israel

04 de janeiro de 2015
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO


 “Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4).

Monte Horebe – Deserto do Sinai - Egito

VERDADE PRÁTICA


Uma nova nação despontava no horizonte e precisava de uma legislação que definisse as bases em que o povo devia viver, isto é, fundamentado nas promessas feitas aos patriarcas.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4).

Nosso texto áureo está inserido na Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos escrita por volta do ano 57 d.C. Nos capítulos 9 ao 11 desta Carta, o apóstolo Paulo apresenta uma profunda questão teológica, infelizmente muito ignorada por muitas denominações. Trata-se da eleição de Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. A Bíblia de Estudo Pentecostal apresenta uma síntese desses três capítulos da Carta aos Romanos:

Há três elementos distintos no exame que Paulo faz de Israel no plano divino da salvação.
(1)    O primeiro (9.6-29) é um exame da eleição de Israel no passado. (a) Em 9.6-13, Paulo afirma que a promessa de Deus a Israel não falhou, pois a promessa era só para os fiéis da nação. Visava somente o verdadeiro Israel, aqueles que eram fiéis à promessa (Gn 12.1-3; 17.19);...
(2)    O segundo elemento (9.30 -10.21) analisa a rejeição presente do evangelho por Israel. Seu erro de não voltar para Cristo, não se deve a um decreto incondicional de Deus, mas à sua própria incredulidade e desobediência (Rm 10.3).
(3)    Finalmente, Paulo explica (11.1-36) que a rejeição de Israel é apenas parcial e temporária. Israel por fim aceitará a salvação divina em Cristo. O argumento dele contém vários passos.
(a)    Deus não rejeitou o Israel verdadeiro, pois Ele permanece ao “remanescente” que permanece fiel a Ele, aceitando a Cristo (11.1-6).
(b)   No presente, Deus endureceu a maior parte de Israel, porque os israelitas não quiseram aceitar a Cristo (11.7-10; 9.31; 10.21).
(c)    Deus transformou a transgressão de Israel (a crucificação de Cristo) numa oportunidade de proclamar a salvação a todo mundo (11.11,12, 15).
(d)   Durante esse tempo presente da incredulidade nacional de Israel, a salvação de indivíduos, tanto os judeus como os gentios (10.12,13) depende da fé em Jesus Cristo (11.13-24).
(e)    A fé em Jesus Cristo, por uma parte do Israel Nacional, acontecerá no futuro (11.25-29).
(f)     O propósito sincero de Deus é ter misericórdia de todos, tanto dos judeus como dos gentios, e incluir no seu reino todas as pessoas que creem em Cristo (11.30-36; 10.12,13; 11.20-24) (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, 1995, p. 1715).

Feito essa consideração geral dos capítulos 9 a 11, voltemos ao nosso texto áureo (Rm 9.4). O nosso texto áureo está inserido no capítulo 9 entre os versículos 1 a 5 onde está presente a profunda tristeza de Paulo por causa da incredulidade de Israel, seu povo, seus irmãos segundo a carne. Para análise do texto áureo apresento o comentário do teólogo Dr. Russell Norman Champlin:

9:4: os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto, e as promessas; Até este ponto o apóstolo Paulo vinha expressando sua própria infelicidade pessoal concernente à apostasia e à dureza da nação de Israel. Isso o levou à consideração dos problemas teológicos criados por essa apostasia; porquanto eram «... israelitas...», aos quais haviam sido feitas promessas especiais, donos que eram de privilégios e posições sem par. O propósito de Paulo foi, antes de tudo, descrever exatamente quais eram os privilégios de Israel, para em seguida entrarem no problema das modificações que isso dá ao destino dessa nação, especialmente agora, que a igreja cristã, havia se apossado do destino espiritual que Israel tão insensatamente rejeitara. Haveria a nação de Israel de perder definitivamente esses privilégios, ou ainda haveria uma fruição futura nos propósitos divinos relativos a ela? Quais seriam as relações entre a presente nação de Israel e a igreja cristã, tanto agora como no futuro?
Ora, constituía ironia das mais abismais que os gentios, que nunca haviam recebido privilégios similares àqueles que haviam beneficiado a nação de Israel, fossem exatamente aqueles que deram acolhida a Jesus de Nazaré. Até mesmo na época em que Paulo escrevia as suas epístolas, a igreja cristã consistia, sobretudo de elementos gentílicos, de tal modo que os judeus constituíam um elemento estranho, marginalizado quanto à economia divina das bênçãos espirituais.
«...primeiramente, meditemos profundamente sobre essa questão da dor incessante de Paulo por causa de Israel, a fim de que, em nossa superficialidade gentílica, não ajuizemos erroneamente sobre a importância desse acontecimento perante Deus, isto é, que Israel, entre os quais ele habitara, se tornara desobediente, e assim fora separado de suas bênçãos; a fim de que, em nosso próprio conceito, não nos tornemos demasiadamente importantes, não tendo mais interesse pelos israelitas. Permitiríamos que Paulo, nosso grande apóstolo, sinta sozinho essa ‘dor incessante’, essa ‘profunda tristeza’ em seu coração? Não, pois Paulo não teria ventilado a questão para nós exceto se esperasse nossa simpatia no Espírito. Não nos assemelhemos, pois, àqueles milhares de judeus que abominavam o ensino da graça, declarando que Paulo era um judeu apostatado, que realmente negara a fé de seus antepassados, estando amargurado contra a sua própria raça, a fim de obter favor entre os desprezados gentios. Esses judeus espalharam a notícia falsa que Paulo ‘ensinava aos homens de toda parte contra Israel, contra a lei e contra o templo’ (Atos 21:28). Quão similar ao de Cristo era o amor que havia no coração de Paulo, amor esse que persistia, chegando mesmo a desejar a perdição, em favor dos israelitas incrédulos que tanto o acusavam! Em segundo lugar, podemos enumerar e examinar os oito particulares que o apóstolo Paulo declara serem diferenciações entre Israel, e todas as demais nações, perante os olhos de Deus». (Newell, in loc ).
«...São israelitas...» Essas palavras significam que os descendentes de Abraão eram herdeiros do pacto feito com Israel, seu progenitor, quando seu nome deixou de ser Jacó. Israel significa «príncipe de Deus» (Gên. 32:28)...
Os privilégios espirituais dos israelitas provinham diretamente do fato de estarem relacionados a alguém favorecido por Deus. Ora, Jesus Cristo também era um desses «favorecidos», de fato, o mais favorecido de todos; e o Israel espiritual deriva os seus privilégios das relações que mantém com ele. Isso ilustra algo acerca do exercício da vontade divina, que recebe tão notável proeminência neste nono capítulo da epístola aos Romanos. Todas as bênçãos foram dadas a Israel por causa do exercício dessa vontade divina.
«...adoção...» Lemos as seguintes palavras em Êxo. 4:22: «Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito». Similares são as palavras do trecho de Deut. 7:6: «Porque povo santo és ao Senhor teu Deus: o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra». E também lemos a seguinte declaração em Amós 3:2: «De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitarei sobre vós». Pode-se examinar, por igual modo, a passagem de Isa. 66:22, que diz: «Porque, como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz 0 Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome».
Portanto, as promessas divinas feitas a Israel, como nação, terão fatalmente a sua futura concretização, a despeito do retrocesso temporário a que foi sujeitada essa nação, por haver rejeitado seu próprio Messias, o Senhor Jesus. Eventualmente, entretanto, haverão de aceitá-lo, reconhecendo o seu fatal equívoco e sua cegueira de coração. O alicerce real dessa «...adoção...» foi a chamada de Abraão e o pacto estabelecido com ele.(Atos 3:25). Quanto à doutrina bíblica que assevera que todos os crentes são filhos espirituais de Abraão, ver Rom. 4:11).
Na adoção divina se alicerçam todos os privilégios espirituais que são enumerados neste versículo, porquanto somente os filhos de Deus poderiam receber tão elevadas bênçãos espirituais. A adoção terrena da nação de Israel foi um tipo simbólico daquela filiação mais alta, que seria conferida à igreja cristã, através do Senhor Jesus Cristo.
«Portanto, fica compreendida, embora apenas germinal e tipicamente, a união íntima do crente com Cristo, o Filho unigênito que estava no seio do Pai desde a eternidade, que envolve Deus e os homens, através da regeneração do Espírito Santo» (Philip Schaff, in loc.).
A adoção de Israel, em um de seus aspectos, tinha por intuito ser o alicerce e o guia daquela adoção espiritual e superior, em Cristo. (Ver Gál. 4:1 e ss., quanto a esse conceito).
«...a glória...» Está aqui em foco a «kabhodh» ou presença de Deus, conforme é mencionado nos trechos de Êxo. 16:10; 24:26; Eze. 1:28 e Heb. 9:5, além de diversas outras passagens. É por esse motivo que diz Meyer (in loc.)·. «Trata-se da presença simbólica e visível de Deus, conforme ela se manifestou no deserto, como uma coluna de nuvem e fogo, ou como a nuvem sobre a arca da aliança...» Diversos comentadores bíblicos chamam a isso de glória «shechinah», palavra hebraica essa que significa «habitação», dando a entender a presença habitadora de Deus, o que algumas vezes assumia um aspecto visível para os olhos humanos...
«...as alianças...» Esse vocábulo pode ser melhor entendido em seu significado, através do desdobramento do que nele está envolvido, negativa ou positivamente:..., estão em foco os diversos pactos estabelecidos com os patriarcas, incluindo o pacto abraâmico e o pacto davídico. (Ver Gên. 6:18; 9:9; 15:18; II Sam. 7:11-16; Sal. 89:28; Livro da Sabedoria 18:22; Ben Siraque 44:11; II Macabeus 7:15; Efé. 2:12; Gál. 3:16,17. ... sobre o «pacto davídico», ver Atos 2:30; quanto ao «pacto abraâmico», ver Atos 3:25).
»...legislação...» Está aqui em foco tanto o ato divino da outorga da legislação mosaica como essa própria legislação. Para nenhuma outra nação Deus outorgou essas leis básicas. Não podemos separar a substância da lei do ato de sua outorga; por conseguinte, a substância da lei mosaica também deve estar em foco aqui, embora o próprio original grego fale especificamente do ato de sua outorga. O apóstolo Paulo jamais negou a majestade e a elevada significação da lei mosaica, embora houvesse ensinado doutrinas consideradas não-ortodoxas sobre as funções da lei mosaica, conforme vemos nos capítulos terceiro a sétimo desta epístola aos Romanos. Em certo sentido, a lei mosaica foi uma revelação de Deus, sobretudo no que concerne às exigências morais de sua natureza. Somente a nação de Israel recebeu esse tipo de revelação direta, embora a própria natureza possa prestar-se para conferir aos homens pensamentos corretos, posto que incompletos, sobre Deus, segundo também insiste o primeiro capítulo desta epístola. Conforme Paulo explicou, entretanto, a lei tinha por sua função principal mostrar aos homens a necessidade que têm de Cristo, pois embora ela ·aponte para a justiça, não pode produzi-la no homem. Cristo, por intermédio do seu Espírito Santo, é quem produz no crente as demandas da justiça, exigidas pela lei.
«...o culto...» Em outras palavras, os ritos, as cerimônias, os sacrifícios e as ordenanças religiosas, que são úteis para os homens, em sua expressão religiosa, e que simbolizavam o Cristo ou Messias que haveria de vir, mas que se tornaram todos supérfluos, em face de sua vinda. O templo de Jerusalém era o centro onde tais práticas encontravam sua mais elevada expressão; esse templo, por si mesmo, era veículo desse tipo de «adoração» ou «culto». Alguns intérpretes esperam que essa forma de adoração venha a ser restaurada em Israel, durante 0 período do milênio, pois esses estudiosos aceitam algumas passagens do A.T. de forma literal. Porém, se realmente isso vier a suceder, tal adoração será memorial, e não profética, conforme acontecia nos tempos do A.T., sob a lei mosaica.
«...as promessas...» Mui provavelmente essa palavra indica as promessas específicas esboçadas nos vários pactos: os pactos soteriológicos feitos com Abraão e os pactos sobre o reino, estabelecidos com Davi. Em ambos esses tipos de pactos, transparecem as muitas promessas sobre a glória futura da nação de Israel que formam o tema fundamental dos escritos dos profetas. Essas promessas incluem o aparecimento do Messias, isto é, as promessas messiânicas; e isso tanto no que se refere ao primeiro como ao segundo advento de Cristo. As promessas inclusas no «pacto abraâmico» são expostas e discutidas no trecho de Rom. 4:13-20. (Ver também Heb. 7:6; Gál. 3:16,21 e Atos 26:6,7) CHAMPLIN, Vol. 3, 1995, p. 744).

INFORMAÇÕES INICIAIS
1º Trimestre - 2015
(Janeiro, Fevereiro e Março)
Título: “A LEI DE DEUS — Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança”
 
Comentarista: Pastor Esequias Soares é pastor presidente da Assembleia de Deus em Jundiaí-SP, graduado em Hebraico pela Universidade de São Paulo e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Autor dos livros: Gramática prática de grego: um curso dinâmico para leitura e compreensão do Novo Testamento (2011); Septuaginta: Guia Histórico e Literário (2009); Cristologia: A Doutrina de Jesus Cristo (2008); Testemunhas de Jeová: A Inserção de Suas Crenças e Práticas no Texto da Tradução do Novo Mundo (2008), todos eles publicados  pela Editora Hagnos. Já publicou outros títulos pela CPAD como: Analisando o Divórcio à Luz da Bíblia; Manual de Apologética Cristã; Oséias (Série: Comentário Bíblico – CPAD);Visão Panorâmica do Antigo Testamento e seu último lançamento Os Dez Mandamentos – Valores Divinos Para Uma Sociedade em Constante Mudança. Conferencista, teólogo, apologista, professor de Grego e Hebraico, membro do Conselho de Doutrina e da Comissão de Apologia da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), é comentarista de Lições Bíblicas da CPAD.

Capa:


                                                            O que vemos?
Uma figura com as duas tabuas de pedras da lei vindas do céu da parte do Eterno: “Então disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.” (Êxodo 34.1).


O que isto tem a ver com o tema?
As duas tábuas de pedras onde estavam os dez mandamentos escritos pelo dedo de Deus e toda a Torah (Pentetauco), ou seja, a lei de Moisés não consiste apenas num compêndio religioso; trata de profecias, histórias, registros genealógicos e cronológicos, regulamentos, ritos, cerimônias, exortações, preceitos morais, civis e cerimoniais, instrução para sacerdotes, sacrifícios, ofertas, festas e o tabernáculo. A grande diversidade de conteúdo e suas várias formas de apresentação dos dados da revelação têm impressionado o espírito humano até hoje. A estrutura literária dessa parte das Escrituras Sagradas é complexa e sobre ela muitas interpretações e especulações têm sido levantadas ao logo dos séculos. 
O ano de 2015 terá início com o convite a frequentarmos a EBD a fim de estudarmos a Lei de Deus, valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança, trata-se de um comentário exegético e explicativo apresentado de forma prática para facilitar a compreensão dessa parte da lei de Moisés, ajudando o povo de Deus a distinguir entre lei e evangelho. Todo o conteúdo dos dez mandamentos serão estudados em 13 lições.
Como um recurso a mais para professores e alunos há também o livro temático de apoio do trimestre: OS DEZ MANDAMENTOS Valores divinos para uma sociedade em constante mudanças


Nesta obra, está apresentada a entrega dos DEZ MANDAMENTOS legado para o povo de Israel, para a humanidade como um todo como valores divinos para uma sociedade em constante mudanças. Adquira essa obra: http://www.cpad.com.br/os-dez-mandamentos-valores-divinos-para-uma-sociedade-em-constante-mudanca-242984/p#.VKHzql4AM


 SUMÁRIO DA REVISTA:
  Lição 1 – Deus dá a sua Lei ao Povo de Israel – 04.01.15
Lição 2 – O Padrão da Lei Moral – 11.01.15
Lição 3 – Não Terás outros deuses – 18.01.15
Lição 4 – Não farás imagens de Esculturas – 25.01.15
Lição 5 – Não Tomarás o Nome do Senhor Deus em Vão – 01.02.15
Lição 6 – Santificarás o Sábado – 08.02.15
Lição 7 – Honrarás Pai e Mãe – 15.02.15
Lição 8 – Não Matarás – 22.02.15
Lição 9 – Não adulterarás – 01.03.15
Lição 10 – Não furtarás – 08.03.15
Lição 11 – Não darás Falso Testemunho – 15.03.15
Lição 12 – Não cobiçarás  - 22.03.15
Lição 13 – A Igreja e a Lei de Deus – 29.03.15


RESUMO DA LIÇÃO 01


DEUS DÁ SUA LEI AO POVO DE ISRAEL
I. A PROMULGAÇÃO DA LEI
1. A solenidade.
2. A credibilidade de Moisés.
3. A lei.

II. OS CÓDIGOS
1. Classificação.
2. O que há de concreto?

III. O CONCERTO
1. O que é um concerto?
2. Preparativos.
3. O concerto do Sinai.
4. O livro do concerto.

IV. O SACRIFÍCIO
1. Os holocaustos.
2. O sangue.
3. A aspersão.





LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Êxodo 20.18-22,24; 24.4,6-8.

20.18 - E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso, retirou-se e pôs-se de longe.
19 - E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos.
20 - E disse Moisés ao povo: Não temais, que Deus veio para provar-vos e para que o seu temor esteja diante de vós, para que não pequeis.
21 - E o povo estava em pé de longe: Moisés, porém, se chegou à escuridade onde Deus estava.
22 - Então, disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que eu falei convosco desde os céus.
24 - Um altar de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, e as tuas ovelhas, e as tuas vacas: em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei ali e te abençoarei.
24.4 - E Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada, e edificou um altar ao pé do monte e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel;
6 - E Moisés tomou a metade do sangue e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue espargiu sobre o altar.
7 - E tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos.
8 - Então, tomou Moisés aquele sangue, e o espargiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue do concerto que o SENHOR tem feito convosco sobre todas estas palavras.

OBJETIVO GERAL
Explicar o processo de desenvolvimento da Lei de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo 1 refere-se ao tópico I com os seus respectivos sub tópicos.
I. Conhecer como a Lei foi promulgada.
II. Afirmar a autoria de Moisés.
III. Conceituar “Concerto” ou “Aliança”.
IV. Classificar os sacrifícios que foram estabelecidos com a Lei.

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A equipe de Educação Cristã da CPAD tem o prazer de apresentar uma revista com um formato novo a fim de estudarmos a Bíblia.
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- o objetivo geral da lição;
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- o ponto central,
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A criatividade do professor e sua competência em sala de aula contarão muito para o trimestre ser um sucesso.
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Desejamos um ótimo ano! Ótimo trimestre!


COMENTÁRIO
PONTO CENTRAL
Deus revelou a sua Lei aos homens através de Moisés, o seu servo. Mas a revelação plena consiste em Cristo, o Filho de Deus.

 INTRODUÇÃO
O tema do presente trimestre são os Dez Mandamentos, a base de toda a legislação mosaica.
Aqui vamos iniciar com a solenidade da promulgação da lei, no Sinai, a cerimônia do concerto que Deus fez com Israel.
O evento envolveu holocaustos e a leitura do livro da lei num ritual com profundas implicações messiânicas.

I. A PROMULGAÇÃO DA LEI
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, neste tópico consta a explicação do processo de promulgação da Lei de Deus ao seu servo, Moisés.
As perguntas abaixo são pertinentes para ministrá-las na aula:
“Como a Lei surgiu?”;
“Quem a ditou?” e
“Quem a recebeu?”
Aqui, o autor propõe-se respondê-las.
Por isso, o desenvolvimento deste tópico será de grande importância para o aluno conhecer a revelação da Lei a fim de que tenha o conhecimento bíblico básico para acompanhar o desdobramento dos Dez Mandamentos ao longo da revista.
Portanto, algumas questões são importantes, também, serem esclarecidas para a classe:
“Em que livro do Pentateuco inicia a revelação da Lei?”;
“Quem fazia a mediação entre Deus e o povo?”;
“Qual é o significado da palavra torah?”.
Sugerimos ao professor responder a essas perguntas de modo que os alunos compreendam as informações básicas a respeito da Lei revelada no Pentateuco.
Bons comentários bíblicos sobre o Pentateuco poderão auxiliá-lo.

1. A solenidade.
O ritual do concerto e da promulgação da lei no pé do monte Sinai aconteceu cerca de três meses após a saída de Israel do Egito (Êx 19.1-3).
Os israelitas permaneceram ali durante um ano (Nm 10.11,12).
A revelação da lei começa aqui e vai até o livro de Levítico (Lv 27.34).
O livro de Números registra as jornadas de Israel no deserto, e Deuteronômio é o discurso em que Moisés recapitula a lei e traz ao povo uma reflexão sobre os acontecimentos no deserto desde a saída do Egito, exortando Israel à fidelidade a Deus (Dt 1.3; 4.1).

2. A credibilidade de Moisés.
Diante de tudo o que aconteceu, quem poderia questionar a legitimidade de Moisés como mediador entre Deus e o povo?
Quem podia duvidar da autenticidade e da autoridade da lei (Êx 20.22)?
Não seria exagero afirmar que Deus quis fortalecer a autoridade de Moisés com aquelas manifestações sobrenaturais (Êx 19.9).
A manifestação visível do poder de Deus ao povo era uma prova irrefutável de sua origem divina (Êx 20.18-22; 19.16-19).
As coisas de Deus são sempre às claras.
Uma das grandezas do cristianismo é que ele foi erigido sobre fatos.
Os evangelhos estão repletos dos milagres que Jesus operou diante do povo (Jo 18.19-21).

3. A lei.
A lei de Moisés é o alicerce de toda a Bíblia, e os judeus a consideram “a expressão máxima da vontade de Deus”.
O termo hebraico torah aparece no Antigo Testamento como “instrução, ensino, lei, decreto, código legal, norma”, e vem da raiz de um verbo que significa “instruir, ensinar”.
A Septuaginta emprega a palavra grega nomos, “lei, norma”, usada também no Novo Testamento.
Além de designar toda a legislação mosaica (Dt 1.5; 30.10) — o Pentateuco (Lc 24.44; Jo 1.45) — indica também o Antigo Testamento (Jo 10.34,35; Rm 3.19; 1Co 14.21).
Segundo os antigos rabinos, a lei contém 613 preceitos contendo 248 mandamentos e 365 proibições.


SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A Lei foi entregue a Moisés no Monte Sinai. O legislador de Israel cumpriu o papel de mediador entre a vontade de Deus e o povo de Israel.


II. OS CÓDIGOS

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O Pentateuco apresenta-se basicamente como obra de Moisés, um dos primeiros e certamente o maior profeta do Antigo Testamento (Nm 12.6-8; Dt 34.10-12).
Deus comumente falava por Moisés de viva voz, como também fez mais tarde com os profetas, mas a atividade de Moisés como escritor também é mencionada muitas vezes (Êx 17.14; 24.4,7; 34.27, Nm 33.2; Dt 28.58,61; 29.20-27; 30.10; 31.9-13,19,22,24-26).
[...] A razão de Moisés e os profetas registrarem por escrito a mensagem de Deus, não se contentando apenas em entregá-la oralmente, era que às vezes a enviavam a outros lugares (Jr 29.1; 36.1-8; 51.60,61; 2Cr 21.12).
Mas, na maioria das vezes, era para preservá-la para o futuro, como um memorial (Êx 17.14) ou uma testemunha (Dt 31.24-26), a fim de que ficasse escrita para o tempo vindouro (Is 30.8).
A falibilidade da tradição oral era bem conhecida entre os escritores do Antigo Testamento.
Temos uma lição prática disso quando da perda do Livro da Lei durante os maus reinados de Manassés e Amom.
Quando foi redescoberto por Hilquias, seus ensinamentos causaram grande choque, pois haviam sido esquecidos (2Rs 22-23; 2Cr 34).
Não podemos ter certeza de quanto tempo levou para que o Pentateuco alcançasse a sua forma final.
Entretanto, vimos no caso do livro do concerto, cuja alusão reporta-se a Êxodo 24, que foi possível um documento pequeno, como Êxodo 20-23, tornar-se canônico antes que tivesse atingido o tamanho do livro do qual hoje faz parte.
O livro de Gênesis também incorpora documentos antigos (Gn 5.1).
Números inclui um trecho proveniente de uma antiga coleção de poemas (Nm 21.14,15), e Deuteronômio já era considerado canônico mesmo no tempo em que Moisés vivia (Dt 31.24-26), pois foi colocado ao lado da arca do concerto.
Contudo, a parte final de Deuteronômio foi escrita depois da morte de Moisés” (COMFORT, Philip Wesley (Ed.). A Origem da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1998, pp.81-83).

1. Classificação.
Os críticos costumam fragmentar os escritos de Moisés.
Consideram a legislação mosaica uma coleção de diversos códigos produzidos num longo lapso de tempo.
A classificação apresentada é a seguinte: os Dez Mandamentos encabeçam a lista desses expositores (Êx 20.1-17; Dt 5.6-21).
Em seguida, há o que eles denominam Código da Aliança (Êx 20.22-23.33).
O que vem depois é o Código de Santidade (Lv 17-26).
O Código Sacerdotal é o restante do livro de Levítico e o Código Deuteronômico (Dt 12-26).

2. O que há de concreto?
Estas seções ou códigos são realmente identificáveis no Pentateuco; no entanto, é inaceitável a ideia de sua existência independente de cada um deles na história.
O argumento dos críticos contraria todo o pensamento bíblico.
Não existem provas bíblicas nem extrabíblicas de qualquer código isolado no Antigo Israel.
A Bíblia inteira atribui a autoria a Moisés, e o próprio Senhor Jesus Cristo chamava o Pentateuco de “lei de Moisés” (Lc 24.44).
 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Embora os críticos bíblicos afirmem que os escritos atribuídos a Moisés são fragmentados, a Bíblia inteira, bem como o testemunho de Jesus Cristo, atribui a Moisés a autoria do Pentateuco (Lc 24.44).


III. O CONCERTO

1. O que é um concerto?
O termo usado no Antigo Testamento para “concerto” é berit, “pacto, aliança”, que literalmente indica obrigação entre pessoas como amigos, marido e mulher; entre grupos de pessoas; ou entre divindade e indivíduo ou um povo. Sua etimologia é incerta.
A Septuaginta emprega o termo grego diatheke, “pacto, aliança, testamento”, ou seja, a mesma palavra usada por Jesus ao instituir a Ceia do Senhor.
O Antigo Testamento fala de três concertos: com Noé, com Abraão e com Israel no monte Sinai (Gn 9.8-17; 15.18; Êx 24.8).
O Novo Testamento fala do novo concerto que o Senhor Jesus fez com toda a humanidade (Mt 26.28; Hb 8.13).

2. Preparativos.
Até este ponto na história dos israelitas, Deus vinha agindo em cumprimento às promessas feitas aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Gn 15.18; 17.19; Êx 2.24).
Essa promessa precisava ser levada avante.
Agora os filhos de Israel formavam um grande aglomerado de pessoas, e essa multidão precisava ser organizada como nação e estabelecida uma forma de governo com estatutos que constituíssem sua lei.

3. O concerto do Sinai.
O concerto do Sinai não era apenas a ratificação da promessa feita a Abraão, mas sua aprovação oficial (Gn 15.18; Gl 3.17).
As duas partes envolvidas eram, de um lado, o grande Deus Jeová: “se diligentemente ouvirdes a minha voz” (ÊX 19.5); e, de outro, Israel: “Tudo o que o SENHOR tem falado faremos” (Êx 19.8).
O povo reafirma esse compromisso mais adiante (Êx 24.7).
Era um concerto temporal, local e nacional com mediador falível, ao passo que o de Cristo tinha aplicação universal, foi em favor de toda a raça humana e o Mediador era perfeito.

4. O livro do concerto.
Moisés “tomou o livro do concerto e o leu aos ouvidos do povo” (24.7).
O concerto foi feito sob as palavras desse livro que continha os mandamentos e os direitos e deveres para a vida de Israel (24.8).
Deus já havia mandado Moisés escrever os acontecimentos ocorridos até a guerra dos amalequitas (Êx 17.14).
Mas aqui o texto se refere a uma coleção de ordenanças escritas pelo próprio Moisés (24.4).
Segundo Umberto Cassuto, professor das universidades de Milão, Roma e Jerusalém, esse livro continha Êxodo 19—20.19 e 20.22—23.33.
Nessa época, a revelação do Sinai ainda estava em andamento.


SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Enquanto o Antigo Testamento fala de três concertos — os de Noé, Abraão e Israel — o Novo revela uma nova e suficiente aliança: Jesus Cristo se fez homem.


IV. O SACRIFÍCIO

1. Os holocaustos.
A solenidade foi celebrada com sacrifícios de animais (20.4).
O holocausto, olah, em hebraico, significa “o que sobe”, pois a queima subia em forma de fumaça, como cheiro suave diante de Deus.
Neste sacrifício, a vítima era completamente queimada como sinal de consagração do ofertante a Deus.
A Septuaginta emprega holokautoma, derivado de duas palavras gregas: hotos, “inteiro, completo, total”, e kaustos, “queima”.
Ou seja, uma oferta totalmente queimada, ou completamente queimada no altar, era considerada o mais perfeito dos sacrifícios.

2. O sangue.
Deus mandou Moisés oferecer o sacrifício do concerto e aspergir o sangue sobre o altar e o povo (24.6,8).
Todo o sistema sacrifical fundamenta-se na ideia de substituição, e isso implica expiação, redenção, perdão e sacrifício vicário à base de sangue (Lv 17.11).
O sangue aqui era o ponto de união entre Deus e seu povo; com ele, Israel começava uma nova etapa em sua história (Sl 50.5).
O escritor aos Hebreus lembra que o concerto do Sinai foi celebrado com sangue e faz uma analogia com a Nova Aliança, porque o Senhor Jesus a selou com seu próprio sangue (Hb 9.18-22).

3. A aspersão.
Moisés colocou metade do sangue em bacias e aspergiu outra metade sobre o altar (24.6).
O sangue das bacias foi aspergido sobre o povo, como recipiente das bênçãos de Deus e parte do concerto.
O sangue do altar representa o próprio Deus, a outra parte da aliança, visto que sem derramamento de sangue não há remissão (Hb 9.22).
Tudo isso era também um prenúncio da redenção em Cristo.


SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
Deus informou a Moisés, na Lei, a constituição de sacrifícios santos: os holocaustos; derramamento de sangue; aspersão do sangue.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A grandeza do acontecimento no Sinai mostra a natureza sem igual da cerimônia, algo nunca visto.
Era a manifestação do próprio Deus de maneira explícita diante de todo o povo.
O que devemos aprender é que a observância meramente exterior, destituída de significado interior, não passa de simples cerimônia.
A riqueza espiritual e seu significado residem na figura do Filho de Deus e no cumprimento do concerto em Cristo.

BIBLIOGRAFIA
COMFORT, Philip Wesley (Ed.). A Origem da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1998.
Revista Ensinador Cristão. CPAD, nº 61.
FONSECA, Alberto Alves da. O Povo de Israel – Uma Perspectiva Bíblica e Histórica. SP: Clarim – Gráfica e Carimbos, 2008.


PARA REFLETIR
Sobre a lei de Moisés e a lei de Cristo, responda:
Qual é a maior e a mais completa lei: a de Moisés ou a de Cristo?
Ouça as respostas dos alunos com atenção. Em seguida, explique que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei, de modo que toda a moral contida no sistema mosaico foi incorporada e restaurada sob a graça derramada por Jesus através do sacrifício do Calvário. O mandamento de Cristo é a lei do amor, o mais importante mandamento (Rm 13.10).

É correto anular a lei de Moisés em nome da Graça?
Embora a lei tenha a sua importância, servindo durante um longo tempo como um “pedagogo” para o pecador, ela não tem mais domínio sobre nós. Isso não quer dizer que a lei foi anulada, mas efetivamente cumprida por Jesus e, por essa razão, vivemos debaixo da Graça (Gl 3.23-25).

O sistema de sacrifício judaico tem algum significado para os cristãos?
Sim, mas se trata de um significado simbólico. Todo o sistema de sacrifício do judaísmo fundamentava-se na ideia de substituição, expiação, redenção, perdão e sacrifício à base de sangue. Todo esse sistema era como sombra, porque Jesus Cristo selou uma nova aliança com a humanidade por meio do seu sangue (Hb 9.18-22). Ele expiou todos os nossos pecados.

A quem devemos obedecer: a Moisés ou a Jesus?
Jesus é maior que Moisés. Logo, todo o ensino de Moisés, no Antigo Testamento, deve ser compreendido à luz do Evangelho de Cristo (Hb 3.1-6).

Qual é o nosso maior modelo de vida?
Jesus Cristo (Fp 2.5-11).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Deus dá sua lei ao povo de Israel
Currículo novo, escola Dominical nova! É o que deseja o Departamento de Educação Cristã neste Ano Novo de 2015. Desafios modernos exigem uma nova maneira de se fazer a Educação Cristã em nossa nação. Precisamos pensar a fé de forma a falar ao coração das pessoas, desde as mais simples às mais doutas. Não é uma tarefa fácil, pois o currículo da CPAD atende ao Brasil inteiro, um país continental. Por isso, temos diferentes realidades em nosso país: as do Sudeste diferem das do Centro-Oeste; as do Nordeste, das do Norte etc. Assim vamos proclamando e ensinando o Evangelho, confiando em Deus e em você, professor. Sim, você é quem pode contextualizar o que não é possível fazê-lo. É o professor quem conhece o aluno, cada pessoa, cada vida, cada família. É você, professor, quem pode fazer as lições da CPAD, principalmente a Bíblia, fazerem sentido para as pessoas, desde ribeirinhas às grandes metrópoles. Muito nos honra chegar ao querido professor!
Sobre a lição
A primeira lição do novo currículo estuda “Os Dez Mandamentos”. Num tempo marcado pelas tentativas de desconstrução da herança civilizatória ocidental (Jerusalém, Atenas e Roma) — isto é, as contribuições das culturas judaica (noções morais), grega (a filosofia, a política e a literatura) e romana (do direito e das instituições) —, torna-se imperioso iniciarmos este novo ano estudando as leis divinas.
O que os Dez Mandamentos têm a nos dizer hoje? Uma pergunta honesta que o professor deve fazer. Os princípios descritos ali são tão atuais como os eram outrora? Quando lemos os Dez Mandamentos, quase sempre, não paramos para refletir no contexto de libertação em que o povo judeu estava situado. Geralmente olhamos para os mandamentos como “leis fixas ou regras duras” e não damo-nos conta de que a existência deste código divino tinha o objetivo de garantir a liberdade recém-conquistada pelos israelitas.
Há pouco, o povo judeu fora liberto da opressão dos egípcios. Os israelitas sofreram as influências da cultura, da religião, da filosofia de vida egípcia, etc. Não há como ficar incólume sob 430 anos de influência em uma cultura majoritária como a do Egito Antigo. Por isso, a providência divina foi a de estabelecer princípios divinos e de vida para os judeus a fim de que o processo de libertação do povo não fosse em vão. Voltar ao “espírito” do Egito, em pleno deserto, seria a sombra que os hebreus conviveriam por 40 longos anos. Mas, Deus estava disposto a libertá-los para sempre dessa sombra.


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