segunda-feira, 19 de maio de 2014


Escola da Obediencia

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Ministerio de Apostolo - EBD 2014

Ministerio de Apostolo

O Ministério de Evangelista

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O Ministério de Evangelista

Obediencia


Obediência - O melhor começo para com Deus.

Estudos Biblicos





Atos: Sermão Perigoso


Viagens do Apostolo Paulo a Europa





quinta-feira, 8 de maio de 2014

o novo nascimento

Titulo:O novo nascimento
Referencia:João 3.1-8
Notas:
João 3.1-8
O Novo Nascimento

1        Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
2        Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
3        A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
4        Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?
5        Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
6        O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.
7        Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo.
8        O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.

Mensagem Central:        A única forma de ser salvo dos pecados é nascer de novo.

2 verdades sobre o novo nascimento

1. O novo nascimento é a porta de entrada do reino de Deus (1-3)
Nascer de novo ou Regenerar
12Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome;13os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.12,13).
3Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,4para uma herança incorruptível sem mácula imarcescível, reservada nos céus para vós outros5que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo (1Pe 3-5).
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas (2Co 5.17).

2. O novo nascimento é uma realidade de natureza espiritual (4-8)
Nascer da água e do Espírito
25Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.26Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.27Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis (Ez 36.25-27).


O MINISTERIO DOS APÓSTOLOS







NOVO TESTAMENTO - O MINISTERIO DOS APOSTOLOS


Salmo 51 - A Mudança Necessária ao Servo de Deus

Salmo 51 - A Mudança Necessária ao Servo de Deus

  
Recentemente, assisti com minha filha, na televisão, ao filme Free Willy 3: O Resgate (Warner Bros.: 1997). Assim como nos filmes precedentes, o enredo expõe o bom relacionamento entre Willy, uma baleia orca, e o menino Jesse – nesse filme, já rapaz. Uma diferença, porém, no tema do terceiro filme da série é que, enquanto no primeiro se defende a liberdade desses grandes animais que vivem em cativeiro, o filme mais recente denuncia a crueldade da caça ilegal das baleias. Para tanto, há um “vilão”, caracterizado na forma de um caçador de baleias, que tenta, com insucesso, fazer com que seu pequeno filho tome gosto pelo ofício familiar. Mas a amizade que o filho cria com Willy e com Jesse, associado ao fato de o caçador ter sua vida salva pela baleia orca, faz com que, no final, o vilão mude radicalmente seu modo de ver os animais e abandone sua profissão. O objetivo do filme é promover uma mudança de atitude nas pessoas para que ajudem a preservar as baleias.
Salmo 51, um dos sete salmos penitenciais (6, 32, 38, 51, 102, 130, 143) – provavelmente o mais famoso deles –, é um exemplo ideal do que significa “mudança de atitude”. Seu escritor, o rei Davi, sofre uma grande transformação que merece ser observada com atenção. A mudança pode ser percebida não apenas no corpo do texto, mas no contexto indicado pelo título do salmo: “Ao dirigente: Cântico de Davi, em vindo a ele Natã, o profeta, depois de ter [Davi] se deitado com Bate-Seba” (lamnatseah mizmôr ledawid bebô’-’elayw natan hannavî’ ca’asher-ba’ ’el-bat-shava‘). Essa introdução nos remete a 2Samuel 11 e 12, onde são narradas as atitudes de Davi como pecados singulares em sua vida. Esses capítulos mostram uma sequência drástica de pecados cada vez piores que começam com a cobiça da mulher de um amigo, seguido pelo adultério ao tomá-la em seu leito.
O que já era trágico, piora com a notícia de que a mulher, Bate-Seba, ficou grávida. Davi, então, chama Urias, o marido, do campo de batalha e tenta fazê-lo ir para sua casa a fim de parecer que era dele o filho que a mulher esperava. Urias não atendeu à sugestão do rei que, em uma nova tentativa, o embriagou a fim de convencê-lo. A falta de sucesso fez Davi lançar mão de uma opção extrema, pela qual, deliberadamente, causou a morte do marido traído. Com sua morte, Davi desposou a mulher gestante e acreditou que tudo permaneceria em segredo. A farsa só teve fim quando o profeta Natã, usando de um estratagema, fez o rei pronunciar uma condenação sobre si mesmo e o repreendeu duramente pelo pecado.
Em outras ocasiões narradas nas Escrituras, como em 1Samuel 15.10-31, repreender um pecado do rei promoveu reações raivosas do monarca. Mas, com Davi, o resultado foi bem diferente. Houve “mudança de atitude” por parte do rei pecador. Isso torna o episódio – e esse salmo – um material importante a fim de aprendermos sobre o arrependimento e o perdão de pecados. O Salmo 51, nesse sentido, nos mostra cinco implicações do pecado na vida do homem que quebranta seu coração diante de Deus.
A primeira implicação é a consciência da condição pecadora do homem. Davi, logo após ser admoestado por Natã, fez o que cabe a todo homem que busca o Senhor ao se ver em pecado: reconhecer seu erro em lugar de racionalizar a situação ou inventar desculpas para fingir que não pecou. Davi diz (v.4): “Contra ti, contra ti somente, eu pequei e fiz o que é mal aos teus olhos” (leka levaddeka hata’tî be‘êneyka ‘asîtî). Ao dizer que pecou somente contra Deus, a ideia não é sugerir que não pecou contra Bate-Seba ou, pior, contra Urias. A intenção é mostrar que seus atos de pecado feriram, primeiro, o seu relacionamento com Deus. O pecado é pecado porque Deus é santo e contrário ao mal. Isso, obviamente, desarma qualquer pessoa que peque contra outrem ou que mantenha mágoas dos irmãos, que, ao mesmo tempo, queira afirmar que mantém sua comunhão com Deus.
Davi desiste de se defender desse modo falso porque, ao ser acusado de pecado, ele se lembra que sua pecaminosidade não pode ser negada, visto que a tem desde o nascimento (v.5): “Eis que eu nasci com iniquidade e minha mãe me concebeu com pecado” (hen-be‘awon hôlaletî ûbehete’ yehematnî ’immî). Tal afirmação levanta a questão da transmissão do pecado. Segundo afirma o salmista, o pecado não está presente no homem apenas quando, conscientemente, ele realiza um ato de pecado, como diz a linha doutrinária conhecida pelo termo “pelagianismo”. Segundo diz o texto, desde a concepção, o pecado já está presente nos seres humanos. Essa realidade se perfaz desde os nascimentos dos filhos do primeiro casal e, a partir de então, aos filhos de todos os casais, visto que todos são pecadores e ninguém há sem iniquidade (Rm 3.10-12; 5.12). Enquanto as Escrituras dizem que Adão e Eva foram feitos “à imagem de Deus” (Gn 5.1,2), seu pecado provocou uma transformação tão profunda em sua natureza que seus filhos, a partir de então, não nasceram à imagem de Deus, mas à imagem de Adão, homem pecador que era (Gn 5.3).
A segunda implicação é a necessidade do perdão e da restauração. Vendo sua condição pecaminosa, o homem olha para seus atos de pecados e não os acha naturais, mas transgressões que ofendem o santo Deus. Por isso, busca o perdão divino e uma mudança que o faça, novamente, ter comunhão plena com o Senhor. A exemplo de Davi, ele roga (vv.1,2): “Apaga as minhas culpas, lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado” (meheh pesha‘ay harbeh kabbesenî me‘aônî ûmehatta’tî taharenî).
A terceira implicação é o sofrimento como consequência do pecado. Para o servo de Deus o pecado é fonte de dor por dois motivos. O primeiro é porque ele causa consequências que fazem sofrer (Tg 1.15). O segundo, porque o pecador perde seu contato próximo com o Senhor, o qual não suporta o pecado e não fica alheio a ele (Is 59.1,2). No caso de Davi, por ocasião do pecado com Bate-Seba e a triste sequência de pecados que resultou na morte de Urias, o sofrimento não foi diferente, mesmo antes de ser Davi repreendido pelo profeta Natã. Podemos notar essa realidade pelo modo como Davi diz se sentir antes de confessar sua maldade (v.8): “Faze-me ouvir regozijo e alegria e, assim, se alegrarão os ossos que tu trituraste” (tashmî‘enî sasôn wesimhâ tagelenâ ‘atsamôt dikîta). Davi não teve fraturas múltiplas. Ao dizer que teve seus ossos triturados ou moídos, ele se refere ao sofrimento que sentia por ter pecado. A tristeza pelo pecado era tanta que lhe parecia que seus ossos estavam esmigalhados. Por isso o pedido pela restauração da alegria. O fato é que o pecado causa sofrimento a quem quer seguir a Deus.
A quarta é a certeza de restauração para quem se arrepende. Apesar de conhecer seu pecado (v.3), Davi sabia que, com o coração contrito, podia recorrer a Deus a fim de ser perdoado e restaurado. Ele conhecia o caráter transformador do Deus a quem servia. Assim, demonstra confiança em sua oração quando pede que Deus lhe execute uma mudança profunda (vv.10,12): “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova no meu íntimo um espírito estável... Recobra em mim a alegria da tua salvação e mantém em mim um espírito enobrecido” (lev tahôr bera’-lî ’elohîm werûah nakôn hadesh beqirbî... hashîvâ lî sesôn yish‘eka weruah nedîvâ tismekenî). Com os benefícios das respostas da oração que dirige a Deus, o salmista não apenas é perdoado, mas volta à ativa como um servo útil na obra de Deus.
A última implicação é a possibilidade de adorar ao Deus perdoador. Ninguém deve buscar o pecado para, perdoado pelo Senhor, mostrar a todos a graça de Deus que supera a maldade do servo (Rm 6.1,2). Entretanto, o fato de sermos perdoados deve, sim, ser motivo tanto de louvor a Deus como de testemunho público do amor do Senhor pelos que lhe pertencem. É por isso que Davi, mesmo sabendo do seu pecado e da necessidade que tinha de perdão e restauração que só podiam vir de Deus, se antecipa e anuncia o que fará (v.13): “Eu ensinarei aos rebeldes os teus caminhos e os pecadores se voltarão para ti” (’alammedâ posh‘îm derakeyka wehatta’îm ’eleyka yashûvû). O efeito de tal anúncio parece encontrar seu par na vida dos israelitas de aí por diante (vv.18,19).
Apesar da antiguidade do salmo, sua atualidade e utilidade não podem ser, de modo algum, desprezadas. O pecado, tanto no mundo antigo como no moderno, quebra a comunhão do servo com seu Deus e causa sofrimento ao que peca e a quem é alvo do ato do pecado. Temos de, como igreja de Deus, recorrer sempre à promessa de perdão e de purificação por meio da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (1Jo 1.9). Ninguém sabe tão bem o valor de tal promessa como aquele que quer ser fiel a Deus. De coração ele busca o perdão, já que (v.17) “sacrifícios a Deus são o espírito quebrantado; Deus não despreza um coração quebrantado e abatido” (zivhê ’elohîm rûah nishbarâ lev-nishbar wenidkeh ’elohîm lo’ tivzeh).
Pr. Thomas Tronco

Salmo do Pecador Arrependido


Salmo do Pecador Arrependido


Salmo 6 - O papel do Arrependimento dos Pecados

Salmo 6 - O Papel do Arrependimento dos Pecados

  
Há alguns anos, acompanhei o caso de um irmão que, apesar de sempre ter sido dedicado e ativo na igreja, vinha paulatinamente se afastando tanto dos cultos como do convívio dos irmãos e da própria família. O motivo era o desejo de pegar um grande diamante em um garimpo que mantinha com muito esforço. O ano não tinha sido bom e já chegava a época das chuvas, o que poderia deixá-lo com um grande prejuízo. Por esse motivo, ele praticamente abandonou a igreja. Eu o alertei várias vezes sobre o risco de um crente se manter longe da comunhão dos salvos e do alimento daPalavra de Deus, mas nada mudava a atitude desse irmão.
Entretanto, para minha surpresa e alegria, certo dia ele me procurou e disse que não estava agindo bem e que estava arrependido. Com toda convicção, afirmou que, ainda que terminasse o ano acumulando prejuízos, não iria mais deixar os valores espirituais em segundo plano. Foi um arrependimento verdadeiro e uma grande mudança de rumo. Como uma surpresa adicional, na última semana antes do início das chuvas – que impossibilitam o trabalho de garimpo – esse irmão encontrou um poço no fundo de um rio onde pegou diamantes suficientes para pagar as despesas do ano todo, para financiar o início do trabalho no próximo ano e para contabilizar um bom lucro. Foi incrível como a tristeza e a preocupação se transformaram em alegria, não, contudo, sem passar antes pelo arrependimento.
Davi viveu essa dinâmica mais de uma vez. Uma delas está registrada no Salmo 6, o primeiro dos sete “salmos penitenciais” (6, 32, 38, 51, 102, 130, 143). O salmista experimentava um momento muito complicado em que sua própria vida estava em risco. Ele suplica a Deus que o livre e o salve (v.4) explicando, no v.5, que “não há, na morte, recordação de ti” (’ên bammawet zikreka). Davi não está, obviamente, ensinando que não há vida após a morte. Ele está clamando ao Senhor que o salve e oferece como razão, para tanto, a ideia de que empregará sua vida poupada para recordar do Senhor e da sua boa ação para com ele. Ele completa essa ideia dizendo “quem, na sepultura, o louvará?” (bishôl mi yôdeh-lak).
Esse compromisso e desejo de louvar o Senhor, caso seja poupado, ocorre em um momento em que o salmista não apenas corre risco de vida, mas se sente abalado pelas circunstâncias. Ele diz “estou desfalecido no meu lamento” (yaga‘tî be’anhatî). Imagine alguém lamentar tanto um sofrimento a ponto de se sentir cansado. Essa era a realidade de Davi. Ele chorava a ponto de se sentir exausto. Esse pranto tomava horas da sua noite. “Toda noite minha cama fica cheia das minhas lágrimas; meu leito se desfaz” (bekal-laylâ mittatî bedim‘atî ‘arsî ’amseh), diz ele no v.6. Esse pranto tem uma causa (v.8): “todos aqueles que me são hostis” (bekal-tsôreray).
Perante situação tão triste, mesmo aterradora, Davi considera a possibilidade de se tratar de uma disciplina de Deus. Assim, o busca a fim de pedir pela sua misericórdia. Apesar de não ficar explícito o pecado e a confissão de Davi, a semelhança desse salmo com os outros nos quais Davi pede perdão, demonstra que ele está, sim, clamando pela misericórdia de Deus em meio ao arrependimento (basta comparar o v.1 com Salmo 38.1,4 e o v.2 com Salmo 32.3, 38,3 41.4).
Assim, Davi clama ao Senhor (v.1), não que não o repreenda, mas diz: “Não me repreenda na tua ira” ou “repreende-me não na tua ira” (’al-be’appeka tôkîhenî). O salmista sabe do poder de Deus e entende que o Senhor pode lhe trazer um castigo maior do que ele possa suportar. Jeremias parece ter a mesma visão ao dizer “castiga-me, ó Senhor, mas em justa medida, não na tua ira, para que não me reduzas a nada” (Jr 10.24). Como uma oração complementar, Davi pede: “E não me discipline na tua irritação” (we’al-bahamatka teyasserenî). É bem possível que Davi merecesse tal punição. Por isso, o foco do pedido do salmista (v.2) é “seja favorável a mim, Senhor” ou “use de misericórdia para comigo, ó Senhor” (hannenî yehwâ).
Do choro Davi passa para o arrependimento. Entretanto, não para nele. Algo maravilhoso acontece nessa jornada. O pranto se transforma em alegria mediante o pedido de perdão, não porque o salmista passe a ver a situação com outros olhos, mas simplesmente porque o Senhor de fato o perdoou e agiu de acordo com essa realidade. Assim, Davi se vê livre das mãos dos inimigos (v.8) exatamente porque “o Senhor ouviu a voz do meu lamento” (shama‘ yehwâ qôl bikyî), explica ele. Sua trajetória foi “do choro ao arrependimento e do arrependimento à alegria”. O pecado realmente causa inúmeras tristezas, seja em termos de consequências, seja na óbvia tristeza pela perda de comunhão com o Senhor. O perdão de Deus encontra o cristão, nesse sentido, como um bálsamo sobre uma ferida: traz alívio e cura.
Conheço muita gente que passou do choro à alegria por meio do arrependimento – eu inclusive. Nem sempre a alegria vem por meio da prosperidade ou da solução completa do problema, mas sempre há alívio da consciência culpada e restauração da comunhão com Deus e com o corpo de Cristo, a igreja. E, pensando bem, ao refletir sobre a graça, a bondade e o amor de Deus por nós – verdadeiras riquezas – o que são diamantes?
Pr. Thomas Tronco

quarta-feira, 7 de maio de 2014

DOM DE PROFECIA - EBD 2014

LIÇÃO 06
O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO

11 de março de 2014
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO

 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).
O Vaticano anunciou em 2009, a descoberta de uma pintura do século IV que retrata São Paulo. E afirmou que se trata da imagem mais antiga que se conhece do apóstolo. De acordo com o jornal "L'Osservatore Romano", a pintura foi descoberta em Roma, durante o restauro da catacumba de Santa Tecla, a poucos metros da Basílica de São Paulo Extra-Muros.



VERDADE PRÁTICA


O dom do apostolado foi concedido por Deus à igreja com o propósito de expandir o Evangelho de Cristo.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11).

Nosso texto áureo apresenta os vários ofícios espirituais na Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. O primeiro dom listado por Paulo escrevendo aos irmãos de Éfeso, é o de apóstolo, esse é o assunto da lição  6 da EBD. A primeira indagação que, em geral, fazemos quando estudamos a respeito deste dom ministerial é: “Ainda existem apóstolos?” Primeiro precisamos da definição do vocábulo que significa literalmente enviado. De certa forma, todos os crentes são enviados a pregar as Boas-Novas. O apóstolo é alguém enviado por Jesus Cristo com uma mensagem especial, servos de Deus separados para uma missão específica, diferente dos mestres, profetas e evangelistas. Estes receberam o dom ministerial, descrito em Efésios 4.11. Podemos afirmar que os missionários são os apóstolos da atualidade. O apostolado não é um título pomposo, especial, também não é um cargo hierárquico. Ser apóstolo é ter uma missão específica a cumprir no Reino de Deus.
O apóstolo Paulo teve sérios problemas com os crentes de Corinto, pois alguns não reconheciam o seu apostolado. Por isso, ele inicia a primeira carta aos Coríntios, declarando-se apóstolo de Jesus Cristo (1Co 1.1). Paulo enfatiza que seu chamado se deu “pela vontade de Deus”. Os orgulhosos crentes de Corinto não aceitavam o apostolado de Paulo pelo fato dele não ter feito parte do colégio apostólico. Todavia, Paulo teve um encontro pessoal com Cristo no caminho de Damasco (At 9). Este encontro mudou seu ser. A missão confiada a Paulo foi dada pelo próprio Senhor Jesus (At 9.15). Os próprios coríntios eram a marca do apostolado de Paulo. Ele declara isso em 1 Coríntios 9.2. Aprendemos com Paulo que ser apóstolo é ser um servo, um cooperador de Deus no ministério da reconciliação (2Co 6.1). Quem deseja o dom ministerial de apóstolo deve seguir os passos de Jesus, estando sempre pronto para servir e não buscar ser servido.
É importante ressaltarmos que para ser apóstolo no sentido que foram dos doze é necessário preencher alguns requisitos para o apostolado, Paulo foi considerado apóstolo, porque ele preencheu esses requisitos, senão vejamos:
1) Para ser apóstolo precisa ter visto o Senhor pessoalmente, Paulo viu o Senhor Jesus Cristo (1 Co 9.1, 2 Co 12.2; 1 Co 15.8; At 9.4-5; At 22.8; 26.15);
Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? (1 Co 9.1);
Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. (2 Co 12.2);
E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo. (1 Co 15.8);
E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. (At 9.4-5);
E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus Nazareno, a quem tu persegues. (At 22.8);
E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; (At 26.15).

2) Para ser apóstolo precisa ser escolhido e enviado diretamente pelo Senhor, Paulo foi escolhido e enviado pelo Senhor Jesus Cristo (Lc 6.13, Jo 6.70, At 9.15, 22.21);
E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos: (Lc 6.13);
Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. (Jo 6.70);
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. (At 9.15);
E disse-me: Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe. (At 22.21).

3) Para ser apóstolo precisa ser uma testemunha da Sua ressurreição, Paulo foi testemunha da ressurreição de Jesus Cristo (At 1.21-22,1 Co 15.8, 15).
É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição. (At 1.21-22);
E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos.  por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo. Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. (1 Co 15. 4-9);
E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. (1 Co 15.15).

            O grande teólogo pentecostal pastor Stanley M. Horton escreveu sobre o assunto em sua obra teológica, A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento a seguinte consideração:

Jesus é o supremo Sumo Sacerdote e Apóstolo (Hb 3.1). A palavra apóstolo era usada, no entanto, para qualquer mensageiro nomeado e comissionado a algum propósito. Epafrodito foi um mensageiro (apóstolo) nomeado pela igreja em Filipos e enviado a Paulo (Fp 2.25). Os companheiros de Paulo eram os mensageiros (apóstolos) enviados pelas igrejas e por elas comissionados (2Co 8.23). Os doze, apenas, eram apóstolos específicos. Depois de uma noite em oração, Jesus os escolheu do meio de um grupo de discípulos e os chamou apóstolos (Lc 6.13). Pedro recomendou que os doze tinham um ministério e supervisão especiais (At 2.20,25,26), provavelmente tendo em mente a promessa de que eles futuramente julgariam (governariam) as 12 tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, nenhum apóstolo foi escolhido, depois de Matias, para estar entre os doze. Nem foram nomeados substitutos, quando estes foram martirizados. Na Nova Jerusalém há apenas 12 alicerces, com os nomes dos 12 apóstolos inscritos neles (Ap 21.14). Os doze, portanto, eram um grupo limitado, e realizavam uma função especial na pregação, no ensino e no estabelecimento da Igreja, além de testificar da ressurreição de Cristo, com poder. Ninguém mais pode ser um apóstolo no sentido em que eles foram (HORTON, 2012, p.287).

O MINISTÉRIO DOS APÓSTOLOS
A história bíblica termina no livro de Atos, que descreve o ministério da igreja primitiva. Em Atos vemos como a mensagem concernente a Jesus - a mensagem da redenção - propagou-se de Jerusalém até Roma, centro do mundo Ocidental. 
O livro de Atos mostra a expansão da igreja:
a) Em Jerusalém;
b) De Jerusalém para a Judéia, Samaria e região.
c) De Antioquia até Roma.
a) A Igreja em Jerusalém - As primeiras experiências dos discípulos de Jesus em Jerusalém revelam muita coisa acerca da igreja primitiva. O livro de Atos mostra com que zelo esses cristãos divulgaram as notícias a respeito de Jesus.
O livro inicia-se numa colina próxima a Jerusalém, onde Jesus estava prestes a ascender ao céu. Ele disse aos discípulos: "...ao descer sobre vós o ES, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1.8). Esse era o plano de Jesus para evangelizar o mundo.
Poucos dias mais tarde os discípulos substituíram Judas, que se havia matado depois de trair a Jesus. Escolheram a Matias para completar o grupo dos doze.
Então o Cristo ressurreto deu à igreja seu ES, que capacitou os cristãos a cumprirem a tarefa de âmbito mundial (At 1.8).
Pedro falou à igreja no dia de Pentecoste, revelando a importância de Cristo como Senhor da salvação (At 2.14-40). O ES revestiu a igreja de poder para operar sinais e maravilhas que confirmavam a veracidade dessa mensagem (At 2.43). Especialmente significativa foi a cura de um mendigo operado pelos apóstolos à porta do templo (At 3.1-10), o que colocou os apóstolos em conflito com as autoridades judaicas.
A igreja mantinha estreita comunhão entre seus membros. Compartilhavam as refeições em seus lares; também adoravam juntos e repartiam os seus bens (At 2.44-46; 4.32-34).
À medida que a igreja continuava a crescer, as autoridades governamentais começara a perseguir abertamente os cristãos. Pedro e alguns dos apóstolos foram presos, mas um anjo os libertou; convocados perante as autoridades, estas lhes deram ordens de parar com a pregação a respeito de Jesus (At 5.17-29). Os cristãos, porém, recusaram-se a obedecer; continuaram pregando, muito embora as autoridades religiosas os espancassem e os laçassem na prisão diversas vezes.
A igreja crescia com tanta rapidez que os apóstolos precisaram de auxílio em algumas questões práticas de administração eclesiástica, principalmente no atendimento às viúvas. Para a execução desta tarefa ordenaram sete diáconos.
b) De Jerusalém para toda a Judéia - A segunda fase do crescimento da igreja começou com uma violenta perseguição dos cristãos em Jerusalém. Quase todos os crentes fugiram da cidade (At 8.1). Por onde quer que fossem, os cristãos davam testemunho, e o ES usava esse testemunho a fim de conquistar outras pessoas para Cristo (At 8.3...). Por exemplo, um dos sete auxiliares, chamado Filipe, conversou com um diplomata etíope; esse homem tornou-se cristão e levou as boas novas para sua pátria ( At 8.26-39).
A esta altura a Bíblia descreve a conversão de Saulo de Tarso. Antes de converter-se, Saulo perseguia a Igreja. Ele obteve cartas das autoridades judaicas em Jerusalém que o autorizava a ir a Damasco efetuar a prisão dos cristãos ali e matá-los. No caminho, Cristo derrubou-o por terra e o desafiou. Saulo rendeu-se e assim começou uma nova vida na qual ele devia usar seu nome romano, Paulo em lugar de Saulo, o nome judaico. Paulo cheio do ES começou a pregar a respeito de Jesus na sinagoga judaica, e os dirigentes judeus o expulsaram de Damasco. Algum tempo depois (Gl 1.17-2.2), ele foi pra Jerusalém, onde estabeleceu uma relação com os apóstolos.
Devemos notar também que o ministério de Pedro, que foi especialmente marcado por milagres. Em Lida ele curou um homem chamado Enéias (At 9.32-35). Em Jope, Deus o usou para ressuscitar Dorcas (At 9.36-42). Por fim, recebeu de Deus uma visão que o convocava para Cesaréia, onde apresentou o evangelho aos gentios (At 10.9-48). Ele foi o líder máximo dos apóstolos e seu ministério reanimou o entusiasmo da igreja primitiva. Apóstolo era uma pessoa a quem Cristo havia escolhido para um treinamento especial no ministério (Gl 1.12). Os apóstolos lançaram o alicerce da igreja mediante a pregação do evangelho de Cristo (Ef 2.20; 1Co 3.10-11; Jd 3-21). Deususou Pedro para abrir a porta da salvação aos gentios. 
Neste ponto a narrativa bíblica volta-se brevemente para a expansão do evangelho entre os gentios em Antioquia (At 11.19-30). É quando lemos acerca do martírio de Tiago em Jerusalém, e de como Pedro foi miraculosamente liberto da prisão. (At 12.1-19).
c) De Antioquia até Roma - O restante do livro de Atos descreve a expansão da igreja por intermédio do Apóstolo Paulo. Barnabé levou Paulo para Antioquia (At 11.19-26). Aí o ES chamou a Barnabé e a Paulo para serem missionários, e a igreja os ordenou para essa tarefa (At 13.1-3). Eles começavam pregando numa sinagoga judaica. Por conseguinte, a igreja primitiva constituía-se, antes de tudo, de convertidos dentre os judeus e de pessoas "tementes a Deus" (gentios que adoravam com os judeus). Na primeira viagem houve um dramático confronto com o diabo quando Deus usou a Paulo para derrotar o mágico (feiticeiro) Elimas (At 13.6-12). O jovem João Marcos acompanhava a Paulo e a Barnabé, mas, de Perge, resolveu voltar a Jerusalém, fato que deve ter causado grande desapontamento a Paulo (At 15.38). No sermão que Paulo proferiu na sinagoga em Antioquia da Pisídia (At 13.16-41) ele faz um resumo da história da redenção, acentuando seu cumprimento em Jesus. Ele declarou:  crer em Cristo é o único meio de libertar-se do pecado e da morte (At 13.38,39).
Em listra, judeus hostis instigaram as multidões de sorte que Paulo foi apedrejado e dado por morto (At 14.8-19). A viagem terminou com Paulo e Barnabé voltando a Antioquia, onde relataram tudo quanto Deus havia feito por intermédio deles, e como a fé se espalhara entre os gentios (At 14.26-28).
Mais tarde, surgiu na igreja uma séria desinteligência. Alguns cristãos argumentavam que os gentios convertidos tinha de observar as leis do AT, de modo especial a da circuncisão. O problema foi levado perante o concílio da igreja de Antioquia e de Jerusalém. Deus dirigiu esse concílio (reunido em Jerusalém) para declarar que os gentios não tinham de guarda a Lei a fim de serem salvos. Mas instruíram aos novos conversos a que se abstivessem de comer coisas sacrificadas aos ídolos, sangue e animais sufocados (At 15.1-29), para não escandalizarem os judeus. O concílio enviou uma carta a Antioquia; a igreja leu-a e a aceitou com sendo a vontade de Deus.
Não demorou muito, Paulo resolveu visitar todas as igrejas que ele e Barnabé haviam estabelecido na primeira viagem missionária. E assim teve início a segunda viagem missionária (At 15.40-41), desta vez em companhia de Silas. Observe-se, especialmente, a visão que Deus deu a Paulo em Trôade, convocando-os para a Macedônia (At 16.9-10). Na Macedônia eles conduziram à fé pessoas "tementes a Deus" (gentios que criam em Deus) e também judeus.
Um dia os missionários defrontaram-se com uma jovem escrava possuída do demônio. Seus donos auferiam lucro da capacidade que tinha a jovem de adivinhar. Paulo expulsou os demônios da jovem. e ela perdeu seus poderes, por isso seus senhores prenderam-nos (At 16.19-24). Na prisão, Paulo e Silas pregaram ao carcereiro. Foram libertados de manhã e se dirigiram para Tessalônica, onde muitos se converteram sob seu ministério. A seguir foram para Beréia, onde também alcançaram grande êxito (At 17.10-12). Em Atenas, Paulo pregou um grande sermão aos filósofos na colina de Marte. A próxima parada foi Corinto, onde Paulo e seus amigos permaneceram por um ano e meio. Daqui voltaram para Antioquia, passando por Jerusalém (At 18.18-22). Todo esse tempo, Paulo e seus companheiros continuaram a pregar nas sinagogas, e enfrentaram a oposição de alguns judeus que rejeitaram o evangelho (At 18.12-17).
A terceira viagem missionária abrangeu muitas das mesmas cidades que Paulo havia visitado na segunda. Ele fez, também, uma rápida visita às igreja da Galácia e da Frígia (At 18.23).
Em Efeso ele batizou doze dos discípulos de João Batista que haviam aceitado a Cristo, os quais receberam o ES (At 19.1-7). Durante quase dois anos ele pregou na escola de Tirano (At 19.9-10).
De Éfeso, ele foi para a Macedônia e, finalmente, voltou a Filipos. Depois de uma breve estada nesta cidade, ele viajou para Trôade, onde um jovem chamado Êutico pegou no sono durante o sermão de Paulo e caiu de uma janela do terceiro andar, sendo dado por morto. Deus operou por meio de Paulo para trazer Êutico de volta à vida (At 20.7-12). Dali os missionários foram para Cesaréia, passando por Mileto. Em Cesaréia o profeta Ágabo predisse o perigo que aguardava a Paulo em Jerusalém; ali ele enfrentou dificuldades e prisão. A Bíblia registra um discurso que ele fez ali em defesa de sua fé (At 22.1-21). Finalmente, as autoridades religiosas conseguiram enviá-lo para Roma a fim de ser julgado. A caminho, o navio que o transportava naufragou na ilha de Malta. Aqui  foi picado por uma cobra venenosa, mas não sofreu dano algum (At 28.7-8). Depois de passar três meses em Malta, ele e seus guardas navegaram para Roma.
O Livro de Atos encerra com as atividades de Paulo em Roma. Lemos que ele pregou aos principais judeus (At 28.17-20). Durante dois anos morou numa casa alugada, continuando a pregar às pessoas que o visitavam (At 28.30-31). 
Encerra-se a história da redenção registrada na Bíblia. O Evangelho tinha sido eficazmente plantado em solo gentio, e a maioria das Epístolas havia sido escritas. A igreja estava no processo de separar-se da sinagoga judaica e tornar-se um organização distinta.

Fonte: O Mundo do Novo Testamento - Editora Vida


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 4.7-16.

7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
14 - Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
15 - Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
16 - Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.

LEITURA DIÁRIA

Hb 3.1 – Jesus, o apóstolo por excelência
2 Co 12.12 – Sinais do apostolado
At 2.42 – A doutrina dos apóstolos
1 Tm 1.1 – Paulo, apóstolo de Jesus Cristo
1 Co 4.9 - Apóstolo, uma missão sacrifical
Lc 6.12-16 – Os doze apóstolos de Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 4-7-16
7 - Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
8 - Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
9 - Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra?
10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,
14 - para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.
I5 - Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
16 - do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.


INTERAÇÃO

Professor, já estudamos nas lições anteriores os dons espirituais de poder, de elocução e de revelação.
A partir da lição desta semana você terá a oportunidade ímpar de estudar e ensinar a respeito dos dons ministeriais.
Estes dons se encontram relacionados em Efésios 4.11.
Estas dádivas divinas são igualmente importantes e necessárias para que a igreja cumpra a sua missão neste mundo e os crentes cresçam “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pe 3.18).
Sabemos que o ministério apostólico, segundo os moldes do colégio dos doze, não existe mais, todavia o dom ministerial descrito em Efésios 4.11 continua em plena vigência.
Por isso precisamos orar para que Deus levante apóstolos a fim de que o Evangelho seja pregado a todas as nações.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Analisar biblicamente o colégio apostólico.
Descrever o ministério apostólico de Paulo.
Conscientizar-se a respeito da apostolicidade atual.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para introduzir a lição de forma dinâmica, faça a seguinte indagação: “Quais são os dons ministeriais?” Ouça os alunos com atenção e em seguida leia a relação descrita em Efésios 4.11, Depois, utilizando o quadro da página seguinte, explique a respeito do termo apóstolo e faça um pequeno resumo a respeito deste dom. Enfatize que Deus continua levantando apóstolos em nosso tempo. Conclua orando para que o Senhor distribua este dom entre os seus alunos.










COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Palavra Chave
Apóstolo:
Do gr. apostolos, enviado.

A partir da lição desta semana estudaremos os Dons Ministeriais distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13).
De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1Co 12.27-29).
Veremos o quanto esses ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3.18).
Mostrando a sequência de Efésios 4.11, iniciaremos o estudo pelo dom ministerial de apóstolo.

I. O COLÉGIO APOSTÓLICO

1. O termo “apóstolo”. O Dicionário Bíblico Wycliffe informa que o termo grego apostolos origina-se do verbo apostellein, que significa “enviar”, “remeter”.
A palavra apóstolo, portanto, significa “aquele que é enviado”, “mensageiro”, “oficialmente comissionado por Cristo”.
Ao longo do Novo Testamento, o verdadeiro apóstolo é enviado por Cristo igualmente como o Filho foi enviado pelo Pai com a missão de salvar o pecador com autoridade, poder, graça e amor.
O verdadeiro apostolado baseia-se na pessoa e obra de Jesus, o Apóstolo por excelência (Hb 3.1).

2. O colégio apostólico. Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de Jesus convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno.
O Salvador os separou e nomeou.
Os primeiros escolhidos não eram homens perfeitos, mas foram vocacionados a levar a mensagem do Evangelho a todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).
De acordo com Stanley Horton, eles foram habilitados a exercer “o ministério quando do estabelecimento da Igreja” (At 1.20,25,26).
Em outras palavras, os doze apóstolos constituíram a base ministerial para o desenvolvimento e a expansão da Igreja no mundo.
Mas antes, como nos mostra a Palavra de Deus, receberam o batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8; 2.1-46).

3. A singularidade dos doze. Aqui é importante ressaltar que o apostolado dos doze tem uma conotação bem singular em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas.
a) Eles foram convocados pessoalmente pelo Senhor.
Multidões seguiam Jesus por onde Ele passava (Mt 4.25), e muitos se tornavam seguidores do Mestre.
Mas para iniciar o trabalho da Grande Comissão, apenas doze foram convocados pessoalmente por Ele (Mt 10.1; Lc 6.13).
b) Andaram com Jesus durante todo o seu ministério.
Desde o batismo do Senhor até a crucificação, os doze andaram com o Mestre, aprenderam e conviveram com Ele (Mc 6.7; Jo 6.66-71; At 1.21-23).
c) Receberam autoridade do Senhor (Jo 20.21-23).
Os doze receberam de Jesus um mandato especial para prosseguirem com a obra de evangelização. Eles foram revestidos de autoridade de Deus para expulsar os demônios, curar os enfermos e pregar o Evangelho à humanidade (Mc 16.17,18; cf. At 2.4).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O verdadeiro apostolado é centrado única e exclusivamente em Jesus Cristo, pois Ele é o Apóstolo enviado pelo Pai.




II. O APÓSTOLO PAULO

1. Saulo e sua conversão. Saulo foi um judeu de cidadania romana, educado “aos pés de Gamaliel”, e também um importante mestre do judaísmo (At 22.3,25).
Ele era intelectual, fariseu e foi perseguidor dos cristãos.
Entretanto, a caminho de Damasco, em busca dos cristãos que haviam fugido devido à perseguição em Jerusalém, e com carta de autorização para prendê-los, Saulo teve uma experiência com o Cristo ressurreto (At 9.1-22).
A sua vida foi inteiramente transformada a partir desse encontro pessoal com Jesus. De perseguidor, passou a perseguido; de Saulo, o fariseu, a Paulo, o apóstolo dos gentios.

2. Um homem preparado para servir. Dos vinte e sete livros do Novo Testamento, treze foram escritos pelo apóstolo Paulo.
Quão grande tratado teológico encontramos em sua Epístola aos Romanos! O seu legado teológico foi grandioso para o cristianismo.
Mas para além da intelectualidade teológica, o apóstolo dos gentios levou uma vida de sofrimento por causa da pregação do Cristo ressurreto.
Eis a declaração apostólica que denota tal verdade: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

3. “O menor dos apóstolos”. O apóstolo Paulo não pertencia ao colégio dos doze. Ele não andou com Jesus em seu ministério terreno nem testemunhou a ressurreição do Senhor — requisitos indispensáveis para o grupo dos doze (At 1.21-23).
Humildemente, o apóstolo reconheceu que não merecia ser assim chamado, pois considerava-se um “abortivo”, como que nascido fora de tempo, o menor de todos (1Co 15.8,9).
Entretanto, o Senhor se revelou a ele ressurreto (At 9.4,5) e ensinou-lhe todas as coisas. O apóstolo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor (Gl 1.6-24; 1Co 11.23).
Embora o colégio apostólico tenha reconhecido o apostolado paulino (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16), as igrejas plantadas por ele eram o selo do seu ministério apostólico (1Co 9.2).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Paulo viu o Cristo ressurreto. Esta era a sua credencial apostólica.



III. APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)

1. Ainda há apóstolos? No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem.
A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28).
Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14).
Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica.

2. Apóstolos fora dos doze. A carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo.
O teólogo Stanley Horton informa-nos que “o Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja.
Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7)”.
Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local (Dicionário Vine).

3. O ministério apostólico atual. Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal.
O ministério dos doze não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico.
Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo.
Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.


                           SINOPSE DO TÓPICO (III)

Segundo Efésios 4.11 o dom ministerial de apóstolo está em plena vigência na igreja atual.







EXERCÍCIOS

1. Segundo as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, quantos e quais são os dons ministeriais?
R. São cinco dons: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.

2. De acordo com o Dicionário Bíblico Wycliffe, defina o termo grego apostolos.
R. Apostolos origina do verbo apostellein que diz respeito a “enviar”, “remeter”.

3. Qual era a cidadania do apóstolo Paulo?
R. Ele era judeu de cidadania romana.

4. De acordo com a lição, ainda existem apóstolos?
R. Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe mais. Todavia o dom ministerial de apóstolo citado em Efésios 4.11 está em plena vigência.

5. Na atualidade, quem são os verdadeiros apóstolos?
R. Os missionários.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

“Jesus é o supremo Sumo Sacerdote e Apóstolo (Hb 3.1). A palavra apóstolo era usada, no entanto, para qualquer mensageiro nomeado e comissionado a algum propósito. Epafrodito foi um mensageiro (apóstolo) nomeado pela igreja em Filipos e enviado a Paulo (Fp 2.25). Os companheiros de Paulo eram os mensageiros (apóstolos) enviados pelas igrejas e por elas comissionados (2Co 8.23).
Os doze, apenas, eram apóstolos específicos. Depois de uma noite em oração, Jesus os escolheu do meio de um grupo de discípulos e os chamou apóstolos (Lc 6.13). Pedro recomendou que os doze tinham um ministério e supervisão especiais (At 2.20,25,26), provavelmente tendo em mente a promessa de que eles futuramente julgariam (governariam) as 12 tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, nenhum apóstolo foi escolhido, depois de Matias, para estar entre os doze. Nem foram nomeados substitutos, quando estes foram martirizados. Na Nova Jerusalém há apenas 12 alicerces, com os nomes dos 12 apóstolos inscritos neles (Ap 21.14). Os doze, portanto, eram um grupo limitado, e realizavam uma função especial na pregação, no ensino e no estabelecimento da Igreja, além de testificar da ressurreição de Cristo, com poder. Ninguém mais pode ser um apóstolo no sentido em que eles foram” (HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12 ed., RJ: CPAD, 2012, p.287).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

“APÓSTOLO
Os apóstolos foram testemunhas oculares das atividades de Jesus na terra e consequentemente testificaram que Jesus era o Senhor ressurrecto (Lc 24.45-48; 1Jo 1.1-3). Os pré-requisitos para a substituição apostólica nesta função única são dados em At 1.21,22. A lista de apóstolos de Lucas (Lc 6.14-16; At 1.13) corresponde à lista dos doze dadas em Mateus 10.2-4 e Marcos 3.16-19. Mateus lista os discípulos aos pares, supostamente como enviados por Jesus. Tadeu (em Mateus e Marcos) era idêntico a Judas o filho de Tiago (em Lucas). Pedro, Tiago e João formavam um círculo íntimo dentre os doze, e estavam presentes no episódio da transfiguração (Mt 17.1-9; Mc 9.2-10; Lc 9.28-36) e no Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14.32-42; Lc 22.39-46). Os doze foram selecionados para ser os companheiros de Jesus e proclamar o Evangelho (Mc 3.14). Durante o ministério de Jesus, os doze serviram como seus representantes, uma função compartilhada por outros (Lc 10.1).
Aparentemente, a posição dos apóstolos não foi fixada permanentemente antes da ressurreição (Mt 19.28-30; Lc 22.28-34; cf. Jo 21.15-18). O Cristo ressurreto fez deste grupo seleto de testemunhas do seu ministério e ressurreição, apóstolos e testemunhas permanentes de que Ele é o Senhor, os comissionou como missionários, os instruiu a ensinar e batizar (Mt 28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.46-48), e completou o processo com o envio do Espírito Santo no Pentecostes (Lc 24.49; At 1.1-8; 2.1-13). No período inicial, os 12 apóstolos eram os únicos ensinadores e líderes da igreja, e outros ofícios foram derivados deles (At 6.1-6; 15.4). O apostolado não implicava em uma liderança permanente. Embora Pedro tenha iniciado missões aos judeus (Atos 2) e aos gentios (At 10.1 — 11.18), Tiago o substituiu como líder entre os judeus, e Paulo como líder entre os gentios.
Os membros da igreja são sacerdotes, reis, servos de Deus e santos que usam seus dons para a edificação da igreja como um todo (1Co 12.1-11; 1Pe 2.9; Ap 1.6; 5.8,10; 7.3) e, como os apóstolos, são mediadores de Cristo (Mt 25.40,45; Mc 9.37; Lc 9.48) e reinarão com Ele (Ap 3.21).
Os apóstolos, porém, através do testemunho de sua palavra, sempre serão a norma e os arautos do fundamento sobre o qual Cristo edifica a sua igreja (Ef 2.20; Ap 18.20; 21.14). Os apóstolos são as primeiras dádivas de Cristo para a sua igreja (Ef 4.11) e os ministros estabelecidos por Deus na igreja (1Co 12.28,29)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.).Dicionário Bíblico Wydiffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.162).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O Apóstolo

Estudamos a respeito dos dons espirituais de locução, poder e revelação nas primeiras cinco lições. A partir desta, trataremos dos dons ministeriais relacionados em Efésios 4.11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. O primeiro dom listado por Paulo é o de apóstolo, vamos começar nosso estudo por ele. A primeira indagação que, em geral, fazemos quando estudamos a respeito deste dom ministerial é: “Ainda existem apóstolos?” Primeiro precisamos da definição do vocábulo que significa literalmente enviado. De certa forma, todos os crentes são enviados a pregar as Boas-Novas.
O colégio apostólico foi único. Ele foi formado por Jesus no momento da escolha dos Doze que receberam o nome de enviados. Como homem perfeito, Jesus tinha consciência de que não poderia realizar sua missão sozinho.
Para ser apóstolo, um dos requisitos era ter estado pessoalmente com Cristo. Atualmente, de certa forma, todos que creem em Jesus e já tiveram um encontro com Ele são apóstolos, pois Cristo, antes de ascender aos céus, declarou a todos os seus discípulos: “Ide por todo o mundo” (Mc 16.15). A Igreja de Jesus tem uma missão apostólica. O apóstolo é alguém enviado por Jesus Cristo com uma mensagem especial, servos de Deus separados para uma missão específica, diferente dos mestres, profetas e evangelistas. Estes receberam o dom ministerial, descrito em Efésios 4.11. Podemos afirmar que os missionários são os apóstolos da atualidade. O apostolado não é um título pomposo, especial, também não é um cargo hierárquico. Ser apóstolo é ter uma missão específica a cumprir no Reino de Deus.
O apóstolo Paulo — Paulo teve sérios problemas com os crentes de Corinto, pois alguns não reconheciam o seu apostolado. Por isso, ele inicia a primeira carta aos Coríntios, declarando-se apóstolo de Jesus Cristo (1Co 1.1). Paulo enfatiza que seu chamado se deu “pela vontade de Deus”. Os orgulhosos crentes de Corinto não aceitavam o apostolado de Paulo pelo fato dele não ter feito parte do colégio apostólico. Todavia, Paulo teve um encontro pessoal com Cristo no caminho de Damasco (At 9). Este encontro mudou seu ser. A missão confiada a Paulo foi dada pelo próprio Senhor Jesus (At 9.15). Os próprios coríntios eram a marca do apostolado de Paulo. Ele declara isso em 1 Coríntios 9.2.
Apóstolo e servo — Aprendemos com Paulo que ser apóstolo é ser um servo, um cooperador de Deus no ministério da reconciliação (2Co 6.1). Quem deseja o dom ministerial de apóstolo deve seguir os passos de Jesus, estando sempre pronto para servir e não buscar ser servido.





O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO
SUBSÍDIO PARA LIÇÃO BÍBLICA

Etimologicamente o termo grego πόστολος (apóstolos) significa “enviado” ou “mensageiro”. Uma definição mais ampla é a de que apóstolo seria alguém enviado em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o enviar.[1]

O APOSTOLADO ESPECÍFICO OU ORIGINAL E O APOSTOLADO GERAL OU EXTENSIVO

A Bíblia de Estudo Pentecostal classifica “apóstolos” num sentido geral, como um ministério que ainda continua sendo necessário para o propósito de Deus na igreja, fazendo uma conexão direta com o trabalho missionário. Dessa forma, o termo “missionário” teria o mesmo sentido de “apóstolo”, ou seja, um representante designado por uma igreja, e cita como referências bíblicas Atos 14.4, 14 (Barnabé e Paulo), Rm 16.7 (Andrônico e Júnia), 2 Coríntios 8.23 (Embaixadores, traduzido do grego apóstoloi).

A mesma Bíblia apresenta também o sentido especial para “apóstolos”, com referência àqueles que viram Jesus após a sua ressurreição e que foram pessoalmente comissionados por Ele a pregar o evangelho e estabelecer a igreja. Nesta classe estão os Doze e Paulo. Neste sentido, o ministério apostólico foi restrito, não tendo sucessores.[2]

Sobre a afirmação de Paulo em 1 Coríntios 15.8, de que foi o “derradeiro de todos” (ARC), a nota de rodapé da Bíblia de Estudo Pentecostal diz:

A declaração de Paulo, “por derradeiro”, não deve ser entendida no sentido absoluto. Paulo foi o último dos apóstolos no sentido de receber um mandato especial através de um encontro com o Senhor ressurreto para integrar a formação do testemunho inicial e fundamental de Jesus Cristo (cf. At 9.3-8; 22.6-11; 26.12-18). Esses apóstolos do NT constituíram o início do alicerce da igreja [...]. Por essa razão, este ofício inicial de apóstolo do NT é ímpar e não repetido. [...] São “apóstolos do Cordeiro” num sentido único (Ap 21.14; 1 Ts 2.6; Jd 17)

O Comentário Bíblico Pentecostal, segue a mesma linha, classificando os apóstolos em dois grupos: “Apóstolos Específicos” e “Apóstolos Gerais”, incluindo na relação dos gerais Tito e outros (2 Co 8.23), Epafrodito (Fp 2.25) e Tiago, irmão de Jesus (Gl 1.19).[3]

Sobre o apostolado no sentido geral, ou seja, além dos Doze e Paulo, Deere argumenta que:
O fato de haver falsos apóstolos (2 Co 11.13) indica que o número de apóstolos, nos tempos do Novo Testamento, não podia ser fixado, pois doutra sorte não haveria qualquer possibilidade dos tais se mascararem de apóstolos.[4]

O apostolado bíblico geral possuía algumas características específicas. Dentre elas Deere cita: Os sofrimentos divinamente tencionados e as perseguições (2 Co 12. 9, 10), o discernimento especial quanto aos mistérios divinos (Ef 3.1-6; 1 Tm 3.16; Rm 11.25-32), a presença de sinais e maravilhas e maravilhas durante a proclamação do Evangelho (Lc 24.49; At 1.8; 14.3 e 15.12), a integridade de caráter (1 Co 1.12; 2.17; 4.2; 7.2) e a autoridade espiritual (Mt 10.1; Mc 3.15; 6.7; Lc 9.1).[5] O apostolado geral não tinha autoridade para produzir Escritura no sentido canônico, e isso é uma clara distinção entre eles e os Doze, incluindo também Paulo.

Conforme Williams, teólogo presbiteriano “renovado”, o significado da palavra “apóstolos” no Novo Testamento pode ser amplo ou restrito. O restrito indica os Doze e Paulo; o amplo, os demais discípulos nomeados e não nomeados. Todos os que são chamados “apóstolos”, segundo Williams, foram enviados pela causa do evangelho.[6]

A ATUALIDADE DO MINISTÉRIO APOSTÓLICO

Embora muitos comentaristas concordem com o fato de que o ministério de apóstolo tenha sido extinto, uma defesa de sua contemporaneidade é feita pelo teólogo pentecostal Jack Deere.

Em primeiro lugar, Deere afirma que o ministério de apóstolo não é um dom, pois nunca foi chamado de charisma. Para Deere, o apostolado é um comissionamento divino.[7] É claro que no sentido geral, ser apóstolo é um dom de Deus, inclusive designado no contexto pentecostal brasileiro como um dos “dons ministeriais” da lista de Efésios 4.11. O que Deere combate com o seu argumento é o posicionamento dos cessacionistas, daqueles que não acreditam na atuação do Espírito Santo nos dias atuais, como operava na igreja apostólica bíblica.

Deere conclui seu argumento sobre a atualidade do ministério de apóstolo da seguinte forma:

Acredito que os 12 apóstolos tenham sido singulares em sua chamada e formaram de fato um círculo fechado. Entretanto, a chamada de Paulo e Barnabé e Tiago, abre a possibilidade de Deus convocar outros apóstolos em qualquer época da história. Nenhum texto específico das Escrituras impede que Jesus apareça e comissione outros ao ofício apostólico. No futuro, Ele comissionará duas testemunhas, que terão poder ainda maior que os apóstolos do primeiro século (Ap 11.3-6).E isso não porá em perigo a autoridade das Escrituras.[8]

No meu entendimento, a afirmação de Deere não significa que o ministério apostólico geral precisa necessariamente de uma aparição de Jesus ao comissionado, pois não há nenhuma evidência bíblica que isso aconteceu com aqueles que são chamados de apóstolos fora do círculo dos Doze e Paulo. Vale lembrar também, que o apostolado de Matias, substituto de Judas Iscariotes, não se inicia com um chamado direto de Jesus, mas debaixo de oração e do “lançar sortes” do colegiado apostólico, juntamente com os demais discípulos (At 1.15-26).
Para Williams, em seu sentido mais amplo:

[...] apóstolo é o enviado, o comissionado, e, portanto, alguém que não se estabelece num local específico ou numa igreja. Ele não tem a autoridade de um apóstolo original nem são suas palavras igualmente inspiradas. Esse apóstolo exerce um ministério itinerante, mas não independente. Ele está baseado numa igreja e a representa, porém ministrando em grande parte num campo mais amplo. Esses apóstolos são sempre essenciais à vida da igreja que compreende seu chamado para ir além de si mesma no cumprimento de sua missão. [...] eles têm um significado vital para a vida da igreja, em todas as épocas.[9]

Discordando das ideias acima, Wayne Grudem afirma que o ofício de apóstolo estava limitado ao tempo quando a igreja primitiva foi fundada. Grudem argumenta que:

Embora alguns hoje usem a palavra “apóstolo” para referir-se a fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e proveitoso, porque simplesmente confunde quem lê o Novo Testamento e vê a grande autoridade ali atribuída ao ofício de “apóstolo”. É digno de nota que nenhum dos grandes nomes na história da igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield – assumiu o título de “apóstolo” ou permitiu que o chamassem apóstolo. Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título de “apóstolo”, logo levantam a suspeita de que são motivados por um orgulho impróprio e por desejos de auto-exaltação, além de excessiva ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra pessoa deve corretamente ter.[10]

No que discordo de Grudem? Seu argumento contrário a utilização do termo “apóstolo” para o dias atuais não se fundamenta nas Escrituras, mas na tradição histórica da igreja. Não se trata de uma heresia, mas de algo “inapropriado”. Na prática, o trabalho ou missão do apóstolo em seu sentindo amplo, foi o mesmo dos grandes nomes citados por Grudem, que marcaram a história da igreja, independente de como foram “intitulados” ou “denominados”. Dessa forma, não vejo problema na utilização contemporânea do termo “apóstolo”.

No que concordo com Grudem? Com certeza muitos são intitulados ou se auto-intitulam de apóstolos nos dias de hoje, sem que haja em suas vidas e ministério nada que justifique o título ou ofício. Trata-se de mera vaidade. Algumas igrejas no Brasil adotaram a função de apóstolo em sua hierarquia eclesiástica (o indivíduo é pastor, se intitula depois bispo e posteriormente apóstolo ). O fato é que no exercício dessa função muitos acabam não se identificando com o apostolado bíblico, onde fazia parte da vida do apóstolo romper barreiras, estabelecer igrejas e seguir adiante nesse propósito.

Os supostos apóstolos, geralmente são “pescadores de aquário”, ou seja, sua missão é atrair membros de outras igrejas, ou dividi-las, promovendo rachas por mero interesse financeiro ou de poder. Não estão preocupados em ganhar almas nos rincões da terra, no sertão nordestino, na floresta amazônica, nas periferias das cidades, mas sim, pregar nos grandes centros e ali se estabelecerem. Compram horários na TV, e usam todo o tipo de apelação para arrancar dinheiro dos simples e ingênuos expectadores, que acabam cooperando para a multiplicação do patrimônio pessoal dos mesmos (fazendas, coberturas luxuosas, carros extravagantes, cavalos, gado, etc), tudo em nome da vergonhosa “Teologia da Prosperidade e da Vitória Financeira”, que mascara a vergonhosa enganação e exploração que fazem.
Em boa parte dos casos, o título ou ofício de apóstolo na atualidade não é obtido em reconhecimento a uma vocação divina para o apostolado, mas como consideração pela idade avançada, pelo culto a personalidade (personalismo), ou mediante estratégias de políticas eclesiásticas “bajulatórias”.

APÓSTOLOS E MISSIONÁRIOS

É interessante a informação histórica que Araújo nos fornece:

Após a morte dos apóstolos originais o vocábulo grego “apóstolos” deixa de ser aplicado como título aos membros da liderança eclesiástica mais elevada e, a partir do século II, os enviados pelas igrejas às regiões que não conheciam o evangelho passam a ser denominados pelo termo latino missus, significando “enviado” (de mittere, “enviar”), uma vez que prosseguiram a missão dos apóstolos originais sem, contudo, atenderem aos requisitos propostos pelo Onze (cf. At 1.21,22) ou reconhecidos em Paulo (1 Co 9.1). Portanto, é possível afirmar que o vocábulo “apóstolo” tenha se limitado à conotação missionária, sendo então substituído pelo termo “missionários”.[11]

Como já mencionado, a ideia de que o trabalho atual dos missionários se equivale ao ministério apostólico geral é vigente entre os pentecostais clássicos. Nesse sentido, os fundadores da Assembleia de Deus no Brasil, Gunnar Vingren e Daniel Berg, assim como outros missionários suecos, americanos, nacionais, etc., podem ser considerados verdadeiros apóstolos.

Compreendo, que mais importante do que a discussão sobre a utilização do termo “apóstolo” na atualidade (que não deve ser ignorada), é refletir se estamos dando continuidade ao trabalho apostólico bíblico, pregando o evangelho de Jesus no poder do Espírito, em todos os lugares e a todas as pessoas, estabelecendo e edificando igrejas para a glória de Deus!



[1] Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Flórida-EUA: CPAD, 1999, p. 1814.
[2] Ibid.
[3] ARRINGTON, FRENCH L.; STRONSTAD, Roger (Ed.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 1248.
[4] DEERE, Jack. Surpreendido pelo poder do Espírito. 9. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 232.
[5] Ibid., p. 233.
[6] WILLIAMS, J. Rodman. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. São Paulo: Editora Vida, 2011, p. 887-888.
[7] Ibid., p. 235-235.
[8] Ibid., p. 242.
[9] WILLIAMS, Ibid., p. 888-889.
[10] GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática: atual e exaustiva. São Paulo: Vida Nova, 1999, p. 764.
[11] ARÁUJO, Carlos Alberto R. A Igreja dos Apóstolos: conceito e forma das lideranças na Igreja Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 207.