Escola Biblica Dominical
Lição 05: Conflitos na família
Título: A Família Cristã no século XXI —
Protegendo seu lar dos ataques do inimigo
ALBERTO ARAÚJO
“Eu, porém, esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá” (Mq 7.7).
VERDADE PRÁTICA
Se buscarmos a graça de Deus e
exercermos o amor que Ele nos concedeu, poderemos resolver todos os conflitos
que surgirem em nossa família.
LEITURA DIÁRIA
Pv
31.10 – O valor da esposa
virtuosa
Pv 31.11 – A confiança do esposo
Ef
6.4 – Criando os filhos
sabiamente
Ef
6.1 – Respeito aos pais
Ef
6.2 – Filhos honrando os
pais
Sl
119.11 – A família
observando a Palavra
Efésios 5.22-30.
22 - Vós, mulheres, sujeitai-vos a
vossos maridos, como ao Senhor;
23 - Porque o marido é a cabeça da
mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja: sendo ele próprio o salvador
do corpo.
24 - De sorte que, assim como a igreja
está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus
maridos.
25 - Vós, maridos, amai vossas mulheres,
como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
26 - Para a santificar, purificando-a
com a lavagem da água, pela palavra,
27 - Para a apresentar a si mesmo
igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível.
28 - Assim devem os maridos amar a
suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher,
ama-se a si mesmo.
29 - Porque nunca ninguém aborreceu a
sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;
30 - Porque somos membros do seu
corpo.
INTERAÇÃO
Foi no Éden que a família vivenciou seu primeiro e maior conflito. A consequência desta desordem é sentida até hoje em todos os lares. Porém, Deus não foi pego de surpresa com o pecado do homem e já no Éden providenciou a solução para as famílias e para a iniquidade: Jesus Cristo. O Filho de Deus veio ao mundo como um bebê e experimentou a vida familiar. Atualmente, em Jesus, as famílias podem resolver seus conflitos. Com o amor verdadeiro no coração, que é resultado da graça divina, poderemos não somente vencer, mas evitar as confusões. Para isto precisamos convidar Jesus a fazer do nosso lar sua morada permanente. Que o Filho de Deus tenha a primazia em nossos lares.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
·
Elencar alguns fatores que podem
gerar conflitos entre os cônjuges.
·
Analisar os resultados das atividades
profissionais dos pais.
·
Compreender a importância da
fidelidade conjugal no casamento.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
reproduza, conforme as suas possibilidades, o quadro abaixo. Inicie a aula com
a seguinte indagação: “Quais são os principais conflitos vivenciados pelas
famílias na atualidade?”. Ouça os alunos com atenção. À medida que forem
falando, vá preenchendo a primeira coluna do quadro. Depois faça a segunda
pergunta: “Como podemos vencer esses conflitos?”. Ouça as respostas e preencha
a segunda coluna do quadro. Conclua a atividade orando com os alunos e pedindo
que Deus dê sabedoria para que os conflitos que tentam assolar as famílias
sejam sanados com discernimento e prudência.
COMENTÁRIO
Introdução
Palavra Chave
Conflito: Embate, discussão acompanhada de
injúrias e ameaças; desavença.
Os conflitos familiares vêm de tempos imemoriais.
No Éden, antes da Queda, havia um ambiente perfeito: harmônico e amoroso. Mas o
casal, ouvindo o tentador, perdeu a doce comunhão com Deus, e a consequência
não podia ser outra: o início de sérios conflitos familiares. A boa nova para
os nossos dias é saber da possibilidade, em Cristo, de equacionarmos os
problemas que, às vezes, afetam a família cristã.
I. DESENTENDIMENTO ENTRE OS CÔNJUGES
1. Temperamentos diferentes. Dentre os vários motivos existentes
para justificar os desentendimentos entre os cônjuges, o que mais se destaca é
o temperamento. Segundo os psicólogos, temperamento “é a combinação de
características inatas que herdamos dos nossos pais que, de forma inconsciente,
afetam o nosso comportamento”. De acordo com o conceito popular, podemos dizer
que o temperamento é a maneira própria pela qual reagimos aos diversos
estímulos e situações que se nos apresentam cotidianamente (Gn 25.27). Mas,
pelo amor, podemos (e devemos) vencer todas as nossas diferenças, a fim de que
tenhamos um casamento feliz (1Pe 4.8).
2. Fatores que trazem conflitos. Diversos são os fatores que
desencadeiam conflitos no lar. Eis alguns deles:
a) Falta de confiança. O casamento só tem sentido quando é
estabelecido na plena confiança do amor verdadeiro, pois o amor folga com a
verdade (1Co 13.6). Quando há amor entre o casal não há motivos para
desconfianças ou ciúmes (1Co 13.5b). Há quem pense que o ciúme desenfreado é
prova de amor. Grande engano! É loucura que pode, inclusive, colocar em risco a
estabilidade conjugal.
b) Tratamento grosseiro. Onde o Espírito Santo se faz
presente há perfeito amor, paz, alegria e longanimidade, que é a paciência para
se suportar as falhas alheias (Gl 5.22). Uma das formas de demonstrarmos o
fruto do Espírito é vista na maneira como usamos nossas palavras, pois a
palavra branda joga para longe o furor. Mas os conflitos entre os cônjuges
suscitam ira, ódio e destruição (Pv 15.1). E a forma com que tratamos uns aos
outros é vista por Deus como uma referência para designar quem é sábio ou não,
pois a sabedoria é manifesta em obras de mansidão (Tg 3.13).
c) Dívidas. As dívidas ocasionam muitos
conflitos familiares, chegando até mesmo a terminar um relacionamento conjugal.
Quando uma pessoa se endivida não pensa em mais nada a não ser nas dívidas.
Algumas pessoas até adoecem. Assim, precisamos ouvir a Palavra de Deus e nada
dever a ninguém (Rm 13.8). Através de um planejamento eficiente, bom senso e
autocontrole podemos fugir das dívidas. Faça isso para o bem-estar da sua
família (Pv 11.15; 22.7,26)!
d) Infidelidade. Quando o cônjuge encobre a sua
conduta pecaminosa o pecado vem a público inesperadamente (Lc 12.2). O
casamento sofre um duro golpe, os filhos ficam sem direção e a família
transtorna-se. É imperativo que os cônjuges evitem, a todo o custo, o
envolvimento extraconjugal. Além de ser um grave pecado contra Deus, é uma
ofensa contra o cônjuge, filhos e filhas (ler Pv 5.3-6). A infidelidade contra
o cônjuge é infidelidade contra Deus.
Falta de confiança, tratamento
grosseiro, dívidas e infidelidade podem causar conflitos familiares.
1. A mulher no mercado de trabalho. Devido às modernas demandas sociais,
a mulher deixou de se dedicar exclusivamente às funções domésticas, e passou
também a exercer funções em empresas e organizações diversas, ocupando a maior
parte do seu tempo em atividades profissionais. Mas essa mudança tem trazido
sérias consequências. Há mais de uma década, para cada dez homens que morria de
infarto, apenas uma mulher sofria desse mal. Hoje, o número de mulheres que
morre desse mal subiu para quatro.
2. A ausência dos pais prejudica a
criação dos filhos.
Sem a presença dos pais, as crianças ficam desorientadas. Muitas vezes elas
convivem com pessoas que não têm a menor capacitação para educá-las. Por outro
lado, algumas crianças ficam o dia todo em frente da “babá eletrônica”, a
televisão, ou com a “mestra eletrônica”, a internet. Ali, são “educadas” pelos
heróis artificiais. As figuras do pai e da mãe presentes estão cada vez mais
escassas. Tal ausência é sentida quando os nossos filhos entram na
adolescência, uma fase de novidades e mudanças bruscas.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os pais podem trabalhar fora, todavia,
não podem descuidar da educação de seus filhos. A educação dos filhos deve ser
prioridade.
III. MÁ EDUCAÇÃO DOS FILHOS
1. Educação prejudicada. A melhor escola ainda é o lar.
Precisamos ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos na admoestação do Senhor
(Ef 6.4; Pv 22.6). Infelizmente, o excesso de ocupação dos pais relegou a
educação dos filhos às instituições educacionais. Esperando que tais entidades
construam o caráter dos seus filhos, os pais ignoram a família como instituição
responsável pela formação espiritual e moral da criança. Muitos não acompanham
a rotina escolar dos filhos e sequer a filosofia pedagógica adotada pela
instituição de ensino.
2. Quem são os professores? Infelizmente, são graves os
prejuízos à nação na área educacional. Os “mestres” das crianças, hoje, são os
artistas e as empresas de telecomunicação. É comum ver as nossas crianças e
adolescentes prostrados diante da TV, consumindo todo tipo de má educação. Mas
é raro vê-los nos cultos de oração e ensino da Palavra. Que a igreja local
invista nos professores de Escola Dominical. Que os professores da Escola
Dominical se preparem eficazmente para o grande desafio de ensinar a Palavra de
Deus num mundo que jaz no maligno (Rm 12.7).
3. Falta de estrutura espiritual e
moral. A ausência de Deus
é o inimigo número um do lar. É essencial que aqueles que constituem família
convidem Jesus, o maior educador de todos os tempos, a estar presente em seu
lar. É indispensável que os pais, com a assistência da Igreja, optem por
servirem a Deus, contrariando as propostas do mundo (Js 24.15). Realizemos o
culto doméstico e, juntamente com os nossos filhos, estudemos a Bíblia. Não nos
esqueçamos: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a
edificam” (Sl 127.1).
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ADEI, S. Seja o líder que sua família precisa.
1 ed., RJ: CPAD, 2009.GANGEl, K. O. & GANGEl, J. S. Aprenda a ser Pai com o Pai. Tornando-se o pai que Deus quer que você seja. 1 ed., RJ: CPAD, 2004.
EXERCÍCIOS
1. Dentre os motivos dos conflitos familiares, qual
se destaca?R. O temperamento.
2. Cite pelo menos três fatores que trazem conflitos.
R. Falta
de confiança, tratamento grosseiro e dívidas.
3. O que acontece às crianças quando ficam sem a
presença dos pais?
R. Sem
a presença dos pais, as crianças ficam desorientadas.
4. Quem é a principal responsável pela formação
espiritual e moral da criança?
R. A
família.
5. Que forma de auxílio diferenciado o servo de Deus
conta?
R. Com
o amor verdadeiro no coração, poderemos não somente vencer, mas evitar os
conflitos.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Devocional
“Zelo Bíblico como Relacionamento
Nós acreditamos que o companheirismo permanece
sendo o propósito primário do casamento. Apesar de todas as coisas maravilhosas
que Deus criou no jardim do Éden, elas eram inadequadas para suprir as
necessidades de Adão. Nenhum dos animais, esplêndidos como devem ter sido antes
da queda, podiam oferecer uma companhia adequada para ele. Naquele momento o
Senhor criou a primeira família. Em Gênesis 2.18, Deus disse: ‘Não é bom que o
homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja diante dele.’ Aqui está de
novo — paternidade segue a parceria. Paternidade depende de fidelidade.
O papel estratégico do relacionamento marido/esposa no casamento estabelece um
ponto central no alvo familiar. Tudo mais é secundário. Tudo o mais é inferior,
porque quando o companheirismo não funciona, a família não pode funcionar.
Nós, pais, permanecemos no pináculo estabelecido
por Deus, em nossa unidade familiar, por isso somos ao mesmo tempo gratos,
temerosos e esperançosos no que se refere a nossa tarefa de liderança e ao
nosso zelo divino (cuidado estabelecido pela aliança) por nossos
relacionamentos no casamento” (GANGEL, K. O. & GANGEL, J. S. Aprenda a
ser pai com o Pai: Tornando-se o pai que Deus quer que você seja. 1
ed., RJ: CPAD, 2004, pp.72-3).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliológico
“Esta passagem [Ef 5.19-21] tem sido deturpada e
fica quase irreconhecível em algumas interpretações. Muitas vezes ouço pessoas
fazendo malabarismos com essa passagem em favor daquele versículo que diz que
as esposas têm que se submeter aos seus maridos — que os homens são o cabeça da
casa. Mas pegar esse versículo isolado da passagem anterior destrói o
significado da Escritura. Nós podemos ser tentados a controlar os outros, para
transformá-los em alguma espécie de imagem que nós formamos. Mas este tipo de
intolerância não é o que Paulo está falando. A ideia de Paulo era que maridos e
esposas devem submeter-se mutuamente. Eles devem ser sensíveis às necessidades
um do outro e fazer o possível para alcançá-las. Eles precisam ver seus
cônjuges como distintos, como independentes deles, com necessidades peculiares,
e não devem controlar ou dominar o esposo, ou a esposa, ou dizer a eles como
devem viver. também não devem viver inteiramente separados do seu parceiro.
Paulo idealizou uma interação íntima e santa entre marido e mulher: ‘Assim também
vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a
mulher reverencie o marido’ (Ef 5.33)” (HAWKINS, D. 9 erros críticos que
todo casal comete: Identifique as armadilhas e descubra a ajuda de Deus.
3 ed., RJ: CPAD, 2010, p.93).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
Conflitos na Família
A vida em sociedade nunca foi livre de conflitos, e
o mesmo se dá no lar. Nenhuma família está isenta de passar por situações em
que seus membros não apenas possuem opiniões diferentes, mas apresentam muitas
vezes reações emocionais extremas quando contrariados. Independente da
existência de conflitos, eles devem ser tratados de forma coerente, bíblica e,
acima de tudo, de forma que Deus seja honrado e a unidade da família seja
preservada. Dentre as diversas formas de conflitos na família, destacamos:
Brigas na família — Cada pessoa na família possui um
temperamento diferente. Temperamento e, em síntese, a forma com que reagimos
diante de situações e estímulos. Ainda que tenham temperamentos diferentes,
somos desafiados a agir não de acordo com nossos temperamentos, mas sim de
acordo com a presença de Deus em nossas vidas.
Atividades dos pais — Em nossos dias, temos visto que
pais e mães de família têm se dedicado muito ao trabalho, devido aos muitos
desafios financeiros e o custo de vida cada vez mais alto. Isso pode prejudicar
a família, se os pais não tiverem um tempo adequado para ficar com seus filhos,
participar da educação deles, passar-lhes as tradições da família e acima de
tudo, repassar-lhes a fé em Deus e no evangelho.
Questões financeiras — Conflitos familiares podem advir
de questões financeiras. Um cônjuge que não possui controle de gastos e tem
propensões consumistas pode atrapalhar seu casamento, pois coloca em risco a
economia de toda a família. Os cônjuges precisam ter um controle correto de
seus gastos, aprender a gerir corretamente seus recursos financeiros e evitar
desconfortos que atrapalhem a convivência. É preciso aprender a poupar, tentar
comprar a vista os bens necessários e abster-se de adquirir coisas que não são
necessárias naquele momento. Todo cuidado nessa esfera é importante, a fim de
que a família não passe necessidade por culpa de um de seus membros que não
possui domínio próprio.
Conflitos
familiares
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Norma
Emiliano
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Os conflitos são inerentes ao processo de evolução dos seres humanos.
A relação em família é complexa, pois cada ser
humano é singular em relação a sua história, temperamento, idade, composição
genética, etc.. No jogo relacional há alianças e luta pelo poder.
Nos diversos relacionamentos, as diferenças
individuais quanto às percepções e necessidades emergem, pois cada pessoa
forma a sua própria percepção e tem necessidades num determinado momento.
Essas diferenças no contexto relacional tornam-se as bases dos conflitos.
As diferenças, comumente, não são percebidas como
oportunidades de enriquecimento e acabam sendo usadas de modo destrutivo.
Assim, a diferença que leva a um conflito de interesse (discordância) é
percebida como insulto e/ou desamor.
O casal ao interagir com os filhos influência
na construção de suas identidades, bem como transmite-lhes modelos de
relacionamento que serão levados para todas as áreas de suas vidas: amizade,
profissional, amor, etc.
É vital ao bom ambiente familiar que o casal
possua uma forte aliança, saiba lidar com seus conflitos, colabore entre si e
satisfaça necessidades mútuas. Por outro lado, é importante também que em
suas funções de pais, exista apoio à autoridade de cada um dos cônjuges com
relação aos filhos.
Pode-se encontrar em qualquer relacionamento
permanente, seja ele conjugal, entre pais e filhos, a família como um todo,
ou relacionamento da família com outros sistemas sociais, formas de conflitos
submersos, não resolvidos. Esse tipo de conflito pode acarretar distância
emocional, disfunção física ou psicológica, ou envolvimento em uma aventura
amorosa.
Quando há questões mal resolvidas entre o
casal, uma ou mais crianças se envolvem no conflito marital, com a função de
distrair os pais do conflito. Essa criança fica muito próxima de um ou ambos
os pais, e as fronteiras entre as gerações são rompidas. Há uma excessiva
dependência mútua e a autonomia da criança e dos pais torna-se limitada.
A falta de comunicação, somada à dificuldade
para resolver problemas em conjunto são fatores negativos na criação dos
filhos. As divergências dos pais, veladas ou abertas, em relação à educação
dos filhos, os deixam confusos e, com freqüência, as crianças usam de
manipulações, jogando os pais um contra o outro.
Os conflitos tornam–se mais fáceis de serem
enfrentados quando ambos os parceiros compreendem as questões e suas origens.
Para tal é necessário cada um entender e aceitar os seus próprios medos,
valores, expectativas e proteções e também as do parceiro. Torna-se
necessário ter clareza da ligação entre o presente e o passado. A percepção
desta conexão possibilita que não se fique apenas repetindo padrões
relacionais antigos, ou seja, dando respostas antigas a situações novas,
levando para o casamento e para a nova família uma repetição do
relacionamento anterior com os seus próprios pais.
Os relacionamentos adultos transferem, quase
sem alterações, as características de disputas de poder entre pais e filhos,
que cada um dos parceiros anteriormente tivera. Por exemplo, na luta pelo
poder, pode-se observar que a mãe, normalmente é a detentora do controle no
dia-a-dia; assim, tanto as meninas quanto os meninos podem resistir a isso.
Quando adultas, as mulheres podem assumir esse mesmo papel, enquanto os
homens transferem resistência às suas mulheres. Nesta luta pelo poder
geram-se conflitos. Uma crise séria pode ser o ponto de partida para
interromperr esse círculo vicioso. Mas uma estratégia duradoura é poder
enfrentar os fantasmas do passado.
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Norma Emiliano
é Terapeuta Individual, Casal e Família, e Assistente Social, e mantém a
homepage Pensando em Família. ( http://www.pensandoemfamilia.com.br)
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LIÇÃO 5 - Conflitos na Família
TEXTO ÁUREO
"Eu, porém,
esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me
ouvirá" (Mq 7.7).
Os conflitos familiares vêm de tempos imemoriais. No Éden, antes da Queda, havia um ambiente perfeito: harmônico e amoroso. Mas o casal, ouvindo o tentador, perdeu a doce comunhão com Deus, e a consequência não podia ser outra: o início de sérios conflitos familiares. A boa nova para os nossos dias é saber da possibilidade, em Cristo, de equacionarmos os problemas que, às vezes, afetam a família cristã.
I - DESENTENDIMENTO ENTRE OS CÔNJUGES
1. Temperamentos diferentes. Dentre os vários motivos existentes para
justificar os desentendimentos entre os cônjuges, o que mais se destaca é o
temperamento. Segundo os psicólogos, temperamento "é a combinação de
características inatas que herdamos dos nossos pais que, de forma inconsciente,
afetam o nosso comportamento". De acordo com o conceito popular, podemos
dizer que o temperamento é a maneira própria pela qual reagimos aos diversos
estímulos e situações que se nos apresentam cotidianamente (Gn 25.27) “E cresceram os meninos. E
Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples,
habitando em tendas”. Mas, pelo amor, podemos (e devemos) vencer todas as nossas
diferenças, a fim de que tenhamos um casamento feliz (1 Pe 4.8) “Mas, sobretudo, tende
ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão
de pecados”.
2. Fatores que trazem conflitos. Diversos são os
fatores que desencadeiam conflitos no lar. Eis alguns deles:
a) Falta de confiança. O casamento só tem sentido quando é estabelecido na plena
confiança do amor verdadeiro, pois o amor folga com a verdade (1 Co 13.6) “não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade”. Quando há amor entre o casal não há motivos para
desconfianças ou ciúmes (1 Co 13.5b) “[...] não se irrita, não suspeita mal”. Há quem pense que o ciúme desenfreado é
prova de amor. Ledo engano! É loucura que pode, inclusive, colocar em risco a
estabilidade conjugal.
b) Tratamento grosseiro. Onde o Espírito Santo se faz presente há perfeito amor, paz,
alegria e longanimidade, que é a paciência para se suportar as falhas alheias
(Gl 5.22) “Mas
o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança”. Uma das formas de demonstrarmos o fruto do Espírito é vista
na maneira como usamos nossas palavras, pois a palavra branda joga para longe o
furor. Mas os conflitos entre os cônjuges suscitam ira, ódio e destruição (Pv
15.1) “A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. E a forma com que
tratamos uns aos outros é vista por Deus como uma referência para designar quem
é sábio ou não, pois a sabedoria é manifesta em obras de mansidão (Tg 3.13) “Quem dentre vós é sábio e
inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria”.
c) Dívidas. As dívidas ocasionam muitos conflitos familiares, chegando até
mesmo a terminar um relacionamento conjugal. Quando uma pessoa se endivida não
pensa em mais nada a não ser nas dívidas. Algumas pessoas até adoecem. Assim,
precisamos ouvir a Palavra de Deus e nada dever a ninguém (Rm 13.8) “A ninguém devais coisa
alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos
outros cumpriu a lei”. Através de um planejamento eficiente, bom senso e
autocontrole podemos fugir das dívidas. Faça isso para o bem-estar da sua
família (Pv 11.15) “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho,
mas o que aborrece a fiança estará seguro” (Pv 22.7,26)! “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do
que empresta.
[...] Não
estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas.”
2. A ausência dos pais prejudica a criação dos filhos. Sem a presença dos
pais, as crianças ficam desorientadas. Muitas vezes elas convivem com pessoas
que não têm a menor capacitação para educá-las. Por outro lado, algumas
crianças ficam o dia todo em frente da "babá eletrônica", a
televisão, ou com a "mestra eletrônica", a internet. Ali, são
"educadas" pelos heróis artificiais. As figuras do pai e da mãe
presentes estão cada vez mais escassas. Tal ausência é sentida quando os nossos
filhos entram na adolescência, uma fase de novidades e mudanças bruscas.
1. Educação prejudicada. A melhor escola ainda é o lar. Precisamos ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos na admoestação do Senhor (Ef 6.4) “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Pv 22.6) “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”. Infelizmente, o excesso de ocupação dos pais relegou a educação dos filhos às instituições educacionais. Esperando que tais entidades construam o caráter dos seus filhos, os pais ignoram a família como instituição responsável pela formação espiritual e moral da criança. Muitos não acompanham a rotina escolar dos filhos e sequer a filosofia pedagógica adotada pela instituição de ensino.
3. Falta de estrutura espiritual e moral. A ausência de Deus é o
inimigo número um do lar. É essencial que aqueles que constituem família
convidem Jesus, o maior educador de todos os tempos, a estar presente em seu
lar. É indispensável que os pais, com a assistência da Igreja, optem por
servirem a Deus, contrariando as propostas do mundo (Js 24.15) “Porém, se vos parece mal aos
vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a
quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus,
em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”. Realizemos o culto
doméstico e, juntamente com os nossos filhos, estudemos a Bíblia. Não nos
esqueçamos: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a
edificam" (Sl 127.1)
.CONCLUSÃO
Sempre haverá conflitos
nas relações familiares, mas a família cristã precisa saber como contornar tais
conflitos à luz da Palavra de Deus. Com o amor verdadeiro no coração, poderemos
não somente vencer, mas igualmente evitar os conflitos. Basta ter a Jesus como
o hóspede de nosso lar.
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