segunda-feira, 29 de abril de 2013

Lição 05: CONFLITOS NA FAMILIA


Comunidade Messiânica Ebenezer
Escola Biblica Dominical

Lição 05: Conflitos na família
Título: A Família Cristã no século XXI — Protegendo seu lar dos ataques do inimigo

ALBERTO ARAÚJO

TEXTO ÁUREO
Eu, porém, esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá(Mq 7.7).

VERDADE PRÁTICA
Se buscarmos a graça de Deus e exercermos o amor que Ele nos concedeu, poderemos resolver todos os conflitos que surgirem em nossa família.

LEITURA DIÁRIA

Pv 31.10 – O valor da esposa virtuosa

Pv 31.11 – A confiança do esposo

Ef 6.4 – Criando os filhos sabiamente

Ef 6.1 – Respeito aos pais

Ef 6.2 – Filhos honrando os pais

Sl 119.11 – A família observando a Palavra

 
 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Efésios 5.22-30.

22 - Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;

23 - Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja: sendo ele próprio o salvador do corpo.

24 - De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.

25 - Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,

26 - Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,

27 - Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

28 - Assim devem os maridos amar a suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.

29 - Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;

30 - Porque somos membros do seu corpo.

INTERAÇÃO

Foi no Éden que a família vivenciou seu primeiro e maior conflito. A consequência desta desordem é sentida até hoje em todos os lares. Porém, Deus não foi pego de surpresa com o pecado do homem e já no Éden providenciou a solução para as famílias e para a iniquidade: Jesus Cristo. O Filho de Deus veio ao mundo como um bebê e experimentou a vida familiar. Atualmente, em Jesus, as famílias podem resolver seus conflitos. Com o amor verdadeiro no coração, que é resultado da graça divina, poderemos não somente vencer, mas evitar as confusões. Para isto precisamos convidar Jesus a fazer do nosso lar sua morada permanente. Que o Filho de Deus tenha a primazia em nossos lares.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·       Elencar alguns fatores que podem gerar conflitos entre os cônjuges.

·       Analisar os resultados das atividades profissionais dos pais.

·       Compreender a importância da fidelidade conjugal no casamento.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, reproduza, conforme as suas possibilidades, o quadro abaixo. Inicie a aula com a seguinte indagação: “Quais são os principais conflitos vivenciados pelas famílias na atualidade?”. Ouça os alunos com atenção. À medida que forem falando, vá preenchendo a primeira coluna do quadro. Depois faça a segunda pergunta: “Como podemos vencer esses conflitos?”. Ouça as respostas e preencha a segunda coluna do quadro. Conclua a atividade orando com os alunos e pedindo que Deus dê sabedoria para que os conflitos que tentam assolar as famílias sejam sanados com discernimento e prudência.


COMENTÁRIO

Introdução

Palavra Chave

Conflito: Embate, discussão acompanhada de injúrias e ameaças; desavença.

Os conflitos familiares vêm de tempos imemoriais. No Éden, antes da Queda, havia um ambiente perfeito: harmônico e amoroso. Mas o casal, ouvindo o tentador, perdeu a doce comunhão com Deus, e a consequência não podia ser outra: o início de sérios conflitos familiares. A boa nova para os nossos dias é saber da possibilidade, em Cristo, de equacionarmos os problemas que, às vezes, afetam a família cristã.

I. DESENTENDIMENTO ENTRE OS CÔNJUGES

1. Temperamentos diferentes. Dentre os vários motivos existentes para justificar os desentendimentos entre os cônjuges, o que mais se destaca é o temperamento. Segundo os psicólogos, temperamento “é a combinação de características inatas que herdamos dos nossos pais que, de forma inconsciente, afetam o nosso comportamento”. De acordo com o conceito popular, podemos dizer que o temperamento é a maneira própria pela qual reagimos aos diversos estímulos e situações que se nos apresentam cotidianamente (Gn 25.27). Mas, pelo amor, podemos (e devemos) vencer todas as nossas diferenças, a fim de que tenhamos um casamento feliz (1Pe 4.8).

2. Fatores que trazem conflitos. Diversos são os fatores que desencadeiam conflitos no lar. Eis alguns deles:

a) Falta de confiança. O casamento só tem sentido quando é estabelecido na plena confiança do amor verdadeiro, pois o amor folga com a verdade (1Co 13.6). Quando há amor entre o casal não há motivos para desconfianças ou ciúmes (1Co 13.5b). Há quem pense que o ciúme desenfreado é prova de amor. Grande engano! É loucura que pode, inclusive, colocar em risco a estabilidade conjugal.

b) Tratamento grosseiro. Onde o Espírito Santo se faz presente há perfeito amor, paz, alegria e longanimidade, que é a paciência para se suportar as falhas alheias (Gl 5.22). Uma das formas de demonstrarmos o fruto do Espírito é vista na maneira como usamos nossas palavras, pois a palavra branda joga para longe o furor. Mas os conflitos entre os cônjuges suscitam ira, ódio e destruição (Pv 15.1). E a forma com que tratamos uns aos outros é vista por Deus como uma referência para designar quem é sábio ou não, pois a sabedoria é manifesta em obras de mansidão (Tg 3.13).

c) Dívidas. As dívidas ocasionam muitos conflitos familiares, chegando até mesmo a terminar um relacionamento conjugal. Quando uma pessoa se endivida não pensa em mais nada a não ser nas dívidas. Algumas pessoas até adoecem. Assim, precisamos ouvir a Palavra de Deus e nada dever a ninguém (Rm 13.8). Através de um planejamento eficiente, bom senso e autocontrole podemos fugir das dívidas. Faça isso para o bem-estar da sua família (Pv 11.15; 22.7,26)!

d) Infidelidade. Quando o cônjuge encobre a sua conduta pecaminosa o pecado vem a público inesperadamente (Lc 12.2). O casamento sofre um duro golpe, os filhos ficam sem direção e a família transtorna-se. É imperativo que os cônjuges evitem, a todo o custo, o envolvimento extraconjugal. Além de ser um grave pecado contra Deus, é uma ofensa contra o cônjuge, filhos e filhas (ler Pv 5.3-6). A infidelidade contra o cônjuge é infidelidade contra Deus.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Falta de confiança, tratamento grosseiro, dívidas e infidelidade podem causar conflitos familiares.

 
II. ATIVIDADES PROFISSIONAIS DOS PAIS

1. A mulher no mercado de trabalho. Devido às modernas demandas sociais, a mulher deixou de se dedicar exclusivamente às funções domésticas, e passou também a exercer funções em empresas e organizações diversas, ocupando a maior parte do seu tempo em atividades profissionais. Mas essa mudança tem trazido sérias consequências. Há mais de uma década, para cada dez homens que morria de infarto, apenas uma mulher sofria desse mal. Hoje, o número de mulheres que morre desse mal subiu para quatro.

2. A ausência dos pais prejudica a criação dos filhos. Sem a presença dos pais, as crianças ficam desorientadas. Muitas vezes elas convivem com pessoas que não têm a menor capacitação para educá-las. Por outro lado, algumas crianças ficam o dia todo em frente da “babá eletrônica”, a televisão, ou com a “mestra eletrônica”, a internet. Ali, são “educadas” pelos heróis artificiais. As figuras do pai e da mãe presentes estão cada vez mais escassas. Tal ausência é sentida quando os nossos filhos entram na adolescência, uma fase de novidades e mudanças bruscas.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Os pais podem trabalhar fora, todavia, não podem descuidar da educação de seus filhos. A educação dos filhos deve ser prioridade.

III. MÁ EDUCAÇÃO DOS FILHOS

1. Educação prejudicada. A melhor escola ainda é o lar. Precisamos ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos na admoestação do Senhor (Ef 6.4; Pv 22.6). Infelizmente, o excesso de ocupação dos pais relegou a educação dos filhos às instituições educacionais. Esperando que tais entidades construam o caráter dos seus filhos, os pais ignoram a família como instituição responsável pela formação espiritual e moral da criança. Muitos não acompanham a rotina escolar dos filhos e sequer a filosofia pedagógica adotada pela instituição de ensino.

2. Quem são os professores? Infelizmente, são graves os prejuízos à nação na área educacional. Os “mestres” das crianças, hoje, são os artistas e as empresas de telecomunicação. É comum ver as nossas crianças e adolescentes prostrados diante da TV, consumindo todo tipo de má educação. Mas é raro vê-los nos cultos de oração e ensino da Palavra. Que a igreja local invista nos professores de Escola Dominical. Que os professores da Escola Dominical se preparem eficazmente para o grande desafio de ensinar a Palavra de Deus num mundo que jaz no maligno (Rm 12.7).

3. Falta de estrutura espiritual e moral. A ausência de Deus é o inimigo número um do lar. É essencial que aqueles que constituem família convidem Jesus, o maior educador de todos os tempos, a estar presente em seu lar. É indispensável que os pais, com a assistência da Igreja, optem por servirem a Deus, contrariando as propostas do mundo (Js 24.15). Realizemos o culto doméstico e, juntamente com os nossos filhos, estudemos a Bíblia. Não nos esqueçamos: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 127.1).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A ausência de Deus é o inimigo número um do lar. Jesus, o maior educador de todos os tempos, precisa estar presente em nossos lares.

CONCLUSÃO
Sempre haverá conflitos nas relações familiares, mas a família cristã precisa saber como contornar tais conflitos à luz da Palavra de Deus. Com o amor verdadeiro no coração, poderemos não somente vencer, mas igualmente evitar os conflitos. Basta ter a Jesus como o hóspede de nosso lar.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ADEI, S. Seja o líder que sua família precisa. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
GANGEl, K. O. & GANGEl, J. S. Aprenda a ser Pai com o Pai. Tornando-se o pai que Deus quer que você seja. 1 ed., RJ: CPAD, 2004.


EXERCÍCIOS
1. Dentre os motivos dos conflitos familiares, qual se destaca?
R. O temperamento.

2. Cite pelo menos três fatores que trazem conflitos.
R. Falta de confiança, tratamento grosseiro e dívidas.

3. O que acontece às crianças quando ficam sem a presença dos pais?
R. Sem a presença dos pais, as crianças ficam desorientadas.

4. Quem é a principal responsável pela formação espiritual e moral da criança?
R. A família.

5. Que forma de auxílio diferenciado o servo de Deus conta?
R. Com o amor verdadeiro no coração, poderemos não somente vencer, mas evitar os conflitos.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Devocional
“Zelo Bíblico como Relacionamento

Nós acreditamos que o companheirismo permanece sendo o propósito primário do casamento. Apesar de todas as coisas maravilhosas que Deus criou no jardim do Éden, elas eram inadequadas para suprir as necessidades de Adão. Nenhum dos animais, esplêndidos como devem ter sido antes da queda, podiam oferecer uma companhia adequada para ele. Naquele momento o Senhor criou a primeira família. Em Gênesis 2.18, Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja diante dele.’ Aqui está de novo — paternidade segue a parceria. Paternidade depende de fidelidade. O papel estratégico do relacionamento marido/esposa no casamento estabelece um ponto central no alvo familiar. Tudo mais é secundário. Tudo o mais é inferior, porque quando o companheirismo não funciona, a família não pode funcionar.

Nós, pais, permanecemos no pináculo estabelecido por Deus, em nossa unidade familiar, por isso somos ao mesmo tempo gratos, temerosos e esperançosos no que se refere a nossa tarefa de liderança e ao nosso zelo divino (cuidado estabelecido pela aliança) por nossos relacionamentos no casamento” (GANGEL, K. O. & GANGEL, J. S. Aprenda a ser pai com o Pai: Tornando-se o pai que Deus quer que você seja. 1 ed., RJ: CPAD, 2004, pp.72-3).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Bibliológico
“Esta passagem [Ef 5.19-21] tem sido deturpada e fica quase irreconhecível em algumas interpretações. Muitas vezes ouço pessoas fazendo malabarismos com essa passagem em favor daquele versículo que diz que as esposas têm que se submeter aos seus maridos — que os homens são o cabeça da casa. Mas pegar esse versículo isolado da passagem anterior destrói o significado da Escritura. Nós podemos ser tentados a controlar os outros, para transformá-los em alguma espécie de imagem que nós formamos. Mas este tipo de intolerância não é o que Paulo está falando. A ideia de Paulo era que maridos e esposas devem submeter-se mutuamente. Eles devem ser sensíveis às necessidades um do outro e fazer o possível para alcançá-las. Eles precisam ver seus cônjuges como distintos, como independentes deles, com necessidades peculiares, e não devem controlar ou dominar o esposo, ou a esposa, ou dizer a eles como devem viver. também não devem viver inteiramente separados do seu parceiro. Paulo idealizou uma interação íntima e santa entre marido e mulher: ‘Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido’ (Ef 5.33)” (HAWKINS, D. 9 erros críticos que todo casal comete: Identifique as armadilhas e descubra a ajuda de Deus. 3 ed., RJ: CPAD, 2010, p.93).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Conflitos na Família
A vida em sociedade nunca foi livre de conflitos, e o mesmo se dá no lar. Nenhuma família está isenta de passar por situações em que seus membros não apenas possuem opiniões diferentes, mas apresentam muitas vezes reações emocionais extremas quando contrariados. Independente da existência de conflitos, eles devem ser tratados de forma coerente, bíblica e, acima de tudo, de forma que Deus seja honrado e a unidade da família seja preservada. Dentre as diversas formas de conflitos na família, destacamos:

Brigas na família — Cada pessoa na família possui um temperamento diferente. Temperamento e, em síntese, a forma com que reagimos diante de situações e estímulos. Ainda que tenham temperamentos diferentes, somos desafiados a agir não de acordo com nossos temperamentos, mas sim de acordo com a presença de Deus em nossas vidas.

Atividades dos pais — Em nossos dias, temos visto que pais e mães de família têm se dedicado muito ao trabalho, devido aos muitos desafios financeiros e o custo de vida cada vez mais alto. Isso pode prejudicar a família, se os pais não tiverem um tempo adequado para ficar com seus filhos, participar da educação deles, passar-lhes as tradições da família e acima de tudo, repassar-lhes a fé em Deus e no evangelho.

Questões financeiras — Conflitos familiares podem advir de questões financeiras. Um cônjuge que não possui controle de gastos e tem propensões consumistas pode atrapalhar seu casamento, pois coloca em risco a economia de toda a família. Os cônjuges precisam ter um controle correto de seus gastos, aprender a gerir corretamente seus recursos financeiros e evitar desconfortos que atrapalhem a convivência. É preciso aprender a poupar, tentar comprar a vista os bens necessários e abster-se de adquirir coisas que não são necessárias naquele momento. Todo cuidado nessa esfera é importante, a fim de que a família não passe necessidade por culpa de um de seus membros que não possui domínio próprio.

 

Conflitos familiares
Norma Emiliano
Os conflitos são inerentes ao processo de evolução dos seres humanos.
A relação em família é complexa, pois cada ser humano é singular em relação a sua história, temperamento, idade, composição genética, etc.. No jogo relacional há alianças e luta pelo poder.
Nos diversos relacionamentos, as diferenças individuais quanto às percepções e necessidades emergem, pois cada pessoa forma a sua própria percepção e tem necessidades num determinado momento. Essas diferenças no contexto relacional tornam-se as bases dos conflitos.
As diferenças, comumente, não são percebidas como oportunidades de enriquecimento e acabam sendo usadas de modo destrutivo. Assim, a diferença que leva a um conflito de interesse (discordância) é percebida como insulto e/ou desamor.
O casal ao interagir com os filhos influência na construção de suas identidades, bem como transmite-lhes modelos de relacionamento que serão levados para todas as áreas de suas vidas: amizade, profissional, amor, etc.
É vital ao bom ambiente familiar que o casal possua uma forte aliança, saiba lidar com seus conflitos, colabore entre si e satisfaça necessidades mútuas. Por outro lado, é importante também que em suas funções de pais, exista apoio à autoridade de cada um dos cônjuges com relação aos filhos.
Pode-se encontrar em qualquer relacionamento permanente, seja ele conjugal, entre pais e filhos, a família como um todo, ou relacionamento da família com outros sistemas sociais, formas de conflitos submersos, não resolvidos. Esse tipo de conflito pode acarretar distância emocional, disfunção física ou psicológica, ou envolvimento em uma aventura amorosa.
Quando há questões mal resolvidas entre o casal, uma ou mais crianças se envolvem no conflito marital, com a função de distrair os pais do conflito. Essa criança fica muito próxima de um ou ambos os pais, e as fronteiras entre as gerações são rompidas. Há uma excessiva dependência mútua e a autonomia da criança e dos pais torna-se limitada.
A falta de comunicação, somada à dificuldade para resolver problemas em conjunto são fatores negativos na criação dos filhos. As divergências dos pais, veladas ou abertas, em relação à educação dos filhos, os deixam confusos e, com freqüência, as crianças usam de manipulações, jogando os pais um contra o outro.
Os conflitos tornam–se mais fáceis de serem enfrentados quando ambos os parceiros compreendem as questões e suas origens. Para tal é necessário cada um entender e aceitar os seus próprios medos, valores, expectativas e proteções e também as do parceiro. Torna-se necessário ter clareza da ligação entre o presente e o passado. A percepção desta conexão possibilita que não se fique apenas repetindo padrões relacionais antigos, ou seja, dando respostas antigas a situações novas, levando para o casamento e para a nova família uma repetição do relacionamento anterior com os seus próprios pais.
Os relacionamentos adultos transferem, quase sem alterações, as características de disputas de poder entre pais e filhos, que cada um dos parceiros anteriormente tivera. Por exemplo, na luta pelo poder, pode-se observar que a mãe, normalmente é a detentora do controle no dia-a-dia; assim, tanto as meninas quanto os meninos podem resistir a isso. Quando adultas, as mulheres podem assumir esse mesmo papel, enquanto os homens transferem resistência às suas mulheres. Nesta luta pelo poder geram-se conflitos. Uma crise séria pode ser o ponto de partida para interromperr esse círculo vicioso. Mas uma estratégia duradoura é poder enfrentar os fantasmas do passado.




Norma Emiliano é Terapeuta Individual, Casal e Família, e Assistente Social, e mantém a homepage Pensando em Família. ( http://www.pensandoemfamilia.com.br)

 

 

LIÇÃO 5 - Conflitos na Família


TEXTO ÁUREO

"Eu, porém, esperarei no SENHOR; esperei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá" (Mq 7.7).

 VERDADE PRÁTICA
Se buscarmos a graça de Deus e exercermos o amor que Ele nos concedeu, poderemos resolver todos os conflitos que surgirem em nossa família.

INTRODUÇÃO
Os conflitos familiares vêm de tempos imemoriais. No Éden, antes da Queda, havia um ambiente perfeito: harmônico e amoroso. Mas o casal, ouvindo o tentador, perdeu a doce comunhão com Deus, e a consequência não podia ser outra: o início de sérios conflitos familiares. A boa nova para os nossos dias é saber da possibilidade, em Cristo, de equacionarmos os problemas que, às vezes, afetam a família cristã.

 

I - DESENTENDIMENTO ENTRE OS CÔNJUGES
1. Temperamentos diferentes. Dentre os vários motivos existentes para justificar os desentendimentos entre os cônjuges, o que mais se destaca é o temperamento. Segundo os psicólogos, temperamento "é a combinação de características inatas que herdamos dos nossos pais que, de forma inconsciente, afetam o nosso comportamento". De acordo com o conceito popular, podemos dizer que o temperamento é a maneira própria pela qual reagimos aos diversos estímulos e situações que se nos apresentam cotidianamente (Gn 25.27) “E cresceram os meninos. E Esaú foi varão perito na caça, varão do campo; mas Jacó era varão simples, habitando em tendas”. Mas, pelo amor, podemos (e devemos) vencer todas as nossas diferenças, a fim de que tenhamos um casamento feliz (1 Pe 4.8) “Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados”.

2. Fatores que trazem conflitos. Diversos são os fatores que desencadeiam conflitos no lar. Eis alguns deles:
a) Falta de confiança. O casamento só tem sentido quando é estabelecido na plena confiança do amor verdadeiro, pois o amor folga com a verdade (1 Co 13.6) “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade”. Quando há amor entre o casal não há motivos para desconfianças ou ciúmes (1 Co 13.5b) “[...] não se irrita, não suspeita mal”. Há quem pense que o ciúme desenfreado é prova de amor. Ledo engano! É loucura que pode, inclusive, colocar em risco a estabilidade conjugal.

b) Tratamento grosseiro. Onde o Espírito Santo se faz presente há perfeito amor, paz, alegria e longanimidade, que é a paciência para se suportar as falhas alheias (Gl 5.22) “Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”. Uma das formas de demonstrarmos o fruto do Espírito é vista na maneira como usamos nossas palavras, pois a palavra branda joga para longe o furor. Mas os conflitos entre os cônjuges suscitam ira, ódio e destruição (Pv 15.1) “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. E a forma com que tratamos uns aos outros é vista por Deus como uma referência para designar quem é sábio ou não, pois a sabedoria é manifesta em obras de mansidão (Tg 3.13) “Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria”.
c) Dívidas. As dívidas ocasionam muitos conflitos familiares, chegando até mesmo a terminar um relacionamento conjugal. Quando uma pessoa se endivida não pensa em mais nada a não ser nas dívidas. Algumas pessoas até adoecem. Assim, precisamos ouvir a Palavra de Deus e nada dever a ninguém (Rm 13.8) “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”. Através de um planejamento eficiente, bom senso e autocontrole podemos fugir das dívidas. Faça isso para o bem-estar da sua família (Pv 11.15) “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro” (Pv 22.7,26)! “O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta. [...] Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas.”

d) Infidelidade. Quando o cônjuge encobre a sua conduta pecaminosa o pecado vem a público inesperadamente (Lc 12.2) “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido”. O casamento sofre um duro golpe, os filhos ficam sem direção e a família transtorna-se. É imperativo que os cônjuges evitem, a todo o custo, o envolvimento extraconjugal. Além de ser um grave pecado contra Deus, é uma ofensa contra o cônjuge, filhos e filhas (ler Pv 5.3-6) “Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais macio do que o azeite; mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois fios. Os seus pés descem à morte; os seus passos firmam-se no inferno. Ela não pondera a vereda da vida; as suas carreiras são variáveis, e não as conhece”. A infidelidade contra o cônjuge é infidelidade contra Deus.

 
II - ATIVIDADES PROFISSIONAIS DOS PAIS
1. A mulher no mercado de trabalho. Devido às modernas demandas sociais, a mulher deixou de se dedicar exclusivamente às funções domésticas, e passou também a exercer funções em empresas e organizações diversas, ocupando a maior parte do seu tempo em atividades profissionais. Mas essa mudança tem trazido sérias consequências. Há mais de uma década, para cada dez homens que morria de infarto, apenas uma mulher sofria desse mal. Hoje, o número de mulheres que morre desse mal subiu para quatro.

2. A ausência dos pais prejudica a criação dos filhos. Sem a presença dos pais, as crianças ficam desorientadas. Muitas vezes elas convivem com pessoas que não têm a menor capacitação para educá-las. Por outro lado, algumas crianças ficam o dia todo em frente da "babá eletrônica", a televisão, ou com a "mestra eletrônica", a internet. Ali, são "educadas" pelos heróis artificiais. As figuras do pai e da mãe presentes estão cada vez mais escassas. Tal ausência é sentida quando os nossos filhos entram na adolescência, uma fase de novidades e mudanças bruscas.


III - MÁ EDUCAÇãO DOS FILHOS
1. Educação prejudicada. A melhor escola ainda é o lar. Precisamos ensinar a Palavra de Deus aos nossos filhos na admoestação do Senhor (Ef 6.4) “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Pv 22.6) “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”. Infelizmente, o excesso de ocupação dos pais relegou a educação dos filhos às instituições educacionais. Esperando que tais entidades construam o caráter dos seus filhos, os pais ignoram a família como instituição responsável pela formação espiritual e moral da criança. Muitos não acompanham a rotina escolar dos filhos e sequer a filosofia pedagógica adotada pela instituição de ensino.

2. Quem são os professores? Infelizmente, são graves os prejuízos à nação na área educacional. Os "mestres" das crianças, hoje, são os artistas e as empresas de telecomunicação. É comum ver as nossas crianças e adolescentes prostrados diante da tv, consumindo todo tipo de má educação. Mas é raro vê-los nos cultos de oração e ensino da Palavra. Que a igreja local invista nos professores de Escola Dominical. Que os professores da Escola Dominical se preparem eficazmente para o grande desafio de ensinar a Palavra de Deus num mundo que jaz no maligno (Rm 12.7) “se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino”.

3. Falta de estrutura espiritual e moral. A ausência de Deus é o inimigo número um do lar. É essencial que aqueles que constituem família convidem Jesus, o maior educador de todos os tempos, a estar presente em seu lar. É indispensável que os pais, com a assistência da Igreja, optem por servirem a Deus, contrariando as propostas do mundo (Js 24.15) “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”. Realizemos o culto doméstico e, juntamente com os nossos filhos, estudemos a Bíblia. Não nos esqueçamos: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam" (Sl 127.1)

.CONCLUSÃO
Sempre haverá conflitos nas relações familiares, mas a família cristã precisa saber como contornar tais conflitos à luz da Palavra de Deus. Com o amor verdadeiro no coração, poderemos não somente vencer, mas igualmente evitar os conflitos. Basta ter a Jesus como o hóspede de nosso lar.


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