segunda-feira, 5 de novembro de 2012

APOCALIPSE 2 - ESTUDO BIBLICO

APOCALIPSE 2:1-7

“ÉFESO’’ significa “desejável’’. É a igreja que começou bem, mas havia perdido o que lhe deu o conceito de desejável - o amor. Uma igreja sem amor é uma igreja em decadência total (ICo 13).

A igreja de Éfeso foi muito bem estabelecida na doutrina apostólica. Paulo ensinou a Palavra de Deus ali, durante três anos (At 20.31). Todos os ensinos básicos lhe foram ministrados. “PORQUE JAMAIS DEIXEI DE VOS ANUNCIAR TODO O DESÍGNIO DE DEUS” (At 20.27). Pelo teor e conteúdo da Epístola de Paulo aos Efésios, observa-se que aquela igreja era espiritual. Mais saibamos que o juízo de Deus irá começar pela própria Casa de Deus (IPe 4.17). Por isso Éfeso foi uma das igrejas que foram advertida pelo Senhor. Ela foi a igreja que João pastoreava quando foi desterrado para a solitária Ilha de Patmos, segundo a tradição Cristã dos primeiros séculos.

O ANJO DA IGREJA

Quem era esse anjo da Igreja a quem o Senhor se referia? É claro que um anjo celestial não poderia ser, pois os tais foram proibidos de pregar o evangelho (IPe 1.12). Esse anjo, que era o Pastor da Igreja, pois a palavra “anjo” quer dizer “MENSAGEIRO” e é exatamente o que o Pastor é na sua função - um mensageiro.

Veja bem, os anjos não dizem o que eles querem, mas somente a Palavra de Deus, observe:

“...E que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a Palavra de Deus” (Ap 1.1-2).

A função do Pastor é de instruir o povo na Palavra de Deus (I Tm 3; II Tm 2.15; Tt 1.6-9). O pastor não deve falar ou ensinar suas próprias filosofias, mas sim ser fiel ao ensinamento da Palavra de Deus. Fica claro que esse mensageiro(o pastor ou líder local) tem uma responsabilidade muito séria diante de Deus. Isso serve de alerta aos que lideram, mas não se esmeram em aprender a Palavra. Que Deus faça de nós (os Líderes) homens fiéis à Palavra como os anjos celestes são. É isso o que Deus quer nos falar aqui. É como se o nosso Deus dissesse: “Transmitam a minha Palavra com a fidelidade de um anjo”.

ESTAMOS NA MÃO DE DEUS
Antes de continuar, quero que você guarde em mente o gráfico abaixo, baseado em Ap. 1.20:


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ESTRELA = ANJOS = PASTORES

CANDELABRO = IGREJA = POVO DE DEUS
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Este gráfico nos ajudará entender melhor, tanto o tópico passado, como o presente.
“Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”. (Ap 2.1)
Neste contexto as estrelas ou Anjos estão se referindo aos Pastores ou líderes, mas pode ser muito bem aproveitado para toda a Igreja, pois na Terra toda a Igreja está comissionada a ser mensageiro de Deus:
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15)
O Apóstolo Paulo também diz que somos estrelas, leiamos:
“mas é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela” (I Co 15.41).
“Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar ” (Hb 11.12).

Quero que você saiba que também é uma estrela, e está na mão de Deus, e tem a responsabilidade de levar a Palavra de Deus aos corações aflitos, por isso preste atenção na Palavra:

“Aquele (JESUS) conserva na mão direita as estrelas”
(Ap 2.1).
É glorioso sabermos que estamos nas mãos do Senhor. É sinônimo de vitória e proteção. Há uma alegria imensa nesse constante afeto Divino por parte do Senhor. As lutas são grandes, mas a mão do Senhor é mais forte. Se estivéssemos sozinhos nessa luta perderíamos, mas nesse “braço de ferro” nós contamos com a mão do Senhor. Aleluia!!! Por outro lado, eu gostaria que você sentisse a responsabilidade de estar nas mãos do Senhor. Sim, responsabilidade, pois somos suas estrelas (que quer dizer mensageiros - veja o gráfico). Deus quer nos mostrar que devemos resplandecer o brilho da Estrela maior - Jesus. É como se o Senhor nos dissesse: “Mostre o brilho da minha mensagem”. A Igreja tem que ter luz nas suas palavras, tem que ter vida e poder. E para que esse fato aconteça na vida da Igreja, tem que haver uma profunda dedicação à Verdade de Deus. Cada membro da Igreja, desde o Pastor até o irmãozinho tem que se conscientizar da importância da Palavra de Deus e sua divulgação. Só assim, haverá brilho nas mensagens e a Igreja Brilhará como uma estrela.


DEUS CONHECE AS NOSSAS OBRAS
“Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos;”(AP 2.2)
Fique sabendo, Deus conhece o teu desempenho na sua obra, Deus vê o seu labor e sua dedicação para que a sua obra se concretize e o Seu Reino seja implantado. Saibamos que:

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”
(I Co 15.58).

Observe que a Palavra diz: “NO SENHOR”. Só no Senhor é que o nosso trabalho é válido. Deus olha para o trabalho e o labor daquele que faz para Ele. Digo isso, pois muitos realizam grandes obras dentro das Igrejas, mas não no Senhor e para o Senhor, mas sim para sua glória própria. Almejam o elogio do seu próximo e o enlevo do seu próprio nome. Veja o que diz Jesus:
»MATEUS [6]

“Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus”.
Trabalhe, meu irmão - ainda que ninguém lhe elogie ou mesmo que você seja criticado, TRABALHE. Deus, O Grande Galardoador está vendo o seu esforço e em oculto lhe dará a recompensa. A sua perseverança no trabalho do Senhor lhe será uma grande alegria no seu espírito. TRABALHE MEU IRMÃO!

DE OLHO NOS LÍDERES E PRUDÊNCIA NO JULGAR

“ sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos”(Ap 2.2)

Devemos observar os líderes, aproveitar tudo o que eles têm de bom, sabendo que são homens que também erram. Claro que quando falamos erram, não estamos falando de adultério, prostituição, engano, furto, mentiras... Nos dias atuais, infelizmente, vemos líderes que deveriam ser exemplos, fazendo tudo isso e muito mais. O que mais me espanta é que mesmo fazendo tudo isso eles ainda encontram gente que os seguem sem nem mesmo questionar a sua conduta. Dizem: “Este homem é de Deus, ele faz milagres e isso basta” ou “Ele foi escolhido por Deus para ser o nosso profeta e cremos cegamente nele”. E assim vemos esses obtusos usurpar o povo e devorar a fé dos mais humildes. Sabemos que infelizmente, isso acontece por falta de conhecimento da Palavra de Deus.

Leiamos:

“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento”(Os 4.6).

Nesta carta à Igreja de Éfeso, Jesus elogia aqueles que colocaram a prova certos “apóstolos” que se diziam ser homens de Deus. Esta Igreja teve o discernimento de desvendar e despir os falsos obreiros.

Antes de continuar com esse pensamento quero que você tenha em mente a importância de ter embasamento na Palavra de Deus antes de Julgar alguém, principalmente um obreiro.

Leiamos: “Não aceites acusação contra um ancião (presbítero ou líder local), senão com duas ou três testemunhas (que sejam dignas de confiança)”.(I Tm 5.19 - parênteses do autor)

Não se esqueça de ser sábio no julgamento de algum líder que esteja fazendo coisas erradas e certifique-se que realmente não sejam boatos, mas provas concretas e que você possa provar. Sabendo que se você estiver errado poderá estar lutando contra Deus e a favor do Diabo, trazendo assim opróbrio sobre a sua vida.

Leiamos: “Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria”. (I Sm 15.23).

“Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas”.(Sl 105.15)

“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus”.(Rm 13.1)

“Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil”.(Hb 13.17)

Não é porque a Palavra de Deus manda respeitar, honrar, obedecer, ajudar, auxiliar e cooperar com os obreiros do Senhor, que vamos deixar os maus nos enganar. A Bíblia nos ensina a por em prova os tais (Ap 2.2). É glorioso essa revelação, pois essa Igreja agiu com discernimento, evitando assim escândalos no meio do povo. Se nós fossemos como os Efésios (nesta área)teríamos evitados tantos escândalos desnecessários. Por haver falta de discernimento, lobos ferozes e audaciosos devoram cidades inteiras e até ultrapassam fronteiras desonrando o nome do Senhor Jesus. Devemos saber que é a IGREJA (eu e você) que tem que evitar esses “cães” de vomitar sobre nós as suas heresias. Nesses últimos dias, eu te convido a ser mais prudente e não aceitar nada de ninguém se não for claramente bíblico. Nem que apareça um apóstolo mais poderoso que Paulo e fazendo mais prodígios que o Senhor Jesus, se ele não está de acordo com a Palavra, seja anátema (maldito).

Acredito que nesses últimos dias levantar-se-á uma Igreja estribada, não em homens, mas na Palavra de Deus. Quando esses amantes da Palavra se levantar os falsos “apóstolos ou profetas” terão dificuldades em difundir as suas heresias, pois a unção do Espírito e o conhecimento da Palavra trarão luz.
“E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei”.(I Jo 2.27)

O PRIMEIRO AMOR ACABOU?
“Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres”. (Ap 2.4-5)

Já ouvimos muito essas frases: “Esse irmão está no fogo do primeiro amor!” ou “Isso é coisa de quem está no primeiro amor”. O que será que estamos pensando sobre primeiro amor? Será que sabemos o que é esse primeiro amor? Pelo texto lido acima vemos que quem não está nesse primeiro amor está caído, sua vida cristã está fora dos parâmetros de Deus.

Leiamos - Lv 6.12: “O fogo sobre o altar se conservará aceso; não se apagará.”

Aquele fogo do primeiro amor, do primeiro encontro com Deus tem que durar a vida inteira, é fogo e mais fogo: “O fogo se conservará continuamente aceso sobre o altar; não se apagará”. (Lv 6.13)

Talvez você tenha visto tanta coisa que o desagradou; que machucou o seu íntimo, que feriu os teus princípios, que fez murchar as tuas esperanças no Reino de Deus. E agora? Vai ficar assim? Deixando tudo para lá? Meu querido saiba que apesar de tudo o Deus que é Fogo quer de dar a vitória na luta. Não importa quantos Judas o Diabo colocou na sua vida, Jesus nunca lhe traiu e nem lhe abandonou. Hoje Deus quer renovar-te e trazer a paz e alegria da sua salvação. Levante-se nesse momento e receba o poder, o fogo, o amor, a virtude do Espírito Santo e seja abençoado. Receba o amor do céu, acenda-se agora e nunca mais deixe o inimigo apagá-lo com tolices e artimanhas malignas. Deus nesses últimos dias quer que sejamos cheios de amor, até para amarmos os piores inimigos. Sejamos cheios de fogo até a volta do Senhor Jesus.

“Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

OS NICOLAÍTAS

“Tens, porém, isto, que aborreces as obras dos nicolaítas, as quais eu também aborreço.”(Ap 2.6)

Nicolaíta em grego é composto de duas palavras: “Nikao” que significa “Conquistar” e “Laos” que significa “Povo Comum”. Então Nicolaítas vem a ser: “Aquele que conquista ou domina o povo comum ou leigo”. A conduta de elevar-se sobre e acima dos crentes comuns como uma classe mediadora é o que o Senhor detesta; é algo ser repugnado. No Velho Testamento havia os sacerdotes (judaicos) os quais eram estabelecidos para intercederem pelo povo e representá-los diante de Deus, mas isso não agradava o Senhor. Deus não queria só alguns na Sua presença e sim todos (Ex 19.6; Ap 1.6; Hb 10.19-22). No Novo Testamento, com a morte do Senhor na cruz, fez-se um Reino de Sacerdotes para reinar em perfeito sincronismo com Deus. Mas será que vemos isso? Referindo-se a Igreja Católica Romana, os membros não realizam nada na Igreja, só o Clero pode fazer e operar no meio do povo. Os católicos trouxeram a velha prática dos sacerdotes do Velho Testamento ou, como foi chamado na carta à Igreja de Éfeso, obra dos nicolaítas. E em nossas Igrejas está sendo diferente? A verdade é que em quase todas as Igrejas evangélicas os membros fazem cada dia menos, deixando tudo nas costas do pastor, transformando-o em um nicolaíta. Deus não quer que nós, os pastores ocupem o lugar dos sacerdotes judaicos e nem o lugar dos padres católicos. Como pastores, nós devemos exercer o nosso ministério, que tem como propósito instruir cada cristão a seguir o caminho e buscar por si mesmo o Senhor. Creio que fazendo assim teremos uma Igreja viva e atuante. Meu irmão exerça seu papel de cristão e seja um órgão vivo no corpo de Cristo.

O VENCEDOR

Quem é o vencedor? Será uma pessoa super dotada ou alguém muito diferente? Não, o vencedor é aquele que ouve e coloca em prática a Palavra de Deus.

Leiamos Tg 1.22:“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”

Quando ouvimos o que o Espírito Santo fala através da Palavra de Deus, nos tornamos vencedores.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.” (Ap 2.7)




A Mensagem para Éfeso
APOCALIPSE 2:1-7
A primeira das sete cartas ditadas pelo Senhor Jesus ao seu servo João, foi dirigida ao anjo (literalmente mensageiro, provavelmente os supervisores) da igreja em ÉFESO (que significa relaxar, soltar). Era uma igreja que estava REGREDINDO.
A cidade de Éfeso era um centro comercial, político e religioso importante na época em que esta carta foi escrita, semelhante a Alexandria e Antioquia, e continha um templo famoso dedicado a Artemis (Diana para os romanos), considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.
O evangelho havia sido pregado ali pelo apóstolo Paulo durante sua segunda viagem missionária, com Áquila e Priscila (Atos 18:18-19).Na sua terceira viagem missionária, Paulo ficou ali por mais de dois anos (Atos 19), fazendo discípulos, e depois Timóteo também permaneceu ali por algum tempo com a igreja que havia se formado (1 Timóteo 1:3).
Mais tarde, segundo os historiadores, o apóstolo João mudou-se para lá, tornando-se um dos presbíteros da igreja. A igreja tinha, portanto, uma boa formação, alicerçada no ensino dos apóstolos, rodeada pelo vil paganismo greco-romano.
O Senhor Jesus se apresenta como aquele que segura as sete estrelas e anda entre os candeeiros: os supervisores (estrelas ou anjos) de cada uma de suas igrejas derivam sua autoridade e posição dele, e ele os segura em suas mãos para os vigiar, admoestar, animar e aconselhar, como fez nas cartas que estavam sendo ditadas a João, concernentes às sete igrejas (candeeiros) entre as quais estava andando.
A rigor, os supervisores são responsáveis pelo comportamento de seus membros, por isto as cartas são endereçadas ao seu respectivo "anjo", contudo o Espírito fala às igrejas como um todo (Apocalipse 2:7, 11, etc.) pois cada membro é responsável pela sua parte.
O anjo da igreja de Éfeso é elogiado pelo seu labor, perseverança, aversão aos maus, cuidado em por à prova os que falsamente se apresentam como "apóstolos" (verificando que são mentirosos - veja Atos 20:29-30), e pela perseverança no trabalho que faz, suportando provas por causa do nome de Cristo, sem esmorecer.
Ele é, todavia, repreendido por ter perdido seu primeiro amor: não por esquecimento, mas conscientemente, sabendo que seu amor por Cristo se traduz em seu amor pelos irmãos em Cristo. Uns trinta anos antes, esta igreja havia sido elogiada por Paulo pelo seu amor para com todos os santos (Efésios 1:15-16). Seu anjo deve se recordar de como era antes, ver como regrediu e arrepender-se, voltando à prática do amor fraternal; se assim não fizer, Cristo virá e removerá do seu lugar o seu candeeiro. Literalmente, isto significa que a igreja será afastada dos seus supervisores. Pode também ser interpretado que a igreja deixará de operar como testemunha de Cristo, ficando "morta".
Em seu favor, ele tem o ódio pelas obras dos nicolaítas que Cristo também odeia. Quem são eles? Tem havido muita especulação sobre isso, pois fora outra menção, na carta a Pérgamo, nada mais se encontra na Bíblia a seu respeito. Sem dúvida essas duas igrejas, pelo menos, sabiam de quem se tratava e decerto sua identidade não seria ocultada dos demais leitores das cartas pois suas práticas poderiam aparecer em outros lugares.
Faltando outra explicação, ela deve ser encontrada no próprio nome nicolaítas: existe um Nicolau mencionado em Atos 6:5, mas a Bíblia nada revela de mau, procedente dele, e é improvável que a palavra se refira a possíveis seguidores dele, como querem alguns; mas na língua grega, em que as cartas foram originalmente escritas, nicolaítas consiste na junção de duas palavras: nico que se traduz conquistar, destruir ou subverter, e laos que se traduz povo (donde temos a palavra leigos). Na língua em que as cartas foram escritas, portanto, nicolaitanos são aqueles que conquistam, para dominar, o povo: Diótrefes (3 João 9-11) é um exemplo desta atitude.
Segundo os historiadores, já havia naquele tempo uma tentativa para estabelecer uma ordem sagrada de homens que se colocariam em posição de domínio sobre as igrejas, uma espécie de ordem sacerdotal, mais ou menos segundo o modelo judaico. Eles encontraram resistência em Éfeso, mas tiveram sucesso em Pérgamo. Como veremos mais tarde, eventualmente tornaram-se muito poderosos e perseguiram até à morte os que não se submetiam a eles.
De um ponto de vista histórico, "Éfeso" é uma descrição de como o comportamento da maioria das igrejas se desenvolveu no início, até aproximadamente o ano 170 A.D.: foram fundadas em sua maior parte pelos apóstolos, principalmente Paulo e Pedro; com o passar do tempo, os crentes das novas gerações se empenharam na manutenção da pureza da doutrina que seus antecessores haviam recebido, continuaram a ser praticantes de boas obras, e sofriam com paciência e perseverança por causa do nome de Cristo.
Ser identificado como cristão trazia muitas vezes desprezo e maus tratos, mas a perseguição por parte das autoridades romanas não era ainda muito vigorosa, pois até 96 A.D. os cristãos eram ainda legalmente considerados uma seita do judaísmo (Atos 24:14), religião tolerada pela lei romana. As igrejas rejeitavam os falsos apóstolos que se apresentavam com novas doutrinas, bem como, em grande parte, o clericalismo incipiente.
No entanto, o amor original foi se esfriando e a noção da irmandade entre os crentes, como numa família, foi sendo aos poucos olvidada; a conformidade com o mundo e a sua maneira de vida aumentou, os nicolaitanos tiveram sucesso em alguns lugares e uma organização de igrejas chamando-se católicas (universais) começou a se desenvolver.
Em todas as cartas há ainda uma mensagem para quem tem ouvidos: aquele que está atento ao que o Espírito Santo está comunicando através das cartas. Em cada uma está mencionada uma das muitas bênçãos prometidas ao vencedor, isto é, aquele que é nascido de Deus, o crente em Cristo (1 João 5:4-5). Nesta carta a promessa é que ele vai comer da árvore da vida no paraíso de Deus, ou seja, vai habitar a nova Jerusalém, na presença de Deus (Apocalipse 21 e 22).

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